Esse é um conto da autora: ojosnegros.. também pode ser encontrado no site Livre Arbitrio.
“ Sou como um barco a navegar sem rumo.Ando à deriva....na noite sem luar.Procuro um farol que me ilumine e que me guie ,onde eu possa atracar minha vida.”
Capítulo 1 .Seqüestrados
[01/06/2011]
Primeira página do jornal Le Monde:
“... Luto musical:
Foi encontrado hoje,nas primeiras horas da manhã ,desta segunda feira,o corpo da premiadíssima pianista francesa Marie -Béatrice Mirabaud . As causas da morte até o momento ainda são duvidosas.O corpo foi encontrado em meio à uma poça de sangue no foyer do saguão do teatro, onde ela se apresentara no sábado.Dando a impressão de queda da escada principal .Acidente?Suicídio? A policia trabalha com ambas hipóteses...
....O meio artístico chora tão grande perda...”
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Foi encontrado hoje,nas primeiras horas da manhã ,desta segunda feira,o corpo da premiadíssima pianista francesa Marie -Béatrice Mirabaud . As causas da morte até o momento ainda são duvidosas.O corpo foi encontrado em meio à uma poça de sangue no foyer do saguão do teatro, onde ela se apresentara no sábado.Dando a impressão de queda da escada principal .Acidente?Suicídio? A policia trabalha com ambas hipóteses...
....O meio artístico chora tão grande perda...”
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Calçando rapidamente as botas ,Pablo sai correndo quase que pulando em um pé só.Conseguindo finalmente que fique calçado ,ele sai da casa e vai em direção ao estábulo.Olha para trás e grita todo eufórico para sua irmã ,que vinha lentamente pelo mesmo caminho.
-Anda Lupe,vamos logo.Olha que te deixo para trás.
O menino correu mais ainda para chegar perto dos cavalos ,que arreados ,os esperavam seguros por um peão.Este ria da alegria do pequeno neto de seu patrão.
Pablito, como era conhecido por todos ,tinha 10 anos.Moreno de cabelos lisos e olhos muito negros ,era o único neto homem de Alejandro Maldonado.Estava na fazenda do avô passando os dias de suas férias escolares.E logo no segundo dia queria fazer aquilo que sonhava o ano todo:andar à cavalo.Por isso ele acordara cedo e fez o mesmo com sua irmã Lupe que vinha remoendo pelo caminho...
-“ Não sei como ainda caio na conversa do Pablito,burra fui em concordar com a idéia de andar à cavalo ...que sono...preferia (ela abre a boca de sono) estar na minha cama ... prevejo que estas férias vão me deixar cansada...” Mais um longo e preguiçoso bocejo...
Guadalupe,moça de 22 anos,cabelos negros como os do irmão e de lindos e faiscantes olhos negros.Boceja novamente .Era de estatura mediana.Nem muito alta nem muito baixa.Rosto bonito com boca sensual...como dizia sua mãe...puxara à sua avó materna....
Eram filhos do embaixador da Colômbia no Brasil.Seu pai um ex militar , agora estava em férias.Fora nomeado pelo novo governo para ser o embaixador de seu país junto a ONU.Por isso estavam esperando o dia da transferência.Enquanto isso não acontecia, eles resolveram passar uns dias na fazenda de seu velho avô,no interior da Colômbia.
A fazenda ficava perto da cidade de Ciénagua . Era uma antiga fazenda de plantação de bananas.Agora que o domínio dos americanos estava diminuindo na região, o povo podia voltar a ter seus próprios cultivos.Antes tinham de se submeter ao domínio americano,ou trabalhavam para eles ou iam embora das terras
Pablo estudava em um colégio em Brasília.Guadalupe no entanto, estuda desde os 10anos em Paris.Desde que seu pai fora embaixador neste pais ela se apaixonou pela cidade e ali ficou.Vinha só nas férias para Brasília.
Seu pai comprara um apartamento para ela ,quando mudaram de embaixada.Pois desde a tenra idade demonstrara seu dom para a música.E quando seu pai era embaixador de seu pais na França ,ali aprimora seus estudos.E agora é considerada uma eximia pianista pelos seus professores .Já se apresentara em várias cidades e muitas capitais . Na área camerística acompanhou renomados instrumentistas da flauta ,violoncelo e trompete.Este ano sonha em começar um curso em um famoso conservatório francês.
Mas agora, estava de férias.... preferia ter ficado no Brasil ,pois ali tinha algumas amigas que fizera quando vinha visitar a família.Mas seus pais acharam que era melhor a fazenda do avô.Primeiro ,que eles queriam um lugar longe dos grandes centros e queriam se preparar para a mudança .Por conta de Pablito eles morariam para sempre junto do avô.Ali era o lugar ideal para ele.Mato,cavalos e muitos outros bichos.Segundo motivo ,o seu avô estava muito idoso e muito doente e queria ficar perto dos netos.
Guadalupe gostava do lugar ...mas preferia ficar na cama ....ou em Brasília passeando com suas amigas,todas brasileiras que também estudavam na França.Ela as convencera a ir para lá ,pois assim poderia ter com quem conversar e passear.
Chega muito lentamente e olha para o animal.
-“Céus ...ele também parece não querer passear...como eu ,que sono.....”
-Anda logo molóide ,grita Pablo já montado.Vamos logo.
-Calma Pablito....deixa eu acordar primeiro.
-Larga disso Lupe.Você prometeu ...vamos logo.
-Já vou ....ela monta no cavalo e saem andando pela trilha junto ao bananal.Coloca na cabeça, um lindo sombreiro mexicano que ganhara de uma de suas amigas.
-Senhorita,grita o peão...não vá muito longe....pode ser perigoso.
-Ouviu o que ele disse Pablo? Nada de se meter no mato.
-Qual o problema? Perigo.Estas pessoas vêem perigo em tudo.O que pode acontecer aqui?É a fazenda do vovô.
-Anda Lupe,vamos logo.Olha que te deixo para trás.
O menino correu mais ainda para chegar perto dos cavalos ,que arreados ,os esperavam seguros por um peão.Este ria da alegria do pequeno neto de seu patrão.
Pablito, como era conhecido por todos ,tinha 10 anos.Moreno de cabelos lisos e olhos muito negros ,era o único neto homem de Alejandro Maldonado.Estava na fazenda do avô passando os dias de suas férias escolares.E logo no segundo dia queria fazer aquilo que sonhava o ano todo:andar à cavalo.Por isso ele acordara cedo e fez o mesmo com sua irmã Lupe que vinha remoendo pelo caminho...
-“ Não sei como ainda caio na conversa do Pablito,burra fui em concordar com a idéia de andar à cavalo ...que sono...preferia (ela abre a boca de sono) estar na minha cama ... prevejo que estas férias vão me deixar cansada...” Mais um longo e preguiçoso bocejo...
Guadalupe,moça de 22 anos,cabelos negros como os do irmão e de lindos e faiscantes olhos negros.Boceja novamente .Era de estatura mediana.Nem muito alta nem muito baixa.Rosto bonito com boca sensual...como dizia sua mãe...puxara à sua avó materna....
Eram filhos do embaixador da Colômbia no Brasil.Seu pai um ex militar , agora estava em férias.Fora nomeado pelo novo governo para ser o embaixador de seu país junto a ONU.Por isso estavam esperando o dia da transferência.Enquanto isso não acontecia, eles resolveram passar uns dias na fazenda de seu velho avô,no interior da Colômbia.
A fazenda ficava perto da cidade de Ciénagua . Era uma antiga fazenda de plantação de bananas.Agora que o domínio dos americanos estava diminuindo na região, o povo podia voltar a ter seus próprios cultivos.Antes tinham de se submeter ao domínio americano,ou trabalhavam para eles ou iam embora das terras
Pablo estudava em um colégio em Brasília.Guadalupe no entanto, estuda desde os 10anos em Paris.Desde que seu pai fora embaixador neste pais ela se apaixonou pela cidade e ali ficou.Vinha só nas férias para Brasília.
Seu pai comprara um apartamento para ela ,quando mudaram de embaixada.Pois desde a tenra idade demonstrara seu dom para a música.E quando seu pai era embaixador de seu pais na França ,ali aprimora seus estudos.E agora é considerada uma eximia pianista pelos seus professores .Já se apresentara em várias cidades e muitas capitais . Na área camerística acompanhou renomados instrumentistas da flauta ,violoncelo e trompete.Este ano sonha em começar um curso em um famoso conservatório francês.
Mas agora, estava de férias.... preferia ter ficado no Brasil ,pois ali tinha algumas amigas que fizera quando vinha visitar a família.Mas seus pais acharam que era melhor a fazenda do avô.Primeiro ,que eles queriam um lugar longe dos grandes centros e queriam se preparar para a mudança .Por conta de Pablito eles morariam para sempre junto do avô.Ali era o lugar ideal para ele.Mato,cavalos e muitos outros bichos.Segundo motivo ,o seu avô estava muito idoso e muito doente e queria ficar perto dos netos.
Guadalupe gostava do lugar ...mas preferia ficar na cama ....ou em Brasília passeando com suas amigas,todas brasileiras que também estudavam na França.Ela as convencera a ir para lá ,pois assim poderia ter com quem conversar e passear.
Chega muito lentamente e olha para o animal.
-“Céus ...ele também parece não querer passear...como eu ,que sono.....”
-Anda logo molóide ,grita Pablo já montado.Vamos logo.
-Calma Pablito....deixa eu acordar primeiro.
-Larga disso Lupe.Você prometeu ...vamos logo.
-Já vou ....ela monta no cavalo e saem andando pela trilha junto ao bananal.Coloca na cabeça, um lindo sombreiro mexicano que ganhara de uma de suas amigas.
-Senhorita,grita o peão...não vá muito longe....pode ser perigoso.
-Ouviu o que ele disse Pablo? Nada de se meter no mato.
-Qual o problema? Perigo.Estas pessoas vêem perigo em tudo.O que pode acontecer aqui?É a fazenda do vovô.
Juan Maldonado ,um homem moreno, de vastos cabelos negros se aproxima da janela do segundo andar da casa da fazenda:
-Sara? As crianças foram a andar à cavalo?
-Sim ,sua esposa chega até a janela,olhando os dois filhos que saíam à cavalo.Pablito chantageou Lupe para que fosse com ele.Ela concordou.
-Chantageou? Como assim? O que ela fez?
-Não entendi bem...me pareceu algo relacionado à um artigo que ela colocou na internet...mas ela não me falou nada.
-Mas ,não acha melhor a companhia de alguém ? Um peão por exemplo? Não acha perigoso saírem assim?
-Perigoso Juan? Sara ,sua esposa uma mulher bonita ,com um olhar imponente , o observa fixamente.Seus cabelos eram bem claros ....castanhos dourados...olhos claros ....castanhos esverdeados....era filha de mãe colombiana e pai brasileiro.Temperamento ardente e muito sensual ,ela sempre trazia o marido sob seu comando.Este apaixonado,sempre a atendia em tudo...
-Sim amor...sabe bem onde estamos...e ainda mais agora ,que vou ocupar este novo cargo...
-Então peça para o Luiz ir junto com eles... ele conhece bem do lugar.
-O Luiz? Deve estar dormindo...do jeito que é dorminhoco ,não vai ser aqui que iria acordar tão cedo.
-Belo secretário este que foi arranjar... bom é de garfo....como come esse danado ,precisa isso sim ,é exercitar...mande um empregado o acordar e que ele vá junto com as crianças.
Luis é acordado e logo está cavalgando atrás dos filhos do seu patrão.Era ainda bem moço ...mas como gostava de uma boa mesa ,andava meio fora de forma...por isso andar à cavalo e logo aquela hora, não era bem o que sonhara para estas férias.Mas como sempre obedecia à Juan ,não seria agora ,que colocaria seu cargo à disposição da mulher dele.Pois desde o inicio sentira a animosidade que vinha da mulher de Juan.Esta implicara com ele desde o primeiro dia.Ele até agora não descobrira o motivo.
Fez o animal galopar em direção indicada pelo empregado e logo avistou os dois margeando o bananal .Grita por eles.
Ao escutarem sua voz o esperam....Pablito meio enfezado ao ver o secretário do pai indo ao encontro deles:
-Viu Lupe? Papai não nos deixa fazer nada...olha só quem vem aí.Pelo jeito ainda nem acordou... zomba o menino,vendo os cabelos despenteados do secretário.A barba por fazer e a roupa mal ajeitada no corpo.
-Deixa ele ,Pablo. O coitado só está obedecendo .Pare de pegar em seu pé.
-Tudo bem...ri Pablito.Mas ele é estranho...e sei que está caidinho por alguém...
-Pare com isso!Não comece ...basta a sua chantagem de ontem....
-Fazer o que? Descobri o que você lê na internet e o com quem mantém correspondência....
-Olha lá Pablo...mamãe e papai nunca devem ficar sabendo disso....
-Que você gosta de mulher? Ele dá uma risada....não se preocupe eu não sou dedo duro...não ligo ...
-Mas ontem me ameaçou...
-Só de brincadeira Lupe.Eu não ia dizer nada,eu juro.Foi só para você vir comigo,não tem graça andar sozinho.Mas, agora com este aí ,vai ser um saco.
Luiz chega até eles muito suado e vermelho.Tenta um sorriso meio sem graça:
-Que bom que me esperaram...não gosto de andar à cavalo,diz se ajeitando em cima da sela.Posso ir com vocês?
-Pode. Fazer o quê? Fala Pablito já meio desanimado.
-Onde vão?
-Por aí Luiz,fala Guadalupe,fazendo seu cavalo andar mais rápido.
Mas logo Pablito se esquece da presença incomoda e passa a se divertir.Tudo que vê é motivo de festa.Os animais que vão aos poucos saindo de suas tocas,as aves com seus piados ....enfim para um menino de cidade até uma simples teia de aranha é motivo de contentamento.Fala sem parar o que incomoda muito Guadalupe , que prefere mais o silêncio.
Mas não fala nada contra a alegria de seu irmão.Gosta muito dele,mesmo que haja uma grande diferença de idade entre eles.
Ele é o seu presente que ganhara de papai Noel.Ela sorri ,se lembrando deste seu pedido quando era criança.Escrevera uma cartinha pedindo um irmão de natal e nada mais.Explicou ao papai Noel que se sentia muito sozinha.
Quando ele nascera foi o dia mais feliz de sua vida.Ele passou a ser melhor companhia. Toda sua vida agora girava em torno do irmão.O viu crescer ,ajudando em tudo que podia.Ensinava-o a ler, a se vestir....era a segunda mãe .
Se tornaram grandes amigos.
Agora que está longe dele, não se deixaram de falar .Conversam pela internet , sempre que consegue um tempinho em sua vida corrida e cansativa.Ele lhe conta tudo que acontece e ela dá seus palpites e conta também o que se passa com ela.Um era o refugio e estímulo do outro.Seu irmão era muito inteligente e esperto para a idade.
-Para um pouco Pablito ...não dá para parar um pouco?Ela boceja, quase se deitando em cima do cavalo.O sombreiro a cobre quase por inteira.
-O que acontece ? Ele olha para sua irmã ...ainda está com sono?Ah! Lupe....vamos ...acorda...está perdendo tanta coisa bonita...depois vai se arrepender e vai ficar perguntando coisas para mim.
-Deixa sua irmã Pablito,fala Luiz, vamos nós descobrindo as coisas ...
-Com você? Ah! Larga Luiz ....eu sei que está aqui só porque o papai ou a mamãe mandou.
Luiz finge que não ouviu e lhe indica um pequeno macaco que comia uma banana:
-Olha.... ele já até sabe descascar a banana.
Pablito fica todo empolgado com o pequeno símio. Vai até bem perto, espantando o pequeno animal para uma árvore mais alta.
-Viu só seu curioso ,para que chegar tão perto? Critica sua irmã,agora ele fugiu de medo.
-Ora não amole Lupe ,ele é medroso.
-Olha lá ,indica Luiz ,uma preguiça .Ele mostra um galho de uma possante árvore.
-Onde? Não vejo nada fala Pablito, olhando para a árvore,um pé de cedro.
-Lá naquele galho,viu?
-Ah ! Sim, que legal.O menino fica um bom tempo olhando o animal ,dependurado no galho da árvore...mas que moleza.Ele não se move?
-Muito raro ...ri Luiz.
-Vamos logo ,fala Lupe mais adiantada na trilha.Vai ficar o dia todo olhando um bicho que nem se move?
-Olha Guadalupe , indica Luiz ,olha esta orquídea...não acha bonita? Ele colhe uma das flores da exuberante planta e lhe dá ,muito galantemente.
Mas a reação de Guadalupe foi inesperada :
-Que foi fazer? Porque arrancou a flor de seu lugar?Ela olha para a bela flor com pena....ela ficava melhor onde estava...que horror!
-Ora ... a colhi para você...Luiz fica sem graça .
-Ih ! Ri Pablito,vejo que não conhece minha irmã mesmo...ela detesta quando alguém arranca uma flor ....ela gosta de flores ...nas sua plantas e não em jarros...se deu mal ...bobão!
–Desculpe Guadalupe,não sabia disso.
-Não faz mal...fazer o que? Já a matou mesmo.
Guadalupe furiosa se afasta dele .Sai resmungando algo parecido como: não entende mesmo da beleza natural....uma flor é bela quando permanece onde nasceu...e não nas mãos de um homem metido a galã....imagina....me dando uma flor....e ainda mais uma bela Catléia trianas....será que ele não sabe que é a nossa flor nacional?Vai chegando e colhendo como se fosse sua...homens....nojentos...
Ela não consegue continuar a resmungar ,pois seu irmão passa como um foguete por ela .Está correndo atrás de um outro animal que vira.Agora uma pequena anta .
O animal ,apavorado ,com a barulheira, se mete no meio do mato .Pablito não pensa duas vezes e vai atrás dele.
Não escuta os gritos de Luiz pedindo para não sair da trilha.
-Não entre aí Pablo....pode ser perigoso...
Nem bem acaba de falar e o menino volta .Vem acompanhado por dois homens mal encarados e armados.Trazem o seu animal preso pelas rédeas.
Luiz ao vê-los se assusta e quando vai reagir ,surgem mais quatro homens armados .Um deles chega nele e o puxa do cavalo,jogando-o ao chão.Luiz cai e na mesma hora leva uma coronhada no rosto.
Um dos homens chega em Guadalupe e lhe aponta uma pistola :
-Fica quieta e nos segue...ou matamos seu irmão...
Assustada ela obedece pois vê que ele s não estavam brincando ,pois ameaçavam Pablo com uma arma em direção à sua cabeça.
-Por favor....não o machuquem...
Sua voz era tremula e chorosa....
Um dos homens ,que parecia comandar o grupo , pega as rédeas de seu cavalo e lhe diz com voz firme :
-Olha moça,se obedecer nada acontece nem à você nem à seu irmão.Diga isso à ele.Não gostamos de machucar ninguém,mas não vacilaremos ...
