Cicatrizes

Bom dia!
Esse é um conto que retrata como o amor percorre um longo caminho até que duas pessoas se encontrem e possam finalmente viverem uma bela estória de amor. As vezes  o sofrimento pode nos deixar descrentes em tudo, mas ainda assim o tempo tem o poder de curar até o coração mais sofrido.
Aproveite esse conto da autora "BELLADONA"  que se encontra no site Livre Arbitrio.
Bjs



Olá!Gostaria de agradecer a cada uma das meninas que me enviaram e-mail perguntando quando e onde eu postaria o meu conto. De verdade obrigada pelo carinho e pela paciência rsrsrs. Como vocês algumas de vocês sabem minha rotina é um tanto quanto atarefada, por isso terei que estipular dias para as postagens. Estes dias serão: Segunda-Feira e Quinta-Feira.
Beijos carinhosos,

Belladonna.P.s: caso alguém queira publicar esta estória em algum outro site, peço que antes solicite minha permissão por e-mail. Belladonnapilocarpina@yahoo.com.br

ci.ca.triz
s. f. 1. Med. Marca deixada por ferida ou lesão, depois de curadas. 2. Sinal ou vestígio de estrago ou de destruição. 3. Impressão duradoura de uma ofensa.
Ela possui uma cicatriz… Uma cicatriz que a impede de viver… Uma cicatriz que talvez a impedirá de viver um grande amor.
7 de la mañana
Ella no despierta
La mesa esta servida
Pero ya no contesta
7 de la mañana
Su madre esta en la puerta
La sombras otra vez
Lento la despierta
Quiere gritar
Quiere llorar
Se está quedando atrás
Quedando atrás
Y nadie la despierta
Quiere llorar
Quiere gritar
Quiere llorar
Temprano en la mañana
Trata de olvidarse
De todos los fantasmas
Que no desaparecen
Tanto que dolió, nada se quedo
Solo cicatrices que no desaparecen
Quiere gritar
Quiere llorar
Se está quedando atrás
Quedando atrás
Y nadie la despierta
Quiere llorar
Quiere gritar
Quiere llorar
Quiere gritar
Quiere llorar
Se está quedando atrás
Quedando atrás
Y nadie la despierta
Quiere llorar
Quiere gritar
Quiere llorar

Captilulo 01








Capítulo 1

Rio de Janeiro
- O que foi filha? Por que olha tanto para o céu?Está pedindo algo? – ri a senhora segurando uma taça de vinho.
-Oi mamãe - respira fundo – Só estava admirando o céu.
-Sua irmã ligou, disse que a Carolina está louca para te ver.
-Depois eu passo na casa da Marisa para vê a Carol – diz triste.
-Filha, está acontecendo alguma coisa? – pergunta preocupada.
-Não mamãe. Estava apenas pensando em algumas coisas, lembrando do meu passado.
-Filha, eu… eu – com lágrimas nos olhos.
-Eu não quero falar sobre isso ok? Como eu disse é passado – suspira - e o passado já passou dona Ângela.
Ângela abafa o doloroso choro e se afasta da filha que continua a olhar para o céu.
Annie estava perdida em seus pensamentos, relembrava alguns episódios de sua vida.
-Eu não teria o direito de pedir nada, pois errei tanto no passado e agora é tarde – uma lágrima solitária rola sobre a sua face, e na mesma velocidade que caíra foi rapidamente limpa por Annie – Chega de chorar Annie você precisa sair dessa melancolia – respira fundo - já se passaram 10 anos, é hora de viver.
Annie caminha até a sala onde se encontra o resto de sua família.
-Minha filha amada – diz o pai ao vê-la entrar na sala.
-Oi papai! – diz beijando o rosto de seu pai e se aconchegando no ombro do mesmo.
-O que foi minha filha?Ainda se atormentando com o que aconteceu no passado?
-Eu sinto que nunca poderei ser feliz – suspira - Papai, por que tudo teve que acontecer daquela maneira?
-Annie, você era apenas uma garotinha de 16/17 anos, não pode se culpar a vida toda pelo que aconteceu.
-Eu juro que tento papai, mas é tão difícil e doloroso – choraminga.
-Filha, olha para mim – diz levantando o queixo de sua filha- O papai te ama muito e você sabe disso. Como eu queria que as coisas tivessem saído de outra maneira, como eu queria ver você sorrindo como há 10 anos atrás, mas infelizmente eu não sei como fazer isso. Nesses 10 anos eu vi você se afastando de todos. A única coisa que eu vejo você fazendo com gosto é trabalhar e às vezes sair com seus amigos. Você está se afastando até da pessoa que te tirou da depressão e eu não entendo por que. Por que você está se afastando da Carolina?
-Papai – diz chorosa – Eu te amo muito, mas eu nunca poderei ser a Annie de 10 anos atrás. Queria poder seguir com a minha vida, mas algo me impede de fazê-lo, trabalhar é a minha única salvação, me sinto útil com que faço. Na vida profissional sou totalmente feliz e realizada, mas na vida pessoal não, dói aqui dentro – apontando para o coração – e a Carol me faz lembrar o passado, um passado que dói, um passado que eu não vou esquecer nunca, e essa dor do passado não se cicatrizará jamais. A Carol me trás lembranças, olhar para ela é como se olhasse para… – chora desesperadamente não conseguindo concluir a frase.
***
São Paulo
-Haydée – uma senhora grita.
-Oi Bertha! Estou no escritório – grita Haydée.
-Aonde você se meteu minha menina? Estive procurando-a por toda a casa.
-Desculpe! Estava revisando alguns documentos, como sabe terei que ir ao Rio de Janeiro para uma reunião.
-Gostaria de saber a que horas devo servi o jantar.
-Pode ser agora? – ri – Estou morrendo de fome – passando a mão na barriga.
-Claro minha menina.
-Ai Bertha! Eu não sou mais uma menina, eu tenho 28 anos – diz fazendo cara de brava.
-Mas para mim sempre será minha menina – a abraça.
-O que teremos para o jantar?
-Eu mandei preparar um Vol-au-Vent com Tapenade, pois sei que você adora.
-O que seria da minha vida sem a minha Bá mais linda do mundo?
-Você estaria perdida – ri.
-Você está ficando muito convencida dona Bertha.
-Eu posso – ri.
-Pode mesmo – a beija – Você é a única família que eu tenho porque a família na qual eu nasci para mim não existe, eles estão mortos e enterrados. Rejeitaram-me por uma escolha que eu fiz - diz em tom baixo.
-Não quero te ver triste outra vez - diz acariciando a face de Haydée - Algum dia eu sei que você terá a sua família de volta.
-Você sabe que isso não é verdade. Eu sou lésbica Bertha, e parece que para eles isso é um crime.
-Eu sei a sua dor minha menina, mas também sei o quanto você é amada. Sei que algum dia seus pais se darão conta da injustiça que cometeram com você.
-Injustiça? Eles foram cruéis, meu pai disse que para ele eu estava morta, pois não aceitaria nunca ter uma filha lésbica. Eu sou uma vergonha para ele Bá – diz chorosa.
-Filha seu pai teve medo.
-Medo? Medo de que Bá? De sair nas colunas sociais que a filha mais nova dele era lésbica?Claro! Isso iria manchar para sempre o prestígio do senhor Carlos Valverde de Alvear, um dos mais importantes desembargadores de Madrid – fala com magoa.
-Oh minha menina! Venha cá com a sua Bá – diz abrindo os braços.
-Bá, eu sinto tanta falta da minha mãe. Por que ela me rejeitou? Ela já sabia da minha preferência por meninas, mas quando meu pai descobriu e se revoltou contra mim, foi a ele que ela apoiou – diz chorosa.
- Eu sei minha menina, mas daqui um tempo eles vão se acostumar com a sua preferência sexual e vão aprender te respeitar e a aceitar o estilo de vida que você escolheu. Eu sei que eles te amam.
-Eu não quero mais falar sobre isso Bá. Eu não preciso mais deles para nada – enxuga as lágrimas que rolavam sobre sua face – Eu tenho o meu trabalho, tenho você, e sou feliz com isso. Se eles não me querem como filha porque eu sou lésbica, pois então eu também não os quero como meus pais.
-Quando você pretende ir ao Rio de Janeiro?
-Creio que em cinco dias. Por quê?
-Porque eu tenho que arrumar a mala de certa mocinha. Quantos dias você pretende ficar?
-Acho que uns 15 dias. Tenho que resolver algumas coisas para a semana de moda de lá.
-Quando você vai voltar a desenhar?
-Como assim? Eu nunca parei de desenhar.
- Quando você voltará a desenhar para a sua grife, pois só vejo modelos assinados pelos outros estilistas e não por você.
-É isso? Eu não sei quando colocarei um dos meus desenhos novamente nas passarelas. Não me sinto preparada ainda para regressar ao mundo da moda como estilista.
-Pois deveria. Seus desenhos são maravilhosos Haydeé.
-Bá, não são tão maravilhosos assim.
-Haydée você estudou no IED, a melhor escola de moda da Europa.
-Eu sei Bá, mas eu não me sinto preparada para voltar aos desfiles. Você sabe o quanto eu sofri quando aquele crápula do August roubou toda minha coleção através daquela maldita modelo que eu estava namorando.
-Não me lembre daquela magricela – diz com raiva – Eu nunca gostei dela.
-Eu sei. Bem que eu podia ter escutado seus avisos com relação a ela, mas como dizem por aí, o amor é cego, mudo e surto, e é errando que se aprende não é verdade?
-Vamos jantar?
-Sim. Estou faminta.
Haydée era a sensação das passarelas, seus desenhos eram invejados por estilistas consagrados nas passarelas de Milan, Paris e New York, mas caiu em uma cilada. Sua coleção de inverno foi apresentada por outro estilista em um evento importante, de nível mundial. Haydée naquele ano desistiu de sua carreira promissora como estilista. Foi uma vergonha mundial quando seus modelos foram apresentados duas vezes no mesmo evento por dois estilistas diferentes, como ela foi à última a acusaram de roubo, mas com a ajuda de poderosos advogados ela conseguiu provar que toda sua coleção havia sido roubada por August, e o mesmo foi obrigado a pagar uma indenização milionária, indenização que foi toda destinada à caridade. Desde então Haydée parou de apresentar suas criações nas passarelas se dedicando apenas na sua rede de lojas de roupas, que vinha crescendo assustadoramente.

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Capitulo 2

Capítulo 2

Rio de Janeiro
Queria poder mudar, esquecer o passado e voltar a viver novamente, mas é tão difícil. Não posso esquecer o que passou, não posso simplesmente apagar tudo com uma borracha. Tenho uma cicatriz no peito, na alma e no coração. Desde aquela noite não sou a mesma, cada dia me afundo mais nessa tristeza que corrói todo o meu ser. Queria ter coragem de acabar com isso, mas nem para isso eu sirvo. Sempre penso em meus pais, nos meus irmãos e no resto de minha família que não tem culpa de nada.
Aquela noite foi a pior noite da minha vida, me senti suja. Eu só queria entender o porquê de tudo. O que eu fiz de tão grave? Sempre fui uma boa filha, uma boa amiga, e fui uma namorada apaixonada. Os meses após aquela noite foram os piores meses da minha vida, médicos, internações. Eu implorava a todo instante para morrer, queria acabar com a minha dor, já não suportava conviver com aquilo. Não me olhava no espelho, já não ia mais a escola com vergonha. Pedi em suplica aos meus pais para me tirarem do país, nada adiantou porque aquilo ainda estava comigo fazendo com que eu me lembrasse a todo tempo o que havia acorrido comigo naquela noite que eu jamais esquecerei.
Tomei uma decisão naquela época e tive o apoio da minha família que só queria o meu bem, e hoje me arrependo profundamente. Joguei a culpa de todo o meu sofrimento a quem não tinha culpa de nada, com minha tola ilusão de que me livrando desse mal voltaria a ser feliz novamente. Enganei as pessoas por certo tempo, aparentava uma falsa alegria, uma alegria que nunca existiu e que talvez nunca mais volte a existir enquanto eu recordar daquela noite e dos meses seguintes a ela. Terminei os meus estudos fora do Brasil e ingressei na faculdade de moda de Milan, transformei a minha dor em arte, descobri na moda uma paixão, uma maneira de me isolar do mundo e ser feliz momentaneamente. Agora tinha um motivo para o meu isolamento, a concentração para criar coleções, mas isso não bastava isso não aliviava a minha dor. A cada ano a angustia e a dor foram me consumindo, cheguei ao ponto de usar drogas para dormi, pois dormindo não sofria.
Hoje sou uma empresaria, além de estilista sou formada em administração e sou sócia de uma grande rede de roupas de nível internacional, mas não sou feliz. Aquela noite me atormenta, as lembranças me afligem, sinto que estou perdendo a guerra. Minha família sofre ao me vê triste. A Carol tem me ajudado muito, sempre me liga para perguntar como estou. Tadinha! Tentei a todo custo me afastar dela, ser indiferente, mas ela sempre está ali com seus sorrisos e com a sua alegria tentando animar a madrinha querida dela. Sinto-me bem ao seu lado, mas tenho medo de fazê-la sofrer com os meus fantasmas do passado.
Sempre acabo machucando as pessoas que amo, tenho medo de fazer o mesmo com a Carolina.
Será que algum dia serei feliz?
Annie estava em seu quarto em posição fetal com lágrimas nos olhos pensando em seu passado, um passado que a persegue e a faz sofrer, um passado que a impede de viver.
-Amor, eu estou tão preocupada com a nossa Annie.
-Eu também meu amor.
-Será que falhamos como pais?
-Tudo que fizemos foi para o próprio bem dela.
-Não seria hora de contar a verdade?
-As coisas não iriam mudar, talvez até piorassem. A Annie não entenderia os nossos motivos, talvez nos odiasse pelo resto da vida.
-Eu não agüento mais vê-la assim.
-Eu também não.
-Queria que ela encontrasse alguém que a completasse e que a salvasse dela mesma. Sinto que estamos perdendo nossa filha – fala chorosa.
-Você sabe que depois daquele crápula ela nunca mais se envolveu com ninguém. Creio que tem medo de amar novamente.
-Isso não é verdade. Ela se envolveu, mas se envolveu com mulheres.
-Eu nunca entendi porque ela virou Lésbica.
-Nossa filha não é lésbica, ela é bissexual. Ela pode se envolver tanto como homens como com mulheres, mas deu preferência a se envolver com mulheres. Ela tem medo dos homens, não consegue confiar neles.
-Será que deveríamos fazer com que ela voltasse para a terapia?
-Creio que ainda não é necessário. A Annie se tornou uma verdadeira interrogação para mim, por mais que ela fale que está tudo bem eu sei que não está. Esta falsa alegria, sorrisos forçados, saídas com amigos não me enganam, nossa pequena está sofrendo e eu não sei como ajudá-la.
-Não chore meu amor, tudo que podemos fazer é dar todo o nosso amor a ela.
***
São Paulo
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais…
(Clarice Lispector)

-Devo concordar com você Clarice, nunca mais direi eu te amo para alguém, pois as pessoas que eu amei e dizia essa frase que hoje para mim não tem significado algum, me fizeram sofrer – diz Haydée para si mesma enquanto fechava um livro.

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Capitulo 3


Capítulo 3

5 dias depois
Rio de janeiro
-Bem vinda senhorita Haydée!
-Obrigada!
-A senhorita deseja algo antes de iniciar a reunião?
-Não obrigada! – diz dirigindo-se para seu escritório.
Escritório
Assim que entra em seu escritório Haydée dá de cara com uma pessoa parada na janela observando a paisagem.
É uma mulher de estatura mediana, cabelos loiros até a cintura, com um corpo magro, mas com curvas de uma típica brasileira.
Haydée não pode ver seu rosto, pois a pessoa estava tão entretida em seus pensamentos que não notara a chegada dela ao escritório e seguia de costas. Tomada pela curiosidade de saber quem era a pessoa Haydée vai até sua mesa jogando sua bolsa em cima da mesma fazendo com que a loira voltasse de seu transe e se virasse de frente para ela.
-Perdão, estava tão distraída que não notei quando chegou – fala a loira aparentemente envergonhada.
-Notei que estavas com o pensamento longe – Haydée a analisa de cima a baixo.
-Perdoe minha ignorância, mas quem é você? – pergunta à loira.
-Eu sou sua patroa – diz Haydée ríspida.
-Você.. Quer dizer a senhora é Haydée Valverde?
-Sim – responde com indiferença – e você é?
-Sou Annie Schneider Rousset.
-Posso saber o que faz em minha sala? – pergunta erguendo uma sobrancelha..
-Apenas admirando a vista – voltando a olhar para a lagoa.
-Bom - sentando em sua cadeira – posso saber o que você faz em minha empresa?
-Sou estilista e sócia – não a encarando.
-Sócia? – perguntando incrédula.
-Sim. Possuo 35% das ações graças aos contatos que tenho na bolsa de valores. Aos poucos fui comprando algumas ações que estavam disponíveis na bolsa e agora sou a segunda maior acionista desta empresa.
-Então não é uma empregada?
-Não.
-E por que não disse antes?Não me lembro de ter lhe visto em alguma reunião de acionista – a fita de cima a baixo.
-Não sei. Geralmente que vai a essas reuniões é meu pai, ele que cuida dos meus negócios, e é meu representante legal – diz dando os ombros.
Haydée agora pode observá-la melhor. Annie possuía um rosto muito bonito, seus olhos eram azuis claros como o céu em dias ensolarados, mas eram distantes para não dizer tristes, tinha lábios medianos bem rosados, e possuía algumas sardas. Era sem dúvida uma linda mulher.
-Acredito que queira ficar só antes da reunião – diz Annie voltando-se para Haydée – Foi um prazer conhecê-la – sorri – até breve – sai da sala sem olhar para trás.
-Que mulher estranha, mas devo confessar que é linda. O que tanto ela olhava lá fora?
Haydée se levanta e observa a vista
-Havia me esquecido de como essa cidade é linda – esboça um sorriso de encantamento.
*Corredor*
-Senhorita Annie posso lhe falar um minuto?
-Claro.
-Estamos com um problema em uma das peças da coleção.
-Que espécie de problemas?
-Nós não estamos conseguindo chegar ao tom escolhido pela senhorita.
-Como não estão conseguindo? Eu deixei todas as dicas de como chegar ao tom daquela peça.
-Mas não estamos conseguindo alcançar o tom.
-Maldição! – diz com raiva.
-O que faremos?
-A peça já está pronta pelo menos?
-Sim, confeccionamos cerca de quinze peças idênticas para tentar chegar ao tom desejado pela senhorita.
-Separe três. Eu mesma vou cuidar disso. Agora saia porque preciso me preparar para uma reunião importante – diz ríspida.
-Sim senhorita.
-Droga! E essa agora? Diabos! Será que tenho que pensar e fazer tudo? – diz Annie indo para sua sala.
*recepção*
-O que aconteceu Pierre?
-Parece que a bruxa está mal humorada.
-Qual delas?
-A Senhorita Schneider.
-A Annie?
-Que intimidade é essa? Agora está chamando uma das poderosas pelo primeiro nome?
-Eu sou a secretária particular dela esqueceu? Tenho toda a liberdade para chamá-la de Annie.
-Que seja – dá os ombros.
-Por que diz que ela está de mau humor?
-Porque me deu uma bronca sem eu ao menos merecer.
-O que aconteceu?
-Não conseguimos chegar ao tom escolhido por ela em uma das peças.
-Ih! E agora?
-Ela disse que vai cuidar disso pessoalmente.
-Essa é minha Annie – diz sorrindo.
-Quanta intimidade.
-Não vou discutir com você. Ah! Você já sabe quem está aí?
-Não. Quem?
-Haydée Valverde.
-Mentira? Amarrota-me amiga, pois eu estou passada.
-Todos ficaram passados porque ela sempre participa das reuniões através de algum advogado, ou de vídeo conferência.
-Ninguém merece!
-Pois é.E você reclamando da Annie.
O Telefone da mesa de Marília toca.
-Deixe-me ver o que a Annie deseja.
-Ok! Eu voltarei ao trabalho – saindo.
-Pois não Senhorita Annie?
-Providencie chocolates e um urso de pelúcia para mim?
-Sim senhorita.
-Mande para a casa de minha irmã em meu nome direcionado para a minha sobrinha Carolina.
-Mais alguma coisa?
-Não obrigada.
A reunião ocorre bem. São apresentados alguns balanços, são discutidos alguns assuntos importantes etc. Haydée metralha seus empregados com perguntas tentando intimidá-los, mas estes mesmo com todo o nervosismo não deixam de responder a todas as perguntas de forma magnífica. Annie faz algumas observações, aponta alguns erros o que faz com que Haydée a note e a encare com certa curiosidade.
-Quero parabenizar toda equipe por estar realizando um excelente trabalho na empresa – Diz Haydée sorrindo pela primeira vez.
Todos saem da reunião contentes com o resultado. Annie ainda fica por alguns minutos na sala de reunião conversando com um dos diretores da empresa.
- O que você tem Annie?
-Porque está me perguntando isso?
-Eu te conheço lembra?
-Não consigo esconder nada de você mesmo. Ai meu amigo é o mesmo problema de sempre.
- Tem novidades do caso?
-Não – responde triste – nenhuma pista.
-O que pretende fazer?
- Ainda não sei. Ás vezes penso em desistir, mas algo me impede.
-Amor?
-Não sei se é amor.
- Você já falou sobre isso com os seus pais?
-Não – faz uma careta – Tenho um pouco de receio porque já brigamos muito por causa disso.
-Não acha que está na hora de sentar com eles e fazer perguntas?
-Você acha?
-Acho. Agora me responde uma coisa com toda sinceridade?
-Sim.
-Você está preparada?
-Para que?
-Annie já se passou dez anos, você não acha que ela vai te cobrar explicações?
-Eu já pensei sobre isso, mas Samuel eu tinha 16 anos, foi horrível.
-Se foi horrível porque agora você quer remexer nesse passado?
-Porque eu preciso fazer isso. Eu preciso voltar a viver em paz.
-Você sabe que não é culpada de nada.
-Eu sou sim a culpada. Eu a abandonei, a rejeitei, virei às costas no momento em que ela mais precisava de mim e do meu amor.
-Céus! Você era uma criança machucada e amedrontada.
-Nada justifica o que eu fiz.
-Então você não é a única culpada. Seus pais que resolveram tudo por você naquela época, pois você era menor de idade.
-Meus pais me ajudaram muito, não posso culpá-los por um erro meu.
-Annie pare de se sentir culpada.
-Não dá Samuel, eu sou a culpada. Eu provoquei aquilo – diz chorando.
-Não chore – a abraça.
Nesse momento Haydée entrara na sala para buscar uma pasta que havia esquecido em cima da mesa.
“- Ela está chorando?”
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Capitulo 4

CAPÍTULO 4

Ela se aproxima deles e pega a pasta.
-Desculpe. Eu não queria incomodar vocês, mas acabei esquecendo esta pasta – diz segurando a pasta.
-Não se preocupe não atrapalhou nada – diz Annie limpando as lágrimas.
“-Ela está mesmo chorando. O que será que aconteceu?”
-Queiram me desculpar, mas preciso resolver algumas coisas – diz Haydée prestes a sair.
-Senhorita Haydée – chama Samuel.
- Sim?
-Gostaria de convidá-la para uma confraternização da empresa.
-O que seria isso?
- É uma reunião que fazemos com os diretores e com os funcionários da empresa quando as noticias são favoráveis. É uma maneira de presenteá-los pelo trabalho prestado.
Haydée faz uma cara de desdém pensando em como seria esse tipo de festa.
-São para todos os funcionários? – pergunta fazendo uma careta.
-Sim. Desde os diretores até os faxineiros.
Haydée arregala os olhos pensando em uma recusa.
-É divertido – fala Annie pela primeira vez.
-O que julga divertido senhorita Schneider?
-As pessoas se conhecem melhor, e tiram a impressão que tem dos chefões da empresa.
-Hum!
-A senhora nos acompanhará?
-E quando seria essa “confraternização”?
-Neste final de semana.
-Mas acabamos de falar os resultados.
-Nós já temos os resultados há 1 semana, a reunião foi apenas para colocar os sócios a par da situação da empresa.
-Entendi. Qual o local escolhido?
-O Hotel Sheraton em São Conrado.
-Um hotel 5 estrelas?
-Sim – rindo- pensou que fosse um churrasco com música popular?
-Devo confessar que sim.
-Nós fazemos a reunião em hotéis 5 estrelas com número de convidados extras contados, existem regras. Não se preocupe, pois não haverá baderna.
-Então eu aceito o convite.
-Que bom. Deixarei o convite com a sua secretária.
-Ok! Agora precisa ir, até logo – saindo.
-Pensei que ela fosse mais brava – ri Samuel.
-Eu também – ri – mas ela é um pouco intimidadora.
-Por que diz isso?
-Estava na sala dela observando a vista e ela chegou me tratando como se fosse uma empregada dela.
-Sério? – pergunta em tom divertido.
-Sim. E você ainda tem a cara de pau de rir? – indignada.
-Perdão – segurando o riso – mas me conte. O que ela disse?
Annie conta a Samuel todo o ocorrido.
-Não foi tão intimidadora.
-Porque você não viu a cara que ela me olhava. Parecia que ia me comer viva.
-Cuidado.
-Cuidado com o que?
-Ela pode não te comer nesse sentido de matar, mas pode te comer – ri.
-O que quer dizer com isso? – confusa.
-Ela é Lésbica Annie.
-LÉSBICA? – pergunta assustada.
-Por que o susto? Que eu saiba você também deu suas voltinhas.
-Nada. Eu só não imaginei que a minha sócia fosse lésbica. Ela é assumida?
-Sim. Rola um comentário que ela foi deserdada pelo pai por causa disso.
-Nossa!
-Ela é bonita não?
-Que?
-Acorda! Estou perguntando se você não a achou bonita.
- Para falar a verdade nem reparei nela.
-Céus! Vou mandar lhe internar.
-Pare de ser chato Samuel.
-Acho que ela gostou de você – ri.
-Eu vou lhe bater – mostrando a mão.
-Bate nada – ri.
-Deixa a dona Sófia se inteirar desses assuntos.
-Você não seria capaz.
-Me amole e veras se eu não sou capaz.
-Credo!
-Agora vamos trabalhar paizão.
-Adoro quando você me chama de pai.
-Você é meu pai dois – o abraça.
-Se eu tivesse uma filha queria que ela fosse como você – faz um carinho na face de Annie.
-Ei! Eu sou sua filha – fazendo bico.
-Oh meu Deus! Que filha bicuda eu tenho.
-Palhaço! – dando-lhe um tapa.
*Hotel Copacabana palace*
-Já chegou minha menina?
-Não ainda estou em paris – diz em tom divertido.
-Isso são modos de falar comigo Haydée?
-Eu estou na sua frente e você me pergunta se eu já cheguei? Oras, o que quer que eu responda? Que sou um fantasma?
- Não precisa ser grossa.
-Oh Bá! Eu estou brincando com você – a enchendo de beijos.
-Sei.
-Oras! Dúvidas de mim?
-Claro que não.
-Então?
-Por que está tão feliz?
-Eu não estou feliz.
-Eu te conheço, ande me conte.
-Digamos que a reunião foi satisfatória.
-E que mais?
-Que mais o quê?
-O que mais aconteceu?
-Não aconteceu mais nada.
-Sei.
-Credo bá! Você está muito desconfiada.
-Se eu não te conhecesse diria que está aprontando alguma.
-Eu? – arregala os olhos.
-Não adianta me olhar com esses olhos azuis arregalados não, eu lhe conheço desde a barriga de sua mãe.
-Mas eu não estou aprontando nada.
-Me diga. Tem mulher bonita no escritório?
-Como eu vou saber?
-Ora, você passou o dia todo lá.
-E daí?
-Deve ter olhado para alguma.
-Você acha que vou correr atrás de mulher aqui?
-E porque não?
-Eu moro em São Paulo e viajo sempre. Não tenho tempo para essas coisas.
-Nem para aliviar?
-Aliviar o que Bá? – arregala os olhos.
-Você sabe.
- Bá o que está acontecendo com você? Andou bebendo? – cheira a boca da babá.
-O que está fazendo menina?
-Cheirando sua boca para vê se não tomaste álcool.
-Eu não bebi nada não.
-Mas parece que sim, pois está falando coisas aí.
-O que tem de mal em falar para minha menina catar alguém?
-Catar? – a olha assustada – Bá, que modos são esses?
-Ih! Não mude o foco não.
-Deus! Alguém fez lavagem cerebral na minha bá – assustada.
-Para de besteira menina.
-Você que começou.
-Eu quero lhe ver feliz novamente. Isso é errado?
-Errado não é, mas eu não preciso ficar me aliviando por aí com qualquer uma para ser feliz.
-Não sente falta?
-Falta de que?
-De sexo oras.
-BÁAAAA – grita arregalando os olhos.
-Anda responda.
-Bá eu tenho vergonha.
-Vergonha de mim?Eu limpei sua bunda por anos.
-Mas isso é diferente.
-E por quê?
-É intimo – ficando vermelha.
-É só responder sim ou não.
-Ta eu sinto muita falta, mas não quero me envolver com alguém que eu não conheça.
-Hum!
-Ih! Por que esse hum? Não vai tentar dar uma de cupido não.
-Não disse nada.
-Que não te conhece que te compre Bertha.
-Vai jantar?
-Não estou com fome.
-Tem que comer.
-Mais tarde, sim?
-Agora me responda.
-O que é dessa vez?
-Tem mulher bonita na empresa?
-Eu já lhe disse que não olhei.
-Impossível!Acho que seu gaydar não está mais funcionando. Estou vendo que a situação está critica para o seu lado.
-Gaydar? Você lembra?
-Pensas que esqueço as coisas? Estou velha, mas minha memória é boa.
-Você não é velha – ri - Hum! – faz uma cara safada- Eu bem que te dava uns pegas – agarrando-a.
-Sai para lá menina sem vergonha – empurrando Haydée.
-Ai bá – fazendo voz sexy - vem me fazer sua vem – agarrando-a e rindo muito.
-Me respeite menina – a empurrando.
-Bá eu estou brincando, mas quando você quiser é só chamar – pisca.
-Sua sem vergonha – segurando o riso.
-Você não sabe o que está perdendo, minha língua lhe levaria ao céu – rindo.
-Me respeite Haydée – dando um tapa na bunda de Haydée.
-Você pode brincar comigo e eu não posso brincar com você? – fazendo bico.
-Não dessa maneira.
-Quem estava me perguntando se eu não sinto falta de fazer sexo? Quem?
-Culpada – ri.
-Lembrei.
-Lembrou de que?
-Eu reparei sim em uma mulher lá na empresa.
-Sério?Quem é?
-É uma das acionistas.
-E como ela é?
-Bem bonita, mas não é para o meu bico.
-Por quê?
-Meu gaydar não detectou nada, e acho que ela tem caso com um dos diretores. Eu os encontrei abraçados, e ela estava chorando.
-Um abraço não que dizer nada, às vezes ele estava apenas consolando-a.
-Por falar neles, tenho algo a lhe propor.
-Ih!
-Já pensou besteira não é? Mas não é nada disso não.
-O que é então?
-Nos convidaram para uma social da empresa com os funcionários e eu quero que você me acompanhe.
-Eu?
-Aham! Por favor, não quero ir sozinha.
-E quando será isso?
-Final de semana.
-Nesse?
-Sim. Você já tem compromisso?
-Estava pensando em passear.
-Depois passeamos – faz cara de pidona.
-Você venceu.
-Você vai comigo?
-Sim.
-Por isso que eu te amo – a cobre de beijos.
-Sai para lá sua sem vergonha.
-Credo!  Eu só estava comemorando – se afasta.
-Sei.

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Capitulo 5

Capítulo 5

*Hotel sheraton – sábado*
-Acho que sua convidada de honra não virá.
-Está enganada – rindo - olhe quem está entrando ali – aponta para Haydée.
-Já vi que vai me trocar por essa aí – diz virando os olhos.
-Que menina ciumenta – dando lhe um beijo na testa.
-Bom – se levanta – vou procurar Carolina – saindo.
-Boa tarde senhorita Valverde.
-Me chame apenas de Haydée – diz sorrindo para Samuel.
-Ok Haydée.
-Quero que conheça minha Bá – diz Haydée – Bá esse é o Samuel diretor da empresa, Samuel esta é Bertha.
Ambos se cumprimentam com simpatia.
-Samuel você viu minha tia? – pergunta uma menina chegando até ele correndo.
-Ela saiu neste instante para lhe procurar Carol.
-Ela foi para que lado? – pergunta a menina olhando para todos os lados tentando encontrar Annie.
-Não vi, mas fique ao meu lado – passando a mão em volta do ombro da menina – daqui a pouco ela volta.
-Quem é essa lindeza? – pergunta Bertha.
-Eu me chamo Carolina – diz sorrindo.
-Você é muito bonita Carolina.
- A Carolina é sobrinha da Annie, sócia da empresa – diz Samuel sorrindo – Carol estas são Bertha e Haydée.
A menina cumprimenta as duas com um beijo no rosto.
-Carolina, você quer me matar de susto?
-Oi tia!
-Procurei você igual uma desesperada – diz aborrecida.
-O Samuel me prendeu aqui.
-Sei.
-Ela ia te procurar Annie, mas eu não deixei porque sabia que você voltaria.
-Entrei em pânico quando não a encontrei. Sua mãe me mataria se acontecesse algo com você.
-Ia mesmo – diz a menina sorrindo.
Annie olha para Haydée e para Bertha
- Boa tarde Srta Valverde!
-Boa tarde!
-Boa tarde senhora.
-Bertha.
-Como?
-Meu nome é Bertha meu anjo.
-Ah! Boa tarde Bertha! – diz um pouco sem graça.
-Perdão! Acabei de distraindo – diz Haydée – Srta  Schneider esta é Bertha, Bertha esta é Annie  Schneider.
-Muito prazer Srta Annie – estendendo a mão – sou Bertha.
-Muito prazer Senhora – sorrindo – por favor, me chame apenas de Annie.
-Ok Annie! E a senhora está no céu, me chame apenas de Bertha.
-Bá a senhora quer alguma coisa?
-Não minha menina.
-Bá? – pergunta Carol sem entender.
-É que eu sou babá dela desde o seu primeiro dia de vida – diz Bá sorrindo.
-Você ainda tem babá? – pergunta Carolina assustada.
-Tenho – fala sem graça.
-Você não é muito velha para ter babá?
- Carolina – Annie arregala os olhos para a menina chamando-lhe a atenção.
-Deixe-a – diz Haydée sorrindo – Eu não sou tão velha e a Bá não é mais minha babá.
-Não? Você a despediu?
- Não. Ela é como minha mãe, e como você disse, eu estou velha para ter uma babá – diz piscando para ela.
-Sei. Você está com vergonha de admitir que tem uma babá.
-Carolina – Annie a fuzila com os olhos.
-Que menina danadinha – diz Bertha sorrindo.
-Desculpem! A Carolina às vezes passa dos limites – dando um beslicão na sobrinha.
-Ai tia! – diz passando a mão onde Annie beslicou.
-Não se preocupe tenho uma igualzinha em casa – diz Bertha olhando para Haydée.
-Pronto – virando os olhos – vai começar.
-Tia eu quero ir para a praia.
-Primeiro a senhorita vai comer.
-Mas…
-Nada de mais Carolina.
-Não gosta de comer? – pergunta Bertha.
-Ela é terrível para comer Bertha.
-Haydée, eu acho que essa menina é sua filha.
-Como?
-É que são muito parecidas. Essa até hoje é um problema sério para comer. Só falta eu sentar com um chinelo do lado para fazê-la comer.
-Sou nada- dando língua.
-Carolina – diz virando-se para a menina - você acredita que ela faz drama e pirraça para comer? Ela só quer saber de comer porcaria.
-Que porcaria?
-Chocolate, bala, pipoca etc.
-Isso não é porcaria. É a melhor coisa do mundo.
-Concordo.
-Você gosta de toblerone?
-Amo.
-Eu tenho na minha mochila. Quer?
-Hum!
-Quer ou não?
-Quero.
-Vem comigo – pegando a mão de Haydée a arrastando para uma mesa.
-Essa menina não tem jeito.
-Ela está muito abusada isso sim.
-Annie deixe-a, parece que Haydée gostou dela. É bom que elas fiquem amigas – Bertha sorri – A minha menina está precisando de companhia.
-Você não conhece a Carol. Tenho medo de que ela chateie a Srta Valverde.
-Haydée parece ter gostado dela, ao contrário não estava sorrindo – diz apontando para Haydée e Carol que estavam voltando cada uma com uma barrinha de Toblerone na mão.
-Alguém quer? – Carolina oferece.
-Não obrigada – todos dizem em coro.
-Tio Samuel a Sófia está te procurando.
-Eu vou ver o que minha esposa deseja – diz Samuel saindo.
-Odeio aquela bruxa – Carol virando os olhos.
-Carolina – Annie chama-lhe a atenção.
-A Haydée viu como ela falou comigo, não foi? – virando para Haydée que faz sim com a cabeça.
-Ela fez o que Carol?
-Olhou com nojo e perguntou onde estava o tio Samuel. Aí eu disse que estava com você e ela fechou a cara.
Bertha analisa a situação e lembra-se da mulher que Haydée havia comentado com ela.
-Ela não pode lhe tratar assim – diz Annie furiosa.
-Tia eu não gosto dela, preferia a tia Carmem, não sei o que o tio Samuel viu na Sofia.
-O paizão é muito inteligente para os negócios, mas é tão burrinho nos relacionamentos.
-Paizão? – pergunta Bertha curiosa.
-É que eu conheço o Samuel desde pequena. Ele é o melhor amigo do meu pai – sorri- E eu o chamo de paizão porque ele é como um pai para mim.
-Entendi.
-A Sófia tem ciúmes da minha tia.
-Ciúmes?
-Sim, mas razão para tal ciúme eu desconheço.
Elas conversam um pouco e logo vão se sentar, pois o almoço será servido.
Almoçam em harmonia. Bertha ama Carolina. A menina por sua vez fica encantada por Haydée. As duas ignoram completamente o restante das pessoas batendo um papo altamente divertido.
-Hay, me dá seu número?
-De que?
-Do sou celular oras – virando os olhos.
-Vai me ligar?
-Claro.
-Eu moro em São Paulo.
-E daí? São meus pais que pagam a conta – diz a menina rindo.
-Que danadinha.
Haydée passa todos os seus números para Carolina que salva um por um na memória de seu celular.
-Você está perdida.
-Como?
-Ela vai lhe perturbar.
-Não tem problema – Haydée sorri.
-Hay, você está de biquíni por debaixo da roupa?
-Não.
-Droga!
-O que aconteceu?
-Eu queria alguém para ir comigo a praia – fazendo bico.
-Isso não é problema. Eu vou à praia com você, mas não vou me molhar.
-Assim não tem graça. Está igual à tia Annie que só quer saber de ficar se bronzeando e não vai à água comigo – faz manha.
-Ei! Eu vou sim à água com você.
-Vai nada. Fica só na areia com o baldinho – cruzando os braços.
-Que menina brava – ri Bertha divertida.
-O que você acha de irmos à praia amanhã? – Haydée sorri.
-Que tal ir hoje e amanhã?
-Carolina!
-Você venceu.
-Venci o que?
-Vamos vê se eu encontro alguma loja de venda biquíni e eu vou à praia com você.
-Sério? – pergunta com os olhinhos brilhando.
-Sério! Vamos levante.
-Oba!
As duas saem de mãos dadas indo em direção a entrada principal do hotel.
-Acho que sobramos Annie.
-É verdade.
- Me conte mais de você.
-O que quer saber?
-Tudo – ri.
-Tudo é difícil, mas pode perguntar o que quer saber que eu respondo.
-Quantos anos têm?
-Farei 27 dentro de alguns meses.
-Tem namorado ou namorada?
-Não – sorri.
-E por que não?
-Não encontrei a pessoa certa para me envolver.
-Está igual minha menina.
-Por que diz isso?
-Ela ainda não encontrou uma companheira que preste.
-Entendo.
-Você sabia?
-De que?
-Que minha menina é lésbica? – receosa.
-Sim.
-Não se importa?
-Por que deveria me importar? A vida é dela.
-Que bom que não é preconceituosa.
-Nem tinha como eu ser preconceituosa com relação a isso.
-Por quê?
-Eu sou bissexual.
-Sério?
-Sim. Por que o espanto?
-Não imaginava.
-Ninguém imagina. Eu sou muito discreta em minhas saídas com mulheres.
-Tem medo de fofocas?
-Mais ou menos.
-Você não deve ter vergonha menina.
-Mas eu tenho um pouco de receio, pois sociedade não aceita muito bem homossexualismo – faz uma careta – e todas as mulheres que eu me envolvi foram apenas para… - não termina de falar.
-Para aliviar?
-O que?
-Todas as mulheres que você se envolveu apenas serviram para te aliviar com relação ao sexo?
-Quase isso. Digamos que as mulheres são mais companheiras que os homens e muito mais carinhosas, mas era algo fictício, não existia amor.
-Minha menina pensa igual.
-Elas estão demorando – olha para o relógio –Estou ficando preocupada.
-Não fique, pois elas já chegaram – diz Bertha apontando para Haydée que entrava com Carol.
-Oi tia! Oi Bá!
-Vocês demoraram.
-Tia a Haydée é pior que você para escolher roupa, ela fez a vendedora mostrar todos os biquínis da loja – ri Carol.
-Exagerada – diz Haydée rindo.
-Exagerada? – indignada – Você fez à pobre subir e descer as escadas um milhão de vezes.
-Carol a Haydée é estilista de moda, logo ela é muito exigente com as roupas.
-Igual à tia Annie. Nem quero pensar no que são essas duas juntas nas ruas de Paris e Nova York – diz a menina virando os olhos.
Todos caem na risada com o comentário da menina.
-Agora vamos para a praia?
-Claro! – animada – Vocês não vêem?
-Sim claro – falam em coro.

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Capitulo 6

Capítulo 6

***Praia ***
Assim que chega á praia o quarteto se acomoda em um quiosque e Bertha pede uma rodada de água de coco para todas. Ambas tomam a água de coco conversando animadamente sobre vários assuntos e admirando a bela paisagem.
-Minha menina nós temos que nos mudar para o Rio, olhe que paisagem – diz encantada.
-Estava pensando em comprar uma cobertura, mas não tenho idéia do lugar.
-Por que você não compra uma cobertura perto da minha tia?
-Como?
-Ela mora em frente à lagoa, lá é lindo – diz a menina.
-Você mora perto do escritório?
-Sim. Eu comprei uma cobertura recentemente na Av. Epitácio pessoa. Estou reformando para então me mudar.
-O bairro é tranqüilo?
-O que é tranqüilo para você?
-Não gosto de vizinhos inoportunos, nem de algazarra.
-O bairro é digamos que tranqüilo, existem muitos idosos. Algazarra pode ter nos finais de semana, mas morando em cobertura você não tem muito com o que se preocupar, pois o barulho não incomoda tanto. Eu particularmente odeio barulho, por isso mandei trocar todas as janelas por janelas à prova de som.
-Você tem que ir à casa da minha tia está ficando linda. Eu tenho um quarto lá, você pode dormi comigo, não me incomodo de dividir minha cama com você não – diz animada.
-Vejo que alguém vai morar com você Annie.
-Essa menina não sai do meu pé – dando um beijinho na cabeça da menina.
-Vocês se parecem muito.
-Todo mundo fala que eu sou filha da tia Annie.
Annie muda o semblante no mesmo instante, e isso não passa despercebido.
-Seus olhos são lindos – diz Haydée encantada.
-São iguais o da tia Annie e da Vovó. A minha mãe tem olhos escuros e meu pai tem olhos verdes, e eu nasci com esses lindos olhos azuis. Os seus também são lindos, mas são estranhos – diz a menina olhando Haydée.
-Como assim estranhos?
-Eles são azuis iguais aos meus, mas o seu é meio cinza.
-São iguais os da minha mãe – diz Haydée sorrindo.
-Todo mundo puxou a mãe, menos eu – diz triste.
-Por que diz isso?
-Eu não sou parecida com a minha mãe, nem com o meu pai, sou a cara da minha vó e da tia Annie. Minha mãe puxou ao meu avô, é morena de olhos castanhos. O meu pai é loiro de olhos verdes. Eu sou loira de olhos azuis.
-Você é loira igual ao seu pai – diz Haydée rindo.
-Carol, nem sempre os filhos parecem com os pais. Olhe sua tia e sua mãe, elas são totalmente diferentes, mas são filhas dos mesmos pais.
-Eu sei, mas é que todas minhas amigas são parecidas com as mães e eu não – triste.
-Deve ter muitos traços que você é semelhante com a sua mamãe. Não tem que ser necessariamente a cor dos olhos ou cor dos cabelos – diz Haydée tentando quebrar o clima de melancolia da pequena.
-Meu avô diz que eu tenho o sorriso da minha mãe e as sobrancelhas dela – diz rindo.
-Então você é parecida com a sua mãe – diz Bertha rindo.
-Acho que sim – diz animada.
Annie fica um tanto quanto pensativa.
-Annie?
-Oi?
-O que aconteceu?
-Como?
-Você estava distante.
-A minha tia vive assim – diz Carol.
-Estava pensando em algumas coisas – dá um suspiro.
-Pelo que vejo são tristes, quer ajuda? – se oferece Bertha.
-Sim são tristes, mas deixa para lá. Obrigada!
-Vamos para areia? Eu quero ir para o mar – sugere Carolina.
-Vamos! – todas respondem.
O quarteto vai para areia e lá elas alugam guarda-sol e cadeiras de praia. Annie espera elas se acomodarem e sai alegando que voltaria logo.
Rapidamente Carolina tira o vestido que estava usando ficando apenas de biquíni. Esta já estava puxando Haydée pelos braços quando Bertha intervêm:
-Vamos passar protetor, mocinha? O sol está muito forte.
-Sim – se aproximando de Bertha que gentilmente passa protetor no corpo de Carol.
Haydée se levanta da cadeira tirando a Saída de praia que estava usando ficando apenas de biquíni. Ela olha para Bertha e Carol e sorri.
-O que foi menina?
-Hã?
-Está com cara de boba. Aconteceu algo?
-Não. Eu estava olhando você com a Carol e lembrei-me de minha infância.
-Momentos felizes.
-Sim.
-Tiaaaaaaa – diz a menina arregalando os olhos.
-O que foi menina? Que cara é essa? – Bertha se assusta e olha para a direção que Carol estava olhando.
-Nossa!
-O que foi? Parece que viram um fantasma – diz Annie sorrindo.
-Vo… Você está de biquíni – diz a menina assustada, pois sempre vira a tia de maiô.
-Resolvi voltar a usar biquíni – diz sorrindo.
-Você não usava? – pergunta Bertha curiosa.
-Não – dando um sorriso sem graça - Eu tinha vergonha.
-Cadê a Hay?
-Estou aqui – Responde Haydée chegando com uma garrafa de água.
Os olhares de Annie e de Haydée se encontram, ambas ficam de boca aberta ao olharem uma para a outra. Haydée come Annie com os olhos, fitando todo o seu corpo com um olhar de desejo. Bertha ao olhar a cara de Haydée ri divertida e chega perto da mesma e diz:
-Acho melhor comprar um babador – sussurra no ouvido de Haydée.
-Er… Alguém quer água? – diz uma Haydée um pouco encabulada.
-Eu quero – diz Annie pegando a água da mão de Haydée.
Haydée fica olhando para a loira tomar água totalmente encantada.
“-Droga Haydée! Pare de olhar para ela com cara de boba. Céus! Como é linda. Ai que tesão! Droga! Maldição! Eu preciso arranjar uma mulher urgente para me aliviar”.
-Toma.
-Não quer mais?
-Não – diz Annie sorrindo tirando o shortinho jeans ficando apenas de biquíni.
“- Essa mulher vai me matar, que corpo lindo. Droga! preciso ir para a água, ainda bem que nasci mulher porque se fosse homem já estaria com o membro ereto de tamanha é minha excitação”.
-Carol, vem vamos para a água – puxa a menina.
-Você tem um corpo lindo – elogia Bertha.
-Obrigada.
-Você malha?
-Comecei a malhar tem alguns meses. Eu me acho muito magra, estou na dieta do engorda como diz a Carol.
-Você tem porte de modelo.
-Todo mundo diz isso, quando eu era mais nova viviam me fazendo propostas, mas sou tímida.
-Haydée foi modelo infantil, mas abandonou as passarelas quando entrou no colegial.
-Ela é bem alta e bonita.
-Acha minha menina bonita?
-Sim. Ela é muito bonita.
Annie senta-se ao lado de Bertha, mas fora do guarda-sol. Passa bronzeador em seus braços e ao passar em sua barriga algo chama a atenção de Bertha. A mesma ia perguntar algo, mas é interrompida pela chegar de Carol e Haydée.
-A água está perfeita – diz Carol ofegante.
-Bá, essa daí - apontando para Carolina – Quase morrendo afogada – diz rindo.
-Mentira Bá, ela que levou caixote e me carregou junto – mostrando a língua.
-Vocês duas – diz Bertha rindo.
-Tia?
(silêncio)
-Tiaaa – grita Carolina – Ah! Já sei – tirando os fones de Annie – Tia?
-Ai que susto!  O que foi?
-Posso comprar sorvete?
-Pode – diz se Ajeitando na cadeira – Pegue minha bolsa – apontando para a bolsa.
Carolina pega a bolsa e dá para Annie.
-Quanto você quer?
-Não sei quanto custa o que eu quero.
-Toma – dando uma nota de 20 reais para a menina.
-Obrigada! – se vira para Haydée – Quer ir comigo?
-Agora não. Estou cansada pede Bertha para lhe acompanhar.
-Vamos Bertha?
-Sim.
-Carol?
-Oi?
-Leve mais dinheiro – abrindo a bolsa – compre sorvete para todo mundo – dando uma nota de 50 reais para a menina.
-Desse jeito vou comprar é a sorveteria toda – diz sorrindo – Você quer de que?
-Limão.
- E você Hay?
-Menta e chocolate.
-Vocês têm cada gosto – diz a menina revirando os olhos – Vamos Bertha – Puxa a Mão da senhora.
Annie ri sozinha e volta a escutar música, ignorando por completo a existência de Haydée.
Haydée fita aquela beldade ao seu lado com o corpo brilhando devido ao bronzeador.
“-Como é linda. Que corpo! Que seios fartos e que barriga lisinha.”
Os pensamentos de Haydée são interrompidos por uma bela voz cantando
Forse bastava respirare
Solo respirare un pò
Fino a riprendersi a ogni battito
E non cercare l’attimo
Per andar via
Non andare via
Perchè non può essere abitudine
Diciembre senza te
Chi resta qui
Spera l’impossibile
Invece no
Non c’è più tempo per spiegare
Per chiedere se ti avevo datto amore
Io sono qui
E avrei da dire ancora
Ancora
Annie de repente sente um olhar em cima dela e se vira para Haydée que a olha intensamente. Sente seu rosto arde com aquele olhar em cima dela e para de cantar.
-Estava cantando muito alto? – pergunta sem graça.
-Oi? – voltando a si.
-Eu perguntei se estava cantando muito alto – ri.
-Não – rindo – Eu estava tentando traduzir a música – Rindo.
-Você entende Italiano? – pergunta curiosa.
-Claro. Vivi um ano em Milan.
-Eu vivi 3 anos fazendo faculdade.
-Você fez onde?
-IED e você?
-Também, mas fiz na da Espanha.
-Que legal! Sinto saudades de lá.
-Eu não sinto saudades de Madrid, mas sinto de Milan, conheci muita gente legal lá.
-Eu também.
-De quem é essa música que você estava cantando?
-É da Laura Pausini. Você conhece?
-Quem não conhece a Laura? Qual é o nome da música? Não lembro ter escutado-a.
-Invece no. É a música do novo cd dela, tem uma versão em português linda titulada como: Agora Não.
-Talvez bastasse respirar, somente respirar um pouco.
Até recuperar cada batida,
E não buscar um momento para ir embora.
Não vá embora.
Porque não se pode ser hábito
Dezembro sem você.
Quem fica aqui, espera o impossível
Invés disso, não há mais tempo para explicar
e perguntar se eu te dei amor.
Estou aqui, e haverei de te dizer, ainda.
Ainda.
-Que?
-Essa é a tradução da música que você estava cantando.
-Nossa!
-O que foi?
-Não pensei que você tinha reparado na letra – ri.
-Eu disse que estava tentando traduzi-la, além do que eu tenho uma boa memória.
-Estou vendo – ri – Quer escutar a música toda? – diz oferecendo um fone.
-Claro – chegando perto de Annie pegando um fone.
-Acho melhor agente deitar.
-Que? – pergunta arregalando os olhos.
-Deitar - ri- Pegue minha canga Ali, por favor.
Haydée pega a canga e passa para Annie que a estende na areia imediatamente.
-Odeio essas cadeiras de praia, minha bunda dói - diz se ajoelhando na canga.
-Gostosa – grita um cara – Se você ficar de quatro eu perderei a cabeça e te como aqui mesmo.

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Capitulo 7

Capítulo 7

-De quatro Assim? – grita Annie ficando de quatro.
Nesse momento Haydée está com os olhos arregalados.
-Oh delícia! – diz o cara de aproximando e dando um tapa na bunda Annie.
-Seu tarado – diz beijando o rosto do cara - Por que não disse que vinha para praia?
-Decidi de última hora.
-Ai perdão! Haydée este é Sérgio meu irmão. Sergio está é Haydée minha sócia.
-Muito prazer! – diz estendendo a mão para Haydée.
-Muito Prazer! – apertando a mão de Sérgio.
-Cadê sua noiva?
-Ficou em casa.
-E você perambulando pela praia, sozinho? Não acredito.
-Quem disse que estou sozinho? – ri.
-Não está?
-Claro que não, eu nunca estou sozinho.
-Não acredito que você… – dando uma tapa no braço do irmão.
-Annie você sabe muito bem que eu só não dou um pé na bunda da Heloísa por causa da mamãe.
-Por causa da mamãe? Por acaso nossa mãe que vai comer a Heloísa depois que vocês estiverem casados?
-É só colocar um saco na cabeça dela e um pano na boca que eu a como pensando em outra – dando um sorriso sarcástico – ela é bem gostosa quando está de boca fechada.
-Você não presta – dando um tapa no ombro do irmão - Sério termina logo, por mais que ela seja uma ciumenta e chata, ela não merece que você a traía.
-Não é tão fácil terminar, são 6 anos.
-E daí? Melhor terminar agora do que os dois saírem machucados.
-Falemos de outra coisa – olha para Haydée – sua sócia está com uma cara de que está perdida na nossa conversa.
-Haydée?
-Oi?
-Senta – ri.
-Ai desculpe - diz se sentando na canga ao lado de Annie tirando os óculos.
-Ual!
-Que foi Sérgio?
-Olha os olhos dela – aponta para Haydée.
-Nossa!
-O que foi? – pergunta Haydée não entendendo nada.
-Seus olhos estão incrivelmente azuis – responde Annie pegando um espelho – olhe.
-Nunca mais os vi assim – diz Haydée olhando os próprios olhos.
-Seus olhos são estranhos, eles são azuis, mas ao mesmo tempo cinza.
-Carol falou a mesma coisa.
-Carol? Você conhece a conhece?
-Sim.
-A Carol foi comprar sorvete, já já ela está aqui.
-Então me deixe ir porque como disse não estou sozinho e não quero que Carol de uma fora na frente da Heloisa.
-Ok!
Sérgio se despede de Haydée e Annie, saindo logo em seguida.
-Desculpe!
-Por?
-Por meu irmão, às vezes ele é um pouco sem noção.
-Eu me assustei quando ele te deu um tapa.
-Ele sempre brinca dessa maneira – ri – quando éramos adolescentes todo mundo pensava que éramos namorados, pois eu vivia apertando a bunda dele e ele a minha.
-Que legal!
-Você tem irmãos?
-Tinha.
-Morreram?
-Para mim sim.
-Não entendi.
-Algum dia quem sabe eu te conte.
-Ok!
-Vamos escutar música?
-Sim.
Annie deita-se na canga e Haydée faz o mesmo, e ambas ficam de olhos fechados escutando música.
Bertha chega primeiro e vê Haydée e Annie deitadas lado a lado dividindo fone.
“- Acho que já começaram a se entender – pensa feliz”
-Bertha me ajuda – perde Carol atolada com as sacolas.
-Claro! – pegado as sacolas na mão da menina.
-Tia - grita carol.
-Oi linda!
-Aqui o seu sorvete – diz entregando uma sacola para Annie – E aqui o seu Hay – colocando a sacola na barriga de Haydée que continuava deitada e pula ao sentir o gelado.
-Que susto!
-Notei – diz a menina rindo.
-Aqui tem sorvete para um batalhão Carolina – diz Annie abrindo o pote.
-Eu te ajudo – rindo.
-Olho grande.
-Aqui está o troco Annie – diz Bertha dando o dinheiro para Annie que pega e joga na bolsa.
-Bertha, vai comigo até a beirada?
-Termine o seu sorvete primeiro – diz Annie.
-Eu não vou entrar, mas é que eu vi uma menina da minha turma e quero falar com ela tia.
-Vamos menina.
Carol e Bertha saem.
-Que delícia esse sorvete, estou quase tendo um orgasmo.
-Eu também. Você conhece essa sorveteria?
-Pelo gosto, acho que é a sorveteria Itália.
-Depois pedirei Carol para me dizer por que acho que estou viciada – diz rindo.
-Eu sou viciada em doce e em besteira.
-Eu também. Bertha diz que fica surpresa porque meus dentes nunca tiveram tantas caries e eu sempre comi muito doce.
-Então você precisa ir à casa dos meus pais, a Maria faz cada sobremesa que pelo amor de Deus, sério até a mulher mais frigida tem orgasmos múltiplos comendo as sobremesas dela.
-Irei – diz Haydée rindo.
-Pensei que você fosse chata.
-Digo o mesmo – as duas caem na risada.
-Desculpe por aquele dia na sua sala, eu sempre vou lá olhar a paisagem antes das reuniões que são bem estressantes.
-Sua sala não tem aquela vista?
-Não. A minha é do outro lado, por isso invadi a sua.
-Agora que eu vou ter orgasmos graças a você, pode ir a minha sala usufruir da vista – diz rindo.
-Orgasmo por minha culpa?
-Sim. O sorvete e as sobremesas dessa Maria.
-Ah!
-Pensou besteira?
-Confesso que sim – ficando vermelha.
-Então dê a mão a Bertha, pois ela sempre pensa besteira de tudo que eu falo.
-A Bertha é bem legal, estive conversando com ela hoje cedo. Ela tem um enorme carinho por você.
-Ela é mais que uma mãe, é a pessoa que eu mais amo no mundo – suspira – Não sei o que faria sem ela – encara Annie - Hum! – diz olhando para Annie.
-O que foi? Por que está me olhando com essa cara?
-Hum! – se aproxima de Annie ficando bem perto dela.
-O que foi? – pergunta com um fio de voz.
-Hum! – pegando um pouco de sorvete de Annie e se afastando rindo – estava com desejo de provar esse sorvete.
-Gulosa– diz Annie rindo.
-Você não sabe o quanto - ri.
-Quer mais? – oferece.
-Vai me dar fácil assim? – pergunta desconfiada.
-Vou – ri – Não agüento mais, estou a ponto de explodir – coloca a mão na barriga.
-Então eu quero – diz pegando o potinho da mão de Annie.
-Seu olho grande, e o seu?
-Eu já comi tudo – ri.
-Credo! Você tem uma solitária na barriga.
-Nem tinha tanto assim.
-Só 700 ml – ri.
-Eu já tomei dois litros em dia de fossa.
-Eu quando fico assim emagreço, não consigo comer nada.
-Eu como e muito – ri.
-Você só sabe ri.
-Ué! A minha analista disse que rir faz bem a saúde, estou seguindo recomendações médicas.
-Sei. É verdade para que levar a vida a sério, se todos nasceram de uma gozada?
-Essa foi podre – diz Haydée controlando o riso.
-Foi nada – dando a língua.
-Foi sim – rindo.
Horas mais tarde *casa dos pais de Annie*
- Tia – chama Carol.
-Oi princesinha – fala Annie dando um beijo na testa da menina.
-Adorei passar o dia com você, tia Hay e a Bertha. Nós vamos fazer isso mais vezes, né?
-Claro!
-Oba!
*Hotel Copacabana palace*
-Estou morta Bá – diz Haydée se atirando no sofá depois de uma chuveirada.
-Imagino – diz Bertha rindo de sua menina que parecia um camarão de tão vermelha.
-Do que você está rindo? – pergunta Haydée se endireitando no sofá.
-Já se olhaste no espelho?
-Já – diz fazendo uma careta e virando os olhos – esses protetores de farmácia não prestam, estou que não me agüento.
-Quem mandou seguir os passos da Annie?
-O que você queria que eu fizesse? – pergunta indignada.
-Pensas que não notei seu olho para ela?
-Do que você está falando Bertha?
-Do seu olho gordo para cima da Annie.
-Que Mané olho gordo Bertha, esqueceu que ela é heterossexual?
-Quem disse? – pergunta divertida.
-Eu a vi secando um dos caras que estava jogando vôlei.
-E se ela fosse bissexual?
-Eu saberia.
-E posso saber por quê?
-Meu gaydar ora – diz virando os olhos.
-Seu gaydar está ruim – diz Bertha rindo e saindo.
-Como assim meu gaydar está ruim? – pergunta para si mesma – BERTHA – sai correndo atrás da Bá.
-O que foi menina?
-Desembucha.
-O que?
-Tudo que você sabe da Annie.
-Ela é bissexual, tem 26 anos, é divertida, bonita, carinhosa, mas guarda algo consigo. O seu olhar é triste e às vezes distante.
-Hum!
-Vai pega-la?
-Que?
-Vai se aliviar com ela?
-Bertha eu não penso em sexo 24 horas por dia, além do que eu não gosto de me envolver com gente bissexual.
-E porque não?
-Bertha, os bissexuais são um inferno, olham tanto para mulher como para homem. E eu sou ciumenta ao extremo. Envolver-me com a Annie seria estressante. Ela é muito bonita, você tinha que ver os homens na praia, eu perdi as contas de quantos quase caíram ao passar perto dela, fora os caras de pau que pediram o telefone dela ou simplesmente deixaram os deles para ela.
-Você é muito insegura.
-Digamos que tenho motivos, pois sempre fui a chifruda da história.
-A Annie me pareceu ser bem séria.
-Todas são no começo.
-Eu nunca me engano. Sempre te avisei sobre se envolver com modelos.
-Eu sei – diz virando os olhos - Mesmo assim a Annie nunca me daria bola.
-Por que não?
-Bertha ela pode ter quem ela quiser, e eu moro longe esqueceu?
-Para que existe avião?
-Bertha eu jamais deixaria minha mulher sozinha, iria pirar longe dela.
-Você sente algo pela Annie?
-Não posso dizer que existe sentimento porque a conheço há muito pouco tempo. Tudo o que eu posso dizer é que ela mexeu bastante comigo, e me deixou cheia de tesão com aquele biquíni que não escondia nada.
-Você notou?
-O que?
-A cicatriz que ela tem na barriga?
-Não. Por quê?
-Ela tem uma cicatriz parecida com uma cesárea, mas é muito pequena para ser uma.
-Ai Bertha! Você e sua mania de detetive, nem todas as cicatrizes na barriga são sinais de gravidez.
-Com o tempo irei descobrir.
-Bertha se controle, e não se meta na vida da Annie.
- O que você vai fazer?
-Fazer com que?
-Como vai conquistá-la? Pensas que eu não vi seus olhos? Até quando você vai agüentar?
-Você não alivia uma – ri.
-Jamais!
-Eu não sei – morde o lábio inferior - primeiro vou observá-la, mas o problema Bertha é que eu não quero nada sério e você sabe disso, mas eu também não quero me envolver com a Annie e fazer ela se sentir usada.
-Acho que deves investir.
-Falas isso porque gostaste dela – ri.
-Parece ser uma boa moça, e ela sabe que você é lésbica.
-Sabe?
-Sabe. Conversamos sobre isso quando você saiu com a Carol.
-E o que ela falou?
-Que não tem preconceito e que era bissexual.
-Esse é o problema – respira fundo - ela é bissexual.
-Você não se garante?
-Me garanto, mas o problema é que eu não sei se ela tem preferência por mulher ou por homem.
-Pergunta.
-Claro! Vou chegar nela e dizer: Annie, você prefere homem ou mulher?
-É só você ser discreta e ganhar a confiança dela. Convide-a para sair.
-Dá um tempo cupido.
-Você quem sabe – diz dando os ombros.