Guadalupe assustada olha para seu irmão e lhe pede:
-Pablo....obedeça os homens, sim? Por favor....sem gracinhas...ou eles poderão te machucar...
-Eles sabem de quem somos filhos? O menino fala olhando com cara feia para o homem que segurava o cavalo de sua irmã.
-Parece que sim .....fique quietinho.
-Você.... o chefe se dirige à Luiz....entregue este bilhete aos seu patrão .Diga para ele nos obedecer ou nunca mais verá os filhos vivos.
Luiz muito assustado pega o bilhete onde estava escrito as exigências como resgate dos dois.Fica parado até que recebe outra coronhada ,agora no lado do corpo:
-Vá homem.... e nem pense em avisar o exército....
Luiz olha para os dois filhos de seu patrão.Pablo com raiva ,seguro por um homem barbudo e Guadalupe cercada por dois homens com uniformes de guerrilheiros...
-Sim senhor ....Ele sai correndo até o seu cavalo.Monta-o e volta para a casa grande.Vai com o coração nas mãos ....
-Céus eu não consegui defender os dois...que vou fazer agora?
Ao olhar para trás não vê mais ninguém e seu medo aumenta mais....
-Já foram.....
-Sara? As crianças foram a andar à cavalo?
-Sim ,sua esposa chega até a janela,olhando os dois filhos que saíam à cavalo.Pablito chantageou Lupe para que fosse com ele.Ela concordou.
-Chantageou? Como assim? O que ela fez?
-Não entendi bem...me pareceu algo relacionado à um artigo que ela colocou na internet...mas ela não me falou nada.
-Mas ,não acha melhor a companhia de alguém ? Um peão por exemplo? Não acha perigoso saírem assim?
-Perigoso Juan? Sara ,sua esposa uma mulher bonita ,com um olhar imponente , o observa fixamente.Seus cabelos eram bem claros ....castanhos dourados...olhos claros ....castanhos esverdeados....era filha de mãe colombiana e pai brasileiro.Temperamento ardente e muito sensual ,ela sempre trazia o marido sob seu comando.Este apaixonado,sempre a atendia em tudo...
-Sim amor...sabe bem onde estamos...e ainda mais agora ,que vou ocupar este novo cargo...
-Então peça para o Luiz ir junto com eles... ele conhece bem do lugar.
-O Luiz? Deve estar dormindo...do jeito que é dorminhoco ,não vai ser aqui que iria acordar tão cedo.
-Belo secretário este que foi arranjar... bom é de garfo....como come esse danado ,precisa isso sim ,é exercitar...mande um empregado o acordar e que ele vá junto com as crianças.
Luis é acordado e logo está cavalgando atrás dos filhos do seu patrão.Era ainda bem moço ...mas como gostava de uma boa mesa ,andava meio fora de forma...por isso andar à cavalo e logo aquela hora, não era bem o que sonhara para estas férias.Mas como sempre obedecia à Juan ,não seria agora ,que colocaria seu cargo à disposição da mulher dele.Pois desde o inicio sentira a animosidade que vinha da mulher de Juan.Esta implicara com ele desde o primeiro dia.Ele até agora não descobrira o motivo.
Fez o animal galopar em direção indicada pelo empregado e logo avistou os dois margeando o bananal .Grita por eles.
Ao escutarem sua voz o esperam....Pablito meio enfezado ao ver o secretário do pai indo ao encontro deles:
-Viu Lupe? Papai não nos deixa fazer nada...olha só quem vem aí.Pelo jeito ainda nem acordou... zomba o menino,vendo os cabelos despenteados do secretário.A barba por fazer e a roupa mal ajeitada no corpo.
-Deixa ele ,Pablo. O coitado só está obedecendo .Pare de pegar em seu pé.
-Tudo bem...ri Pablito.Mas ele é estranho...e sei que está caidinho por alguém...
-Pare com isso!Não comece ...basta a sua chantagem de ontem....
-Fazer o que? Descobri o que você lê na internet e o com quem mantém correspondência....
-Olha lá Pablo...mamãe e papai nunca devem ficar sabendo disso....
-Que você gosta de mulher? Ele dá uma risada....não se preocupe eu não sou dedo duro...não ligo ...
-Mas ontem me ameaçou...
-Só de brincadeira Lupe.Eu não ia dizer nada,eu juro.Foi só para você vir comigo,não tem graça andar sozinho.Mas, agora com este aí ,vai ser um saco.
Luiz chega até eles muito suado e vermelho.Tenta um sorriso meio sem graça:
-Que bom que me esperaram...não gosto de andar à cavalo,diz se ajeitando em cima da sela.Posso ir com vocês?
-Pode. Fazer o quê? Fala Pablito já meio desanimado.
-Onde vão?
-Por aí Luiz,fala Guadalupe,fazendo seu cavalo andar mais rápido.
Mas logo Pablito se esquece da presença incomoda e passa a se divertir.Tudo que vê é motivo de festa.Os animais que vão aos poucos saindo de suas tocas,as aves com seus piados ....enfim para um menino de cidade até uma simples teia de aranha é motivo de contentamento.Fala sem parar o que incomoda muito Guadalupe , que prefere mais o silêncio.
Mas não fala nada contra a alegria de seu irmão.Gosta muito dele,mesmo que haja uma grande diferença de idade entre eles.
Ele é o seu presente que ganhara de papai Noel.Ela sorri ,se lembrando deste seu pedido quando era criança.Escrevera uma cartinha pedindo um irmão de natal e nada mais.Explicou ao papai Noel que se sentia muito sozinha.
Quando ele nascera foi o dia mais feliz de sua vida.Ele passou a ser melhor companhia. Toda sua vida agora girava em torno do irmão.O viu crescer ,ajudando em tudo que podia.Ensinava-o a ler, a se vestir....era a segunda mãe .
Se tornaram grandes amigos.
Agora que está longe dele, não se deixaram de falar .Conversam pela internet , sempre que consegue um tempinho em sua vida corrida e cansativa.Ele lhe conta tudo que acontece e ela dá seus palpites e conta também o que se passa com ela.Um era o refugio e estímulo do outro.Seu irmão era muito inteligente e esperto para a idade.
-Para um pouco Pablito ...não dá para parar um pouco?Ela boceja, quase se deitando em cima do cavalo.O sombreiro a cobre quase por inteira.
-O que acontece ? Ele olha para sua irmã ...ainda está com sono?Ah! Lupe....vamos ...acorda...está perdendo tanta coisa bonita...depois vai se arrepender e vai ficar perguntando coisas para mim.
-Deixa sua irmã Pablito,fala Luiz, vamos nós descobrindo as coisas ...
-Com você? Ah! Larga Luiz ....eu sei que está aqui só porque o papai ou a mamãe mandou.
Luiz finge que não ouviu e lhe indica um pequeno macaco que comia uma banana:
-Olha.... ele já até sabe descascar a banana.
Pablito fica todo empolgado com o pequeno símio. Vai até bem perto, espantando o pequeno animal para uma árvore mais alta.
-Viu só seu curioso ,para que chegar tão perto? Critica sua irmã,agora ele fugiu de medo.
-Ora não amole Lupe ,ele é medroso.
-Olha lá ,indica Luiz ,uma preguiça .Ele mostra um galho de uma possante árvore.
-Onde? Não vejo nada fala Pablito, olhando para a árvore,um pé de cedro.
-Lá naquele galho,viu?
-Ah ! Sim, que legal.O menino fica um bom tempo olhando o animal ,dependurado no galho da árvore...mas que moleza.Ele não se move?
-Muito raro ...ri Luiz.
-Vamos logo ,fala Lupe mais adiantada na trilha.Vai ficar o dia todo olhando um bicho que nem se move?
-Olha Guadalupe , indica Luiz ,olha esta orquídea...não acha bonita? Ele colhe uma das flores da exuberante planta e lhe dá ,muito galantemente.
Mas a reação de Guadalupe foi inesperada :
-Que foi fazer? Porque arrancou a flor de seu lugar?Ela olha para a bela flor com pena....ela ficava melhor onde estava...que horror!
-Ora ... a colhi para você...Luiz fica sem graça .
-Ih ! Ri Pablito,vejo que não conhece minha irmã mesmo...ela detesta quando alguém arranca uma flor ....ela gosta de flores ...nas sua plantas e não em jarros...se deu mal ...bobão!
–Desculpe Guadalupe,não sabia disso.
-Não faz mal...fazer o que? Já a matou mesmo.
Guadalupe furiosa se afasta dele .Sai resmungando algo parecido como: não entende mesmo da beleza natural....uma flor é bela quando permanece onde nasceu...e não nas mãos de um homem metido a galã....imagina....me dando uma flor....e ainda mais uma bela Catléia trianas....será que ele não sabe que é a nossa flor nacional?Vai chegando e colhendo como se fosse sua...homens....nojentos...
Ela não consegue continuar a resmungar ,pois seu irmão passa como um foguete por ela .Está correndo atrás de um outro animal que vira.Agora uma pequena anta .
O animal ,apavorado ,com a barulheira, se mete no meio do mato .Pablito não pensa duas vezes e vai atrás dele.
Não escuta os gritos de Luiz pedindo para não sair da trilha.
-Não entre aí Pablo....pode ser perigoso...
Nem bem acaba de falar e o menino volta .Vem acompanhado por dois homens mal encarados e armados.Trazem o seu animal preso pelas rédeas.
Luiz ao vê-los se assusta e quando vai reagir ,surgem mais quatro homens armados .Um deles chega nele e o puxa do cavalo,jogando-o ao chão.Luiz cai e na mesma hora leva uma coronhada no rosto.
Um dos homens chega em Guadalupe e lhe aponta uma pistola :
-Fica quieta e nos segue...ou matamos seu irmão...
Assustada ela obedece pois vê que ele s não estavam brincando ,pois ameaçavam Pablo com uma arma em direção à sua cabeça.
-Por favor....não o machuquem...
Sua voz era tremula e chorosa....
Um dos homens ,que parecia comandar o grupo , pega as rédeas de seu cavalo e lhe diz com voz firme :
-Olha moça,se obedecer nada acontece nem à você nem à seu irmão.Diga isso à ele.Não gostamos de machucar ninguém,mas não vacilaremos ...
Guadalupe assustada olha para seu irmão e lhe pede:
-Pablo....obedeça os homens, sim? Por favor....sem gracinhas...ou eles poderão te machucar...
-Eles sabem de quem somos filhos? O menino fala olhando com cara feia para o homem que segurava o cavalo de sua irmã.
-Parece que sim .....fique quietinho.
-Você.... o chefe se dirige à Luiz....entregue este bilhete aos seu patrão .Diga para ele nos obedecer ou nunca mais verá os filhos vivos.
Luiz muito assustado pega o bilhete onde estava escrito as exigências como resgate dos dois.Fica parado até que recebe outra coronhada ,agora no lado do corpo:
-Vá homem.... e nem pense em avisar o exército....
Luiz olha para os dois filhos de seu patrão.Pablo com raiva ,seguro por um homem barbudo e Guadalupe cercada por dois homens com uniformes de guerrilheiros...
-Sim senhor ....Ele sai correndo até o seu cavalo.Monta-o e volta para a casa grande.Vai com o coração nas mãos ....
-Céus eu não consegui defender os dois...que vou fazer agora?
Ao olhar para trás não vê mais ninguém e seu medo aumenta mais....
-Já foram.....
Capítulo 2. Medo e angústia
[02/06/2011]
Nem bem Luiz montara no seu cavalo ,os seqüestradores se embrenham na mata.Vão rápido pois sabem que logo serão procurados pelo exército.São de uma força revolucionara e lutam contra os governos contrários aos seus ideais.
Para poderem continuar a enfrentar o governo ele precisam de armas .E para isso usam de seqüestros de pessoas importantes e ricas.Usam da venda de cocaína para continuar a sua luta.
-Rápido,fala o comandante do grupo.Se separem .Vão para seus acampamentos eu e Carlos vamos cuidar destes dois.Juan,volte e fique de tocaia,veja se vão mandar alguém a nossa procura.
-Para onde você vai Miguel? Volta para Narino?
-Não sei .Você não vai ficar sabendo para onde vou levá-los.Mandarei alguém te procurar.Fale com ele.Preste atenção se vão fazer o que pedi.
-Espero que o embaixador consiga ou fica sem os filhos.Juan olha com olhar sarcástico para os dois seqüestrados.Ou ele solta nosso comandante ou pode começar a chorar por eles.
Era este o pedido dos seqüestradores ,a liberdade de um chefe que fora apanhado pelo exército em uma das lutas na selva.
Enquanto isso os seqüestrados seriam levados à um dos milhares de acampamentos na selva.
Miguel se despede de seu subordinado que ficaria por perto da fazenda como espião.Vigiaria os movimentos para poder informar o resultado do seqüestro.
Ele e Carlos pegam cordas , amarram as mãos de Guadalupe e Pablo e vendam seus olhos.O medo toma conta do coração de Guadalupe.Teme pela vida do irmão e pela sua própria.Fica recordando tudo que já lhe contaram sobre estes grupos de guerrilheiros e o tratamento que dão aos seqüestrados.Sente um arrepio...sabe que uma mulher nas mãos destes homens pode sofre todo tipo de abuso...
Vai querer protestar quando sente que sobre sua boca é passada uma fita .Se debate o quanto pode ,mas não adianta nada .É jogada em cima do cavalo e sente que estes logo pegam um caminho qualquer.Não escuta mais a conversa dos dois homens.O silêncio é total,só quebrado pelo chilrear de algum pássaro .De vez em quando é obrigada a se abaixar por uma mão,para se desviar de algum galho de árvore.Seu sombreiro vai jogado em suas costas.
Horas eles passam neste intenso caminhar selva à dentro.Vão rápido ,pois os dois guerrilheiros querem chegar ao acampamento ainda durante o dia.
Fazem um ligeira parada lá pelas 3 da tarde. Sente dor nos lábios quando a fita é retirada com pouca delicadeza.Hora do almoço.Não são retiradas as vendas dos olhos.Guadalupe recebe uma cuia com alguma comida.E uma ordem dada secamente por Carlos:
-Coma logo.
Ela come algo parecido com um mingau de milho com alguns pedaços de carne.Após a sopa ela recebe um quesillo .... queijo enrolado em uma folha de bananeira.Acabada a comida recebe um cantil de água .Toma um bom gole e logo em seguida sua boca é novamente amordaçada com a fita.Não tem nem tempo de perguntar pelo irmão.Este recebera a mesma coisa que ela para se alimentar.
Logo estão se movimentando de novo.O ar vai se tornando mais fresco e Guadalupe começa a sentir um pouco de frio.
O tempo foi passando e eles não pararam mais .Começando a sentir sede ela começou a se mover violentamente na cela,para chamar a atenção de seus raptores:
-O que foi moça? Ela ouve a voz de Miguel,o chefe.Vai se acomodando que ainda temos muito o que andar.
Guadalupe não para de se mexer na cela.
Ele retira a fita e ela diz quase sem fôlego:
-Água ...por favor ...não agüento mais.
-Certo vou te dar água mas vê se não incomoda mais.
-Dê para meu irmão também.Ele está bem?Ela aproveita e pergunta sobre ele,pois não mais o ouvira falar durante o trajeto todo.
-Está bem sim , é bem obediente o garoto.Não se preocupe com ele.Se continuarem assim nada vai acontecer à vocês.
Uma hora mais tarde ela ouve o latido de um cachorro e umas vozes dando um comando:
-Alto.Se identifiquem.
-Sou eu Manolo,Miguel e Carlos....trazemos dois “convidados”.
-Fique perto da fogueira ,a voz ainda ordena,quero ver bem vocês.
Por esta ordem Guadalupe entendera que já anoitecera.
-Certo,podem passar .Os dois guerrilheiros foram reconhecidos e puderam continuar a viagem.
Logo mais ela ouve mais vozes e alguém chegando perto dela a retira do cavalo.Sente que é empurrada para andar .Seus pés doem e tem dificuldade ,pois estão adormecidos.
Uma mão a empurra para frente .Ela se desequilibra e vai ao chão.Uma risadinha se ouve:
-Ora ,a moça nem consegue mais andar.
-É bom se recuperar logo ,pois vai ter que nos ajudar no acampamento .Agora a voz era de uma mulher.Sente que uma mão arranca seu cordão de ouro do pescoço....
Ao ouvir esta voz ,Guadalupe fica mais aliviada.Estava angustiada de ficar em um lugar só com homens.
-Olha só, é de ouro? Não ....é imitação ...a mulher joga o cordão no mato.Pega nos braços de Guadalupe e a empurra com força.
É levada até uma caleta, ( barraca feita de lona ).Dá um suspiro de alivio ao sentir que a venda dos olhos é retirada .Após uns segundos ela consegue visualizar o local onde se encontrava.Uma barraca grande ,com duas camas de campanha e uma rede .Vê seu irmão sendo trazido,também com os olhos vendados.Quando o soltam ,ele a vendo, corre e se abriga entre seus braços ,chorando de medo:
-Calma Pablito.Vamos com muita calma.
-O que eles querem com a gente Lupe? Estou com medo.
-Não sei ,me parece que fomos seqüestrados .Devem pertencer a este grupo que é da revolução.
-Mas o que querem de nós?
-Dinheiro ou outra coisa,vamos saber logo.Mas vê se fica bem quieto e não os deixem nervosos.Se tudo for bem logo voltaremos para casa.
Guadalupe tentava transmitir calma ao irmão.Mas dentro de si estava com muito medo.Sabia de várias histórias de pessoas que foram seqüestradas e mortas por estes guerrilheiros.Mas sabia também que não adiantaria muito se eles desesperassem.
-Você acha que logo eles vão nos libertar?
-Sim acho.Devem estar pedindo algum resgate por nós .É só esperar pela reação de papai ou do vovô.Ao descobrirem que fomos seqüestrados provavelmente vão aceitar as exigências deles.E assim eles nos soltam.
Uma mulher entra na barraca.Vem com uma bandeja .Nela estavam duas cuias com comida e um pote com água:
-Olha ,se obedecerem e não fizerem gracinhas como tentar fugir,vão ter um bom tratamento de nossa parte.
Ela fala duro e seco.É alta .Muito morena.Cabelos curtos.Se vestia como um soldado.Uniforme camuflado ,quepe e botas.Levava na cintura uma pistola e atravessado em suas costas um fuzil
-Quando vamos poder ir embora? Indaga Guadalupe.
A guerrilheira a olha e dá uma risada.
-Ir embora? Acabaram de chegar.
-Mas e se eles pagarem o resgate? Não vão nos soltar?
-Resgate? Isso é com o governo.Só queremos nosso chefe de volta.Mas podem ir se acostumando com o nosso lar.O governo não é de se decidir assim tão rápido.Isso se eles resolverem atender ao nosso pedido.Se não atenderem, se preparem para viver por aqui por um longo tempo,como a maioria de nossos seqüestrados.
Pablo ao ouvir isso olha assustado para a irmã que o abraça com força.O menino volta a chorar de novo.
-Bem ,comam logo,já é hora de apagarmos tudo por aqui e vocês dormirem.
Eles muito em silêncio comem,bebem um pouco de água e são novamente amarrados ,pés e mãos.São colocados nas camas.A guerrilheira se acomoda na rede e logo o acampamento está em silêncio e no escuro.
Os insetos noturnos os incomodam muito e isso faz com que demorem a dormir.O medo agora fizera moradia em seus corações.
Mal conseguem dormir direito e quando amanhece, ouvem um piado como se fosse um pássaro.
Era o aviso dado ,para acordar o acampamento.Feito por um dos guardas ,colocando a mão sobre a boca.
Um sopro e logo o acampamento já estava em movimento.Guadalupe observa que a guerrilheira se levanta colocando as botas e pegando o fuzil.Olhando para eles, ela sai da barraca.
Logo em seguida um senhor idoso entra na barraca e os ajuda ,desamarrando suas mãos.
-Venham....vamos tomar o café.
Sem dizer nada os irmãos saem acompanhando o homem.
Os dois observam o estranho movimento no acampamento.Notam que todos os que ali moram estão saindo do mesmo ,em fila indiana .Vão bem armados .Mulheres e homens fazem uma batida pelos arredores , uma verdadeira passada de pente fino em todos os lugares.Vasculham tudo.
Mais tarde os irmãos descobrem que é neste horário que o exército costuma atacar os acampamentos.Por isso os guerrilheiros saem cedo para observar o que se passa ao redor.Depois voltam para tomar o café e receber as ordens do dia.Se reúnem com o comandante que passa as tarefas a serem cumpridas.
Existe um rodízio e todos são obrigados a fazerem de tudo.Fazem comida ou vigiam o acampamento.Se por um acaso escutam um tiro, todos logo estão preparados e sabem o que devem fazer.Estão sempre mudando o acampamento ,nunca ficam no mesmo lugar por muito tempo .
Depois de comerem, os dois são elevados de volta para a barraca e ali ficam amarrados em um poste.
-Que bom que papai nos fez tomar vacinas ,diz baixinho Guadalupe para o irmão.E você que não queria tomar.Já imaginou se for picado por um mosquito da malaria ?
-É, você está certa. Aqui quase todos tem esta doença.Obrigada mana,desta pelo menos nós escapamos.
-Estou ficando preocupada ,cochicha bem baixinho ao ouvido do irmão.
-Com o que?
-Será que lá em casa já sabem do que nos aconteceu?
-Porque diz isso? O Luiz ficou com o bilhete para entregar ao papai.Acha que ele não entregou?
Para poderem continuar a enfrentar o governo ele precisam de armas .E para isso usam de seqüestros de pessoas importantes e ricas.Usam da venda de cocaína para continuar a sua luta.
-Rápido,fala o comandante do grupo.Se separem .Vão para seus acampamentos eu e Carlos vamos cuidar destes dois.Juan,volte e fique de tocaia,veja se vão mandar alguém a nossa procura.
-Para onde você vai Miguel? Volta para Narino?
-Não sei .Você não vai ficar sabendo para onde vou levá-los.Mandarei alguém te procurar.Fale com ele.Preste atenção se vão fazer o que pedi.
-Espero que o embaixador consiga ou fica sem os filhos.Juan olha com olhar sarcástico para os dois seqüestrados.Ou ele solta nosso comandante ou pode começar a chorar por eles.
Era este o pedido dos seqüestradores ,a liberdade de um chefe que fora apanhado pelo exército em uma das lutas na selva.
Enquanto isso os seqüestrados seriam levados à um dos milhares de acampamentos na selva.
Miguel se despede de seu subordinado que ficaria por perto da fazenda como espião.Vigiaria os movimentos para poder informar o resultado do seqüestro.
Ele e Carlos pegam cordas , amarram as mãos de Guadalupe e Pablo e vendam seus olhos.O medo toma conta do coração de Guadalupe.Teme pela vida do irmão e pela sua própria.Fica recordando tudo que já lhe contaram sobre estes grupos de guerrilheiros e o tratamento que dão aos seqüestrados.Sente um arrepio...sabe que uma mulher nas mãos destes homens pode sofre todo tipo de abuso...
Vai querer protestar quando sente que sobre sua boca é passada uma fita .Se debate o quanto pode ,mas não adianta nada .É jogada em cima do cavalo e sente que estes logo pegam um caminho qualquer.Não escuta mais a conversa dos dois homens.O silêncio é total,só quebrado pelo chilrear de algum pássaro .De vez em quando é obrigada a se abaixar por uma mão,para se desviar de algum galho de árvore.Seu sombreiro vai jogado em suas costas.
Horas eles passam neste intenso caminhar selva à dentro.Vão rápido ,pois os dois guerrilheiros querem chegar ao acampamento ainda durante o dia.
Fazem um ligeira parada lá pelas 3 da tarde. Sente dor nos lábios quando a fita é retirada com pouca delicadeza.Hora do almoço.Não são retiradas as vendas dos olhos.Guadalupe recebe uma cuia com alguma comida.E uma ordem dada secamente por Carlos:
-Coma logo.
Ela come algo parecido com um mingau de milho com alguns pedaços de carne.Após a sopa ela recebe um quesillo .... queijo enrolado em uma folha de bananeira.Acabada a comida recebe um cantil de água .Toma um bom gole e logo em seguida sua boca é novamente amordaçada com a fita.Não tem nem tempo de perguntar pelo irmão.Este recebera a mesma coisa que ela para se alimentar.
Logo estão se movimentando de novo.O ar vai se tornando mais fresco e Guadalupe começa a sentir um pouco de frio.
O tempo foi passando e eles não pararam mais .Começando a sentir sede ela começou a se mover violentamente na cela,para chamar a atenção de seus raptores:
-O que foi moça? Ela ouve a voz de Miguel,o chefe.Vai se acomodando que ainda temos muito o que andar.
Guadalupe não para de se mexer na cela.
Ele retira a fita e ela diz quase sem fôlego:
-Água ...por favor ...não agüento mais.
-Certo vou te dar água mas vê se não incomoda mais.
-Dê para meu irmão também.Ele está bem?Ela aproveita e pergunta sobre ele,pois não mais o ouvira falar durante o trajeto todo.
-Está bem sim , é bem obediente o garoto.Não se preocupe com ele.Se continuarem assim nada vai acontecer à vocês.
Uma hora mais tarde ela ouve o latido de um cachorro e umas vozes dando um comando:
-Alto.Se identifiquem.
-Sou eu Manolo,Miguel e Carlos....trazemos dois “convidados”.
-Fique perto da fogueira ,a voz ainda ordena,quero ver bem vocês.
Por esta ordem Guadalupe entendera que já anoitecera.
-Certo,podem passar .Os dois guerrilheiros foram reconhecidos e puderam continuar a viagem.
Logo mais ela ouve mais vozes e alguém chegando perto dela a retira do cavalo.Sente que é empurrada para andar .Seus pés doem e tem dificuldade ,pois estão adormecidos.
Uma mão a empurra para frente .Ela se desequilibra e vai ao chão.Uma risadinha se ouve:
-Ora ,a moça nem consegue mais andar.
-É bom se recuperar logo ,pois vai ter que nos ajudar no acampamento .Agora a voz era de uma mulher.Sente que uma mão arranca seu cordão de ouro do pescoço....
Ao ouvir esta voz ,Guadalupe fica mais aliviada.Estava angustiada de ficar em um lugar só com homens.
-Olha só, é de ouro? Não ....é imitação ...a mulher joga o cordão no mato.Pega nos braços de Guadalupe e a empurra com força.
É levada até uma caleta, ( barraca feita de lona ).Dá um suspiro de alivio ao sentir que a venda dos olhos é retirada .Após uns segundos ela consegue visualizar o local onde se encontrava.Uma barraca grande ,com duas camas de campanha e uma rede .Vê seu irmão sendo trazido,também com os olhos vendados.Quando o soltam ,ele a vendo, corre e se abriga entre seus braços ,chorando de medo:
-Calma Pablito.Vamos com muita calma.
-O que eles querem com a gente Lupe? Estou com medo.
-Não sei ,me parece que fomos seqüestrados .Devem pertencer a este grupo que é da revolução.
-Mas o que querem de nós?
-Dinheiro ou outra coisa,vamos saber logo.Mas vê se fica bem quieto e não os deixem nervosos.Se tudo for bem logo voltaremos para casa.
Guadalupe tentava transmitir calma ao irmão.Mas dentro de si estava com muito medo.Sabia de várias histórias de pessoas que foram seqüestradas e mortas por estes guerrilheiros.Mas sabia também que não adiantaria muito se eles desesperassem.
-Você acha que logo eles vão nos libertar?
-Sim acho.Devem estar pedindo algum resgate por nós .É só esperar pela reação de papai ou do vovô.Ao descobrirem que fomos seqüestrados provavelmente vão aceitar as exigências deles.E assim eles nos soltam.
Uma mulher entra na barraca.Vem com uma bandeja .Nela estavam duas cuias com comida e um pote com água:
-Olha ,se obedecerem e não fizerem gracinhas como tentar fugir,vão ter um bom tratamento de nossa parte.
Ela fala duro e seco.É alta .Muito morena.Cabelos curtos.Se vestia como um soldado.Uniforme camuflado ,quepe e botas.Levava na cintura uma pistola e atravessado em suas costas um fuzil
-Quando vamos poder ir embora? Indaga Guadalupe.
A guerrilheira a olha e dá uma risada.
-Ir embora? Acabaram de chegar.
-Mas e se eles pagarem o resgate? Não vão nos soltar?
-Resgate? Isso é com o governo.Só queremos nosso chefe de volta.Mas podem ir se acostumando com o nosso lar.O governo não é de se decidir assim tão rápido.Isso se eles resolverem atender ao nosso pedido.Se não atenderem, se preparem para viver por aqui por um longo tempo,como a maioria de nossos seqüestrados.
Pablo ao ouvir isso olha assustado para a irmã que o abraça com força.O menino volta a chorar de novo.
-Bem ,comam logo,já é hora de apagarmos tudo por aqui e vocês dormirem.
Eles muito em silêncio comem,bebem um pouco de água e são novamente amarrados ,pés e mãos.São colocados nas camas.A guerrilheira se acomoda na rede e logo o acampamento está em silêncio e no escuro.
Os insetos noturnos os incomodam muito e isso faz com que demorem a dormir.O medo agora fizera moradia em seus corações.
Mal conseguem dormir direito e quando amanhece, ouvem um piado como se fosse um pássaro.
Era o aviso dado ,para acordar o acampamento.Feito por um dos guardas ,colocando a mão sobre a boca.
Um sopro e logo o acampamento já estava em movimento.Guadalupe observa que a guerrilheira se levanta colocando as botas e pegando o fuzil.Olhando para eles, ela sai da barraca.
Logo em seguida um senhor idoso entra na barraca e os ajuda ,desamarrando suas mãos.
-Venham....vamos tomar o café.
Sem dizer nada os irmãos saem acompanhando o homem.
Os dois observam o estranho movimento no acampamento.Notam que todos os que ali moram estão saindo do mesmo ,em fila indiana .Vão bem armados .Mulheres e homens fazem uma batida pelos arredores , uma verdadeira passada de pente fino em todos os lugares.Vasculham tudo.
Mais tarde os irmãos descobrem que é neste horário que o exército costuma atacar os acampamentos.Por isso os guerrilheiros saem cedo para observar o que se passa ao redor.Depois voltam para tomar o café e receber as ordens do dia.Se reúnem com o comandante que passa as tarefas a serem cumpridas.
Existe um rodízio e todos são obrigados a fazerem de tudo.Fazem comida ou vigiam o acampamento.Se por um acaso escutam um tiro, todos logo estão preparados e sabem o que devem fazer.Estão sempre mudando o acampamento ,nunca ficam no mesmo lugar por muito tempo .
Depois de comerem, os dois são elevados de volta para a barraca e ali ficam amarrados em um poste.
-Que bom que papai nos fez tomar vacinas ,diz baixinho Guadalupe para o irmão.E você que não queria tomar.Já imaginou se for picado por um mosquito da malaria ?
-É, você está certa. Aqui quase todos tem esta doença.Obrigada mana,desta pelo menos nós escapamos.
-Estou ficando preocupada ,cochicha bem baixinho ao ouvido do irmão.
-Com o que?
-Será que lá em casa já sabem do que nos aconteceu?
-Porque diz isso? O Luiz ficou com o bilhete para entregar ao papai.Acha que ele não entregou?
Capítulo 3. Sofrimento
[03/06/2011]
Na casa da fazenda o choro de Sara era de cortar o mais duro e frio coração.
Todos reunidos na grande sala observam o sofrimento de uma mãe .Sara deitada no sofá deixava sua dor transparecer.Fora levada para ele depois de receber a noticia e seu conseqüente desmaio.Agora chora desesperada....
-Minha menina....não acredito que a levaram...Juan ...que faço ? O que vão fazer com ela? Uma menina frágil como ela nas mãos destes brutos...homens sem coração...
-Calma Sara ,já entrei em contato com o presidente.Ele virá aqui com seus homens...
-Não! Não leu o bilhete? Se chamar o exército eles vão matá-los.Não quero ver ninguém perseguindo-os...pode parar Juan....
-Sinto ,Sara.... mas não podemos encobrir o que estes bandidos fazem com nosso país...
-Juan! Eu não acredito nisso.São os nossos filhos.Se algo acontecer com eles você será o culpado .
Neste instante ouve-se o barulho de vários veículos entrando no pátio da casa grande.Logo a lugar está repleto de soldados do exército. Os soldados são orientados e começam a fazer uma busca em todos os lugares.
Juan ,o guerrilheiro ao ver o movimento das tropas ao redor da fazenda se apressa a deixar o local.Mas não consegue uma brecha para escapar.Tudo estava muito vigiado e logo é detido.
É levado até ao comandante das tropas.O capitão Ruben o interroga:
-Qual é seu nome?
-Me chamo Juan, meu capitão.
-Juan? Como dom Juan Maldonado? Nosso ilustre embaixador e filho de Dom Alejandro ?
-Sim senhor ,sou Juan Baptista .
-O que fazes aqui ,Juan?
-Trabalho aqui senhor.
-Não me parece um trabalhador ,homem.Estava escondido, pelo que me disseram os soldados.Espiava?
-Não senhor.
-Mentira Juan...você é um maldito guerrilheiro.Para onde levaram os filhos do embaixador? Me conta que eu te solto, homem.
Juan vendo-se descoberto ,dá um sorriso sarcástico:
-Me solta? Já sei o que me espera comandante.Tão logo eu fale recebo um balaço na cabeça.
-Não vai dizer então?Posso te matar agora homem,fala o comandante , apontando sua pistola para o guerrilheiro.
-Pode matar ....não vou dizer mesmo.
Neste instante entram na sala Juan e Sara.
Ela olha para o guerrilheiro ,corre até ele e o esmurrando no peito:
-Para onde levaram minha filha e meu filho? Malditos.
-Sei lá dona,para algum lugar. E aviso....se eu não chegar hoje ao acampamento eles serão levados para bem distante daqui e não os verão tão cedo.
Juan ao ouvir a ameaça ,parte com raiva para cima do prisioneiro.Dando-lhe um murro na boca.
-Desgraçado...o que vão fazer com os dois? Me diga ou te mato já.
-O que acha ? O sorriso de Juan era de vitorioso.Sua filha é uma graça senhor.... muitos dos homens vão se esbaldar...viva a revolução.
O coronel lhe dá uma coronhada no rosto:
-Pare de falar asneiras ...sabe que vai morrer ...
Sara ao ouvir o que iriam fazer com sua filha se desespera e começa a chorar...
-E ao menino ? Juan dá uma risada....vai ser um bom guerrilheiro....ou soltam nosso comandante ou não os verão mais ....vivos.
-Não negociamos com covardes ... seqüestrar inocentes para ter um bandido de volta?
-Não? Problema de vocês ... Juan dá um empurrão no comandante e tenta fugir .
Os soldados o abatem com um tiro, para desespero de Sara:
-Juan....e agora? Ele era o único que sabia onde eles estão....não podiam fazer isso.Morto não vai nos dizer onde estão os nosso filhos.
O comandante fala para acalmá-la:
-Não se desespere senhora ,meus homens já estão na selva procurando-os .Logo estarão de volta sãos e salvos .
Os soldados passam a procurar vestígios dos guerrilheiros.Com o decorrer das horas o temor vai crescendo em todos da fazenda.
O avô já doente ,começa a se sentir mal ... é levado para o hospital e não resiste ; morre ao cair da tarde.Seu coração não agüentou saber que sua netinha fora seqüestrada.E que seu único neto ,sua esperança para um dia tomar conta de tudo da família, poderia estar morto.
A consternação toma conta da família.Choro por todos os lados,pois Dom Alejandro Maldonado era muito querido por todos .
O velório é feito na cidade,longe da fazenda,pois não queriam espalhar a noticia do seqüestro.
O embaixador fica revoltado com tudo.Telefona ao presidente pedindo providências.Não recebe noticias sobre seus filhos.
O presidente tenta negociar( fazer o tempo correr) sobre a soltura do comandante guerrilheiro preso.É uma peça muito importante para o governo e não querem soltá-lo.
Mas nada fica resolvido e o impasse vai aos pouco aumentando mais a dor pela perda dos filhos.
-Vou montar um grupo e vamos entrar na selva .Juan reúne vários amigos e partem para o interior da selva à procura dos filhos.
Sara fica sozinha em casa.Os seus empregados sabendo do ocorrido ficam com medo que os guerrilheiros voltem à fazenda por causa da morte de Juan.Por isso eles aos poucos vão abandonando a fazenda .Ela fica só com sua cozinheira ,uma senhora já bem idosa:
-Covardes.Me deixam aqui sabendo o que estou passando,nem para me ajudar eles servem.
-Eles tem medo ,minha senhora.Os guerrilheiros são ruins, não pensam duas vezes para matar quem os atrapalha.Eles tem medo .Temem pela própria morte.
-Morte? Acha que voltarão?
-Acho que não .Para mim eles já devem estar bem longe.Sinto pelas crianças .Vão sofrer muito no meio da selva.
A mulher começa a chorar o que aumenta o desespero de Sara.
-Ana...será que eles vão ser soltos?
-Não sei senhora. A maioria dos seqüestrados são soltos depois que a família paga o resgate.Mas isso depende de onde eles estão.
-Como assim? Acha que estão longe daqui?
-Acho que sim.Do contrário os soldados já teriam localizado o acampamento deles.