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Capitulo 8

Capítulo 8

* casa dos Pais de Annie*
“- A Haydée parece ser uma pessoa legal, confesso que é totalmente diferente do que eu imaginava. A Carol a adorou. Notei que a Bertha ficou olhando para a minha cicatriz na barriga, pela primeira vez isso não me incomodou, me senti bem ao lado delas.
A Haydée é lésbica e eu caí na besteira de dizer para a Bertha que sou bissexual, mas o que é que tem? Sou solteira e a Haydée também. Ela é uma gata, qualquer mulher pira ao lado dela, mas não me envolveria com ela porque ela é minha sócia. Se tivesse alguma coisa com ela seria apenas sexo como foi com todas as outras que tive, no momento não estou pronta para uma relação… Credo! “Annie você vai acabar pirando – ri de seus próprios pensamentos”.
-Filha?
-Oi mamãe! – diz Annie saindo dos seus pensamentos.
-Não vai jantar?
-Não estou com fome, comi muito na praia.
-Ok!
*Hotel Copacabana palace*
“– A Bertha vai encher o meu saco com essa história da Annie. Não quero machucá-la, não dei o meu braço a torcer a Bertha porque senão ela começa com as ladainhas dela de cupido e eu não estou com a menor vontade de me envolver com ninguém, muito menos com a Annie que parece ser uma pessoa maravilhosa.”
Trim Trim
-Que será? – diz Haydée pegando o celular – Aló!
-Oi tia!
-Quem é?
-Carolina.
-Oi meu amor!
-Estava dormindo?
-Não – ri – A que devo a honra da sua ligação?
-Queria saber se era mesmo o seu número.
-Não acreditas em mim, é?
-Estou brincando tia, eu liguei para fazer um convite e não aceito não como resposta.
-Nossa! Não tenho opções de fuga?
-Não.
-Ok! Diga-me, ou melhor, faça seu convite.
-Amanhã vamos à lagoa?
-Fazer o que lá?
-Andar de patins, comer tapioca, olhar a paisagem, andar de pedalinho, andar de bicicleta na ciclovia.
-Posso levar a Bertha?
-Não pode, você tem que levar a Bertha – ri.
-Ok mocinha! – diz em tom divertido – Que horas?
-De manhã, e não marque compromisso, pois você passará o dia todo com agente.
-Com agente?
-Sim, comigo e com a tia Annie.
-Ah!
-Algum problema?
-Não. Aonde e a que horas nos encontramos?
-Ás nove horas em frente ao heliporto.
-Estarei lá.
-Tia?
-Fale.
-Você tem patins?
-Não, mas posso comprar.
-Então compre e leve amanhã.
-Ok!
-Até amanhã tia.
-Até amanhã! Durma bem.
-Você também. Tchau!
-Tchau meu amor!
*casa de Annie*
-Com quem estava falando? – pergunta Annie entrando no quarto.
-Com a Haydée, estava convidando-a para passar o dia com agente na lagoa.
-Ela aceitou?
-Sim-responde com um sorriso de orelha á orelha.
-Que horas?
-Nove horas no heliporto.
-Então mocinha – sentando na cama – Está na hora da senhorita dormi – diz acariciando a face da menina.
-Dorme comigo? – faz manha.
-Durmo – sorri.
Annie se deita ao lado de Carolina que se aconchega á tia passando o braço da mesma sobre o seu corpo. Ficando de conchinhas abraçadinhas.
*sala*
-Cadê Annie e Carol?
-Devem está no quarto.
-Vou vê-las.
Ângela chega ao quarto e se depara com a cena mais linda do mundo. Annie e Carolina dormindo abraçadinhas.
-O que foi amor?
-Olha – diz apontando.
-Acho que a Carolina está trazendo nossa Annie de volta outra vez.
-Aham! – diz emocionada.
-Vem – pega a mão da esposa – vamos deixá-las dormi.
*hotel Copacabana palace*
-Que sorriso é esse?
-Qual?
-Esse que está na sua cara de boba.
-A Carolina acabou de me ligar.
-Já? Que menina rápida no gatilho.
-Ela nos convidou para sair amanhã com ela e com a Annie.
-Que horas?
-Nove horas da manhã.
-E para aonde vamos?
-Para a lagoa.
-Hum!
- Me lembre que amanhã tenho que comprar um par de patins.
-Para que?
-Para andar.
-Creio que não vai encontrar nada aberto antes das nove.
-Será?
-Amanhã é domingo, as lojas abrem tarde.
-Então o patins ficará para outro dia – diz fazendo uma careta.
*casa dos pais de Annie*
8 horas da manhã
-Bom dia pai! – Dá um beijo na cabeça do pai.
-Bom dia Annie! – Olha por cima dos óculos.
-Cadê a mamãe?
-Na cama – ri.
-Célia – chama Annie.
-Me chamou senhorita?
-Sim. Prepara uma vitamina de banana para mim?
-Claro.
-Por que acordou tão cedo?
-Carolina combinou com a Haydée de passar o dia na lagoa.
-A Carolina gostou mesmo dela.
-Aham!
-Quer que peça para o motorista colocar as coisas no seu carro?
-Quero. Pede para ele colocar a bicicleta da Carolina, a minha e as outras duas que estão na garagem, o patins e o patinete da Carolina porque eu não vou ficar voltando em casa para pegar nada não.
-Ok! – diz o pai de Annie se levantando da mesa e indo para a área de serviço falar com o motorista.
-Bom dia tia! – diz Carolina sonolenta se sentando ao lado de Annie.
-Bom dia princesinha!
-Aqui está sua vitamina senhorita Annie.
-Obrigada Célia!
-Deseja alguma coisa menina Carolina?
-Faz mate para mim?
-Faço – diz Célia sorrindo.
-Obrigada!
-Você já tomou banho?
-Vou tomar depois do café da manhã – passando nutela em um pedaço de torrada.
-Já são – olha o relógio – 08h15min da manhã, tome seu café rápido porque você demora muito para se vestir.
-Ok!
-Bom dia minha princesinha!
-Bom dia vovô!
-Quer dizer que você e sua tia vão nos abandonar hoje?
-Sim, vamos sair com a Bertha e a Haydée.
-Já avisou sua mãe?
-Aham!
*Copacabana palace*
-Acorde menina.
-Não – diz cobrindo a cara.
-Acorde, já são quase 08h25min.
Haydée da um pulo da cama assustando Bertha.
-Preciso me arrumar – diz ainda perdida – você já está pronta?
-Sim. Já pedi o café da manhã, agora vai se banhar e vestir algo melhor que essa camisola indecente.
*Lagoa Rodrigo de Freitas*
09h05min
- Tia eu vou para o heliporto vê se elas já chegaram – diz Carolina saindo correndo.
Annie tira o patins e o patinete de Carolina do carro.
Carolina chega ao heliporto e não encontra Bertha e Haydée.
-Vou ligar para a tia Hay – diz tirando o celular do bolso, mas é impedida por alguém que agarra sua cintura – ai! – grita assustada.
-Que menina assustada – diz Haydée divertida.
-Você quase me matou de susto -  diz Carolina ofegante com a mão no coração.
-Quem manda ficar distraída?
-Eu estava ligando para você porque nós marcamos 09h00min e já são – olha para o relógio - 09h13min, vocês estão atrasadas – diz com cara feia.
-Que menina brava.
-Bom dia Bertha!
-Bom dia Carol!
-E para mim você não deseja bom dia?
-Não sei se você merece – fazendo charme.
-Ah é? – faz cosquinha.
-Não para – gargalha – cosquinha não – ri mais ainda – bom dia tia Haydée – ainda rindo.
-Assim que eu gosto – diz parando de fazer cosquinha.
-Cadê sua tia?
-Está no estacionando tirando minhas coisas do carro.
-Vamos lá?
-Vamos!
*Estacionamento*
-Bom dia!
-Bom dia Bertha e Haydée!
-Está enrolada?
-Um pouquinho – faz cara divertida – Carol você vai andar de bicicleta agora? – pergunta Annie pegando a sua bolsa no carro.
-Não. Haydée minha tia trouxe bicicleta para você e a Bertha.
-Sério?
-Aham! – aponta para a traseira do Ford eco - Sport.
-Obrigada Annie!
-De nada.
Carolina pega a bolsa do patins e as quatro vão para a pista de patins.
Carol senta em um dos degraus e tira o tênis colocando o patins. Bertha senta ao seu lado enquanto Annie e Haydée vão a uma das barracas para comprar água. Ao regressarem para a pista de patins se divertem vendo Bertha ajudando Carol a descer as escadas de patins.
-A Bertha tem muita paciência com crianças.
-Muita paciência. Ela é doida para que eu tenha um filho, mas isso não está nos meus planos.
-Não gosta de crianças?
-Amo, mas ainda não possuo uma estrutura emocional para ter um filho.
-Entendi!
-E você?
-Eu o que?
-Não quer ter filho?
-Não.
-E por quê?
-Pelo mesmo motivo que você.
-O que levou você a comprar ações da minha empresa? – muda de assunto, pois viu que Annie ficou incomodada com o assunto.
-Gostei da apresentação e da proposta da empresa.
-Eu estou muito feliz com o crescimento da empresa. Sempre quis ter uma loja de roupas, agora são quase 30 filiais espalhadas por todo o território nacional, fora as espalhadas em outros países. Acho que minha vó ficaria feliz por eu ter investido parte da minha herança em um negócio que vem crescendo a cada dia.
-A empresa está crescendo assustadoramente. Estamos atraindo todos os públicos, desde a classe mais baixa até os milionários.
-Temos roupas para todas as ocasiões e para todos os estilos graças aos nossos estilistas talentosos.
-Obrigada! – diz Annie rindo.
-De nada. Você é responsável por que área?
-Parte jovem. Adoro ir ao shopping e vê as adolescentes desfilando com as minhas criações. Às vezes também crio algo mais sofisticado, mas é mais no final do ano, ou para a semana de moda.
-Apesar de ser uma das donas eu não visto nada da nossa loja, fico mais no escritório, totalmente alheia da parte da criação.
-Que absurdo! – diz Annie rindo – Eu uso algumas peças como essa bermuda, que é minha criação – fala orgulhosa.
-É linda – olhando para a Bermuda de Annie – levanta quero vê o corte.
Annie levanta e dá uma voltinha para Haydée analisar a bermuda.
-Muito bonita.
-Obrigada!
-Acho que irei roubar algumas peças em uma de nossas lojas – diz rindo.
-hahaha!
-Posso saber do que as mocinhas estão rindo?
-A sua menina quer dar calote na própria loja – diz Annie rindo.
-Como assim?
-É que a Annie me mostrou essa bermuda que ela está usando, e por sinal é da nossa loja e criação dela. Eu disse que vou roubar algumas peças da loja, pois gostei muito da bermuda dela.
-Você que desenhou essa bermuda?
-Sim.
-Muito bonita.
-Assim eu vou ficar convencida.
As três riem
-Cadê a Carol?
-Encontrou com umas amigas.
-É melhor arrumarmos algo para fazer porque fomos literalmente abandonadas.
As três levantam e Annie grita Carol avisando que daria uma volta, que qualquer coisa é para ela ligar para seu celular.
Elas seguem caminhando até que Bertha caminha para o píer. Annie e Haydée a seguem.
Bertha se senta e logo tira um livro da bolsa, passando a folheá-lo instantaneamente.
-Acho que somos só nós duas – diz Haydée apontando para a Bertha.
-Mais uma para nos abandonar – diz Annie virando os olhos fazendo uma cara divertida.
Haydée observa cada detalhe do rosto de Annie. Ela parece uma bonequinha, suas feições são delicadas.
Annie está vestida com uma Bermuda balão xadrez colorida, com uma regata branca justa, seu cabelo está preso em um rabo de cavalo, e nos pés um par de havaianas brancas.
Haydée está vestida com uma bermuda jeans de cintura baixa, uma bata estampada, cabelos presos em um rabo de cavalo, usa nos pés sandália uma rasteirinha cor da pele, com detalhes de cristais swarovski.
Annie observa cada detalhe do rosto e do corpo de Haydée discretamente.
“-Ela é bem bonita, pensei que fosse uma chata de galocha, mas me enganei é bem divertida e inteligente – pensa Annie”.
“- A Annie é um tanto quanto misteriosa, queria saber mais sobre ela, mas tenho vergonha de perguntar, não quero invadir sua privacidade. Como ela é linda e delicada. Não é fútil como as mulheres que eu conheci e me envolvi.Acho que seremos grandes amigas.Droga! Eu estou com vontade de beijar minha futura amiga.Haydée se controla, não assuste a Annie, ela não é como as mulheres das quais você está acostumada.Meus Deus me dê forças para me controlar e não agarrar essa mulher”.
-Annie? - uma pessoa toca os ombros de Annie.

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Capitulo 9

Capítulo 9

-Silvana – levanta surpresa dando dois beijos da face da mulher – Quanto tempo – diz sorrindo.
-Um ano praticamente – fala a mulher olhando de maneira carinhosa para Annie.
-Deixe-me apresentar minha amiga – diz Annie segurando a mão de Silvana – Haydée esta é Silvana, Silvana esta é Haydée.
Silvana cumprimenta Haydée com dois beijos nos rosto.
-E esta é Bertha – diz apontando para a senhora que está entretida com sua leitura, mas que cumprimenta Silvana com simpatia.
-Veio sozinha?
-Não, estou com a minha namorada e alguns amigos.
-Alguém conseguiu te amarrar? Não acredito.
-Depois que você me deu o pé na bunda tive que arrumar alguém para te esquecer.
-Palhaça – diz Annie divertida – agente nunca se envolveu.
- Por isso mesmo, me deu o pé na bunda antes de provar dos meus encantos – ri Silvana.
-Você é ridícula – dá um tapinha nas costas de Silvana - nunca pintou clima entre nós, e se pintasse não iria dar certo porque somos muito parecidas e muito amigas. Seria como beijar minha irmã – Annie faz cara de nojo.
-Não ligo em praticar o incesto – pisca Silvana deixando Annie sem graça - Você fica linda vermelha – aperta as bochechas de Annie.
-Pára Silvana – diz Annie tirando as mãos da amiga de sua face.
-Haydée – chama Carol da ciclovia.
Haydée pede licença e vai ao encontro de Carolina.
-Pede dinheiro para minha tia, quero andar de carrinho.
-Eu pago para você.
-ok!
Carolina tira o patins e coloca um par de havaianas roxa, entrega os patins para Annie e sai de mãos dadas com Haydée.As duas alugam um carrinho para duas pessoas e andam em volta a lagoa por cerca de 40 minutos.
Annie conversa animadamente com Silvana e os amigos sentados no píer. Bertha presta atenção na conversa, mas finge está concentrada no livro.
-Quando você vai tomar jeito e arrumar alguém Annie?
-Acho que nunca – fiz uma careta.
-Você é linda, bem sucedida, deve ter vários pretendentes.
-Nenhum interessante. Não estou à procura de ninguém, prefiro seguir com meus casos sem compromisso – respira fundo - não quero me machucar nem machucar ninguém.
-Tem saído muito? Como está o louco do seu irmão?
-Não tenho saído muito, e meu irmão continua o mesmo cafajeste de sempre.
-Temos que combinar uma balada com a nossa turma, faz tempo que não falo com ninguém.
-Pode marcar que eu irei com todo prazer.
-Annie, quem é a gata que estava com você e que saiu com a sua sobrinha?
-É a Haydée.
-E quem seria Haydée para você?
-Nós conhecemos esta semana, e aos poucos estamos nos tornando amigas. Ela é minha sócia, ou melhor, eu me tornei sócia dela.
-Amiga? Sei.
-Não rola nada entre a gente, e nem vai rolar.
-Ela é heterossexual?
-Não, ela é lésbica.
-E o que você está esperando?
-Como?
-O que você está esperando para pegar aquela gata?
-Ela é minha amiga, não rola.
-Você mesma acabou de me dizer que acabaram de se conhecer. Nada impede que você tenha um caso com ela.
-Acho que ela não é do tipo que tem casos, e eu não quero estragar uma possível amizade.
-É só não fazer falsas promessas, se não der certo entre vocês podem continuar sendo amigas.
-Já disse que ela não parece ser do tipo que tem casos. Mesmo que fosse nós somos amigas.
-Annie, eu nunca te vi com medo de mulher.
-Eu não estou com medo, apenas acho que não daria certo nada entre mim e a Haydée – fala firme – Somos sócias, ela fará parte do meu dia-a-dia agora que estou prestes a assumir os meus bens. Não ficaria legal ter um caso com ela e depois ter que vê-la sempre.
Bertha se levanta alegando que precisa ir ao banheiro.
-A minha menina tem chances com a Annie – ri contente – preciso falar isso com a Haydée – pega o celular e disca o número de Haydée – Filha?
-Oi bá!
-Preciso falar com você urgente.
-Aconteceu alguma coisa? – pergunta preocupada.
-Não, mas vai acontecer – ri divertida.
-Eu estou entregando o carrinho e já estou indo para o píer com a Carol.
-Ok – desliga o celular.
-Essas duas vão ficar hoje ou eu não me chamo Bertha Treviño.
Haydée e Carolina passam em uma barraca e compram algumas bebidas. Em seguida seguem em direção ao píer onde se encontra uma turma em volta de Annie. Elas caminham em direção ao píer quando Haydée é abordada por Bertha que a segura pelo braço.
-Carol, eu preciso falar com a Haydée em particular.
-Claro. Vou entregar a água de coco para minha tia – diz a menina sorrindo.
-O que aconteceu Bá? Você está me assustando.
-Você quer ficar com a Annie?
-Por que está me perguntando isso?
-Você quer ou não?
-Depende do sentindo no qual você está falando.
-Beijar.
-Gostaria, mas é impossível.
-Por que diz isso?
-Acho que ela me vê como amiga.
-E se eu te disser que só depende de você para o beijo aconteça?
-Hã?
-Eu escutei a conversa da Annie com uma amiga dela. Ela disse que vocês são amigas e se vêem como tal, por isso acreditava que não rolaria nada entre vocês, disse que você
não é do tipo que tem casos - ri – Se ela soubesse que você já pegou quase todas as modelos da Victoria Secret – ri divertida – a questão é que ela sente vontade de ficar com você, mas tem medo de que com isso vocês não se falem, ou não permaneçam amigas.
-Como eu vou chegar nela? – pergunta Haydée passando a mão nos cabelos.
-Pega pela cintura e rouba um beijo.
-Não quero tratá-la como qualquer uma Bertha.
-Convide-a para jantar e beije-a na despedida para vê o que acontece.
-Vou pensar – diz apreensiva.
Elas passam a tarde toda na lagoa se divertindo. Almoçam e lancham lá, por volta das sete da noite elas de despedem e cada uma segue seu rumo. Annie leva Carol para casa porque no dia seguinte a menina tem aula, Haydée segue com Bertha para o hotel.
*casa de Marisa*
-Oi mari – diz Marisa abraçando Annie.
-Oi mana! – diz Annie dando dois beijos no rosto da irmã.
-Como foi o dia?Ela deu muito trabalho?
-O dia foi ótimo, e a Carolina não deu trabalho.
Annie e a irmã sempre foram as melhores amigas apesar de Marisa ser mais velha oito anos, quando Annie tinha 15 anos Marisa se casou com o seu namorado de toda a vida e marido há quase 12 anos.Marisa se mudara para a flórida morando lá até Carolina completar 3 anos de idade.
*Hotel Copacabana palace*
Sinto-me perdida, nunca tive problemas para chegar a uma mulher, por diversas vezes fui cara de pau roubando beijo, nunca fui recusada, mas agora é diferente. Não sei o que acontece, a Annie não é do tipo de mulher para se ter um caso, ou apenas uma noite quente de sexo. Existe algo nessa mulher que me deixar intrigada, pode parecer paranóia minha, mas sinto que ela esconde algo, que ela não demonstra quem ela é de verdade.
Hoje o dia foi bem proveitoso, me diverti como não me divertia há séculos. Carolina é uma menina incrível, me diverti horrores com ela. Espero repetir esses passeios outras vezes.
Adeus solidão
Por anos vivi no abismo
Por anos vivi na solidão
Por anos deixei de viver
Por anos vivi uma vida vazia
Por anos a escuridão foi minha companheira
Por anos não sabia o que era sorri
Por anos não sabia o que era amar
Por anos tentei esquecer minha própria existência
Tentei mudar, tentei gritar
Mas parecia que ninguém era capaz de me escutar
Ninguém queria me ajudar
Ou será que era eu que não queria ajuda?
Olho para esse céu
Olho para esse mar
Pergunto-me onde ela estará
Onde estará minha cara metade?
Onde estará o amor da minha vida?
Onde estará à pessoa que me tirará dessa minha eterna agonia?
Quero ser feliz
Quero amar
Quero ser amada
Não sei o que fazer
Não sei para onde correr
Não sei ao menos por onde começar
Sinto-me perdida
Não, eu não vou me entregar
Eu quero viver
Eu preciso viver
Eu quero amar, mas primeiro tenho que me amar
Esquecerei o que passou
E viverei um grande amor
Eu vou te encontrar
Não importa quando tempo leve
Eu vou te encontrar
E quando esse dia chegar
Poderei dizer Adeus à solidão que hoje me domina.
Autor: M.L
***Dia seguinte***
Escritório de Haydée
-Bom dia Annie!
-Bom dia Haydée!
-Vejo que invadiu minha sala novamente – diz divertida.
-Na verdade estava te esperando.
-Me esperando? – pergunta surpresa.
-Sim.
-E para que? – curiosa.
-Ontem você pediu o telefone da imobiliária.
-Ah!
-Tome o número. Creio que deve ter alguma cobertura perto daqui a venda.
-Obrigada! Pedirei a Bertha para cuidar disso, ela me conhece melhor do que eu mesma.
-Eu já vou – diz pegando a bolsa em cima da mesa de Haydée – Preciso terminar uma peça para o desfile – encara Haydée - Nos vemos depois – saindo.
-Annie, espera – fala Haydée.
-Sim? – fala da porta.
-Quer almoçar comigo hoje?
-Eu tenho muito trabalho, não sei se dará tempo de sair para almoçar – faz uma careta – mas se você aceitar comer na minha sala posso pedir para minha secretária providenciar
algo para almoçarmos.
-Eu aceito.
-Gosta de comida chinesa?
-Gosto.
-Então vou pedir para ela pedir algo no china in Box.
-Ok!
-Agora eu preciso mesmo ir – diz saindo.
Haydée corre para o telefone e liga para a Bertha contando que convidara Annie para almoçar, a senhora fica feliz por sua menina. Haydée aproveita para passar o telefone da
imobiliária para que Bertha comece a ver alguns imóveis.
Annie solicitou que um pequeno atelier fosse montado em sua sala. Ela estava trabalhando em uma blusa em camadas que ela havia tingido e chegado ao tom que ela escolhera.
Faltavam alguns ajustes, mas os mesmo só poderiam ser feitos no corpo da modelo. Ela solicita a presença da modelo e a calça que fizera para ser usada com esta blusa.
Rapidamente sua secretária localiza a modelo que imediatamente vai para o escritório de Annie. Lá Annie juntamente com a ajuda de duas costureiras faz os últimos ajustes da
roupa.
-Ficou perfeito – diz Annie admirada.
Annie dispensa a modelo e as costureiras.
-Nossa! – diz olhando para o relógio – já são quase meio-dia – pega o telefone – Marília ligue para a sala da senhorita Haydée?
-Sim senhorita – responde Marília ligando para sala de Haydée – a Senhorita Haydée na linha 2.
-Obrigada Marília - agradece apertando o botão da linha 2 – Está com fome? – pergunta Annie.
-Morrendo – responde Haydée.
-Vou pedir para a Marília providenciar o nosso almoço. O que você quer que eu peça?
- Peça um Yakisoba Clássico, Chop Suey, Rolinho Primavera e de sobremesa uma Torta Holandesa.
-Ok!
Annie pede para Marília providenciar tudo o que Haydée pediu.
15 minutos depois
-Senhorita Annie, a senhorita Haydée lhe aguarda na linha 3.
-Oi Haydée!
-O que você acha de comermos na sala de reuniões? Lá tem mesa e cadeira.
-Por mim tudo bem, pedirei as meninas da copa para preparar a sala para almoçarmos.
-Ok!
Quando o almoço chega Marília leva tudo imediatamente para a sala de reuniões, onde as meninas da copa acabavam de arrumar os pratos e os talheres.
-Obrigada meninas.
As meninas se retiram e Marília coloca tudo em ordem, para poder chamar as duas chefas.
-Senhorita Annie, já está tudo pronto.
-Obrigada Marília – diz Annie se levantando e saindo da sala.
Ela e Haydée se encontram no corredor.
-Vamos almoçar? Já está tudo pronto.
-Já vou, mas antes necessito ir ao banheiro – Haydée sai apressada.
Annie vai para a sala de reuniões e confere os pedidos.
Haydée entra em seguida fechando a porta da sala de reuniões.
-Sua secretária é bem competente.
-Demais – ri Annie.
-Tem comida para um batalhão.
-Tem mesmo.
As duas se servem e começam a comer.
-Adoro comida chinesa – comenta Annie.
-Eu também.
O celular de Haydée toca
-Fala amor da minha vida.
-Como está o almoço? Estou que não me agüento.
-Estou almoçando neste momento – tentando disfarçar.
-Já teve beijo?
-Ainda não.
-Escova os dentes antes – recomenda Bertha.
-Há! Há! Pode deixar. Você ligou para a imobiliária?
-Liguei, amanhã verei duas coberturas na lagoa.
-Eu quero com piscina, e que um dos quartos tenha uma hidromassagem no banheiro.
-Ok! Agora vou desligar, já sabe se transar use camisinha – ri divertida.
-Você é ridícula Bá, não preciso disso não – ri desesperadamente.
-Vai saber como vocês transam – segue rindo.
-Se quiser um dia te mostro. HA! HÁ! – Haydée gargalha.
-Sua sem vergonha – diz Bertha brava – até a noite.
-Tchau minha linda! – desliga.
-Era a Bertha? – pergunta Annie.
-Era. Queria saber se eu já tinha almoçado, e me avisou que já marcou duas visitas para amanhã.
-Vai mesmo morar aqui?
-Vou comprar uma cobertura aqui, odeio ficar em hotéis. Tenho uma cobertura no Morumbi onde eu resíduo fixamente. Aqui no RJ é mais para quando tiver alguma reunião, ou
quando quiser fugir da badalação de São Paulo.
-Entendi.
Elas conversam sobre assuntos da empresa, sobre a semana de moda que já está chegando e sobre outras amenidades.
-Se eu comer mais alguma coisa, eu explodo – diz Haydée deixando metade da sobremesa de lado.
-Eu sempre tenho espaço para doce – ri Annie.
-Você não comeu metade do que eu comi – diz Haydée relaxando na cadeira.
-Não como muita comida.
-Notei.
Elas conversam mais um pouco a fim de descansar o almoço. Annie pega uma bolsa e levanta.
-Vou usar o banheiro, necessito escovar os dentes urgentemente – indo em direção ao banheiro da sala de reuniões.
-Eu vou pegar as minhas coisas, também preciso escovar os dentes – levanta Haydée.
Haydée vai até sua sala, pega sua bolsa e volta em seguida para a sala de reuniões trancando a mesma.
Annie sai do banheiro e se joga na cadeira, enquanto Haydée vai fazer sua higiene bucal.
-Que sócia folgada eu tenho – diz Haydée saindo do banheiro vendo Annie sentada largada na cadeira com os pés na mesa.
-Não há nada melhor do que relaxar depois do almoço.
-Tem sim – insinua Haydée.
-O que, por exemplo? – pergunta Annie se ajeitando na cadeira.
- Creio que não posso falar – provoca.
-E porque não? – a fita.
-Você não vai gostar – a encara.
-Se você não disser, nunca vai saber – a encara.
-Aí que está o problema – se aproxima de Annie.
-Qual é o problema? – pergunta não deixando de encará-la.
-Eu não posso falar – se aproxima mais.
-E porque não? – pergunta não perdendo o foco.
-Porque isso não dá para falar tem que fazer – pega a mão de Annie a fazendo levantar e ficar de frente para ela.
-Não estou entendendo nada – olha nos olhos de Haydée.
-Tem certeza? – pergunta se aproximando mais ainda.
-Tenho – responde quase em um sussurro.
-Então eu vou lhe mostrar – Acaricia o rosto de Annie que fecha os olhos automaticamente.

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Capitulo 10

Capítulo 10

Haydée continua a acariciar face de Annie que ainda se encontra com os olhos cerrados. Lentamente vai aproximando o seu rosto do dela. Primeiro deposita um beijo suave em sua bochecha, em seguida dá um beijo em seu pescoço fazendo-a soltar um gemido e ficar arrepiada. Haydée olha fixamente para a boca de Annie querendo prová-la, lhe dá rápido selinho não aprofundando o beijo. Acaricia a nuca de Annie a fazendo ficar molinha e abrir lentamente os olhos. Os olhares se encontram, um sorriso é trocado. Aos poucos Haydée volta a aproximar seus lábios dos de Annie e agora um beijo é iniciado, ambas fecham os olhos para se concentrar naquele momento esperado por ambas secretamente. Annie aprofunda o beijo introduzindo sua língua na boca de Haydée que a chupa delicadamente introduzindo em seguida sua língua na boca de Annie, uma dança de línguas se inicia com movimentos circulares. Annie envolve seus braços no pescoço de Haydée que segura sua cintura fazendo leves caricias. O beijo vai se tornando mais intenso, as bocas parecem não quererem se desgrudar, as línguas agora têm ritmos acelerados, as caricias são aprofundas. O beijo é interrompido, o alvo de Haydée agora é o pescoço de Annie. Ela passa a língua no pescoço desta fazendo-a se arrepiar por inteiro, dá um beijo molhado perto de sua nuca o que a faz gemer. Distribui alguns beijos até chegar novamente na boca, o beijo é desesperado, quente, ambas pareciam querer se fundir em uma só. A urgência em tocar, a necessidade de sentir a outra mais perto de si, vai tornando o beijo a cada segundo mais sensual. Annie encosta-se à mesa e Haydée a pega no colo não desgrudando um segundo seus lábios dos dela, acomoda Annie em cima da mesa e se posiciona entre as pernas desta sem parar beija - lá. As mãos de Annie descem para o quadril de Haydée e pousam em sua bunda, dando alguns apertões e aproveitando para puxar Haydée para mais perto de si.
Ambas estão excitadas, mas não querem avançar o contato, aproveitam cada instante, aproveitam o gosto do beijo e o cheiro uma da outra. O beijo se finaliza quando ambas já não têm ar o suficiente para prosseguir, as respirações estão ofegantes. Elas se encaram e Haydée acaricia o rosto de Annie que a olha fixamente com um sorriso nos lábios.
-Eu estava louca para fazer isso – sussurra Haydée no ouvido de Annie e abraça.
-Eu também – fala em um fio de voz aproveitando o abraço e acariciando a nuca de Haydée.
Elas ficam por cerca de 5 minutos abraçadas.
Alguém bate na porta da sala de reunião.
-Já vai – grita Haydée se desvencilhando do abraço de Annie – acho que temos que voltar ao trabalho – fala fazendo uma careta engraçada.
-É mesmo – diz descendo da mesa e ajeitando a roupa.
As duas trocam um olhar cúmplice, pegam suas bolsas e vão para a porta.
-Espera – Haydée segura à mão de Annie a impedindo de abrir a porta.
-O que foi? – pergunta assustada.
-Eu necessito de outro beijo – faz cara de pidona.
Annie sorri e da um selinho nela.
-Eu disse um beijo – diz Haydée indignada.
-Depois, agora vamos trabalhar – Annie pisca para ela e abre a porta sumindo no corredor a caminho de sua sala.
Ambas trabalham o resto do dia com um sorriso bobo nos lábios, lembrando do beijo e das caricias inocentes trocadas.
*sala de Annie*
“- Eu não acredito que nos beijamos – passa a mão nos lábios – O que será que vai acontecer agora? Eu preciso ir com calma, tenho que ter cuidado para não machucar a Haydée”.
*sala de Haydée*
“- Que boca deliciosa ela tem – ri boba – Acho que nunca fui tão comportada com alguém, mas a malandrinha agarrou minha bunda e apertou com vontade. Preciso ir com calma, não quero ir com sede ao pote. Tentarei me segurar ao máximo, quero que a nossa primeira noite juntas seja especial, não quero que as coisas sejam feitas com pressa e por mero tesão. Céus! Já estou pensando em ir para cama com ela – balança a cabeça tentando afastar esses pensamentos.”.
*sala de Annie*
O celular de Annie interrompe seus pensamentos.
-Alô!
-Senhorita Schneider?
-Olá Sr Castro! Alguma novidade?
-Liguei para lhe informar que consegui todos os registros do hospital, de entrada e saída de pacientes, e estou com os registros de funcionários.
-Que ótimo! – diz animada.
-Quando podemos nos ver para que possa lhe entregar?
-Quando você tiver alguma pista do paradeiro dela, ou o possível. Quando estiver com isso em mãos nos encontramos, não quero alimentar falsas esperanças.
-Como queira Srta. Schneider.
Annie se despede do detetive que contratara e corre para a sala de Samuel. Entrando apressadamente na mesma.
-Que correria é essa menina?
-O detetive conseguiu todos os registros dos pacientes daquele dia, e está com os registros de funcionários – diz rápido.
-E o que vai fazer?
-Pedi para ele analisar todos os pacientes e vê qual é a mais provável de ser ela. Eu não sei com que nome ela foi registrada lá.
- Já falaste com seus pais?
-Não.
-Eles poderiam te ajudar.
-Eu sei, mas já eu quero fazer isso sozinha, não quero que meus pais se metam. É algo que eu preciso fazer.
-Annie o que você pretende fazer quando encontrá-la?
-Pedir perdão.
-E se ela não aceitar?
-Eu estou preparada para isso também. Dez anos é muito tempo, mas eu não vou perder ela outra vez, tentarei conquistá-la e merecerei o seu perdão.
-E se ela tiver com outra pessoa?
-Eu não sei, não quero pensar nisso.
-Mas tem que pensar Annie, você não pode chegar na frente dela e esperar que ela lhe ame.
-Eu não espero nada dela paizão, não amor. Creio que nunca o terei, mas eu preciso que ela me perdoe pelo que eu fiz – diz com lágrimas nos olhos.
- Não chore minha querida – diz abraçando-a – Eu não quero que sofra com uma rejeição dela.
-Paizão, eu já sofro pelo que fiz, e por não saber onde ela está. Não sei o que passou nesses dez anos, não sei se sofreu privações, eu não sei absolutamente nada dela – fala aos prantos – eu preciso saber se ela está bem, só assim eu poderei viver novamente.
Samuel tenta animar Annie a todo custo, mas parece que a cada minuto o seu pranto se torna mais intenso. Ele pede sua secretária para trazer um copo de água com açúcar.
Haydée passa pelo corredor e percebe o movimento agitado de Marília
-O que aconteceu?
-A Srta. Annie está tendo uma de suas crises – diz pegando um copo de água e enchendo de açúcar.
-Crises?
-Sim. Ela às vezes tem crises de choro.
-Cadê ela? – pergunta preocupada.
-Na sala do Sr. Samuel.
Haydée vai como um foguete para a sala de Samuel e lá encontra Annie aos prantos agarrada em Samuel que tenta a todo custo acalma - lá.
- O que aconteceu com você? – pergunta Haydée preocupada.
Annie olha para ela, mas não consegue falar nada, apenas chora. Haydée a abraça forte e Annie se agarra a ela chorando.
-Por que ela está assim? – pergunta Haydée.
-Quando ela melhorar pergunte a ela, creio que não posso falar.
-Vem Annie, vou leva – lá para casa. Você não tem condições de continuar aqui – diz Haydée se desprendendo do abraço e segurando a mão dela levando-a para fora da sala.
Marília trás o copo com água e Annie da uma golada e vai embora com Haydée. Elas passam em suas respectivas salas para pegar seus pertences.
*estacionamento*
- Meu carro – fala Annie parando no meio do caminho.
-Você não tem condições de dirigir, vem – a puxa indo em direção ao seu carro – Amanhã você o busca, ou pede alguém para buscá-lo – olhando para ela com carinho – vou levá-la para casa.
Annie para no meio do caminho e fala:
-Eu não quero ir para casa. Os meus pais não podem me ver nesse estado.
-Então vamos para o meu hotel, lá você descansa, toma um banho, e vai embora quando estiver melhor.
-Obrigada!
-De nada. Agora vamos.
Elas chegam ao hotel e encontram com Bertha que ao vê Annie tenta perguntar o que havia acontecido, mas é censurada por Haydée apenas com um olhar. Haydée leva Annie para sua suíte, mostra onde estão às toalhas e o roupão para ela se banhar. Annie agradece mais uma vez e vai para o banho.
Na sala Bertha espera aflita
-O que aconteceu com ela? – pergunta preocupada.
-O motivo eu não sei, eu a encontrei aos prantos, tentei levá-la para casa, mas ela não quis.
-Ela está muito abatida.
-Não sei como ela não desidratou – senta no sofá – Eu nunca vi ninguém chorar tanto.
-Sem dúvidas essa menina tem algum problema grave.
-Seja o que for é algo que só diz respeito a ela bá.
-Como foi o almoço?
-Foi perfeito – suspira - nós nos beijamos – diz sorrindo.
-Sério?
-Ela beija incrivelmente bem, é tão meiga bá, mas agora quem está com medo de ir além sou, não quero ferir a Annie.
-Você não vê?
-Vê o que?
-Que talvez você seja o que ela precisa?
-Como assim?
-Pelo pouco que pude perceber a Annie é solitária – analisa - pode estar no meio de muitas pessoas, mas algo a impede de ser feliz. Você pode ajudá-la a melhorar.
-Como vou fazer isso?
-Dando seu apoio a ela.
-Isso ela já tem.
-Apoio como namorada, Haydée.
-Namorada? – pergunta assustada.
-Sim, como namorada.
-Bá, eu conheço a Annie há uma semana, fiquei com ela hoje. Você não acha que é muito cedo para querer me amarrar não?
-Escuta o que estou te dizendo – diz baixo - pede ela em namoro, se ofereça para ajudá-la, dê o seu apoio a ela.
-Bá, eu não quero me precipitar. Quero ir com calma – diz calmamente - não nos conhecemos direito, eu não posso impor a minha presença na vida dela assim. Sei que você quer minha felicidade, mas as coisas não podem ser feitas de qualquer maneira, preciso conhecer a Annie, preciso saber se o que eu sinto por ela é atração, tesão, ou sabe sei lá o que. E para que um relacionamento dê certo não depende apenas de mim, ela também tem que querer.
Annie sai do banho vestindo apenas um dos roupões que estava no banheiro, deita-se na cama de Haydée e acaba adormecendo.
Haydée resolve procurá-la e a encontra dormindo serenamente em sua cama. Ela se aproxima com cuidado e passa a fazer um cafuné na cabeça de Annie que se movimenta um pouquinho, mas não acorda. Haydée se levanta e vai para o banho, ao terminar veste uma de duas camisolas e deita-se ao lado de Annie velando seu sono, mas acaba adormecendo ao lado da mesma.
Por volta das nove horas da noite o celular de Annie toca e Bertha atende.
-Aló!
-Quem fala?
-Sou Bertha, uma amiga de Annie.
-Oi Bertha! Sou Ângela mãe de Annie.
-Boa noite dona Ângela!
-Boa noite! Você pode chamar minha filha?
-Lamento, mas a Annie está dormindo desde tardinha, ela teve uma indisposição e a minha menina a trouxe para cá e ambas estão dormindo agora.
-Indisposição? – pergunta Ângela preocupada.
- A menina parece que teve uma crise de choro no trabalho, mas não sei o motivo.
-Ai Meu Deus! – diz aflita.
-Calma senhora, já está tudo bem.
-Diga a Annie que me ligue amanhã de manhã.
-Digo sim.
-Bertha?
-Sim?
-Cuide de minha filha, não tire o olho dela, vigie cada passo dela – pede em suplica.
-Sim senhora.
-Obrigada! Tenha uma boa noite.
-Igualmente – desligando o telefone.
Annie acorda e se depara com Haydée dormindo ao seu lado, esparramada. Ela se levanta um pouco e observa Haydée dormindo, faz uma carícia no rosto dela o que faz com que Haydée desperte.
-Boa noite dorminhoca! – diz Annie com carinho.
-Boa noite! – responde Haydée se espreguiçando – Que horas são? – pergunta se sentando na cama.
-Quase dez horas da noite – diz olhando para o relógio.
-Isso tudo? – pergunta assustada.
-Aham!
-Acho que dormimos demais – fala sorrindo – Você está melhor?
-Estou. Obrigada por ter ficado comigo.
-Não precisa me agradecer, apesar do pouco tempo que nos conhecemos tenho por você e por Carol muito carinho – diz dando um selinho em Annie.
-Preciso ir ao banheiro – diz Annie se levantando.
-Ok!
Enquanto Annie vai ao banheiro Haydée deita novamente se cobrindo com o edredom.
-Ei! Preguiçosa acorda – diz Annie tirando a coberta.
-Estou com muito sono – resmunga.
-Você já dormiu muito – diz dando um beijo no rosto da Haydée.
-Vem dormi também – diz Haydée puxando Annie para de baixo do edredom a abraçando.
-Eu não estou com sono, na verdade eu estou com sede – diz olhando para Haydée e tirando o cabelo que cobre seu rosto.
-Quer pedir alguma coisa? Está com fome?
-Não. Eu só estou com sede.
-Quer tomar o quê?
-Água.
Haydée se levanta e vai até o frigobar pegando uma garrafinha de água e entregando para Annie.
-Obrigada.
-De nada. Eu vou procurar Bertha e avisar que acordamos.
-Ok!
Haydée vai para a sala de sua suíte e encontra Bertha lendo.
-Bá!
-Oi minha menina!
-É só para avisar que nós já acordamos – diz se sentando no colo de Bertha.
-Que carinha é essa? – diz acariciando o rosto de Haydée.
-Estou com sono, e a Annie não me deixar dormi mais – fiz fazendo bico.
-Hum! – diz sorrindo.
-Não é nada disso que você está pensando não senhora pervertida. Não rolou nada entre nós duas, para falar a verdade nem teve mais beijo, só o do escritório mesmo.
-Como são lentas – diz virando os olhos.
-Você que é assanhada demais, e mesmo se tivesse que rolar algo mais intimo, não seria aqui, vai que ela geme alto – ri Haydée.
-Larga de ser sem vergonha Haydée.
-Vai saber – ri.
-Vocês querem comer alguma coisa?
-Eu quero comer, mas não posso.
-E por que não?
-Por que quem eu quero comer está deprimida – Haydée dá uma gargalhada gostosa.
-Você não presta – diz Bertha a expulsando do seu colo.
-Bá, pede serviço de quarto? Um cover, e frutas?
-E o que peço de bebida?
-Nada, no frigobar do meu quarto tem vários refrigerantes e sucos de caixinha.
-Ok!
-Leva lá na cama?
-Levo, mas não quero encontrar ninguém pelada não.
-Já disse que não vai rolar nada – diz saindo.
Quarto
-Ei! – diz Haydée puxando as cobertas de cima de Annie que estava com os olhos fechado e deitada – Você não me deixou dormi, pois agora não a deixarei dormi também.
-Vai sim – cobrindo a cara.
-Vou não – descobrindo.
-Vai – berra.
-Não vou – berra.
Annie levanta em um salto e puxa Haydée para cama.
-Agora você vai dormi porque nos vamos dormi juntas – fazendo Haydée se deitar ao lado dela, e em tom autoritário diz - Você me deixa dormi e eu te deixo dormi – cobrindo ela e Haydée.
-Chantagista – se ajeitando na cama.
-Sou nada, apenas estou com sono e essa é a melhor maneira de você me deixar dormir – a encara.
-Você disse que não estava com sono sua mentirosa – ri - E nós nem podemos dormi porque eu pedi para Bertha trazer um cover e frutas para comermos.
-Não estou com fome – faz bico.
-Mas vai comer.
-Vou nada – cobre a cara.
-Vai sim. Você não come desde o almoço – fala preocupada tirando a coberta da cara de Annie.
-Você também – rebate.
-Mas eu vou comer agora.
-Ok! Tenho que ir para casa depois.
-Você vai dormi aqui, esqueceu?
-Vou? Quem decidiu isso?
-Eu.
-E agora você manda em mim?
-Sou a sua patroa esqueceu? Sou a sócia majoritária – da uma piscadela para Annie.
-Eu mereço – virando os olhos – mas eu preciso avisar meus pais.
-Sua mãe já sabe, ela ligou para o seu celular e a Bertha disse onde você estava.
-Hum!
-Posso entrar? – pergunta Bertha empurra um carrinho.
-Pode.
-Não tem ninguém pelada aí não, né?
-Claro que não Bertha.
Annie a essa altura está mais vermelha que um pimentão.
Bertha entra no quarto trazendo o lanche delas.
-Não vai comer com agente? – pergunta Haydée devorando um morango.
- Já jantei enquanto as dondocas dormiam agora quem vai dormi sou eu – dando um beijo na testa de cada uma – Boa noite e juízo tentem não fazer muito barulho – diz caindo na gargalhada e saindo em seguida.
-Ela sabe que nós nos beijamos? – sussurra.
-Sabe.
-Você conta tudo para ela? – pergunta assustada.
-Não tem como esconder nada dela, acredite, ela é uma espécie de bruxa.
- Assim você está me deixando com medo – faz cara de apavorada, rindo em seguida.
-Relaxa! – ri- Agora come tudo mocinha – diz olhando séria para Annie.
-Sim chefa – ri.
Elas comem até se satisfazerem. Enquanto Annie vai ao banheiro escovar os dentes, Haydée leva o carrinho para a sala da suíte.
“- Céus! Ela vai dormi aqui, vai dormi na minha cama. Meu Deus eu sei que não sou a melhor das pessoas, que erro muito, sou galinha, parti centenas de corações, mas eu também sofri muito por isso não seja mau comigo, por favor.Te peço que me ajude controlar o tesão que eu sinto por essa mulher, mas não é só tesão não.Ela parece ser uma boa pessoa e eu não quero ferir seu pobre coração que está protegido bem entre aqueles seios perfeitos.Opa! Desculpa aí Deus, mas sabe como é, né? Os malditos hormônios, e eu não sou de ferro, mesmo que não queira meu corpo reage a aquele monumento – suspira – Ta! Já entendi, mas só me ajude a controlar, ok? Faz com que ela durma e não encoste em mim ou eu não respondo por mim”.
Haydée segue para o quarto e encontra Annie já debaixo das cobertas. Ela sorri para Annie e segue para o banheiro para realizar sua higiene bucal.
-Posso apagar a luz? – pergunta Haydée.
-Pode.
Haydée apaga a luz em seguida deita-se na cama, cobrindo-se com o edredom.
-Boa noite Annie! – diz dando um beijo na bochecha de Annie.
-Boa noite Haydée!
Tanto Haydée quanto Annie custa a pegar no sono, mas nenhuma das duas fala absolutamente nada com medo de que a outra já esteja dormindo.
Pela manhã Bertha entra no quarto e encontra as duas dormindo como anjos
“- Parece que não rolou nada, ou a cama estaria mais desarrumada e as duas peladas – ri Bertha seguindo para a sala”.
Bertha pede o café da manhã para as duas dorminhocas, este chega e nada das duas acordarem. Bertha se dirige para a suíte e desperta as dorminhocas.
-Vamos acordar suas preguiçosas – tirando o edredom de cima delas.
-Não tem aula hoje – resmunga Haydée virando para o lado e tampando a cara.
-Pelo que eu saiba você já não vai para a escola há muitos anos senhorita Haydée – diz Bertha rindo tirando o travesseiro da cara de Haydée – A outra está fingindo que está dormindo, não adianta não Annie eu sei que você está acordada – ri Bertha fazendo cosquinha em Annie – Vocês têm 10 minutos para se apresentarem na sala, já pedi o café da manhã.
-Bertha, que horas são? – pergunta fingindo estar irritada.
-08h20min – responde Bertha.
-E porque você está me acordando a esta hora da madrugada?  – pergunta tentando ficar séria - você sabe que eu posso lhe processar por perturbação da paz? – ri Haydée.
-E você sabia que eu posso lhe processar por maus tratos? – rebate Bertha.
-Eu te dou tanto amor, tanto carinho – ri Haydée – posso te dar muito mais, já disse que te acho sexy – caindo na risada – é só você aceitar a ser minha mulher – diz piscando.
-Me respeite sua sem vergonha – diz Bertha séria – Temos visita – diz olhando para Annie.
-Até parece que a Annie não ouviu falar em amor entre mulheres – diz Haydée sínica.
-Eu ainda lhe darei umas boas palmadas menina – diz Bertha levantando a mão.
-Não faz isso que aí que eu gamo de verdade, adoro um tapinha no bumbum – diz Haydée soltando uma gargalhada.
-Agora chega – diz Bertha dando uma palmada na bunda de Haydée.
-Agora você vai agüentar, me ajuda Annie? – vira-se para Annie que olha tudo assustada.
-Em que? – pergunta sem entender.
-Me ajuda a encher essa velha emburrada de beijos – diz Haydée beijando toda a face de Bertha.
Annie cai na risada com a cena de Haydée distribuindo beijos na face de Bertha, enquanto Bertha a afastava.
-Me largue sem vergonha.
-Já largarei – diz Haydée ainda dando beijos na face de Bertha - Agora você não vai poder mais falar que nunca ficou com uma mulher – diz Haydée tascando um selinho na boca de Bertha correndo em seguida para o banheiro.
-Haydée – grita Bertha.
-Gostou do meu beijo bá? Não vicia não porque eu não sou apta a praticar incesto – diz Haydée rindo do banheiro.
-Você vai ver quando sair daí.
Annie ria de chorar em cima da cama.
-E você está rindo por quê? – diz Bertha séria.
-De vocês – ri mais ainda.
-Dê logo uns beijos nessa menina e vê se coloca juízo na cabeça dela.
-Não é a mim que ela quer Bertha – ri – Ela quer você.
-Você também quer levar umas palmadas?
-Não – tentando ficar séria.
-Acho bom mesmo – diz saindo do quarto, zangada.
-Haydée abre, eu estou apertada – diz Annie batendo na porta do banheiro.
-Já ouviu falar em privacidade?
-Abre logo essa droga, ou eu vou fazer xixi aqui – diz cruzando as pernas se segurando.
Haydée abre a porta e Annie corre para o sanitário.
Haydée tira a roupa e entra no Box.
-Para quem queria privacidade você está bem saidinha – diz Annie olhando para ela entrar no Box.
-Até parece que nunca viu uma mulher pelada – diz abrindo o chuveiro.
-Já vi, mas você é minha chefa, isso é estranho – diz Annie dando descarga.
-Estranho por quê? Sou feia?
-Você entendeu – diz colocando pasta na escova de dente.
-Você não respondeu minha pergunta.
-Que pergunta?
-Se você me acha feia.
-Você sabe que não é feia, não sei por que perde tempo perguntando isso para mim.
-Nossa quanta gentileza – voltando a tomar banho.
-Você entendeu – diz Annie começando a escovar os dentes.
Annie sai do banheiro e vai encontrar com Bertha.
-Onde está aquela sem vergonha?
-Tomando banho.
-Essa menina vai me escutar – diz zangada.
-Está falando isso pelo selinho?
-Sim.
-Bertha ela estava brincando.
-Eu não gosto dessas brincadeiras.
-Não brigue com ela. Ela gosta muito de você.
-Agora virou defensora dela?
-Não é isso, só que acho que não há necessidade para tanto, foi só um selinho. Eu dou selinho na minha mãe, e nem por isso ela me acha sem vergonha.
-Deixarei passar está vez, mas peço que você fale para ela não brincar mais assim comigo.
- Pode deixar.
-Achei bonito vê-las juntas.
-Como assim?
-Acho que fazem um bonito casal.
-Não somos um casal – faz uma careta.
-Mas podem ser.
-Acho que não.
-Por quê?
-Ainda não estou preparada para isso.
-Olhe Annie – diz sentando-se ao lado de Annie - Serei bem sincera com você – a olha nos olhos – Haydée e você são muito parecidas, minha menina não costuma se envolver sério com ninguém, já briguei com ela muitas vezes por causa disso. Mas entendo o medo dela, das vezes em que se apaixonou sofreu muito, ainda tem o trauma que ela sofreu com a família dela que não aceita sua homossexualidade, ela jurou uma vez que não amaria ninguém, pois sempre que amou foi terrivelmente machucada – respira fundo – eu sou a única pessoa que ela tem e confia, mas já estou com uma certa idade – segurando as lágrimas – tenho medo de parti e deixar minha menina sozinha.Sei que vocês acabaram de se conhecer, mas sinto que ambas podem se ajudar.Haydée pode te ajudar com o que tanto te aflige e você pode ajudá-la mostrando que ela pode amar e confiar nas pessoas.
-Bertha, eu sou muito complicada – suspira – não sei se posso ajudar a Haydée.
-Você pode – afirma.
-Como tem tanta certeza? – pergunta confusa.
-Annie, eu sou velha, mas não sou boba. Sei que você está encantada por ela da mesma forma que ela está encantada por você.
-E se isso for passageiro? E se ao invés de ajudá-la eu a destrua com o meu passado?
-Seu passado é tão grave assim?
-Muito – suspira aflita.
-Então antes que se inicie alguma coisa entre vocês, você tem que contar a ela.
-Contar? Eu não posso fazer isso – diz deixando cair uma lágrima.
-Ei! Não chore. O segredo de uma relação é a confiança. A minha menina pode ser maluquinha, mas é muito compreensiva.
-Prometo pensar nisso.
-Ok!

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Captilulo 11

Capítulo 11

Durante todo o dia Haydée paparicou Annie, pois notara sua carinha triste. Por mais que esta dissesse que estava tudo bem, Haydée não acreditou.
Annie passou todo o dia pensando em que Bertha havia lhe dito, ás vezes achava uma loucura contar toda sua história para Haydée, mas algo dentro dela pedia para que ela o fizesse. Ela não sabia ao certo o que sentia por Haydée. Não era amor, mas era algo forte com certeza, Haydée transmitia confiança, Annie se sentia a vontade com ela como jamais se sentira com alguém.
*casa de Annie*
Será que chegou o momento de me entregar? Será que chegou o momento de me abrir com alguém?Será que Haydée é esse alguém? – pensava Annie enquanto mirava as estrelas da varanda da casa de seus pais.
*hotel Copacabana palace*
-Preciso falar com você.
-Fale – se ajeita na cama.
-Sei que estou parecendo uma chata, mas preciso saber se você está disposta a assumir algo com a Annie futuramente.
-De novo isso Bertha?
-Haydée, essa menina tem sérios problemas. Estive conversando com ela, e ela me confessou que há algo no passado dela que a impede de viver e de confiar nas pessoas. Eu lhe conheço perfeitamente bem, sei que pode ser uma ótima pessoa, mas sei também que tem seus medos. O que eu quero saber é se você estará preparada para assumir algo com a Annie, ou se é só sexo.
-Não é só sexo disso você pode ter certeza, nós nos beijamos duas vezes e em nenhum momento avancei com ela. Algo me bloqueia. Com as outras eu transava no primeiro encontro e as deixava de lado, mas com a Annie eu não quero que seja assim, ela é especial para mim de certa forma. Não a amo, creio que tudo que vem rápido demais acaba rápido demais, sinto por ela um carinho enorme, uma vontade de protegê-la. Quando a vi chorando senti que tinha que protegê-la. Eu nunca me senti assim bá, eu tenho medo de me machucar e de machucar a Annie.
-Mas você estaria disposta a assumir algo com ela?
-Sim – faz uma careta.
-Então confie nela, faça com que ela confie em você.
-Ás vezes você me assusta. Você nunca se empenhou tanto em me juntar com uma pessoa como está fazendo com a Annie.
-A Annie é diferente. Ela é a pessoa certa para você, assim como você é a pessoa certa para ela.
-Como você pode ter tanta certeza?
-A Annie não confia nas pessoas, mas veio para cá passar a noite e o dia com você, chorou no seu colo, você não perguntou e não forçou nada com ela, o que é estranho vindo de você. Enquanto você mesmo tendo a oportunidade de atacá-la não o fez com todo o senso de proteção, e agora mesmo disse que não quer tratá-la como qualquer uma e que se sente na obrigação de protegê-la. Juntas você estão quebrando uma barreira existente na outra. Vocês têm tudo para darem certo, mas para isso terão de ter : confiança, paciência e saberem respeitarem o limite da outra.
-Vou falar com a Annie amanhã.
-Vai com calma – alerta Bertha.
-Ok!
* Empresa HV & Cia*
- Bom dia Srta. Annie!
-Bom dia Marília!
-A Srta. Haydée pediu para que ligasse para ela assim que chegasse.
-Obrigada! – diz entrando em sua sala.
Annie liga para Haydée e elas marcam de almoçarem juntas.
*casa dos pais de Annie*
-O que aconteceu Ângela? – pergunta Alberto preocupado.
-Carolina desmaio na escola – responde aflita.
- E qual foi a causa desse desmaio?
-Parece que foi na educação física. Carol estava correndo com as amigas quando ficou tonta e desmaiou.
-Espero que não seja nada grave.
-Eu também.
*almoço*
-Annie eu quero conversar com você, mas acho que não podemos conversar aqui.
-Eu também tenho que conversar com você. O que acha de nos encontrarmos a noite?
-Por mim tudo bem.
-Eu tenho que dar uma passada no meu apartamento, pois a arquiteta finalizou a obra e quer que eu aprove.
-Já vai se mudar?
-Espero fazê-lo no final de semana. Não agüento mais viver com os meus pais.
-Eles são chatos?
-Não, mas eu já sou grandinha para ficar dando satisfações de onde vou e com quem vou – diz fazendo uma careta.
-Isso realmente é chato.
-A Bertha faz isso com você?
-Faz. Ela me trata com um bebê.
-Oh bebê! – fala com voz de criança.
-Sua palhaça – ri.
-Você é um bebê lindo – diz dando um beijo na bochecha de Haydée.
-Você está me deixando com vergonha.
-Bom saber – ri – Então quando sairmos da empresa você me acompanha em casa?
-Claro.
O dia passa rápido. Com a aproximação da semana de moda há muito que fazer.
Bertha faz um tour pelas coberturas escolhendo uma na Av. Epitácio pessoa.
-A senhora gostou?
-Sim. Era exatamente o que eu estava procurando – fala Bertha encantada.
-É um ótimo imóvel.
-Sim. Preciso fazer uma ligação – diz Bertha se afastando da corretora.
-Fala amor da minha vida.
-Filha, eu encontrei nosso futuro lar.
-Sério?
-Sério. A cobertura é linda.
-Tem minha hidromassagem?
-Tem uma hidromassagem gigante em uma das suítes. Tem uma piscina de porte médio e ao lado tem um ofurô de madeira para quatro pessoas.
-Já me apaixonei. Quanto custa?
-O preço é um pouco salgado – ri Bertha.
-Quantos milhões Bertha? – pergunta impaciente.
-R$ 7.500.000.
-Ui! Quando posso ver a cobertura?
-Eu estou nela, não gostaria de vê-la e conversar com a corretora?
-Sim, mas eu tenho que ir com a Annie na casa dela.
-Por que você não vem com ela? Se bem me lembro vocês trabalham e a Annie comprou uma cobertura aqui na lagoa.
-Vou falar com ela, espere na linha.
-Ok!
Haydée liga para Annie
-Annie você pode ir comigo ver uma cobertura que a Bertha adorou?
-Posso. Quando?
-Agora.
-Ok! Só vou pegar minha bolsa e nós vamos. Você já terminou seu trabalho?
-Já.
-Ok! Já passo na sua sala.
Haydée desliga e fala com Bertha:
-Nós já estamos indo para aí, dê-me o endereço.
Bertha passa o endereço para Haydée que a anota. Quando termina de anotar Annie entra em sua sala.
-Vamos?
Vamos. Onde fica localizada a cobertura?
-Av. Epitácio pessoa.
-Então seremos vizinhas?
-Se eu gostar sim – ri.
-Então roubarei a Bertha de você às vezes – ri Annie.
-Nada disso – fiz parecendo está brava – a Bertha é minha, só minha.
-Oh que bebê bravo – diz Annie dando um selinho em Haydée – Vamos?
-Vamos.
Elas chegam à cobertura e Annie fala:
-Realmente seremos vizinhas – diz rindo saindo do carro para encontrar Haydée.
-Que cara é essa?
-Eu moro naquele prédio – diz apontando para três prédios depois.
-Você mora ali? – pergunta espantada.
-Aham.
-Então vamos vê se realmente seremos vizinhas – pegando a mão de Annie e entrando no edifício.
Lá ela liga para Bertha que desce com a corretora, então as quatro se encaminham para a cobertura. Haydée fiscaliza cada quanto da cobertura que possuía:
•    Quatro quartos sendo todos suítes
•    Uma sala de jantar rodeada por espelhos, com piso tabua corrida.
•    Uma ampla sala de estar também com o piso de tabua corrida.
•    Um escritório amplo
•    Uma sala de ginástica
•    Uma sala que poderia dar em uma ótima sala de vídeo.
•    Uma cozinha monstruosa com armários embutidos de madeira.
•    Um banheiro principal grande cheio de espelhos, e de cor clara.
•    Uma área de lazer com uma piscina grande, com um ofurô de madeira na parte coberta, dois conjuntos de mesas em madeira com quatro cadeiras, e uma porta de vidro que levava para outra parte até então desconhecida. Essa área dava para uma ampla sala, com janelas de ponta a ponta, onde havia um bar de mármore e vidros.

-O que achou Haydée?
-Eu amei – responde empolgada.
-Que bom! – diz a Corretora sentindo que fechará a compra.
-O que você acha Annie? – pergunta Haydée.
-Se eu não tivesse comprado a minha, com toda certeza compraria esta.
-Eu vou ficar com ela – diz Haydée se virando para a corretora.
Elas conversam mais um tempo sobre a compra do imóvel. A corretora passa os valores de condomínio, IPTU, quantas vagas ela tem direito na garagem, a forma de pagamento, quando mais ou menos estarão prontas as papeladas e a entregue das chaves.
Na saída do prédio.
-Bertha, como vou estar em são Paulo daqui alguns dias, e também viajarei para New York você será a responsável pela decoração. Contrate alguém para auxiliá-la, não importa o quanto custe, quero que a cobertura fique confortável, e que tudo combine com o piso e os detalhes de madeira.
-Ok menina.
Elas se encaminham para a cobertura de Annie, onde a arquiteta e a decoradora já a esperam.
-Oi Annie!
-Oi Luciana – dando dois beijos no rosto da decoradora – Oi Clarissa – dando dois beijos no rosto da arquiteta, e em seguida vira-se para Haydée – Essas são Haydée e Bertha.
Todas se cumprimentam com dois beijos no rosto. Em seguida dão uma volta pela ampla e aconchegante cobertura de Annie que possuía:
•    Três quartos, sendo uma suíte.
•    Um banheiro principal com duas pias e um grande espelho no centro delas.
•    Uma sala de estar decorada com moveis brancos, com alguns quadros, e enfeites decorativos de bom gosto.
•    Uma ampla varanda com uma pequena saleta com móveis com acabamento em palha, uma piscina totalmente iluminada, um espaço com duas redes, algumas duas espreguiçadeiras de madeira na cor magno na beira da piscina.
•    Uma sala com um tapete de pelúcia na cor branca, com alguns sofás duplos e individuais espalhados pela sala, além de um sofá amplo parecendo uma cama ao fundo, ou seja, uma sala de vídeo e cinema bem equipada e decorada.
•    Uma cozinha totalmente em aço com uma enorme bancada estilo americanas com dois bancos altos também em aço inox.
•    Uma sala de jantar, com uma mesa de vidro e mármore branca com 10 lugares.

Toda a decoração é em tons claros, com alguns contrastes na cor preta e vermelha.
-E agora vamos à parte mais importante – diz Luciana com um sorriso travesso.
-Só quero vê o que você aprontou – diz Annie abraçando a amiga.
Elas chegam ao quarto e Annie fica de boca aberta.
“como estou sem imaginação colocarei as fotos” créditos ao dono
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-Está maravilhoso – diz encantada – e o quarto da Carol?
-Esse deu trabalho – diz Clarissa fazendo uma careta.
-Já está pronto?
-Sim. Vamos lá?
-Vamos.
Quarto de Carolina
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http://interiores3d.com.br/images/quarto%20menina%20III.jpg
*Créditos a Maria Luisa Amaral da luz*
-Ela vai amar. Nem parece quarto de criança.
-Ela disse que não é mais criança e que não queria bichinhos de pelúcia, nem nada rosa, queria tudo roxo – diz Luciana.
-Ela é terrível – diz Annie rindo.
Elas passeiam mais um pouco pela cobertura. E Clarissa e Luciana vão explicando como funcionam algumas coisas.
-Obrigada meninas, não sei o que seria de mim sem vocês – diz Annie abraçando as duas.
-Para isso servem as amigas – diz Luciana.
-Bertha – chama Annie.
-Oi menina!
-Porque você não pede para a Luciana e para a Clarissa ajudarem você a Haydée com a decoração?Elas são ótimas.
-Eu estava para perguntar isso, mas fiquei sem jeito – diz Bertha encabulada.
-Ora, não seja por isso – pegando a mão me Bertha – meninas quero que ajudem a Bertha com a decoração da cobertura da minha amiga que está no celular há horas – ri Annie.
Luciana e Clarissa conversam com Bertha enquanto Annie se afasta indo em direção a Haydée que falava no celular encostada na pilastra. Annie se aproxima devagar sem ser notada por Haydée que falava em espanhol ao celular, ela abraça Haydée pela cintura e dá um beijo no ombro da mesma.
Haydée se espanta no inicio, mas sorri em seguida, passando a mão sobre as mãos de Annie, fazendo suaves cariciais enquanto fala no celular.
-Ok! Te mando muchos besos.ciao – diz Haydée desligando o celular e virando-se de frente para Annie.
-Está com problemas?
-Estava falando com o meu tio. Ele que cuida dos meus bens na Espanha. Ele ficou assustado com a quantia que eu pedi – ri Haydée – me fez mil perguntas, até que eu disse que era para comprar uma casa.
-Seu patrimônio está todo na Espanha?
-Sim. Eu sou de lá, nem todas as espanholas são morenas – ri Haydée – Minha mãe é alemã e meu pai espanhol, ou seja, sou misturada.
-Você pretende voltar para a Espanha?
-Por agora não, tenho uma empresa aqui. Lá eu só tenho alguns amigos, uma família que eu passei a odiar, e alguns milhões em euros que eu herdei de minha vó por parte de pai, e de uma tia solteirona que me tinha como filha. Esse patrimônio é administrado por meu tio por parte de mãe. Ele foi o único que me apoiou quando eu resolvi dar um basta e me rebelar contra o meu pai e toda a família.
-Sua família parece um tanto conservadora.
-Eles são mesquinhos e preconceituosos. A família de minha mãe é mais liberal, mas vivem todos na Alemanha. Agora a família de meu pai é extremamente preconceituosa, é uma família tradicional e de nome na Espanha. Eles vivem nas colunas sociais, quando meu pai descobriu que era lésbica foi uma confusão só, me fez terminar o namoro, mas eu o peitei, afinal já tinha 18 anos. A única que me deu apoio foi a minha vó, mãe dele, ela me levou para morar com ela, mas faleceu quando eu me formei. Ela me fez jurar que eu seria feliz, e que não iria permitir que o meu pai me domasse nunca. Foi horrível no dia da abertura do testamento dela, todos ficaram revoltados porque ela deixou todos os bens para mim. Ela deixou um vídeo gravado que foi assistido por toda a família, ela simplesmente disse que não deixaria os bens que ela e o marido construíram com tanto sacrifício para pessoas que viraram as costas para um membro de sua família apenas por ele ser homossexual, todos ficaram revoltados, entraram com vários recursos, mas o testamento havia sido escrito anos antes de sua morte, e o vídeo meses antes.
-Nossa! E como ficou? Eles conseguiram pegar sua herança?
-Não. Eu sou dona de uma fortuna na Espanha, meu pai me odeia – faz uma careta -acho que se ele pudesse mandava me matar, primeiro me mataria por eu ser lésbica e segundo porque ter ficado com todo o patrimônio dos pais dele. Eu fiquei surpresa com o testamento da minha vó, jamais esperaria que ela fosse fazer isso. Agora eu entendo mais ou menos o porquê ela me fez fazer faculdade de administração. Apesar de ter profissionais cuidando de todo o patrimônio deixado por ela, sempre estou nas reuniões, é um pouco chato porque meus tios trabalham na empresa, são acionistas, mas eu sou a presidente e possuo 55% das ações, está tudo entre a família, não há estranhos no comando, ou na diretoria da empresa. Houve um período que tínhamos outros acionistas, mas graças a uma crise conseguimos comprar as ações de volta. Tudo é altamente fiscalizado pelos meus advogados que eram de inteira confiança de minha vó.Com o dinheiro que ganhei da herança de minha tia mais uma parte do dinheiro da herança da minha vó montei a HV & Cia, agora já cobri todo o dinheiro investido e coloquei no lugar de onde havia tirado.A Bertha me diz que é para eu ter um filho logo para que eu possa ter para quem deixar o dinheiro porque se amanhã eu morro, todo o dinheiro vai para os meus pais, e meus irmãos, caso eu não deixe um testamento.Se a Bertha fosse mais nova, eu deixaria todos os meus bens para ela e para o meu tio, mas ela se nega.Ela é turrona, eu já cansei de falar que ela é como minha mãe e que merece tudo o que eu dou para ela, mas ela insiste em ser empregada.Ela que cuida de tudo da casa, claro que temos outras empregadas, mas ela cuida de cada detalhe.
-Sua família tem empresa de que?
-Na verdade é uma companhia. Trabalhamos com no setor de construção. Atualmente atuamos em: construção; recolha e tratamento de lixos urbanos, a limpeza de ruas, no fornecimento de águas, gestão de parques, transportes de passageiros, inspeções oficiais de veículos e mobiliário urbano entre outras atividades, ou seja, uma prestadora de serviços. Atualmente somos os lideres na Espanha, pois compramos a nossa concorrente há 8 anos.
-E porque você não tem um filho?
-Não queria fazer inseminação, com o sêmen de um desconhecido. Se eu tivesse um primo de segundo grau e gay de preferência eu pediria o sêmen dele, mas como eu não tenho fica difícil – faz uma careta – tenho alguns primos, mas jamais pediria para eles doarem esperma para mim, são uns idiotas.
-Eu também não faria inseminação com o sêmen de um completo desconhecido, amigos gays são o que não falta, mas eu não quero ter filhos.
-Vamos morrer sem herdeiros então – ri Haydée.
-Você já pensou em adotar?
-Já, mas da mesma forma que não quero o sêmen também não quero criar o filho de um desconhecido correndo o risco de os pais biológicos baterem um dia na porta da minha casa querendo conhecer a cria que eles abandonaram.
-Você é contra isso?
-Contra o que?
-Você não acredita que existam pais que se arrependeram de ter dado seus filhos para adoção?
-Acredito que existam casos assim, mas penso da seguinte maneira: Se você não quer engravidar use camisinha, mas não carregue uma criança por nove meses para depois deixá-la em um orfanato qualquer. A criança não tem culpa dos erros dos pais.
-Ás vezes a mãe pode ter sido violentada – diz Annie com lágrimas nos olhos.
-Ei! Por que você está chorando? – pergunta Haydée abraçando Annie.
-Eu tenho uma filha Haydée – diz chorando desesperadamente.
-O quê? – se afasta de Annie olhando-a nos olhos – você tem uma filha?
-Eu tive, tenho, não sei onde ela está – diz enrolado em meio a lágrimas.
-Como você não sabe onde está sua filha? – pergunta Haydée a encarando – O que você fez com ela Annie?
Annie chora desesperadamente sentando-se no chão abraçando as pernas em seguida. Bertha chega à porta da varanda e vê a cena e prefere se retirar, mas antes chama Haydée em um canto:
-Haydée eu vou para o hotel.
-Ok! – diz passando a mão nos cabelos e respirando fundo.
-Aconteceu alguma coisa? – pergunta preocupada - Por que Annie está chorando?
-Problemas bá – respira fundo - Os problemas dela são mais fortes que eu imaginei.
-Fique com ela aqui esta noite, peça algo para comerem pelo telefone, qualquer coisa eu estarei no hotel – diz dando um beijo em Haydée – não deixe que o passado dela afaste vocês duas, procure saber toda a história, e não abandone a Annie agora. Ela está começando a se abrir com você.
-Eu não vou deixar ela sozinha, quero saber o que aconteceu para que ela tenha abandonado uma criança.
-Que criança?
-Ela teve uma filha bá, e se livrou dela.
-Meu Deus! – exclama Bertha levando a mão na boca.
-Vai para o hotel, depois nós conversamos – suspira – As meninas já foram embora?
-Já.
Bertha se despede de Haydée e segue para o hotel
Haydée volta para o lado de Annie que continua a chorar desesperada.
-Vem Annie vamos para o seu quarto.
Annie estende a mão para Haydée e elas vão abraçadas para o quarto de Annie.
-Você quer alguma coisa? Quer que eu ligue para algum lugar e peça algo?
-Não. Fica comigo – diz abraçando Haydée.
-É claro que ficarei com você – diz acariciando os cabelos de Annie.
Depois de alguns minutos Annie se acalma um pouco.
-Você tem tempo?A história é longa.
-Tenho todo tempo do mundo para você – diz dando um selinho em Annie e a acomodando em seus braços.
-Eu tinha 15 anos quando conheci o Matheus. Ele era dois anos mais velho que eu. Nós nos apaixonamos perdidamente, eu fazia tudo por ele e ele fazia tudo por mim. Tínhamos planos para nos casar quando eu terminasse o ensino médio. Meus pais e os dele eram amigos e torciam para que nós ficássemos juntos. O tempo foi passando e o Matheus começou com as cariciais mais ousadas, algumas eu permitir outras eu o mandava parar. Ás vezes nós brigávamos feio por causa disso. Eu era nova e ele por ser mais velho que eu queria ter sexo, mas eu não estava preparada para dar esse passo. Ele reclamava que os amigos dele ficavam encarnando-o por ele não ter me comido. Acho que isso foi revoltando ele um pouquinho –respira fundo - foi quando começaram as traições. Eu descobri que ele estava saindo com uma menina da sala dele, eles não faziam questão de esconder isso, chorei e sofri muito, e então terminamos o namoro. Eu fiquei dias sem ir para o colégio, fiquei muito abalada com o fim do namoro e com a traição, nos meus sonhos pensava que ele iria esperar eu estar pronta para me entregar para ele, mas ele ia pela cabeça dos amigos. Os amigos eram mais importantes que eu. Ficamos dois meses separados até que o Matheus me ligou chorando falando que estava arrependido, que me amava muito e pediu para que eu voltasse para ele. Ele prometeu nunca mais me trair, prometeu que ia esperar eu estar preparada – diz limpando as lágrimas que caiam – Os meses foram passando, eu fiz 16 anos e o Matheus 18. Nós éramos o casal mais popular do colégio, eu o amava perdidamente e ele parecia me amar da mesma forma. Nós dávamos alguns amassos, eu tentava aliviar ele de outras formas que não fosse sexo porque não me sentia preparada, ele entendia e se conformava com isso. Algumas amigas me avisaram que o Matheus estava andando com um pessoal da pesada, que estava começando a usar drogas, mas comigo ele era sempre o mesmo, o que me levou a não acreditar nos boatos – se ajeita no colo de Haydée – Então chegou o dia da formatura do Matheus, a noite estava perfeita, nós dançamos o juntos o tempo todo, percebi que o Matheus já estava um pouco alegre devido ao álcool, pedi para ele dá um tempo e ele deu por volta de meia noite ele foi ao banheiro com uns amigos e voltou um pouco alterado, pediu para irmos embora, eu não entendi direito, mas resolvi ir embora com ele. Entramos no carro e o Matheus começou a falar que os amigos dele o zoavam por nós não transarmos, falou que ele era homem e que ele precisava disso, que já não agüentava mais o meu charminho, fiquei assustada. Eu o olhava fixamente, então percebi que os olhos dele estavam dilatados e ele estava muito alterado, perguntei se ele havia usado drogas e ele disse para eu não me meter na vida dele. Fiquei com medo, pois ele falou de uma forma agressiva - pausa tentando conter as lágrimas – O Matheus desviou o caminho da minha casa e entrou em um motel, eu fiquei assustada, ele disse que só queria um carinho, que não ia fazer nada, eu pedi para ele me levar embora que eu não estava no clima para fazer nada porque ele estava alterado e drogado. Ele não me escutou, saímos do carro e ele me arrastou para o quarto, me jogou em cima da cama e começou a me beijar com violência, eu tentava empurrá-lo, mas ele era mais forte que eu, comecei a gritar com ele pedindo para ele me largar, mas ele não me escutava. Ele rasgou o meu vestido me deixando apenas de calcinha, beijava os meus seios com violência, me machucando, eu chorava desesperada e implorava para ele parar, ele parou por um momento, pegou uma coisa na calça, abriu e cheirou. Então eu tive a certeza de que ele estava se drogando, enquanto ele cheirava, eu o empurrei e corri para a porta, mas ele me alcançou me puxando pelos cabelos falando que eu não ia embora sem ele me comer. Ele me jogou novamente na cama com violência e começou a tirar a calça – Annie chora compulsivamente.
-Annie, se quiser você me conta depois – diz Haydée preocupada.
-Não – diz respirando fundo – Eu quero contar tudo – diz limpando as lágrimas e voltando a narrar – Eu chorava desesperadamente, pedia em vão para ele parar, com raiva ele me virou dois tapas na cara e me chamou de vagabunda. Falou que era para eu calar a boca, ou eu ia me arrepender. Ele arrancou a minha calcinha com um puxão me machucando um pouco, eu tremia e chorava com medo, aquele não era meu namorado, aquele não era o Matheus por quem eu era apaixonada e que fazia planos de me casar. Ele então tirou a própria roupa e tentou me penetrar, mas eu fechei as pernas, então vieram mais socos e puxões de cabelos, até que ele com raiva abriu as minhas pernas e penetrou sem dó, sem nenhum cuidado.Eu gritava de dor – Haydée cerra os punhos enquanto Annie narrava - eu sentia dor física e dor emocional. Ele me penetrava com violência e dizia que eu era uma vadia que iria gozar gostoso dentro de mim. Eu tentava tirar ele de cima de mim, cada vez que eu tentava sair daquele contato ele me esbofeteava, até que ele gozou e caiu em cima de mim. Ele caiu desfalecido, achei que ele estava morto e aquilo me assustou muito, eu o tirei de cima de mim e verifiquei o seu pulso, vi que ele estava vivo. Eu estava morrendo de medo que ele acordasse, me levantei da cama, e corri para portar sem pensar, mas ela estava trancada, então eu me tranquei no banheiro com o meu celular e liguei para o meu pai chorando desesperada. Meu pai perguntou onde eu estava, e com muita vergonha e medo eu disse que estava em um motel, li o nome dele em uma toalha que estava em cima da pia e meu pai disse que já estava indo me buscar, no desespero eu disse para ele que era para ele correr porque estava com medo do Matheus me bater e me violentar outra vez, meu pai perguntou o que havia acontecido e eu contei que o Matheus tinha me violentado sexualmente e que tinha me agredido, meu pai ficou histérico falando que iria matar o Matheus e mandou-me permanecer no banheiro, trancada. O Matheus acordou, e começou a esmurrar a porta. Ele gritava me mandando sair, me chamava de vagabunda, dizia que queria me comer mais. Com medo eu me encolhi ao lado do sanitário, abracei minhas pernas e chorava pedindo para que o meu pai chegasse logo. O Matheus chutava a porta e me Chamava de coisas horríveis até que eu percebi algumas vozes dentro do quarto, percebi que uma delas era o meu pai. O meu pai bateu na porta e me chamou, falou que já estava ali, e que era para eu abrir a porta para ele, com muito custo eu abri a porta e abracei o meu pai com toda a força existente em mim, e chorei desesperadamente pedindo para ele me levasse embora, o meu pai percebendo que eu estava nua, entrou comigo dentro do banheiro e fez-me vestir um roupão, quando eu me afastei ele reparou que o meu rosto estava muito machucado, que no meu corpo havia marcas de sangue, principalmente nas minhas coxas. O meu pai saiu do banheiro desesperado e partiu para cima do Matheus, mas os dois policiais o detiveram, falaram que não era para ele fazer nada, que o que era dele estava guardado. Eu saí do banheiro assustada, ouvi quando um policial gritou com o Matheus falando que ele era um filho da puta, que ele iria sofrer muito na prisão. Meu pai me abraçou e falou que ficaria tudo bem. O policial recomendou que nós fôssemos para a delegacia, que era preciso prestar queixa e que seria bom aproveitar os vestígios intactos da agressão para fazer o corpo delito – pausa Annie pede para Haydée pegar a garrafa de água que estava dentro de sua bolsa, Haydée pega e a entrega. Annie bebe e continua a narrar os fatos – Fomos para a delegacia. A delegada teve todo o cuidado comigo, me deu água e pediu para que eu narrasse os fatos, enquanto eu estava prestando depoimento o meu pai já contatava os nossos advogados, ele me prometeu que iria colocar o Matheus na cadeia. Depois do depoimento eu fui fazer corpo de delito, tiraram fotos de mim nua, a médica me examinou e eu só chorava, não conseguia parar de chorar. Ela disse que agora ficaria tudo bem, que o desgraçado que havia feito isso comigo iria pagar caro. Ela recolheu a amostra do sêmen do Matheus que estava em minhas pernas para análise, mais provas segundo ela. Depois do exame ela me liberou e conversou um pouco com o meu pai, sugeriu que ele me Levasse para uma clinica onde eu iria ser sedada para controlar os meus nervos, e onde seria examinada melhor.
Meu pai me levou para uma clínica, lá eu tomei banho com a ajuda do meu pai que era o único que eu deixava me tocar, depois eu fui instalada em um quarto. Como eu não parava de chorar e não permitia que ninguém além do meu pai me tocasse, me deram um sedativo que me fez dormi por dois dias, enquanto eu dormia foram feitos exames de sangue, foram feitos exames para vê se estava tudo bem dentro de mim, vê se não havia nenhum órgão afetado. Quando eu acordei estavam comigo: os meus pais e meus irmãos. Todos estavam aflitos e chorosos olhando para mim. Meu pai me abraçou com todo o carinho do mundo dizendo que me amava, pedindo-me perdão por não ter evitado aquilo, minha mãe me abraçou chorosa dizendo que me amava muito. Meus irmãos também me abraçaram e prometeram vingança. O pai do Matheus foi me visitar, ele e meu pai discutiram no início, mas para a minha surpresa o pai do Matheus disse que iria fazer o filho pagar, que não iria beneficiá-lo em nada, contou que foi descoberto que o Matheus não só estava usando drogas como também estava vendendo-as para menores de idade. Depois que eu saí da clínica fui para casa. Desde àquela noite eu não fui mais a mesma, não comia, não falava.  Isso já estava deixando os meus pais desesperados. Eles contrataram uma psicóloga, no início eu não falava nada com ela, ficamos nisso por uma semana, até que eu comecei a falar com ela.  Ela começou a conversar comigo como uma amiga e não como uma profissional. Ela e minha família eram os únicos que eu aceitava que chegassem perto de mim, um dia eu estava almoçando e vomitei, minha mãe ficou preocupada comigo e chamou um médico, para minha surpresa ou para aumentar ainda mais o meu desespero este informou que eu estava grávida. Eu chorei desesperadamente dando socos na minha barriga falando que não iria ter aquele bebê, que era para tirarem ele de mim ou eu me mataria. Novamente me levaram para o hospital e me sedaram, fiquei quase uma semana sedada porque quando eu acordava e me dava conta do que tinha acontecido, iniciava uma nova crise. Meus pais conversaram muito comigo quando eu me acalmei dizendo que eu não poderia fazer um aborto que isso era perigoso. Eu chorava muito e chamava por Marisa, mas ela já havia voltando para o EUA onde ela e marido viviam, eu não queria ter aquele bebê, implorava para o meu pai para me deixar fazer um aborto, e ele dizia que não me perderia que não perderia a princesa dele por causa de um crápula igual o Matheus. Como eu era menor de idade os meus pais não permitiram o aborto, eu dizia os odiar da mesma forma que odiava aquele bebê, que eu iria matá-lo quando ele nascesse. Quando recebi alta, não queria fazer nada, não queria voltar para escola, tinha vergonha de sair na rua, passava parte do dia trancada no meu quarto com uma enfermeira que me vigiava dia e noite a pedido dos meus pais, pois eles tinham medo de que eu fizesse alguma besteira. Com o passar dos dias eu implorei para os meus pais para que me levassem para longe do Brasil, que eu não queria que ninguém me visse carregando aquele monstro. Com muito custo os meus pais me mandaram para a Inglaterra onde morava minha madrinha. Lá com a ajuda de professores particulares eu não perdi o ano escolar, minha barriga crescia a cada dia, eu fazia os exames sem nenhuma emoção, eu não queria aquela criança, eu a odiava na mesma proporção que odiava o Matheus.
Depois de um tempo eu soube que o Matheus estava preso, que havia pegado 7 anos de prisão por uns crimes praticados. Enquanto preparava minhas malas para ir para a Inglaterra fui obrigada a testemunhar contra ele, eu queria que ele apodrecesse na cadeia. Com o passar dos meses quando eu estava mais ou menos grávida de 7 meses minha mãe foi para a Inglaterra me deu a noticia de que a minha sobrinha Carolina já estava para nascer, que Marisa gostaria de me visitar, mas o médico não permitiu, pois a gravidez de Carol era de alto risco. Pedi para que fosse feita uma cesárea, não queria ter parto normal, não queria sentir dor por causa daquele monstro que estava dentro de mim. Quando completei 8 meses a bolsa rompeu, eu gritava de dor e pedia uma cesárea, a médica responsável entendendo o meu caso, realizou a cesárea. Quando o bebê nasceu eu o rejeitei ainda mais, não queria vê-lo de jeito nenhum. Meu pai viajou para a Inglaterra no mesmo dia do nascimento da criança, quando recebi alta eu disse que agora era para ele cumprir a promessa que ele havia me feito, que era para ele se livrar daquele maldito bebê, afogá-lo ou qualquer coisa, mas que sumisse com ele. Meu pai respeitando o meu pedido saiu uma semana depois de casa levando com ele aquele fardo juntamente com uma assistente social do hospital. Fui informada duas semanas depois que minha irmã havia tido a Carol, ao contrário do que senti pelo bebê que saiu de dentro de mim, fiquei ansiosa para conhecer a Carolina, afinal eu seria madrinha daquela pequena. Depois de dois meses eu fui para a Flórida visitar a minha irmã e minha sobrinha linda. Quando vi a Carol foi amor a primeira vista de ambas as partes – sorri com a lembrança - uma vez eu até amamentei ela porque minha irmã havia saído com minha mãe, deixado a Carol comigo. Ela acordou e começou a chorar, tentava dar a mamadeira, mas ela rejeitava então eu tirei o meu sutiã e a amamentei, quando ela estava mamando minha irmã e minha mãe, junto com meu pai e meu cunhado chegaram e ficaram emocionados com a cena. Minha irmã sentou ao meu lado chorando falando que nós éramos as bebês dela. Fiquei quase um mês na casa da minha irmã até que fui obrigada a voltar para a Inglaterra porque iriam começar as aulas. Voltei para a Inglaterra e tive que ir para um colégio normal, era super arredia, não falava com ninguém, apenas estudava, por pedido meu, fui matriculada em um colégio para meninas, tinha pavor dos meninos. Fazia terapia três vezes na semana. Quando me formei no colégio decidi que não voltaria para o Brasil, que iria fazer moda na Itália. A princípio os meus pais foram contra, mas devido a minha insistência eles acabaram aceitando. Tornei-me uma adolescente fria, triste, não tinha vontade nenhuma de viver ou de me relacionar com as pessoas. Sempre que via um garoto ou um homem eu me encolhia. Com os passar do tempo fui me afastando da minha família, já não tinha mais meus amigos do Brasil, me afastei de todos me dedicando apenas a terapia e aos meus estudos. Vi na moda um refugio. Quando completei 23 anos regressei, estava com inúmeras propostas e morrendo de saudade da minha família, possuía um atelier com uma amiga da faculdade, nós estávamos nos saindo muito bem naquela empreitada. Foi com ela que comecei a olhar diferente para mulheres, nós namoramos durante alguns meses, terminamos porque eu não conseguia me entregar da mesma forma que ela estava se entregando – respira fundo – Meu passado me impediu de viver aquela relação. Uma vez meu irmão foi me visitar e nós saímos para algumas baladas pela cidade, todos pensavam que éramos namorados, ás vezes até fingíamos quando um homem chegava perto de mim e eu ficava assustada. Com a ida de meu irmão nós pudemos conversar sobre a vida, ele me contou de Heloisa sua namorada do colégio, me contou que Marisa já havia voltado a viver no Brasil e que Carol estava linda. Fiquei com uma vontade louca de voltar para o Brasil, mas não tinha coragem, voltar seria reviver tudo outra vez, e eu tinha medo - pausa - até que depois de muita insistência o Sérgio me convenceu a voltar, a deixar o passado de lado e voltar para o Brasil. Que lá no Brasil eu tinha minha família e que isso era o mais importante – pausa para beber um gole de água – Larguei minha sociedade com a Laura e voltei com Sérgio para o Brasil. Fui bem recebida por todos, me senti amada, mas não mudei muito, continuava solitária. Como meu pai dizia não havia mais brilho no meu olhar, que estava apagada. Eu tentava sair com meus irmãos, com os amigos deles, mas era aquela felicidade momentânea, faltava algo. Estar no Brasil fazia eu me sentir mal, pois foi ali que tudo aconteceu, aquela noite trágica que acabou com a minha vida, que deixou uma cicatriz marcada em meu corpo. Um dia estava caminhando na orla de Copacabana com minha mãe, quando se aproximou de mim uma mulher, perguntando se eu era a Annie ex-namorada do Matheus, aquilo foi o horrível, saí correndo desesperada com a minha mãe correndo atrás de mim pedindo para eu parar. Mais uma vez o Matheus me roubou a vida, entrei em uma depressão horrível, olhar para Carolina era um tormento porque ela me lembrava o bebê que eu havia tido e me livrado sem dó nem piedade, um bebê que eu havia rejeitado sem ao menos olhar para o seu rostinho. Meus dias foram tristes, passei a tomar remédios para dormi, voltei a fazer terapia novamente. A Carol estava sempre ao meu lado, não desistia de mim, chegava ao ponto de chorar junto comigo secando minhas lágrimas. Nesses três Últimos anos ela não tem saído do meu lado, por mais que eu tente afastá-la ela continua ali insistindo e fazendo-me perceber que apesar do meu sofrimento por causa do meu passado existe um mundo maravilhoso do outro lado da janela. A minha vida tem se resumido a empresa, a desenhar e a dar uma esmola de carinho para a minha família. A Carolina aos poucos está devolvendo a minha vontade de viver – conclui em um longo suspiro – é isso, essa sou eu - diz levantando do colo de Haydée e a encarando.
-Nossa! – exclama Haydée passando as mãos no cabelo – Jamais imaginei que você tivesse passado por tudo isso, mas como a Carolina mesmo “te disse”: existe um mundo Annie e você faz parte dele – fala com carinho tocando o rosto de Annie - e você tem que se dar a oportunidade de viver novamente, de ser feliz.
-Eu não posso Haydée, eu não consigo esquecer aquela noite, eu não consigo esquecer aquele bebê – esconde o rosto entre as mãos chorando.
-Annie já se passou 10 anos. Você é linda, saudável, tem uma carreira brilhante, tem uma família que te ama e que te apóia em tudo. Tenho certeza que aquele bebê encontrou pessoas que o amem – ergue o rosto de Annie fazendo-a olhar para ela - você não pode se martirizar por isso, afinal você era uma criança praticamente quando tudo aconteceu. Uma menina cheia de sonhos, que fantasiava uma vida ao lado do seu príncipe encantado, mas infelizmente as coisas não saíram como você imaginava. Sei que você sofreu muito e que ainda sofre, mas não pode se entregar, você não pode deixar que o que aquele desgraçado lhe fez há 10 anos atrás a impeça de viver, impeça você de ser feliz.
-Eu sei Haydée, mas é difícil, é mais forte do que eu. Há alguns meses eu decidi procurar aquele bebê, coloquei um detetive para buscá-lo. Naquele dia que eu tive aquela crise de choro ele havia me informado que por fim havia conseguido os todos os registros de nascimentos do dia do nascimento do meu bebê, da entrada e saída do mesmo, e havia conseguido a lista de assistentes sociais que trabalhavam no hospital naquela época. Não sei se vou encontrá-lo, mas espero que sim, sinto que só vou poder ser feliz novamente sabendo que ele está feliz.
- Isso é Simples, é só você perguntar para o seu pai onde ele deixou o seu bebê. Porque foi ele que o buscou no hospital e negociou tudo para a assistente social, não é?
- Foi, mas uma vez ele me disse que quem tratou de tudo isso foi a assistente social. Se eu conseguir chegar nessa mulher, eu acho o meu bebê. Eu quero fazer isso sozinha, não quero que meus pais se metam nisso. Eu quem quis me livrar daquele bebê, eles não entenderiam essa minha súbita vontade de encontrar um bebê que me fez tanto mal há 10 anos atrás.
-No que eu puder ajudar, eu te ajudarei – fala com carinho.
-Você não me acha um monstro? – pergunta com receio.
-Confesso que fiquei assustada quando você contou que tinha um filho perdido por aí, fiquei ainda mais assustada quando me que tinha se livrado da criança, mas agora sabendo toda a sua história e entendendo todos os seus motivos, não te acho mais um monstro. Eu no seu lugar faria o mesmo. Quem gostaria de ter nos braços um bebê fruto de uma violência e de um trauma? Talvez se te fosse obrigada a conviver com essa criança o seu trauma seria ainda maior e com toda a certeza essa criança sofreria ainda mais em ser rejeitada pessoalmente por sua mãe.
-Na época eu pensava o mesmo, mas agora sei que aquela criança não tinha culpa de nada – chora – eu a abandonei no momento em que ela mais precisou de mim, quando ela mais precisava do meu carinho e da minha proteção – entrando em prantos – Eu não irei me perdoar nunca por isso.
-Annie – diz abraçando ela – Você era uma adolescente fragilizada, com raiva. Você não teve culpa de nada, não chora vai – limpando as lágrimas de Annie – Olha para mim – segurando o rosto de Annie – Eu vou sempre estar ao seu lado e vou te ajudar a encontrar o seu bebê, mas devo te avisar que o mesmo pode estar sendo criado por outra família, e já é grande. Tem dez anos de idade e pode não aceitá-la como mãe.
-Mas eu não quero ser mãe, eu não mereço isso, nem sei se estou preparada para ter um filho. O que eu quero é saber se essa criança é feliz. Eu quero pedir perdão por tê-lo abandonado.
-Eu só não quero que você se machuque mais com isso, promete?
-Prometo que tentarei não me machucar mais.
-Isso mesmo mocinha – diz Haydée sorrindo dando um selinho em Annie – eu estou com fome e você?
-Estou morrendo de fome - limpando os vestígios de lágrimas – Que horas são?
-São – olhando para o relógio – 10h20min.
-Nossa!
-O que acha de sairmos para comer alguma coisa? Se você quiser pode vir comigo para o hotel.
-Ok!
Annie passa no banheiro para lavar o rosto, apaga todas as luzes, fecha todas as portas com chave com a ajuda de Haydée e parte com a mesma para o hotel.
No hotel elas não encontram Bertha, provavelmente a velha e simpática senhora já havia se recolhido. Haydée pede serviço de quarto. Durante a comida Annie e Haydée conversam sobre a empresa.
Na suíte de Haydée
Após terminarem de tomar banho as duas deitam na cama e ficam conversando.
- Annie?
-Eu.
-Qual é o sexo do seu bebê?
-É uma menina. Eu já havia lhe dito.
-É que às vezes você falava como se fosse menino – ri – A sua filha deve ser linda.
-Isso eu não sei, eu não quis vê-la.
-E se ela estiver em um orfanato? O que você vai fazer?
-Eu não tenho idéia.
-Você poderia adotá-la.
-O que eu faria com uma criança de 10 anos com a vida que eu tenho?
-Ser a mãe dela e amá-la.
-As coisas não são tão simples assim.
-Annie, ninguém disse que as coisas seriam fácies, mas se ela estiver em um orfanato e você deixar essa criança mais uma vez, eu juro que te bato – diz Haydée agarrando Annie pela cintura.
-Vai me bater, é?
-Aham.
-Na verdade eu tenho medo de ela não me aceitar ou não me perdoar por tê-la abandonado.
-Ela está no seu direito, mas se ela tiver em um orfanato acho que o que ela mais quer é ter uma mãe e uma família, não é?
-Acho que sim – faz uma cara triste.
-Vamos mudar de assunto, não quero vê-la triste – diz Haydée acariciando o ventre de Annie.
Annie se vira de frente para ela. As duas se olham e lentamente vão aproximando suas bocas. Quando o contato ocorre, ambas fecham os olhos visando sentir aquele beijo calmo e explorador. Quando esse é encerrado elas abrem os olhos e sorriem uma para outra. Haydée é a primeira a quebrar o silêncio:
-Nunca me senti assim – ri – Estou me portando como uma adolescente.
-Como assim? – pergunta se entender.
-Não sei explicar, digamos que eu sempre fui de avançar o sinal, entende? – diz um pouco sem graça.
-Acho que entendi - diz Annie sorrindo.
-Mas com você eu não consigo avançar, eu fico nervosa – diz Haydée fazendo uma careta engraçada.
-Eu te deixo nervosa? – pergunta Annie com um olhar malicioso.
-Muito – confessa Haydée.
-Eu não vou mentir. Eu sinto um tesão absurdo por você, mas acho que ainda está cedo para irmos além de beijos. Já fiz sexo por fazer, na tentativa de me “curar” do trauma do Matheus, mas não quero fazê-lo com você, entende? Eu quero que seja especial – fala com vergonha – Você vai me achar uma boba depois disso – diz Annie cobrindo a cara.
-Então somos duas bobas – diz Haydée tirando o edredom da cara de Annie –Eu também quero que nossa primeira noite juntas seja especial.
-Quando eu passei por aquilo com o Matheus, não deixava ninguém me tocar. Só fui ter relações com 23 anos com a minha amiga, namoramos por alguns meses como já te disse, foi bem difícil para eu me entregar, mas ela foi tão carinhosa que acabei me viciando um pouquinho em fazer amor com ela, quando terminamos tentei ter ralações com outras pessoas, mas na hora H, ficava nervosa e nada. Já tentei ter relações com homens para tentar superar o trauma, mas foi impossível. Quando eles ficavam em cima de mim, me batia um desespero e eu saia correndo deixando-os na mão. Eu ainda tenho certo bloqueio na cama, já fiz sexo com algumas mulheres, mas não as deixo me penetrar, nem a Laura me penetrava direito porque eu a mandavaela parar.
-Então tenho uma quase virgem nas mãos - diz Haydée rindo.
-Sua boba – diz Annie jogando uma almofada em cima da Haydée – Você sempre foi lésbica?
-Sempre tive preferências pelas meninas, no colégio eu olhava mais para as meninas que para os meninos. Já namorei um menino, perdi minha virgindade com ele. Apesar de ele ter sido um fofo comigo, não consegui sentir prazer quando tínhamos relações. Depois disso fiquei com uma amiga de turma, e pintou de transarmos, foi como ir ao céu. Então naquele dia descobri e aceitei que era lésbica.
-Eu falo que sou bi, mas eu só consigo beijar homens na balada, ir para cama só com mulheres mesmo, mesmo assim deixando muito a desejar – faz uma careta.
-Você vai muito para balada?
-Ia muito com o Sérgio, agora nem tanto. Meu humor e minha personalidade mudam muito. Ás vezes me sinto livre para viver novamente, e outras eu me tranco no meu próprio mundo. Com essas atitudes acabo afastando as pessoas de mim, ou magoando-las.
-Você continua fazendo terapia?
-Aham.
Elas passam a noite trocando beijos e algumas carícias inocentes até que acabam dormindo em posição de conchinha.


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Capitulo 12

Capítulo 12

Pela manhã Bertha entra na suíte de Haydée com o intuito de acordá-la, mas ao ver que ela não estava sozinha acaba desistindo.
Annie acorda com o seu celular tocando, se solta dos braços de Haydée para atendê-lo.
-Aló! – diz com voz de sono.
-Annie, onde diabos você se meteu? – pergunta Ângela aflita.
-Mãe? – diz ainda sonolenta.
-Claro que sou sua mãe. Onde você está?
-Estou com a Haydée, acabei dormindo aqui. Eu deixei mensagem na sua caixa postal te avisando.
-Eu fiquei aflita quando cheguei em casa e Célia disse que você não havia dormido em casa. Pensei mil coisas – diz aliviada.
-Desculpe mamãe, mas eu tentei avisá-la, liguei para o seu celular e para o celular do papai e ambos caíram na caixa postal.
-Fomos á casa de Marisa, Carol se sentiu mal. Acabamos perdendo a hora  conversando e dormimos por lá.
-O que a Carol sentiu?
-Nada grave, desmaiou na aula de educação física. Já está melhor, mas levamos um grande susto. Você tem planos para o almoço?
-Nem sei. Que horas são?
-São quase 10 da manhã.
-Já?
-Sim. Farei um almoço em família, seus irmãos e seus tios virão almoçar conosco. Por que você não trás Haydée?
-Não sei se ela vai querer ir.
-Bobagem. Carol ficará feliz em vê-la, não falou de outra coisa a não ser dela e de Bertha. Traga-as para o almoço e diga que não aceito não como resposta.
-Ok!
Annie se despede da mãe e vai para o banheiro fazer sua higiene matinal, ao regressar Haydée ainda está dormindo. Para não incomodá-la vai à sala procurar Bertha.
-Bom dia dorminhoca!
-Bom dia Bertha!
-Quer tomar café da manhã?
-Agora não – responde se sentando em uma poltrona – Tenho um convite para fazer.
-Convite?
-Sim. Minha mãe convidou Você e Haydée para almoçar lá em casa hoje, e disse que não aceita não como resposta.
-Se não tem como negar, acho que não posso dizer nada além de sim – ri Bertha - Mas alguém vai lhe dar trabalho.
-Haydée?
-Aham.
-E por quê?
-Conhecer a sogra assim do nada é aterrorizante – ri Bertha tirando com a cara de Annie que fica vermelha.
-Não tem nada a ver.
-Estou brincando menina – diz Bertha dando um beijo carinhoso na testa de Annie.
-Você me deixa sem graça ás vezes.
-Eu sei – ri divertida.
-Quanta animação – diz Haydée entrando na sala e sentando no colo de Annie dando um selinho na mesma – Bom dia!
-Bom dia!
-Haydée hoje você conhecerá sua sogra.
-Quem? – pergunta encarando Bertha sem entender.
-A mãe de Annie nos convidou para almoçar lá.
Haydée olha para Annie que confirma.
-Antes que tente se livrar, ela disse que não aceita não como resposta- ri Bertha – Quero vê a sua cara diante dos seus sogros.
-Bertha você anda muito palhaça para meu gosto – diz Haydée em tom de represaria.
-Que nada menina, é divertido ver as duas vermelhas de vergonha – ri – Esse almoço promete – diz Bertha saindo.
-Essa Bertha não tem jeito – diz Haydée emburrada – Eu não quero ir não – faz bico.
- Por quê?
-Vai que ela solta uma das suas lá? Seus pais podem se chatear.
-É por isso? – pergunta Annie rindo.
-Claro.
-Sua boba – dá um tapinha no braço de Haydée - meus pais sabem que eu me envolvo com mulheres, no início eles acharam bem estranho, mas com o tempo foram se acostumando. Eles me apóiam em tudo. Se a Bertha soltar uma das suas, será sim um problema, um problema para você – ri – Minha mãe vai grudar em você feito carrapato, pois nunca levei ninguém em casa.
-Eu sou a primeira, é? – pergunta dando um selinho.
-Sim.
-Então temos que formalizar isso.
-Como assim? – pergunta Annie se entender.
Haydée sai do colo de Annie sentando-se ao lado dela, pega as mãos de Annie e diz: – Annie, nós não nos conhecemos direito, mas eu me sinto muito a vontade com você, e acho que isso é recíproco – esboça uma careta divertida - Eu me sinto honrada por você ter confiado em mim e ter contato toda sua história. Notei o quanto isso é difícil para você, fico feliz por ter confiado em mim – faz uma carícia na face de Annie que sorri para ela - Eu estou gostando muito de ficar com você e estou disposta a tentar ter algo sério. Sei que você ainda é abalada pelo seu passado e que tem uma cicatriz em cada canto do seu ser, mas se você estiver de acordo, estou disposta a ajudá-la a superar tudo isso. Estarei ao seu lado sempre. Se nós não dermos certo como casal podemos ser grandes amigas – diz olhando fixamente para Annie – Você que ser minha namorada?
- Eu já falei muito não para essa pergunta, mas para você eu digo sim. Eu quero ser sua namorada Haydée, eu quero tentar com você. Tu foste a primeira pessoa para quem eu me abri e contei toda a minha história – diz dando um selinho que vira um beijo apaixonado em seguida.
Haydée sente uma imensa alegria por Annie ter aceitado seu pedido de namoro. As duas se beijam com calma explorando os lábios uma da outra, trocando carinhos durante o beijo.
-Adoro te beijar – diz Haydée fazendo carinho na nuca de Annie.
-Eu também – puxando Haydée para mais um beijo.
-Meninas – chama Bertha arranhando a garganta.
-Você é uma estraga prazeres bá. Deixa-me beijar minha namorada mais um pouquinho – diz Haydée dando um selinho em Annie.
-Namorada? – pergunta Bertha confusa.
-Sim. Eu pedi essa loirinha em namoro e ela aceitou – diz Haydée com um sorriso.
-Não sabe como estou feliz por vocês – diz Bertha dando um beijo em cada uma – Espero que ambas antes de tudo sejam amigas – sorri – Annie vou lhe alerta de algo, Haydée é muito ciumenta.
-Bá, não queima meu filme – fala Haydée emburrada.
Annie ri das duas e fala:
-Então teremos um problema bá – ri – eu sou muito ciumenta.
-Meu Deus! – exclama Bertha levando as mãos para o céu – Eu ainda vou escutar muita reclamação de ambas as partes – ri divertida.
-Eu sou ciumenta, mas eu só sinto ciúmes quando me dão motivos – diz Annie olhando diretamente para Haydée.
-Não lhe darei motivos – dá um selinho em Annie – Eu sou ciumenta, mas com tantos anos de terapia aprendi a me controlar – ri divertida – confiança é a base de tudo, odeio barraco, odeio discutir – a encara – se tiver algum problema eu chegarei para você e falarei, assim como quero que você faça o mesmo.
-Farei – ri – Eu tenho uma proposta para fazer para as duas.
-Proposta?
-Sim. Meu apartamento já está pronto, me mudarei ainda esta semana. Como você é minha namorada e a Bertha está se tornando alguém especial para mim – sorri para Bertha – Quero que vocês duas venham ficar comigo até o seu apartamento esteja do jeito que você quer.
-Eu não posso aceitar – diz Haydée.
-Haydée – fala Annie zangada – Não tem motivos para você não aceitar, você é minha namorada, por mais que esse hotel seja um sonho ainda sim é um hotel. Meu apartamento tem espaço o suficiente para acomodar vocês duas.
-Não quero tirar sua privacidade – acaricia os cabelos da Annie.
-Não vai tirar Haydée, ficarei imensamente feliz de ter você e Bertha comigo – fala manhosa.
Haydée olha para Bertha pedindo ajuda.
- Por mim está tudo bem – ri Bertha da cara de reprovação de Haydée.
-Então não se fala mais nisso – fala Annie contente – Haydée desce e fecha sua conta – vira-se para Bertha – Eu ajudo você a arrumar as coisas, passamos no meu apartamento e deixamos tudo antes de ir para casa dos meus pais – ri – Só temos um problema – faz uma careta – Eu ainda não contratei empregada.
-Isso não é problema, eu me encarrego disso por enquanto – fala Bertha.
-Claro que não – fala Annie indignada – Você é minha convidada.
-Não tem problema Annie – ri Bertha – Eu estou acostumada e adoraria ajudar você até que contrate uma empregada.
-Melhor aceitar Annie senão ela te bate – cochicha Haydée.
-Ok! Mas hoje mesmo falarei com a minha mãe para entrevistar algumas empregadas para mim durante a semana.
Haydée desce até a recepção do hotel para fechar sua conta enquanto Bertha e Annie arrumam as malas, quando já está tudo pronto elas descem para o carro de Annie e o carro da empresa utilizado por Haydée. Elas seguem para o apartamento de Annie, esta acomoda Bertha no quarto de hospedes e Haydée em seu quarto.
-Está tudo pronto – sorri – Vamos? – pergunta Annie pegando as chaves do carro.
-Vamos – respondem Bertha e Haydée em coro.