-Ah! Meus filhinhos....no meio do mato... o que será deles? A Lupe ....minha princesinha,tão bonita ....e Pablito...meu filhinho....Ana ...quero morrer....eu os quero de volta...
-Calma dona Sara.Eles vão voltar.É só esperar mais um pouco .
Sara recomeça a chorar e sua empregada lhe prepara um chá para acalmá-la.
-Tome isso dona Sara .Não adianta ficar assim...
-Vou rezar Ana,vou pedir à Deus que os traga de volta ....eu não vou saber viver sem eles....
Neste instante seu marido retorna com os amigos.Vêm desanimados, com a cabeça baixa:
-Nada Sara.Encontramos o lugar onde ficaram acampados....ele abre a mão....o colar de sua filha ...
-Mas ...é o cordão de Lupe.Onde o encontrou? Sara tem um leve toque de esperança ..
-No lugar onde acamparam....um dos homens o achou ...Sara.....estava jogado no meio do mato...Eles fugiram .
Os dois se abraçam .Sara volta a chorar desesperada .....Juan tem lágrimas nos olhos...
-Juan....nós os perdemos.....perdemos nosso filhos....
-Vamos ter fé Sara.Eles vão retornar são e salvos para nós...
-Acredita mesmo Juan? Eles ....
-Calma.Não se precipite .... eles estão vivos....
-Como pode ter certeza? E se eles .... eles ....Juan... Lupe....nas mãos destes bandidos....e Pablo? É ainda uma criança....
-Eles estão bem.... fique calma Sara,não vai adiantar nada ficar assim...
-Acho que vou morrer....seu pai não agüentou e eu também não vou agüentar ...não os verei novamente.
-Vai sim amor....você precisa agüentar ....eles vão precisar de nossa ajuda.
O dia acaba .... Sara não consegue dormir.... tem o enterro do sogro no outro dia....e não tem noticias de seus filhos....
A noite toda, fica de olhos abertos....repensando a vida com os filhos....Fica se lembrando das coisas que faziam juntos....
O sonho e pedido da filha em ter um irmão....
Chora ao se lembrar da filha e seu sonho no mundo da música.... sonho que agora ela conseguira realizar.... estava sendo conhecida....com muitos compromissos para depois das férias...iria se apresentar em várias capitais....e seus estudos....seu desejo de cursar uma escola superior de música.Para completar seus estudos.
-Meu Deus ...logo agora que ela estava sendo feliz....sentindo-se realizada....seus sonhos....tudo por causa de uma viagem .... Deus! Porque não ficamos em casa?Porque viemos para o meio do mato?Maldito o dia que viemos para cá.Lá em Brasília não teria acontecido nada disso.E ela que não queria vir . Me implorou para ficar e eu muito egoísta não a ouvi.
O que pode estar acontecendo com eles? Deus ....eu vos peço.... proteja-os contra tudo..... traga meus filhos de volta....minha menina e meu menino....foi o Senhor que os deu à mim...
Todos reunidos na grande sala observam o sofrimento de uma mãe .Sara deitada no sofá deixava sua dor transparecer.Fora levada para ele depois de receber a noticia e seu conseqüente desmaio.Agora chora desesperada....
-Minha menina....não acredito que a levaram...Juan ...que faço ? O que vão fazer com ela? Uma menina frágil como ela nas mãos destes brutos...homens sem coração...
-Calma Sara ,já entrei em contato com o presidente.Ele virá aqui com seus homens...
-Não! Não leu o bilhete? Se chamar o exército eles vão matá-los.Não quero ver ninguém perseguindo-os...pode parar Juan....
-Sinto ,Sara.... mas não podemos encobrir o que estes bandidos fazem com nosso país...
-Juan! Eu não acredito nisso.São os nossos filhos.Se algo acontecer com eles você será o culpado .
Neste instante ouve-se o barulho de vários veículos entrando no pátio da casa grande.Logo a lugar está repleto de soldados do exército. Os soldados são orientados e começam a fazer uma busca em todos os lugares.
Juan ,o guerrilheiro ao ver o movimento das tropas ao redor da fazenda se apressa a deixar o local.Mas não consegue uma brecha para escapar.Tudo estava muito vigiado e logo é detido.
É levado até ao comandante das tropas.O capitão Ruben o interroga:
-Qual é seu nome?
-Me chamo Juan, meu capitão.
-Juan? Como dom Juan Maldonado? Nosso ilustre embaixador e filho de Dom Alejandro ?
-Sim senhor ,sou Juan Baptista .
-O que fazes aqui ,Juan?
-Trabalho aqui senhor.
-Não me parece um trabalhador ,homem.Estava escondido, pelo que me disseram os soldados.Espiava?
-Não senhor.
-Mentira Juan...você é um maldito guerrilheiro.Para onde levaram os filhos do embaixador? Me conta que eu te solto, homem.
Juan vendo-se descoberto ,dá um sorriso sarcástico:
-Me solta? Já sei o que me espera comandante.Tão logo eu fale recebo um balaço na cabeça.
-Não vai dizer então?Posso te matar agora homem,fala o comandante , apontando sua pistola para o guerrilheiro.
-Pode matar ....não vou dizer mesmo.
Neste instante entram na sala Juan e Sara.
Ela olha para o guerrilheiro ,corre até ele e o esmurrando no peito:
-Para onde levaram minha filha e meu filho? Malditos.
-Sei lá dona,para algum lugar. E aviso....se eu não chegar hoje ao acampamento eles serão levados para bem distante daqui e não os verão tão cedo.
Juan ao ouvir a ameaça ,parte com raiva para cima do prisioneiro.Dando-lhe um murro na boca.
-Desgraçado...o que vão fazer com os dois? Me diga ou te mato já.
-O que acha ? O sorriso de Juan era de vitorioso.Sua filha é uma graça senhor.... muitos dos homens vão se esbaldar...viva a revolução.
O coronel lhe dá uma coronhada no rosto:
-Pare de falar asneiras ...sabe que vai morrer ...
Sara ao ouvir o que iriam fazer com sua filha se desespera e começa a chorar...
-E ao menino ? Juan dá uma risada....vai ser um bom guerrilheiro....ou soltam nosso comandante ou não os verão mais ....vivos.
-Não negociamos com covardes ... seqüestrar inocentes para ter um bandido de volta?
-Não? Problema de vocês ... Juan dá um empurrão no comandante e tenta fugir .
Os soldados o abatem com um tiro, para desespero de Sara:
-Juan....e agora? Ele era o único que sabia onde eles estão....não podiam fazer isso.Morto não vai nos dizer onde estão os nosso filhos.
O comandante fala para acalmá-la:
-Não se desespere senhora ,meus homens já estão na selva procurando-os .Logo estarão de volta sãos e salvos .
Os soldados passam a procurar vestígios dos guerrilheiros.Com o decorrer das horas o temor vai crescendo em todos da fazenda.
O avô já doente ,começa a se sentir mal ... é levado para o hospital e não resiste ; morre ao cair da tarde.Seu coração não agüentou saber que sua netinha fora seqüestrada.E que seu único neto ,sua esperança para um dia tomar conta de tudo da família, poderia estar morto.
A consternação toma conta da família.Choro por todos os lados,pois Dom Alejandro Maldonado era muito querido por todos .
O velório é feito na cidade,longe da fazenda,pois não queriam espalhar a noticia do seqüestro.
O embaixador fica revoltado com tudo.Telefona ao presidente pedindo providências.Não recebe noticias sobre seus filhos.
O presidente tenta negociar( fazer o tempo correr) sobre a soltura do comandante guerrilheiro preso.É uma peça muito importante para o governo e não querem soltá-lo.
Mas nada fica resolvido e o impasse vai aos pouco aumentando mais a dor pela perda dos filhos.
-Vou montar um grupo e vamos entrar na selva .Juan reúne vários amigos e partem para o interior da selva à procura dos filhos.
Sara fica sozinha em casa.Os seus empregados sabendo do ocorrido ficam com medo que os guerrilheiros voltem à fazenda por causa da morte de Juan.Por isso eles aos poucos vão abandonando a fazenda .Ela fica só com sua cozinheira ,uma senhora já bem idosa:
-Covardes.Me deixam aqui sabendo o que estou passando,nem para me ajudar eles servem.
-Eles tem medo ,minha senhora.Os guerrilheiros são ruins, não pensam duas vezes para matar quem os atrapalha.Eles tem medo .Temem pela própria morte.
-Morte? Acha que voltarão?
-Acho que não .Para mim eles já devem estar bem longe.Sinto pelas crianças .Vão sofrer muito no meio da selva.
A mulher começa a chorar o que aumenta o desespero de Sara.
-Ana...será que eles vão ser soltos?
-Não sei senhora. A maioria dos seqüestrados são soltos depois que a família paga o resgate.Mas isso depende de onde eles estão.
-Como assim? Acha que estão longe daqui?
-Acho que sim.Do contrário os soldados já teriam localizado o acampamento deles.
-Ah! Meus filhinhos....no meio do mato... o que será deles? A Lupe ....minha princesinha,tão bonita ....e Pablito...meu filhinho....Ana ...quero morrer....eu os quero de volta...
-Calma dona Sara.Eles vão voltar.É só esperar mais um pouco .
Sara recomeça a chorar e sua empregada lhe prepara um chá para acalmá-la.
-Tome isso dona Sara .Não adianta ficar assim...
-Vou rezar Ana,vou pedir à Deus que os traga de volta ....eu não vou saber viver sem eles....
Neste instante seu marido retorna com os amigos.Vêm desanimados, com a cabeça baixa:
-Nada Sara.Encontramos o lugar onde ficaram acampados....ele abre a mão....o colar de sua filha ...
-Mas ...é o cordão de Lupe.Onde o encontrou? Sara tem um leve toque de esperança ..
-No lugar onde acamparam....um dos homens o achou ...Sara.....estava jogado no meio do mato...Eles fugiram .
Os dois se abraçam .Sara volta a chorar desesperada .....Juan tem lágrimas nos olhos...
-Juan....nós os perdemos.....perdemos nosso filhos....
-Vamos ter fé Sara.Eles vão retornar são e salvos para nós...
-Acredita mesmo Juan? Eles ....
-Calma.Não se precipite .... eles estão vivos....
-Como pode ter certeza? E se eles .... eles ....Juan... Lupe....nas mãos destes bandidos....e Pablo? É ainda uma criança....
-Eles estão bem.... fique calma Sara,não vai adiantar nada ficar assim...
-Acho que vou morrer....seu pai não agüentou e eu também não vou agüentar ...não os verei novamente.
-Vai sim amor....você precisa agüentar ....eles vão precisar de nossa ajuda.
O dia acaba .... Sara não consegue dormir.... tem o enterro do sogro no outro dia....e não tem noticias de seus filhos....
A noite toda, fica de olhos abertos....repensando a vida com os filhos....Fica se lembrando das coisas que faziam juntos....
O sonho e pedido da filha em ter um irmão....
Chora ao se lembrar da filha e seu sonho no mundo da música.... sonho que agora ela conseguira realizar.... estava sendo conhecida....com muitos compromissos para depois das férias...iria se apresentar em várias capitais....e seus estudos....seu desejo de cursar uma escola superior de música.Para completar seus estudos.
-Meu Deus ...logo agora que ela estava sendo feliz....sentindo-se realizada....seus sonhos....tudo por causa de uma viagem .... Deus! Porque não ficamos em casa?Porque viemos para o meio do mato?Maldito o dia que viemos para cá.Lá em Brasília não teria acontecido nada disso.E ela que não queria vir . Me implorou para ficar e eu muito egoísta não a ouvi.
O que pode estar acontecendo com eles? Deus ....eu vos peço.... proteja-os contra tudo..... traga meus filhos de volta....minha menina e meu menino....foi o Senhor que os deu à mim...
Capítulo 4 . Muito longe de casa
[04/06/2011]
No acampamento, a correria era organizada. Em poucos minutos ele estava desmontado. O comandante do acampamento recebera a noticia da morte de Juan.E que os soldados estavam a procura do local onde eles estavam.
Não pensou duas vezes.Deu as ordens de mudança.Na mesma hora o acampamento estava pronto para ser transferido.
Amarram as mãos dos irmãos e os colocando sobre uma pequena mula e os levam mato à dentro.
Carlos se comunica com os outros chefes .Todos estão alertas.
Guadalupe e Pablito vão sendo transferidos de lugar para lugar.Cada dia estão sendo enviados para mais distante da fazenda.Ora vão em mulas ,ora em pequenas carroças .Perdem a conta de tantos lugares que são transferidos.Passam no máximo dois dias em cada lugar.
Os guerrilheiros possuem 7 blocos de acampamentos.Cada acampamento tinha no mínimo 50 combatentes.
No último acampamento andam o dia todo.São escondidos em matas fechadas.
No final do dia já cansados e com muita fome eles são entregues para um outro comandante.Já perderam a noção de quantos dias estão em fuga .
São levados até sua caleta. Ali recebem comida e novas roupas.Pablito roupas de meninos guerrilheiros. Guadalupe ganha um vestido da mulher de César ,o comandante do local.Adriana era seu nome.Guadalupe veste as roupas mas não permite que levem seu sombreiro.Adriana não se importa com isso ,a deixando com o sombreiro.
Mulher bonita,morena de longos cabelos.Muito moça.Fica encarregada de vigiar os dois.
-Tome conta Adriana,eles logo vão voar até o outro lado. É só o Guillermo chegar e vamos ficar livres deles.São muito importantes.
-Mas ele não está doente?
-Disse que já está melhor.Fique preparada.Olho neles.Não podem escapar.O pessoal do governo está procurando por eles.Já atacaram dois acampamentos.
-Já concordaram com a soltura do comandante ?
-Não.E parece que nem vão soltar.Por isso...eles vão ficar conosco por mais um tempo.Só que lá ....na fronteira com o Brasil.Bem longe daqui.
-Não acha muito arriscado enviá-los para tão longe?
-Não.É melhor assim.Não vão achá-los tão cedo.Fique alerta.Podemos ter problemas com os milicianos.Tenha seu fuzil em mãos.
Guadalupe ouvia a conversa e ia ficando com mais medo.Cochicha ao ouvido do irmão:
-...parece que vão nos levar para mais distante....temos de fugir enquanto é tempo.
-... fugir como ? Pablito indica a guerrilheira na porta da barraca.Ela está armada.
-...acho que não vão nos fazer nada de mal...vamos tentar?
-...tenho medo Lupe e se nos pegam? Como vamos fazer isso?
-...quando eu disser corra você corre...
-....certo....
Guadalupe fica observando o que Adriana fazia .Quando a vê distraída limpando o fuzil ela se levanta correndo e diz :
-Corra!
Pablito começa a correr em direção à mata.Ela também já entrara nela.
Adriana ao vê-los correndo grita uma ordem e na mesma hora vários homens correm atrás dos dois ... e logo Pablito é recapturado.
Do meio da mata Guadalupe vê a situação do irmão e resolve voltar. Não pode deixá-lo sozinho.
É amarrada com ele á uma árvore e ali ficam o dia todo.Não recebem comida nem água.
-Estão de castigo,ironiza Adriana.Vão ficar aí até o avião chegar.Nem pensem em fugir...ou morrerão ...e olha....não estou brincando...
Quando o dia já estava quase se despedindo ,eles notam o alvoroço no acampamento.Tochas são acesas e logo um pequeno turboélice aterrissa ,na improvisada pista. Um homem baixinho com uniforme dos guerrilheiros, desce , dando ordens.O avião é abastecido .Ele é levado até ao comandante do lugar.Conversam por uns tempos.Come apressado e logo dá novas ordens:
-Coloque-os no avião. Pretendo sair antes do amanhecer.Vi uns militares na estrada.
-Que loucura Guillermo, não acha perigoso voar a estas horas, homem?
-Não Carlos, é melhor assim.O exército está nos procurando por estas bandas .Pretendo fazer um vôo baixo.Vou pela rota normal que faço.É menos perigoso.
-Vai atravessar a fronteira com o Brasil?Vai fazer muitas escalas?
-Fazer o que? Lá pelos menos não estão nos procurando.O governo está louquinho para botar as mãos em quem seqüestrou os filhos do embaixador.Este já ofereceu uma boa grana por qualquer informação.E já viu.Logo algum pode nos desertar e nos entregar.Não quero me arriscar.
-Bem boa viagem.Mantenha contato.
-Pode deixar.Chegando lá mando um rádio.Tem idéia para onde vão?
-Acho que vamos até a costa.Ali é mais seguro.Depois voltamos quando a procura se encerrar.
-Certo,boa viagem para vocês .Se cuidem.
-Espere pelas ordens de Raúl.Ele vai dar um pulo no Brasil até o final do mês.Dará noticias,de como estão as negociações.
-Não sei não Carlos...acho que não foi uma boa,este seqüestro... já estamos cheio de crianças lá no acampamento .
-Deixa estar ,mais uma ou duas não fará diferença.É só colocá-los para trabalhar .Dê um facão e mande-os limpar o terreno...
-Sei .... a risada do piloto deu um arrepio de medo em Guadalupe.Tenho outras idéias para a moça....
O avião ronca na noite já fechada.O valente Cessna é levado até o final da pequena pista de pouso.
Na cabine ,Guillermo estuda a rota .Os dois reféns estão amarrados no chão .
-É só uma pequena viagem ...ele dá uma risada ...mostrando seus dentes amarelados...logo vão estar em casa....
O avião levanta vôo.A noite é escura.Lua nova.Abaixo deles a selva.....o medo....
Pablito chora de medo encolhido perto de sua irmã.Pela cabeça de Guadalupe passam várias coisas....várias probabilidades...tenta achar uma saída para a situação em que estavam.
O tempo passa e o sono derruba a vontade de ficar acordada.Mesmo jogados no chão, ela e seu irmão conseguem dormir....um sono agitado....o chão do avião fedia....pois era um meio de transporte de cocaína.O cheiro entrava nos pulmões, provocando de vez em quando , uma tosse irritante.
Guillermo sabia o que fazia.Levava o aparelho bem baixo.Pois assim poderia fugir dos radares.Era uma rota que fazia uma vez por mês.Mas nunca fizera assim ...às cegas ...à noite.Sempre voava durante o dia.....mas agora era uma viagem diferente....
Ele dá uma olhada para os dois que dormem ...
Pega uma garrafa de aguardente e toma um gole ....
O silêncio é quebrado só pelo som dos motores da aeronave.
Sabe que vai ter de atravessar boa parte do país....por isso quer logo chegar ao seu destino.
O dia começa a clarear na selva.O sol aparece no horizonte.Ele dá um suspiro de alívio.Estava agora fora do alcance do governo de seu pais.Atravessara a fronteira com o Brasil.Estava cansado ...extenuado.Liga o piloto automático e dá uma esticada no corpo.Pega uma garrafa de café e toma um copo , comendo um bolinho.
Olha atentamente para os dois amarrados .Já acordaram e o olham sem nenhuma reação:
-Estão com fome?
Pablito diz que sim, com a cabeça.Guadalupe não faz nenhum gesto.Não quer intimidade com o piloto.
-Vou desamarrar você garoto.Você vai ajudar sua irmã a comer.Eu não posso deixar os dois soltos .
Pablito é desamarrado e recebe um copo com café e um pedaço de bolo de milho.Come um pedaço e depois vai até Guadalupe e lhe dá um pedaço na boca.Retira de seus ombros o seu sombreiro.
-Come Lupe.Não podemos ficar sem comer.
Guadalupe mesmo com muita raiva da situação, come a sua porção .
Um pouco mais tarde,Guillermo assume de novo o comando do avião,pois sabe que já está quase saindo da floresta.Avista os campos de fazendas .Não é bom voar por cima deles. Desvia a rota um pouco e retorna para o interior da mata.Agora voa sobre a Bolívia. Desce em um ponto na mata.É um dos acampamentos que lhe dão cobertura ,consegue mais combustível e mais comida.Levanta vôo de novo.Sabe que tem de retornar para o espaço aéreo do Brasil.Vai ter de fazer ainda muitos pousos até chegar ao seu destino.Ainda tem que sobrevoar a mata. O acampamento era o mais distante que eles tinham....especial para esconder as pessoas mais importantes .Assim não haveria perigo de serem encontrados....pois não estavam mais na Colômbia.E sim em sua fronteira com o Brasil.
O tempo foi passando e o cansaço já estava em seu rosto.Sentia frio.Sentia um pouco de tremor nas mãos.O silêncio à bordo o incomodava.Procura algo para se distrair.
Notando o interesses do menino para com o que fazia, ele convida Pablito para se sentar ao seu lado:
-Venha aqui,assim vai aprendendo como se pilota.
Pablito olha apressado para sua irmã,como se pedisse sua permissão.
Ela dá um sinal com a cabeça, consentindo.
Ele todo feliz ,se senta ao lado do piloto.
-Olha garoto ...este é o manche...a direção do avião.Por aqui você pode subir ou descer ...veja só...
Guillermo faz a aeronave subir e dá um mergulho .Pablito ao sentir o que acontecia dá um grito de susto:
O piloto ao ver seu susto, dá uma gargalhada.
-Que é isso ? É medroso?Olha lá uma fazenda.Ele indica ao longe as pastagens e alguns animais.
O avião retorna ao seu vôo normal.
-Não quero mais ver .Fala o menino com raiva do susto.Você é um idiota.
Guillermo ao ouvir ser chamado de idiota,fica bravo.
-Do que me chamou? Ora seu porqueira...posso te jogar daqui agora mesmo.É isso o que quer?
Não pensou duas vezes.Deu as ordens de mudança.Na mesma hora o acampamento estava pronto para ser transferido.
Amarram as mãos dos irmãos e os colocando sobre uma pequena mula e os levam mato à dentro.
Carlos se comunica com os outros chefes .Todos estão alertas.
Guadalupe e Pablito vão sendo transferidos de lugar para lugar.Cada dia estão sendo enviados para mais distante da fazenda.Ora vão em mulas ,ora em pequenas carroças .Perdem a conta de tantos lugares que são transferidos.Passam no máximo dois dias em cada lugar.
Os guerrilheiros possuem 7 blocos de acampamentos.Cada acampamento tinha no mínimo 50 combatentes.
No último acampamento andam o dia todo.São escondidos em matas fechadas.
No final do dia já cansados e com muita fome eles são entregues para um outro comandante.Já perderam a noção de quantos dias estão em fuga .
São levados até sua caleta. Ali recebem comida e novas roupas.Pablito roupas de meninos guerrilheiros. Guadalupe ganha um vestido da mulher de César ,o comandante do local.Adriana era seu nome.Guadalupe veste as roupas mas não permite que levem seu sombreiro.Adriana não se importa com isso ,a deixando com o sombreiro.
Mulher bonita,morena de longos cabelos.Muito moça.Fica encarregada de vigiar os dois.
-Tome conta Adriana,eles logo vão voar até o outro lado. É só o Guillermo chegar e vamos ficar livres deles.São muito importantes.
-Mas ele não está doente?
-Disse que já está melhor.Fique preparada.Olho neles.Não podem escapar.O pessoal do governo está procurando por eles.Já atacaram dois acampamentos.
-Já concordaram com a soltura do comandante ?
-Não.E parece que nem vão soltar.Por isso...eles vão ficar conosco por mais um tempo.Só que lá ....na fronteira com o Brasil.Bem longe daqui.
-Não acha muito arriscado enviá-los para tão longe?
-Não.É melhor assim.Não vão achá-los tão cedo.Fique alerta.Podemos ter problemas com os milicianos.Tenha seu fuzil em mãos.
Guadalupe ouvia a conversa e ia ficando com mais medo.Cochicha ao ouvido do irmão:
-...parece que vão nos levar para mais distante....temos de fugir enquanto é tempo.
-... fugir como ? Pablito indica a guerrilheira na porta da barraca.Ela está armada.
-...acho que não vão nos fazer nada de mal...vamos tentar?
-...tenho medo Lupe e se nos pegam? Como vamos fazer isso?
-...quando eu disser corra você corre...
-....certo....
Guadalupe fica observando o que Adriana fazia .Quando a vê distraída limpando o fuzil ela se levanta correndo e diz :
-Corra!
Pablito começa a correr em direção à mata.Ela também já entrara nela.
Adriana ao vê-los correndo grita uma ordem e na mesma hora vários homens correm atrás dos dois ... e logo Pablito é recapturado.
Do meio da mata Guadalupe vê a situação do irmão e resolve voltar. Não pode deixá-lo sozinho.
É amarrada com ele á uma árvore e ali ficam o dia todo.Não recebem comida nem água.
-Estão de castigo,ironiza Adriana.Vão ficar aí até o avião chegar.Nem pensem em fugir...ou morrerão ...e olha....não estou brincando...
Quando o dia já estava quase se despedindo ,eles notam o alvoroço no acampamento.Tochas são acesas e logo um pequeno turboélice aterrissa ,na improvisada pista. Um homem baixinho com uniforme dos guerrilheiros, desce , dando ordens.O avião é abastecido .Ele é levado até ao comandante do lugar.Conversam por uns tempos.Come apressado e logo dá novas ordens:
-Coloque-os no avião. Pretendo sair antes do amanhecer.Vi uns militares na estrada.
-Que loucura Guillermo, não acha perigoso voar a estas horas, homem?
-Não Carlos, é melhor assim.O exército está nos procurando por estas bandas .Pretendo fazer um vôo baixo.Vou pela rota normal que faço.É menos perigoso.
-Vai atravessar a fronteira com o Brasil?Vai fazer muitas escalas?
-Fazer o que? Lá pelos menos não estão nos procurando.O governo está louquinho para botar as mãos em quem seqüestrou os filhos do embaixador.Este já ofereceu uma boa grana por qualquer informação.E já viu.Logo algum pode nos desertar e nos entregar.Não quero me arriscar.
-Bem boa viagem.Mantenha contato.
-Pode deixar.Chegando lá mando um rádio.Tem idéia para onde vão?
-Acho que vamos até a costa.Ali é mais seguro.Depois voltamos quando a procura se encerrar.
-Certo,boa viagem para vocês .Se cuidem.
-Espere pelas ordens de Raúl.Ele vai dar um pulo no Brasil até o final do mês.Dará noticias,de como estão as negociações.
-Não sei não Carlos...acho que não foi uma boa,este seqüestro... já estamos cheio de crianças lá no acampamento .
-Deixa estar ,mais uma ou duas não fará diferença.É só colocá-los para trabalhar .Dê um facão e mande-os limpar o terreno...
-Sei .... a risada do piloto deu um arrepio de medo em Guadalupe.Tenho outras idéias para a moça....
O avião ronca na noite já fechada.O valente Cessna é levado até o final da pequena pista de pouso.
Na cabine ,Guillermo estuda a rota .Os dois reféns estão amarrados no chão .
-É só uma pequena viagem ...ele dá uma risada ...mostrando seus dentes amarelados...logo vão estar em casa....
O avião levanta vôo.A noite é escura.Lua nova.Abaixo deles a selva.....o medo....
Pablito chora de medo encolhido perto de sua irmã.Pela cabeça de Guadalupe passam várias coisas....várias probabilidades...tenta achar uma saída para a situação em que estavam.
O tempo passa e o sono derruba a vontade de ficar acordada.Mesmo jogados no chão, ela e seu irmão conseguem dormir....um sono agitado....o chão do avião fedia....pois era um meio de transporte de cocaína.O cheiro entrava nos pulmões, provocando de vez em quando , uma tosse irritante.
Guillermo sabia o que fazia.Levava o aparelho bem baixo.Pois assim poderia fugir dos radares.Era uma rota que fazia uma vez por mês.Mas nunca fizera assim ...às cegas ...à noite.Sempre voava durante o dia.....mas agora era uma viagem diferente....
Ele dá uma olhada para os dois que dormem ...
Pega uma garrafa de aguardente e toma um gole ....
O silêncio é quebrado só pelo som dos motores da aeronave.
Sabe que vai ter de atravessar boa parte do país....por isso quer logo chegar ao seu destino.
O dia começa a clarear na selva.O sol aparece no horizonte.Ele dá um suspiro de alívio.Estava agora fora do alcance do governo de seu pais.Atravessara a fronteira com o Brasil.Estava cansado ...extenuado.Liga o piloto automático e dá uma esticada no corpo.Pega uma garrafa de café e toma um copo , comendo um bolinho.
Olha atentamente para os dois amarrados .Já acordaram e o olham sem nenhuma reação:
-Estão com fome?
Pablito diz que sim, com a cabeça.Guadalupe não faz nenhum gesto.Não quer intimidade com o piloto.
-Vou desamarrar você garoto.Você vai ajudar sua irmã a comer.Eu não posso deixar os dois soltos .
Pablito é desamarrado e recebe um copo com café e um pedaço de bolo de milho.Come um pedaço e depois vai até Guadalupe e lhe dá um pedaço na boca.Retira de seus ombros o seu sombreiro.
-Come Lupe.Não podemos ficar sem comer.
Guadalupe mesmo com muita raiva da situação, come a sua porção .
Um pouco mais tarde,Guillermo assume de novo o comando do avião,pois sabe que já está quase saindo da floresta.Avista os campos de fazendas .Não é bom voar por cima deles. Desvia a rota um pouco e retorna para o interior da mata.Agora voa sobre a Bolívia. Desce em um ponto na mata.É um dos acampamentos que lhe dão cobertura ,consegue mais combustível e mais comida.Levanta vôo de novo.Sabe que tem de retornar para o espaço aéreo do Brasil.Vai ter de fazer ainda muitos pousos até chegar ao seu destino.Ainda tem que sobrevoar a mata. O acampamento era o mais distante que eles tinham....especial para esconder as pessoas mais importantes .Assim não haveria perigo de serem encontrados....pois não estavam mais na Colômbia.E sim em sua fronteira com o Brasil.
O tempo foi passando e o cansaço já estava em seu rosto.Sentia frio.Sentia um pouco de tremor nas mãos.O silêncio à bordo o incomodava.Procura algo para se distrair.
Notando o interesses do menino para com o que fazia, ele convida Pablito para se sentar ao seu lado:
-Venha aqui,assim vai aprendendo como se pilota.
Pablito olha apressado para sua irmã,como se pedisse sua permissão.
Ela dá um sinal com a cabeça, consentindo.
Ele todo feliz ,se senta ao lado do piloto.
-Olha garoto ...este é o manche...a direção do avião.Por aqui você pode subir ou descer ...veja só...
Guillermo faz a aeronave subir e dá um mergulho .Pablito ao sentir o que acontecia dá um grito de susto:
O piloto ao ver seu susto, dá uma gargalhada.
-Que é isso ? É medroso?Olha lá uma fazenda.Ele indica ao longe as pastagens e alguns animais.
O avião retorna ao seu vôo normal.
-Não quero mais ver .Fala o menino com raiva do susto.Você é um idiota.
Guillermo ao ouvir ser chamado de idiota,fica bravo.
-Do que me chamou? Ora seu porqueira...posso te jogar daqui agora mesmo.É isso o que quer?
Capítulo 5. Terror à bordo
[05/06/2011]
Colocando o avião no piloto automático,Guillermo se levanta com a intenção de pegar Pablito.Seu rosto está vermelho de raiva:
-Vem cá .... vou fazer você dar um belo passeio lá fora.Já estou cheio desta viagem.
Tenta pegar o garoto ,mas este mais ligeiro, corre até a cauda do avião.Guadalupe fica apavorada ao ver qual era a intenção do piloto.Mas como estava amarrada nada pode fazer para ajudar seu irmão.Começa a se debater ,tentando se libertar.
-Fica quietinha aí, mulher.Depois eu cuido de você.
Com um pulo ele consegue pegar Pablito pela manga do casaco:
-Peguei! Agora me diga moleque...quem é o idiota aqui? Eu ou você? Sabe voar menino?
-Me larga seu idiota,não sabe quem somos?
-Sei sim ...uns filhos de papai...ricos e você não vai fazer falta...temos sua irmã...Diga adeus para ela....pois você está de saída.
Guillermo arrasta o menino até a porta do avião.Este luta para sair de suas garras.Guadalupe amordaçada ,chora de medo.Está vendo o irmão em perigo e não consegue fazer nada.
Guillermo segurando Pablito com uma das mãos tenta abrir a porta do avião....faz um verdadeiro malabarismo,pois o garoto de debate muito ,gritando sem parar.
-Droga....
O esforço e a raiva de Guillermo fazem seu organismo se revoltar....começa a sentir um ligeiro mal estar.Um calafrio percorre o seu corpo.E ao mesmo tempo sentiu um calor intenso...a cabeça começou a doer,sente ânsias.
Larga rápido do paletó de Pablito.Conhece de sobra estes sintomas..
-Droga.... não agora....tenho de chegar ao acampamento....
Seu rosto fica pálido, quando se senta de novo no comando.Gotas de suor inundam o seu rosto.Sua mão começa a tremer e sente o estômago se revirando.
-E eu não trouxe a quinina.... só espero que chegue logo....droga.
Mas Guillermo não resiste desta vez... a malaria o ataca com violência.Seu médico o avisara,quando não quis ficar internado e fazer o tratamento direito.Se lembra bem do que lhe dissera:
-Cuidado Guillermo...sua malária está se tornando crônica...olha o fígado homem... pode te matar se tiver outra crise deste tipo.O coração não vai agüentar.
Com muita dor de cabeça, ele busca freneticamente um local que possa descer.Sua vista vai ficando enevoada.Sua respiração é rápida e começa a sentir sede.
Pablito aproveita a confusão e solta Guadalupe.Que vendo o que acontecia com o piloto, se abriga com o irmão, junto às caixas de papelão ,que estavam no fundo do avião.
-Vamos cair ,grita Pablito ....ele está doente.... vamos morrer Lupe!
Abraçados e rezando, os dois sentem o bater das asas nas árvores da floresta.O barulho de algo sendo rasgado e o baque violento de encontro à um grande tronco.Fumaça começa a sair dos motores.Guillermo com a pancada ,desmaia.
Os irmãos são jogados com força para o meio do amontoado de caixas.Seu conteúdo se espalha pelo piso ... são pacotes de cocaína.Algumas armas e muita munição. Uniformes botas ,facões e nada mais...
Vendo a fumaça entrando pelos buracos feitos pelas árvores,os dois se levantam ligeiros.
-Tudo bem? Ela inspeciona o irmão.Não se machucou?
-Não,estou bem Lupe.Mas você se machucou, fala Pablito ,indicando o corte no braço da irmã.
-Não é nada,só um pequeno corte,acho que bati em alguma coisa.Vamos sair daqui logo...Ela se levanta pegando o seu sombreiro.
-Como? Estamos dependurados em árvores .... e lá embaixo é a floresta....tem bichos...
-Melhor que aqui....pode pegar fogo no combustível e explodir tudo.
-Deixa eu enfaixar seu braço Lupe....pode ficar pior lá embaixo.
Pablito rasga um pedaço de sua camisa e enfaixa o braço da irmã.Pronto...e agora? Como vamos sair daqui? Pulando?
-Não sei ,vamos dar uma olhada....como será que se abre esta porta?
-Puxe esta alavanca....
Guadalupe ajudada por Pablito tenta abrir a porta.
-Mais força Lupe...
-Estou tentando ...parece emperrada.
-Vamos então tentar bater alguma coisa....
Mas nem bem Pablito fala , ouve-se o barulho de um galho se quebrando.
-Lupe! O avião ...ele vai cair....
-Vamos nos abrigar....venha ....vamos ficar dentro de uma caixa destas ....me parece forte.
Os dois retiram os objetos da caixa e entram nela ,no exato momento em que a pequena aeronave vai caindo de galho em galho.Cada escorregada que dava ouvia-se o barulho da fuselagem sendo rasgada pelos pedaços dos galhos.Com um estrondo ela finalmente chega ao chão.
Os dois abaixados na caixa esperam tudo ficar em perfeito silêncio.
-Será que dá para sair? Pablito olha receoso para fora da caixa.
-Cuidado ....vamos devagar Pablo ...você consegue ver o piloto?
-Não...tem muita caixa na frente...mas Lupe ...olha só...a porta...sumiu...só tem um buraco lá...vamos?
-Sim....mas com cuidado...não podemos nos esquecer onde estamos.
Os dois saem da caixa e muito cuidadosamente vão até o buraco onde era a porta.
Não chegam a sair do aparelho....o mato tomava conta de tudo.Medrosamente ficam olhado ao redor:
-O que vamos fazer agora Lupe?
-Não sei...sair por ai é que não vai ser uma boa.Vamos ver como está o piloto...quem sabe ele nos ajude a sair daqui.
Os dois voltam para a cabine do avião ...Guillermo está ainda na poltrona do comando...com a cabeça pendida para o lado.... um galho de árvore o perfurara de lado.
-Será que está morto? A pergunta saiu de Guadalupe ...sua voz estava tremula...espero que não...só ele pode nos tirar daqui...
Os dois se aproximam do piloto.Pablito cutuca o braço ...
-Lupe....acho que ele está morto....não reagiu...
-Não pode ser...o que vamos fazer sem ele? Aqui no meio do mato?
-Lupe...estou com medo... nós vamos morrer... quero a mamãe... Pablito começa a chorar de medo...
Guadalupe o abraça:
-Calma Pablito...estou aqui...não vou deixar que nada te aconteça.
Ela chega bem perto de Guillermo ....o examina colocando a mão em seu pescoço...não sente o seu pulsar...sacode –o .... e o corpo escorrega para o piso.
-Ele morreu... mas... será que foi morto por este galho? Ela olha o pedaço da árvore atravessado no corpo do piloto.