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Capitulo 13


Capítulo 13

*Casa dos pais de Annie*
A família de Annie está toda reunida na sala. Annie chega, cumprimenta toda a sua família e apresenta Bertha.
-Carolina falou verdadeiras maravilhas de você – diz Ângela sorrindo.
-Essa menina é muito exagerada – diz Bertha sorridente abraçando Carolina.
-Bom – diz Annie um pouco sem jeito – Mãe, pai – pausa – Esta é Haydée, minha sócia, amiga – pega uma das mãos de Haydée que estão geladas, sorri para esta, vira-se para os pais – E minha namorada – fala por fim encarando os pais.
Os pais de Annie ficam sem palavras assim como os demais presentes.
-Eu… Eu não sei o que dizer – diz Ângela com certa dificuldade.
O pai de Annie encara a filha e Haydée, analisa a expressão facial de cada uma e por fim fala:
-Haydée – se aproxima de Haydée – Bem vinda à família! – sorri – Posso dar um abraço na minha nora? – abre os braços convidando Haydée.
Haydée olha para Annie que sorri para ela e fala:
-Cla… Claro! – indo abraçar Paulo que a envolve em um abraço carinhoso.
Ângela se aproxima de Annie e lhe dá um abraço apertado e fala baixinho em seu ouvido:
-Quero que saiba que eu estou muito feliz por vê-la sorrindo novamente – fala com a voz embargada pelo choro contido – E que te apoio nessa relação – se desprende do abraço, encara Annie que está com os olhos marejados – Eu te amo filha – limpa as lágrimas do rosto de Annie – Você não sabe o quanto eu rezei para que você encontrasse alguém que te trouxesse de volta para nós – a abraça novamente.
As duas permanecem abraçadas por alguns minutos.
-Somos duas choronas – diz Ângela limpando suas lágrimas e em seguida vira-se para Haydée – Venha cá minha nora – abrindo os braços – Seja Bem vinda à família.
Haydée é apresentada aos demais, que ficam felizes por verem Annie sorrir novamente.
-Estou feliz por ti minha irmã – diz Marisa abraçando Annie.
-Eu também estou feliz Mari – corresponde ao abraço da irmã.
-Eu quero que você me prometa uma coisa – diz Marisa séria.
-Que coisa?
-Que você se dará a oportunidade de ser feliz, que não deixará que o passado interfira mais uma vez na sua vida.
-Eu tentarei.
-Você tem bom gosto – diz Marisa rindo.
-Ela é bonita, né? – fala Annie olhando para Haydée – E ela sabe tudo – volta a olhar para a irmã.
-Você contou tudo? – pergunta Marisa surpresa.
-Contei. Eu até agora não acredito que contei tudo para ela.
-E o que ela disse?
-No início ela ficou um tanto quanto surpresa, pensei que ela iria me chamar de monstro, mas ela disse que iria me ajudar. Que mesmo que não funcionemos como um casal a amizade permanecerá.
-Acho que você encontrou a pessoa perfeita para você.
-Ai Mari! Eu não sei direito – faz uma careta - está acontecendo tudo muito rápido. Conheço a Haydée há poucos dias, já contei toda minha vida para ela e já estamos namorando, e – pausa – e eu a levei para o meu apartamento.
-Que? – pergunta com espanto.
-Não me olha com essa cara, mas é que ela está fechando negócio. Vai comprar uma cobertura três prédios do meu. Ela estava hospedada no Copacabana Palace, e se a mamãe te contou, eu estava dormindo lá praticamente todos os dias.
-Essa Haydée é poderosa – ri Marisa – Ela já está até indo para o seu apartamento.
-Eu que a convidei. Ela nem queria aceitar, mas eu soube convencê-la – da uma piscadela para a irmã.
-Nem quero saber como você a convenceu – faz uma cara divertida.
-Não foi assim – dá um tapa na irmã – Ainda não rolou nada entre nós, por incrível que pareça as duas não querem ir rápido demais nesse sentindo.
-Minha cunhada é uma dama – ri Marisa.
-Você não tem jeito – ri Annie.
-Nossa! Quantos sorrisos – diz Paulo chegando perto das filhas e abraçando as duas – Fico feliz em vê-las nessa alegria – sorri.
-É que a sua filha mais velha fica falando besteira – diz Annie.
-Eu né? – fala Marisa indignada.
-Claro! Eu sou uma santa – ri- Deixa eu tirar minha namorada das garras do nosso irmão – diz Annie saindo de perto do pai e da irmã.
-Ela está voltando papai – diz Marisa com os olhos marejados.
-Deus te ouça Filha – Abraça Marisa.
Annie senta no colo de Haydée, dá um selinho nesta e fala:
- Posso saber o que você tanto conversa com a minha namorada? – Pergunta Annie séria.
-Ciúmes de mim? – Pergunta diz Sérgio.
-Devo? – pergunta erguendo uma sobrancelha.
-Claro que não – ri Sérgio – Apesar de achar a Haydée uma gata, ela é sua irmãzinha – pisca – E para mim namorada de irmã é homem, e eu não gosto de homem – fica Sério.
-Acho bom mesmo a Haydée ser homem para você – o fuzila com os olhos.
-Mas sabe como é – ri – Eu posso virar gay a qualquer momento porque sua namorada é muito gostosa – diz Sérgio saindo correndo rindo.
-Eu vou te pegar seu descarado – diz Annie correndo atrás do irmão.
-O que aconteceu? – pergunta Ângela sentando-se ao lado de Haydée.
Haydée conta o que aconteceu e Ângela ri divertida.
-Esses dois – ri balançando a cabeça negativamente – Seu sotaque é diferente – encara Haydée – Você não é daqui, é?
-Não. Eu sou espanhola.
-E como veio parar no Brasil?
-Eu sempre gostei do seu país. Quando era pequena meus pais sempre me traziam de férias para cá. Quando minha vó morreu, a primeira coisa que eu fiz foi vir para cá.
-Seu português é perfeito.
-Eu fiz curso para aprender o seu idioma. No início me enrolava bastante, mas agora já domino, afinal já estou morando há alguns anos aqui.
-Conseguiu visto permanente?
-Como eu tenho negócios e empresa aqui, tenho visto especial, mas vira e mexe tenho que ir à Espanha para renovar.
-Que diria que minha Annie namoraria uma espanhola. Você dança flamenco?
-Danço. A família do meu pai é muito tradicional, então desde os meus três anos me colocaram para fazer aulas de flamenco.
-Você não tem muitos traços espanhóis.
-É porque minha mãe é alemã – ri – Sou misturada.
-É uma brasileira então – ri – É misturada.
-Sim.
-Tem irmãos?
-Tenho – fala um tanto incomodada.
Ângela nota que aquele assunto incomodou Haydée e tenta mudar o rumo da conversa.
-Queria lhe pedir um favor – diz Ângela.
-Claro.
-Cuide bem da minha Annie, ela tem alguns traumas.
-Eu sei. Annie me contou tudo.
-Contou? – pergunta surpresa.
-Sim. E eu farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-la.
-Fico feliz em escutar isso – diz emocionada – Ela é de fases, espero que tenhas paciência com ela.
-Agora que sei do trauma dela, ficará um pouco mais fácil lidar com essas fases. Como já disse para a Annie, mesmo que não funcionemos como casal, nós seremos amigas.
-Meu Deus! – fala Annie se sentando no colo de Haydée – Não posso deixar minha namorada sozinha que vem um da família – diz rindo para a mãe.
-Quanto ciúme – ri Ângela – Cadê seu irmão?
-Deve está chorando – ri.
-O que você fez com ele? – pergunta Haydée assustada.
-Não acredito que você fez isso Annie - Diz Ângela se levantando.
-Ah mamãe! Ele que provocou – ri.
-Você não tem jeito – diz Ângela saindo.
-O que você fez? – pergunta Haydée sem entender.
-Uma brincadeira – ri.
-Que brincadeira?
-Eu puxei a cueca dele – ri.
-Você fez o que? – pergunta assustada.
-Ninguém mandou ele te chamar de gostosa – faz bico.
-Oh que namorada ciumenta fui arrumar – dá um selinho em Annie.
-O que você fez com seu irmão? – pergunta Heloisa chegando.
-Por quê? Ele está chorando?
-Ele quer é te matar – ri.
-Me matar? – dá uma gargalhada gostosa.
-Sua mãe está acalmando ele lá dentro.
-Eu vou vê isso – diz Annie saindo.
Annie entra na sala
-Eu vou te matar Annie – diz Sérgio bufando de raiva.
-Vai nada – dá língua – e foi você que provocou.
-Eu estava brincando – diz emburrado.
-Eu também – dá língua.
-Mas eu não te machuquei.
-Pára de ser frouxo. Eu nem puxei até o final – cruza os braços.
-Eu vou puxar as suas calcinhas e você vai vê se dói – diz Sérgio se aproximando dela.
-Nada disso – se afasta.
-Mas fazer comigo você pode, né? – pergunta Sérgio indignado.
-Eu sou a irmã mais nova – ri – o papai me defende.
-Vamos vê se ele vai te defender agora – Sérgio Avança em cima de Annie a atirando no chão.
-PAPAIIIIIIIII – grita Annie.
-Agora chama o papai, né? Cadê sua valentia sua marica? – fazendo cócegas em Annie.
-Papai – grita Annie – pára Sérgio – PAPAI SOCORRO.
-O que está acontecendo aqui? – pergunta Paulo ao entrar na sala.
-Papai me ajuda – pede Annie.
-Sai de cima da sua irmã moleque – manda Paulo.
-Ela puxou minhas cuecas – diz Sérgio.
-Por que você não foi rápido para impedi-la como sempre – ri Paulo olhando para os filhos brincando no chão.
-Você sempre defende essa pirralha – fala indignado.
-Ela é minha princesinha. Ande largue sua irmã.
Sérgio sai de cima da irmã resmungando. Annie dá um sorrisinho vitorioso.
-Ta vendo? Ela provoca – aponta para Annie.
-E você mocinha – se vira para Annie – peça desculpa para seu irmão.
-Por quê?
-Ande peça.
-Desculpa – fala emburrada – Se você voltar a chamar a minha namorada de gostosa, eu tiro sua cueca pela cabeça, entendeu?
-Isso tudo é por causa da Haydée? – pergunta Paulo.
-É – responde os dois emburrados.
-Parecem duas crianças briguentas – ri Paulo – Nem parecem que têm 26 e 36 anos.
-Já pararam de brigar? – pergunta Ângela.
-Já dei um jeito neles amor – diz Paulo abraçando a mulher e dando um selinho na mesma.
-Não vai precisar por de castigo? – ri divertida olhando para os filhos.
-Acho que não – olha para os dois – ou precisa?
-Não – responde os dois.
-Então eu quero que os dois se dêem um abraço.
-Papai não sou mais criança – fala Annie emburrada.
-Mas está agindo como uma – diz Paulo apertando a bochecha da filha mais nova.
-Ai! – resmunga – isso dói – passa a mão das bochechas – Vem cá seu chato – abre os braços para Sérgio que a abraça – Se você fizer qualquer gracinha com a minha namorada eu conto tudo para a Heloisa – Annie cochicha no ouvido do irmão que se separa dela imediatamente assustado.
-Você não seria capaz – a encara.
-Me provoca para você vê – pisca para ele e sai.
Annie sai da sala e vai procurar Célia.
-Célia?
-Precisa de alguma coisa senhorita?
-Sim. Você poderia arrumar minhas roupas em uma mala?
-Alguma peça em especial?
-Tudo Célia. Quero que coloque todas as minhas roupas e objetos pessoais em malas.
-Para quando senhorita?
-Durante essa semana. Hoje eu vou levar algumas coisas, mas o resto você pode cuidar para mim?
-Sim senhorita.
Annie vai para a área externa e avista Haydée brincando com Carolina.
-Oi tia! – diz Abraçando Annie.
-Lembrou que eu existo?
-Tia você está muito ciumenta – ri.
-Haydée você pode me ajudar? – pergunta Annie.
-Em que?
-Arrumar minhas coisas.
-Claro.
-Que coisas tia?
-É que eu já vou me mudar para o meu apartamento.
-Já ficou pronto? – pergunta animada.
-Sim.
-E meu quarto? – pergunta com os olhos brilhando.
-Está lindo, todo lilás.
-Eu quero vê – pula – posso dormi lá?
-Pergunta a sua mãe.
-MÃEEEEEEE – grita Carol correndo indo em direção a mãe.
-Você já falou com seus pais?
-Ainda não.
-Não acha melhor falar antes de arrumas suas coisas?
-Você acha?
-Acho que é o melhor.
-Ok – dá um selinho – Vou enfrentar as feras.
Annie fala com os pais que se mudará para o seu apartamento, de início os pais ficam tristes, pois já havia se acostumado com Annie em casa, mas esta avisa que eles podem ir à sua casa sempre que quiserem e que ela sempre virá a casa deles.
Haydée ajuda Annie com as malas.
-Hay, vai ao meu banheiro e pega as coisas que estão lá?
-Sim – diz indo para o banheiro.
Elas terminam de ajeitar as coisas.
-Ainda falta muita coisa.
-Sim. A Célia se encarregará de arrumar as outras coisas.
Haydée se joga em cima da cama de Annie.
-Hey preguiçosa! – diz se deitando ao lado dela – deixa de preguiça.
-Fica um pouquinho aqui, vem – diz puxando Annie que se acomoda em seus braços.
-Minha família gostou de você – diz fazendo carinho nas mãos de Haydée.
-Eu também gostei deles – dá um beijo na cabeça de Annie.
-A Bertha se enturmou com a chata da minha tia Abigail.
-Até que a Bertha não Soltou nenhuma das suas gracinhas.
Toc toc
-Entra – grita Annie
-Já terminou de arrumar suas coisas?
-Sim mamãe.
-Então vamos almoçar?
-Vamos. Estou morta de fome – diz se levantando.
Annie e Haydée descem e se juntam ao resto da família. Todos almoçam animadamente. Haydée é o centro das atenções, todos querem saber mais coisas da Espanha.
Depois do almoço Annie e Haydée fogem do pessoal e se sentam em um cantinho afastado.
-Você tinha razão.
-Sobre?
-A sobremesa da Maria.
-É divina – suspira - vou sentir falta.
-Mas você não vai se mudar para outro país – ri – pode vir sempre comer as sobremesas da Maria.
-É estranho – suspira.
-O que é estranho?
-Mudar.
-Todas as mudanças a princípio parecem estranhas, mas com o tempo você se acostuma.
-Eu sei.
Madrid
-Oi amor! – diz dando um selinho no marido.
-Oi! – fala em tom seco.
-O que você tem?
-Nada. – responde sem vontade.
-Carlos você não me engana, ande fale.
-Estava pensando em Haydée.
-Sinto saudades dela – diz Ellena.
-Não estava falando nesse sentido – fuzila a esposa com o olhar – Aquela petulante não aparece nas reuniões da empresa. A minha mãe só podia estar louca em colocar todo o nosso patrimônio nas mãos daquela pirralha – fala com raiva.
-É sua filha.
-Não tenho filha – grita – minha filha morreu.
-Querendo ou não, aceitando ou não. Haydée é sua filha – diz Ellena.
-Já disse que não tenho filha lésbica. Deveríamos ter dado umas boas surras nela, talvez tivesse parado com essa loucura de gostar de mulher. Onde já se viu uma mulher querer ser homem na cama? – resmunga Carlos se sentando na cadeira de seu escritório.
-O que está acontecendo com você? Ou melhor, o que aconteceu nessa reunião?
-Nada, mas aquela petulante não aparece a mais de 4 meses nas reuniões, sempre é o seu irmão que fala por ela.
-Você sabe que Haydée tem sua própria empresa para cuidar, e que meu irmão é o representante legal dela.
-Se ela se preocupa mais com aquelas lojinhas de roupas que com o patrimônio da minha família que abra mão da presidência. Que dê o cargo para alguém mais competente.
-Você e seus irmãos são doidos para que ela faça isso, não?
-Claro. É nosso por direito.
-Para vocês o mais importante é o dinheiro. Não duvido nada que seus irmãos já tenham pensando na possibilidade de matar minha filha para ficar com a empresa.
-Não somos assassinos, muito menos idiotas. Ninguém sabe se existe um testamento e quem são os herdeiros do mesmo.
-Você já pensou na possibilidade de matar a nossa filha? – pergunta Ellena assustada.
-Já disse que minha filha morreu.
-Eu não acredito no que eu estou ouvindo. Será que seu preconceito é tão grande a ponto de desejar a morte da NOSSA filha? – grita Ellena.
-Não quero mais discutir com você.
-Eu que não quero mais discutir com você – diz saindo do escritório.
-O que aconteceu mamãe?
-Seu pai está louco.
-Estavam brigando outra vez por causa daquela sapatão?
-Não fala assim da sua irmã Rodrigo.
-Falar o que? Que ela é sapatão? Ué, não é isso que ela é? – dá um sorriso debochado.
-Eu já estou cansada disso – grita – Eu já estou cansada de TUDO – sobe a escada disparada.
Ellena chora.
Por quê? Por que tanto ódio? – se pergunta – Minha menina, minha filhinha – chora olhando uma foto de Haydée – Como você estará? – acaricia a foto de sua menina.
Brasil Rio de Janeiro
-Quando você vai para São Paulo? – pergunta Annie.
-Amanhã e você?
-Irei no sábado.
-Quando você chegar lá, você me liga que eu mando te buscar no aeroporto.
-Ok!
-Onde está Bertha?
-Onde você acha que ela está? – pergunta rindo.
-Ela não cansa – ri – Está mais empolgada que eu. Fiquei impressionada como as coisas ficaram prontas rápidas. Como diz aquele ditado: Com dinheiro as coisas são rápidas e fácies.
-Ela está se sentindo útil.
-Deixa-a se diverti e cuidar de tudo, pois eu já fiz a minha parte. Eu paguei – abraça Annie dando um beijo no pescoço – Senti saudades – diz dando beijos no rosto.
-Passamos o dia todo juntas – envolve os braços ao redor do pescoço de Haydée.
-Mas como sócias e profissionais não como namoradas – sussurra colocando os lábios nos de Annie.
-Eu não quero fofocas na empresa – sussurra com os lábios colocados nos de Haydée.
As duas se entregam em um beijo cheio de saudade, com movimentos rápidos com a língua e mordidinhas quando se separavam para buscar ar.
São Paulo
São Paulo Fashion Week
-Está nervosa?
-Não – ri Annie.
-Eu Ficava nervosa quando apresentava alguma coisa.
-Não será só a minha coleção que será apresentada. Os outros estilistas também vão apresentar seus modelos.
-Confesso que passei odiar essas coisas.
-Que coisas?
-Desfiles.
-Ah! Mas você odeia por causa daquele idiota que roubou sua coleção.
-Não só por isso, mas é um mundo fútil demais.
-Você faz parte dele – ri.
-Não tanto – ri – Eu só administro agora.
-Boa desculpa senhorita.
-Faço o que posso – dá língua.
-Vai começar – diz Annie de ajeitando na cadeira, localizada em frente à passarela na primeira fila.
Annie e Haydée observam os modelos apresentados, criticam algumas coisas, elogiam outras. Em determinado momento Annie levanta, pois a próxima coleção a ser apresentada é da grife de HV & Cia. Ao final do desfile Annie entra na passarela com os demais estilistas e posam para os fotógrafos localizados na ponta da passarela.
Haydée, Annie, vários estilistas e alguns famosos se reúnem na casa noturna Pacha.
-Você vai querer o que para beber? – pergunta Haydée ao pé do ouvido de Annie.
-Red Bull.
Haydée pede ao garçom dos red Bull.
-Está a fim de ir para a pista? – pergunta Haydée.
-Agora não – sorri.
-Não sorri assim não.
-Por quê? – pergunta sem entender.
-Porque dá vontade de te beijar – sussurra no ouvido de Annie.
-Você não é louca.
-De que?
-De me beijar aqui.
-Quer apostar?
-Não. Sei do que você é capaz, mas sei também que não fará isso, pois assim como eu odeia fofoca e invasão de privacidade – pisca – e aqui está lotado de jornalistas por causa das celebridades – aponta para alguns atores sentados.
-É verdade.
Por volta das 3 da manhã Annie pede a Haydée para irem embora. Elas se despedem do pessoal e parte para a porta da boate.
- Como vamos pegar o carro?
Haydée tira o celular do bolso e liga para o estacionamento onde havia guardado seu carro:
-São Paulo está evoluindo – ri Haydée.
-É verdade – ri.
As suas esperam na calçada enquanto não trazem o carro. Estão distraídas conversando quando ouvem uma voz:
- Ora, Ora! Que mundo pequeno – diz uma voz masculina.
Ao escutar aquela voz Annie se arrepia dos pés a cabeça ficando pálida e gelada.
-Annie, você está bem? – pergunta Haydée preocupada segurando as mãos da namorada.
Annie não responde nada, lágrimas começam a correr dos seus olhos.
-Annie fala comigo, o que você tem? – pergunta Haydée aflita.
O homem olha para as duas e reconhece Annie:
-Não pode ser – Fala o homem olhando para Annie.
-O que foi cara?
-Espera aqui – diz saindo em direção a Annie.
- Ora, Ora! Olha quem eu encontrei por acaso – diz o homem parando perto de Annie e Haydée.
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Capitulo 14

Capítulo 14

- Ora, Ora! Olha quem eu encontrei por acaso – diz o homem parando perto de Annie e Haydée.
Annie sente o sangue fugir de seu rosto, aquilo só podia ser um pesadelo. Ela entra em pânico, mas não consegue agir, não consegue falar, nem se mover.
-Perdão – diz Haydée encarando o homem – Você nos conhece?
-Você eu não conheço, mas ela eu conheço, e muito bem – diz ele olhando para Annie de uma maneira que Haydée não conseguiu decifrar.
-Annie você conhece ele? – pergunta Haydée.
Annie levanta o olhar para a figura masculina e perde completamente o controle, ela caminha para trás acuada, até chegar à parede. Vendo aquela cena Haydée corre para o lado de Annie. Esta olha fixamente para o homem chorando desesperada.
-Annie, por favor, me diz o que aconteceu? – pede Haydée desesperada – reage – segura os braços da namorada – por favor, fala alguma coisa.
-Ma…Matheus – diz quase em um sussurro.
-O quê? – pergunta Haydée virando para a figura masculina.
-Quem diria que nos encontraríamos novamente, não é Annie? – ri Matheus – Eu lhe devo os piores anos da minha vida – se aproxima de Annie que se desespera e agarra a mão de Haydée forte – O que foi? Agora está com medo? Esqueceu tudo o que você falou naquela merda de tribunal? Graças a você eu perdi tudo o que tinha na vida, meus pais me desprezam até hoje – fala com ódio – Tudo porque a princesinha não quis abrir as pernas, e falou que foi estuprada – grita.
-VOCÊ QUER FAZER O FAVOR DE SAIR DAQUI? – grita Haydée.
-E quem vai me tirar? – ri – você?
-Se for necessário sim – fala Haydée o fuzilando com os olhos.
-Sempre covarde, não é Annie? Sempre precisando que as pessoas te defendam.
-Olha aqui seu idiota. Matheus, não é? – o olha com desdém - Eu já ouvi falar bastante de você, e conheço bem o seu tipo. É daqueles tipos de homens que não sabem receber um não, que liga para que os outros pensam e falam, se você passou esse tempo na cadeia, se sofreu lá dentro e se hoje tem o desprezo de seus pais foi porque você procurou isso. A Annie só falou o que aconteceu, e segundo eu sei você foi pego em fragrante, e as marcas no corpo dela e no rosto demonstravam que você a violentou. Agora tenha o mínimo de vergonha na cara e suma de vez da vida dela, ou se arrependerá – diz Haydée soltando fogo pelas ventas.
-Está me ameaçando? – Pergunta debochado.
-Estou lhe avisando – o encara – Você não sabe com que está lidando, posso lhe fazer apodrecer na cadeira pelo resto de sua vida, basta dar um telefonema.
-E quem é você? – pergunta com desdém.
-Quem eu sou não interessa, o que interessa é o poder que eu tenho para fazê-lo voltar para a cadeira e nunca mais sair de lá se você não deixar a Annie em paz.
-Ela é a culpada por tudo – grita – me estupraram naquela prisão, me bateram, me isolaram. Perdi tudo que tenho por causa dela.
-Repetirei novamente: O que aconteceu com você lá foi você mesmo quem procurou. Você estuprou, espancou uma menor de idade e ainda vendia drogas para os adolescentes da escola. Não jogue a culpa de seus atos nas costas dos outros. Se você quer culpados por tudo que lhe aconteceu procure seus amigos daquela época que ficaram te encarnando por você não ter comido a sua namorada. Se tudo aconteceu foi porque você não foi inteligente, preferiu ir na onda de seus amigos do que esperar a entrega verdadeira de uma garota que te amou perdidamente.
-Eu sou homem, nós precisamos de sexo e ela – aponta para Annie – fazia charme falando que não estava preparada, fiquei louco quando começaram a me encarnar.
-PORQUE VOCÊ NÃO PASSAVA CONFIANÇA PARA ELA SE ENTREGAR PARA VOCÊ – grita Haydée.
-Porra porque é tão difícil para vocês abrirem as pernas? Ficam aí inseguras, fazendo charminho.
-Olha só o estado dela – Aponta para Annie que estava acuada na parede chorando muito – Está satisfeito por destruir mais uma vez a vida dela? Não bastou estuprar-la? E engravida - lá? – grita Haydée.
-Filho? Eu tenho um filho? – pergunta mudando totalmente o semblante.
- Não. Você apenas a engravidou, mas não pode se considerar pai dessa criança.
-Annie – para em frente a ela – Nós temos um filho? – pergunta em tão calmo.
Annie não fala nada, se acua mais na parede como se quisesse passar por ela.
-Deixe-a em paz – diz Haydée puxando Annie para ela – O que foi agora? Está arrependido? Há minutos atrás estava falando um bando de merda – debocha.
-Eu não sabia que ela havia engravidado – olha para Annie.
-E que diferença isso faz? – pergunta Haydée.
-Eu tenho um filho, isso faz toda a diferença – Matheus a encara.
-Pois não deveria, já que a mãe dessa criança sofreu muito, e você é responsável pelos piores anos da sua vida.
(silêncio)
-Cadê ele?
-Quem?
-O meu filho.
-Quem disse que é filho? E quem disse que você pode considerar seu?
-Eu quero vê-lo.
-Lamento informar, mas isso nunca vai acontecer, pois a merda que você fez foi tão grande, e o trauma que você a fez sofrer – aponta para Annie – foi tão grande, que ela fez os pais entregarem o bebê para adoção.
-ELA FEZ O QUE? – pergunta gritando.
-O que você queria? Que eu ficasse com o fruto de um estupro? – grita Annie reagindo – Você queria que eu ficasse com o filho do homem que eu mais amei na vida e que me estuprou, me espancou? Que destruiu a minha vida para sempre? – grita mais alto – Era isso que você queria Matheus? Já não basta tudo que você fez comigo? Não basta eu me sentir culpada todos os dias por ter abandonado aquela criança na Inglaterra? – pergunta o encarando – Você fica me culpando pelos anos que você passou na cadeia, mas não foi só você que teve a vida destruída. Você já parou para pensar nisso? Não claro que não, você é muito egoísta para pensar na dor dos outros, para escutar os outros – diz com ódio – Eu não tenho idéia do onde está aquela criança, mas se um dia a encontrar não falarei quem foi o genitor dela, disso você pode ter certeza. Agora você deverá aprender a conviver com a culpa de que destruiu três vidas: A sua, a minha e a dessa criança que está em alguma parte do mundo passando por sei lá o que – diz chorando.
-Eu… Eu não queria te machucar – fala Matheus abalado – Eu te amava Annie, você foi a pessoa que eu mais amei na vida – deixa algumas lágrimas caírem – Eu estava drogado, deixei que o ódio, que as piadas dos meus amigos me dominasse e fiz mal a você.
-Mal? – ri nervosa – Você acabou com a minha vida, por sua culpa eu não consigo andar com a minha vida pessoal, por sua culpa eu não consigo chegar perto de um homem sem ter medo dele, por sua culpa eu tenho essa cicatriz no peito, por sua culpa eu não sei o que aconteceu com o bebê que eu tive – grita – E você acha que só me fez mal? – ri - Ainda pouco você estava me insultando, falando que eu era culpada por tudo, sendo totalmente irônico nas suas palavras e agora está aí tentando dar uma de arrependido. O que aconteceu Matheus? Ah! Já sei – ri debochando –Seu sonho era ter filhos, por isso está tão abalado. Você sempre foi apaixonado por crianças, mudava completamente quando estava perto de uma. Saber que teve um filho descongelou seu coração de gelo, mas como as coisas são não é?  Eu não sei onde está o bebê, não tenho pistas do paradeiro dele porque meus pais se livraram dele através de uma assistente social inglesa, nem olhar para ele eu olhei, o odiava com todas as minhas forças – chora ao lembrar-se disso – Não é só você que é um monstro Matheus, você me fez um monstro pior que você. Eu abandonei uma criança por ódio a você. E nem sei se um dia vou poder encará-la para pedir perdão – diz chorando de raiva.
Haydée acompanhava tudo com os olhos arregalados, nunca imaginava que Annie sairia daquele estado de choque que se encontrava e enfrentasse Matheus com tanta Valentia.
-Eu não sei o que dizer – diz Matheus caindo em si.
-Não precisa dizer nada. Nada que você diga vai adiantar, e nada vai mudar o que aconteceu. Eu só te peço que suma da minha vida.
-Algum dia você vai me perdoar? – diz ele a encarando com lágrimas nos olhos.
-Perdoar? No momento eu não sou capaz de nada Matheus, você me machucou muito, você é culpado pelos piores anos da minha vida. Eu era uma menina que fazia planos com você, planos de casar, de ter filhos, irônico não? O filho de fato existiu, mas a maneira com que ele foi feito foi tão traumatizante que eu o odiei a ponto de me livrar dele, como uma roupa velha que você joga no lixo, ou passa para alguém.
-Não foi só você que sofreu Annie, eu destruir a minha vida. Você pensa que minha vida será boa agora que estou livre? – a encara – Não, minha vida não será fácil, sou ex-presidiário. Quem dará uma nova oportunidade para um delinqüente como eu? Sem faculdade? Ninguém, mas ao contrário do que as pessoas esperam de mim, e do que eu pensava em fazer quando saísse do presídio, eu vou tentar, eu vou tentar me reerguer, tentarei recomeçar a minha vida de uma forma honesta. Você não tem idéia do que eu passei naquele presídio, saí de lá revoltado, jurando vingança a ti, cheguei a jurar que ia te destruir, mas agora existe um filho, que por mais que não saiba onde ele está. Ele existe, e eu não quero que se algum dia o encontre, ele se envergonhe ainda mais de mim. Eu vou sumir da sua vida, deixarei você viver em paz – a olha – E espero que um dia você possa me perdoar por todo o dano que eu lhe causei – diz isso e sai.
Annie fica parada olhando Matheus ir embora.
-Você entendeu alguma coisa? – pergunta Annie olhando para Haydée.
-Ele é maluco? O cara fala um bando de merda, depois do nada pede perdão e fala que vai mudar por causa do filho? Isso está muito estranho Annie.
-Eu não entendi nada – pega o celular na bolsa.
-O que você vai fazer?
-Ligar para o meu pai – diz discando o número – Alô?
-Oi filha!
-Papai, preciso que você verifique com o Luiz o que aconteceu com o Matheus depois que ele saiu da prisão, e que vigie cada passo dele.
-Por quê?
-Acabei de encontrar com o Matheus agora, tivemos uma discussão horrível – começa a chorar.
Haydée toma o celular da mão de Annie.
-Paulo?
-Haydée o que aconteceu? – pergunta nervoso.
-Estávamos em uma balada quando do nada apareceu esse tal de Matheus. A Annie ficou em choque a principio, pensei que ela fosse ter um treco. Ela não parava de tremer e de chorar. O Matheus começou a falar um bando de merda para ela, a culpou por tudo que aconteceu com ele na cadeia e ela não reagia a nada, aí eu acabei discutindo com ele e o ameacei para ele deixar a Annie em paz – pausa – mas tudo mudou quando eu disse que eles tinham tido um filho. Ele mudou da água para o vinho, ficou todo arrependido até chorou. Achei tudo muito estranho, ele pediu perdão a Annie e disse que a deixará em paz e seguirá a vida de uma maneira digna, pois não quer que se um dia a criança que eles tiveram se envergonhe ainda mais de ter um pai como ele. Eu achei tudo muito estranho, ele oscilou o humor dele e a opinião muito rápido, não acredito e arrependimentos repentinos. Acho que devemos tomar conta da Annie. Ele antes de sair disse que havia jurado se vingar dela, acabar com a vida dela, isso pode ser tudo um truque para que as atenções sejam descuidadas e ele possa agir fazendo algo que a destrua de vez – conclui preocupada.
- Falarei com o Luiz imediatamente, não permitirei que esse moleque acabe mais uma vez com a vida da minha filha. Haydée cuide de Annie. Quando vocês voltam para o Rio de Janeiro?
-Nós só voltamos em 12 dias, iremos para Nova York daqui dois dias.
-Cuide dela, contrate dois seguranças.
-Acha necessário?
-Estamos lidando com ex-presidiário. Todo cuidado é pouco – adverte Paulo preocupado.
-Ok! Entrarei em contato com alguma empresa de guarda-costas – diz Haydée.
-Obrigado Haydée. Você tem sido um anjo – fala em tom carinhoso.
-Eu gosto muito da sua filha, e não quero que nada de mal volte acontecer com ela.
-Me mantenha informado.
-Sim.
Haydée desliga o celular um tanto pensativa, olha para Annie e esta está chorando ainda.
-Ei! – puxando Annie para seus braços – Não chora – faz um carinho na cabeça de Annie - Esse infeliz não vai poder lhe fazer nenhum mal – dá um beijo no alto da cabeça de Annie.
-Eu tenho medo – se agarra ainda mais a Haydée.
-Shiu! Tranqüila, nós cuidaremos de você – a aperta em seus braços.
Haydée leva Annie para sua casa e consegue fazê-la dormi depois de pedir a empregada para preparar um chá de camomila.
Dia seguinte
9 da manhã
Haydée acorda assustada com o barulho de seu celular, se movimenta na cama devagar para não acordar Annie que parece dormi tranquilamente.
-Alô! – diz com voz sonolenta.
-Hola!
Haydée gela na mesma hora

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Capitulo 15

Capítulo 15

-Ho…hola! – gagueja não acreditando naquela ligação.
-Como estas hija?
-Bi…bien mama – fala quase sem voz.
-Te extraño mucho! – diz chorosa.
-Yo tambien – diz com voz embargada pelo choro.
-Cuando vas a regresar?
-No sé.
-Quiero verte.
-Ahora no es posible, tengo mucho trabajo en Brasil.
- Quiero pedir perdón por mis errores.
-Y eso porque?
-Porque me di cuenta que fue muy estúpida por quedarme al lado de tu padre.
-Yo no tengo papa – grita chorando e acaba acordando Annie.
-Que foi Haydée? – pergunta Annie passando as mãos no rosto de Haydée limpando suas lágrimas.
-Minha mãe está no celular – fala controlando o pranto.
-Ela fala português? – pergunta Annie.
-Sim – responde Haydée.
Annie toma o celular da mãe de Haydée e fala:
-Alô!
-Quien eres?
-Sou Annie – responde Annie enquanto olha para Haydée que estava com a cara enterrada no travesseiro chorando – a Haydée está chorando muito senhora, creio que não vai mais poder falar com a senhora.
-Você é o que da minha filha? – pergunta Ellena
-Sou a namorada dela – responde Annie receosa.
Ao escutar aquilo Haydée encara Annie com os olhos arregalados e pede para ela por no viva voz fazendo mímica.Annie aperta o botão do viva voz.
-Entendo. Vocês estão juntas há muito tempo?
-Tempo o suficiente para não entender o motivo da sua ligação – diz ríspida – O que a senhora quer com a Haydée? Será que não basta tudo que já fizeram para ela?
-Eu sei que errei – com voz de choro – Eu deveria ter apoiado minha filha, virei às costas no momento em que ela mais precisou de mim. Fui uma péssima mãe, mas quero concertar o meu erro – fala em um fio de voz.
-E a que devemos essa mudança?
-Não agüento mais meu marido, não agüento mais o gênio dele – desabafa – E estou com medo por Haydée.
-Medo? O que a senhora quer dizer com isso?
-A família de meu marido anda revoltada com Haydée porque ela não aparece nas reuniões, meu marido ontem disse algo que me deixou preocupada – pausa – Disse que Haydée não merecia está no comando da família, falei que aquilo era um absurdo, que ele e os irmãos só pensam no dinheiro, disse que era capaz de até matarem a Haydée por causa desse dinheiro  - Ellena controla o choro e por fim fala – E ele disse que eles são não assassinos, muito menos burros, pois não sabe se Haydée tem um testamento e quem é o beneficiário do mesmo.
- A senhora tem idéia do que está me falando? – pergunta Annie com raiva?
-Sim. Por isso quero que Haydée tome cuidado - diz com certo medo e preocupação.
-Mamãe, eu quero que a senhora escute bem o que eu vou falar – diz Haydée em alerta – Cancelarei os meus compromissos em Nova York, e estarei indo para a Espanha o mais rápido possível. Quero que fale com o meu tio e convoque toda a família, chega, não vou ficar chorando, sofrendo por causa desses idiotas, eles não merecem nada de mim.
-O que você vai fazer filha? – pergunta preocupada.
-O que já deveria ter feito desde o inicio – fala invasiva – A Senhora sabe que se estiver ao meu lado, sofrerá sérias conseqüências, não sabe?
-Sim.
-E?
-Estou disposta a correr esse risco, não posso apoiar um homem que só pensa em poder e em dinheiro.
-A senhora está falando sério? – pergunta aos prantos.
-Nunca falei tão sério – responde decidida – Haydée eu errei quando lhe virei às costas, uma mãe nunca vira as costas para o seu filho, mas a possibilidade de que algo aconteça com você me fez perceber que o amor que eu tenho por seu pai não é mais importante que o amor que incondicional que eu tenho por você  - pausa  - Se o seu pai não é capaz de lhe aceitar com uma opção que você tem, e só se importa com poder e dinheiro, creio que me enganei quando aceitei o seu pedido de casamento. Não foi com esse homem com quem eu me casei, não foi com esse homem que tive quatro filhos, já pedi um de seus irmãos ainda quando era um bebê e não vou agüentar lhe perder também – começa a chorar.
-Eu prometo lhe proteger, não deixarei que nada aconteça com você – fala controlando o choro.
-Obrigada!
-Se acalme. Logo nos veremos.
-Eu te amo!
-Eu também te amo!
Haydée desliga o celular e Annie simplesmente a abraça.
-Fala que não é um sonho – suplica Haydée.
-Não é um sonho hay – diz segurando o rosto dela – Sua mãe finalmente se deu conta da besteira que fez com você, e parece está ao seu lado – sorri, fazendo uma leve caricia no rosto de Haydée.
Haydée a abraça, permanecendo em silêncio durante muitos minutos.
Durante o dia Haydée esteve ao telefone todo o tempo resolvendo questões importantes da sua ausência e a de Annie em Nova York. Deixo tudo nas mãos de seus diretores e do pai de Annie que se prontificou a representar elas em Nova York. Haydée passa as passagens para o nome de Paulo e Ângela.
Liga para Bertha contando todo o ocorrido, esta fica apavorada com a idéia de sua menina enfrentar toda família, quer ir com ela de qualquer maneira para Madrid, mas Haydée informa que não é necessário, que Annie vai com ela, e que ambas a parti dos próximos dias andaram com guarda-costas. Isso tranqüiliza Bertha, pelo menos sua menina estaria com alguém para defendê-la. Bertha conhecia bem a família de Carlos, se eles estavam calados e tranqüilos esse tempo, é porque estão tramando algo.
Haydée reserva as passagens para Madrid, como Annie sempre estava viajando, não tem problemas com o seu visto que ainda estava com validade. Elas embarcam para Madrid, Annie tenta acalmar a namorada que parece tenta e um tanto quanto apreensiva.
-Obrigada!
-Pelo que?
-Por ter vindo comigo – diz em tom carinhoso acariciando o rosto de Annie.
-Não te deixaria sozinha nesse momento  - sorri e pega as mãos de Haydée – Você me defendeu e me apoiou com o Matheus e todo meu passado, nada mais justo do que fazer o mesmo por você – beija as mãos de Haydée – Não faço por gratidão, faço porque gosto de você e te apoiarei sempre.
Madri
Empresa da Familia Valverde
Todos estão reunidos a espera de uma reunião extraordinária. Foi exigida por Ryan Toda a família presente, mesmo aqueles que não participam diretamente da diretoria da empresa.
Carlos e os irmãos estranham aquela reunião, temem que aja algo errado com o patrimônio da família, ou que Haydée tenha aprontado alguma.
Todos já estão impacientes, pois a reunião está demorando a começar.
Enquanto isso no escritório da presidência
Mãe e filha se abraçam, matando toda a saudade que tinha uma da outra, pedidos de perdão são feitos e aceitos.
-Você tem certeza do que você está fazendo Haydée?
-Sim. Se for guerra o que eles querem, é guerra que eles vão ter – ri estranhamente – Se Algo acontecer comigo o patrimônio que eles tanto querem vai para o ralo.
-As papeladas estão prontas? – pergunta para o advogado.
-Sim – responde o advogado – Você é valente, sua avó estaria orgulhosa da sua atitude.
-Eu sei, por isso o estou fazendo – vira-se para Annie - Está preparada? Porque todos naquela sala me odeiam por eu ser lésbica.
-Sim e você?
-Com vocês ao meu lado – segura a mão de Annie da mãe – Eu estarei preparada para tudo – ri – Vamos?
-Sim.
Sala de reuniões
A porta de abre e por ela entra Haydée vestida em um terninho todo preto de mãos dadas com Annie que está vestida com um vestido bege até o joelho, logo atrás delas estão Ellena e Hugo.
Ao verem Haydée todos ficam em silêncio, ao verem a sua companheira alguns às olham com indignação.
Carlos é o primeiro a se pronunciar:
-O que significa isso? – pergunta alterado – O que você está fazendo aqui Ellena?
-O que devia ter feito há 10 anos atrás.
-Você ficou maluca? Enfrentar-me perante toda a família? – grita com raiva.
-Não estou louca, apenas estou do lado da minha filha.
-Ela não é nossa filha – grita.
-Pode não ser sua, mas é minha filha, e eu a apoiarei sempre.
-Eu não acredito que você está do lado dessa garota – aponta para Haydée - Você é uma idiota, não vê que ela está te manipulando?  Eu sabia que você era burra, mas não tão burra.
-CALA BOCA! – grita Haydée assustando a todos os presentes – VOCÊ NUNCA MAIS VAI DESRRESPEITAR A MINHA MÃE, OUVIU BEM?

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Capitulo 16

Capítulo 16

-Quem você pensa que é para falar assim comigo? – pergunta Carlos fuzilando Haydée.
-A Herdeira dessa empresa, e se o senhor – ironiza a última palavra – e qualquer um dos presentes se alterarem mais uma vez serão colocados para fora pela segurança da empresa e pelos meus guarda-costas – diz com voz firme – Fui clara?
(silêncio)
-O motivo dessa reunião é para dar um simples aviso aos que estão querendo me eliminar – fala com uma tranqüilidade assustadora - O que foi? Por que essas caras de espanto? Pensaram que eu nunca iria descobrir?  - fita a todos – Não sou idiota, bastou algumas ligações para eu saber de muitas das tentativas de assassinado. Quem diria que tínhamos criminosos da família valverde. Minha vó estaria decepcionada em saber do que sua família é capaz de fazer por dinheiro – pausa – Creio que ela já sabia que muitos de vocês não prestam, por isso deixou toda sua fortuna para mim, inclusive essa empresa.
-Não ouse em falar da minha mãe – Diz Bernard com raiva.
-O que você vai fazer Bernard? Contratar outro bandido para tentar me matar? – o encara.
-Eu não sei do que você está falando – tenta disfarçar.
-Não sabe? – ri – O nome Carlito te lembra alguém? – o encara – Deixe-me refrescar sua memória, lembra-se de quando a minha casa foi invadida e mataram uma empregada? Pois então, quem era para estar morta na verdade era eu. Naquela época pensei que fosse só um assalto, e que a pobre Guadalupe havia reagido e morrido, mas depois de alguns telefonemas meus homens foram atrás e descobriram com o Carlito que o meu Titio Bernad havia contratado a minha morte.
A essa altura Bernard estava aflito, ele havia encomendado a morte de Haydée para que o dinheiro da família voltasse para as mãos dos verdadeiros herdeiros, ou seja, dele e dos irmãos.
-O que ela está falando é verdade? – pergunta Carlos para Bernard.
-Não – responde com medo – Eu jamais faria isso.
-hahahaha! – ri Haydée – Não seria capaz, pois aqui estão as provas – jogando algumas papeladas em cima da mesa – Aí estão as fotos suas com o Carlito e a sua assinatura em um cheque bem gordo.
-Como você foi capaz? – pergunta Carlos com ódio na voz.
-O que você queria? Essa sapatão está no comando de toda a fortuna da nossa família, ela tem que morrer para que o dinheiro volte para as nossas mãos.  Como você não tomou nenhuma atitude contra essa sapatão – aponta para Haydée – Tive que tomar para o bem da nossa família.
-Seu infeliz – fala Carlos pegando firma a gola do irmão – Você ia sujar o nome da nossa família – aperta mais – Matando a minha filha – diz por fim assustando a todos principalmente Haydée que arregala os olhos.
-Me solta! – diz Bernard tentando se livrar das garras do irmão – Era para ser um crime limpo, iria parecer um acidente, mas essa sapatão não estava em casa – olha para Haydée com ódio.
-Seu canalha – larga a gola da camisa do irmão – Você me dá nojo – fala com desprezo.
-Você sempre foi o cabeça da família. O orgulho de nossos pais, o filho perfeito, o politicamente correto, o que se rebelou contra nossos pais para se formar em direito, e hoje é um desembargador prestigiado – o encara – admita que você quer tirar o poder das mãos dela tanto quanto nós.
-Não tenho porque mentir, eu quero sim que o nosso patrimônio volte para nós, mas não dessa forma – encara Haydée com um semblante indecifrável – Não matando ela.
-Você é um covarde, nem criar seus filhos soube – alfineta Bernard – Olha aí – aponta para Haydée – uma filha sapatão que ainda por cima tem a audácia de trazer a piranha dela para uma reunião de família.
-O que você disse? – pergunta Haydée se aproximando dele perigosamente – repete – ordena.
-Repetir que você é uma sapatão? E que essa aí é a sua piranha?
Haydée ia avançar para cima de Bernard, mas Carlos a impede:
-Não faz isso. Não suja suas mãos com ele porque é isso que ele quer – se vira para o irmão o olhando com desprezo.
Haydée se solta das mãos do pai e vai para perto de Annie que está olhando para tudo assustada.
-Vamos acabar com essa palhaçada – diz Haydée tentando manter a calma – Convoquei essa reunião para lhes dar um aviso – toma um gole de água que lhe foi oferecido por sua mãe – Quero lhes informar que a polícia já foi acionada, tanto aqui como no Brasil, e que se por ventura acontecer qualquer coisa comigo os principais suspeitos serão todos aqui presentes – mostra uma lista com o nome de todos que estavam presentes naquela reunião – E se por desgraça eu venha a falecer o meu advogado – aponta para Hugo – e o meu representante – aponta para Ryan  - Serão os responsáveis por fazerem que o meu testamento tenha valor – ri – E lhes apresento os meus herdeiros – liga um projetor com uma cópia do seu testamento – Como vocês estão vendo tenho muitos herdeiros – ri – Se eu morrer todo o dinheiro da família valverde,  irá para instituições de caridade por todo o mundo. Ninguém mais será o beneficiado, nem mesmo as pessoas que eu amo –pausa – Lamento decepcioná-los, mas o patrimônio dos valverde nunca voltará para as mãos de nenhum de vocês, eu estando viva ou morta – debocha – Venderia minhas ações para algum dos muitos interessados em fazer parte da nossa companhia, como nenhum de vocês tem dinheiro o suficiente para comprar minha parte, a empresa deixaria de ser da nossa família e passaria para as mãos de estranhos.
A sala fica em total silêncio ninguém acredita no que Haydée acabara de falar.
- Você só pode ter enlouquecido – esbraveja Bernard.
-Você ficou maluca Haydée? – pergunta Luigi, um dos seus irmãos.
-Essa sapatão vai arruinar com todo o patrimônio da nossa família – grita Rodrigo.
-Eu te apoio – levanta Roberto, um dos seus tios que até agora havia permanecido em silêncio.
O murmúrio se forma e Haydée perde mais uma vez a paciência e fala:
-CALEM A BOCA – grita, fazendo todos se calarem imediatamente – Não há nada para vocês discutirem, o controle dessa empresa pertence a mim, pois sou a sócia majoritária, e eu faço o que eu bem entender – respira fundo tentando manter a calma – O que vocês pensavam? Que eu deixaria a minha fortuna para algum de vocês? Que deixaria o comando dessa empresa para vocês?  – ri – Logo vocês? Hahaha! A família que virou as costas para mim quando eu assumi que era lésbica? Que fazem da minha vida um inferno até hoje? Que chamaram a matriarca da família de louca por apoiar uma sapatão? Que a xingaram quando seu testamento foi lido? – fica séria – Como vocês são ingênuos – faz um movimento de negação com a cabeça – Jamais deixaria o meu dinheiro para vocês, pois se o fizesse estaria indo contra a minha avó que deixou bem claro que não queria nenhum de vocês no poder do patrimônio que ela e o meu avô construíram.
-Eu não vou ficar ganhando lição de moral dessa pirralha sapatão – diz Bernard se levantando.
-Não estou dando lição de moral em ninguém. Eu só quero deixar claro que se tentarem alguma coisa contra mim, quem pagará as conseqüências são as novas gerações das suas famílias, pois com a minha morte não haverá mais empresa, não haverá mais patrimônio, todos vocês estarão na miséria – esboça um sorriso – Sugiro aos acomodados que comecem a trabalhar por fora, e as que mulheres que não gastem tanto em jóias e com coisas fúteis – ri – pois daqui sabe se lá quanto tempo todos vocês estarão na miséria – olha para todos que estão de bocas abertas – Reunião encerrada, não tenho mais nada para falar, e muito menos para escutar – olha para Annie e para mãe – Vamos?
- Vamos – responde as duas.
Haydée pega na mão de Annie e caminham para a porta. Ellena, Hugo e Ryan estão logo atrás.
Sala da presidência
-Meu Deus! Não sei como estou viva – diz Haydée se jogando na cadeira.
-Você foi muito corajosa sobrinha – ri Ryan.
-Tio – se ajeita na cadeira – O senhor não ficou mesmo chateado comigo?Afinal você é o vice- presidente, você que comanda tudo por aqui.
-Claro que não, eu não tenho o sangue dessa gente, se estou nesse cargo é por amor a você. Tenho os meus negócios fora daqui – olha de forma carinhosa – Não se preocupe minha pequena.
-Mamãe. A senhora por de explicar a atitude do papai lá dentro? – faz uma cara confusa – Eu não entendi porque ele me defendeu.
-Isso também me surpreendeu, mas fiquei feliz – sorri carinhosamente para a filha – Notei que o Carlos com quem me casei, e que amo há mais de 38 anos está vivo – pausa – Seu pai te ama Haydée, nunca deixou de te amar – Haydée ia interromper, mas Ellena continua a falar – Sei que ele te faz pensar ao contrário com suas atitudes, mas ele não consegue aceitar que sua princesinha goste de meninas. É difícil para alguns pais aceitarem isso, no inicio eu também não aceitava, mas depois me dei conta que amor de pai e mãe é incondicional, o que importa mesmo é a felicidade de nossos filhos – caminha para perto da filha e limpa algumas lágrimas que caíam daqueles belos olhos azuis- acinzentados – No llores cariño – a abraça – Tudo vai se resolver.
A secretária anuncia a chega de Carlos
-Eu não sei se estou preparada para falar com ele mamãe – fala com receio.
-Mantenha-se firme – fala Ellena.
Carlos entra no escritório e encara todos:
-Quero falar com você e sua mãe a sós.
Haydée olha para mãe que faz sinal positivo.
- Ok! – olha para os demais – Tio faz companhia para a Annie?
-Claro – sorri – Venha comigo querida.
-Sim – sorri Annie – Eu te espero lá fora – caminha até Haydée e lhe dá um selinho – Força. Deixe-o falar. Eu te adoro! – dá mais um selinho e sai com Ryan.
Um silêncio domina. Carlos está visivelmente nervoso, mas as duas mulheres ainda não sabem direito por que. Haydée resolve quebrar o silêncio e fala:
-O que senhor que falar comigo?
-Sim.
- O quê?
- É muito difícil para eu estar aqui nesse momento – passa a mão pelos cabelos – Todos esses anos eu nutri por você uma enorme indiferença, para mim você estava morta como seu irmão que morreu. Eu não aceito o seu estilo de vida, por muitas vezes me perguntei onde foi que nós erramos em sua educação – a encara – Nós te demos tudo: Amor, carinho, te colocamos nas melhores escolas, demos tudo o que pedia – abaixa a cabeça, a fim de controlar a sua visível emoção – Eu não entendo Haydée – ergue a cabeça e olha para a filha – Eu não entendo como a minha filhinha pode gostar de mulheres. Quando descobri que você gostava de mulheres me revoltei, tentei tirar essa idéia da sua cabeça, mas quando você me enfrentou eu me desesperei, vi minha carreira sendo arruinada e meus amigos rindo de mim – volta baixar a cabeça – lhe via como uma estranha, naquele momento todo o amor sumiu dando lugar ao desprezo, ódio e indiferença – respira fundo – Naquele momento pensava mais em minha carreira e no que as pessoas falariam de mim – faz um breve silêncio e volta a encarar Haydée que estava chorando baixinho com sua mãe que a abraçava – Você estava morta para mim até o dia de hoje quando soube que meu irmão encomendou sua morte para ficar com a empresa e a fortuna da nossa família. Não serei hipócrita e falar que não queria que o comando da empresa voltasse para as minhas mãos e de meus irmãos, mas não da forma que ele pensou, não matando você. Como eu disse na briga com sua mãe, nós não somos assassinos pelo menos eu não sou.
- O que você quer dizer com isso tudo Carlos? – pergunta Ellena.
-Por que você a procurou? – desconversa.
- Por que nossa missão como pais é apoiar nossos filhos em tudo – olha para o marido emocionada – O amor de pai e mãe é incondicional, por mais que não aceitemos algumas escolhas de nossos filhos, devemos amá-los acima de tudo.
-Você aceita que ela namore mulheres? – pergunta Carlos.
-Aceito. Eu não quero ficar longe dela – faz um carinho na cabeça de Haydée que ainda chora abraçada a mãe  - Não aceitando, ou não respeitando nós não teremos a nossa filhinha ao nosso lado como nesses últimos anos – encara o marido – Abandonei nossa filha para ficar do seu lado, sofri todos esses anos longe dela. Cada dia que passava nossa menina ia crescendo e se tornando essa bela mulher que está aqui. Nós não erramos em nada Carlos, nossa menina é o que sempre sonhamos – faz uma breve pausa – Ela é formada em moda e administração com MBA aos 28 anos, é dona de uma marca de roupas que está ganhando cada vez mais destaque no mercado da moda. Nossa menina continua aqui, mas hoje ela se tornou uma mulher forte e destemida como você viu naquela sala de reuniões. Sei o quanto é difícil para você está aqui, conheço seu orgulho, conheço também os seus preconceitos, mas se você está aqui agora é porque os deixou de lado.
Silêncio
Os três se olham fixamente, nenhuma palavra é dita por longos minutos. Haydée se agarra mais a mãe a cada minuto com medo do que o pai possa falar para quebrar aquele silêncio angustiante.
- Você está disposta a doar todo o patrimônio da nossa família? – pergunta Carlos olhando para a filha.
-Estou – fala em um fio de voz tentando controlar o seu choro – Eu não vou deixar a empresa que meus avos construíram com tanto esforço para essa família. Sei que eles têm meu sangue, mas eu não posso trair a confiança que a minha avó depositou em mim – encara o pai – Desculpe se não sou a filha que você sempre sonhou, desculpa por gostar de mulheres – não consegue mais segurar o choro e enterra a cabeça na barriga da mãe.
-Conheci minha mãe o suficiente, mas que meus irmãos e tenho certeza que se ela estivesse aqui faria exatamente o que você está fazendo – olha para a filha e a esposa – Minha mãe prezava a união, o respeito, a amizade. Acreditava que uma família deveria ser unida e se apoiar sempre, que não deveriam existir conflitos entre nós. Eu vi a decepção nos olhos de minha mãe quando eu virei às costas para você, foi o pior momento da minha vida. Depois daquele dia passei te odiar ainda mais, pois você era a culpada de tudo – controla a emoção – mas hoje eu me dei conta de o culpado pela decepção dela era apenas eu. Quando você nasceu foi o dia mais feliz da minha vida e da vida de sua mãe. Já tínhamos filhos homens. Sempre quis que meu primeiro filho fosse homem para que ele tomasse conta do meu patrimônio, mas meu sonho sempre foi ter uma menina – olha para Haydée- Você era tão pequena, tão frágil, quanto te vi na primeira vez no berçário do hospital nos braço de uma das enfermeiras responsáveis por aquela área não tive como conter o meu choro. Era um sonho, finalmente tinha uma princesinha para amar e para cuidar – sorri com as lembranças – Você foi uma menina arteira, tínhamos que ficar de olho em você – ri – Se escondia das babás que ficavam horas te procurando por toda a casa. Tinha tantos planos e sonhos para você – suspira – Seus irmãos tinham ciúmes, falavam que eu me importava mais com você do que com eles, mas o que eu podia fazer? Você era minha princesinha, minha filha mais nova. Quando você contou que gostava de mulheres vi todos os meus sonhos se desmoronarem. Eu não levaria minha filha até o altar e entregá-la para um homem que a faria feliz, não iria ter netos – deixa uma lágrima escorrer em sua face – É difícil para um pai se dar conta de que nada que sonhou para sua filha vai se realizar. O mais difícil é ver que sua filha sofrerá preconceitos – a encara – Mas nenhum preconceito dói mais do que da sua própria família. Sei que sofreste muito.
Silêncio
Só se ouvem os choros dos três, que não conseguem mais segurar a forte emoção misturada com dor, arrependimentos.
-O que o senhor quer? Machucar-me mais? – pergunta Haydée controlando o choro – Desculpe por não ser a filha que você esperava que eu fosse, mas eu não posso viver uma vida que para você é normal e ser infeliz pelo resto da minha vida. Quando eu me assumi para vocês vi a decepção, a mesma decepção que o senhor viu nos olhos da minha vó, aquilo me doeu muito, doeu tanto que eu quis deixar tudo e ficar com um homem, mas minha vó me impediu. Disse que era para eu ser quem eu era. Esta sou eu, não posso mudar para agradar vocês, pois agradando vocês estarei sendo uma farsa e a única que sofrerá com tudo isso – suspira – Sou eu.
Carlos se aproxima de Haydée e de Ellena:

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Capitulo 17

Capítulo 17

-Eu não quero que você deixe de ser quem você é – para em frente à Haydée – Por mais que seja difícil aceitar, por mais que eu não entenda e ainda não aceite que você goste de mulheres – respira fundo – Como sua mãe disse o amor dos pais por seus filhos é incondicional. Quando você nasceu eu prometi que faria de tudo para fazê-la feliz, que a protegeria de tudo, que a amaria sempre. Sei que falhei com algumas dessas promessas, mas – encara Haydée – Estou disposto a cumprir com cada uma delas novamente se você me aceitar como seu pai – termina de falar, não controlando mais o choro.
-Vo…você está me pedindo perdão é isso? – pergunta Haydée emocionada.
-Sim filha. Estou pedindo perdão a você e a sua mãe – encara a esposa  - Sei que falhei com você, que me tornei um marido duro, ausente, mas prometo que voltarei  a ser aquele Carlos por quem você se apaixonou – acaricia o rosto da esposa e em seguida fita Haydée – E serei o seu pai – limpa as lágrimas dos olhos da filha – Vocês me aceitam?
-Sim – as duas falam chorosas e levantam para abraçar Carlos. Os três permanecem abraçados por um bom tempo, até serem interrompidos por um furioso Rodrigo que entra na sala sem ser anunciado.
-Que lindo! – diz sarcástico – Que família mais unida eu tenho.
-Quem te deu autorização de entrar na minha sala sem ser anunciado? – pergunta Haydée brava.
-Preciso ser anunciado para entrar na sala da minha irmãzinha? – pergunta Rodrigo com certa ironia.
-O que você quer? – pergunta Haydée sem paciência.
-Só quero deixar claro que não deixarei que você dê o dinheiro da nossa família para instituições de caridade – fala bravo.
-O dinheiro não é da “sua” família – fala irônica – O dinheiro é meu, eu o herdei e faço com ele o que eu quiser – o desafia com o olhar.
-Você não pode acabar com a empresa, ela não é só sua - grita com raiva.
-Eu sei que ela não é só minha, mas sou a sócia majoritária e a presidente. Se você não quer perder a empresa, junte-se com a “sua família” – fala o último com ironia na voz - e me faça uma proposta, quem eu mudo de idéia e vendo para vocês, mas – ri – Nem juntando todas as economias de vocês, vocês conseguiram comprar a minha parte, e eu nem sei se venderia para vocês.
-Sua idiota – grita Bravo – Você sempre que tudo para você. Primeiro roubaste toda atenção dos nossos pais quando nasceu depois que se assumiu lésbica tomou toda a fortuna da nossa família fazendo a cabeça da vovó – fala com rancor.
-Eu não roubei nada de você seu idiota – grita Haydée – Você que sempre foi invejoso. A vovó me deixou tudo, pois julgava que vocês não eram merecedores de estarem no comando desta companhia, por isso não fale o nome da MINHA AVÓ em vão, muito menos para julgá-la – se levanta – Você tem raiva de mim porque quando eu nasci os nossos pais me paparicaram demais, mas você já parou para pensar que você é o filho mais velho? O orgulho? O varão que o papai sempre quis?  - pergunta encarando Rodrigo – Não nisso você nunca pensou. Sabe por quê? Porque na verdade você não se importa nem um pouco com a família, você assim como todos os outros só se preocupam com o status social e o número de zeros na conta bancária. Eu roubei os nossos pais? Que ironia! Todos esses anos o que eu menos tive ao meu lado foram meus pais – se emociona ao falar isso, mas não perde a postura – Todos esses anos você os teve para si, mas aproveitastes? Não. Você só estava interessado em gastar o dinheiro da nossa família em carros importados, mulheres e sabe se lá que outras coisas – pausa – Não venha querer tirar satisfações comigo, ou tentando fazer com que valha sua vontade. Nesses anos que assumi a herança e o comando da empresa, nunca, escute bem NUNCA fiz nada que prejudicasse a “sua família”. Todos vocês receberam aumentos, todos vocês acionistas receberam seus devidos lucros que não foram poucos, por isso não venha me desafiar, pois você não sabe onde está se metendo – o fuzila com os olhos –Não sou mais aquela adolescente idiota que você ameaçava o tempo todo. Você nunca teve um bom caráter Rodrigo, você sempre teve inveja de todos, você chegou ao ponto de seduzir a mulher que eu amava com loucura na adolescência e levá-la para cama só para me fazer mal – deixa uma lágrima cair dos seus olhos – Eu não te roubei nada, muito menos o amor dos nossos pais, quanto ao dinheiro, já disse que ele é meu, e eu faço com ele o que eu quiser nem você, nem ninguém vão poder fazer nada para mudar isso. E se tentarem fazer já sabem que a empresa será vendida e que todo o dinheiro será doado para instituições de caridade, aí sim você vai ter um motivo para me odiar, porque eu serei a responsável pela ruína de “sua família”.
-Eu posso ser o filho mais velho, posso ser o varão da família, mas você sempre foi a princesinha. Mesmo depois de tudo que você fez, se assumindo como lésbica não deixou de ser orgulho para eles – apontam para os pais – Pensa que eu não sei papai? – se vira para o pai – Que você contratou um detetive que lhe dava informações de Haydée, que ficaste orgulhoso quando ela se formou em administração e fez MBA? Era só comparações  - ri com ironia – Ela já se formou em moda e está cursando administração, enquanto você está por aí se divertindo e torrando o nosso dinheiro com irresponsabilidade.
-Eu já disse que seu problema é que você tem inveja de tudo àquilo que eu conquistei. Não me culpe pelas coisas que te acontecem, ou pelo que você deixou de ganhar. Você é o único responsável pelo andamento de sua vida, se ao invés de guardar todo esse rancor e essa raiva de mim você se esforçasse para provar para eles – aponta para os pais – e para todos os outros que você é capaz, você seria melhor do que eu - o encara – Se é isso que você tanto deseja. Eu já disse um milhão de vezes e repito, não tenho interesse em nada do que é seu por isso não venha querer se meter no que é meu.
-Provar que sou melhor que você? – ri – Você acha que isso adiantaria? Você só pode está brincando comigo. Agora que vocês fizeram as pazes é que eu vou ficar de lado mais uma vez. Haydée Valverde a promissora estilista, dona de uma grife e uma rede de lojas que está se tornando influente no mundo da moda – fala tudo de forma irônica – Além de ter a fortuna dos Valverde em suas mãos você conquistou a sua própria fortuna sozinha, aos 28 anos, você é multimilionária.
-Sim sou multimilionária como você falou, mas todos esses anos a única coisa que eu queria o dinheiro não podia comprar – olha para os pais – Eu não sou perfeita Rodrigo, nem tento ser, sou um ser humano como outro qualquer – dá os ombros – A única diferença entre nós além do sexo é que enquanto você fica alimentando um ciúme e uma raiva gerada com o meu nascimento que te impedem de viver, eu mesmo não tenho os meus pais ao meu lado, ter o ódio de toda a minha família segui em frente, pois eu queria ter o meu espaço, não só pelo dinheiro e sim para provar para todos, que eu não sou acomodada. Que mesmo sendo herdeira de uma fortuna, eu não me acomodei.
-Sim. Você sempre tem que ser perfeita.
-Rodrigo, eu não vou perder o meu tempo discutindo com você, não lhe devo satisfações, as satisfações que devo a você é nas reuniões semestrais, onde são prestadas as contas aos demais acionistas. Se você quer continuar com esse ciúme e raiva medíocre o problema é seu – pega sua bolsa no braço da cadeira – Só te aviso uma coisa: Não seja burro como o seu tio Bernard, pois os únicos prejudicados se algo venha a me acontecer serão vocês – se vira para os pais – Eu vou procurar minha namorada, estou morrendo de dor de cabeça, preciso descansar.
-Você está hospedada em que hotel? – pergunta Carlos.
-No The Ritz.
-Por que não fica conosco? – pergunta a mãe.
-Já tenho reserva para uma semana lá – faz uma careta – E nem eu, nem a Annie nos sentiríamos bem lá. Por mais que eu e o papai estejamos de bem não quero forçar essa aproximação – olha para o pai – Quero que tudo aconteça naturalmente.
-Sabes que sempre será bem vinda a nossa casa – diz Carlos.
-Eu sei – sorri para o pai – Mas prefiro ficar no hotel, lá tenho mais liberdade para ficar com a minha namorada.
-Como queira minha querida – diz Ellena com voz carinhosa – Mas virá almoçar conosco no domingo.
-Ok – ri Haydée – Assim eu me despeço de vocês, pois iremos embora segunda-feira.  Iremos à Londres tratar de alguns assuntos – diz Haydée não entrando em detalhes.
Ela se despede dos pais e vai procurar Annie, como não a encontra liga para o celular do tio:
- Tio, onde vocês estão?
-Estou com Annie no jornaleiro, a sua namorada queria comprar algumas revistas – ri Ryan.
-Ela e sua mania por revistas – ri Haydée – Pergunta se ela quer sair para almoçar.
-Annie – chama Annie que está distraída vendo algumas revistas de moda.
-Oi?
-Haydée está perguntando se você que sair para almoçar – diz entregando o telefone celular.
-Oi Hay!
-Oi linda! Você que sair para almoçar?
-Almoçar Hay? – ri – Já são quase 4 da tarde.
-É verdade – diz olhando para o relógio do outro lado da linha – O que você acha de comermos alguma besteira, e a noite sairmos para jantar?
-Por mim tudo bem.
-O que você quer comer?
-Qualquer coisa.
-Qualquer coisa não tem – ri.
-Sua boboca, por mim tanto faz, só não pode ser fritura.
-Estou descendo com os homens de preto, peça ao meu tio para trazê-la de volta.
-Ok!
*Rio de Janeiro*
-Oi Bertha!
-Oi Ângela! – sorri – Entre – fala dando passagem para Ângela.
-Tem noticias das meninas?
-Sei que chegaram bem, mas não sei como estão as coisas lá.
-E como vão as coisas na cobertura de Haydée?
-Uma loucura – ri – Estou deixando as arquitetas doidas.
- Imagino.
-Haydée me deu carta branca, então estou dando uma de madame, eu escolho e ela paga – faz cara de criança arteira – Tem uma equipe grande trabalhando, a arquiteta disse que em 10 dias entrega a cobertura, decorada e reformada.
-Com dinheiro se constrói uma casa em uma semana.
-Dinheiro não compra felicidade, nem amor, mas nos dá um bom conforto – ri.
-Estou muito feliz com essa relação da minha filha com Haydée. A Annie nunca trouxe um namorado desde o - pausa.
-Não se preocupe – encara Ângela - a Annie já contou a minha menina tudo sobre o seu passado, e a minha menina contou-me em forma de desabafo.
-Eu tenho medo de que isso seja apenas uma fase da Annie – diz Ângela tristemente – tenho medo de que ela magoe a Haydée. A Annie ás vezes é uma menina doce, alegre, mas em certos momentos ela se transforma tornando-se uma menina triste e isolada.
-Não se preocupe se eu não me engano aquelas duas estão começando a se apaixonar uma pela outra – sorri – Minha menina também tem os seus problemas como: Não acreditar no amor. Assim como ela ajudou a Annie nesse trauma que ela tem, a Annie nesse momento a está ajudando com um trauma que ela sofre há anos: O preconceito de sua família.
-Você sabe em que hotel elas estão hospedadas?
-Sim – levanta-se – Estão no The Ritz – Pega um bloco de recados – Aqui está o número da suíte e os telefones do hotel.
-Obrigada!
-De nada.
Bertha e Ângela conversam algumas amenidades, falam um pouco de suas “filhas”, filhas porque Bertha considerava Haydée como sua filha.
Durante toda a semana Haydée levou Annie para conhecer todos os pontos turísticos de Madrid, as duas estavam cada vez mais unidas, conversavam sobre muitas coisas. Os pais de Haydée estavam encantados com Annie, até mesmo Carlos que era fechado no começo, caiu nos encantos da bela loirinha de olhos azuis que agora estavam menos tristes. Carlos e Ellena acompanharam as duas em alguns passeios como: a ida ao teatro, e um jantar em um dos melhores restaurantes de Madrid. Annie e Haydée evitavam trocar carícias ou beijos na frente de Carlos e Ellena. Elas os respeitavam muito.
O namoro das duas ia de vento em poupa. Haydée mimava Annie todo tempo, ela se sentia na obrigação de protegê-la.  Até o presente momento as duas não haviam ido além de caricias inocentes, por mais que ambas sentissem vontade de estarem uma com a outra de forma mais intima, queriam que fosse no momento certo e no lugar certo. Podia parecer besteira já que ambas eram adultas e não eram mais virgens, mas para elas as coisas não funcionavam dessa maneira. Haydée queria que a primeira vez dela com Annie fosse mágica e inesquecível que fosse como a primeira vez dela, podia parecer maluquice, mas ela queria a entrega total de Annie. Como se fosse à primeira vez dela, já que sua primeira vez foi tão traumatizante.
“Sinto que estou me libertando, sei que já me senti assim tantas outras vezes. Mas agora é diferente, chego a pensar que tudo é um sonho e que a qualquer momento vou acordar e viver todo aquele pesadelo. Haydée é maravilhosa. Ela é carinhosa, atenciosa, me mima muito. Não sei se ela era assim com as outras namoradas delas, ou se é só comigo. Tenho medo de magoa - lá, queria poder perder esse medo, mas ás vezes é tão difícil. Em algum lugar desse mundo está minha filha. Será que ela é feliz? Será que ela recebeu o amor que eu neguei? São tantas coisas que passam pela minha cabeça, tantos sentimentos confusos e contraditórios. Queria poder ter o poder de apagar o passado, de viver o presente livre desses fantasmas do passado. Não é que eu queria esquecer minha filha se é que posso chamá-la assim, não sei o que acontece, quero tanto encontrá-la para pedir-lhe perdão, mas ao mesmo tempo tenho medo. Não estou preparada para lidar com uma rejeição. Ela é uma menina de 10 anos, não sei nada dela, nem ao menos conheço o seu rosto. Como posso chegar em frente a ela e dizer: Oi sou a mulher que te abandonou, queria que me perdoasse, mas eu não estava preparada para ser mãe. Isso seria no mínimo ridículo, mas o que eu vou falar? Como explicar que a abandonei porque o seu “pai” me violentou me deixando com um trauma que eu nunca mais esquecerei? E que ela me lembrava isso e por isso a abandonei. Céus! Por que tudo é tão difícil? Será que eu nunca vou poder ser feliz? Estou com medo de que Haydée se canse de mim, sei que ela se excita quando nos beijamos, que se segura ao máximo para não avançar o sinal. Eu também quero muito fazer amor com ela.  Pera aí! Fazer amor?  Nossa! Nunca pensei dessa maneira: Fazer amor: Soa Bonito. Não é amor o que eu sinto por Haydée, nos conhecemos há tão pouco tempo, mas ela me transmite e já demonstrou que é de confiança. Gosto dela, gosto de estar com ela, gosto dos seus beijos, gosto de suas carícias, de sua companhia. Mas ainda não sinto amor, Na verdade tenho medo de senti-lo, por mais que saiba que Haydée é totalmente diferente do Matheus ainda tenho receio de me entregar completamente a essa relação, sei que estou sendo errada, mas é mais forte do que eu. Ás vezes dá vontade de chegar para a Haydée e terminar tudo, mas eu não quero. Droga! Eu sou tão complicada, sinto vontade de me dar um soco. Deus! Ajuda-me com essa cicatriz, a cura-lá de uma vez por todas. “Eu quero ser feliz, eu quero voltar a ser a Annie sem medos, quero esquecer o passado, por favor, me ajude, me ajude a superar tudo isso”.
Annie terminar de escrever em seu diário de desabafos.
Haydée sai do banho e o telefone toca.
-Alô!
-Oi Menina desnaturada – diz Bertha fingindo-se de aborrecida.
-Báaaaaaa! – grita Haydée animada – desculpe por não ligar, mas é que estes dias foram simplesmente assustadores.
-Como que assustadores? Algum problema? – pergunta preocupada.
-Não – ri – É que Annie, minha mãe, meu pai e eu estivemos saindo quase todos os dias e por conta do fuso horário não dava para eu te ligar.
-Escutei bem? Dissestes sua mãe e seu pai? – pergunta Bertha com voz risonha.
-Sim Bá – dia Haydée contente – Eu fiz as pazes com os meus pais – ri – Ai bá! Queria tanto que você estivesse aqui comigo para compartilhar tudo isso, ás vezes parece que estou sonhando – suspira feliz – O meu pai adorou a Annie, eles ficam horas conversando, sobre o que eu não sei, pois quando os dois começam, minha mãe e eu saímos para conversar – ri.
-Não sabes o quanto me deixastes contente. Eu lhe disse que era só questão de tempo para que seus pais se dessem conta que você continua sendo a garotinha deles, só que gostando de mulheres – diz Bertha com certa emoção na voz.
-Apesar de tudo o que eu sofri durante todos esses anos eu estou feliz em tê-los de volta – fala feliz.
-Liguei para saber como as suas mocinhas estavam e para avisar que dentro de 3 dias entregaram a cobertura.
-Já? – pergunta surpresa.
-Sim – ri Bertha – Tem quase 20 pessoas envolvidas na reforma, vai lhe custar uma pequena fortuna.
-Não tem problema com tanto que fique bonito – ri Haydée do outro lado da linha.
-Está ficando lindo. As Amigas da Annie são muito competentes.
-Sei - faz voz de desdém.
-Por que essa voz? – pergunta Bertha já imaginando a resposta.
-Nada – tentando disfarçar a pontinha de ciúmes que surgiu ao lembrar-se da maneira que as amigas de Annie a tratavam.
-Sei senhorita ciúmes – ri Bertha – deixe de ser besta Haydée. Annie está com você e namorando – frisa o namorando – Você sabe que se tratando da Annie e de todo o seu passado isso é no mínimo uma honra, já que ela afastou todas as pessoas que tentaram ter algo sério com ela.
-Eu sei bá, mas é que é impossível não se sentir insegura – fala triste.
- O que está acontecendo? – pergunta preocupada por ter notado a tristeza na voz de Haydée – Vocês brigaram?
-Não. Está tudo perfeito, mas é que eu tenho medo de que ela me abandone bá – diz tristemente – Eu já estou completamente apaixonada por ela – confessa – E eu não me sinto segura nessa relação. A Annie é de altos e baixos - pausa – Por que eu fui me apaixonar por ela Bá? – pergunta Haydée já com a voz embargada pelo choro.
-Oh minha menina! Sei o quanto estás insegura com esse passado de Annie, mas como já lhe disse precisas ser paciente – fala com voz mansa demonstrando afeto – Tudo é muito complicado para essa menina. Ela foi estuprada, ferida, violentada sexualmente e fisicamente por uma pessoa que ela amava com loucura. É normal que ela se sinta insegura agora, tudo está acontecendo rápido demais entre vocês duas. Você se apaixonou por Annie porque ela é merecedora seu coração minha menina.
- Eu estou tentando bá, não vou cobrar nada dela – dá um suspiro aflito – Só que eu não esperava me apaixonar tão rápido.
- No coração infelizmente nós não mandamos, mas quero que você se dê a oportunidade para essa relação, deixe suas inseguranças de lado. Você é inteligente o suficiente para saber que se a Annie está com você é porque no mínimo ela sente alguma – Haydée ouve com atenção cada palavra de Bertha – Sei que você já foi muito machucada pelas pessoas que você amou e que está com medo de que se machuque uma vez mais.  O amor não é para covardes e nem sempre é fácil.
-Eu sei Bertha. Tentarei afastar essas bobagens da minha cabeça.
-Sim. Agora me conte como está a situação por aí com sua família.
-Com meus pais está tudo bem. Meus irmãos nem chegam perto de mim, os restante tão pouco.
-O mais importante é que seus pais estejam do seu lado.
-Sim – sorri – O meu pai me defendeu Bá .
Haydée conta a Bertha tudo o que ocorreu na reunião e nos dias com os pais.
A semana em Madrid termina com saldo positivo. Os pais de Haydée prometem visitá-la em breve.
Bernard desistiu de todo o plano contra a vida de Haydée. Era uma guerra perdida. Não havia nada que ele e os outros pudessem fazer para recuperar a fortuna dos Valverde.
Rodrigo estava furioso com a irmã mais nova, sempre tivera ciúmes de toda a atenção que Haydée recebia de seus pais quando eram crianças. Agora a fortuna de toda sua família estava nas mãos de alguém que não se importava nem um pouco com o os benefícios que o dinheiro proporcionava. Haydée apensar de ser multimilionária não esbanjava dinheiro, tampouco abusava de sua posição social o que deixava Rodrigo furioso porque este sempre se importou com tudo o que o dinheiro lhe proporcionava.
- Preciso pensar em alguma coisa, Haydée não pode doar toda a fortuna de nossa família para um bando de carentes que não saberiam aproveitar o dinheiro como se deve – pensa Rodrigo torcendo o nariz.
*Aeroporto internacional*
-Façam boa viagem minhas filhas - diz Ellena Abraçando Annie e em seguida abraça Haydée forte – Eu te amo! – sussurra no ouvido da filha – Nunca se esqueça disso – a aperta mais entre seus braços.
-Eu também te amo muito mamãe – se aconchegando mais nos braços da mãe.
- Annie – fala Carlos – Foi um prazer conhecê-la. Peço que cuide de minha menina – sorri para Annie – Qualquer coisa que precise pode contar comigo. Nos vemos em breve no Brasil – a abraça – Faça uma boa viagem – se afasta.
-Adorei ter conhecido vocês, os espero em breve no Rio de Janeiro – olha para Haydée que continuava abraçada com a mãe – Eu vou cuidar da sua menina, pode deixar – sorri para Carlos.
- Obrigado! – sussurra, em seguida vira-se em direção a esposa e a filha – Ei! Eu também quero me despedir da minha menina – fala em tom de falsa indignação, as duas sorriem e trocam um olhar cúmplice.
-Ela é toda sua mi amor – sorri Ellena.
-Filha – Abraça Haydée – Faça uma boa viagem – dá um beijo no alto da cabeça de Haydée – Se acontecer alguma coisa, se os seus tios, primos, ou o seu irmão Rodrigo tentar qualquer coisa contra você me avise imediatamente que tomarei providencias – se afastando do abraço – Não quero que nada lhe mal lhe aconteça meu amor – fala com a voz embargada de choro fazendo um suave caricia nos cabelos de sua menininha – Eu não me perdoaria se algo acontecesse com você por causa de dinheiro.
-Papai, eu ficarei bem, estou com uma equipe competente de guarda-costas – Haydée se sente explodir de felicidade por dentro ao notar todo o amor que seu pai sente por ela, sorri para ele – mas fique tranqüilo, acredito que eles não são malucos a ponto de arruinarem suas próprias vidas.
-Se cuide, sim?
-Pode deixar senhor Carlos – ri Haydée.
-Faça uma boa viagem – Dá um beijo na testa da filha.
Eles trocam um último abraço. Haydée e Annie seguem com os guarda- costas para o portão de embarque.

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Capitulo 18

Capítulo 18

*Inglaterra*
The Savoy, A Fairmont Hotel
- Agente podia ter ficado na casa da minha tia – resmunga Annie saindo do carro.
-Não ficaria a vontade na casa de sua tia, além do que – faz uma careta apontando para os guarda-costas – Não somos só nós duas.
-Tinha esquecido desses urubus – bufa.
-Hei! – a abraça – Fica tranqüila.
-Eu estou nervosa Haydée – diz aflita.
-Eu sei como é difícil para você está aqui, mas vai dar tudo certo. Amanhã teremos um encontro com a tal assistente social.
-Espero que ela saiba onde está minha filha – diz tristemente.
-Vem – a puxa pela mão – vamos fazer o check in e descansar.
Elas são encaminhadas para uma das melhores suítes do hotel. Os guarda-costas ficam nos quartos mais simples. Eles não estavam ali para curti e sim para trabalhar e garantir a segurança de ambas.
Quando já estão acomodadas ambas ligam para o Brasil para avisar que está tudo bem. Haydée aproveita e liga para Espanha para avisar aos pais que chegou bem a Inglaterra.
Cansadas por conta da viagem as duas tomam banho separadamente e caem na cama se entregando ao Morpheus quase que instantaneamente.
Dia seguinte
Chá da tarde
- Vamos descer? O detetive e a assistente social já estão a nossa espera – fala Haydée.
-Sim. Vamos – diz Annie visivelmente nervosa.
-Calma – diz Haydée e em seguida dá um beijo em Annie.
Elas descem para o restaurante do hotel onde já estão a espera o detetive e a assistente social. Eles se cumprimentam e sentam em seguida.
-Srta. Emily, não tivemos a oportunidade de nos encontrar naquela época, pois eu era uma adolescente machucada e revoltada com minha gravidez. A Srta. Tratou diretamente com o meu pai – diz Annie tentando manter a calma e retirando uma foto do pai de um envelope.
Emily segura à foto em suas mãos, observando cada detalhe do rosto de paulo ficando calada por uns instantes.
- A Srta. Lembra de meu pai? – pergunta Annie.
-Eram muitas pessoas – fala sem tirar os olhos da foto.
-Olhe bem a foto – diz aflita.
-Desculpe senhorita. Eram muitas pessoas e já faz muito tempo, mas como disse para o detetive – aponta para o mesmo – faz muitos anos para eu lembrar. Foram muitos casos, muitas crianças – encara Annie novamente que estava visivelmente abalada – Mesmo que soubesse não poderia dar informações do paradeiro da criança. No momento em que elas são entregues a nós, as encaminhamos para orfanatos para sempre adotadas. Seria totalmente antiético de minha parte dar informações à senhorita. Por que está buscando essa criança depois de 10 anos?
-Eu quero encontrá-la, necessito pedir desculpas – fala não conseguindo controlar as lágrimas que insistem em cair.
-Não acha que é muito tarde? – pergunta Emily a encarando – já se passaram 10 anos. Essa criança já deve ter um lar, uma vida, e às vezes nem sabe que é adotada. A Srta poderia complicar a cabeça e a vida dessa criança aparecendo do nada falando que é sua mãe biológica. Por isso temos regras.
-Eu só quero saber se ela está bem – limpa as lágrimas – Se é feliz. Eu só preciso saber disso.
-Lamento, mas não posso ajudá-la.
Haydée fica calada o tempo todo. Eles conversam mais alguns minutos e quando se despedem Annie vai rapidamente para o quarto. Estava abalada. Todas suas esperanças estavam sendo destruídas, talvez nunca visse a filha, nunca saberia se ela é feliz ou não. Isso a deixava ainda mais triste. A sua cicatriz fora arrebentada. Ela sangrava, o medo tomou conta de todo o seu ser. A dúvida, insegurança, raiva, ódio de si mesma e de Matheus voltaram à tona.
Haydée prefere não a seguir, pois segui-la poderia causar em uma briga entre elas, preferiu conversar mais um pouco com a assistente social e o detetive.
- O que podemos fazer para encontrar essa criança? Não me interessa de ela foi adotada ou não. Eu quero saber onde ela está – diz Haydée com uma arrogância de dar medo – Se você – vira para o detetive – Não é capaz de encontra - lá eu contratarei outro melhor que você, tenho dinheiro e poder para isso – fala seca – e você – vira-se para a assistente social – Não me engana, sei que esconde alguma coisa. Vi a maneira que olhou para a foto do Sr. Paulo, pode ter enganado a Annie, mas a mim você não engana. Se não me falar tudo o que sabe pode destruir com a sua carreira, entendeu? – a ameaça.
Tanto o detetive quanto a assistente social se assustam com as ameaças de Haydée. Haydée não era assim, mas quando via alguém que ela gostava, amada sendo enganada ela virava um bicho. Todo o chá ela tinha reparado nas expressões da assistente social e notara que esta estava escondendo alguma coisa, quanto ao detetive ele era um acomodado, não estava fazendo o menor esforço para encontra a filha de sua namorada.
-A Srta está enganada, eu não sei de nada – gagueja Emily.
- Se você não soubesse não estaria gaguejando – a fuzila – O que você prefere? Dizer-me tudo o que sabe, ou que eu mande investigá-la, e encontre coisas ruins que poderiam arruinar sua carreira.
-Não tenho nada que possa me arruinar, sempre fui honesta – fala Emily tentando permanecer firme.
- Se fosse honesta me falaria o que sabe, mas se prefere que eu peça um dossiê a seu respeito tudo bem.
Emily fica visivelmente assustada, suas mãos soam, sua pele fica pálida, sente o sangue fugir do seu rosto. Haydée esboça um sorriso vitorioso tinha conseguido o efeito desejado.
-E então? – pergunta quebrando o silêncio – Vai me contar ou vou ter que apelar?
-Eu realmente não sei o paradeiro da filha da Srta Annie, mas se quer tanto saber tem que perguntar para o pai dela – diz Emily – Ele que levou a criança.
-Como assim ele que levou a criança? – pergunta Haydée – Essa criança foi entregue para adoção e a Srta foi à responsável por isso.
-Não. Eu não cuidei dessa criança, apenas consegui os documentos para que a criança fosse tirada do país pelo Sr Paulo.
-Tirada do país? – pergunta Haydée.
-Sim. Ele queria tirar a criança do país, e eu cuidei das papeladas para que ele se tornasse o responsável pela criança e pudesse fazê-lo.
Haydée se levanta aparentemente abalada:
-Obrigada pela informação. Terei que conversar com o Sr Paulo, mas se isso for mentira, considere-se na miséria, pois destruirei sua carreira. Não tente mover nada contra mim, pois venho de uma família poderosa. Isso não é uma ameaça e sim um aviso – olha para o detetive – Quanto a você – fala com desdém – Considere-se dispensado. Não há nada mais que possa fazer. Mande o valor dos seus últimos serviços por fax para esse número, com o número de uma conta bancária que eu mesma o pagarei – diz Haydée entregando um cartão para o detetive – Agora se me dão licença tenho coisas importantes para fazer – o detetive e a assistente social se levantam – Foi um prazer fazer negócios com os Sr e com a Srta – aperta a mão de ambos, indo embora em seguida acompanhada por dois guarda-costas.
Haydée sobe para a suíte encontrando uma Annie completamente abalada, frágil, raivosa. O primeiro impulso que Haydée tem é correr para ela e a abraçar. Annie se agarra a Haydée e chora descontroladamente. As duas permanecem abraçadas por cerca de uma hora, quando o abraço termina. Elas se olham e Annie quebra o silencio:
- Não se isso vai dar certo – diz se referindo a relação delas – Eu não sou uma pessoa instável, vou acabar fazendo-a sofrer – diz baixando os olhos, sem coragem de encarar Haydée. Esta por sua vez está completamente atônica, não acreditava no que estava acontecendo. Annie estava tentando terminar com ela? Não isso não podia ser verdade.
Haydée fica em silêncio durante alguns segundos, por sua vez Annie não tinha coragem de encará-la. Gostava de Haydée e por isso estava fazendo isso porque por mais que houvesse carinho entre elas, por mais que quisesse permanecer ao lado de Haydée se conhecida e tinha certeza que faria Haydée sofrer se seguissem com aquele relacionamento.
-Você está terminando comigo? – pergunta Haydée levantando o queixo de Annie, fazendo esta a encará-la.

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Capitulo 19

Capítulo 19

Annie estava com os olhos vermelhos. Lágrimas banhavam toda sua face, tentava falar, mas sua voz não saía. Vendo a situação de sua namorada Haydée quebra o silêncio falando:
-Escuta bem o que eu vou te dizer – olhando dentro dos olhos dela – Eu não vou permitir que você termine tudo por medo de me fazer sofrer – Annie tenta falar, mas Haydée coloca a mão em seus lábios e continuar a falar – Eu sei que você está com medo de me fazer sofrer e que por isso que terminar tudo. Quando eu te pedi em namoro sabia toda sua história e mesmo assim lhe pedi em namoro. Eu disse que sempre estaria ao seu lado, e é isso que eu estou fazendo e farei sempre, mas não vou deixar você terminar comigo por medo, entendeu? – limpa as lágrimas de Annie – Se algum dia você se der conta que não gosta de mim como mulher e que por isso não há nenhuma possibilidade de ficarmos juntas aí sim aceitarei o termino do nosso namoro, mas por medo não Annie.
-Haydée como você vai permanecer ao lado de uma pessoa que não pode se entregar a você totalmente? Com um passado como o meu? – pergunta chorosa.
- Simples. Eu gosto de você sua boba – sorri para Annie – E eu sempre estarei ao seu lado. Mesmo com todo esse passado, com os seus traumas. Eu consigo enxergar a Annie que tem aqui dentro – coloca a mão no coração dela – e é por essa Annie que eu estou completamente apaixonada – confessa com os olhos cheios de lágrimas – Sei que você pode não acreditar nisso, pois te conheço há muito pouco tempo, mas as coisas aconteceram de forma tão intensa que foi impossível impedir o nascimento desse sentimento – respira fundo e limpa as suas próprias lágrimas – Te conheço há tanto tempo, mas é como te conhecesse há muitos anos. Você me ajudou com minha família, esteve ao meu lado quando tive que enfrentar a todos –suspira – Você me conhece mais do que pessoas que estão na minha vida há anos.
Annie fica completamente sem palavras com aquelas declarações de Haydée. Ela limpa as lágrimas de Haydée e sorri para esta:
-Hei! – levanta o queixo de Haydée – Desculpa por ser tão idiota e não me dar conta de que você é diferente do Matheus. Você provou que estará do meu lado mesmo que eu não queira – faz um carinho no rosto de Haydée – E que nunca me machucará – sorri – Eu tenho medo de que o meu passado, interfira no nosso futuro. Que um dia você se canse de mim, ou que eu te machuque pelas minhas inseguranças.
-Eu quero que você entenda que todos os relacionamentos têm seus altos e baixos, e que se nós queremos que o nosso dê certo nós temos primeiro que querer estar juntas, depois têm que se haver um diálogo, confiança, amizade, cumplicidade. Só assim daremos certo – pausa – Você quer ter isso ou não?
-Quero – diz com lágrimas nos olhos – Desculpe por ser tão idiota, mas é tão complicado – dá um longo suspiro.
-Vem aqui – a puxa para si e deposita um selinho em seus lábios – Eu vou lhe ajudar a encontrar sua filha, não importa o que eu tenha que fazer, eu vou lhe ajudar a encontrá-la – olha no fundo dos olhos de Annie – Não deixarei que nada de mal aconteça com você – dá outro selinho – Sempre estarei ao seu lado seja como namorada ou como amiga.
-Obrigada – diz Annie esboçando um sorriso tímido – Obrigada por não desistir de mim, e obrigada por estar aqui – a puxa para um beijo carinhoso, cheio de movimentos circulares com a língua.
As duas vão deitando na cama não desgrudando os lábios um segundo. Haydée está por cima de Annie, enquanto a beija faz carinho em seu cabelo. Annie curte o beijo provando mais uma vez o gosto da boca de sua namorada. O beijo se torna um pouco mais intenso, as carícias mais ousadas. Annie tem as mãos depositadas nas costas de Haydée por baixo da blusa dando leves arranhões o que arranca gemidos da mesma que são abafados pelo beijo que ambas trocam. Quando o beijo termina e as duas buscam o ar completamente ofegantes. Os olhos se procuram permanecendo fixos um no outro. Não eram necessárias palavras para que ambas soubessem o que a outra desejava e sentia naquele momento. Se era cedo para aquilo, se aquele não era o momento não importava agora. Nada importava a não ser o que elas sentiam e desejavam. Annie molha os lábios com a ponta da língua, um gesto totalmente provocativo que tem o efeito desejado, pois Haydée avança roubando-lhe mais um beijo. Um beijo apaixonado sem medos, sem dúvidas. Ambas estavam completamente entregues aquele beijo e aquele momento. Nada mais importava nada mais existia. Apenas elas e aquele momento.
Ao fim de mais um beijo os olhares voltam a se encontrar, nenhuma palavra é dita, os olhos dizem tudo. Os olhos de Annie davam autorização, os de Haydée mostravam desejo. Annie ergue o corpo fazendo com que Haydée fizesse o mesmo. Ambas ficam sentadas com os olhos grudados um no outro, Annie vendo que apesar do desejo e a vontade de Haydée esta não tomaria nenhuma atitude esboça um sorriso ao perceber que Haydée realmente gostava dela e a respeitava, se ela quisesse terminar com aquele momento e não fosse mais além Haydée não avançaria nela, não a obrigaria a nada. Isso fez com que Annie se sentisse finalmente segura em se entregar completamente a alguém, e esse alguém era uma linda loira escura de olhos acinzentados. Annie fica de joelhos parada em frente à Haydée, cola seus lábios nos dela e sussurra:
-Eu quero fazer amor com você – se afasta a encarando nos olhos.
Haydée fica completamente sem palavras diante daquela revelação. Annie acabara de dizer que queria fazer amor com ela. Aquilo parecia um sonho, um sonho do qual ela não queria acordar. Annie a olha, ela sabia que havia surpreendido Haydée com aquela revelação, mas ela queria muito fazer amor com Haydée, ela, Annie tinha que fazer Haydée entender que ela não estava agindo por impulso, que não se arrependeria quando tudo terminasse. Que ela realmente queria ser de Haydée, tanto quanto queria que Haydée fosse dela.
-Você quer? – pergunta Annie quebrando o silêncio.
-Você tem certeza? – pergunta Haydée temerosa.
-Tenho certeza absoluta. Eu quero fazer amor com você Haydée. Não estou agindo por impulso, eu quero ser sua completamente, assim como quero que você seja minha – a encara.
Haydée não responde nada apenas acaricia o rosto de Annie que fecha os olhos. Haydée queria que tudo fosse perfeito, queria que Annie se sentisse plena como nunca havia se sentido com outra pessoa. Queria mostrar para ela que fazer amor era bom. Ela levanta e estende a mão para Annie que mesmo sem entender agarra a mão dela se levantando. As duas caminham para o banheiro. Haydée encosta Annie nos azulejos frios do banheiro daquela suíte luxuosa e a beija apaixonadamente, com calma, tentando demonstrar através daquele beijo todo carinho e o amor que nascia tímido em seu peito. Aos poucos vai despindo Annie que faz o mesmo com ela. Elas fitam seus corpos nus e o desejo aumenta a cada segundo. Elas caminham de mãos dadas para dentro do Box, Haydée liga o chuveiro deixando com que caía sobre seus corpos uma água aquecida. Um novo beijo é iniciado e com ele carícias mais ousadas. Haydée percorre as costas de Annie descendo suas mãos para as nádegas desta que geme baixinho no ouvido de Haydée deixando esta ainda mais excitada. Haydée se afasta um pouco, sorri para Annie, pega uma esponja derramando um pouco de sabonete líquido, esfrega a esponja formando assim uma espuma branca, faz com que Annie vire de costas e começa a passar delicadamente aquela espuma fofa no corpo de sua namorada fazendo pequenas cariciais. Annie curte cada segundo daquele banho dado por Haydée. Ela era extremamente carinhosa, atenciosa, amiga. O que mais ela poderia esperar de uma companheira? Nada. O banho segue, assim como Haydée, Annie faz o mesmo com ela. O banho Dura muito mais que o esperado. Aquele era um momento de exploração, ambas queriam sentir o corpo, a textura da pele uma da outra. Após o banho elas caminham para o quarto. A Química, a cumplicidade entre elas era visível. Aquele momento precisava ser mágico, não havia pressa. Haydée se dirige para o telefone e pede serviço de quarto, enquanto Annie a espera sentada na cama apenas de roupão e cabelos molhados. O serviço de quarto não demora muito, durante a espera elas trocam alguns beijos inocentes. O carrinho é posto perto da cama. Haydée verifica se está tudo ali, sorri quando constada que está tudo ali: Morangos, chantilly e o maravilhoso Champagne Louis Roederer Cristal Brut que estava mergulhado em uma Champanheira (balde de gelo).
Haydée serve o champagne em duas taças, dá uma para Annie. Elas brindam aquele momento que para ambas era uma total entrega. Aos poucos Haydée vai deitando sobre Annie que faz de tudo para não derrubar a taça, vendo isso Haydée esboça um pequeno sorriso, pega a taça de Annie, levanta-se e coloca a taça no carrinho. Em seguida volta com a bandeja de morangos e o potinho de chantilly, acomoda-se na cama olhando fixamente para Annie que está encantada olhando para ela. Haydée coloca tudo em cima da cama, pára de joelhos em frente à Annie, estende a mão para ela também fique de joelhos.  Com os olhos cravados, fixos um no outro, elas se aproximam e iniciam um beijo apaixonado, com movimentos suaves com a língua, explorando cada milímetro da boca da outra. Annie acaricia o ombro de Haydée deixando-o nu, esta entende o recado e faz o mesmo com Annie sem se desprender daquele beijo saboroso. Aos poucos os roupões de ambas são postos de lado, deixando-as despidas frente- a – frente. Haydée delicadamente acaricia os braços e os ombros de Annie e distribui beijinhos por toda aquela região enquanto a deita na cama. Annie estava totalmente entregue aquele momento.
Haydée fita o corpo nu de Annie com desejo e sussurra próximo ao ouvido desta:
-Não se preocupa em fazer nada, deixe que eu faça tudo – dá um beijo no pescoço de Annie fazendo-a se arrepiar e gemer baixinho – Quero que este momento seja perfeito – mais um beijo, agora no ombro – Deixe-me amá-la como você merece – levanta os olhos encontrando os olhos azuis de Annie levemente marejados.Haydée sorri e começa explorar aquele corpo que ela tanto desejava desde o dia que elas foram à praia.
Haydée distribui beijos por toda a extensão do pescoço até o ombro, arrancando gemidos tímidos de Annie. Ela desce para os seios de Annie que já tinham os biquinhos enrijecidos, acaricia um com a mão para em seguida colocá-lo na boca, passa a língua em volta daquele botão e o suga em seguida arrancando um gemido alto de Annie. Haydée olha para Annie sorrindo e continua sugando os seios de sua amada com muito carinho. Após alguns segundo dando total atenção a aquele pequeno botão Haydée desce a boca para a barriga de Annie, beijando seu umbigo fazendo com que Annie se arrepie inteira. Com um sorriso sapeca Haydée passa o dedo no sexo de Annie que estava completamente molhado aguardando um contato maior, sorri com a constatação que estava conseguindo relaxar e excitar a Annie que estava totalmente entregue aquele momento. Haydée acaricia mais um pouco o sexo de Annie em busca do ponto mágico, um gemido forte sai dos lábios de Annie no momento em que Haydée passa os dedos fazendo movimentos circulares com o polegar em seu clitóris. Não agüentando mais aquela espera para provar o gosto de sua amada, Haydée desce os lábios até aquela grutinha mágica a fim de explorá-la totalmente. Percorre com a língua todo o sexo de Annie arrancando gemidos da mesma, primeiro com lambidas leves, provando e saboreando o gosto de Annie, aumentando os movimentos com a língua aos poucos percorrendo toda a extensão daquela grutinha que já havia sido totalmente explorada por ela, parando em um ponto fixo, o mesmo ponto que havia Annie gemer mais intensamente, um botão rosado e suculento onde ela dá total atenção levando Annie à loucura total. Haydée o lambe com movimentos para cima e para baixo, alternando em seguida para movimentos circulares. Annie geme, engalfinha os dedos no cabelo de Haydée empurrando-a para um contato maior. Ao perceber que Annie estava muito próxima do clímax Haydée para todos os movimentos, sobe até a boca de Annie e a beija apaixonadamente.
- Eu quero ser sua – fala Annie ofegante.
Haydée sorri e desce a mão até o sexo de Annie, acaricia o seu clitóris por algum tempo para em seguida com dois dedos entrar dentro dela, fazendo com que seus corpos ficasse conectados pela primeira vez.Haydée faz movimentos leves a principio, ela queria que Annie se acostumasse com seus dedos dentro dela, quando percebe que esta já esta completamente entregue e relaxada começa a movimentar seus dedos mais rápido.Annie a principio se sente desconfortável, mas Haydée estava sendo totalmente carinhosa e delicada, deixando-a completamente relaxada.Annie se entrega completamente a aquele momento mágico e a sua amada.
Haydée da mais um beijo apaixonado não deixando de penetrá-la, após minutos ela interrompe o beijo e desce até o sexo de Annie, fazendo que a mesma se abra ainda mais pra ela. Haydée se acomoda entre as pernas de Annie e segue com a boca na direção do botão do prazer. Ela continua a penetrar Annie e a sugar o seu botão do prazer até a mesma explodir em um orgasmo intenso gritando por seu nome. Haydée sorve todo o mel derramado por Annie com calma, aproveitando e saboreando o gosto de sua mulher.Após alguns minutos já com a respiração normalizada Annie olha para Haydée com um sorriso radiante.
-Nossa! – suspira – Nunca tive um orgasmo tão intenso – fala com sinceridade – Você é perfeita – diz com um tom de voz carinhoso.
-Você que é perfeita – sorri Haydée dando um selinho em Annie para em seguida deita-se ao lado dela.
-O que pensa que está fazendo? – pergunta Annie se levantando e encarando Haydée que estava deitada de barriga para cima.
-Como assim? – pergunta sem entender.
-Você pensa que acabou? – pergunta Annie levantando a sobrancelha direita e mordendo o lábio inferior – Ainda nem começou minha querida – fala enquanto se posiciona em cima de Haydée acariciando os seios desta.
Haydée olha para Annie com uma cara totalmente surpresa. Jamais esperava tal atitude da namora, talvez pensasse que Annie era passiva e que ela tivesse que fazer sempre o papel de ativa. Enquanto Haydée estava tomada por tais pensamentos Annie estava sugando um dos seus seios de uma forma indescritível e excitante, ora lambia o pequeno bico rígido, ora chupava, sugando-o como um recém nascido em busca de alimento nos seios da mãe. Haydée se contorcia com a maestria de Annie.
Annie deixou de dar total atenção para os seios de Haydée que já estavam vermelhos, percorreu todo o seu abdome, sua barriga lisinha até chegar ao local que tanto ansiava naquele momento. Com a ponta dos dedos tocou o sexo completamente molhado de Haydée fazendo esta arquear o corpo e solta um gemido. Annie esboçou um sorriso de satisfação e iniciou uma massagem com a ponta do dedo polegar fazendo Haydée gemer ainda mais. Annie interrompeu todos os movimentos fazendo Haydée reclamar, para em seguida gemer ainda mais intensamente, pois Annie desceu com sua boca fazendo a mesma tocar no sexo molhado de Haydée que gemeu alto ao sentir a boca quente da namorada.Annie começou timidamente explorar aquela grutinha úmida, passeava com a língua percorrendo toda a extensão, em busca do pontinho que fazia Haydée sentir mais prazer, quando encontrou este deu a ele total atenção, movimentando sua língua quente e macia circularmente, o que fez Haydée levantar o quadril e a gemer mais intensamente.Completamente tomada pelo tesão que as envolviam Annie introduziu dois dedo dentro da gruta encharcada de Haydée que a essa altura já estava com as unhas cravadas no lençol da cama gemendo com aquela deliciosa tortura que Annie a submetia.Annie parou de lamber Haydée, e passou a penetrá-la com mais força, e cada vez mais rápido, para que aquele momento se tornasse ainda mais prazeroso para a sua parceira Annie enquanto penetrava Haydée a estimulava com o polegar.
Haydée jamais havia sentido tanto prazer como estava sentido com Annie. Ela não sabia o porquê.Será que era pelo fato de estar completamente apaixonada pela namorada? Aquilo de modo nenhum era sexo, aquilo era… Amor? Haydée não sabia, não tinha como raciocinar mais, pois seu corpo foi sacudido por espasmos fortíssimos, seu clímax veio intenso, deixando-a com a perna bamba e completamente ofegante. Annie não deu tempo para que Haydée recuperasse o fôlego, estava sedenta por provar o gosto de sua namorada, desceu com a boca até o sexo de Haydée sorvendo todo o néctar derramado naquela excitante…. Transa? Haydée ainda não recuperada do orgasmo se contorcia enquanto Annie a lambia sem pressa, quase que degustando do seu mel. Ansiosa Haydée a puxou pelos cabelos fazendo Annie parar o que estava fazendo e beijá-la nos lábios de uma forma única e excitante. Aquele beijo não era como os outros, aquele beijo era diferente, um beijo de algo que se iniciava. Talvez uma paixão, ou será um amor?
As duas passaram horas se amando, se conhecendo, descobrindo os pontos fracos uma da outra na cama. Entregaram-se inteiramente e completamente uma à outra.

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Capitulo 20

Capítulo 20

Os dias na Inglaterra serviram para que elas se conhecessem ainda mais, curtiram-se, amaram-se todas as noites. Annie estava diferente, quem a visse falaria que era outra pessoa. Ela estava mais espontânea, sorrindo, brincando, cantando. Em nada se parecia com aquela Annie frágil, insegura, melancólica, triste. Mas como nem tudo é festa, as pequenas férias das duas tinham chegado ao fim.
Ao desembarcarem no aeroporto do Galeão, ambas seguiram para a cobertura de Annie e foram recebidas com intensa alegria por Bertha.
- Pensei que vocês não iriam voltar mais – sorri a simpática senhora abraçando Haydée.
-Eu sei que você me ama Bá, e que não vive sem mim – fala Haydée dando um abraço apertado em Bertha.
-Eu te amo mesmo convencida – ri Bertha – Agora ande, me largue, quero falar com minha outra menina.
-Que outra menina? – pergunta Haydée fechando a cara.
-Essa – aponta para Annie, para em seguida abraçar esta bem forte – Bem vinda de volta minha querida.
-Obrigada Bertha! – diz Annie deixando-se abraçar por Bertha.
-Estão cansadas? – pergunta Bertha.
-Muito – responde as duas.
-Querem comer alguma coisa?
-Não estou com fome – responde Annie, em seguida vira-se para Haydée – Você está?
-Não.
-Tudo o que eu quero nesse momento é tomar um banho bem quente e dormi – diz Annie se espreguiçando – Boa noite Bertha! – dá um beijo em Bertha – Te espero no quarto – dá um selinho em Haydée.
-Ok! – sorri Haydée.
Annie sai da sala, indo direto para o quarto.
-Como estão as coisas entre vocês?
-Maravilhosas – sorri Haydée.
-Você está apaixonada – sorri feliz.
-Muito – suspira.
-Você já contou para ela?
-O quê?
-Que você a ama.
-Eu não – se joga no sofá – Ainda é cedo bá. Não quero assustá-la, nem pressioná-la. Quero que as coisas ocorram com calma e naturalmente, mas ela já sabe que eu estou apaixonada por ela.
-Entendi – diz Bertha sentando-se ao lado de Haydée e a puxando para que acomodasse a cabeça no colo – E a filha dela? Alguma notícia?
-Não. Segunda-Feira eu contratarei mais gente para ir atrás dessa criança. Acho que só quando Annie encontrá-la poderá ter algo mais sério comigo.
-Casamento? – pergunta Bertha espantada.
-Aham – suspira Haydée apaixonada – É ela Bá, ela é a mulher com quem eu quero passar o resto dos meus dias.
-É tão bom te ver assim – fala feliz, acariciando os cabelos de Haydée.
-Os dias na Inglaterra foram maravilhosos, ela em nada se parecia com a Annie triste, insegura – fala Haydée apaixonada, ao recordar das noites quentes dá um sorriso maroto – Ela me deu uma canseira – ri divertida.
- Vocês já? – pergunta gesticulando com as mãos.
-Nós já o que Bertha? – pergunta Haydée se fazendo de desentendida.
-Se vocês já se amaram – responde Bertha com as bochechas rosadas.
-Sim – responde Haydée sem entrar em detalhes.
-E como foi? – Pergunta sem rodeios.
-Ora vejam só como esta minha Bá está assanhada – ri Haydée - Não entrarei em detalhes, pois é algo muito intimo de nós duas, mas posso dizer que foi maravilhoso – suspira ao terminar de falar.
-Fico imensamente feliz por ver que finalmente minha menina tomou jeito e que está apaixonada por alguém que vale apena.
-Às vezes me dá um pouquinho de medo por a Annie ser inconstante pelo trauma que ela sofreu com aquele primeiro namorado dela e pela filha perdida, mas acredito que ela gosta de mim com a mesma intensidade que eu gosto dela, e que para dar certo só depende de nós duas.
-Assim que se fala – ri Bertha – Tem certeza que não está com fome? – pergunta se levantando.
-Tenho sim – levanta-se também uma Haydée exausta – Tudo que eu quero é ir para cama e dormi – se espreguiça.
-Então – diz Bertha se aproximando e dando um beijo na testa de Haydée – Tenha uma boa noite – dá sua benção à Haydée e segue para o quarto que estava ocupando na casa de Annie.
Haydée entra no quarto de Annie e esta estava terminando de por uma camisola de seda branca.
- Você demorou tanto que eu nem te esperei para tomar banho – diz Annie deitando-se na cama.
-Não tem problema linda – diz Haydée se aproximando e dando um selinho em Annie – Estava conversando com Bertha – a olha de forma carinhosa – Eu vou tomar meu banho e já venho – dá outro selinho – Se estiver com muito sono durma tranqüila, não precisa me esperar – diz isso e saí indo em direção ao banheiro.
Haydée toma um banho rápido e coloca uma camisola de seda preta, ao entrar no quarto vê que Annie estava lendo, deita-se ao lado desta e fala:
-Não está com sono?
-Morrendo, mas estava esperando minha namorada para dar nela um beijo de boa noite – falar aproximando a boca da boca de Haydée, iniciando um beijo repleto de carinho.  Ao final do beijo elas se aconchegam uma na outra e dormem quase que imediatamente.

Capítulo 21

O dia seguinte fora marcado por muita correria. Haydée foi até sua cobertura para vê como esta havia ficado depois das obras. O resultado havia sido fantástico. Suas roupas estavam praticamente todas em sua nova residência. Faltava apenas a dona. Bertha havia contratado uma equipe de empregadas, tanto para casa de Annie como para casa de Haydée. Ângela, mãe de Annie havia ajudado Bertha em tudo.
Annie não gostou nada de não ter mais a namorada em sua casa, ficou de bico quase que o dia inteiro. Haydée achou graça do bico da namorada e a mimou o dia inteiro, garantindo a esta que elas eram vizinhas e que podiam dormi juntas sempre que quisessem.
-Annie, muda essa cara vai – diz dando-lhe um selinho – Você pode ir lá para casa sempre que quiser – abre a bolsa – Toma – entregando uma chave – Não vai nem precisar pedir autorização, é só subir. – sorri da cara de surpresa que Annie faz – Sempre que sentir minha falta pode ir dormi comigo – pisca o olho – Eu vou adorar – dá um sorriso cafajeste e se aproxima agarrando Annie pela cintura – que a minha namorada vá dormi coladinha comigo de surpresa.
-Tarada – diz Annie rindo dando um tapinha no ombro de Haydée.
-Tarada apenas por você meu amor – a olha apaixonada.
-Do que você me chamou? – pergunta com os olhos brilhando.
-De meu amor – sussurra Haydée – Você é o meu amor, a pessoa que eu quero ao meu lado até que eu fique velhinha, de bengala, sem dente, careca.. – Haydée é interrompida por uma Annie afoita que a beija apaixonadamente nos lábios.
-Nossa! – Diz uma Haydée ofegante – Quase que você me mata sem ar menina – ri.
-Palhaça! – diz Annie envolvendo os braços no pescoço de Haydée – Quero que você saiba que você também é meu amor, e que eu quero o mesmo que você.
Nesse momento os olhos das duas ficam lacrimejados por perceberem que o sentimento que surgia era recíproco.
Algum tempo depois…
Annie fica atolada de trabalho assim como Haydée que é obrigada a fazer várias viagens de urgência para São Paulo, mesmo com a correria elas sempre arrumavam tempo para ficarem juntas, nem que fosse no salão do aeroporto quando Annie levava Haydée, ou nas noites em que esta passava no Rio de Janeiro.
Casa dos pais de Annie
-Amor, estou tão feliz por tudo está dando certo com nossos filhos – diz uma alegre Ângela ao sentar-se ao lado do marido.
-Também estou feliz meu amor.
-Confesso que o namoro de Annie com Haydée no inicio meu assustou um pouco, pensei que nossa família iria repelir Annie, mas todos aceitaram numa boa, e se não aceitaram guardaram suas reprovações para si.
-Elas não devem satisfações para ninguém, são adultas, independentes. Não precisam se preocupar com o que ninguém pensa. Só precisam ter o apoio de seus pais, e elas já os têm.
-Haydée disse que os pais dela chegam daqui três dias.
-Temos que preparar um almoço típico para recebê-los.
-Eles já estão cansados de comer comidas típicas da Espanha amor – sorri Ângela – E como Haydée já me disse, os pais adoram o Brasil e as comidas daqui. Acho que é melhor preparamos um almoço típico, mas daqui.
-Tem toda razão – diz Paulo dando um selinho em Ângela.
-Marisa está demorando a me ligar – diz Ângela olhando para o relógio.
-Afinal o que aconteceu com ela? - Pergunta Paulo notando o tom preocupado de sua esposa.
-Com ela nada, o problema é com Carolina.
-O que está acontecendo com ela? Está doente?
-Não sabemos ainda. Marisa ia leva - lá ao médico hoje. Ela anda muito cansada, perdendo o fôlego na educação física e no balé, está pálida.
-Deve está com anemia. Carolina só come besteira e Marisa não fiscaliza a menina por conto do trabalho.
- Também acho que pode ser isso.
3 dias depois
Os pais de Haydée chegam ao Rio de Janeiro e são recebidos por um almoço na casa dos pais de Annie.
-A Marisa não vem? – pergunta Annie à Ângela.
-Ela está numa correria só, ligou a pouco dizendo que iria se atrasar, pois ainda estava presa com Carolina e o marido no médico.
- Ok!
Algum tempo depois Marisa, o marido e uma abatida Carolina chegam à casa dos pais de Annie.
-Pensei que vocês não vinham mais – diz Ângela cumprimentado eles.
-Desculpe, mas acabamos ficando presos no médico – sorri tristemente Marisa.
-O que aconteceu? Por que essas caras? – pergunta Ângela preocupada.
-Depois conversamos mamãe, agora temos que dar atenção para os convidados.
O almoço ocorre bem. Os pais de Haydée se sentem em casa com a recepção calorosa da família de Annie. Carol fica com eles um tempinho, mas logo reclama de dores e vai se deitar no quarto que era da tia, preocupada Annie vai com Haydée vê o que a menina tem.
-Oi bonequinha! – diz Annie sentando-se na cama – O que você tem? Está tão tristinha – faz uma leve caricia nos cabelos da menina.
–Estou com dor – fala chorosa – fiz um exame que doeu muito – aponta para o local.
-Que exame foi esse? – pergunta Annie preocupada vendo que o local apontado estava com um hematoma feio.
Haydée observa tudo calada, sabia exatamente que tipo de exame Carolina havia feito. Aquilo a preocupou muito, mas não quis assustar a namorada.
-Eu não sei direito dinda, mas tem algo errado com meu sangue – diz Carol fazendo uma careta confusa.
-Seu sangue? O que tem seu sangue? – pergunta nervosa.
-Pergunta para a mamãe. Ela e o papai que conversaram com o médico.
Haydée vendo que a namorada não iria se controlar e que viria bomba por aí, para deixar a família a sós ela desce disfarçadamente e fala com os pais para eles irem para casa dela com a desculpa de descansarem. Eles se despendem de todos e no carro Haydée fala para os pais o que provavelmente estava acontecendo.
-Pobre menina! – fala Ellena – Espero que dê tudo certo.
-Filha, tenho uns documentos para lhe entregar do detetive da Espanha – fala Carlos – Estão na minha mala.
-Alguma novidade? – pergunta Haydée ansiosa.

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Captilulo 21

Capítulo 21

O dia seguinte fora marcado por muita correria. Haydée foi até sua cobertura para vê como esta havia ficado depois das obras. O resultado havia sido fantástico. Suas roupas estavam praticamente todas em sua nova residência. Faltava apenas a dona. Bertha havia contratado uma equipe de empregadas, tanto para casa de Annie como para casa de Haydée. Ângela, mãe de Annie havia ajudado Bertha em tudo.
Annie não gostou nada de não ter mais a namorada em sua casa, ficou de bico quase que o dia inteiro. Haydée achou graça do bico da namorada e a mimou o dia inteiro, garantindo a esta que elas eram vizinhas e que podiam dormi juntas sempre que quisessem.
-Annie, muda essa cara vai – diz dando-lhe um selinho – Você pode ir lá para casa sempre que quiser – abre a bolsa – Toma – entregando uma chave – Não vai nem precisar pedir autorização, é só subir. – sorri da cara de surpresa que Annie faz – Sempre que sentir minha falta pode ir dormi comigo – pisca o olho – Eu vou adorar – dá um sorriso cafajeste e se aproxima agarrando Annie pela cintura – que a minha namorada vá dormi coladinha comigo de surpresa.
-Tarada – diz Annie rindo dando um tapinha no ombro de Haydée.
-Tarada apenas por você meu amor – a olha apaixonada.
-Do que você me chamou? – pergunta com os olhos brilhando.
-De meu amor – sussurra Haydée – Você é o meu amor, a pessoa que eu quero ao meu lado até que eu fique velhinha, de bengala, sem dente, careca.. – Haydée é interrompida por uma Annie afoita que a beija apaixonadamente nos lábios.
-Nossa! – Diz uma Haydée ofegante – Quase que você me mata sem ar menina – ri.
-Palhaça! – diz Annie envolvendo os braços no pescoço de Haydée – Quero que você saiba que você também é meu amor, e que eu quero o mesmo que você.
Nesse momento os olhos das duas ficam lacrimejados por perceberem que o sentimento que surgia era recíproco.
Algum tempo depois…
Annie fica atolada de trabalho assim como Haydée que é obrigada a fazer várias viagens de urgência para São Paulo, mesmo com a correria elas sempre arrumavam tempo para ficarem juntas, nem que fosse no salão do aeroporto quando Annie levava Haydée, ou nas noites em que esta passava no Rio de Janeiro.
Casa dos pais de Annie
-Amor, estou tão feliz por tudo está dando certo com nossos filhos – diz uma alegre Ângela ao sentar-se ao lado do marido.
-Também estou feliz meu amor.
-Confesso que o namoro de Annie com Haydée no inicio meu assustou um pouco, pensei que nossa família iria repelir Annie, mas todos aceitaram numa boa, e se não aceitaram guardaram suas reprovações para si.
-Elas não devem satisfações para ninguém, são adultas, independentes. Não precisam se preocupar com o que ninguém pensa. Só precisam ter o apoio de seus pais, e elas já os têm.
-Haydée disse que os pais dela chegam daqui três dias.
-Temos que preparar um almoço típico para recebê-los.
-Eles já estão cansados de comer comidas típicas da Espanha amor – sorri Ângela – E como Haydée já me disse, os pais adoram o Brasil e as comidas daqui. Acho que é melhor preparamos um almoço típico, mas daqui.
-Tem toda razão – diz Paulo dando um selinho em Ângela.
-Marisa está demorando a me ligar – diz Ângela olhando para o relógio.
-Afinal o que aconteceu com ela? - Pergunta Paulo notando o tom preocupado de sua esposa.
-Com ela nada, o problema é com Carolina.
-O que está acontecendo com ela? Está doente?
-Não sabemos ainda. Marisa ia leva - lá ao médico hoje. Ela anda muito cansada, perdendo o fôlego na educação física e no balé, está pálida.
-Deve está com anemia. Carolina só come besteira e Marisa não fiscaliza a menina por conto do trabalho.
- Também acho que pode ser isso.
3 dias depois
Os pais de Haydée chegam ao Rio de Janeiro e são recebidos por um almoço na casa dos pais de Annie.
-A Marisa não vem? – pergunta Annie à Ângela.
-Ela está numa correria só, ligou a pouco dizendo que iria se atrasar, pois ainda estava presa com Carolina e o marido no médico.
- Ok!
Algum tempo depois Marisa, o marido e uma abatida Carolina chegam à casa dos pais de Annie.
-Pensei que vocês não vinham mais – diz Ângela cumprimentado eles.
-Desculpe, mas acabamos ficando presos no médico – sorri tristemente Marisa.
-O que aconteceu? Por que essas caras? – pergunta Ângela preocupada.
-Depois conversamos mamãe, agora temos que dar atenção para os convidados.
O almoço ocorre bem. Os pais de Haydée se sentem em casa com a recepção calorosa da família de Annie. Carol fica com eles um tempinho, mas logo reclama de dores e vai se deitar no quarto que era da tia, preocupada Annie vai com Haydée vê o que a menina tem.
-Oi bonequinha! – diz Annie sentando-se na cama – O que você tem? Está tão tristinha – faz uma leve caricia nos cabelos da menina.
–Estou com dor – fala chorosa – fiz um exame que doeu muito – aponta para o local.
-Que exame foi esse? – pergunta Annie preocupada vendo que o local apontado estava com um hematoma feio.
Haydée observa tudo calada, sabia exatamente que tipo de exame Carolina havia feito. Aquilo a preocupou muito, mas não quis assustar a namorada.
-Eu não sei direito dinda, mas tem algo errado com meu sangue – diz Carol fazendo uma careta confusa.
-Seu sangue? O que tem seu sangue? – pergunta nervosa.
-Pergunta para a mamãe. Ela e o papai que conversaram com o médico.
Haydée vendo que a namorada não iria se controlar e que viria bomba por aí, para deixar a família a sós ela desce disfarçadamente e fala com os pais para eles irem para casa dela com a desculpa de descansarem. Eles se despendem de todos e no carro Haydée fala para os pais o que provavelmente estava acontecendo.
-Pobre menina! – fala Ellena – Espero que dê tudo certo.
-Filha, tenho uns documentos para lhe entregar do detetive da Espanha – fala Carlos – Estão na minha mala.
-Alguma novidade? – pergunta Haydée ansiosa.


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Capitulo 22

Capítulo 22

-Caso concluído segundo ele – sorri Carlos.
-Só você mesmo para resolver isso pai. Os detetives daqui até agora não me informaram nada.
-Eu contratei o melhor da Espanha para que cuidasse do caso. Espero que no dossiê que ele me mandou estejam todas as informações. Ele me garantiu que o caso já estava resolvido.
-Que bom!
Assim que chegam à casa de Haydée. Carlos entrega à filha do dossiê. Esta pede licença e vai para o quarto lê todo o documento, ao fim da leitura Haydée estava nervosa, confusa e com medo de que aquilo pudesse ser de fato verdade. Para saber se o que continha ali era de fato verdade ou não, apenas uma pessoa poderia esclarecer. A vontade de Haydée era ligar imediatamente para a pessoa, mas não podia fazer aquilo no momento, esperaria mais um pouco.
Casa dos pais de Annie.
-Bom já que estamos todos reunidos temos algo para dizer a todos – diz o marido de Marisa cabisbaixo.
-O que está acontecendo? – pergunta Ângela nervosa.
- Carolina andava cansada, tendo desmaios, entre outros mal-estares. Preocupada eu a levei ao médico para que este a examinasse. O médico diagnosticou uma possível anemia, mas para confirmar foi se feito um exame de sangue. Nesse exame o médico verificou algumas anormalidades e pediu outros exames antes de dar qualquer diagnóstico para ela. Levantou-se a suspeita de ser uma leucemia – fala com a voz embargada, como Marisa não conseguia continuar seu marido seguiu com a explicação.
- A Carol foi submetida a um teste físico, e fez vários exames de sangue. Antes de o médico levantar qualquer suspeita, ele pediu que a Carol fizesse um mielograma que é o teste de medula óssea que vai confirmar se a Carol tem ou não leucemia – fala com a voz abalada.
Todos ficam em silêncio. Abalados com a notícia. Tentando ser otimista Ângela fala:
- Não há de ser nada. Nada foi confirmado, temos que ter esperança – e vai em direção a Marisa que ainda está chorosa – Tranqüila minha criança, nada há de acontecer com a sua menina.
Annie vai para casa muito abalada. Tenta em vão dormi, mas não consegue. Então ela vai para casa de Haydée.
- Te acordei?  - pergunta ao ver que Haydée a encarava.
-Não. O que aconteceu?  - disse ela, puxando-a para um abraço.
-O médico está suspeitando que Carol esteja com leucemia – diz com os olhos lacrimejados.
-Ei! É só uma suspeita, não chora amor – diz a abraçando forte.
Annie aninha seu corpo ao de Haydée e esta faz leves carícias até Annie dormir.
Os dias seguintes foram angustiantes para todos. Ninguém conseguia se concentrar no trabalho. Haydée mandou que Annie ficasse em casa que ela cuidaria da empresa junto com os outros funcionários. Annie foi para casa da mãe que estava assim como ela aflita à espera do resultado do exame. Quando este saiu todos ficam ainda mais abalados e angustiados. Carolina é diagnosticada com Leucemia Mielóide Aguda. E deve ser submetida à quimioterapia imediatamente.
Entendendo um pouco deste tipo de leucemia:
A leucemia mielóide aguda (LMA) é resultado de uma alteração genética no DNA de células em desenvolvimento na medula óssea. Esta alteração não é hereditária. A leucemia mielóide aguda (LMA) gera crescimento exagerado e acúmulo de células chamadas de mieloblastos ou “blastos leucêmicos”, que deixam de funcionar como células sangüíneas normais. Além disso, a leucemia mielóide aguda (LMA)  bloqueia a produção normal de células da medula, com uma deficiência de células vermelhas, plaquetas e de células brancas no sangue. A deficiência de células vermelhas causa a anemia; a de plaquetas causa hematomas e sangramentos; e a de células brancas aumenta o risco de infecções.
Geralmente, é difícil estabelecer as causas da leucemia mielóide aguda. Entretanto, alguns estudos relacionam a LMA à exposição a benzeno, à radiação ionizante, como houve em Hiroshima e à quimioterapia no tratamento de câncer de mama, ovário ou linfomas.
A Leucemia Mielóide Aguda (LMA) pode ocorrer na infância, adolescência, entre adultos e idosos, mas predomina na infância, tanto em meninos  quanto em meninas. O risco de apresentar  Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é maior em  pacientes portadores de algumas doenças genéticas como síndrome de Down, anemia de Fanconi e anemia de Blackfan-Diamond. Existe maior risco também em crianças previamente tratadas de outro tipo de câncer.
Os sintomas da leucemia mielóide aguda são: palidez, sangramentos sem motivo aparente e febre. Raramente, pode haver aumento das gengivas e inchaço das glândulas parótidas, mas quando aparecem costumam ser sintomas de leucemia mielóide aguda. É comum também aparecerem ínguas e aumento do baço e fígado. Cloroma, que é uma massa localizada de células tumorais, pode aparecer em qualquer região do corpo, mas principalmente atrás dos olhos e na epidural que é a membrana que recobre o sistema nervoso central. O cloroma pode aparecer antes da  leucemia mielóide aguda atingir totalmente a medula óssea.
É comum também os pacientes com leucemia apresentarem infecções, anemia e sangramentos.
O médico faz um levantamento histórico, um exame físico, pede exames de sangue antes de fazer um primeiro diagnóstico da leucemia mielóide aguda. leucemia, No entanto, o mielograma que é a punção da medula óssea é que confirma ou descarta esse diagnóstico. O diagnóstico definitivo de leucemia mielóide aguda é feito através da análise microscópica da medula óssea e da realização de exames de imunofenotipagem que são exames que avaliam o tipo de leucemia. A análise das alterações genéticas das células blásticas é feita por um teste de citogenética e  envolvimento do sistema nervoso pode ser avaliado por meio da coleta do líquido cefalorraquiano, o líquor.
O tratamento quimioterápico inicial da LLA  é chamado de indução da remissão. O objetivo desse tratamento é chegar à remissão, isto é, fazer com que as células blásticas desapareçam da medula óssea. Quando a remissão é atingida, a produção normal dos glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas é volta ao normal.
O programa geral de tratamento para leucemia mielóide aguda (LMA) é feito por quimioterapia acrescido do tratamento preventivo do sistema nervoso central. Pacientes que não respondem ao tratamento são candidatos ao transplante de medula óssea
Fonte: http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=36&id=308&menu=2
Outro site de pesquisa: http://www.abrale.org.br/doencas/leucemia/lma.php
“Sinto-me triste. Tudo está tão confuso. Há alguns dias os médicos descobriram que eu tenho leucemia, desde então estou internada. Há crianças por todos os lados, todas não têm cabelo. Tenho medo, minha mãe só chora e fala que tudo vai ficar bem. Que eu tenho que ser forte. Não estou entendendo nada só que eu estou muito doente. Ontem fiz quimioterapia fiquei muito enjoada, me sinto mal. Quero ir embora. Quero ir para casa.” Carolina.