-Sei não Lupe ,ele estava sentindo algo quando queria me jogar para fora .
-Sim... é verdade....então...ele estava doente...
-Lupe? Nós vamos sair e ir para algum lugar?
-Para onde?Mas por enquanto vamos ficar por aqui...devem estar nos procurando.É bom ficar por perto do avião...assim vão nos achar mais rápido.
-Mas...Lupe...não quero ficar aqui ...com ele.Pablito mostra o corpo do piloto.Não gosto dele.
-Nem eu... mas não sei....hum... vamos puxá-lo lá para fora? E quem sabe o enterramos.
-Lá fora ?E os bichos?
-Calma ... não vimos nada lá fora...só vi árvores... vamos, me ajude aqui.
Ela pega os braços de Guillermo e puxa o corpo em direção à saída.Pablito a ajuda e logo eles o colocam no mato aos pés de uma enorme árvore,bem distante dos restos do avião...
-Como vamos cavar?
-Não vamos cavar ...,vamos embrulhar o corpo com caixas e cobrir com os restos do avião.Eles pegam os pedaços da asa e colocam sobre o corpo.Depois uns pedaços dos galhos.Cobrem bem e por cima de tudo ,colocam algumas rochas .
-E nós vamos dormir no avião?
-Sim,venha .Vamos dar um jeito nestes buracos.Assim poderemos dormir sossegados sem medo de bichos.
Depois de tudo tampado e reforçado com os pedaços das caixas, eles procuram algo para comer.
-Vamos comer bem pouco... não temos muita comida.
-Será que vão demorar muito para nos encontrar?
-Não sei....precisamos descobrir onde estamos...
-Olha Lupe ,quando ele deu aquele mergulho, eu vi terras da uma fazenda do lado de lá .Ele me mostrou .Não era muito longe daqui.
-Uma fazenda? Não era um acampamento? Não quero que os guerrilheiros nos achem... ou nunca mais vamos voltar para casa.
-Me parecia perto... vi umas vacas.
-Bem ...nós vamos esperar aqui.Se não aparecer ninguém nós vamos procurar este lugar.
A noite ....os dois não conseguem dormir... os sons da floresta ... os ruídos...o andar de animais sobre os restos do avião....os gritos guturais de animais os faziam ficar bem juntos e abraçados.... o choro era seu único alívio....
-Mamãe.... Guadalupe chorava.... pai ,onde estão? Porque não nos acham?
-Vem cá .... vou fazer você dar um belo passeio lá fora.Já estou cheio desta viagem.
Tenta pegar o garoto ,mas este mais ligeiro, corre até a cauda do avião.Guadalupe fica apavorada ao ver qual era a intenção do piloto.Mas como estava amarrada nada pode fazer para ajudar seu irmão.Começa a se debater ,tentando se libertar.
-Fica quietinha aí, mulher.Depois eu cuido de você.
Com um pulo ele consegue pegar Pablito pela manga do casaco:
-Peguei! Agora me diga moleque...quem é o idiota aqui? Eu ou você? Sabe voar menino?
-Me larga seu idiota,não sabe quem somos?
-Sei sim ...uns filhos de papai...ricos e você não vai fazer falta...temos sua irmã...Diga adeus para ela....pois você está de saída.
Guillermo arrasta o menino até a porta do avião.Este luta para sair de suas garras.Guadalupe amordaçada ,chora de medo.Está vendo o irmão em perigo e não consegue fazer nada.
Guillermo segurando Pablito com uma das mãos tenta abrir a porta do avião....faz um verdadeiro malabarismo,pois o garoto de debate muito ,gritando sem parar.
-Droga....
O esforço e a raiva de Guillermo fazem seu organismo se revoltar....começa a sentir um ligeiro mal estar.Um calafrio percorre o seu corpo.E ao mesmo tempo sentiu um calor intenso...a cabeça começou a doer,sente ânsias.
Larga rápido do paletó de Pablito.Conhece de sobra estes sintomas..
-Droga.... não agora....tenho de chegar ao acampamento....
Seu rosto fica pálido, quando se senta de novo no comando.Gotas de suor inundam o seu rosto.Sua mão começa a tremer e sente o estômago se revirando.
-E eu não trouxe a quinina.... só espero que chegue logo....droga.
Mas Guillermo não resiste desta vez... a malaria o ataca com violência.Seu médico o avisara,quando não quis ficar internado e fazer o tratamento direito.Se lembra bem do que lhe dissera:
-Cuidado Guillermo...sua malária está se tornando crônica...olha o fígado homem... pode te matar se tiver outra crise deste tipo.O coração não vai agüentar.
Com muita dor de cabeça, ele busca freneticamente um local que possa descer.Sua vista vai ficando enevoada.Sua respiração é rápida e começa a sentir sede.
Pablito aproveita a confusão e solta Guadalupe.Que vendo o que acontecia com o piloto, se abriga com o irmão, junto às caixas de papelão ,que estavam no fundo do avião.
-Vamos cair ,grita Pablito ....ele está doente.... vamos morrer Lupe!
Abraçados e rezando, os dois sentem o bater das asas nas árvores da floresta.O barulho de algo sendo rasgado e o baque violento de encontro à um grande tronco.Fumaça começa a sair dos motores.Guillermo com a pancada ,desmaia.
Os irmãos são jogados com força para o meio do amontoado de caixas.Seu conteúdo se espalha pelo piso ... são pacotes de cocaína.Algumas armas e muita munição. Uniformes botas ,facões e nada mais...
Vendo a fumaça entrando pelos buracos feitos pelas árvores,os dois se levantam ligeiros.
-Tudo bem? Ela inspeciona o irmão.Não se machucou?
-Não,estou bem Lupe.Mas você se machucou, fala Pablito ,indicando o corte no braço da irmã.
-Não é nada,só um pequeno corte,acho que bati em alguma coisa.Vamos sair daqui logo...Ela se levanta pegando o seu sombreiro.
-Como? Estamos dependurados em árvores .... e lá embaixo é a floresta....tem bichos...
-Melhor que aqui....pode pegar fogo no combustível e explodir tudo.
-Deixa eu enfaixar seu braço Lupe....pode ficar pior lá embaixo.
Pablito rasga um pedaço de sua camisa e enfaixa o braço da irmã.Pronto...e agora? Como vamos sair daqui? Pulando?
-Não sei ,vamos dar uma olhada....como será que se abre esta porta?
-Puxe esta alavanca....
Guadalupe ajudada por Pablito tenta abrir a porta.
-Mais força Lupe...
-Estou tentando ...parece emperrada.
-Vamos então tentar bater alguma coisa....
Mas nem bem Pablito fala , ouve-se o barulho de um galho se quebrando.
-Lupe! O avião ...ele vai cair....
-Vamos nos abrigar....venha ....vamos ficar dentro de uma caixa destas ....me parece forte.
Os dois retiram os objetos da caixa e entram nela ,no exato momento em que a pequena aeronave vai caindo de galho em galho.Cada escorregada que dava ouvia-se o barulho da fuselagem sendo rasgada pelos pedaços dos galhos.Com um estrondo ela finalmente chega ao chão.
Os dois abaixados na caixa esperam tudo ficar em perfeito silêncio.
-Será que dá para sair? Pablito olha receoso para fora da caixa.
-Cuidado ....vamos devagar Pablo ...você consegue ver o piloto?
-Não...tem muita caixa na frente...mas Lupe ...olha só...a porta...sumiu...só tem um buraco lá...vamos?
-Sim....mas com cuidado...não podemos nos esquecer onde estamos.
Os dois saem da caixa e muito cuidadosamente vão até o buraco onde era a porta.
Não chegam a sair do aparelho....o mato tomava conta de tudo.Medrosamente ficam olhado ao redor:
-O que vamos fazer agora Lupe?
-Não sei...sair por ai é que não vai ser uma boa.Vamos ver como está o piloto...quem sabe ele nos ajude a sair daqui.
Os dois voltam para a cabine do avião ...Guillermo está ainda na poltrona do comando...com a cabeça pendida para o lado.... um galho de árvore o perfurara de lado.
-Será que está morto? A pergunta saiu de Guadalupe ...sua voz estava tremula...espero que não...só ele pode nos tirar daqui...
Os dois se aproximam do piloto.Pablito cutuca o braço ...
-Lupe....acho que ele está morto....não reagiu...
-Não pode ser...o que vamos fazer sem ele? Aqui no meio do mato?
-Lupe...estou com medo... nós vamos morrer... quero a mamãe... Pablito começa a chorar de medo...
Guadalupe o abraça:
-Calma Pablito...estou aqui...não vou deixar que nada te aconteça.
Ela chega bem perto de Guillermo ....o examina colocando a mão em seu pescoço...não sente o seu pulsar...sacode –o .... e o corpo escorrega para o piso.
-Ele morreu... mas... será que foi morto por este galho? Ela olha o pedaço da árvore atravessado no corpo do piloto.
-Sei não Lupe ,ele estava sentindo algo quando queria me jogar para fora .
-Sim... é verdade....então...ele estava doente...
-Lupe? Nós vamos sair e ir para algum lugar?
-Para onde?Mas por enquanto vamos ficar por aqui...devem estar nos procurando.É bom ficar por perto do avião...assim vão nos achar mais rápido.
-Mas...Lupe...não quero ficar aqui ...com ele.Pablito mostra o corpo do piloto.Não gosto dele.
-Nem eu... mas não sei....hum... vamos puxá-lo lá para fora? E quem sabe o enterramos.
-Lá fora ?E os bichos?
-Calma ... não vimos nada lá fora...só vi árvores... vamos, me ajude aqui.
Ela pega os braços de Guillermo e puxa o corpo em direção à saída.Pablito a ajuda e logo eles o colocam no mato aos pés de uma enorme árvore,bem distante dos restos do avião...
-Como vamos cavar?
-Não vamos cavar ...,vamos embrulhar o corpo com caixas e cobrir com os restos do avião.Eles pegam os pedaços da asa e colocam sobre o corpo.Depois uns pedaços dos galhos.Cobrem bem e por cima de tudo ,colocam algumas rochas .
-E nós vamos dormir no avião?
-Sim,venha .Vamos dar um jeito nestes buracos.Assim poderemos dormir sossegados sem medo de bichos.
Depois de tudo tampado e reforçado com os pedaços das caixas, eles procuram algo para comer.
-Vamos comer bem pouco... não temos muita comida.
-Será que vão demorar muito para nos encontrar?
-Não sei....precisamos descobrir onde estamos...
-Olha Lupe ,quando ele deu aquele mergulho, eu vi terras da uma fazenda do lado de lá .Ele me mostrou .Não era muito longe daqui.
-Uma fazenda? Não era um acampamento? Não quero que os guerrilheiros nos achem... ou nunca mais vamos voltar para casa.
-Me parecia perto... vi umas vacas.
-Bem ...nós vamos esperar aqui.Se não aparecer ninguém nós vamos procurar este lugar.
A noite ....os dois não conseguem dormir... os sons da floresta ... os ruídos...o andar de animais sobre os restos do avião....os gritos guturais de animais os faziam ficar bem juntos e abraçados.... o choro era seu único alívio....
-Mamãe.... Guadalupe chorava.... pai ,onde estão? Porque não nos acham?
Capítulo 6. Sozinhos
[06/06/2011]
Na fazenda do embaixador, os soldados retornam desanimados .Não encontraram nada.
O comandante depois de conversar com o ministro da defesa, dá ordens para pararem as buscas.
Sara, depois que voltara do funeral do sogro ,se entrega ao desespero...e fica quase que alucinada ao saber que os soldados não iam prosseguir com as buscas.
Chora e se lastima:
-Sou uma miserável....porque fui trazê-los para cá? Lupe estava bem lá em Paris...tinha a vida dela e agora.....
-Calma amor... ela está bem...tenho certeza...
-Tem nada, Juan...Como podem estar bem? Sabe por um acaso onde estão?
-Não Sara,mas sei que estão bem.
-E se eles os mataram? Ela para ao pensar no que falara....começa a chorar ,agora jogada no sofá...eles ...meus filhos...mortos...Juan...eles estão mortos.
-Não estão ! Para com isso Sara.Eles não os matariam ...precisam deles vivos....
-Vivos? Eles ...estão vivos? Quando voltam?
-Não sei amor....Juan se abraça à mulher e chora com ela.Quer ser forte ,mas não agüenta e ficam os dois sentados na sala chorando.
Os empregados da fazenda não sabem o que fazer .Os amigos começam a aparecer .Vêm trazer os pêsames pela morte do pai de Juan ,mas ninguém sabe do seqüestro .O governo não quer divulgar.
O governo não aceita as exigências dos seqüestradores ,mas não tem coragem de dizer isso para o embaixador.Por isso o presidente diz que os soldados vão continuar a procurar os dois....uma mentira .....
Nada foi noticiado.A única nota nos jornais fora sobre a morte do chefe do clã Maldomado.Ele era um político muito querido e inimigo ferrenho dos guerrilheiros.Sua biografia foi colocada nos jornais....citando os seus netos... Fotos de Guadalupe em uma apresentação em Paris...o orgulho do avô.
“Sua menina” ,como ele dizia....o orgulho do avô ...que várias vezes fora até à França só para estar presente em suas apresentações.
Uma nota apenas foi escrita por uma comentarista :a falta da neta nos funerais ....”onde ela está? Porque não estava ali junto ao seu avô?”
Nenhum repórter se tocou disso e não fizeram a pergunta aos pais sobre sua ausência.
O governo pede silêncio sobre o seqüestro...não quer que a mídia fique sabendo....pois não pretende atender às exigências... diz que vai continuar a procura.
E a mentira persiste... a família achando que a busca continuara e tudo ia ficando assim....Cinco dias nesta angústia.
O comandante depois de conversar com o ministro da defesa, dá ordens para pararem as buscas.
Sara, depois que voltara do funeral do sogro ,se entrega ao desespero...e fica quase que alucinada ao saber que os soldados não iam prosseguir com as buscas.
Chora e se lastima:
-Sou uma miserável....porque fui trazê-los para cá? Lupe estava bem lá em Paris...tinha a vida dela e agora.....
-Calma amor... ela está bem...tenho certeza...
-Tem nada, Juan...Como podem estar bem? Sabe por um acaso onde estão?
-Não Sara,mas sei que estão bem.
-E se eles os mataram? Ela para ao pensar no que falara....começa a chorar ,agora jogada no sofá...eles ...meus filhos...mortos...Juan...eles estão mortos.
-Não estão ! Para com isso Sara.Eles não os matariam ...precisam deles vivos....
-Vivos? Eles ...estão vivos? Quando voltam?
-Não sei amor....Juan se abraça à mulher e chora com ela.Quer ser forte ,mas não agüenta e ficam os dois sentados na sala chorando.
Os empregados da fazenda não sabem o que fazer .Os amigos começam a aparecer .Vêm trazer os pêsames pela morte do pai de Juan ,mas ninguém sabe do seqüestro .O governo não quer divulgar.
O governo não aceita as exigências dos seqüestradores ,mas não tem coragem de dizer isso para o embaixador.Por isso o presidente diz que os soldados vão continuar a procurar os dois....uma mentira .....
Nada foi noticiado.A única nota nos jornais fora sobre a morte do chefe do clã Maldomado.Ele era um político muito querido e inimigo ferrenho dos guerrilheiros.Sua biografia foi colocada nos jornais....citando os seus netos... Fotos de Guadalupe em uma apresentação em Paris...o orgulho do avô.
“Sua menina” ,como ele dizia....o orgulho do avô ...que várias vezes fora até à França só para estar presente em suas apresentações.
Uma nota apenas foi escrita por uma comentarista :a falta da neta nos funerais ....”onde ela está? Porque não estava ali junto ao seu avô?”
Nenhum repórter se tocou disso e não fizeram a pergunta aos pais sobre sua ausência.
O governo pede silêncio sobre o seqüestro...não quer que a mídia fique sabendo....pois não pretende atender às exigências... diz que vai continuar a procura.
E a mentira persiste... a família achando que a busca continuara e tudo ia ficando assim....Cinco dias nesta angústia.
Na mata ,perdidos e sozinhos eles esperam a ajuda .Tentam usar o rádio do avião....não funciona... quebrara na queda.
Não tem coragem de sair de dentro do avião....os ruídos externos os deixam amedrontados...
-Lupe...eu ouvi um barulho estranho lá fora...
-Calma Pablito... eu estou aqui ...nada vai acontecer.
-A água esta acabando.... logo vai ser a comida...
-Bem... eu vou dar uma olhada nestas coisas que estão nas caixas... quem sabe eu ache alguma arma que possa nos defender dos animais.
Ela vasculha as caixas.Mas eram armas muito sofisticadas.... fuzis pesados ...
-Não dá Pablo...nem sei o que colocar neles...tem muitas armas diferentes ...
-Bem vamos ter de ficar só com os facões...
-Para que?
-Ora....vamos ter de sair um dia daqui....ou acha que vão nos achar ? Olha só para estas árvores.Já viu como são altas?
-Já vi sim...estamos bem escondidos.Amanhã acho que vamos dar umas voltas pelas redondezas....quem sabe encontramos esta fazenda que você viu.
-É,podemos pedir comida e água ...
-Não sei...precisamos primeiro descobrir onde estamos... vagamos por vários países...ele parou em vários campos diferentes...nem sabemos onde estamos...
A noite volta e o medo também.... rugidos de feras maiores são ouvidos...à distancia.
Nem bem amanheceu e Guadalupe pegando um facão:
-Vamos Pablo.Não dá para ficarmos aqui.O que eu ouvi esta noite me deu medo.Me pareceu o rugido de onça.
-Você ouviu também? Era o que?
-Sei lá....uma onça?
-Não quero esperar para saber... mas se não acharmos nada vamos ter de voltar para cá,por isso ...vamos marcar o caminho...
-Marcas ?Como faremos?
-Já sei! Como nos filmes que eu vi...marcas nas árvores... assim saberemos voltar .
-Boa idéia...que irmão inteligente eu tenho.
-Lupe...eu só sou corajoso porque você está comigo...você sim é corajosa...se fosse outra mulher já estaria se desesperando .Mas você não... mesmo sendo o que é parece que mora no mato e não lá em Paris.Já imaginou ? Você lá com este facão nas mãos?
Lupe começa a rir da idéia do irmão.
-Você é doido. Já imaginou sair nos jornais?
-Ainda mais você com este lindo vestido.... é um Valentino?
-Detesto vestido...acho que vou me trocar...tem uns uniformes nas caixas.
-Vai vestir aquelas roupas? E se formos confundidos?
-Prefiro andar de calças compridas....olha como estão minhas pernas...os mosquitos não me dão sossego.E o uniforme é próprio para se andar neste mato ,é tecido grosso.
Guadalupe troca de roupa.Pega um uniforme que lhe ficou melhor.Coloca na cabeça o boné e obriga seu irmão a usar um também.Guarda cuidadosamente o sombreiro em um saco de linho .