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Capitulo 23


Capítulo 23

- Como está a Carol?  - pergunta Haydée entrando na sala de Annie.
-Ontem ela fez a primeira sessão de quimioterapia. Quando liguei para Marisa ela estava dormindo. Vão fazer alguns exames para vê se adiantou a quimioterapia. Amanhã eu vou ao hospital doar sangue, você vai?
-Sim claro! Mesmo que meu sangue não sirva para a Carol vai servi para outras pessoas.
-Obrigada por estar ao meu lado – diz Annie carinhosa.
-Eu sempre estarei ao seu lado amor – diz Haydée de forma carinhosa.
Haydée fica pensativa e isso não passa despercebido por Annie.
- O que foi?
-Quê? – pergunta Haydée saindo do “transe”
-Você ficou pensativa.
-Estava pensando em algumas coisas – tentando disfarçar.
-Sei – fala Annie desconfiada.
-Ainda falta muito para você terminar seu trabalho de hoje?
-Estou sem o menor clima para trabalhar nesses dias hay.
-Por que não fica em casa?
-Por que não posso deixar tudo em suas mãos e nas dos funcionários, e ficar em casa seria pior, muito pior, pelo menos aqui eu me distraio – envolve os braços nos pescoço de Haydée e lhe dá um selinho – hoje a noite terá o jantar pelo aniversário de casamento dos meus pais. Você vai?
-Sim – responde Haydée.
-Ninguém está no clima, mas Marisa insistiu, disse que não podemos nos abalar e morrer para o mundo por conta da doença, que Carolina irá se recuperar.
-Ela tem toda razão. Enquanto ainda pudermos lutar… Haverá esperança – sorri Haydée abraçando Annie que se aconchega no ombro dela – Quem vai ficar com Carolina no hospital?
-A mãe do meu cunhado, mas Marisa vai para lá assim que terminar o jantar.
-Entendi!
Ao final da tarde Annie vai até o hospital para ficar com Carolina porque Marisa teve que sair às pressas para resolver um problema urgente. Esta permanece ali até que a mãe do pai de Carolina chegue.
Enquanto isso na casa dos pais de Annie
-Haydée? Ué, cadê Annie? Não veio com você? – pergunta Ângela surpresa com a chegada de Haydée.
-Liguei para ela, e ela só chegará daqui uma hora – responde Haydée ao entrar – Quero falar com vocês – diz séria.
-Aconteceu alguma coisa querida? – Pergunta Ângela.
-Sim. E eu espero que vocês me dêem respostas – diz entrando na sala dando de cara com Marisa, o marido, Sérgio, Eloisa e Paulo.
-Que resposta Querida? – pergunta Ângela.
-Vocês preferem conversar isso na presença de pessoas que não são da família? – olha para Eloisa.
-Amor, vamos lá fora - diz Sérgio se levantando.
-Que mistério todo é esse Haydée? – pergunta Paulo.
-O senhor é que tem que me dizer – o fita séria - há algum tempo Annie me contou sua história, que teve uma filha e me pediu que a ajudasse a encontrar essa criança. Durante a nossa estada na Inglaterra, contratei um detetive particular, vendo que este não me dava noticias pedi ajuda ao meu pai e este contratou o melhor detetive da Espanha. Há alguns dias na vinda dos meus pais ao Rio de Janeiro, recebi o dossiê deste detetive – coloca o dossiê aberto em cima da mesa - E como podem ver a criança que Annie pediu para que o senhor entregasse a filha da Annie na verdade é a Carolina – diz Haydée deixando todos sem palavras com aquela revelação.
-O que você está dizendo menina? – pergunta Paulo.
-Estou dizendo algo que todos vocês já sabem, que a verdadeira mãe da Carolina é a Annie e não a Marisa – fala Haydée o encarando.
Nesse momento ouve-se um barulho vindo da entrada da sala. Uma bolsa caindo no chão. Todos olham em direção a porta e vêem uma figura parada, que não estava acreditando no que acabara de escutar
- Annie… – diz Ângela com a voz assustada.
Annie permanece parada, sem se mover. Paulo leva as mãos à cabeça, Marisa se agarra ao marido e começa a chorar. Haydée se aproxima de Annie, mas esta reage a repelindo.
- O que você disse? Eu escutei direito? – Pergunta Annie encarando Haydée.
-Você escutou direito, e sim essa é a verdade – diz Haydée fitando os olhos de Annie que estavam lacrimejados, mas com raiva, magoa e tristes, não sabia dizer ao certo o que o olhar de Annie dizia naquele momento, mas boa coisa não era – Carolina é sua filha perdida, descobri quando os meus pais chegaram ao Brasil. Não te contei antes porque tinha que perguntar para eles – aponta para a família de Annie – Se tudo o que tinha aqui – pega o dossiê nas mãos - era verdade – respira fundo – Não queria falar tudo para você sem ter certeza porque isso tudo é mais complicado do que pensávamos. Só quem pode explicar para você o porquê disso tudo, são os seus pais e sua irmã.
-Você mentiu para mim – diz Annie deixando escapar uma lágrima – Disse que não tinha nenhuma novidade.
-Eu não menti para você, só quis lhe poupar de algo que eu ainda não tinha certeza. E se fosse um engano do detetive? Como iria ficar sua situação com a sua família? – a encara com os olhos lacrimejados, temendo que seu namoro com Annie tivesse sido abalado – Desculpe por demorar tanto para perguntar isso aos seus pais, mas a doença de Carolina me deixou sem ação. Todos estão abalados, mas devido ao diagnostico, mais cedo ou mais tarde você iria se dá conta que havia algo errado – diz em um fio de voz, sentando-se no sofá.
Annie a encara com magoa. Não podia acreditar que Haydée tivesse escondido a verdade dela. Annie olha para os pais que estavam nervosos e sem ação, e para irmã que chorava agarrada ao marido. Reunindo todas as forças existentes em seu ser ela consegue perguntar:
-Eu quero a verdade – os fita séria – O que a Haydée acabou de falar é verdade? A Carolina é a minha filha?
-Filha eu posso explicar – diz Paulo se levantado. Annie faz sinal para ele parar:
-Fique onde está, pois, não quero explicações. Eu só quero que me responda se Carolina é ou não minha filha.
-Sim – fala Paulo – Carolina é sua filha.
Annie começa a chorar desesperadamente, já não tinha controle sobre seus sentimentos. Não podia acreditar que Carolina, sua sobrinha e afilhada era na verdade sua filha. Filha que foi fruto de um estupro, a filha que ela tinha rejeitado e odiado. E agora? O que ela faria? Seus pais tinham mentido para ela. Todas as pessoas que ela amava haviam mentido e a machucado. Sem forças para lutar, sem forças para nada ela só teve uma saída: Fugir. Ela segue em direção a garagem, mas é impedida por Haydée.
-Me solta mentirosa – grita Annie.
-Não vou te soltar – fala firme – Me escuta – a Segura pelos braços fazendo-a encara - lá – Se você quiser terminar o nosso namoro tudo bem, mas jamais me chame de mentirosa ou traidora, pois isso eu não aceitarei. Quem mentiu para você esse tempo todo foi a sua família, não eu. Entrei na sua vida faz pouco tempo e o pouco tempo que estou nela tentei te fazer feliz, creio que consegui, por um momento. Errei ao ter omitido de você por alguns dias a verdade? Sim errei, mas eu precisava ter certeza de que isso de fato era verdade, pois imagine eu falar para você: Annie a Carol é sua filha, e no final isso não ser verdade? Olha o constrangimento? Vi hoje a oportunidade de tirar essa história a limpo e o fiz. Agora você sabe onde está sua filha e quem ela é. Você a rejeitou Annie, você se desfez dela, creio que por mais que se sinta enganada por sua família você tem certa parcela de culpa nisso, pois você não a quis. Seu pai encontrou um lar para seu bebê, e esse lar foi o mesmo que o seu. Se eles não te contaram a verdade foi porque algum motivo eles tiveram – fala sinceramente – Antes de você julgar, odiar, até xingar algum de nós você tem que entrar naquela droga de casa e exigir repostas. Depois disso você pode sim mandar todo mundo para o quinto dos infernos – fala com certa rispidez.
Annie a encara nos olhos e Haydée não desvia nem um minuto o seu olhar do de Annie. Annie percebe o erro com Haydée, na verdade ela só a ajudou a descobrir a verdade, não tinha porque jogar toda a culpa em Haydée, fora ela mesmo que havia pedido sua ajuda para encontrar a filha perdida.
-Desculpa – fala envergonhada abaixando a cabeça – Você tem razão, você não podia me falar isso sem ter certeza – volta a encara – lá – me perdoa? – pergunta timidamente – Eu sou uma idiota. Descontei em você toda minha raiva e magoa por ter sido enganada por tantos anos pelas as pessoas que eu mais amo no mundo. Eu agora só tenho você Haydée, e não vou me perdoar se te perder – acaricia o rosto de Haydée – Não consigo imaginar a minha vida sem você porque – pausa e olha nos fundo dos olhos de Haydée – Porque eu te amo e não suportaria que você me deixasse.
Haydée olha para Annie surpresa e emocionada com aquela declaração. Sente um aperto no peito e como se tivesse mariposas no estomago de tanto nervoso e felicidade, sorri para Annie que aguardava uma reação por parte de Haydée, a puxa pela nuca colando seus lábios nos dela a beijando apaixonadamente sentindo seu peito explodir de tanta felicidade, ao final do beijo encarado-a nos olhos diz:
-Eu te amo Annie, e se depender de mim nós nunca vamos nos separar – a abraça com força.
Elas ficam alguns minutos abraçadas, esquecem por um momento a tormenta que se instalara em suas vidas, principalmente na vida de Annie que precisava do apoio e do amor de Haydée mais do que nunca.
-Amor você precisa resolver isso rápido – diz Haydée tirando uma mexa de cabelo dos olhos de Annie.
-Eu não quero falar com eles – diz magoada.
-É melhor encarar isso agora do que deixar para depois – fala de forma carinhosa.
-Fica ao meu lado? – pergunta Annie temerosa.
-Sempre – a segura pelas mãos enquanto as duas se encaminham de volta para casa dos pais de Annie.
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Capitulo 24

Capítulo 24

Ao chegarem à sala elas vêem que todos estão chorando, ao ver Annie, Ângela corre em direção à filha e a abraça, mas o abraço não é correspondido, Annie quase esmaga os dedos de Haydée, pois os aperta com muita força, fazendo com que esta solte um gemido de dor e se contorça.  Ângela se afasta e olha dos olhos de Annie que transparece magoa, seus olhos  estavam nublado, Ângela se assusta com aquilo e se junta novamente ao marido.
-Não quero ladainhas, quero que sejam claros e objetivos – diz séria – Quero que você me conte toda a verdade, e como a minha filha se transformou na minha sobrinha Carolina.
Todos se assustam com o semblante sério e sombrio de Annie, todos só tinham visto ela assim há 10 anos atrás quando queria fazer o aborto e este lhe fora negado. Todos tinham medo de que Annie entrasse em depressão novamente, que voltasse a ser aquela Annie triste que fora por anos.
-Vou lhe contar passo a passo tudo o que aconteceu – diz Paulo tentando controlar sua emoção – Quando você me pediu a autorização para fazer o aborto, queria atendê-la rapidamente, cheguei a falar com o médico para que ele realizasse o aborto, já que você tinha sofrido violência sexual. Este me informou que o aborto era algo proibido e que enfrentaríamos muitas burocracias, e que se o juiz permitisse que fosse feito, poderia ser arriscado para você e para criança, pois geralmente essas coisas demoram, e talvez sua gravidez pudesse estar muito evoluída. Fiquei pensativo, resolvi então falar a respeito de clínicas clandestinas, mas o médico disse que isso não deveria nem passar pela minha cabeça, pois colocaria a sua vida em risco, já que nessas clinicas os “médicos” parecem mais açougueiros do que profissionais da saúde. Assustado e não satisfeito, procurei outro médico, este se propôs a dar entrada em toda a papelada junto com o advogado da nossa família para que fosse feito o aborto, mas antes me esclareceu todos os riscos se algo ocorresse errado – pausa – Eram muitos riscos filha, quase todos para você. Você poderia morrer, tinha a possibilidade de uma hemorragia, além de que se algo acontecesse você poderia ficar estéril. Conversei com sua mãe e ambos tomamos a decisão de não pensar em aborto, por mais que você nos odiasse por causa disso, não colocaríamos a sua vida em risco – respira fundo encarando-a - A gravidez também acarretava em riscos para você e para o bebê, já que você era novinha e seu corpo não estava totalmente formado para gerar uma criança. Deveríamos tomar o Máximo de cuidado com você e com o bebê para que nada de mal acontecesse. Como você foi morar com sua tia, deixamos nas mãos dela. Ela teria a tarefa de fazer você fazer todos os exames. Ela nos informava sempre a cada consulta sua o estado de sua saúde e a de seu bebê. Quando você estava prestes a dar a luz – respira fundo – Marisa e o marido me telefonaram falando que o bebê deles estava com um problema no coração, que teriam que fazer uma cesárea de emergência para tentar salvar a vida do bebê. Eu entrei em surto, não sabia para que país me dirigir. Se ia para a Inglaterra, ou se iria para os EUA. Sua mãe e eu decidimos que eu iria ajudar você e que ela ficaria ao lado de Marisa. Quando seu bebê nasceu pensei que você se sensibilizaria e mudaria de idéia e ficaria com ele, mas ao contrário do que pensei você rejeitou ainda mais a criança e pediu-me chorando que jogasse ela fora, que me livrasse dela, pois você a odiava – nesse momento Annie estava abraçada à Haydée chorando muito, ela lembrava perfeitamente de todas aquelas palavras, da rejeição, do ódio sentido por uma criança que não tinha culpa de nada, por uma criança que agora estava com a vida debilitada em um hospital, dependendo da sorte e de Deus. Paulo ficara calado por alguns instantes, mas ele tinha que terminar seu relato, tinha que terminar de contar a verdade para Annie:
- Falei com a assistente social e pedi seu auxilio para saber o que fazer com a criança, pois você a rejeitara. Ela me disse que era para eu pensar bem antes de tomar qualquer decisão e que talvez você se arrependesse, e se isso acontecesse poderia ser tarde demais se a criança já tivesse sido enviada para a adoção. Liguei para sua mãe e ela me informou que a filhinha de Marisa tinha falecido que não resistira à cirurgia. Vi ali a chance de encontrar um lar para a sua filhinha, falei com Marisa e esta falou com o marido. Marisa ficou muito abalada pela perda da filha, mas disse que jamais deixaria a sobrinha desamparada, ou em um lar adotivo, que criaria a menina como se fosse dela, que Carol era um presente de Deus. Que Deus havia dado para ela uma segunda chance para ser mãe. Falei com a assistente social, e esta organizou toda a documentação para que eu embarcasse com Carolina para o EUA. Sua irmã se emocionou muito ao segurar Carolina em seus braços, mais ainda quando a amamentou pela primeira vez. Uma assistente social juntamente com o grupo de advogados resolveu toda a papelada para que Carolina fosse legalmente filha de Marisa e de marido. Fizemos um pacto entre nós que se você não mudasse de idéia, ou nos procurasse para saber do paradeiro de Carolina nunca iríamos contar-lhe a verdade. Tínhamos medo de que você nos odiasse como agora, mas entenda que não poderíamos deixar um membro de nossa família largado em um orfanato sem saber onde encontrá-lo, sem saber que este estava passando por alguma necessidade ou maus-tratos. Erramos? Sim, mas foi por Carolina, pela vida e bem estar desta menina – finaliza.
Todos ficam em silêncio por alguns minutos. Annie tenta digerir tudo que seu pai acabara de lhe contar. Se tivesse que apontar culpados, todos seriam. Matheus por ter abusado dela sexualmente, ela por ter rejeitado a criança, os pais, a irmã e o cunhado por terem enganado-a por todo esse tempo, escondendo a verdade sobre Carolina.
- Não posso falar que os perdôo agora por terem mentido e escondido isso de mim, mas entendo os motivos que levaram todos a fazerem isso. Dêem-me um tempo para pensar, não me pressionem, me deixe sozinha um pouco – diz Annie se levantando – Quando eu estiver preparada eu procuro vocês – se vira para a Haydée que se levanta.
As duas vão para casa de Haydée. Annie passa a noite inteira chorando, e tem Haydée ao seu lado que faz de tudo para que ela se sinta melhor.
“A quimioterapia não está dando certo, estou com medo, hoje a médica conversou com os meus pais sobre a possibilidade de se precisar realizar um transplante de medula. Meu cabelo está começando a cair, minha dinda sumiu, não me liga e nem fala comigo.Sinto sua falta.Quero ir embora daqui.” Carolina.
Todos são submetidos a teste de medula para saber se são compatíveis com Carolina, o resultado: ninguém, infelizmente ninguém é compatível com a menina.
A médica diz que o quadro de Carolina se agrava gradativamente, que as doses dos medicamentos estão sendo aumentado a fim de matar as “células ruins” Todo o tratamento está sendo muito doloroso para a menina. A médica pergunta se Marisa não tem mais filhos, esta responde que não e mesmo se quisesse não os poderia ter, pois devido a complicações no parto se tornara estéril. A médica explica que casos assim geralmente um irmão do mesmo pai e da mesma mãe tem mais ou menos 35% de chances de serem compatíveis com o doente. Marisa fica pensando a respeito disso, e nota que havia pessoas que não tinham se submetido aos exames de compatibilidade de medula óssea. Juntando toda a coragem e sendo levada pelo amor de “mãe” ela procura Annie.
- Sei que você não quer falar comigo – diz uma chorosa Marisa – mas você é a única que talvez possa salvar a Carolina – fala agora aos prontos – o tratamento não está dando certo e a chances dela precisar de um transplante de medula crescem a cada dia. Só você Annie pode salva – lá. Você precisa pedir para o Matheus e a família dele fazer o exame, talvez algum deles seja compatível com a Carol, se for assim ela pode se curar dessa maldita doença e parar de sofrer como está sofrendo, por favor, Annie me ajuda, ela é sua filha também, eu já não sei mais o que fazer. Eu estou desesperada – se ajoelha cobrindo o rosto com as mãos e chorando desesperadamente.
Annie se ajoelha ao lado da irmã e abraça:
- Se acalma Marisa, me conta o que aconteceu.
Marisa informa a Annie de tudo, a essa altura Haydée já estava ao lado delas escutando tudo e ficando incomodada com a possibilidade de Annie procurar Matheus, pois sabe que mesmo que agora esteja um pouco feliz vê Matheus poderia piorar e muito o estado emocional de Annie.
- Eu tenho que procurar ele Haydée – fala Annie decidida.
- Você não está preparada para enfrentar esse cara, você sabe que ele é perigoso. Você lembra o nosso encontro com ele? Viu como ele é maluco? Como você tem a capacidade de me falar que vai procurar ele? Você está maluca Annie? – grita Haydée.
- Eu não tenho escolha. A vida da Carolina está em risco, e ele pode ser nossa última chance para salva-la – diz enquanto se joga no sofá desesperada.
-Vamos pensar com calma, temos que estar preparadas para o que esse maluco possa pedir – disse, enquanto passava as mãos pelo cabelo aflita.

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Capitulo 25

Capitulo 25

Haydée conversa com Paulo e este também fica temeroso com a reação de Matheus ao saber que Carolina é filha dele, e do que esse encontro de Annie com ele possa acarretar. Paulo liga para o Pai de Matheus, este concorda com tudo que Paulo lhe informa que antes do encontro e da revelação. Eles têm que fazer Matheus assinar um documento na presença de um juiz, que garanta a segurança de Annie e Carolina. E que este está proibido de se aproximar e falar com Carolina, muito menos de Annie. Que qualquer besteira que ele fizesse ele seria imediatamente autuado correndo risco de voltar para a prisão. Quando todos os documentos estão prontos o pai de Matheus, a mãe e o próprio Matheus vão ao encontro de Annie, Paulo, Haydée, Marisa e o marido para serem informados de tudo. Na presença de seus respectivos advogados e de um juiz.
-Quer dizer que minha filha foi criada sendo filha de Marisa esse tempo todo? – pergunta Matheus.
- Ela não é sua filha – diz Annie entre dentes com raiva.
-Se ela não é minha filha porque você está pedindo que eu faça o tal exame? – pergunta Matheus.
-Ô engraçadinho, o que ela quer dizer é que você não pode ser considerado pai da menina, pois a concepção desta foi feita de forma violenta, entendeu? Você estuprou a Annie e a conseqüência desse ato gerou a Carolina. – Fala Haydée querendo voar no pescoço de Matheus.
O pai de Matheus manda este se calar. Os advogados de ambas as partes explicam tudo para Matheus e para sua família. Matheus se disponibiliza a fazer todos os exames necessários, Haydée até oferece uma gorda quantia em dinheiro que não é aceita pelo mesmo.
-Não preciso de dinheiro, faço isso por livre e espontânea vontade. Sei que errei muito no passado, que te feri muito Annie – olha para Annie com os olhos lacrimejados – e mesmo que Carolina jamais me reconheça ou me aceite como pai, fico feliz se puder ajudá-la a viver.
Matheus assina todos os documentos, assim como seus pais.
Todos são submetidos a exames e para o desespero de todos ninguém é compatível com Carolina.
Marisa fica totalmente louca, não sabe o que fazer, não sabe a quem recorrer. Carolina entra na fila de espera por uma medula óssea.
“A Cada dia que passa sinto que a vida foge do meu corpo. Médicos e mais médicos, tratamentos que não estão dando certo. A esperança dentro de meu coração morre pouco a pouco, sinto que vou sufocar, que não tenho mais forças para continuar.Penso em tudo e em todos, tento em vão encontrar culpados para tudo que está acontecendo comigo.O que eu fiz para merecer isso? O tempo está acabando e sinto que eu acabarei junto com ele. A cada dia que passa me sinto pior, já não tenho mais cabelos, as sessões de quimioterapias são horríveis, estou fraca, magra, com olheiras. Não tenho forças para nada. Sinto saudade dos meus amigos, da minha escola, das tardes que eu passava com a minha tia  na lagoa, sinto falta dos domingos em que toda a família se reunia para almoçar e dar risadas. Mamãe fala que eu vou ficar boa, mas sinto que nem mesmo ela acredita que isso é possível. Saí do hospital por uma semana e fui para casa. Me senti pior do que estava no hospital. Todos me olharam com pena, parece que eu estou mesmo condenada a morte Eles pensam que eu sou muito nova e que não percebo os seus olhares, mas eu aprendi a notar tudo o que se passa a minha volta desde que descobrir que tenho leucemia. Seus olhares são de pena, até eles estão ficando sem esperanças, nada dá certo, a quimioterapia está matando a mim e não as malditas células.
Por que isso está acontecendo comigo? Será que eu fiz uma coisa muito errada para que Deus esteja me castigando com essa doença horrível?
Estou assustada. Minha amiguinha do hospital que tem a mesma doença que eu, não resistiu a doença e faleceu. Estou triste, minha mãe disse que é para eu pedir para Deus ajuda para que seja encontrado um doador compatível ou que a quimioterapia comece a dar certo. Escrevo para tentar amenizar um pouco o que sinto dentro do meu peito, já que não posso falar sobre isso com os meus pais. Não Agüento mais, não agüento mais sofrer, não agüento mais vê toda a minha família sofrer. Às vezes acho que é melhor eu morrer. Só assim poderei ter paz novamente e dar paz aos meus pais e a minha família. Estou de volta, de volta ao meu novo lar, o hospital é frio, me dá medo, aqui sinto que a qualquer momento meus olhos irão se fechar para nunca mais se abrir “Carolina.
Casa de Annie
-Oi amor! – diz Haydée ao entrar na sala, ela segue até onde Annie está sentada, dá um selinho nesta – Que cara é essa? – pergunta se sentando ao lado dela.
- Precisamos conversar – diz séria.
-O que aconteceu? Por que está tão séria? - pergunta Haydée preocupada com a aparência da namorada.
-Eu decidi uma coisa que pode interferir em nossas vidas drasticamente.
- O que você decidiu? Está me assustando amor – fala Haydée aflita.
-Decidi que vou ter outro filho do Matheus – fala de uma vez.
- VOCÊ O QUÊ? – grita Haydée nervosa se levantando do sofá.
-Se acalma – fala Annie com voz suave, a fim de conter a ira da namorada – É necessário, pode ser a única chance da Carolina já que nós dois somos os pais biológicos dela. Um filho nosso pode ser o doador compatível que necessitamos para salvar a Carolina. Eu já neguei muita coisa para ela quando nasceu, e não posso negar isso Haydée. Não posso negar a oportunidade de ela viver – fala com voz de choro.
- E como você vai fazer isso? Indo para a cama com ele? Você esqueceu que tem um trauma? E se você ficar mal outra vez? E se caso você não consiga engravidar dele de primeira? Vai continuar indo para a cama com ele até atingir o seu objetivo? – bombardeia uma Haydée ferida.
-Eu não tenho outra saída Haydée. Eu preciso correr esse risco mesmo que eu saia mal no final – chora – Eu preciso tentar ao menos devolver a vida para a Carol. Eu sou a única que posso ajudá-la, ou pelo menos tentar – a encara e nota que Haydée está chorando – Eu não queria te fazer sofrer com a minha decisão – tenta acariciar o rosto de Haydée, mas é repelida por esta que se afasta bruscamente.
- Você já decidiu, não temos mais nada que conversar – a olha perdida – Eu vou embora, depois conversamos – vai embora rapidamente da casa de Annie se sentindo muito mal.
-Eu a perdi, eu perdi o meu amor – diz Annie se atirando no sofá e chorando copiosamente.
Ela sabia que aquela decisão iria afetar o namoro das duas. Haydée jamais aceitaria que ela fosse para cama novamente com Matheus, e jamais aceitaria o filho desta relação. Não importava o porquê aquela criança havia sido gerada, o que importava é que Annie passaria ter responsabilidades e obrigações com aquela criança, talvez Haydée não estivesse pronta para está responsabilidade, para o amadurecimento de uma relação tão recente.
Ao chegar em casa Haydée sai disparada atrás de Bertha..
-O que foi menina? – pergunta Bertha assustada.
-Bá – se agarra a bá e começa a chorar – Acabou!  Meu namoro com a Annie acabou.
-Como assim acabou? O que aconteceu?
-Ela vai me trair com o Matheus. Ela decidiu que vai ter outro filho com ele. Ela vai para cama com ele Bá – e desaba em um pranto sufocado e soluçado.
- Ei! Calma! Se acalme minha menina e me conte essa história direito – diz Bertha acariciando os cabelos de Haydée enquanto esta não parava de chorar.
-Ela quer ter um filho com ele porque talvez essa criança seja compatível com a Carolina – explica tentando se acalmar.
-Ora Haydée! Quem terminou com quem? – quis saber Bertha.
-Ela me contou e eu saí de lá, não quero vê-la mais – limpa as lagrimas - Se ela quer ficar com aquele traste que a estuprou que fique. Eu vou embora. Vou vender a empresa e vou voltar para a Espanha – fala perdida.
- Oh sua ciumenta, jumenta – Bertha a pega pelos braços e fala olhando-a nos olhos – Pára e pense um pouco. A Annie não está e nem vai te trair. Ela tomou essa decisão para salvar a Carolina. Deixe seu ciúme de lado e raciocina. Você sabe muito bem o risco que ela está correndo ao ter tomado essa decisão, tem o trauma, tem que o bebê talvez não seja compatível com a Carolina, tem vários outros fatores, mas ela está disposta a tentar para salvar a vida da filha que ela rejeitou e abandonou. E a senhorita – a encara – muito me admira que esteja dando esses ataques. Sei que és ciumenta, mas ama Annie e muito, tens que estar ao lado dela nesse momento. Agora mais do que nunca você precisa demonstrar o seu amor, a apoiando.
-E eu vou ser uma corna mansa?  - pergunta Haydée com raiva.
-A Annie não precisa ir para cama com esse moço, ela pode fazer uma inseminação – fala Bertha soltando Haydée – Você está cega ou o que?  Largue de ser idiota e vai atrás da Annie e fale que você estará do lado dela antes que seja tarde demais e ela faça esse filho por métodos convencionais – alfineta Bertha.
Haydée arregala os olhos e fala:
-Não eu não vou deixá-la fazer isso – levanta num pulo, pára e pensa - mas Bá, um filho? Eu nunca pensei eu ter filhos – disse ela, fazendo uma careta engraçada.
-Tarde demais filha, sua mulher decidiu e você vai ser mãe também – sorri Bertha – Não é tão ruim, ou o seu amor é tão mesquinho que não pode aceitar esse gesto de amor que a sua namorada está disposta a fazer por Carolina.
Haydée fica pensativa durante algum tempo. Um filho, um filho de Annie. Não seria tão ruim assim desde que Matheus não participasse da vida delas e da criança. Haydée sai correndo deixando um Bertha sorridente:
-Essa é minha menina – sorri a senhora.

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Capitulo 26

Capítulo 26

Haydée chega à casa de Annie e a encontra chorando no sofá.
-Amor – a chama. Annie levanta os olhos que estão vermelhos de tanto chorar – Me perdoe, eu entrei em pânico só de imaginar você nos braços daquele idiota, e ainda mais ter um filho com ele, surtei, me desesperei, perdoe-me, por favor. Eu te amo e sempre estarei ao seu lado, e se essa é a única chance para tentar salvar Carolina eu te apoiarei – a abraça. Annie se aconchega nos braços de Haydée e fala:
-Pensei que você tivesse me abandonado, pensei que tivesse te perdido para sempre com a minha decisão.
-Você nunca vai me perder – se afasta e segura o rosto de Annie entre as mãos – Eu te amo – dá um beijo apaixonado em Annie que sente seu peito explodir de felicidade. Agora com Haydée ao seu lado seria mais fácil.
O Beijo se torna mais intenso e desesperado, as duas acabam se amando no sofá por um largo tempo. Tocando-se com paixão, amor, carinho. Não era sexo, aquilo era amor. O que uma sentia pela outra era amor, puro e verdadeiro, amor incondicional que nada nem ninguém é capaz de separar.
-Bertha deu uma idéia – fala Haydée enquanto acaricia os cabelos de Annie.
-Idéia? – pergunta levantando-se do peito de Haydée, encarando-a com um olhar interrogativo.
-Sim – a puxa para seus braços novamente – Você não vai precisar ir para a cama com o Matheus, podemos te submeter a uma inseminação artificial, Matheus apenas doaria o esperma.
-Não tinha pensado nessa possibilidade – se aninha mais ao corpo de Haydée.
-Também não havia pensando nisto, mas Bertha é ligeira, e muito esperta, me deu um sacode e eu acordei – sorri ao lembrar-se de Bertha a sacudindo.
-Agora só nos resta saber se Matheus vai concordar com tudo isso e principalmente: Se ele está disposto a abrir mão de mais um filho.
-Isso é fácil - sorri Haydée maliciosamente.
-Nada de maldades Haydée – adverte Annie.
-Não ia fazer nada – ri Haydée.
-Quem não te conhece que te compre Haydée Valverde – olha para a namorada reprovando-a – Está preparada para ser mãe? – pergunta olhando no fundo dos olhos de Haydée.
-Não muito, mas eu me acostumo – sorri.
Annie e Haydée avisam a família a respeito da decisão agora tomada pelas duas. Uma criança nasceria, haveria uma esperança para Carolina. Marisa se abraça a irmã agradecendo por tudo:
-Obrigada – diz chorosa – Obrigada por salvar nossa menina – chora ainda mais abraçada a uma Annie também emocionada e com os olhos cheios de lágrimas.
Após se recuperarem Annie fala:
-Não quero Carolina saiba da verdade. Quero que ela continue a pensar que vocês – olha para Marisa e o marido – são os pais delas – pausa – e vocês o são, não tenho nenhum direito sobre Carolina, ela é e sempre será filha de vocês dois. Eu agradeço a Deus por vocês serem os pais do bebê que eu tanto reneguei, e por terem dado a ela todo amor e carinho que ela não teve de mim. Terei essa criança para tentar salva-lá e se Deus quiser, essa criança será a salvação da nossa Carolina – diz Annie emocionada.
A Família se abraça. Tudo agora estava bem, estavam unidos novamente, e agora juntos lutariam por um único objetivo: Salvar a vida de Carolina.
Os advogados da família de Annie e Haydée se movimentam e Matheus é chamado para outra conversa perante um juiz. Por mais que ele parecesse arrependido e apto a ajudar sem interferir na vida de Carolina e Annie, não faz mal uma proteção e segurança judicial, que garanta o bem estar de todos. Matheus assina a papelada que consta que ele de livre e espontânea vontade será doador de esperma para Annie e que não terá quaisquer responsabilidades sobre a futura criança gerada através de seu esperma doado, que não se aproximará, nem exigirá direitos como pai.
Quando a papelada está toda registrada e legalizada, Matheus faz a doação de esperma. Annie faz exames para vê se está tudo bem e se ela pode gerar uma criança imediatamente. Graças à Deus tudo está perfeitamente bem com ela. O médico realiza exames com Matheus para saber se este tem alguma doença, alguma coisa que possa interferir na saúde de Annie. Matheus também está saudável. Como não queriam correr riscos do bebê não ser compatível com Carol e ao saberem de um teste genético feito nos exterior. Annie e Haydée viajam até um hospital dos EUA. E lá são feitos testes com possíveis embriões, até que se encontre um que seja 100% compatível com Carolina. Vários embriões são descartados e quando as esperanças estavam por um fio os médicos dão a noticia que um embrião é 100% compatível com Carolina. Esse embrião é transferido para o útero de Annie.
Alguns dias depois Annie faz o exame de gravidez para confirmar se estava mesmo grávida. O resultado é satisfatório, dentro de alguns meses nasceria um bebê que seria o salvador de Carolina
Com a confirmação da gravidez de Annie nasce a esperança para todos. Marisa e Annie enchem o médico de Carolina de perguntas. Este sabendo que a mãe biológica da menina era na verdade a tia anota tudo no prontuário da menina e pede o sigilo de todos do hospital, pois a menina não sabe. Explica que no caso de Annie o bebê é de fato compatível com Carolina, pois foi geneticamente produzido para isso. E que o bebê não passará por dor nenhuma, eles colherão apena as células-troncos do cordão umbilical do bebê e essas células serão transferidas imediatamente para Carolina.
O tratamento de Carolina é de altos e baixos, os médicos tentam mantê-la bem, mas após as sessões de quimioterapia a menina fica muito mal. Carol passa 7 dias em casa e 15 no hospital. Sua alimentação e controlada. Ela é acompanhada 24 horas por uma enfermeira e por Marisa que havia largado o trabalho para se dedicar inteiramente a menina. Carol que era uma criança alegre se tornara uma criança triste e sombria, passava horas no notebook procurando casos de leucemia, decidira que se ninguém falava com ela, ela procuraria por conta própria. Passa horas lendo relatos de pacientes com leucemia. Fizera um blog onde ela escrevia todos os seus tormentos, recebia mensagens de apoio de outros doentes, ou de pessoas que já haviam padecido desta terrível enfermidade.
A menina recebe a notícia da gravidez de Annie quando esta vomita muito em um almoço na casa de Marisa, em uma das voltas de Carolina para casa. Sem querer Ângela deixa escapar que é normal que Annie tenha enjôos durante a gravidez. Carolina sabendo que Annie e Haydée eram namoradas e que era impossível Haydée engravidar a tia por ser mulher pergunta:
- Como você está grávida se você é lésbica?
Annie para atônica com a pergunta de Carol, e é Haydée que responde:
- Sua tia e eu decidimos fazer uma inseminação artificial.
Eles explicam tudo para a menina, sobre os procedimentos. A menina fica feliz com a chegada de um priminho, mas logo fica triste, pois não saberia se estaria viva para conhecer o priminho.
Todos ficam aliviados quando a menina se cala e não faz mais perguntas, mal sabia Carol que o bebê que Annie estava esperando era na verdade era irmão dela, seu salvador.

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Capitulo 27

Capítulo 27

Casa de Haydée
-Amor? – diz Annie com cara de sapeca.
-Ai Meu Deus! – diz Haydée assustada – Qual é o desejo desta vez? – Annie ultimamente tinha tido desejos no meio da noite, um mais difícil que o outro, o último tinha sido comer umbu uma fruta difícil de se encontrar no rio de janeiro, já que a mesma é típica do nordeste.
-Estou com vontade de comer pizza de cereja com queijo – diz com a boca aguando.
-Credo! Cereja com queijo? Que nojo! – Haydée faz uma careta horrível.
- Você quer o nosso bebê nasça vermelho como cereja e cheio de furinhos como queijo? – diz Annie fazendo bico.
-Era só o que me faltava – diz Haydée se levantando – Ter um filho em uma exposição de aberrações da natureza, ou em um circo qualquer – sorri e dá um selinho em Annie que está com cara de brava – Vou vê se tem cereja aqui em casa e tentar fazer essa pizza.
-Ah não! Você cozinha horrível – ri – Vai comprar – faz cara de pidona – economiza, e não dá trabalho.
- Sei! – a olha desconfiada – Eu cozinho muito bem – ri.
-Depois que você queimou miojo eu não acredito mais em seus dotes culinários – ri divertida.
-Aquilo foi um descuido – diz indignada.
-Sei! – diz Annie se segurando para não rir.
Haydée se veste, pega as chaves do carro, e quando está prestes a sair é chamada por uma sonolenta Bertha:
-Aonde vai menina?
-Annie e seus desejos – respondeu revirando os olhos.
-O que é dessa vez? – pergunta Bertha divertida.
-Pizza de cereja com muito queijo – faz cara de nojo.
-Credo! Como ela consegue? – pergunta Bertha fazendo cara de nojo.
-Pergunta para ela – ri – bom vou lá buscar, antes que minha linda namorada me mate, sabe como ela anda agressiva, diz mostrando os ombros arranhados em uma das noites que o desejo de Annie era fazer amor com Haydée selvagem.
-Bem que você gostou – ri Bertha.
-Que dera que todos os desejos dela fossem sexuais, mas não tenho do que reclamar, ela parece no cio, toda noite acaba comigo do mais prazeroso amor, e depois pede uma comida, ou um doce estranho.
Haydée vai à uma pizzaria e por sorte a encontra aberta à 1 hora da manhã. Ela faz o pedido da pizza de cereja com bastante queijo. O Atendente solicita a pizza enquanto Haydée aguarda a pizza, Annie a perturba no celular:
-Vem logo amor!
-Estou esperando ficar pronta esfomeada – ri Haydée.
-Você pediu uma bem grande, né?
-Eu pedi a família Annie.
-É pequena – reclama.
-Porra! Pequena? Amor você virou um poço sem fundo? – pergunta Haydée assustada.
-Eu estou com muito desejo amor – diz manhosa – trás fanta uva também.
-Puts! Não vou dormi ao seu lado hoje não. Não quero nem ver a revolução que vai se formar no seu estomago.
-Palhaça!
-Amor a pizza ficou pronta. Tô indo para casa, tenho que desligar. Te amo! – desliga o celular.
Haydée paga a pizza, compra a fanta uva e um sorvete de creme e segue para casa.
Mal abre a porta e é recebida por uma Annie esfomeada que arranca a pizza das mãos dela e vai para a fala de TV, abre a pizza e começa a comer desesperadamente. Haydée vai até a cozinha, pega duas colheres e um copo e segue para a sala. Dá o refrigerante e o copo para Annie que come a pizza como se fosse a última comida que ela comeria nos últimos dias.
-Ei! Vai com calma você vai passar mal – fala Haydée assustada.
-Não consigo, está muito boa. Quer? – oferece.
-Não – faz cara de nojo – não sei como pode estar bom esse treco – aponta para a pizza.
-Olá corujas barulhentas – diz Bertha entrando na sala de Vídeo.
-Te acordamos? – pergunta Annie envergonhada.
-Que nada! Queria saber se você estava comendo essa pizza estranha – senta-se em uma das poltronas e observa Annie comer quase a pizza inteira. Ela só pára quando não cabe mais nada – Estava delicioso amor, obrigada – dá um beijão em Haydée que ao sentir o gosto da cereja se contorce toda.
Annie olha para as mãos de Haydée e nota que esta está comendo sorvete de creme. Ela rouba a colher das mãos de Haydée e rouba um tanto de sorvete.
-Bá – diz Haydée olhando para Bertha assustada – Esses desejos e essa fome toda são durante toda a gravidez? – pergunta com os olhos arregalados.
-Não minha menina, são fases. Primeiro enjôos, depois desejos, depois choros e assim vai.
-Acho que eu quero o divorcio antes mesmo de casar. Tive que aturar essa loirinha vomitando tudo que o comia, agora ela come igual uma desesperada, vai ficar gorda, feia e cheia de estrias, acho que vou terminar com ela antes que ela vire uma porquinha – ri Haydée, mas ao olhar os olhos lacrimejados de Annie se arrepende na hora – Ei! Sua boba eu estava brincando. Meu Deus!  As mulheres já são chatas por natureza, grávidas são pior ainda.
Depois de muitos beijos Haydée consegue com que Annie não fique brava nem chorosa pelo comentário feito.
O tempo vai passando, agora Annie estava com 5 meses. Os enjôos, desejos, depressão haviam parado. Ela tinha voltado a sua normalidade, a única coisa que continuava era o desejo sexual, o que já estava dando medo em Haydée, pois Annie já estava com uma barriga grandinha, tinha medo de machucar o bebê, ou a própria Annie, já que está pedia para que ela a penetrasse com força.
O estado de Carolina é o mesmo. A menina tem melhoras e pioras, mas a cura mesmo só virá com o transplante de medula óssea.
Hospital
-Olá meninas! – Fala Ângela ao ver Haydée e Annie chegarem. Dá um beijo nas duas e acaricia a barriga de Annie – É hoje o grande dia, vamos saber se é menina ou menino – sorri Ângela feliz.
Annie se prepara para a ultra-sonografia.
-Agora mamãe, nós vamos saber o sexo do seu bebê – diz a médica que cuida de Annie e do bebê – a médica faz todos os procedimentos e começa a explorar o bebê – Hoje o bebê está com as perninhas abertas – sorri e aponta para a tê-la – Estão vendo? – pergunta para Haydée e Annie que olhavam atentas para a tela.
-Isso aí não é uma criança, olha que coisa bizarra, parece um E.T – fala Haydée fazendo careta enquanto olhava para a tela.
-Você para de chamar nosso filho de E.T que eu vou te dar um soco – diz Annie olhando de cara feia para Haydée que segura o riso.
-Vocês duas não têm jeito – sorri a Médica – Essa é a genitália do seu bebê, reconhecem?  - pergunta a médica encarando às duas que a principio não entendem nada.
Haydée foca o olho na seta que a médica indicava e solta uma das suas:
-Isso eu conheço muito bem – sorri.
-E você mamãe? – pergunta a médica.
-Pela cara de safada da Haydée é menina, não? – sorri Annie.
-Claro que é menina amor, olha só – aponta para a tela é uma pererequinha – sorri.
- Vê se eu posso com isso? – pergunta Annie a médica – Essa mulher consegue tirar sarro e fazer piada até em momentos emocionantes. Acho melhor arranjar alguém para me acompanhar na hora do parto porque é capaz dela tirar sarro da minha dor – Annie olha para Haydée rindo.
-Claro que não! – diz Haydée indignada – Você não vai arranjar ninguém. Quem vai estar com você no nascimento da nossa filha sou EU – frisa bem o Eu, o que faz a médica e Annie caírem na risada.
-Acho melhor você não arranjar ninguém, pois ela é capaz de quebrar o hospital inteiro e te tirar da mesa com a bebê pendurada - fala a médica, em seguida as três caem na gargalhada ao imaginarem a cena.
Annie e Haydée saem do consultório da médica e são recebidas por Paulo e Ângela que estão ansiosos para saber o sexo do bebê.
-Vocês terão outra netinha – diz Annie sorridente.
-Mais uma menina? – fala Paulo feliz, mas descontente, esperava um netinho.
-Não se preocupe papai. Você ainda tem Haydée e o Sérgio para lhe darem seu sonhado neto macho – sorri Annie.
-Eu? - pergunta Haydée assustada – Que história é essa?
- Amor, eu quero ter mais filhos, e poxa eu já fiquei grávida duas vezes, não custa nada você também ficar, né? – pisca para Haydée que estava com os olhos arregalados, jamais pensara em ser mãe biológica, estava satisfeita com a chegada da filha dela e de Annie, até já havia pensado na possibilidade, mas ter filhos de estranhos, nem pensar.
- Tire seu cavalinho da chuva, senão ele vai pegar uma baita pneumonia. Eu não terei filhos biológicos, estou satisfeita com esta que você espera - diz acariciando a barriga de Annie.

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Capitulo 28

Capítulo 28

Alguns dias depois…
Hospital onde Carolina estava internada
-Bom dia dorminhoca! – diz uma médica entrando no quarto dela.
-Bom dia! – responde Carolina não reconhecendo a médica.
-Você não me conhece, sou nova no hospital, estou substituindo um dos médicos que foi fazer um curso nos EUA – pega o prontuário de Carolina e começa a lê-lo – Como se sente hoje? – pergunta com um sorriso nos lábios.
-Enjoada como sempre – responde Carolina se sentando na cama.
-Normal depois da quimioterapia, mas não se preocupe dentro de alguns meses você não terá que passar mais por essas coisas horríveis, pois seu irmãozinho vai nascer – sorri a médica.
-Como assim? – pergunta Carolina assustada – Minha mãe não pode ter mais filhos. E eu estou esperando um doador compatível.
A médica olha mais uma vez o prontuário e fala:
-Não estou errada. A paciente Carolina - fala o nome completo de Carolina e acrescenta – Tem como doador o irmão que foi gerado pela mãe biológica que é 100% compatível com esta. Seu irmão foi concebido por inseminação artificial, por isso a certeza de que ele será seu doador, sem margens de erros – fala a médica fechando o prontuário.
-Como eu já disse minha mãe não está grávida – fala irritada e parando para pensar um pouco – Quem está grávida é a minha madrinha… – a menina se cala e começa a chorar.
Nesse momento entram no quarto os pais de Carolina, Haydée, Annie, Ângela e Paulo.
-Bom dia florzinha! – diz Marisa dando um beijo em Carolina que olhava estática para Annie – O que foi filha?  Por que está desse jeito? – pergunta Marisa preocupada.
- Esta senhora – aponta para a médica acabou de me dizer que eu terei um IRMAOZINHO que é 100% compatível comigo, e que me salvará dessa maldita doença, mas eu não estou entendendo nada – encara Marisa – Por que a senhora não está grávida, quem está grávida é ela – aponta para Annie que estava sendo já aparada por Haydée.
-O que você disse para ela? – grita Marisa perdendo o controle.
A médica nota a gafe que tinha dado:
-Desculpe não sabia que era um caso delicado, sou nova aqui, não me avisaram de nada. A menina reclamou dos enjôos causados pela quimioterapia eu só quis confortá-la, falei que isso acabaria em poucos meses com a chegada do irmãozinho, como consta em seu prontuário.
- Não coloca a culpa nela – grita Carolina – Me explica o que está acontecendo mamãe, porque o meu irmão está na barriga da tia Annie. O que está acontecendo? – pergunta Carolina nervosa.
-Calma meu amor!  - diz Marisa chorosa tentando tranqüilizar Carolina.
-Me larga – diz se desvencilhando do abraço – eu quero que você me conte a verdade.
Marisa encara Annie que estava sentada com Haydée em um sofá completamente abalada, o que ela mais temia havia acontecido, e ela não sabia como reagir diante de tal situação. Paulo e Ângela também estão abalados, chegara a hora da verdade.Carolina saberia que era na verdade filha de Annie e Matheus.
- Eu acho que eu que te devo satisfações e não seus pais – se aproxima Paulo da neta – Escuta o vovô sem me interromper, ok? – a menina assente – Tudo começou quando sua tia Annie era adolescente e namorava um colega de escola, houve-se um probleminha entre eles. Sua tia foi estuprada por ele e através desse estupro ela engravidou. Sua tia ficou muito triste e abalada, odiando o namorado. Como era muito nova para ser mãe ela disse que não queria o bebê, que não queria ter o filho do garoto que fez muito mal para ela. Ela era adolescente não sabia bem das coisas, estava ferida e abalada. Na mesma época a sua mãe também engravidou, mas a gravidez dela era de risco. Ela teve que passar grande parte da gravidez sobre vigilância médica redobrada. Quando o bebê da tia Annie nasceu ela continuou não querendo a criança, nós, eu e sua avó, iríamos mandar o bebê para adoção, mas sua vovó ligou para mim informando que o bebê de Marisa havia morrido. E para não deixar o bebê da tia Annie sem um lar e sem uma família eu resolvi levar esse bebê para os EUA. O bebê foi recebido com muito amor por Marisa e o Marido que o criaram como se fossem filho biológico deles. Você lembra como a tia Annie era? – a menina assente – que ela era triste, não falava, não queria brincar com você nem com ninguém? – a menina assente novamente – era porque ela sentia saudades do se bebê, se sentia culpada por ter perdido o filho dela, então ela começou a procurar essa criança desesperadamente, mas não tinha notícias do paradeiro dessa criança, então ela conheceu a Haydée e elas começaram a namorar. Naquela viagem que sua tia fez com a Haydée ela pediu ajuda para encontrar o bebê que ela tinha perdido. Haydée então contratou um detetive para encontrar o tal bebê e o pai dela contratou outro, e finalmente eles encontraram o bebê, mas Haydée assustada com os resultados nos procurou antes de contar a verdade para Annie. Assim com você Annie não sabia que você era o bebê que ela teve quando era adolescente. Ela chorou, ficou se falar conosco, mas ao ver que mesmo que tivéssemos mentido para ela, ela tinha que fazer algo para te ajudar. Sua mãe Marisa procurou Annie implorando para que ela procurasse o namorado que a estuprou. Mesmo traumatizada a sua tia o procurou. Foram realizados exames nele e em toda a sua família na esperança de alguns deles ser compatível com você, mas infelizmente não obtivemos respostas positivas, todos eram incompatíveis. Vendo então que a única saída de te salvar era engravidar, sua tia desistiu do namoro dela com Haydée para procurar o ex-namorado para então engravidar dele e gerar um bebê que fosse a sua esperança de vida. Depois foram feitos testes nos EUA por geneticistas para que o bebê que sua tia geraria fosse totalmente compatível com você, e só quando eles obtiveram esse resultado é que se foi feito a inseminação artificial no útero de Annie.  Não culpe os seus pais por isso, muito menos sua tia Annie, pois assim como você ela foi enganada por anos. Ela não sabia que você era a filha perdida dela, se tem um culpado nisso tudo, este culpado fui eu que não a obriguei a te assumir como filha.  Mas temendo a saúde de ambas, preferi te dar para Marisa. Carol, pais não são os que geram e sim os que criam, dá amor e carinho. Você foi muito sortuda, pois permaneceu na sua verdadeira família, foi amada por todos nós inclusive por sua mãe biológica que fez algo admirável, mesmo não te assumindo nunca como filha, pois ela mesma abriu mão de você para a irmã. Ela engravidou novamente apenas para salvá-la, essa foi a maior prova de amor que ela podia te dar. Sei que tudo é muito confuso para você – pausa – Que você pode até nos odiar, mas espero que você reflita e entenda os nossos motivos, o porquê de tantas mentiras. Queríamos privá-la do sofrimento – encerra Paulo.
Carolina estava aos prantos. Toda sua vida era uma mentira, seus pais não eram seus pais, sua tia na verdade era sua mãe, e esta havia rejeitado-a desde sua concepção. Tudo estava confuso, sua cabeça doía:
-Eu quero ficar sozinha – pede sem forças.
Todos saem da sala, preocupada com o choque da Annie, Haydée pede para um médico a examiná-la, ela tem um leve aumento de pressão por conta do nervosismo, nada sério.

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Capitulo 29

Capítulo 29

“Meu mundo caiu. Quando eu pensei que nada podia piorar na minha vida, veio uma revelação que mudou ela por completo. Eu não sou quem eu penso ser, quem eu chamo de meus pais na verdade são os meus tios, e para piorar tudo sou a filha rejeitada da minha madrinha que está grávida de um bebê que é o meu salvador. Tudo bem que eu sou bem madura para minha idade, mas querer que eu entenda e aceite tudo isso já é demais. Eu sou apenas uma criança. Eu já não sei o que fazer, não entendo nada. Estou magoada por todos terem mentido para mim, não quero ver minha dinda, mãe sei lá como devo chamá-la agora, não quero vê-la tão cedo, o meu avô muito menos, quanto aos meus pais não sei bem o que pensar deles. Não consigo odiá-los, afinal eles perderam uma filha e me colocaram no lugar dela, me deram amor, carinho e cuidaram de mim quando a minha dinda não me quis.E agora essa criança? Não quero se salva por ela, porque se aceitar isso minha dinda vai querer se aproximar de mim.E se ela quiser me tirar dos meus pais? Se ela quiser que eu chame de mãe? Não, eu não quero mais ver ela, não quero mais falar com ela.” Carolina.
Após o ocorrido e depois de muito pensar Carol fala com Marisa, fala que a ama muito e que ela sempre será sua mãe assim como seu pai sempre será seu pai. Diz que não quer ver mais Annie e que não quer ser salva pelo bebê que ela está esperando. Que prefere morrer. Atitude típica de criança ferida e orgulhosa. Aquilo assusta Marisa que informa a família tudo que Carol falara à ela. Annie fica muito abalada, pensa que Carol a odeia, Haydée dá todo o suporte para Annie, tentando tranqüilizá-la dizendo que Carolina estava ferida, que depois que esclarecesse as idéias iria voltar a ser a mesma com ela.
Os dias se passam e Carol não demonstra nenhuma mudança de opinião, Haydée tenta distrair Annie com os preparativos do quarto e enxoval do bebê, mas está nem se anima com nada. Haydée tem planos para as duas, e pede conselhos a Bertha, que a apóia em absolutamente tudo.
Haydée faz reserva de passagens para a Espanha, tem tudo preparado. Annie não estava animada com aquilo, mas devido a insistência de Haydée acaba concordando e embarcando para Barcelona.
Lá elas são recebidas por Carlos e Ellena que as paparicam o tempo todo.
Casa dos pais de Haydée
- E se ela não aceitar filha?  - pergunta Ellena.
-Se ela não aceitar, é porque não me ama tanto assim - sorri Haydée.
-E você rir? – pergunta nervosa.
-Claro. Mamãe nós vamos ter uma filha, você acha que ela não vai querer casar comigo?
-Seu pai viu todas as papeladas, por se tratar de nossa família foi rapidamente aceito.
-Que bom!
- Quando você vai fazer o pedido?
- Amanhã. Já tenho tudo preparado.
E realmente Haydée tinha tudo preparado, alianças de ouro feitas exclusivamente por um design famoso da Itália com seus nomes gravados. Com a ajuda de uma equipe especializada havia preparado um jantar romântico na suíte presidencial do hotel Arts de Barcelona.
Chega o esperado dia.
Vestido de Haydée
-Amor, você está muito misteriosa. Aonde vamos? – pergunta Annie terminando de se vestir.
-Não seja curiosa minha barrigudinha linda – dá um selinho em Annie – Vamos sair – se afasta indo pegar algo no cofre, volte em seguida com duas caixinhas, onde estava às jóias que ambas irão usar.
-Amor, nós vamos andar ou ficar muito em pé? – pergunta Annie sentando-se na cama.
-Por quê? – pergunta Haydée.
- Por que se formos terei que ir com um salto baixo – responde.
-Não vamos andar muito não amor, nem ficarmos em pé, pode ir com esse mesmo – sorri olhando para o scarpin que Annie estava calçando.
Elas terminam de se vestir e saem.
-Um hotel? – pergunta Annie não entendendo muita coisa.
-Vem – sorri Haydée a puxando pelas mãos.
As duas vão para o elevador.
-Amor, por que estamos em um hotel? – pergunta Annie confusa.
-Deixe de ser curiosa – diz Haydée dando um selinho em Annie sem se importar com os olhares das outras pessoas que estavam no elevador. Elas descem no andar delas. Haydée se encaminha até a porta da suíte presidencial e Annie a segue não entendendo absolutamente nada.
-Chegamos! – diz abrindo a porta da suíte e dando passagem para uma Annie totalmente confusa. Quando esta entra nota que tudo estava decorado com balões de gás Hélio em formato de coração com o nome dela e de Haydée, que havia um caminho de pétalas de rosas vermelhas que levavam até o terraço.
Annie fica completamente sem palavras, olha para Haydée com os olhos lacrimejados, não sabia o que aquilo significava, mas estava muito emocionada por tudo que tinha visto até agora, aquela decoração romântica. Haydée sorridente pega nas mãos de Annie e atravessa junto com ela o caminho de pétalas de rosas. Chegando ao local onde aconteceria o jantar, elas são recebidas por dos funcionários do hotel que estavam encarregados de servi-las. Haydée afasta a cadeira para Annie se sentar a mesa, e em seguida vai para o seu lugar onde quem puxa sua cadeira é um dos funcionários.
-Amor, você preparou tudo isso para mim? – pergunta Annie emocionada.
-Sim minha linda – diz Haydée carinhosa – Quero que essa noite seja inesquecível, tanto para você como para mim – segura a mão de Annie sob a mesa.
As duas são servidas e jantam conversando algumas amenidades. Quando o jantar termina as duas se dirigem para um local onde podiam ver o mar, a única testemunha do que viria pela frente. Outros funcionários são chamados para recolherem tudo do jantar, eles o fazem de forma rápida sem incomodar as duas. Haydée e Annie estavam com taças de champagne, claro que o de Annie era sem álcool por conta da gravidez.
Haydée vai até um player solicitado por esta, e o liga fazendo que tocasse uma linda canção em português:
No dia em que eu vi você
Não podia imaginar
Que eu seria assim, e que você já estava em mim
Um novo encontro aconteceu
Foi mais forte do que eu
Um beijo aconteceu, e o nosso amor ali nasceu


Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Contigo sempre vou estar
Ao seu lado é meu lugar
E assim vou renascer igual ao sol no amanhecer
Ninguém te ama como eu
É tão grande como Deus
Não dá pra separar
Nós somos como a areia e o mar
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
No dia em que eu vi você
Não podia imaginar
Que eu seria assim, e que você já estava em mim
Ninguém te ama como eu
É tão grande como Deus
Não dá pra separar
Nós somos como a areia e o mar
Não deu tempo de dizer não
Invadiu meu coração
Eu preciso de você
E do seu amor
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Se você disser que sim
Minha vida te darei
E a solidão que há em mim
Com você esquecerei
Os olhos de Annie já estavam lacrimejados, a emoção tomava conta dela naquele momento. Haydée era sem dúvidas o amor de sua vida, aquela pessoa com quem ela queria passar o resto da vida, com que queria compartilhar tudo: alegrias e tristezas.
Haydée caminha até Annie. Ela estava nervosa e emocionada. Jamais fizera um pedido de casamento a ninguém, por mais que tivesse certeza do amor de Annie por ela a insegurança existia. Será que Annie estava preparada para isso? Será que ela estava preparada para algo tão sério? Haydée não queria apenas trocar alianças simbólicas, já estava tudo preparado para um casamento de verdade, as papeladas, o dia, tudo.
Haydée para diante de Annie com o controle remoto reduz o volume do som, deixando a música baixinha. Olha para Annie e vê que uma lágrima escorre no canto direito dos olhos desta, carinhosamente ela passa o dedo indicador sob a face de Annie limpando aquela lágrima sorrindo para Annie de forma carinhosa, dá um selinho em Annie e se afasta:
¿Qué es amor? Difícil pregunta de responder, hasta hoy creo que nadie ha podido dar un preciso significado de tan enigmática palabra.
Amor, un sentimiento, un deseo, un anhelo, una vida, una realidad, en fin son tantas las palabras que hemos intentado emplear para describir algo que para mi es indescriptible.
Amor es lo mas bello que a tu vida puede llegar, es querer, adorar, y en ocasiones sufrir… amor es lo más maravilloso que Dios pudo crear, experimentarlo es nacer, es vivir, es creer, es sentir una fuerza superior que te impulsa, te motiva, te da la alegría para seguir, es ternura inmensurable, es entregarte sin condiciones ni reservas, no es un sueño ni una fantasía, es una realidad, es el comienzo de un amanecer con su mirada y la oscuridad de la noche cuando deja de mirarte, en fin amar es simple entrega total.
-Eu te amo como jamais pensei que poderia amar a alguém – segura a mãos de Annie – E por isso estou aqui, diante da mulher que eu amo e com quem quero passar o resto dos meus dias – solta as mãos de Annie e pega uma caixinha que até então estava escondida – Para pedi - lá em casamento – olha Annie – Pedir para que ela passe e compartilhe todos os dias de sua vida comigo – abre a caixinha mostrando para Annie um par de alianças – Annie. Quer casar comigo? – a olha com lágrimas nos olhos.
-É o que eu mais quero na vida – diz emocionada.
-Então você aceita? – pergunta Haydée emocionada.
-Claro que aceito meu amor – sorri para Haydée.
-Tenho que te contar uma coisa – diz olhando nos olhos de Annie – É um casamento de verdade, no papel Annie – tenta decifrar as expressões de Annie.
-No papel? Casamento legal? – pergunta pensativa.

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Capitulo 30

Capítulo 30

-Sim – disse Haydée, com a voz triste pensando que Annie mudaria de idéia.
-Serei uma Valverde? – pergunta divertida.
-Sim – sorri – Você quer ser uma Valverde?
-Claro! Vou amar a cara dos seus irmãos quando souberem disso – ri divertida.
-Eles vão pirar – ri também.
-Acho que quebrei o clima, né? – pergunta fazendo uma careta.
-Claro que não, clima é nós que fazemos - ri – pelo menos esse tipo de clima.
-Estou ferrada me casando com você – coloca a mão na testa – Posso pensar mais um pouquinho – mostra a língua.
-Não – fala alto – A primeira resposta é a que vale – a puxa pela cintura – Agora você está presa em mim – diz enquanto se aproxima dos lábios de Annie.
O beijo é doce e apaixonado, ao fim deste Haydée e Annie trocam alianças, colocando na mão direita.
-Quando estivermos legalmente casadas o passamos para a mão esquerda – sorri Haydée.
-Está economizando amor? – pergunta divertida – A mesma aliança para noivado e casamento? Pensei que você não fosse pão dura.
-Oras! Queres outra aliança danadinha? Então amanhã cedo temos que ir a uma joalheria para que a bonita escolha outro par de aliança, pois nos casamos em três dias – diz beijando o pescoço de Annie.
-Estou brincando sua boba, adorei essa aliança, não preciso de outra – fala com a voz falhando sentindo os lábios quentes de Haydée em seu pescoço.
-Que tal irmos aproveitar a maravilhosa cama dessa suíte e começar nossa lua de mel? – perguntando não parando de beijar o pescoço de Annie.
-Ai amor, sabe como é quando casamos começa as dores repentinas de dor de cabeça. Acho que hoje não vai rolar nadinha. Peça um comprimido, sim? Minha cabeça está me matando – faz cara de dor.
-Você está falando sério? – pergunta frustrada
-Estou amor – diz ainda fingindo estar com dor – Minha cabeça está me matando, meus pés estão doendo, e essa barriga ta acabando com minha coluna – coloca a mão atrás das costas.
-Vou pedir para os homens de preto comprarem remédio para você – diz saindo apressada.
-Tadinha! – sorri maliciosamente – Não sabe o que te espera meu bem.
Haydée volta trazendo o remédio para Annie e não encontra essa em parte alguma procura no banheiro e este tem sua porta fechada.
-Amor – chama batendo na porta – Está tudo bem aí? – pergunta com um tom preocupado.
-Sim! Eu já estou saindo – responde Annie – Amor, nós vamos dormi aqui? – pergunta.
-Sim.
-Você trouxe nossas bagagens? – pergunta.
-Sabia que estava esquecendo alguma coisa – bate a mão na testa – Droga! – chuta o vento.
-Cabecinha de vento – fala saindo do banheiro – O que vamos vestir amanhã?
-Que tal darmos uma de Eva e colocar um matinho na frente? – sorri.
-Ficarei linda de Eva com essa barriga enorme - ri divertida.
-Vai mesmo – se aproxima- vai ficar linda – sussurra no ouvido de Annie deixando-a completamente arrepiada.
-Amor, cadê meu remédio? –se afastando do ataque de Haydée.
-Aqui – estende a mão mostrando os medicamentos.
-Obrigada! – se dirige até o frigobar, pega uma garrafinha de água, finge tomar o remédio cuspindo esse dentro da garrafinha e jogando-a fora em seguida.
Haydée tira os sapatos, deixando-os perto da cama, vai até o banheiro, olha tudo e sai – Já volto – dá um selinho em Annie que já tinha deitado – Fica quietinha! Eu não demoro – diz isso e sai.
Annie sorri conhecida Haydée mais do que ela pensava.
Haydée pede para os homens de preto irem com ela até um centro comercial. Barcelona era movimentada demais, com certeza teria alguma loja aberta, após rodarem um pouco pelo centro encontram uma loja aberta. Haydée entra e começa a ver alguns modelos de roupa, escolhe um para ela e outro para Annie. Pede para vê roupas intimas e camisolas, a vendedora muito gentil mostra tudo e Haydée escolha algumas peças.
Enquanto no Hotel Annie pede alguns itens no serviço de quarto, e sai apressadamente junto com outro homem de preto, como Haydée havia saindo com o carro, ela pega um taxi, vá até seu destino e volta rapidamente para o hotel, pois o homem de preto ligou para os que estavam com Haydée e estes informaram que já estavam à caminho do hotel.
Haydée chega e encontra Annie tomada banho vestindo um roupão, deitada na cama.
-Comprei algumas coisas – diz colocando as sacolas em cima da cama – Ir até o hotel levaria muito tempo, então resolvi comprar – dá língua – Espero que goste.
Annie mexe nas sacolas e olha algumas coisas, separa uma camisola uma peça intima. Haydée fala que vai tomar um banho e que já volta para elas dormirem. Enquanto Haydée toma banho Annie solicita seu pedido já feito ao hotel, que chega antes de Haydée sair do banho. Annie sorri e pega uma sacola que estava escondida, abre, e começa a se preparar com um sorriso de antecipação. Quando Haydée sai do banheiro encontra Annie toda coberta em cima da cama, estranha o carrinho, mas Annie alega que é para se caso sentisse fome de madrugada, por sorte Haydée não vê o que é. Haydée deita-se do lado de Annie e lhe deseja boa noite, estranha o fato de Annie não se aninhar a ela, mas nada fala. Vira para o lado, apaga o abajur e tenta dormir. Do outro lado da cama Annie sorri, seu plano estava saindo perfeitamente bem, quando nota que Haydée já pegara no sono começa a agir.

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Captilulo 31

Capítulo 31


Annie se descobre, ela estava vestindo uma fantasia de espanhola.

Ela pega debaixo do travesseiro: uma algema de pelúcia rosa, uma venda da mesma cor, um dadinho eróticos para lésbicas, bolinhas aromáticas (as que explodem quando ocorre a penetração), e óleos essenciais.

Ela se aproxima de Haydée, faz com que essa acorde, mas pela escuridão do quarto, Haydée não a enxerga.

-O que foi amor? – pergunta Haydée – Está sentindo alguma coisa? – se inclina para acender a luz, mas Annie impede o movimento. Está senta em cima das pernas de Haydée, aproximando sua boca da dela, Haydée acaricia as costas de Annie e nota que esta não esta vestindo a camisola, mas com consegue perceber o que é. Em um gesto rápido Annie aprisiona as mãos de Haydée no alto da cabeça e inicia um beijo estimulante enquanto Haydée está distraída beijando-a, Annie a prende com as algemas e se afasta. Haydée tenta mover as mãos mais não consegue: -Annie me solta – pede.
-Ainda não – se levanta de cima dela e acende o abajur relevando para Haydée sua fantasia de espanhola. Haydée a olha com os olhos faiscando de desejo.
-Como estou? – pergunta dando uma voltinha – Estou parecendo uma espanhola?
- A mais linda que eu já vi em toda a minha vida – fala com a voz rouca.
-Que bom! – diz se aproximando de Haydée – Pensou que eu estava com dor de cabeça? – Diz sentando-se nas pernas de Haydée, esta olha para a noiva reparando cada detalhe da fantasia, estava se perguntando onde Annie teria comprado aquela fantasia e quando – Fiz isso para ter surpreender amor – diz beijando o pescoço de Haydée que solta um gemido baixo – Quando você saiu com os homens de preto, eu passei em um sexy shop e comprei algumas coisinhas – diz pegando um frasco nas mãos – Nós nunca usamos essas coisas, sempre foi tudo convencional – Annie começa a levantar a camisola que Haydée usava – hum! – morde os lábios – Essa camisola é linda, pena que terei que rasgá-la – rasga a camisola que Haydée usava. Delicadamente acaricia o corpo de sua noiva com as mãos, que aos poucos vão descendo até tocar em um fino tecido, Annie sapeca morde os lábios e tira a calcinha de Haydée que estremece aos toques da noiva. Annie pega o frasco de óleo e derrama um pouco sobre o corpo de Haydée e começa uma massagem sensual que deixa Haydée completamente excitada e sem ar. Annie acaricia os seios de Haydée, não resiste e os toca com seus lábios fazendo com que Haydée solte um gritinho. A massagem e as provocações duram por alguns minutos até que se torna insuportável para as duas segurarem a onda de prazer que as envolviam.
-Amor me solta – pede Haydée ofegante – eu quero te tocar – suplica entre gemidos enquanto Annie distribui beijos em sua gruta úmida, que há poucos minutos havia inundado a boca de Annie com o mais delicioso néctar.
Annie dá um sorriso sem vergonha e sobe até as mãos de Haydée soltando esta que imediatamente agarra Annie, fazendo com que as costas desta, toque à superfície do colchão.
Haydée distribui beijos por todo corpo de Annie e aos pouco vai tirando a fantasia de espanhola que esta usava, deixado-a completamente nua. Assim como Annie Haydée usa o óleo que esquenta e as bolinhas que explodem proporcionando a noiva um prazer indescritível. A noite de ambas é regada à muitas caricias, declarações de amor, e orgasmos cada vez mais intensos . Elas só param quando o dia já está amanhecendo, totalmente esgotadas de tanto fazer amor.

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Capitulo 32

Capítulo 32

Chega o dia tão esperado para Annie e Haydée. Infelizmente devido o estado de saúde de Carolina os pais, irmãos de Annie não puderam ir à Espanha para o casamento civil dela com Haydée, mas prometeram que assim que ambas desembarcassem no Brasil iriam comemorar todos juntos.
Annie e Haydée vestiam vestidos brancos

Haydée
http://3.bp.blogspot.com/_63jadQOB1Cw/R5UI4ILjO6I/AAAAAAAACPU/3gZtTgQ841U/s400/236_03_11.jpg
Annie
http://static.blogo.it/dasmariasblog/vestidos-de-festa-para-gravidas/ELGmain.jpg
-Vocês estão lindas – fala Ellena emocionada.
-Ai mamãe! Não chora – fala Haydée sorrindo beijando o rosto da mãe.
-Vamos meninas – diz Carlos – Todos estão à nossa espera.
Os pais de Haydée prepararam um almoço para comemorar o casamento das duas.  O juiz havia se disponibilizado a ir até a residência de Carlos para realizar a cerimônia de casamento de Haydée e Annie. Os convidados eram: o tio de Haydée Ryan, alguns amigos de Haydée, o advogado que era muito querido por ela e toda família, Bertha que tinha vindo do Brasil especialmente para cerimônia à pedido de Ellena que queria fazer uma surpresa para Haydée que não esperava a presença de Bertha.
O juiz inicia a cerimônia. Haydée e Annie têm as mãos dadas o tempo todo. Haydée lê o mesmo texto que tinha lido para Annie no dia que a pedira em casamento. Na hora de Annie todos têm uma surpresa quando esta começa a falar em espanhol:

Gracias por ser quien eres.
Gracias por darme tu mano cuando más lo necesité.
Gracias por la sonrisa que me ofreces cada día
Gracias por darme la alegría.
Gracias por el abrazo necesitado.
Gracias por abrirme el corazón.
Gracias por el consejo oportuno.
Gracias por tu cariño.
Gracias por tu comprensión.
Gracias por tu apoyo incondicional.
Gracias por las palabras de aliento.
Gracias por todo lo que me has podido dar.
Gracias por ser mi amiga.
Gracias por no defraudarme.
Gracias por el amor que me das.
Gracias por decirme la verdad.
Gracias por los momentos felices que me has dado.
Gracias.
Pero sobre todo te doy las gracias por hacerme tan feliz.

- Yo te amo con todo mi corazón Haydée Valverde
 – conclui Annie emocionada.

Haydée se aproxima dela também com os olhos cheios de lágrimas:
- Yo te amo más – a beija carinhosamente nos lábios.
Elas assinam toda a papelada e trocam outro beijo, agora casadas.
Duas empregadas entram trazendo champagne para todos. Eles fazem um brinde e todos cumprimentam as recém casadas.
- Estou muito feliz por vocês – diz Bertha emocionada segurando as mãos de Haydée e Annie – Dou à vocês a minha benção e os mais sinceros votos de felicidade. Espero que as duas continuem se amando, se apoiando incondicionalmente.  Vocês sabem que todo casamento têm seus momentos de crise, desavenças, ainda mais um casamento que ainda não é bem visto pela sociedade, mas se vocês permanecerem unidas – olha nos olhos das duas – preconceito nenhum poderá vencer o amor de vocês.
-Obrigada por estar aqui conosco Bá – diz Haydée emocionada, abraçando Bertha bem forte.
Annie se junta a elas em um abraço apertado.
O almoço ocorre sem problemas. Tanto Annie como Haydée ficaram imensamente agradecidas a Ellena que preparou tudo com enorme carinho.
Após o almoço Annie e Haydée seguiram para Grécia onde iriam passar a lua-de-mel, apesar de todas as advertências de Bertha e Ellena pela gravidez de Annie, elas decidiram não adiar a viagem, sem contar que Annie poderia descansar no avião já que viajariam de primeira classe.

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Capitulo 33


Capítulo 33

Grécia
- Está cansadinha, né amor? – pergunta Haydée deitando-se ao lado de Annie.
-Um pouquinho – responde manhosa, se aconchegando no peito de Haydée – Essa barriga pesa muito, e essa menina parece que está ligada no 220 v, não para de me chutar.
- Será que teremos uma jogadora de futebol? – sorri passando a mão na barriga de Annie.
-DEUS ME LIVRE! – Diz arregalando os olhos – Não quero nossa filha voltando para casa com as canelas roxa – ri divertida.
-A Médica disse que agora os chutes dela são sutis, mas com o tempo vai piorando – diz Haydée fazendo uma careta.
-Eu sei bem como são os chutes de final de gravidez – faz uma cara desanimada – eu quase morria quando a Carol se mexia, ficava com uma falta de ar horrível – acaricia a mão de Haydée que ainda está em sua barriga procurando o ponto que o bebê estava chutando – Essa danadinha está aqui amor – coloca a mão de Haydée perto da sua costela – Ta acabando comigo – faz cara de dor.
Haydée a olha com um olhar preocupado:
-Vamos para a cama, às vezes ela te dar um descanso.
“Sinto falta da minha dinda. Acho que a magoei muito. Tudo está tão confuso, tão complicado. Não sei mais o que fazer, não sei mais o que falar. Ela terá um bebê só para me salvar.Sempre quis ter primos ou irmãos, mas sempre foi a única criança da família até agora.O que o bebê da tia Annie será meu? Como devo chamá-lo?”
- Quando as meninas voltam Bertha? – pergunta Ângela?
-Só voltam para a consulta de Annie. Annie não quer voltar, Haydée muito menos. Estão se divertindo muito – ri Bertha – E Agora Haydée pediu para que reformássemos um dos quarto para o bebê e que trouxesse todas as coisas de Annie para cá.
-Sabe o que Annie vai fazer com a cobertura dela? – pergunta Ângela.
-Não tenho idéia – responde Bertha.
- Essas meninas são loucas – diz Ângela sorrindo.
-Agora casadas não dá para terem duas casas. E como essa cobertura é maior que a de Annie, Haydée resolveu que elas morariam aqui até o bebê ficar maior, aí caso aja necessidade elas se mudariam para uma casa. E Annie quer que Haydée engravide – Bertha cai na risada – Não vejo mais minha menina grávida, ela entra em pânico com qualquer dor que Annie sinta. É muito frouxa.
-Normal! Annie está mais tranqüila, pois já teve uma filha. Então já passou por tudo isso.
Grécia
Mykonos
-Annie o que você vai fazer com a sua cobertura? Vai vender – pergunta Haydée que passava protetor nas costas de Annie.
- Estava pensando em dar mesmo para a Marisa morar, a minha cobertura tem mais espaço que o apartamento. E eles ficariam mais perto dos meus pais morando lá.
-Por que você não passa a cobertura para o nome da Carolina? Mesmo tendo aberto mão da custodia dela você pode pelo menos deixar algo para ela – Sugere Haydée.
-Pode ser. Quando voltarmos para o hotel, ligarei para o meu pai para ele agilizar a papelada.
-Passa na barriga – diz Haydée dando o vidro de protetor para Annie.
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Capitulo 34

Capítulo 34


Alguns dias depois
-Até que fim as senhoritas, ou melhor, as senhoras resolveram voltar de lua de mel – diz Bertha dando as boas vindas para as viajantes.
- Que saudades bá! – diz Haydée abraçando Bertha com força.
-Menina, não me aperte tanto – reclama Bertha sorrindo – Eu também estava com muitas saudades de você minha menina.
-Estava com saudades – diz Haydée desapertando um pouco o abraço.
-Meu Deus! – diz Bertha olhando para Annie – Que barrigão menina – se desprende do abraço de Haydée e vai até Annie – você está linda, com uma aparência angelical.
-Obrigada Bertha! – fala Annie, e abraça Bertha com carinho – Estava com saudades.
-Eu também minha querida. Está tudo pronto – olha para Haydée que sorrir – É só se acomodarem.
-Vem amor! – puxa Annie pelas mãos – Quero que você veja algo.
-Uau! – é a única coisa que Annie consegue falar quando Haydée abre a porta.
-Nossa! Está realmente lindo, bá – fala Haydée entrando dentro do quarto.
-Que bom que gostaram minhas meninas – diz Bertha com um sorrisão.
-Está muito lindo – diz Annie olhando cada detalhe – Adorei o chão – sorri olhando para o chão.
-A princesinha de vocês adorará isso quando estiver maior – Diz Bertha – Essa cama é para se caso a menina Carolina queira dormi aqui – aponta para o “sofá” que na verdade era uma cama – Vocês podem trocar algumas coisas, tipo a cadeira de amamentar.
- A cadeira eu acho que vamos mudar mesmo – olha para Haydée- o que você acha amor? Essa é muito moderna.
- Podemos trocar quando você quiser meu amor – diz Haydée sorrindo.
-Nós compramos também algumas roupinhas – sorri Bertha abrindo as gavetas – Não compramos muitas porque as mamães vão querer escolher as roupinhas da filhota, não? – Diz Bertha olhando para Haydée e Annie.  Haydée estava abraçando Annie por trás acariciando sua barriga enquanto esta estava olhando para Bertha encantada que de vez em quando dava uma roupinha na mão dela.
-Bá – chama Haydée – Que horas é a consulta da Annie na obstetra?
-Às 10h30min – responde Bertha.

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Capitulo 35

Capítulo 35

Dia seguinte
09h00min
Annie acorda e não encontra Haydée ao seu lado. Levanta-se, faz sua higiene matinal e sai do quarto, pois sente muita fome.
- Que diabo é isso? – Pergunta Annie ao sair do quarto e escutar uma música.
Ela se dirige até a sala e encontra Bertha e Haydée assistindo TV.
-Bom dia!  - diz Bertha enquanto está concentrada vendo um show de sua cantora favorita.
Annie olha para a TV e começar a rir:
-Que isso gente? – pergunta não parando de rir.
-É Ana Barbara – Diz Haydée rindo – Bertha é fã dela. Essa aí adora uma cantora Rachera.
Annie se senta ao lado de Haydée e assiste ao clipe.
Ana Bárbara - Bandido
Mala noche
Recordarte enamorada
La persona equivocada
Alguien te robo mi corazon.

Fui una tonta
Que se muere sin tus besos
Esperando tu regreso
Atrapada por tu seduccion.

Otra noche
Otra luna sin tu vida
Esta loca, no te olvida.

Te buscare, bandido
Te atrapare, maldito
Te lo juro, pagaras por mi amor.

Esperare, bandido
Tu corazon y el mio
Tienen algo pendiente los dos.

Tu no sabes la mujer que se enamora
Es capaz de cualquier cosa
Y yo doy el alma por tu amor.

Otra noche
Otra luna sin tu vida
Esta loca, no te olvida.

Te buscare, bandido
Te atrapare, maldito
Te lo juro, pagaras por mi amor.

Esperare bandido
Tu corazon y el mio
Tienen algo pendiente los dos.

Te buscare, bandido
Te atrapare, maldito
Te lo juro, pagaras por mi amor.

Esperare bandido
Tu corazon y el mio
Tienen algo pendiente los dos.

Ay mi bandido yo te atraparé
Ay mi bandido eres tu mi amor

Ao termino da música Bertha pergunta:
- E então? Gostou de Ana Barbara? – Pergunta olhando para Annie.
-É diferente – responde fazendo uma careta – Eu não estou com esse tipo de música.
-Claro – rir Bertha – Aqui não se escuta muito esse tipo de música.
-Aí que você se engana. Bem no interior existem cantores assim, mas aqui na cidade grande só os sertanejos fazem um pouco se sucesso – Diz Annie para Bertha que está atenta ao que ela fala – Se você gosta mesmo desse estilo de música, na casa dos meus pais têm vários CDs de Sertanejo, pois meu pai adora.
-Eu vou querer escutar alguns – diz Bertha empolgada.
Haydée coloca a mão na barriga de Annie procurando onde o bebê estava mexendo.
-Vocês já escolheram o nome? – pergunta Bertha.
-Ainda não – responde Annie.
-Eu gosto de Maria – fala Haydée.
-Maria? – pergunta Annie – Só Maria? Nossa filha não vai ter esse nome – diz emburrada.
-Maria Clara – fala Haydée – O que você acha? – pergunta.
-Nada de Maria. Haydée Valverde – diz Annie emburrada.
-O que você tem em mente? – pergunta Haydée.
-Gosto de Sophia – fala Annie.
-Muito comum – reclama Haydée – Que tal Silvia? – pergunta.
-Sophia e Silvia são comuns, lindos nomes, mas comuns – diz Annie.
-Então você escolhe – fala Haydée emburrada.
-Vocês duas parecem duas crianças – ri Bertha – Coitada dessa menina quando nascer. Duas mamães malucas.
Consultório
A médica faz os exames de rotina do pré-natal, pesa Annie, faz a ultra-sonografia morfológica para vê o quanto o bebê cresceu.
-Já dá para ter noção de como é a filhinha de vocês com a ultra-sonografia 4D – Fala a médica.
-Dá para fazer agora – pergunta Annie ansiosa.
-Sim! Vocês querem?
-Sim – responde as duas ansiosas.
A médica começa a fazer a ultra-sonografia  4D.
-Hoje ela está boazinha – sorrir a médica apontando para a tela mostrando para Annie e Haydée o rostinho do bebê.
Annie se emociona ao ver o rostinho da filha e derrama algumas lagrimas. Haydée  também fica emocionada, sente um frio na barriga.
A médica procura os melhores ângulos para mostra o rostinho do bebê.
-Ela é linda – diz a médica.
-Linda? Ela parece um ET – fala Haydée rindo – Essa cor amarelada da ultra a deixa ainda mais com o ET do filme – fala fazendo uma careta divertida.
Annie dá um beliscão em Haydée que geme de dor:
-Aiii! – reclama passando a mão no braço.
-Então para de chamar a nossa filha de ET – diz Annie emburrada.
-Ta ela não parece um ET – ri Haydée – Mas não tem nada de linda – sai de perto de Annie que se preparava para dar um tapa em Haydée.
A médica apenas rir das duas.
Carro
-Amor eu estava brincando – diz Haydée passando a mão nos cabelos de Annie e dando um selinho.
-Você chamou nossa filha de ET – diz fazendo bico – Ela escuta, ta? Se ela ficar traumatizada? – pergunta fazendo um cara de assustada.
-Ai! – Haydée começa a rir – Você acha que ela entende tanto assim o que se passa aqui fora? – não parando de rir.
-Claro que entende! – Diz Annie emburrada.
-Oh minha emburradinha! – diz Haydée dando um selinho – Prometo que não falo mais que ela parece um ET, para que ela não fique traumatizada.

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Capitulo 36

Capítulo 36

*Casa dos pais de Annie*
-Pensei que vocês não iam chegar mais – diz Ângela ao ver as duas.
-Fomos  fazer o pré-natal – diz Annie abraçando a mãe – Estava com saudades.
-Eu também meu amor – diz Ângela abraçando a filha bem forte.
-Oi Haydée! – fala Paulo dando um beijo e um abraço em Haydée.
-Oi Paulo! – ela o cumprimenta com dois beijinhos no rosto.
Ângela se afasta para ver a barriga de Annie.
-Nossa como sua barriga cresceu – diz passando a mão – Está tudo bem com ela?
-Sim. Hoje fizemos a ultra em 4D – diz Annie empolgada – Vimos o rostinho dela.Ela é tão fofa mãe.
-Quero ver depois. Você mandou gravar? – pergunta Ângela ansiosa.
-Sim – diz abrindo a bolsa, pegando o DVD – Aqui – diz entregando para a mãe.
-Vamos assistir enquanto eles não chegam? – pergunta Ângela.
-Eles? – pergunta Annie.
-Marisa, o marido e Carolina vêem almoçar conosco – diz Ângela.
-Acho que não é boa idéia nós ficarmos – diz Annie.
-Você não pode fugir dela para sempre – Fala Ângela.
-Ela não quer falar comigo mamãe, melhor não ficar - diz Annie.
-Você vai ficar – diz Ângela deixando claro que não aceitava recusas – Carolina já teve tempo o suficiente para entender tudo que aconteceu.
-Ela é só uma criança – diz Annie.
-Tem 11 anos, já não é nenhuma criancinha – diz Ângela.
-Mamãe ela está no seu direito. Eu a rejeitei – diz Annie baixando a cabeça triste.
-Ei! – diz Ângela erguendo a cabeça de Annie – Você era uma adolescente assustada e magoada, não se culpe mais por isso.
Haydée também achava que não seria bom para Annie ver Carolina no momento, mas nada falara.
Quando Marisa chega com Carolina e a menina vê Annie ela trava.
-Vamos filha! – diz Marisa a puxando para cumprimentar os avos, Haydée e Annie.
-Oi minha princesa! – Fala Paulo abraçando a neta – Como você está se sentindo?
-Um pouco melhor, as medicações não estão me fazendo mal como antes – responde Carolina.
-Que bom! Logo você ficará curada – diz Paulo emocionado.
Carolina não fala nada.
Marisa fica radiante ao ver a barriga de Annie.
-Você está linda! – diz passando a mão na barriga de Annie.
Elas conversam sobre algumas amenidades. Annie nem se aproxima de Carolina, só fala um oi tímido que é respondido da mesma forma.
Eles almoçam juntos e depois vão para a sala assistir a ultra-sonografia de Annie.
Ângela e Paulo ficam emocionados ao verem a netinha.
Carolina olha para a TV, mas não demonstra nenhuma reação.
Marisa e o marido ficam felizes por verem a sobrinha.
-Ela é linda – diz Ângela – Ela tem o nariz de Carolina – dispara contente – Estou ansiosa para tê-la em meus braços.
-Faltam apenas 3 meses – diz Haydée sorrindo acariciando a barriga de Annie.
-Já escolheram o nome? – pergunta Marisa.
-Ainda não. Não entramos em um acordo – responde Annie fazendo uma careta – A Haydée só escolhe nome comum. Eu quero um nome forte.
-Façam uma listinha com os melhores nomes. Quando ela nascer vocês duas decidem qual é o melhor nome para ela – sugere Marisa.
-Talvez seja melhor fazer isso mesmo – diz Haydée.
-Verdade – fala Annie.
- Mamãe – chama Carolina – Estou cansada – fala dengosa.
-Está sentindo alguma coisa meu amor? – pergunta Marisa preocupada.
-Não. Eu estou apenas cansada.
-Carol – fala Paulo – Porque você não vai descansar no quarto que era de Annie?
-Ok! – concorda a menina se levantando e indo para o quarto que era de Annie.
-Annie queria agradecer por tudo que você tem feito por Carolina – diz Marisa sincera.
-Não tem nada que me agradecer irmã. Estou fazendo o que me neguei a fazer há quase 11 anos atrás.
Annie e Haydée conversam com a família de Annie toda à tarde. Falam sobre o casamento, a lua de mel, e é claro sobre o bebê. Todos estão ansiosos pela chegada desse novo ser que salvará a vida de um membro da família e também que trará alegria àquela casa que andava cheia de tristeza.
“Tudo está ainda tão confuso. Hoje vi minha madrinha e a tia Haydée na casa dos meus avos. Senti muita vontade de falar com a minha madrinha, sinto sua falta, mas ainda não consigo me aproximar dela, sempre que tento ou penso à respeito, lembro-me de que ela me rejeitou, e que se não fosse pelo meu avô nem sei onde eu estaria agora.O que devo fazer? Preciso de ajuda, mas não quero pedi-la.Carolina”
Carolina completa 11 anos, mas não quer uma festa de aniversário, pelo contrário não tem animo para comemorar nada. Tornou-se uma menina sombria e triste.  Todos estão preocupados com ela, tanto por sua saúde como por sua postura. Marisa tenta a todo custo convencer a filha a fazer uma festinha de aniversário.
-Eu já disse que eu não quero – Grita Carolina – Eu estou feia, não quero que os meus amigos me vejam assim e tenham pena de mim.
-Mas é seu aniversário meu amor. Seus amigos sentem a sua falta – fala Marisa tentando convencer Carolina – Veja todas essas cartinhas – aponta para uma caixa – Eles mandaram desejando toda sorte do mundo e você nem as abriu.
-Eu já disse que eu não quero ver ninguém. Todos estão com pena de mim. Eu odeio que todos sintam pena de mim porque eu estou doente. Eu não vou ler carta de ninguém – fala Carolina alterada.
Marisa se dá por vencida e desiste da festa de aniversário da filha.
- Ela está se tornando agressiva – choraminga Marisa – Muda de personalidade o tempo todo.
-Não se preocupe meu amor – fala Ângela – Carolina está sofrendo uma grande pressão por conta dessa doença. Seu frágil corpo está sendo atacado com medicamentos violentos. Ela perdeu os cabelos, vive em hospital, não tem mais contato com nenhum amiguinho do colégio, descobriu que é filha da madrinha e não sua. A cabecinha dela está uma confusão só.
-Eu queria que ela se abrisse comigo, mas Carolina não diz nada. Fica calada – chora Marisa – Quero minha filha de volta mamãe.
-Fique tranqüila minha menina – fala Ângela tentando acalmar a filha que chora compulsivamente.

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Capitulo 37

Capítulo 37

Escritório de Haydée
- Oi amor! – diz Annie entrando.
-Oi linda! – responde Haydée se levantando e indo em direção à esposa dando-lhe um selinho.
-Vim saber se você já terminou – olha para a mesa de Haydée – Não estou me sentindo muito bem – passa a mão na barriga – ela está me deixando se ar o tempo todo, acho que quer q eu deite para que ela tenha mais espaço – faz uma careta.
-Está sentindo alguma dor? – pergunta Haydée preocupada.
-Não. Só que ela está agitada e está me chutando perto das minhas costelas, me deixando sem ar, tenho que ficar mexendo na barriga para ela se mexer e eu poder respirar – responde Annie.
-Ela está ficando sem espaço – sorri Haydée passando a mão na barriga de Annie – Ei filhota! – fala pertinho da barriga de Annie – para de deixar a mamãe sem ar tadinha, fica quietinha que quando você sair daí, eu prometo te dar muito doce – diz Haydée sorrindo e dando um beijo na barriga de Annie.
-Não prometa coisas que você não vai poder cumprir - diz Annie brava.
-E o que eu prometi que eu não possa cumprir? – ri Haydée.
-Você acha que eu vou deixar você encher a nossa filha de doce? – pergunta séria.
-Credo! A gravidez está te deixando rabugenta. O que tem a menina comer doce? Você come doce o tempo todo, dava doce para a Carolina, porque a nossa filha não pode comer doce? – pergunta Haydée indignada.
- Eu não quero e pronto – desconversa Annie.
Haydée sorri e dá um beijo em Annie. Um beijo longo e cheio de amor.
- Deixa de ser rabugenta. Prometo que só darei doce para ela só quando ela estiver maior, e só depois do jantar – ri Haydée.
-Eu quero que ela coma frutas ao invés de doce – resmunga Annie.
-Ta! Eu desisto! – diz Haydée sorrindo levantando as mãos para o alto – Eu prometo que só darei doce para ela quando você não estiver por perto - gargalha Haydée – Afinal o que os olhos não vêem você não nos chateia por comermos doce.
-Palhaça! – fala Annie dando um tapa em Haydée.
“Ainda bem que a mamãe me respeitou e não me obrigou a fazer uma festa de aniversário. Não quero que meus amigos me vejam assim, quero manter distância de todos eles. Não os quero com pena de mim. Minha dinda continua desaparecida, não me liga, não tenta se aproximar de mim, agora ela só quer saber da filha que ela e a tia Haydée estão esperando. A tal que vai doar medula para mim. Não sei se vai, porque eu ainda não decidi se quero ser salva por ela.
Eu e meus pais nos mudamos para a cobertura que era da minha dinda, meus pais disseram que ela é minha. Que quando eu crescer eu vou poder fazer o que eu quiser com ela. Eu não entendo a minha dinda. Ela me rejeitou quando eu era filha dela, depois engravidou para salvar minha vida, não me procura, não fala comigo e agora me dá uma cobertura? Estou confusa. Carolina”
-Quer dizer que vocês vão casar? – pergunta Ângela animada.
-Sim. Ela conseguiu me amarrar – responde Sérgio fazendo uma careta.
-Já estava na hora de vocês dois casarem – diz Paulo - Você enrolou muito essa moça meu filho.
-Enrolei tanto que me enrolei foi todo – ri Sérgio – Agora nem tenho como fugir. Ela está grávida.
-Heloisa está grávida?  - pergunta Ângela assustada.
-Sim. Mamãe só vou casar com Heloísa agora por causa dessa criança, senão eu a enrolaria mais um pouco -  sorri Sérgio de forma cafajeste.
-Safado! – ri Ângela – Parabéns futuro papai!
Todos ficam radiantes com a notícia de mais um membro na família. Os preparativos para o casamento começam. Heloísa não quer nada muito sério. Quer casar apenas no civil e fazer um almoço para os familiares e os amigos mais chegados. Os pais de Sérgio oferecem a casa deles para a realização do tal almoço.
“ E essa agora.Um primo? Mais uma criança na família. Perderei meu posto de queridinha, terei que dividir meus avos com dois intrusos, isso se eu sobreviver a essa doença maldita.Ando enjoando novamente, os remédios já não estão funcionando, me sinto mal, não tenho forças para me levantar sem que a mamãe ou a enfermeira me ajude.Tenho medo.Carolina.”


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Capitulo 38

Capítulo 38

O estado de Carolina se torna delicado porque seu debilitado organismo pára de responder as doses de medicamentos aplicados pelos médicos, eles tentam novas drogas e novas doses.
Casamento de Sérgio
Depois de almoço Annie se sente indisposta e vai para o quarto que era seu descansar. Haydée fica com ela até que ela dorme.
-Cadê Annie? – pergunta Marisa.
-Estava se sentindo indisposta – responde Haydée – está dormindo no quarto que era dela.
-Agora falta pouco – sorri Marisa.
-Estou doida para que isso acabe logo – desabafa Haydée - Annie anda com muitas dores nos pés e nas costas, choraminga por tudo, está estressada, parou de ganhar peso – respira fundo – Pior que eu não posso fazer nada, me sinto uma inútil vendo-a sofrer – fala entristecida.
-Calma Haydée! – diz Marisa carinhosa – Você não tem culpa – sorri - Vai saber quando ficar grávida que nós ficamos completamente instáveis. A única coisa que você tem que prestar atenção é na alimentação de Annie e no estado de saúde do bebê.
- Está tudo bem com elas. Ontem tivemos consulta e está tudo perfeitamente bem. Annie agora só come frutas e produtos de soja, disse que não quer virar uma baleia. Mas está se alimentando bem.
Carolina some da vista de todos, apenas uma pessoa a observa escondida. A menina se dirige para o quarto que era de sua madrinha, abre a porta com cuidado entrando no quarto, encontrando Annie dormindo de barriga para cima. Annie está com uma mão em cima da barriga. A barriga está descoberta. Carolina se aproxima sem fazer barulho, para diante de Annie, observa e nota que ela está dormindo. Olha para a barriga e nota que ela está fazendo algumas ondinhas, o bebê estava se mexendo tornando-se visível a olho nu. Carolina passa a mão na barriga de Annie e o bebê se mexe bem em cima de sua mão. A menina leva um susto e se move para trás tirando as mãos da barriga de Annie rapidamente. Esse movimento faz com que Annie desperte, ao notar quem estava com a mão em sua barriga, esta se ajeita na cama e fala tímida:
-Oi bonequinha!
-Oi! Eu não quis te acordar – fala Carolina sem graça indo em direção a porta.
-Espera! – pede Annie – Você quer sentir o bebê mexendo? – pergunta ela esperançosa.
-Não precisa – responde com a mão na maçaneta.
-Não vai embora – pede Annie – Não precisa ter vergonha – sorri para a menina que agora a encarava – Vem aqui – fala chamando Carolina com a mão. A menina vai se aproximando até parar diante de Annie – senta aqui – dá espaço para que Carolina se sentar, a menina se senta e Annie pega uma mão de Carolina e coloca em sua barriga – Ela está chutando aqui – fala colocando a mão de Carolina do lado direito de sua barriga. Quando a mão de Carolina encosta na barriga de Annie o bebê chuta – você sentiu? – pergunta Annie sorrindo.
-Isso não dói? – pergunta Carolina baixinho.
-Não muito – sorri Annie – só dói quando ela chuta perto das minhas costelas, aí dói e eu chego a ficar sem ar.
-Ela faz muito isso? – pergunta Carolina alisando a barriga de Annie.
-Chutar? – pergunta Annie.
-Uhum! – responde Carolina.
-O tempo inteiro – ri Annie – Haydée disse que ela vai ser jogadora de futebol de tanto que ela me chuta.
-Eu te chutava assim também? – pergunta Carolina encarando Annie.
Annie fica completamente sem palavras diante da pergunta de Carolina, mas vê ali a oportunidade de se entender com sua pequena.
-Você era boazinha. Não me chutava muito não – responde Annie sorrindo.
-Se eu era boazinha porque você não ficou comigo? – pergunta Carolina com os olhos lacrimejados – Por que você não me quis? – pergunta tentando segurar a lágrimas que queriam sair de seus olhos.

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Capitulo 39
Capítulo 39
Annie é pega de surpresa com a pergunta e reação de Carolina, respira fundo, segura as mãos a menina, a olha nos olhos e fala:
- Olhe para mim – Carolina olha para Annie com o rosto molhado por lágrimas que ela já não conseguia conter – Eu era muito nova – fala pausadamente tentando conter sua emoção – Sei que você não acha que isso é uma desculpa para o que eu fiz com você, mas sei que quando você ficar maior entenderá. Eu amava o seu pai biológico mais do que a minha vida, fazia planos de casar e ter filhos com ele, mas infelizmente todos os meus sonhos foram destruídos quando ele me violentou sexualmente, me bateu deixando-me cheia de machucados. Eu passei a odiá-lo a partir daquele dia. Quando descobri que estava grávida dele, fiquei com mais ódio, não queria ter você porque você me faria recordar de tudo que passei com ele, e isso me machucava muito. Eu não te odiava meu amor – acaricia o rosto de Carolina limpando as lágrimas – Eu só não estava preparada para ser mãe, era muito imatura, estava machucada, não sabia o que fazer, mas depois, conforme eu fui crescendo fui me dando conta do que eu tinha feito. Dei-me conta do monstro que eu havia me tornado por tê-la abandonado no momento em que você mais precisava de mim. Por muitos anos fui uma pessoa triste, não somente pelo que o seu pai me fez, mas também pelo que eu fiz com você. Eu não sabia o que pensar, ao mesmo tempo em que eu te queria, tinha medo de te fazer sofrer.
Annie limpa as próprias lágrimas que molham todo o seu rosto, olha para o rostinho de Carolina que também está chorando e segue falando:
- Contratei um detetive para te procurar, queria te encontrar de todas as formas para pedir perdão por tê-la abandonado. Quando descobri a alguns meses que você era a minha filha entrei pânico porque você esteve ao meu lado esse tempo todo. Fiquei com raiva dos seus avos e de seus pais por terem escondido isso de mim, mas parei um pouco para pensar e vi que na verdade eu não tinha que ficar com raiva, pois você cresceu com a sua família biológica, foi amada por todos, inclusive por mim. Mas sei que nada disso justifica o que eu fiz – abaixa a cabeça – Espero que um dia você possa me perdoar e volte a me amar como antes.
-Você não me odeia por agora ter descoberto que eu sou sua filha? – pergunta Carolina.
-Como eu posso te odiar meu amor? - sorri Annie – Eu te amo como Carolina, minha sobrinha querida e sapeca, e te amava como minha filha perdida. Tenho sorte por as duas crianças que eu mais amo na minha vida sejam a mesma pessoa.
-Você vai me tirar do papai e da mamãe? – pergunta – Vai me obrigar a morar com você e a tia Haydée?
- Claro que não bonequinha. Eu jamais faria isso, por mais que quisesse tê-la comigo, jamais obrigaria você a nada, muito menos te tiraria das pessoas que são seus pais verdadeiros, pois pai e mãe são os que criam que dão amor, e zelam por seus filhos. Eu tive a minha oportunidade para ser sua mãe e a desperdicei – fala Annie, abaixando a cabeça – Eu só quero que você me perdoe.
-Mas... Você é minha mãe – fala Carolina confusa – Você não me quer outra vez? – pergunta desabando em um choro sofrido.

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Capitulo 40

Capítulo 40

-Ei! Eu não estou falando isso – fala Annie puxando Carolina para os seus braços – Eu sou sua mãe, sempre vou ser, mas não vou obrigá-la a me ver como tal e a me chamar de mãe. Eu sei o quanto você ama a sua mamãe Marisa e seu papai, não estou te rejeitando outra vez minha bonequinha – acaricia a cabeça lisinha de Carolina – Você não precisa escolher alguém, você pode ter todos, você não é obrigada a nada.
-A mamãe vai ficar muito triste se eu for morar com você, mas você também vai ficar muito triste se eu ficar com ela – diz chorando – Eu não sei o que fazer – se agarra a Annie chorando.
- Meu amor não chore – afasta Carolina dos seus braços e a olha nos olhos – Você pode ter duas casas, pode ter três mamães – sorri – Marisa, Haydée e eu. Não precisa escolher com que ficar, pode se dividir, ficar com todo mundo um pouquinho, faça o que você quiser minha bonequinha, todos nós entenderemos e respeitaremos a sua decisão.
Carolina fica um tempo olhando para Annie. Gostou da idéia de ter duas casas e várias mães, toda a dor que sentia, toda a raiva que nutria por Annie se dissipou. Sentia muito a falta de Annie e queria tê-la ao seu lado novamente, como madrinha e agora como mãe. É claro que algumas das atitudes de Annie ela não entendia bem, mas o amor que sentia por esta era tão grande que todos os problemas ficavam pequenos. E nos últimos tempos Annie provou que a amava incondicionalmente, a prova disso era o bebê que ela estava esperando. Carolina sorri para Annie e a abraça forte:
-Senti sua falta!
-Eu também minha bonequinha – diz Annie explodindo de felicidade.
As duas ficam um tempo abraçadas. Annie faz carinhos em Carolina incansavelmente.
- Como eu devo te chamar? – pergunta Carol fazendo uma careta engraçada.
-Como quiser minha linda – fala Annie, carinhosa.
-Eu vou pensar, tenho que falar com a mamãe – faz uma careta – O que o bebê que você está esperando será meu? – pergunta de cabeça baixa.
- Bom – ri Annie – Eu teoricamente ela é sua prima, mas geneticamente ela é sua irmã.
-Eu sempre quis ter uma irmã para brincar, mas a mamãe não pode ter mais filhos – fala Carolina tristemente – Ela vai saber que eu sou irmã dela? – pergunta.
- Vai sim. Não quero esconder isso dela – diz Annie fitando Carolina nos olhos.
-E eu posso contar para todo mundo que terei uma irmã? – pergunta contente.
-Claro que pode meu amor – responde Annie sorrindo.
– Mas como vou explicar que a minha “prima” é na verdade minha irmã? – pergunta confusa.
-Aí você que vai decidir – responde Annie.
-Simples! – sorri Carolina – Falarei que sou muito sortuda e que tenho três mães. Minhas amigas vão morrer de inveja – diz alegremente.
-Vão sim – fala Annie emocionada.
-Por que está chorando? – pergunta Carol limpando as lágrimas de Annie.
-Mas não chora – sussurra – Não gosto quando você chora – fala Carol abraçando Annie bem forte.
-Estou chorando de alegria meu amor - fala acariciando as costas de Carolina.
- Posso fazer uma pergunta?
-Já fez – ri Annie – mas pode fazer outra.
-Ela vai mesmo me salvar? – se desprende do abraço de Annie a encarando com os olhos lacrimejados.

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Captilulo 41

Capítulo 41


-Vai meu amor. Ela é compatível com você geneticamente. Os médicos nos garantiram isso – responde Annie limpando as lágrimas de Carolina – Vai dar tudo certo.
-Eu não queria que ela me salvasse – fala abaixando a cabeça – Estava com muita raiva de você e morrendo de ciúmes dela.
-Ciúmes? – pergunta Annie.
-Aham! Ela vai ter o que eu não tive de você, você vai ser mãe dela desde quando ela nascer. E também ela vai tirar o meu posto de filha única, neta única, sobrinha única – diz fazendo uma careta.
-Oh minha ciumentinha! – puxa Carolina para um abraço – Ela não vai tirar nada de você não, todos nós te amaremos da mesma forma e te mimaremos da mesma forma, e você terá um primo, esqueceu?  O seu tio Sérgio vai ser papai.
-Tinha esquecido o filho dele. Só espero que seja um menino, não sei se agüentaria outra menina – fala fazendo um drama teatral, com direito a mão na testa e cara de sofrimento.
-Palhaça – diz Annie rindo.
As duas ficam conversando algumas coisas. Carolina faz mil perguntas sobre a irmãzinha, conta algumas coisas que aconteceram nesse tempo que elas não se falavam. Conta como detesta as sessões de quimioterapia.
-Cadê Carolina? – pergunta Marisa.
-Não há vejo tem um tempinho – responde Ângela.
Marisa procura Carolina por toda casa, e a cada cômodo que entra e não a encontra fica ainda mais preocupada. Finalmente encontra Carolina no quarto que era da irmã.
-Finalmente te encontrei mocinha – fala Marisa assim que vê Carolina – Estava te procurando pela casa inteira – para de falar quando nota a cena. Carolina estava deitada do lado de Annie com uma mão na barriga de Annie.
-Estava sentindo o bebê mexer mamãe. Ela mexe muito – sorri Carolina.
Marisa fica com os olhos lacrimejados e olha para a irmã que sorri para esta. Marisa se aproxima das duas e senta-se na cama, Carolina pega uma mão de Marisa e coloca na barriga de Annie:
-Ela está mexendo aqui – coloca no ponto onde a bebê estava mexendo – A minha ma...dinda – se corrige envergonhada – disse que ela não para quieta.
Marisa olha para Carolina e fala:
-Pode chamar a Annie de mãe meu amor – diz acariciando o rosto da filha – Eu não vou sentir ciúmes.
-Verdade? – pergunta Carolina desconfiada.
- Verdade – responde Marisa amorosa.
Carolina abraça Marisa com força:
-Você vai continuar sendo minha mãe, e eu vou continuar morando com você – diz chorosa – Eu te amo muito mamãe!
-Eu também te amo meu amor! – diz Marisa chorando pela declaração de Carolina.
Annie assiste tudo emocionada, finalmente sua família estava unida outra vez, e a paz por fim estava reinando entre eles. Ela já não tinha mais motivos para chorar, ao menos que fosse de alegria. Não tinha motivos para ficar triste, deprimida. Agora ela podia por fim ser feliz. Tinha uma esposa que a amava incondicionalmente, tinha ao seu lado sua filha perdida, tinha uma família que a amava muito, e estava esperando outra filhinha.

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Capitulo 42

Capítulo 42

[05/10/09]
Os dias se passam. Carolina estava mais animada com o tratamento. Estava cheia de esperanças. Quando voltou ao médico depois da conversa com a mãe Annie, ela fez inúmeras perguntas sobre a irmã ser sua doadora, os médicos surpresos com as perguntas inteligentes de uma menina de 11 anos respondem tudo da forma mais simples possível, mesmo não entendendo algumas coisas Carolina fica ainda mais confiante sobre a sua cura.
Como agora moravam na mesma rua que Annie, sempre que estava em casa ia para casa de Annie para ajudá-la com algumas coisas para a irmãzinha.
Haydée e Annie começam a comprar as roupinhas da filha com a ajuda de uma exigente irmã mais velha de primeira viagem, que bate o pé querendo ir com elas nas lojas, mesmo não sendo recomendável sair para lugares públicos como shoppings, mas Carolina era teimosa e as convenceram levá-la junto. Mas antes Annie marca uma consulta com o médico que cuidava de Carolina para perguntar se podia levar a menina para fazer compras, após alguns exames rápidos e de algumas indicações como: o uso de mascara, ele libera Carolina para ir ao shopping pedindo para que a mesma não faça muito esforço.
Annie e Haydée já tinham comprado algumas coisas, mas faltavam muitas outras coisas.
Elas passeiam pelas principais lojas dos shoppings. Carolina começa a escolher algumas roupinhas para a irmã e para o desespero de Haydée todas que a menina pegava era rosa, mas não um rosa bebê e sim rosa Pink. Annie acha graça de Haydée discutindo moda com Carolina, que a olha de cara feia e corre para a mãe Annie perguntando se elas podiam levar as roupas. Como não conseguia dizer não para Carolina, Annie acaba aceitando algumas, ou melhor, muitas peças rosa Pink. O que deixa outra pessoinha com um bico gigante.
Enquanto Carolina estava pedindo algumas peças para a vendedora Haydée para do lado de Annie com cara feia.
-O que foi bicuda? – pergunta carinhosa, mexendo nos cabelos de Haydée.
- Nada – responde permanecendo de cara feia.
-Está assim por causa das roupas rosa? – pergunta Annie rindo.
-Você viu aquele macacão rosa Pink? – se vira para Annie -  meus olhos doeram só de olhar para aquilo.
-Amor relaxa! – diz Annie carinhosa – é só não vestirmos ela com essas cores quando estivermos sozinhas – sorri sapeca.
-Tem que mandar ela parar de compra então, ou teremos que aturar nossa filha vestida só de rosa – diz Haydée apontando para Carolina que estava rodeada de conjuntinhos rosa Pink.
-Ai Meu Deus! – exclama Annie indo até Carol - Bonequinha chega de rosa, já separamos mais de 10 roupas nessa cor, vamos ver alguns tons mais claros, sim? – fala carinhosa.
-Só mais dois, ok? – perde com cara de cachorro sem dono.
-Ok! Só mais dois – diz Annie decidida.
Haydée bufa e sai de perto indo ver outras roupinhas.
Annie olha para o céu, respira fundo e vai ao encontro de Haydée.
-Amor para de ser infantil, você está parecendo um bebê mimado – fala Annie seriamente.
-Eu não estou agindo como um bebê, você que não sabe falar não para a Carolina – reclama.
-Amor para que eu vou brigar com ela por causa de roupinha para a nossa filha? – pergunta Annie.
-Eu não quero discutir com você – resmunga Haydée voltando sua atenção para as peças brancas – Era para nós estarmos escolhendo juntas as roupinhas da nossa filha, ao invés disso estamos brigando por causa das malditas peças rosa Pink que doem os olhos.
-Que esposa mais ciumenta que eu tenho – diz Annie dando um beijo na bochecha de Haydée – Vamos fazer uma coisa? – pergunta travessa.
-O quê?
-Vamos falar que eu estou cansada, compramos as peças que ela separou e vamos para casa.
-E o resto das roupas? – pergunta Haydée – só vamos levar as rosas? – arregala os olhos.
-Não – sorri Annie – Nós a deixamos em casa e voltamos para o shopping. O que você acha?
-Acho uma ótima idéia! – sorri Haydée.
Elas caminham até Carolina e avisam que já vão embora.
-Mas nem compramos muita coisa – diz triste.
-Mas é que os meus pais vão trazer várias roupinhas, e também não podemos comprar tudo agora porque ela vai perder tudo bem rapidinho – diz Haydée – E a Annie está com dores nos pés.
-Ok! – diz Carolina se dando por vencida.
Elas pagam as roupas e vão para casa de Marisa. Ficam um pouco e depois falam que vão para casa e ...


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Capitulo 43


Capítulo 43

[08/10/09]
Elas pagam as roupas e vão para casa de Marisa. Ficam um pouco e depois falam que vão para casa e voltam para o shopping.
-Me sinto uma adolescente fugindo dela – ri Annie – Mas o que eu não faço pela minha esposa bicuda?
-Ninguém merece é ter que aturar aquelas roupas rosa super chamativas – diz Haydée.
Haydée e Annie compram várias roupinhas em tons claros, de vários tamanhos. Elas se divertem escolhendo algumas peças.
-Amor eu estou com fome, vamos parar para comer? – pede Annie.
-Vamos, só um minuto – Haydée vai até a vendedora e pede para que ela separe tudo e fechar o pedido.
Annie vai para o caixa onde Haydée está. Haydée paga as compras e pede para que os homens de preto levem tudo para o carro, enquanto elas vão comer.
-Não sei por que ainda temos que andar com seguranças – reclama Annie.
-Nunca se sabe amor. Melhor prevenir, nunca se sabe o que pode acontecer – diz Haydée – Onde quer comer? – pergunta.
- Vamos ao Starbucks coffee? – sugere.
-Vamos! – Aceita Haydée.
Elas caminham para a cafeteria, fazem os pedidos e conversam algumas amenidades.
- Vamos à livraria depois? – pergunta Haydée tomando um gole do seu frappuccino Java chip.
-Vamos! Estou precisando compras alguns livros sobre bebês – diz Annie enquanto abocanha um muffin de chocolate.
Elas saem da cafeteria e seguem para livraria da travessa.
Annie escolhe alguns livros sobre maternidade, e Haydée vai para a sessão de literatura estrangeira, estava em busca de alguns livros de suspense e policial.

“Sinto-me bem mais feliz agora. Tenho duas mães, era para eu ter três, mas não consigo ver a tia hay como mãe. Parando para pensar agora sei por que eu me parecia mais com a “tia” Annie e a vovó do que com a mamãe e o papai, sou a cara da minha mãe Annie.
Hoje fui fazer compras com a minha mãe Annie e com a tia Haydée, compramos várias roupinhas para minha irmã, todas rosa *-* . Estou super contente em ter uma irmã, minha mãe e a tia hay ainda não decidiram o nome dela, estou ficando ansiosa por causa disso, a mamãe Marisa disse que quem tem que decidir o nome da minha irmã e a mamãe Annie e a tia Haydée, espero que o nome não seja feio, senão eu vou ter que arranjar um apelido fofo para minha irmã.
A quimioterapia continua horrível, mas está acabando em dois meses minha irmã nasce e eu espero que isso tudo acabe, se bem que o eu terei que ficar um bom tempo indo ao médico para vê se deu tudo certo. Eu paro para olhar como eu era antes e como eu sou agora, tenho 11 anos e pareço que tenho uns 20, me tornei muito madura em muito pouco tempo, também olha quanta coisa me aconteceu? Ninguém Merece! Terei que horas de conversa com papai do céu daqui muitoooooooss anos. Agora está tudo bem. Sou feliz e tenho uma família linda, tudo é azul haahauha... e ganhei meu DVD da Hannah Montana, não paro de ver o clipe crazier, a Taylor é tão linda, mas eu prefiro a miley *-* “. Carolina.

- Crazier http://www.youtube.com/watch?v=8xpY49Q2mjw
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Capitulo 44

Capítulo 44

[12/10/09]
O Tempo passa, o estado de Carolina continua o mesmo. Os médicos tentam fazer com que a sua leucemia seja controlada através da quimioterapia, e entre em estágio de remissão outra vez para que Carolina possa fazer o transplante.
Haydée e Annie entram em um programa para “pais” de primeira viagem. Haydée não gosta muito da idéia, a acha desnecessária já que elas terão Bertha e uma babá para cuidar do bebê, depois de muita briga Annie acaba convencendo que elas são as mães e têm que cuidado da filhinha delas, pelo menos saber dar banho, trocar fralda e ninar. Haydée acaba indo as aulas com Annie, como a gravidez de Annie já estava avançada e elas tinham pressa. A professora faz um intensivo para as duas. Annie aprende tudo muito rápido, até porque já tinha cuidado de Carolina quando era bebê, agora Haydée era um desastre completo, o que garantia boas gargalhadas de Annie e da professora. Isso a deixava furiosa, mas com muito carinho Annie a amansava e fazia com que ela se concentrasse nas aulas.
Entendo um pouco das fases do tratamento da leucemia:
Fase I (chamada indução): Usa-se a quimioterapia, com o paciente internado. Na terapia de indução o propósito é de destruir a maior quantidade possível de células leucêmicas e fazer com que o paciente passe à remissão.
Fase II (chamada consolidação): Continua o uso da quimioterapia, na qual se destroem as células leucêmicas restantes. O paciente pode ser acompanhado em casa (retornando ao Hospital para o tratamento, mas sem passar a noite) para manter o paciente em remissão (sem sintomas).
Fase III (chamada profilaxia): Usa diferentes drogas de quimioterapia, algumas vezes combinadas com radioterapia para prevenir que a leucemia não atinja o cérebro e o sistema nervoso central durante a fase de indução e consolidação. A radioterapia consiste no uso de raios X ou outros raios de alta energia para eliminar células cancerosas e reduzir o tamanho de tumores.
Fase IV (chamada manutenção): Envolve o acompanhamento médico regular com exames físicos e laboratoriais após a leucemia haver sido tratada, para ter certeza que ela não retornará.
Fase V (chamada re-indução): Nos casos recorrentes, faz-se a repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão. São usados vários tipos de drogas de quimioterapia em diferentes doses para tratar a doença que voltou. O paciente pode precisar de vários anos de quimioterapia para manter a leucemia em remissão.

“Quem quiser saber um pouco mais sobre o transplante, é só acessar esse link, pois não entrarei em muitos detalhes a respeito disso porque não sou médica e posso falar uma besteira”

Annie já está com 37 semanas.

Casa de Annie e Haydée

4 Horas da manhã

Annie levanta-se e vai ao banheiro, faz suas necessidades fisiológicas e volta para quarto, quando está  há alguns passos da cama sente algo escorrendo pela sua perna. Ela vai ate a luz e a acende e nota que é algo parecido com urina.
- Ué! Mais eu acabei de ir ao banheiro – diz para sim mesmo até que se dá conta de que aquilo não era urina e sim que sua bolsa havia rompido.
Ela fica desesperada e grita Haydée, esta acorda assustada dando um pulo na cama.
-O que foi amor? – pergunta assustada.
-Aconteceu uma coisa - olha para sua camisola molhada, Haydée segue seus olhos e ri:
-Fez xixi na calça? – pergunta e começa a rir desesperadamente.
-CLARO QUE NÃO – responde Annie gritando brava – A MINHA BOLSA ESTOUROU.

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Capitulo 45

Capítulo 45

[15/10/09]
-O QUÊ?  - pergunta assustada – ELA VAI NASCER AGORA? – pergunta entrando em pânico – A médica disse que era para daqui uma semana ou três – fala enquanto anda de um lado para o outro.
- HAYDÉE ACORDAAAA! – grita Annie sem paciência – NOSSA FILHA VAI NASCER A QUALQUER MOMENTO, CHAMA A BERTHA – diz isso e vai para o banheiro.
Haydée corre para acordar Bertha, entra no quarto desesperada assustando a senhora que dormia:
-Bá! Acorda! -   fala acendendo a luz.
-O que foi menina? – pergunta Bertha assustada – onde é o incêndio?
-A Annie vai ter o bebê, a bolsa dela estourou – diz andando para um lado e para o outro – eu estou surtando, não sei o que fazer – encara Bertha, que morre de rir da cara de desespero de Haydée.
- E onde está Annie? – pergunta preocupada.
-No banheiro.
-E você a deixou no banheiro sozinha, Haydée? – repreende Bertha.
-Ela mandou eu te chamar – tenta se justificar.
-Vamos ver essa menina, pode estar precisando de nossa ajuda.
Quando entram no banheiro da suíte de Haydée, Annie estava saindo de um banho rápido.
-Haydée disse que sua bolsa estourou – diz Bertha se aproximando de Annie – Está sentindo alguma coisa?
-As concentrações estão fracas, eu tomei um banho e vou por um vestido – diz sorrindo para Bertha - pode pegar a bolsa da neném? Ligar para os meus pais avisando? E tentar achar minha médica? – pede fazendo uma careta engraçada – Porque essa aí – aponta para Haydée que estava parada sem saber o que fazer – está perdida – diz rindo, e é acompanhada por Bertha que não se agüenta e ri da cara de Haydée.
- Claro meu amor! – diz Bertha dando um beijo carinhoso no rosto de Annie e saindo do quarto.
Annie olha para Haydée que estava com a mão na testa olhando para um lado e para o outro, vai em direção a ela.
-Seria bom se você ajudasse sem surtar – fala carinhosa dando um selinho em Haydée – Não temos muito tempo, precisamos ir para o hospital.
-Ok! – fala Haydée respirando fundo – Vou me trocar e chamar os homens de preto.
Annie termina de arrumar sua mala para levar para o hospital. Enquanto isso Haydée fala com os homens de preto que eles sairão, pois Annie daria a luz.
Bertha liga para os pais de Annie e para Marisa, como mora a poucos metros delas, Marisa rapidamente vai para casa da irmã.
-Como você está? – pergunta Marisa preocupada.
-Estou bem – responde Annie.
-Já está tudo pronto – diz Haydée entrando na sala - Oi Marisa! – cumprimenta Marisa com dois beijos na bochecha.