-Lupe? Sabe o que pensei agora? Não acha bom a gente andar com uma arma destas? É só para assustar...eu vou levar este fuzil.É bem mais leve....assim se encontrarmos com os guerrilheiros podemos nos passar por um deles.
-Eu andar com aquilo ali?É muito pesada.Mas posso tentar...vamos? Estou ficando com fome...
Os dois saem do avião,se desviando do local onde estava o corpo.....levam nos ombros os fuzis.
Vestidos com roupas de guerrilheiros e com facões nas mãos.Nos ombros armas ....que nem tinham idéia para que serviam.Ali fica o avião aos pedaços...carregado de cocaína e armas...e o corpo do piloto....mas era o único abrigo que possuíam...teriam de se refugiar ali se não encontrassem nada....na floresta amazônica...perdidos no meio do nada.
-Sabe dizer para que lado?
-Acho que é por ali Lupe.
O dia todo eles andam ...andam ...... sem achar nada....Andaram em círculos ... e várias vezes estão de volta ao avião.
-Não dá Pablito,não conseguimos nos orientar.É tudo igual.Todas as árvores são idênticas e olha só as nossas marcas...precisamos fazê-las maiores e bem mais visíveis.
Não tem coragem de sair de dentro do avião....os ruídos externos os deixam amedrontados...
-Lupe...eu ouvi um barulho estranho lá fora...
-Calma Pablito... eu estou aqui ...nada vai acontecer.
-A água esta acabando.... logo vai ser a comida...
-Bem... eu vou dar uma olhada nestas coisas que estão nas caixas... quem sabe eu ache alguma arma que possa nos defender dos animais.
Ela vasculha as caixas.Mas eram armas muito sofisticadas.... fuzis pesados ...
-Não dá Pablo...nem sei o que colocar neles...tem muitas armas diferentes ...
-Bem vamos ter de ficar só com os facões...
-Para que?
-Ora....vamos ter de sair um dia daqui....ou acha que vão nos achar ? Olha só para estas árvores.Já viu como são altas?
-Já vi sim...estamos bem escondidos.Amanhã acho que vamos dar umas voltas pelas redondezas....quem sabe encontramos esta fazenda que você viu.
-É,podemos pedir comida e água ...
-Não sei...precisamos primeiro descobrir onde estamos... vagamos por vários países...ele parou em vários campos diferentes...nem sabemos onde estamos...
A noite volta e o medo também.... rugidos de feras maiores são ouvidos...à distancia.
Nem bem amanheceu e Guadalupe pegando um facão:
-Vamos Pablo.Não dá para ficarmos aqui.O que eu ouvi esta noite me deu medo.Me pareceu o rugido de onça.
-Você ouviu também? Era o que?
-Sei lá....uma onça?
-Não quero esperar para saber... mas se não acharmos nada vamos ter de voltar para cá,por isso ...vamos marcar o caminho...
-Marcas ?Como faremos?
-Já sei! Como nos filmes que eu vi...marcas nas árvores... assim saberemos voltar .
-Boa idéia...que irmão inteligente eu tenho.
-Lupe...eu só sou corajoso porque você está comigo...você sim é corajosa...se fosse outra mulher já estaria se desesperando .Mas você não... mesmo sendo o que é parece que mora no mato e não lá em Paris.Já imaginou ? Você lá com este facão nas mãos?
Lupe começa a rir da idéia do irmão.
-Você é doido. Já imaginou sair nos jornais?
-Ainda mais você com este lindo vestido.... é um Valentino?
-Detesto vestido...acho que vou me trocar...tem uns uniformes nas caixas.
-Vai vestir aquelas roupas? E se formos confundidos?
-Prefiro andar de calças compridas....olha como estão minhas pernas...os mosquitos não me dão sossego.E o uniforme é próprio para se andar neste mato ,é tecido grosso.
Guadalupe troca de roupa.Pega um uniforme que lhe ficou melhor.Coloca na cabeça o boné e obriga seu irmão a usar um também.Guarda cuidadosamente o sombreiro em um saco de linho .
-Lupe? Sabe o que pensei agora? Não acha bom a gente andar com uma arma destas? É só para assustar...eu vou levar este fuzil.É bem mais leve....assim se encontrarmos com os guerrilheiros podemos nos passar por um deles.
-Eu andar com aquilo ali?É muito pesada.Mas posso tentar...vamos? Estou ficando com fome...
Os dois saem do avião,se desviando do local onde estava o corpo.....levam nos ombros os fuzis.
Vestidos com roupas de guerrilheiros e com facões nas mãos.Nos ombros armas ....que nem tinham idéia para que serviam.Ali fica o avião aos pedaços...carregado de cocaína e armas...e o corpo do piloto....mas era o único abrigo que possuíam...teriam de se refugiar ali se não encontrassem nada....na floresta amazônica...perdidos no meio do nada.
-Sabe dizer para que lado?
-Acho que é por ali Lupe.
O dia todo eles andam ...andam ...... sem achar nada....Andaram em círculos ... e várias vezes estão de volta ao avião.
-Não dá Pablito,não conseguimos nos orientar.É tudo igual.Todas as árvores são idênticas e olha só as nossas marcas...precisamos fazê-las maiores e bem mais visíveis.
-E se agente subisse em uma árvore?Lá de cima daria para ver onde estamos.
-Subir ? Já viu a altura ? Nem em sonhos...
Eles voltam ao avião .Comem , dividindo o resto da comida.
-Bem ...acabou.Amanhã temos de achar comida em qualquer lugar...água ainda temos.
Noite mal dormida....sono interrompido por barulhos dos animais noturnos...mas o cansaço vence e só vão acordar com a claridade do sol .
Guadalupe olha para o relógio e pegando o sombreiro:
-Vamos sair... estive pensando na posição do avião...se você disse que viu uma fazenda só pode ser para aquele lado.Vamos marcar bem o caminho....não quero ficar mais dando voltas e fazendo um circulo.Vamos sempre reto.
E assim fizeram.A parte da manhã andaram muito.
Finalmente avistam as últimas árvores....a floresta vai rareando e a claridade vai aumentando... à sua frente surge um pasto ....e muito distante alguns animais.... Uma cerca de arame separava o pasto da floresta.
-É mesmo uma fazenda Pablito...vamos com calma.Precisamos ter muito cuidado.Não fique exposto.
-Subir ? Já viu a altura ? Nem em sonhos...
Eles voltam ao avião .Comem , dividindo o resto da comida.
-Bem ...acabou.Amanhã temos de achar comida em qualquer lugar...água ainda temos.
Noite mal dormida....sono interrompido por barulhos dos animais noturnos...mas o cansaço vence e só vão acordar com a claridade do sol .
Guadalupe olha para o relógio e pegando o sombreiro:
-Vamos sair... estive pensando na posição do avião...se você disse que viu uma fazenda só pode ser para aquele lado.Vamos marcar bem o caminho....não quero ficar mais dando voltas e fazendo um circulo.Vamos sempre reto.
E assim fizeram.A parte da manhã andaram muito.
Finalmente avistam as últimas árvores....a floresta vai rareando e a claridade vai aumentando... à sua frente surge um pasto ....e muito distante alguns animais.... Uma cerca de arame separava o pasto da floresta.
-É mesmo uma fazenda Pablito...vamos com calma.Precisamos ter muito cuidado.Não fique exposto.
Capítulo 7 . Uma fazenda
[07/06/2011]
-Acha que pode ser um acampamento? Não parece,Lupe...olha quanto gado...
-Vamos margeando o mato até descobrir se existe alguma casa.Ou um modo de pular esta cerca.E olha ...não é tanto gado assim,são poucos para uma fazenda.
Os dois percorrem uma grande extensão das terras.Vão sempre escondidos atrás das árvores.
-Tudo muito bem cuidado...não me parece ser uma fazenda pequena....olha só mais vacas ou sei lá o que são...tomara que seja uma fazenda completa....com telefone e tudo o mais...Tem também alguns galpões ...mas são bem antigos....parecem ser de minas ....olha só ...tem até uma velha estrada de ferro que leva para dentro da mata.
-Comida ...fala Pablito....estou morto de fome.Que tenha bastante comida.Não quero saber de velhas minas e sim de muita comida.
Depois de meia hora de caminhada, eles avistam casas .É o lugar onde ficava a sede da fazenda.
-Olha lá Lupe... Casas... mas não vejo ninguém...
-Nem eu...ela olha para o relógio...é hora do almoço...devem estar almoçando.
-Chegamos então na hora certa.Vamos lá .Nos apresentamos e pedimos comida.
-Você está louco? Nem sabemos quem mora aí...se esqueceu que nem sabemos onde estamos?Precisamos sondar tudo primeiro.
-Ah Lupe! Estou morto de fome.Vou lá ver se acho algo para comer.
-Espere.Eu vou.Você fica aqui.
-Mas porque não vamos juntos?Assim eles nos dão logo o que comer.
-Não! Você fica e observa .Se me acontecer algo de ruim eu posso contar com sua ajuda entendeu?
-Ah! Entendi.Vai então eu fico aqui a tua espera.Traga algo gostoso.
-Vou tentar ,seu guloso.Fique escondido.Não apareça.
Guadalupe dá um beijo no irmão e vai em direção à casa.Observando sempre se não tem pessoas por perto.Passa por baixo do arame farpado com muito cuidado.
Mas ao chegar à casa é que sente a primeira dificuldade.Era toda murada.Um grande portão de ferro na frente.
-E agora? Como vou entrar?
Ela se assusta com o barulho de passos.Se esconde atrás de um arbusto.Fica vendo quem iria sair.É uma senhora gorda, muito clara.Tem uma cesta de palha nas mãos.Vem cantarolando.Abre o portão e se encaminha para uma outra construção que ficava um pouco longe da casa principal.Um galinheiro enorme.Mais distante outras casas....
Guadalupe dá um sorriso....esta descoberta a deixa mais confiante...
-Um frango iria bem para o jantar de hoje...ovos também...mas vou ver se acho alguma coisa já feita...depois vou dar uma de raposa....visitarei o galinheiro.E o portão não estava trancado...bom saber disso.
Aproveitando que o portão ficara aberto,ela entra bem ligeiro.Tenta se orientar no imenso jardim.Nem presta atenção à sua beleza.A única coisa que queria era descobrir onde ficava a cozinha.Olha a casa toda.Enorme.Muitas janelas ...uma lindo alpendre na sua frente.
-Se aqui é a frente ...a cozinha deve ser atrás dela,nos fundos.
Ela encostada na parede ,para não ser vista das janelas.... corre até os fundos da casa.Antes de virar a esquina da casa ,observa bem ao seu redor e nota que a mulher gorda estava vindo em sua direção.Trazia na cesta alguns ovos .Se esconde e segue com os olhos para onde a mulher vai.
Esta entra em uma porta lateral .
-Hum a cozinha deve ser por aqui.Muito sorrateiramente entra também pela porta.Logo sente o cheiro de comida.
-Acertei.Que cheirinho bom.Hum.... me parece que está assando alguma coisa...um bolo?
Se esconde atrás de uma cortina, ao notar que mais alguém se aproximava.O som de um bater de saltos anuncia sua chegada.Desta vez era uma senhora alta, já idosa ,muito bem vestida.Cabelos avermelhados ,bem penteados em forma de um coque .Com os ósculos de leitura nas mãos ela chega na porta da cozinha e com voz de autoridade :
-Meire? Valkíria pediu para você fazer bolo hoje?
-Sim senhora.Meire, a gorda cozinheira ,abre a porta da cozinha .Ela me pediu ontem .Disse que estava com vontade de comer bolo de cenoura.Já está assado.
-Que bom...hum...o cheirinho está uma delicia.Como sempre você é uma ótima cozinheira e doceira Meire.
-Obrigada dona Mayka...gosto de saber que apreciam minhas comidas.
-Pode ter certeza disso minha cara...aqui todos apreciamos seus quitutes.Não sei se vou agüentar esperar ...
-Só mais um pouco e levo um pedaço para vocês.É só esfriar mais.
-Não precisa....mais tarde comemos.Depois do almoço.A voz agora é impessoal.
Mayka , a governanta ,sai em direção ao corredor da casa.Meire,volta para a pia.Ajeita sua toca ,imaculadamente branca em seus cabelos,arruma o avental do uniforme e continua a trabalhar.
Está lavando verduras para fazer salada.Cantarolando uma musica sertaneja , ela corta os tomates em rodelas bem finas.As verdes folhas das alfaces vão sendo cuidadosamente colocadas na bandeja de fina porcelana, onde logo são colocadas fatias de pimentão e de rabanetes bem suculentos.Rega generosamente com puro azeite e enfeita com algumas rodelas de limão siciliano.
Escondida atrás das cortinas Guadalupe fica à espreita ,esperando uma oportunidade.
Passados alguns minutos, eis que surge a figura de um homem alto e muito magro.Vestido com uma casaca cinza e muito empertigado, ele bate de leve na porta da cozinha e com voz suave,muito respeitosa:
-Posso entrar Meire?
Guadalupe não entendeu o motivo dele estar assim vestido...
-“ Uma casaca? Onde será que ele vai de casaca ?Parece aqueles mordomos das casas de nobres ingleses.Que engraçado.”
Da cozinha vem uma resposta bem alegre :
-Claro senhor Enzo.O senhor é sempre bem vindo à minha cozinha.
-Então com licença... estou sabendo que fez um bolo de cenoura.... diz ele todo cerimonioso.
-Ah! Entendi....quer um pedaço também ....venha sente-se aqui...já o tirei do forno.
-Não posso me sentar agora Meire.Tenho de ir conversar com seu marido.Corte um pedaço e deixe lá na mesa da sala ,na volta, eu como.
-Pode deixar seu Enzo ,vou caprichar no pedaço.
-Obrigado Meire.Você é uma ótima doceira,seus doces me levam sempre a sair da linha.Ele dá um sorriso e sai da cozinha, com os dedos no colete da casaca.
Meire corta um pedaço do imenso bolo que retirara do forno.Capricha no corte,pois sabe que Enzo ,o mordomo, gosta de seus bolos.
-Coitado...sempre trabalhando tanto e com a saúde tão debilitada.
Ela coloca o pedaço de bolo em um prato ,juntando uma faca e um garfo.Cobre com um guardanapo de linho muito imaculado e deixa na mesa da sala.
Voltando para a cozinha ,ouve um chamado de fora da casa.
-Dona Meire,dona Meire....
-O que quer moleque? Ela fala com um rapaz de uns vinte anos.
-Vai querer que corte algumas flores hoje, dona Meire?
-Sim , mas vou lá com você.Ontem você me trouxe flores com bichos e dona Mayka não achou graça nas lagartas.Me pediu que lavasse todas .
-Bichos? Que mal faz uma lagartinha ? Ele dá um sorriso malandro.
Os dois vão para os fundos do imenso jardim.Danilo ,o jardineiro,leva consigo uma tesoura e uma grande cesta de vime , para colocar as flores ,que enfeitarão a mesa de almoço.
Era esta a oportunidade esperada por Guadalupe.Em poucas passadas ela entra na cozinha.Abre uma panela e vendo a carne,pega uma faca e corta um pedaço.Pega dois enormes pães de cima da mesa coloca neles a carne. Seus olhos percorrem ligeiros toda a cozinha. Laranjas e maçãs vão sendo colocadas nos bolsos do uniforme.O boné cai de sua cabeça.Pensa em usá-lo para levar as frutas.Mas desiste.Enterra-o de novo na cabeça escondendo seus cabelos.
Olha para outra panela...arroz com ovo frito .
-Delicia....ela procura algo para colocar um pouco de arroz.Pega uma panela pequena e a enche de arroz .De outra panela ela tira verduras cozidas.Pega uma caixa de fósforos no fogão.
Vai saindo quando vê uma garrafa de água mineral.Pega e coloca em um dos enormes bolsos. Escutando o barulho de uma porta batendo ao longe,resolve dar por terminada a sua excursão .Sai ligeira da cozinha....passando pela mesa...não resiste,pega o bolo com prato e tudo.Se esconde atrás da cortina ao notar que a gorda mulher já voltava com um cesto de flores.
Espera que entre na cozinha e sai correndo em direção ao portão.Para em sua entrada e olha ao redor.Não vendo ninguém corre até o galinheiro.Pega um saco de algodão que estava dependurado na entrada.Vasculha os ninhos....encontra 5 ovos.Acomoda-os na panela com as verduras.Olhando ao redor procura um frango .Achado- o não tem dúvidas , o atrai com o milho que estava no comedouro .O frango é colocado no saco.
Depois de sondar bem o ambiente externo ,sai correndo em direção à floresta ,onde estava um nervoso Pablito.Com muito medo ele ficara observando os campos ,onde pastavam algumas vacas.Curioso ficou com os galpões e a linha de trem no meio do nada e não ligando a nenhum lugar.Tem vontade de ir lá ver do que se tratava,mas o medo o fez ficar bem quieto, escondido entre as primeiras árvores da floresta.
Ela chega esbaforida depois de se atrapalhar um pouco com o arame.Estes estavam muito juntos uns dos outros.Feito especialmente para nenhum animal grande entrar nos pastos.
-Vamos sair daqui rápido . Logo vão dar falta da comida.É bom estarmos longe quando isso acontecer.
-Trouxe comida? Pablito pega o saco...um frango? Vivo?
-Calma,ela pega o saco de suas mãos.É para depois.Vamos logo.
Os dois pegam o caminho que fizeram,seguindo as marcas nas árvores.Chegam ao avião,depois de caminharem muito.Cansados e com muito medo,pois a floresta era muito densa e escura.
-Vamos margeando o mato até descobrir se existe alguma casa.Ou um modo de pular esta cerca.E olha ...não é tanto gado assim,são poucos para uma fazenda.
Os dois percorrem uma grande extensão das terras.Vão sempre escondidos atrás das árvores.
-Tudo muito bem cuidado...não me parece ser uma fazenda pequena....olha só mais vacas ou sei lá o que são...tomara que seja uma fazenda completa....com telefone e tudo o mais...Tem também alguns galpões ...mas são bem antigos....parecem ser de minas ....olha só ...tem até uma velha estrada de ferro que leva para dentro da mata.
-Comida ...fala Pablito....estou morto de fome.Que tenha bastante comida.Não quero saber de velhas minas e sim de muita comida.
Depois de meia hora de caminhada, eles avistam casas .É o lugar onde ficava a sede da fazenda.
-Olha lá Lupe... Casas... mas não vejo ninguém...
-Nem eu...ela olha para o relógio...é hora do almoço...devem estar almoçando.
-Chegamos então na hora certa.Vamos lá .Nos apresentamos e pedimos comida.
-Você está louco? Nem sabemos quem mora aí...se esqueceu que nem sabemos onde estamos?Precisamos sondar tudo primeiro.