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Capitulo 46

Capítulo 46

[19/10/09]
Elas vão para o hospital.  A médica que  cuida de Annie chega e faz alguns exames, como as contrações ainda estão fracas o parto não aconteceria agora. Annie é monitorada por alguns aparelhos, o médico de Carolina e uma equipe se encaminha para o hospital para fazer a coleta do sangue do cordão umbilical assim que o bebê de Annie nascesse.
Carolina briga com o pai pedindo para ele levar ela para o hospital, este diz que só a levaria na parte da manhã porque já era muito tarde. Emburrada a menina liga para a Marisa que fala a mesma coisa, a menina vai para o quarto emburrada batendo porta.
As contrações de Annie vão aumentando gradativamente, fazendo com que esta entre em trabalho de parto. A médica fica o tempo todo ao lado dela, monitorando os batimentos cardíacos dela e do bebê. Como está tudo perfeitamente bem com os dois é decidido que seja realizado um parto natural. Ao escutar isso Haydée arregala os olhos:
-Como assim natural?  Ela vai sair por baixo? – pergunta com os olhos arregalados.
-Sim – responde a médica calmamente – Ambas estão perfeitamente bem, não há necessidade de se fazer uma cesárea – explica a médica paciente.
-Mas... - Haydée ia falar uma coisa, mas se cala fazendo uma careta engraçada.
A médica ri e saí do quarto em que Annie estava.
-Amor fala para ela fazer uma cesárea – fala Haydée.
-Por quê? – pergunta Annie se entender.
- Você ainda pergunta? – se faz de indignada – Essa menina vai estragar meu brinquedo – faz uma careta engraçada. Annie não se agüenta e começa a rir.
-Eu não acredito nisso! – diz Annie rindo – Você está apavorada porque o parto normal vai “estragar” seu brinquedo?  - ri mais ainda.
-Claro! Essa criança deve ser grande demais – passa a mão na barriga de Annie - amor não vai dar para ela sair, é melhor fazer cesárea.
-Amor – diz Annie carinhosa – Ela não vai estragar o seu brinquedo, volta para o lugar e também a médica costura.
-Não vai ficar igual – diz fazendo drama – Nem é mais igual, está estranha – faz uma careta.
-Ai Meu Deus! Haydée tudo vai voltar ao normal quando ela sair, não se preocupe – explica Annie rindo dos comentários de Haydée.
-Assim espero, ou eu – diz e se cala.
- Ou você o que? – pergunta Annie assustada e preocupada – Você vai me deixar, ou arranjar uma amante se caso não volte tudo para o lugar? – pergunta com lágrimas nos olhos.
-Claro que não! – sorri Haydée dando um selinho em Annie – mas colocarei essa menina de castigo muitas vezes sem contar o motivo – sorri travessa.
-Sua boba – diz Annie empurrando ela e limpando as lágrimas.
-Eu nunca te abandonaria nem te trairia porque eu te amo imensuravelmente – diz Haydée beijando-a nos lábios.
9 horas depois.
- Algum problema? – pergunta Annie após ser examinada pela médica.
- Não – responde a médica tirando as luvas – Está tudo bem – diz a médica tentando tranqüilizar Annie – Haydée posso falar com você? – pede a médica.
-Claro! – diz Haydée se levantando – já volto amor! – dá um selinho em Annie e sai do quarto com a médica.
-Algum problema? – pergunta Haydée.
-Ainda não, terei que injetar uma droga em Annie para acelerar o processo, os batimentos do bebê estão me preocupando – diz a médica tentando ser clara.
-Faça o que achar necessário, eu autorizo – diz Haydée preocupada – Elas correm risco de vida? – pergunta com o coração apertado.
-Só se tivermos complicações no parto – responde a médica – Não se preocupe, vai dar tudo certo – diz tentando acalmá-la – Eu preciso preparar minha equipe e a do hospital que fará a coleta do cordão.
A médica aplica uma droga que acelera o processo e as contrações de Annie aumentando ficando em intervalos cada vez menores, fazendo com que esta sinta muita dor.
-PELO AMOR DE DEUS ME DÁ UMA ANESTESIA – grita Annie para a médica.
-Não posso te dar a peridural Annie, ela já está no canal, agora você tem que empurrar – diz a médica.
-EU NÃO ESTOU AGUENTANDO ESSA DOR, TIRA LOGO ELA DAÍ – grita Annie.
A médica faz o exame de toque e vê que já está na hora.
-Haydée fica do lado dela, porque ela vai precisar de você.
-E quem vai filmar? – pergunta Haydée.
-Eu filmo senhora – diz uma enfermeira na casa dos 40 anos de idade. Haydée entrega a câmera para ela e vai para o lado de Annie que gemia de dor.
-Vamos lá Annie empurra! – pede a médica.
-Aiiiiiiiiiii! – Grita Annie fazendo força empurrando.
-Isso! Agora respire! – pede a médica.
Annie respira cachorrinho alguns segundo e pega a mão de Haydée.
-Agora empurra novamente – pede a médica.
Annie empurra, mas quase esmaga os dedos de Haydée que geme de dor.
-Auuuuu! – geme Haydée – Ta me machucando Amor, afrouxa! Ta doendo Annie.
-ISSO ESTÁ DOENDO PARA VOCÊ SUA FILHA DA PUTA? – pergunta apertando os dedos de Haydée que solta mais um gemido – ENTÃO IMAGINE O QUE EU ESTOU SENTINDO COM ESSE GIGANTE TENTANDO SAIR DE DENTRO DE MIM- fala brava.
-Desculpa! – pede Haydée ao ver a cara de sofrimento da esposa.
-Já vejo o cabelo dela – Diz a médica olhando entre as pernas de Annie – Vamos lá, mas três empurrões e ela nasce – sorri.
Annie empurra mais três vezes e a medica pede mais uma.
-EU NÃO AGUENTO – grita chorando - EU NÃO TENHO MAIS FORÇAS.
-Tem sim, vamos só mais uma bem forte – pede a médica.
-Vamos amor! – fala Haydée passando a mão nos cabelos de Annie – Você consegue.
Annie respira fundo e empurra com toda força restante em seu ser.
O bebê começa a chorar fazendo seu choro ser escutado em toda sala.
-Parabéns amor! – diz Haydée emocionada dando um selinho em Annie – Estou orgulhosa de você – diz feliz fazendo um carinho em Annie que estava completamente exausta.
-Quer cortar o cordão Haydée? – pergunta a médica.
-Quero! – diz Haydée indo até ela e cortando o cordão umbilical.
Após Haydée ter cortado o cordão umbilical a equipe do hospital do câncer se movimenta e colhem o sangue do cordão umbilical, separando em tubo o necessário para serem realizados os exames clínicos, e o restante transferem para uma bolsa de sangue para que o mesmo seja armazenado em seguida.
O bebê é levado para os primeiros cuidados e volta enrolada em um pano azul.
-Já decidiram o nome? – pergunta a enfermeira trazendo o bebê no colo e coloco-a no seio de Annie.
-Sim – Responde Annie olhando para sua filhinha – Ela se chamará Valentina.
- Lindo nome! – diz a médica.
-Obrigada! – diz Annie babando pela filha.
Haydée olha para as duas completamente, emocionada. Agora elas eram uma família completa.
A enfermeira escreve o nome Valentina Schneider e coloca a pulseirinha do hospital no braço da menina. Valentina mama alguns minutos e logo a enfermeira avisa que tem que levá-la para o berçário para dar banho e para que a pediatra a examine melhor.
-Vá com ela – pede Annie para Haydée – Eu vou ficar bem.
- Ok! – saindo da sala seguindo a pediatra e a enfermeira
Valentina é colocada em uma incubadora e ficará em observação.
Haydée após ver tudo vai para a sala de espera para dar a notícia para a família de Annie.
-Como elas estão? – pergunta Ângela.
-Estão bem. Annie está recebendo alguns cuidados e logo estará no quarto e a Valentina já está recebendo cuidados no berçário,  colocaram ela em uma incubadora. Ela ficará em observação por conta dos batimentos cardíacos.
-Valentina?  Então esse é o nome que vocês escolheram? – pergunta Marisa.
-Annie escolheu – sorri Haydée – E eu amei.
-Lindo nome – elogia Paulo.
-Venha cá minha menina – diz Bertha se aproximando de Haydée e abraçando-a – Parabéns por sua filha.
-Obrigada Bá! – diz Haydée apertando Bertha.
Annie depois do parto havia dormido. Estava muito cansada. Haydée fica com ela até meia noite, depois disso Ângela manda Haydée para casa, pois está estava exausta. A contra gosto Haydée vai para casa comer, tomar banho e dormi um pouco.

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Capitulo 47

Capítulo 47

[22/10/09]
Dia seguinte
9 horas da manhã
-Oi mamãe! – diz Marisa entrando no quarto que Annie estava.
-Oi mana! – diz Annie sorrindo.
-Como você está? - pergunta dando um beijo no rosto de Annie.
-Um pouco cansada. Não pensei que doía tanto – diz fazendo uma careta - mas pelo menos não sinto mais nada como senti na cesárea da Carol.
-Parto normal é dolorido, mas depois que o bebê sai não sentimos mais nada – sorri Ângela que estava sentada no sofá.
-Cadê Haydée? – pergunta Annie.
-Já deve está chegando – responde Marisa.
-Você já viu a Valentina? – pergunta Annie com os olhos brilhando.
-Não – responde Marisa – Ela está na incubadora.
-Como? – pergunta sem entender – Tem algo errado com ela? – pergunta preocupada.
-A pediatra ontem disse que não há nada errado que é normal que alguns bebês fiquem na incubadora. Eles estão monitorando-a desde ontem por causa dos batimentos cardíacos dela que estavam caindo quando ela ainda estava na sua barriga – explica Marisa.
-Enquanto você estava dormindo a enfermeira veio retirar leite para alimentá-la – Diz Ângela.
-Eu não senti nada – diz Annie fazendo uma careta.
-Estava em um sono pesado – sorri Ângela.
-Bom dia! – diz Haydée entrando com um urso gigante e com uns balões em formato de coração escrito: I Love you!
-Bom dia amor! – diz Annie sorrindo.
-Comprei isso para você – diz meio desajeitada com os balões e o urso.
-Obrigada! – agradece Annie sorrindo.
Haydée coloca o urso do lado de Ângela, aproveita para cumprimentá-la com dois beijos no rosto, fala também com Marisa e depois chega em Annie que já estava com a cara amarrada.
- Por que essa carinha linda? – pergunta sentando do lado de Annie na cama e acariciando seus cabelos.
-Beijou todo mundo, menos a mim – diz fazendo bico.
Haydée da um selinho em Annie e fala:
- Pronto minha bravinha linda – sorri – Como você está se sentindo hoje?
-Ainda estou um pouco cansada – Annie responde fazendo uma careta.
- Está sentindo dor? – Haydée pergunta preocupada.
-Não. Só estou cansada mesmo – responde Annie sorrindo – Você já viu nossa filha hoje? – pergunta séria.
-Ainda não, mas encontrei com a médica e ela disse que após te visitar, mandará trazer ela.
-Então está tudo bem? – pergunta Annie não tirando o semblante sério do rosto.
-E porque não estaria? – pergunta Haydée.
-Ela está em uma incubadora e sendo monitorada. Isso não me parecer bem.
-Se estiver algo errado a médica já teria nos informado, não? – pergunta Haydée sorrindo.
A médica chega, faz alguns exames em Annie. Esta pede para tomar banho. Ângela ajuda a filha a tomar banho, após o banho e fazer os curativos Annie recebe algumas visitas.
Depois do almoço ela recebe uma visita especial.
-Olha que está aqui ansiosa para ver as mamães – diz a médica que cuidou da gravidez de Annie com Valentina nos braços. Ela caminha até a cama onde Annie estava e deposita Valentina em seus braços.
-Oi meu amorzinho! – diz Annie olhando para a filha – Seja bem vinda! – faz um suave carinho na cabeça da menina que se mexe e reclama um pouquinho, mas logo está calminha.
-Como ela está? – pergunta Haydée para a médica.
- Sei que vocês estão assustadas por termos colocado a Valentina na incubadora e não ter trago ela mais cedo, mas estávamos esperando completar 24 horas de observação, para termos certeza de que não há nada de errado com ela. Está tudo bem com essa menininha, os batimentos dela estão normais desde o nascimento. O que aconteceu é que ela estava com pouco oxigênio dentro da sua barriga – olha para Annie – Não se preocupe, fizemos todos os exames com médicos especialistas e está tudo bem com ela – explica a médica.
- Que bom! – respira Annie aliviada.
Um bebê faminto começa a chorar.
-Acho que alguém está com muita fome – sorri a medica – As deixarei, preciso ver outras pacientes. Parabéns outra vez!
Annie pede Haydée que segure a brava Valentina que não para de chorar enquanto se senta na cama para amamentá-la, Haydée fica morrendo de medo de segurar Valentina, ainda mais porque ela estava se esgoelando praticamente.
- Me dê ela amor – pede Annie. Haydée dá Valentina para Annie que fala:
- Calma meu amor!  Eu já vou te alimentar – diz abaixando o sutiã e oferecendo o seio para Valentina que custa a pegar, mas quando o pega fica quietinha mamando.
Ângela, Marisa e Haydée babam vendo Valentina mamando.
-Ela é linda – diz Ângela – parece com Carolina quando era bebê.
-É verdade! - Concorda Marisa.
-Isso faz cócegas – diz fazendo uma careta.
Haydée levanta uma sobrancelha, mas não comenta nada por causa da mãe e da irmã de Annie.
-Oi! – diz Carolina entrando no quarto – O papai me trouxe para conhecer minha irmãzinha – fala enquanto se aproxima da cama.
Ângela e Marisa dão espaço para a menina passar, esta chega perto de Annie e olha Valentina mamando, sorri e fala:
-Ela é tão pequena – sussurra – posso tocar nela? – pergunta olhando para Annie.
-Claro! – responde Annie sorrindo – Está com as mãos limpas? – pergunta.
-Acho melhor passar meu gel anticéptico – diz abrindo a bolsa da hello kitty e esterilizando as mãos, após o gel secar ela fala – pronto, mãos limpinhas – fala sorrindo.
- Agora pode tocar – diz Annie.
Carolina faz carinho na bochecha de Valentina com o dedo indicador bem devagar.
-É tão macia – comenta sorrindo.
Carolina fica um tempo acariciando Valentina até que está termina de mamar. Annie a entrega para a mãe, que faz o bebê arrotar. Annie aproveita para se levantar um pouco.
Assim que sai do hospital Carolina é levada pelos pais para o hospital. Lá os médicos informam todo o procedimento. Contam que foram feito todos os exames necessários com o sangue umbilical e placentário e de fato Valentina era 100% compatível com Carolina. A felicidade toma conta de todos. Marisa liga para Annie chorando contando que por fim o pesadelo iria acabar.
Carolina começa a ser preparada para receber o transplante com quimioterapia e radioterapia, colocam um cateter em nela para que fossem administrados os medicamentos e posteriormente fosse feita a transfusão da medula óssea.
Quando completa 48 horas de vida Valentina faz o teste do pezinho, do olhinho e da orelhinha. Já tinha tomado as vacinas: BCG e a 1ª dose contra hepatite B ao nascer. Seu quadro de saúde estava excelente assim como o de Annie. No terceiro dia elas recebem alta e vão para casa.
- Estou nervosa – diz Annie entregando Valentina para Bertha.
-Por quê? – pergunta Bertha.
-Hoje Carolina fará o transplante, queria estar com ela – fala triste.
-Não se preocupe minha menina, tudo vai ocorrer bem. Deus está olhando por ela.
-Tenho medo Bertha, por mais que os médicos digam que Valentina é compatível tenho medo de não funcionar que o sangue não esteja bom.
-Não fique assim, a equipe foi estritamente responsável na coleta, o médico que cuida de Carolina estava acompanhando tudo, a sua médica também e ambos são médicos sérios. Eles falariam se algo estivesse errado, tanto não tem nada errado que foram feitos exames com o sangue colhido – explica Bertha enquanto balança Valentina que arrota – Vejo que essa danada já pode ir para o Berço – diz isso indo colocar Valentina no berço.
A menina resmunga, mas acaba pegando no sono rapidamente.
- Ela é um anjo, não é? – diz Annie babando pela cria.
- É sim, quase não a ouço chorar de madrugada – diz Bertha rindo divertida.
-Nem fala – sorri Annie – Haydée fica louca quando ela começa a chorar de madrugada.
-Os pulmões desse anjinho são potentes para um recém nascido – diz Bertha olhando Valentina dormi.
-Vamos sair? – diz Annie indicando a porta.
-Vamos! – responde Bertha.
Annie liga a babá eletrônica e a câmera de monitoramente instalada no quarto de Valentina. A babá contratada por Annie estava cuidando com a empregada dá roupa de Valentina que deveria receber um cuidado especial.

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Capitulo 48

Capitulo 48

[26/10/09]
Empresa HV & Cia
-Olá mamãe! – diz Samuel entrando sorrindo na sala de Haydée.
-Olá Samuel!
-Como estão Valentina e Annie? – pergunta sentando-se.
-Acabei de ligar para casa – sorri Haydée – Elas estão bem.
-Ela está dando muito trabalho? – pergunta Samuel divertido.
-Imagina! – revira os olhos – Ela não dar trabalho, mas ô garotinha para chorar alto quando está com fome.
- HÁ!HA! – ri Samuel divertido – Com o tempo piora, não vai chorar apenas quando tiver com fome.
-Estou vendo que esse lance de filho é propaganda enganosa de anjos eles só têm aparência – resmunga Haydée arrancando outra risada de Samuel.
- Para de reclamar mulher. Você ainda pode fugir porque não está amamentando nem de resguardo agora a Annie – ri ele – Essa aí vai ter que aturar tudo, o tempo todo.
-Aturar? Ela se diverte, nem parece se importar com o choro da Valentina que acorda quase o prédio inteiro. Vai entender – diz revirando os olhos.
- Mãe é assim mesmo, tem uma paciência que ninguém sabe de onde vem.
-Disso eu nunca entenderei – ri Haydée.
-Quem disse? – pergunta Samuel sério – Deixa Valentina ficar maior. A Annie vai te perturbar para ter outro filho, mas agora querida – ri – Você é que será a mãe biológica.
-Deus me livre! – diz Haydée se benzendo – faço uma ligadura sem a Annie saber.
-Eu te deduro – rebate Samuel.
-Faz isso que você perde seu emprego – ameaça Haydée.
-Procuro outro – rebate ele.
-Eu corto fora o teu brinquedo – sorri maliciosa.
-Você não seria capaz – desafia Samuel.
-Me dedura para você ver – diz Haydée piscando para Samuel.
-Credo menina! Você é muito ruim – diz ele se levantando.
- Você ainda não viu nada.
-Agora vou voltar ao trabalho já que nossa vice-presidente está de licença maternidade.
-Acho que vou tirar também – diz Haydée pensativa.
-Vai lá escutar o chorinho da Valentina, vai – diz Samuel indo para a porta.
-Acho que vou começar a fazer horas extras – diz com os olhos arregalados.
-Largue de ser boba daqui a pouco você se acostuma, são os primeiros dias os mais difíceis para quem nunca teve filhos – fala Samuel, saindo em seguida.
Haydée até que tentava ajudar Annie com Valentina, mas era tão estabanada que tinha medo de machucar a filha, pois ela era pequena e toda molinha. Annie entendia o lado de Haydée, sempre que Valentina começava a chorar de madrugada ela levantava, desligava a babá eletrônica e ia para o quarto da filha amamentá-la, só saindo de lá quando a menina estivesse dormindo completamente.
Chegando o dia “Zero” o transplante de Carolina é realizado. Seus sinais vitais, o controle de líquidos recebidos e eliminados, controle de peso é monitorado a todo o momento depois do transplante.
Carol entra na terceira etapa que é: pós- transplante.
Nesse período ela fica isolada, sua imunidade está baixa.Tem febre alta, tremores, calafrios. Sua saúde está muito fragilizada assim como o seu sistema imunológico, não pode receber visitas, quando tem que sair da unidade em que se encontra, precisa usar mascara.  Não tem contato com o mundo externo, apenas caminha um pouco todos os dias para não ficar deitada. Durante todo o tempo em que se encontra no hospital seu meio de diversão é a internet, é por lá que se comunica com seus avos, com Annie etc, pois a única que pode ficar com Carolina nesse estágio são os pais, mesmo assim Marisa é que fica diariamente com a menina.
Alguns sangramentos ocorrem, mas nada grave.

“Eu já não agüento mais ficar nesse hospital, não posso receber nenhuma visita. Só vi a minha irmãzinha quando ela nasceu, agora tenho que me contentar em vê-la na web cam quando a mamãe entra no MSN quando eu estou acordada, ou a tia Hay que sempre me manda fotos da Valentina pelo celular. Ela tem olhos azuis como os meus, e é loirinha como eu. Todos dizem que ela é a minha cara. Estou ansiosa para sair daqui, espero que tudo de certo e que mês que vem eu já volte a minha rotina, mas agora sem hospitais toda semana. Carolina”

*Casa de Haydée e Annie*

- Olá mulheres da minha vida – diz Haydée entrando no quarto de Valentina.
-Olá Amor! – responde Annie sorrindo – Olha quem chegou Valentina, diz oi para a mamãe Haydée – disse Annie para a filha que estava em seu seio direito mamando – Oi mamãe! – diz Annie imitando voz infantil e mexendo a mãozinha de Valentina, fazendo-a dar tchauzinho.
Haydée sorri boba e se aproxima das duas, dá um selinho em Annie e um beijo na testa de Valentina.
-Como foi a reunião? – pergunta Annie.
- Entediante – responde Haydée virando os olhos – E como essa mocinha se comportou hoje? – pergunta mexendo nas mãozinhas de Valentina.
-Ela está ficando manhosa, só que saber de colo e peito – responde Annie olhando para Valentina mamando.
-Quem dera que eu tivesse essa vida – sorrir Haydée – Dormi, mamar nos seios da mulher mais gostosa do mundo e ficar recebendo mimos dela o dia todo – fala com voz divertida.
-Sua boba – diz Annie sorrindo e dando um tapa em Haydée.
-Mas é verdade – diz se defendendo do tapa – Ela fica usufruindo de tudo que é meu : Você, seus seios, mas deixe estar, daqui a alguns meses a mordomia dela acaba – fala fazendo cara de brava – Vai comer papinha, ouviu? Nada de ficar mamando no que me pertence mocinha – diz olhando para Valentina que está quase dormindo – Olha a folga! Até revira os olhos – ri Haydée divertida.
- Você é hilária, onde já se viu ficar de birra com um bebê tão lindo como o nosso? – fala encarando Haydée.
-Não estou de birra – fala emburrada – só quero um pouquinho de atenção e quero o que me pertence sem esse leite ruim – fala fazendo cara de nojo.
-Ha! Ha! – Annie solta uma gargalhada que acorda Valentina que choraminga, pois levara um susto – Calma meu amor, é a mamãe – diz ninando a menina que logo se tranqüiliza – Quem mandou ser tarada e ficar brincando com os meus seios? Você sabe que eu estou parecendo uma vaca leiteira – sussurra Annie.
-Eu não resisti – fala Haydée sorrindo – Eles estão enormes, quando vi você tomando banho não resisti, mas agora resistirei bravamente, apesar de já estar subindo pelas paredes – diz fazendo uma careta.
- Espera mais alguns meses amor – diz Annie fazendo um carinho nos cabelos de Haydée – Logo tudo voltará ao normal, prometo te recompensar por todos os meses sem mim – fala dando um selinho em Haydée.
-Será que eu agüento até lá? – pergunta.
-Você tem que agüentar – responde brava – Ai de você se andar por terrenos alheios Haydée Valverde, ai de você – ameaça.
- Há! Há! Que esposa ciumenta eu fui arrumar – diz rindo – Não andarei em canto nenhum, mas quando esse resguardo terminar deixaremos a Valentina com a babá e sairemos um final de semana inteiro porque é capaz de estarmos fazendo coisas impróprias para menores de 18 anos e essa menininha abrir o berreiro – diz apontando para Valentina – E eu não quero correr riscos.
-Ok! Faremos como você quiser, também já estou subindo pelas paredes.
-Hoje seu pai me contou que viu o traste – comenta Haydée enquanto se levanta.
-Que traste? – pergunta Annie.
-O Matheus – responde entre dentes – Disse que ele vai se casar com aquela atriz.
-Que sejam felizes! – diz Annie – Ele parece ter mudado mesmo, mas não o quero perto de mim nem de minhas filhas.
-Não se preocupe, ele também não faz muita questão apesar de estar arrependido – fala Haydée.
-Que bom! – fala e fica pensativa.
- Em que está pensando? – pergunta Haydée.
-Estou pensando em Carolina.
- Não se preocupe amor, tudo dará certo – diz Haydée fazendo carinho nos cabelos de Annie.

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Capitulo 49

Capítulo 49


[05/11/09]

http://www.youtube.com/watch?v=So5g9hY9pcI
Ronan Keating - All Over Again
(tradução)
Apague a luz, aumente o rádio.
Há uma chama em seus olhos, que ainda me aquece
Me abrace como se fosse ontem,
Quando nós dois sentimos nossos espíritos colidirem
(Kate Rusby)
Eu me lembro do momento, em que o sol brilhou em você
Desde a primeira vez que vi seu rosto, e você sorriu
Venha e deite-se comigo
Preencha a distância que há entre nós
Sinta a magia que mantém o amor vivo
Desta vez, pode ser como da primeira vez
Feche seus olhos e logo estaremos lá
Nenhum homem poderá jamais saber o que você está
sentindo
Transforme uma faísca numa chama,
Faça um pedido, feche seus olhos, não comece
tudo outra vez.
(Ronan Keating)
Como da primeira vez que você tocou minha pele,
Tudo outra vez
Eu provei o céu, me leve para lá novamente
Tudo outra vez
Seu sorriso
Seu toque,
Seu sabor,
Isso me anima,outra e outra vez,
Depois eu me apaixono por você,
Tudo outra vez
(Kate Rusby)
Venha caminhar sob as estrelas,
Pegue uma carona para o universo.
Enquanto estivermos aqui, vamos aproveitar o que temos
(Ronan Keating)
O que estou tentando dizer,
É que você é tão bonita
Deixe-me dizer isso novamente.
Porque desta vez será como a primeira vez,
Feche seus olhos que logo estaremos lá
Ninguém jamais pode adivinhar o que ele está sentindo
Transforme uma faísca numa chama,
Faça um pedido, feche seus olhos, não comece
Tudo outra vez
Como da primeira vez que você tocou minha pele
Tudo outra vez
Eu provei o céu, me leve para lá novamente,
Tudo outra vez
Seu sorriso,
Seu toque,
Seu sabor,
Isso me anima,outra e outra vez.
Então eu me apaixono por você,
Eu continuo amando você.
Tudo outra vez
Tudo outra vez
Tudo outra vez


-Quero que esse final de semana seja maravilhoso, quero aproveitar este lugar ao seu lado, longe de tudo e de todos – sussurra Annie ao pé do ouvido de Haydée – Senti saudades amor! – diz beijando o pescoço de Haydée causando arrepios nesta.
Não se controlando Haydée puxa Annie para si fazendo com que suas bocas se colem. O beijo é repleto de amor, saudade, desejo. Os movimentos com a língua são rápidos, as caricias se tornam ousadas. As roupas são tiradas com pressa até que ambas ficassem completamente nuas. Haydée fita o corpo de Annie com desejo, esta já estava completamente recuperada da gravidez, exibia as mesmas curvas perfeitas. Quanta saudade! Haydée pega Annie pela mão direita e a leva para a cama, entre beijos elas se deitam.
Haydée sedenta beija cada pedacinho do corpo de Annie, o que arranca suspiros e gemidos da mesma. Começa pela região da clavícula e vai descendo bem lentamente, chega aos seios e com cautela roça os lábios em cada um dos bicos causando tremores em Annie que acaricia o ombro e os cabelos de Haydée incansavelmente. Haydée passa a língua em volta do seio direito de Annie deixando um resquício de saliva, sorrindo ela assopra, fazendo com que Annie se arrepie ainda mais e implore gemendo para que ela termine aquela deliciosa tortura, mas Haydée queria torturar, queria aproveitar cada detalhe do corpo de sua mulher. Há meses elas não tinham intimidade, por isso não tinha pressa, queria curti cada arrepio, prestar atenção em cada gemido e olhar no fundo dos olhos de Annie quando esta atingisse ao clímax.
Delicadamente ela vai beijando a barriga de Annie, enquanto isso vai acariciando os seios desta que estavam com os bicos rígidos. Annie se contorce toda:
-Amor não me tortura mais – diz ofegante engalfiando os dedos nos cabelos de Haydée – Eu preciso te sentir. Eu... Eu preciso ser sua – diz soltando um gemido alto, pois Haydée acabara de tocar seu sexo com a pontinha dos dedos.
Haydée toca o clitóris de Annie, fazendo esta se contorcer ainda mais fechando as pernas, sorrindo Haydée se ajoelha na cama e abre as pernas de Annie, pega a perna esquerda desta e começa a beijar começando pela ponta do pé, beija o dedão, faz isso dedo por dedo, para provocar lambe a ponta do dedão do pé de Annie, esta solta um suspiro de prazer. Satisfeita e ansiosa, Haydée vai percorrendo toda a perna esquerda de Annie distribuindo beijos e chupões, deixando Annie completamente maluca. Ao fundo uma canção fazia a trilha daquele momento mágico.
Haydée pára na altura das coxas de Annie, beija com calma, alternando entre uma e outra. Annie ergue o corpo, precisava desesperadamente de um contato pleno, precisava sentir Haydée, precisa ser dela, totalmente e unicamente dela. Haydée vendo que sua amada estava completamente entregue as suas carícias começa a percorrer a língua pela coxa de Annie, deixando um rastro de saliva, beija e lambe toda a extensão da clavícula de Annie que geme desesperada e suplica para que Haydée a possua, sorrindo Haydée segue para outro caminho, com a língua sente o gosto que tanto sentia saudade, não resiste, faz daquele ponto a moradia de sua língua faminta, degusta do gosto que para ela era o melhor do mundo, parecia uma criança lambendo e chupando seu primeiro picolé, percorria toda a extensão do sexo de Annie com a língua, bem lentamente, se lambuzando com aquele mel que escorria em abundancia cada vez que sua língua passeava por aquele sexo rosado e apetitoso. Ela, louca de vontade de provar mais daquele mel dos deuses percorre a língua pelos grandes lábios, distribuindo por ali lambidinhas, sugadas e suaves mordidinhas que fazem Annie delirar e presenteá-la com mais um pouco de seu mel. Haydée segue em direção ao clitóris de Annie, quando põe a boca neste escuta um gemido alto, e sente um tremor violento vindo do corpo de Annie. Ela começa a sugar aquele mágico botão, lambe fazendo movimentos circulares com a língua alterna as lambidas e sugadas por todo sexo de Annie que geme desesperadamente. Doida para ver sua mulher no ápice do prazer, Haydée introduz dois dedos dentro do sexo molhado de Annie, começando com movimentos vai e vem suave. Ela vai aumentando o ritmo aos poucos, fazendo com que os gemidos de Annie também aumentem, tornando-se gritos de prazer, vendo que esta já estava perto de atingir ao orgasmo, Haydée passa a alternar a entrada de seus dedos com sua língua faminta que percorria todo o sexo de Annie.
- Amooorr – geme Annie – Euuu não estou agüentando mais, eu vou... – não consegue terminar a Frase, pois seu corpo é invadido por uma onda indescritível de prazer, ela geme e se contorce na boca de Haydée que não para se sugá-la.
Haydée não consegue parar de sugar o sexo de Annie, não quer desperdiçar uma gota daquele mel maravilhoso, por mais que Annie a puxasse pelos cabelos mostrando que a queria também, ela não para até se dar por satisfeita, isso ocorre quando Annie atinge a outro orgasmo. Saciada momentaneamente Haydée sobe indo em direção a boca de Annie, a beija com toda paixão e amor que nutria por esta deixando em sua boca o gosto de seu néctar. Assim como Haydée Annie estava faminta, necessitava urgentemente beber do mel de sua mulher.
Annie mudou rapidamente de posição com Haydée ficando por cima, aprisionou os braços desta no alto da cabeça, distribuiu beijos por toda região do pescoço causando arrepios e recebendo como sinal de aprovação gemidos, parou um pouco o que estava fazendo e observou sua amada. Os olhos de ambas refletiam todo o desejo e amor que nutriam uma pela outra, satisfeita pelo que vira nos olhos de sua amada, Annie desceu pela clavícula dando mordidinhas, deixando a marca de seus dentes, desceu mais um pouco até chegar aos seios de Haydée, quando chegou nestes ser fartou, lambeu, beijou, mordeu, chupou, parecia faminta como Valentina ficava quando estava com fome, desesperada para encontrar logo a fonte que a alimentava, mas em Haydée a fonte não era de alimento e sim de prazer.
Com um pouco mais de calma Annie foi percorrendo a barriga de Haydée, distribuindo beijinhos parando em seu umbigo, ali deu total atenção, pois sabia que Haydée sentia prazer ao ser beijada naquela região, depois de alguns segundos e para com tudo, mesmo sobre os protestos aborrecidos de Haydée ela se ajoelha do lado desta. Haydée tenta ir para cima dela, mas Annie impede, se levanta da cama.
-Vira de bruços – diz ofegante.
Haydée a obedece. Annie se ajoelha ao pé da cama e puxa o corpo de Haydée fazendo com que esta fica com as pernas para fora da cama. Com rapidez Annie afasta as nádegas de Haydée e percorre sua língua por toda aquela região até chegar ao ponto que deseja, um sexo completamente molhando, passa a língua de leve fazendo que Haydée solte um gemido abafado, sorri sapeca e começa a lamber desesperadamente aquele sexo que lhe era oferecido. Haydée começa a rebolar na boca de Annie, implorando para que ela lhe possuísse, esta entende a mensagem e introduz dois dedos dentro daquele esconderijo molhando, que prometia o melhor mel. Annie penetra Haydée quase que com raiva, rápido e forte, arrancando gritos de prazer desta que estava completamente enlouquecida de prazer. No auge, quando Haydée estava preste a derramar seu mel, Annie para tudo e se levanta. Haydée enfurecida se vira, ficando de frente.
-Quem mandou você parar? – pergunta com os olhos vermelhos de raiva pelo prazer interrompido.
-Espera minha bravinha – sorri Annie maliciosamente – Eu ia pedir para você se virar, pois te quero de frente agora – diz isso enquanto sobe em cima da cama ficando entre as pernas de Haydée, sem cerimônias abaixa a cabeça e com a ponta dos dedos afasta os grandes lábios do sexo de sua amada. Com a língua dá uma suave lambida provocando um suave tremor.  Annie começa a lamber, a chupar e a sugar o clitóris de Haydée fazendo esta gemer e se contorcer pedindo por mais, com os dedos volta a penetrá-la, mas agora de forma mais lenta e carinhosa, fazendo Haydée soltar uns gritinhos que a enlouqueciam e a empolgavam ainda mais. Degusta todo o mel que lhe é oferecido em pequenas doses, seus dedos escorregam fazendo vai e vem de maneira ritmada. Ao notar que Haydée já estava preste a alcançar ao clímax Annie começa a sugá-la e a penetrá-la com mais força até que Haydée derrama uma grande quantidade do néctar dos Deuses. Annie não se faz de rogada e se lambuza com aquela grande quantidade de mel, suga até a última gota.
Quando termina ela sobe até a boca de Haydée dando-lhe um beijo apaixonado, se aninha em cima de Haydée que a abraça.
-Estava com saudades – diz Haydée abraçando Annie.
- Eu também, nada de filhos por um bom tempo, mais um resguardo e eu me mato – diz beijando o pescoço de Haydée.
As duas passam um final de semana maravilhoso em Paraty. Amam-se quase todo o tempo, só param para passear e comer. A saudade que sentiam uma da outra era imensa. Como mães preocupadas ligam para casa duas vezes por dia para saber como Valentina estava, e se estava pegando direito a mamadeira, aproveitavam também para saber de Carolina.

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Capitulo 50

Capítulo 50


[09/11/09]
Algum tempo depois...
- Olha Amor – aponta Annie – Ela está andando – Sorri olhando Valentina tentando se equilibrar.
Haydée sai correndo pela casa atrás de sua câmera, volta e filma Valentina dando os primeiros passinhos, caindo e levantando novamente.
-Amor, a chama para você – diz Haydée para Annie não parando de Filmar Valentina.
-Bebita, vem na mamãe - diz Annie para Valentina sorrindo.
Valentina olha para Annie e sorri, tenta andar, mas acaba caindo. Annie se ajoelha perto dela e fala:
- Levanta! Vem na mamãe – chama a menina de braços abertos.
Valentina vai engatinhando em direção a Annie, esta sorri para a filha e levanta se afastando.
- Que pilantra! – Solta Haydée rindo – Foi pelo caminho mais fácil.
-Não fala assim amor – repreende Annie.
-Desculpa!
- Bebita, a mamãe vai embora – diz Annie indo em direção a porta, dando tchau para Valentina.
- Mama! – diz Valentina fazendo cara de choro.
-Vem na mamãe! – Chama Annie com a mão.
Valentina tenta ficar de pé, vai se equilibrando, dando alguns passinhos, cai e levanta outra vez. Haydée e Annie ficam emocionadas com a persistência da pequena, que com passinhos lentos e bambos vai indo em direção a Annie.
Annie a pega no colo e a enche de beijos:
-Minha gatinha já está andando – diz alegremente para Valentina que ri para ela o tempo inteiro.
Haydée desliga a câmera e vai em direção a elas e chama Valentina para o seu colo, a menina se joga no colo de Haydée.
-Que upa gostoso! – Diz Haydée beijando a filha.
-Upa! – diz Valentina sorrindo.
- É meu amor, dá upa na mamãe – diz Haydée sorrindo.
Valentina olha para ela e a abraça sorrindo.
- Isso merece uma comemoração – diz Haydée.
-Lá vem! – diz Annie revirando os olhos.
-Vamos para o shopping? – pergunta Haydée.
-Amor é final de semana, aquilo deve estar um inferno – argumenta Annie.
-E daí?
- Eu não vou ficar carregando ela no colo não, ela está pesada – resmunga.
-Eu carrego – diz Haydée sorrindo.
- Então vamos – sorri Annie.
-Por que você não liga para ver se a Carol que ir?  - sugere Haydée.
-Vou ligar – diz indo em direção ao telefone.
Annie liga para Carol que rapidamente aceita o convite de ir ao shopping.
Annie entrega Valentina para a babá e pede para que ela a arrume.
Annie e Haydée se arrumam e vão para o quarto de Valentina vê se a babá já a arrumou.
Valentina estava com um vestido de tricô com gola vinho com detalhes em rosa claro e rosa chiclete na parte de cima, um casaquinho fino vinho por baixo do vestido, meia com listras patchwork, uma bota com pompons lilás, e uma tiara de laço lilás na cabeça.
-Que coisa mais linda – diz Annie pegando Valentina que assim que a viu entrar estendeu os bracinhos para ela.
- Olá! – diz Bertha que acabara de chegar.
-Oi bá! – diz Haydée – Nós vamos ao shopping, quer ir? - pergunta
- Não obrigada! Estou exausta do passeio que fiz com Ângela – responde bá – Que coisinha mais linda está essa menina – diz fazendo carinho em Valentina que enterra o rostinho no pescoço de Annie.
-Acho que alguém está com sono – diz Bertha sorrindo.
-A Haydée que vai carregar ela no shopping – diz Annie ajeitando Valentina no seu colo.
-Vou nada, vou colocar ela no carrinho se ela dormir – diz Haydée sorrindo.
As duas pegam Carolina e seguem para o shopping.
Annie e Haydée aproveitam para ver algumas coisas para o aniversário de um ano de Valentina.
- Mãe, eu posso comprar bala ali no quiosque com a Valentina? – pergunta Carolina.
- Pode, mas cuidado para não se perder, e cuidado com ela – responde Annie, pegando dinheiro e dando para Carolina.
Carolina pega Valentina no colo e vai com ela comprar bala.
- Amor, nós temos que decidir do que vamos vestir a Valentina – diz Haydée olhando algumas fantasias.
- Como o tema é circo, acho que fica melhor colocarmos ela de palhaça – diz Annie.
- Palhaça? – pergunta Haydée.
- Aham!
- Mas só tem fantasia feia – diz olhando algumas fantasias de palhaça – E todas são super meninos.
-Podemos criar uma fantasia para ela – diz pensativa.
-Acho melhor – concorda Haydée.
Carolina volta com Valentina, que rapidamente pula para o colo de Haydée.
-Está gostoso o pirulito meu amor? – pergunta Haydée para a menina, que tira o pirulito da boca e dá para a Haydée – Mamãe não quer não linda – sorri dando um beijo na bochecha rosadinha de Valentina que volta a chupar seu pirulito de morango.

Casa dos pais de Annie.

-Annie disse que Valentina começou a andar – diz Ângela sentando-se ao lado de Paulo.
-Ela está uma graça – diz feliz –Outro que está crescendo muito rápido é o Davi, está à cara de Sérgio.
- Temos netos lindos – diz Ângela orgulhosa – Carolina está uma moça, olho para ela e nem parece que há alguns meses ela passou por tudo aquilo.
- É verdade – concorda Paulo.

Casa de Annie e Haydée

- Como foi o passeio? – pergunta Bertha.
- O shopping estava lotado, e essa gordinha – fala Haydée dando um beijo em Valentina – só quis ficar no meu colo, já nem sinto os meus braços – diz fazendo uma careta engraçada.
-Bá! – fala Valentina abrindo os bracinhos para Bertha.
-Vem com a Bá! – diz Bertha pegando a menina no colo e se sentando com ela no sofá.
“Sinto-me muito feliz, hoje fui ao shopping com a mamãe, Haydée e a minha irmã Valentina. Foi super legal, minha mãe Annie comprou várias roupas e acessórios para mim. Minhas amigas vão ficar morrendo de inveja quando virem tudo o que eu ganhei. Estou bem de saúde, tinha me esquecido de escrever a respeito, rsrs. Meu cabelo já está crescido, estou “normal” novamente. A leucemia ficou no passado. Eu devo a minha cura a minha mãe Annie. Ela provou que me ama acima de qualquer coisa, também devo a minha cura e a minha vida a minha irmã, pois sem ela não estaria aqui hoje, por isso que sou tão grudada nela. Eu a protegerei sempre, serei a sua melhor amiga. Farei tudo que estiver ao meu alcance para fazê-la feliz, pois a amo muito. Os momentos de tristeza ficaram para trás, as lagrimas secaram, agora só tem espaço para alegrias e sorrisos em minha vida.” Carolina.

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Capitulo 51

Capítulo 51


[12/11/09]
Algum tempo
-Elas são lindas juntas – Fala Marisa olhando para Carolina e Valentina, que já estava andando – A Valentina está à cara da Carolina quando tinha essa idade.
-É verdade – Comenta Annie olhando para as duas filhas.
-Amor – chega Haydée correndo – Os meus pais chegaram ao Brasil, vou buscá-los no aeroporto.
- Manda o motorista buscar amor – reclama Annie – É o aniversário da nossa filha – a olha brava – Você não pode se ausentar – conclui fazendo bico.
-É rapidinho – diz fazendo um carinho no cabelo de Annie.
-Rapidinho nada, o galeão é muito longe daqui – Diz emburrada.
-Ok! Vou ligar para eles e falar que o motorista que irá buscá-los – Diz Haydée saindo revoltada.
- Por que você fez isso? Ela ficou chateada. São os pais dela – diz Marisa dando bronca.
-E é aniversário da filha dela, temos várias coisas programadas para ela ficar fora – diz Annie brava.
-Mama – diz Valentina chamando Haydée que dava ordens ao motorista.
-Oi meu amor! – faz um carinho na cabeça de Valentina e continua dando as ordens para o motorista. Valentina a chama novamente, agora abrindo os bracinhos pedindo colo, mas o celular de Haydée toca e ela ignora a menina que começa a chorar.
- Vem com a nina – Diz Carolina pegando a irmã no colo, quando faz isso, Valentina começa a chorar ainda mais abrindo os braços para Haydée e a chamando:
- Mama – fala a menina entre soluços com os bracinhos abertos.
-Espera um pouquinho meu amor – diz Haydée falando com os pais no telefone.
Annie se aproxima ao ver que a filha chorava desesperada.
-O que foi que aconteceu Carol? Por que ela esta chorando desse jeito?
-Ela quer a Haydée, mas esta está falando no celular e dando ordens para os empregados – responde a menina sacudindo Valentina em seu colo a fim de fazer com que ela parasse de chorar, mas não adiantava. A menina queria Haydée.
-Vem com a mamãe – diz Annie a chamando para o seu colo. Valentina faz que não com a cabeça e chama Haydée:
-Mama!
-Amor, pega ela para mim. Estou ocupada agora – fala Haydée tirando o celular do ouvido.
- Você não percebeu que ela quer você? – pergunta brava – Será que você pode dar um pouco de atenção para a nossa filha? – a fuzila com o olhar.
-Que merda! – fala Haydée Brava – Eu estou tentando arranjar uma van executiva, porque meus pais e meus irmãos estão no Brasil. Você não mandou eu ficar aqui? Então, estou resolvendo as coisas pelo telefone – fala de forma estúpida.
-Vai para onde você quiser Haydée – grita Annie, pegando Valentina no colo e saindo com esta que chorava compulsivamente.
-MERDA! – xinga Haydée – Tudo tem que ser na hora que ela quer do jeito que ela quer – fala socando o vento.
-Calma minha menina! – diz Bertha chegando.
-Calma? Eu não fiz nada de errado. A Valentina começou a chorar querendo ficar comigo, mas eu estou resolvendo várias coisas no celular, não dá para ficar com ela agora. A Annie se irritou por causa disso – desabafa Haydée.
-Daqui a pouco está tudo bem – sorri Bertha.
-Eu não teria tanta certeza – pensa Haydée em voz alta.
-Por quê? – pergunta Bertha.
-Ela está revoltada comigo por vários motivos – responde Haydée – Primeiro pela viagem que eu farei a trabalho como estilista, segundo porque eu disse que não quero ter filhos nascidos de mim, terceiro porque essa semana quase não tenho dado atenção para ela e para Valentina, e para piorar tudo, eu ignorei a Valentina agora – Conclui fazendo uma careta .
- Vocês precisam conversar – Fala Bertha – Antes que isso vire uma bola de neve e vocês tenham problemas.
-Falarei com ela quando der – desconversa Haydée.
Annie passa um tempão tentando acalmar Valentina que chorava chamando Haydée. A menina chora até cansar. Carolina tenta a todo custo distrair a menina, mas esta não liga para a irmã, fica com o rostinho enterrado no peito de Annie chorando, e acaba dormindo.
-Ela dormiu? – pergunta Ângela fazendo um carinho na cabeça de Valentina.
-Dormiu depois de chorar por mais de meia hora – responde Annie com raiva.
-O que aconteceu? – pergunta Ângela sem entender.
Annie com raiva explica o que aconteceu.
-Eu entendo o lado da Haydée – Diz Ângela compreensiva – Ela estava resolvendo as coisas para poder atender a todos. Você porque não queria que ela saísse da festa para buscar os pais, e aos pais que acabaram de chegar ao Brasil, e estão esperando que os busque. Tente ser mais compreensiva, meu amor – diz dando um beijinho na cabeça de Annie.
-Era só o que me faltava – diz Annie revirando os olhos – Você do lado da Haydée.
-Eu não estou do lado de ninguém, apenas acho que você está sendo injusta com a sua companheira – responde Ângela saindo.
Annie fica de cara amarrada com Valentina no colo. Carolina desiste de ficar perto da mãe, pois esta está visivelmente irritada e vai paparicar o primo, filho de Sérgio e Heloisa.

Mundo de Caramelo
Danna Paola
Hazme um mundo de caramelo
Llena el aire con algodón
Qué los dulces caigan del cielo
Las estrellas piñatas son
De repente las alegrías
Se me antojan de corazón
Si me como a besos la vida
Chocolates los sueños son
Pa' que todo lo que esté bueno
Siempre esté a punto de turrón
Si los dulces son de colores
Los recuerdos también lo son
En el cine las palomitas
El calor para los raspados
Chocolate de la abuelita
Para el frío del corazón
Picosita la vida
Dulcecito el amor
Sonrisitas de nieve
Que me regalen un rayito de sol
Arrocito con leche
Pa' vivir
Para darle sabor a todo lo que de pronto
Se queda triste, se queda solo
Uoh, uoh…
Quiero un mundo de caramelo
Donde todo sepa mejor
Y esa niña que llevo dentro
Se me escape del corazón
Pa' que jueguen con sus amigos
Y se ría con todo el mundo
Que la risa de todos los niños
Es la musica del amor
Hazme um mundo de caramelo
Llena el aire con algodón
Qué los dulces caigan del cielo
Las estrellas piñatas son
De repente las alegrías
Se me antojan de corazón
Si me como a besos la vida
Chocolates los sueños son

Os pais de Haydée chegam juntamente com os irmãos desta. Cumprimentam a todos, brincam um pouco com Valentina que já havia acordado e que brincava no colo de Carolina. Haydée estava no telefone resolvendo algumas coisas, estava afastada de todos, pois Annie a estava fuzilando com os olhos. Assim que termina a ligação ela desliga o celular e volta para perto dos outros. Ao Vê-la Valentina desce do colo de Carolina e corre para Haydée, esta desvia da menina e a pega por trás, enchendo-a de beijos e cócegas. Valentina ri divertida.
- Ela é muito agarrada com Haydée, não é? – Pergunta Carlos.
-Demais – responde Ângela.
Haydée se aproxima de Annie e entrega os dois celulares desligados, e vai brincar com Valentina em um dos muitos brinquedos que tinha no salão de festas.
Annie ainda estava emburrada, coloca os dois celulares na mesa e continua a conversa com os sogros.
Bertha observa Haydée brincando com Carolina e Valentina na piscina de bolinhas. Enquanto elas brincavam o fotografo contratado tirava fotos das três.
Bertha se aproxima de Annie e fala:
-Você vai continuar emburrada enquanto sua esposa e suas duas filhas brincam? - fala Bertha – Ela está com elas se divertindo, e você está aqui com a cara emburrada – Alfineta.
Annie olha para a Bertha e percebe a mancada que dera com Haydée. Agora era ela que não estava dando atenção para sua família e não Haydée. Sem graça ela se levanta e vai até a área de recreação. Ao chegar lá vê Valentina brincando feliz com Haydée e  Carolina na piscina de bolinhas. Sorri para elas, Haydée sai da piscina de bolinhas e se aproxima de Annie.
-Amor, me perdoa pela minha ignorância – diz carinhosa – Eu não queria gritar com você nem ignorar a nossa filhinha, mas eu me irritei porque voc.. – é impedida de continuar, pois Annie dera um selinho surpresa nela.
- Eu que tenho que te pedir desculpas. São os seus pais, eu tinha que entender o seu lado de filha também, mas só cobrei o seu lado de mãe e esposa – diz fazendo carinho nos cabelos de Haydée.
- Eu te amo! – diz Haydée apaixonadamente.
-Eu também te amo! – diz Annie sorrindo para Haydée, que a surpreende com um beijo apaixonado, não se importando com o olhar dos curiosos. Quem assistia aquela cena via transparecer o amor que uma sentia pela outra, o carinho, a química que existe entre elas.
Haydée após o beijo puxa Annie para piscina de Bolinhas. Valentina fica no meio delas brincando com Carolina, tacando bolinhas na irmã. As quatro riam divertidas, sem se importar com os outros. Elas eram uma família como qualquer outra, não importava preconceito, não importava nada, apenas o amor e o respeito que elas tinham uma pela outra.

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Capitulo 52

Capítulo 52


[16/11/09]
“O amor é tudo, Amor é asas, Amor é Momento, Amor é sede, Amor é água, Amor é mundo, Amor é alimento, Amor é corpo, Amor é alma, Amor é magia, Amor é do vento eternamente”.
(Sara Tavares – Amor é)

Amor Real
Sin Bandera
http://www.youtube.com/watch?v=k1qxVYWd1Mg

Un día más se llena de color
Y tu vendrás llenándolo de amor
Yá no me preocupo al caminar
Porque tu estás aqui (porque tu estás aqui)
Y pierdo todo el miedo que me da
Porque tu crees en mi
Tu me enseñaste a disfrutar

Mi vida mucho más
Dejando el sufrimiento atrás
Dándome...

Un amor real
Siempre tan natural
Lleno de libertad
Lleno de dar
Eres tu quien sabe bien
Lo que es amar
Un día más de mi pasión por ti
Y tu vendrás para hacerme sentir
Que el límite de la felicidad
No llegará jamás
Que cada nuevo amanecer trairá
Una sorpresa más
Tu me enseñaste a disfrutar

Mi vida mucho más
Dejando el sufrimiento atrás
Dándome...

Un amor real
Siempre tan natural
Lleno de libertad
Lleno de dar
Eres tu quien sabe bien
Lo que es amar
Vivir...

Disfrutar...
Reír...
Cantar...
Y dar sin preguntar...
Un amor real

Siempre tan natural
Lleno de libertad
Lleno de dar
Eres tu quien sabe bien
Lo que es...
Un amor real

Siempre tan natural
Lleno de libertad
Lleno de dar
Eres tu quien sabe bien
Lo que es amar

“Nunca imaginei que pudesse sentir tanta felicidade. Quando era pequena adorava ler contos de fadas, tudo bem que eu queria uma princesa e não um príncipe. Hoje vejo que os contos de fadas são reais, pois encontrei a minha princesa encantada, aquela que me enche de amor e de alegria, aquela com quem vivo um amor mágico como os de conto de fadas. Eu sei que a vida não é um conto de fadas, e que não se vive só de amor. Que todos os dias passamos por situações difíceis, que temos muitos problemas, mas não podemos ficar focados apenas nos problemas diários que enfrentemos, precisamos acreditar em um mundo melhor, em conto de fadas. Deixar com que a nossa criança interior saia para brincar às vezes. A vida é dura para todos, mas se deixarmos que a vida nos torne pessoas duras não poderemos nunca alcançar a felicidade. Eu alcancei a minha e farei o impossível para que essa felicidade dure pelo resto dos meus dias.” Haydée.
Sabe quando você pára e se dá conta do quanto é feliz, e que nada pode destruir a sua felicidade? É assim que me sinto agora.
Paro para pensar em toda a minha vida, em tudo que aconteceu comigo. Lembro-me dos momentos tristes, lembro de como era há alguns anos e como sou hoje. Antes pensava que a vida não tinha sentido, vivia pelos cantos remoendo um passado, sofrendo pelo mesmo.
Dizem que o cara lá de cima escreve certo por linhas tortas, que todos nós devemos passar por algumas provações, por obstáculos, porque só assim estaremos preparados para a felicidade plena e para a vida.
Quem nunca reclamou da vida? Quem nunca culpou os outros pelos seus problemas? Quem nunca falou algo que não devia e sofreu conseqüências? Quem nunca magoou alguém? Quem nunca pecou?  Quem nunca julgou sua vida ruim? Quem nunca achou que seus problemas eram tão difíceis que não tinham solução? Quem nunca quis jogar tudo para o alto? Quem nunca teve medo? Quem nunca errou?...
Passamos tanto tempo reclamando das coisas erradas que acontecem na nossa vida, que nos esquecemos de parar para pensar em uma solução para cada uma delas. É muito mais fácil se fazer de coitadinho, a enfrentar seus problemas, a lutar pelos seus fantasmas interiores. Hoje percebo quanto tempo perdi, quantos anos da minha vida passei me lamentando por coisas das quais eu fui culpada. Sofri bastante, mas apenas pensava na minha dor, no meu sofrimento. Eu não pensava em ninguém mais, apenas em mim. Fui egoísta ao ponto de não perceber que com o meu sofrimento estava fazendo as pessoas a minha volta sofrerem, mas ninguém fica tanto tempo com os olhos vendado, não é?
Eu encontrei alguém que me fez ver as coisas de forma mais clara, que me fez parar para pensar em toda a minha vida. Que me fez perceber que nenhum problema é grande demais para que não possa ser resolvido, que o amor pode ser sim lindo quando os sentimos verdadeiramente.
Todos os dias quando acordo e vejo os rostinhos de Valentina e Carolina meu peito parece que vai transbordar de tanta felicidade, mais ainda quando vejo o rosto do meu amor. Sinto-me completa, realizada... me sinto VIVA. Hoje sei que nada nem ninguém é capaz de destruir a minha felicidade, sei também que ainda enfrentarei muitas coisas, passarei por muitos obstáculos, mas nada importa desde que eu tenha ao meu lado as pessoas que amo.Por falar em amor, foi esse sentimento que me fez estar aqui hoje, foi esse sentimento que me fez viver novamente.
Agradeço todos os dias a Deus por ter colocado Haydée em minha vida.  Ela me ensinou tantas coisas como: que nem todas as pessoas são iguais, que todos merecem uma segunda chance, ela me ensinou a perdoar, me ensinou a ser espontânea, mas a mais importante de todas dela foi que: Ela me ensinou a amar e me deixar ser Amada, Hoje sei o real significado da palavra amor, pois o sinto forte em meu peito. É algo inexplicável, algo mágico que mexe com cada célula de nosso corpo quando estamos ao lado de que amamos. Haydée costuma dizer que o amor não se explica, simplesmente, se sente.
Eu aprendi também que passado passou, não importa o quanto você tenha sofrido com experiências ruins, não importa se um amor partiu seu coração etc. Cada acontecimento em nossa vida seja ele bom ou ruim serve para nos fazer crescer, aprender, faz com que nos tornemos fortes para podermos enfrentar qualquer problema.
A vida é linda demais para passarmos metade dela reclamando, nos lamentando por determinadas coisas, ou por um amor que não deu certo.
Ainda existem pessoas no mundo que valem à pena, que podem te ensinar muitas coisas que você nem imagina. E o mais importante: ainda existem pessoas no mundo com a capacidade de nos fazer felizes, de nos fazer enxergar a vida de uma forma que só quem é feliz é capaz de ver, de que só quem ama entende.
Annie.
“Esse amor que aquece o peito ao ponto de quase queimar, esse amor inevitável,
Doce desespero. Esse amor que transforma corpo e alma,
Esse amor - diante dele tudo é suspiro, tudo é mínimo, tudo é grão.”  (Sara Tavares)
Acredite!
Não desista... Você pode ser feliz... Basta você acreditar e querer ser.

Fim
Olá Amigas (os)!
Termina aqui o meu conto Cicatrices. Que agradecer a todos que me acompanharam nesses meses pelo carinho e pela amizade. Se esse conto teve um fim foi graças a vocês.
Agradeço a ojosnegros por ter me apoiado desde que o conto era apenas uma idéia, por sempre ter estado ao meu lado. Obrigada! Você sabe o quanto é importante na minha vida fora da net.
A cada uma das meninas que comentavam. Vocês não sabem o quanto isso é importante, não tenho nem palavras para agradecer todo o carinho de vocês.
Ao meu amor, meu xuxu, meu docinho por sempre estar ao meu lado, por me dar apoio em todos os meus projetos de vida, por nunca me deixar sozinha. Te amo Bebê!
A equipe do livre arbítrio por ceder o espaço para eu  postar minha estória, e por ter me recebido tão bem.Vocês são o máximo.Obrigada equipe L.A.
Espero de coração que vocês gostem de final.
Antes que me perguntem:
-Quando você vai escrever outra estória?
Eu Já respondo:
-Não sei. Pode ser daqui uma semana, um mês, um ano...ou talvez nunca mais. Mas independentemente de voltar ou não escrever, sempre as terei eu meu coração.
Beijos carinhosos,
Belladonna.

Para quem estava curiosa em saber em quem eu me inspirei para escrever os personagens

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