-Ah Lupe! Estou morto de fome.Vou lá ver se acho algo para comer.
-Espere.Eu vou.Você fica aqui.
-Mas porque não vamos juntos?Assim eles nos dão logo o que comer.
-Não! Você fica e observa .Se me acontecer algo de ruim eu posso contar com sua ajuda entendeu?
-Ah! Entendi.Vai então eu fico aqui a tua espera.Traga algo gostoso.
-Vou tentar ,seu guloso.Fique escondido.Não apareça.
Guadalupe dá um beijo no irmão e vai em direção à casa.Observando sempre se não tem pessoas por perto.Passa por baixo do arame farpado com muito cuidado.
Mas ao chegar à casa é que sente a primeira dificuldade.Era toda murada.Um grande portão de ferro na frente.
-E agora? Como vou entrar?
Ela se assusta com o barulho de passos.Se esconde atrás de um arbusto.Fica vendo quem iria sair.É uma senhora gorda, muito clara.Tem uma cesta de palha nas mãos.Vem cantarolando.Abre o portão e se encaminha para uma outra construção que ficava um pouco longe da casa principal.Um galinheiro enorme.Mais distante outras casas....
Guadalupe dá um sorriso....esta descoberta a deixa mais confiante...
-Um frango iria bem para o jantar de hoje...ovos também...mas vou ver se acho alguma coisa já feita...depois vou dar uma de raposa....visitarei o galinheiro.E o portão não estava trancado...bom saber disso.
Aproveitando que o portão ficara aberto,ela entra bem ligeiro.Tenta se orientar no imenso jardim.Nem presta atenção à sua beleza.A única coisa que queria era descobrir onde ficava a cozinha.Olha a casa toda.Enorme.Muitas janelas ...uma lindo alpendre na sua frente.
-Se aqui é a frente ...a cozinha deve ser atrás dela,nos fundos.
Ela encostada na parede ,para não ser vista das janelas.... corre até os fundos da casa.Antes de virar a esquina da casa ,observa bem ao seu redor e nota que a mulher gorda estava vindo em sua direção.Trazia na cesta alguns ovos .Se esconde e segue com os olhos para onde a mulher vai.
Esta entra em uma porta lateral .
-Hum a cozinha deve ser por aqui.Muito sorrateiramente entra também pela porta.Logo sente o cheiro de comida.
-Acertei.Que cheirinho bom.Hum.... me parece que está assando alguma coisa...um bolo?
Se esconde atrás de uma cortina, ao notar que mais alguém se aproximava.O som de um bater de saltos anuncia sua chegada.Desta vez era uma senhora alta, já idosa ,muito bem vestida.Cabelos avermelhados ,bem penteados em forma de um coque .Com os ósculos de leitura nas mãos ela chega na porta da cozinha e com voz de autoridade :
-Meire? Valkíria pediu para você fazer bolo hoje?
-Sim senhora.Meire, a gorda cozinheira ,abre a porta da cozinha .Ela me pediu ontem .Disse que estava com vontade de comer bolo de cenoura.Já está assado.
-Que bom...hum...o cheirinho está uma delicia.Como sempre você é uma ótima cozinheira e doceira Meire.
-Obrigada dona Mayka...gosto de saber que apreciam minhas comidas.
-Pode ter certeza disso minha cara...aqui todos apreciamos seus quitutes.Não sei se vou agüentar esperar ...
-Só mais um pouco e levo um pedaço para vocês.É só esfriar mais.
-Não precisa....mais tarde comemos.Depois do almoço.A voz agora é impessoal.
Mayka , a governanta ,sai em direção ao corredor da casa.Meire,volta para a pia.Ajeita sua toca ,imaculadamente branca em seus cabelos,arruma o avental do uniforme e continua a trabalhar.
Está lavando verduras para fazer salada.Cantarolando uma musica sertaneja , ela corta os tomates em rodelas bem finas.As verdes folhas das alfaces vão sendo cuidadosamente colocadas na bandeja de fina porcelana, onde logo são colocadas fatias de pimentão e de rabanetes bem suculentos.Rega generosamente com puro azeite e enfeita com algumas rodelas de limão siciliano.
Escondida atrás das cortinas Guadalupe fica à espreita ,esperando uma oportunidade.
Passados alguns minutos, eis que surge a figura de um homem alto e muito magro.Vestido com uma casaca cinza e muito empertigado, ele bate de leve na porta da cozinha e com voz suave,muito respeitosa:
-Posso entrar Meire?
Guadalupe não entendeu o motivo dele estar assim vestido...
-“ Uma casaca? Onde será que ele vai de casaca ?Parece aqueles mordomos das casas de nobres ingleses.Que engraçado.”
Da cozinha vem uma resposta bem alegre :
-Claro senhor Enzo.O senhor é sempre bem vindo à minha cozinha.
-Então com licença... estou sabendo que fez um bolo de cenoura.... diz ele todo cerimonioso.
-Ah! Entendi....quer um pedaço também ....venha sente-se aqui...já o tirei do forno.
-Não posso me sentar agora Meire.Tenho de ir conversar com seu marido.Corte um pedaço e deixe lá na mesa da sala ,na volta, eu como.
-Pode deixar seu Enzo ,vou caprichar no pedaço.
-Obrigado Meire.Você é uma ótima doceira,seus doces me levam sempre a sair da linha.Ele dá um sorriso e sai da cozinha, com os dedos no colete da casaca.
Meire corta um pedaço do imenso bolo que retirara do forno.Capricha no corte,pois sabe que Enzo ,o mordomo, gosta de seus bolos.
-Coitado...sempre trabalhando tanto e com a saúde tão debilitada.
Ela coloca o pedaço de bolo em um prato ,juntando uma faca e um garfo.Cobre com um guardanapo de linho muito imaculado e deixa na mesa da sala.
Voltando para a cozinha ,ouve um chamado de fora da casa.
-Dona Meire,dona Meire....
-O que quer moleque? Ela fala com um rapaz de uns vinte anos.
-Vai querer que corte algumas flores hoje, dona Meire?
-Sim , mas vou lá com você.Ontem você me trouxe flores com bichos e dona Mayka não achou graça nas lagartas.Me pediu que lavasse todas .
-Bichos? Que mal faz uma lagartinha ? Ele dá um sorriso malandro.
Os dois vão para os fundos do imenso jardim.Danilo ,o jardineiro,leva consigo uma tesoura e uma grande cesta de vime , para colocar as flores ,que enfeitarão a mesa de almoço.
Era esta a oportunidade esperada por Guadalupe.Em poucas passadas ela entra na cozinha.Abre uma panela e vendo a carne,pega uma faca e corta um pedaço.Pega dois enormes pães de cima da mesa coloca neles a carne. Seus olhos percorrem ligeiros toda a cozinha. Laranjas e maçãs vão sendo colocadas nos bolsos do uniforme.O boné cai de sua cabeça.Pensa em usá-lo para levar as frutas.Mas desiste.Enterra-o de novo na cabeça escondendo seus cabelos.
Olha para outra panela...arroz com ovo frito .
-Delicia....ela procura algo para colocar um pouco de arroz.Pega uma panela pequena e a enche de arroz .De outra panela ela tira verduras cozidas.Pega uma caixa de fósforos no fogão.
Vai saindo quando vê uma garrafa de água mineral.Pega e coloca em um dos enormes bolsos. Escutando o barulho de uma porta batendo ao longe,resolve dar por terminada a sua excursão .Sai ligeira da cozinha....passando pela mesa...não resiste,pega o bolo com prato e tudo.Se esconde atrás da cortina ao notar que a gorda mulher já voltava com um cesto de flores.
Espera que entre na cozinha e sai correndo em direção ao portão.Para em sua entrada e olha ao redor.Não vendo ninguém corre até o galinheiro.Pega um saco de algodão que estava dependurado na entrada.Vasculha os ninhos....encontra 5 ovos.Acomoda-os na panela com as verduras.Olhando ao redor procura um frango .Achado- o não tem dúvidas , o atrai com o milho que estava no comedouro .O frango é colocado no saco.
Depois de sondar bem o ambiente externo ,sai correndo em direção à floresta ,onde estava um nervoso Pablito.Com muito medo ele ficara observando os campos ,onde pastavam algumas vacas.Curioso ficou com os galpões e a linha de trem no meio do nada e não ligando a nenhum lugar.Tem vontade de ir lá ver do que se tratava,mas o medo o fez ficar bem quieto, escondido entre as primeiras árvores da floresta.
Ela chega esbaforida depois de se atrapalhar um pouco com o arame.Estes estavam muito juntos uns dos outros.Feito especialmente para nenhum animal grande entrar nos pastos.
-Vamos sair daqui rápido . Logo vão dar falta da comida.É bom estarmos longe quando isso acontecer.
-Trouxe comida? Pablito pega o saco...um frango? Vivo?
-Calma,ela pega o saco de suas mãos.É para depois.Vamos logo.
Os dois pegam o caminho que fizeram,seguindo as marcas nas árvores.Chegam ao avião,depois de caminharem muito.Cansados e com muito medo,pois a floresta era muito densa e escura.
Meire ...na cozinha....olha e nota a panela de carne, aberta....coisa que ela tem certeza não deixara assim.Tira a pampa e olhando dentro:
-Quem cortou a carne? Ela grita furiosa,jogando a cesta com as flores,no chão.
-Quem cortou a carne? Ela grita furiosa,jogando a cesta com as flores,no chão.
Capítulo 8 . Os furtos
[08/06/2011]
O seu grito furioso ecoa pelos corredores da imensa casa, atraindo Mayka à cozinha:
-O que aconteceu Meire? Porque gritou assim?Ela entra muito nervosa na cozinha.E mais nervosa fica ao ver as flores jogadas no chão.
-Desculpe dona Mayka.Mas a senhora sabe como detesto quando vêm aqui mexer nas minhas panelas.
-Quem mexeu nelas?Mayka olha para os lados como se à procura de alguém.Seus dedos mexem sem parar nos botões do vestido.
-Não sei....mas a carne foi cortada e está faltando um pedaço bem grande .
-Cortaram a carne? Mayka chega perto da panela e fica a espera ,não toca na panela..Meire a abre e mostra:
-Olha só....cortaram um grande pedaço....ah se eu pego quem fez isso....
-Sabe quem foi?Ela pergunta com voz fria.
-Não sei não,mas vou descobrir....
Os olhos de Meire percorrem a cozinha ....
-Dona Mayka.... será que tem algum ladrão aqui?
-Porque diz isso? Ladrão?De onde tirou esta idéia infeliz? Mayka olha para a empregada como se visse um ser de outro planeta.Um olhar de desdém.
-Ora .... a panelinha que faço caldo....estava aqui na pia e agora não está mais.
Neste instante ouve-se uma batidinha na porta da cozinha e ouve-se a voz de Enzo:
-Posso entrar Meire?
-Entra logo,fala sua mulher.A voz agora era irritada.
-Oi Mayka .O que faz aqui na cozinha?
-Eu vim ver o que aconteceu aqui.E você ? O que quer aqui?Mayka fala com voz austera.Olhando severa para o marido.
-Vim pegar meu pedaço de bolo.Meire me prometeu .Ele fala como se estivesse pedindo desculpas por estar ali.
-Eu o deixei na mesa da sala seu Enzo.Meire se apressa a lhe responder.
-Na mesa? Não tem nada lá.
-Como não? Meire sai da cozinha indo direto para onde deixara a o bolo.
-Dona Mayka ....eu juro que deixei um pedaço de bolo aqui nesta mesa para o seu Enzo.Se ele não pegou....quem pegou?
-Eu não fui , vou ver se não foi Valkíria.As meninas é que não foram.Estão lá na lavanderia.Os olhos de Mayka estavam mostrando seu desgosto com o assunto.Sua boca estava retesada.
Mayka sai e vai até uma sala bem ensolarada.Olhando para a mulher sentada junto à uma mesa ,que escrevia em grandes folhas brancas.O sol entrava tímido pela veneziana meio fechada.Chegando nela ,limpa a garganta ,pergunta com voz baixa.Quase sussurrando.
- Querida,você já pegou o seu bolo?
A mulher para o que fazia e olhando para ela reponde, com voz suave .
-Bolo? Já está pronto?Quero um pedacinho sim.
-Não é isso senhora.Queria saber se foi a senhora quem pegou o bolo que estava na mesa da sala.
-Não Mayka ,não fui ainda lá ,hoje.Porque ? A voz agora mostrava curiosidade.Sumiu algum bolo de lá?
-Meire diz que sim.Ainda sumiu também um pedaço de carne.
-Bolo? Carne? O que aconteceu? Não estou entendendo.
-Ela disse que alguém cortou um pedaço da carne que está dentro da panela.
-Como assim?Quem iria fazer isso?
-Hum....quem é o esfomeado?
A risadinha maliciosa acompanha o final da conversa entre as duas mulheres:
-Seu marido? Enzo continua esfomeado? Olha lá ....fala para a Meire fazer a comida dele mais cedo ,assim ele não ataca suas panelas.
-Não sei....não é do feitio dele fazer isso... Mayka não achara graça no que ouvira.
-É verdade.Ele não admite nenhum erro...nem os dele.Principalmente a gula....
-Vou perguntar se foi o Enzo.Ele não quis falar nada na frente da Meire.
-Deixa disso Mayka .Enzo está doente.Deixe-o em paz.É bom que se alimente quando sente fome.
-Não posso senhora.Aqui deve ser tudo perfeito.Nada disso.Imagina se vira rotina? Não quero que vire uma bagunça .Muito menos roubo de comida.Com sua licença.
Mayka sai em direção ao escritório ,onde seu marido trabalhava.Seus passos são ligeiros mas suaves.Caminha com muita classe, empertigada.Bate de leve na porta de cedro arana,madeira maciça.Alta ,toda desenhada com motivos de animais da floresta tropical.
-Posso entrar Enzo querido?
Enzo se levanta da escrivaninha e se encaminha até sua mulher.
-O que deseja Mayka? Parece preocupada.
-Enzo....é sobre o bolo.Valkíria não o pegou.Mas a Meire diz que alguém cortou um pedaço da carne que estava em sua panela.E tenho certeza que não foram as meninas.
-E você acha que fui eu? Ele dá um pequeno sorriso...Mayka se ainda fosse um doce de cidra eu me arriscaria....mas carne? Você me conhece bem....não como carne.
-Enzo! Desculpe ....fiquei tão nervosa que até me esqueci que você é vegetariano. Me desculpe sim querido?Mayka sentindo o erro fica sem graça.Abaixa um pouco a sua altiva cabeça .
-Não faz mal Mayka.Não ligo ,somos casados não somos?Podemos nos questionar sem muita cerimônia .
-Claro querido ,mas eu estou encabulada.Quem pegou seu bolo? E a carne?A altivez volta a imperar nos modos de Mayka.
-Vou descobrir.Não pode ser nenhum dos empregados .Eles são proibidos de entrar na casa. Sabem bem disso.Está escrito em seu contrato e eles o assinaram,eu os escolhi a dedo.Os fiz entender bem isso.Aqui em casa só entra o capataz...quando eu o chamar ou dona Valkíria.
-Sei disso querido.Mas descubra se algum não resolveu dar uma entrada aqui.Sabe bem o que Valkíria faria.Quem sabe o pessoal da construtora?Ela insinua.
-Nem quero imaginar isso.Deus me livre se ela descobre algo assim.Isso aqui viraria um inferno.Vou verificar tudo direitinho E ,Mayka ,não fale mais nada com ela sobre isso.Não a quero preocupada com nada.
-Certo,mas não posso ficar escondendo isso dela.Uma das empregadas pode uma hora falar alguma coisa e aí já viu.
-Fale com elas.As proíba de comentarem sobre isso.
Mayka sai do escritório e vai até a lavanderia.Ali reunidas trabalhando e passando roupas , estavam duas das empregadas encarregadas da rouparia da casa.
-Bom dia .O cumprimento fora dado com voz impessoal.
-Bom dia,dona Mayka . As duas a cumprimentam, quase fazendo uma reverência.
-Nilza ,Yara.Onde estão Jussara e Regina?
Nilza logo responde :
- A Regina está fazendo a faxina dos banheiros,dona Mayka e a Jussara foi até a adega pegar o vinho para o almoço.Vai levar para dona Valkíria aprovar ou não.
-Bem ,vou deixar um recadinho com vocês.Depois quando se encontrarem ,passem para elas também.
-Sim senhora,de que se trata?
-Bem. Hoje aconteceu um fato muito desagradável.Meire deu falta de alguns itens alimentícios da cozinha.
-Sumiu algo da cozinha? Yara a mais nova das empregadas , pergunta curiosa.Isso nunca aconteceu aqui.
-Sim um pedaço de bolo,um pedaço de carne e uma panela.A frieza de Mayka não incomoda a empregada.
Nossa ! Tudo isso? Como isso aconteceu? Quem fez isso ? Ela viu?
-Não.Ela não sabe.É esse o problema.Não quero que comentem nada com dona Valkíria.Ela não deve ficar sabendo de mais nada.Não comentem sobre isso .O Enzo vai investigar.Se ela souber ...nem quero ver.Agora a voz é temerosa.
Nilza se benze:
-Deus nos livre...ela ... não vai ficar sabendo.
-Obrigada.... conto com vocês para a paz continuar a reinar aqui em casa.
-Conte conosco dona Mayka.
-O que aconteceu Meire? Porque gritou assim?Ela entra muito nervosa na cozinha.E mais nervosa fica ao ver as flores jogadas no chão.
-Desculpe dona Mayka.Mas a senhora sabe como detesto quando vêm aqui mexer nas minhas panelas.
-Quem mexeu nelas?Mayka olha para os lados como se à procura de alguém.Seus dedos mexem sem parar nos botões do vestido.
-Não sei....mas a carne foi cortada e está faltando um pedaço bem grande .
-Cortaram a carne? Mayka chega perto da panela e fica a espera ,não toca na panela..Meire a abre e mostra:
-Olha só....cortaram um grande pedaço....ah se eu pego quem fez isso....
-Sabe quem foi?Ela pergunta com voz fria.
-Não sei não,mas vou descobrir....
Os olhos de Meire percorrem a cozinha ....
-Dona Mayka.... será que tem algum ladrão aqui?
-Porque diz isso? Ladrão?De onde tirou esta idéia infeliz? Mayka olha para a empregada como se visse um ser de outro planeta.Um olhar de desdém.
-Ora .... a panelinha que faço caldo....estava aqui na pia e agora não está mais.
Neste instante ouve-se uma batidinha na porta da cozinha e ouve-se a voz de Enzo:
-Posso entrar Meire?
-Entra logo,fala sua mulher.A voz agora era irritada.
-Oi Mayka .O que faz aqui na cozinha?
-Eu vim ver o que aconteceu aqui.E você ? O que quer aqui?Mayka fala com voz austera.Olhando severa para o marido.
-Vim pegar meu pedaço de bolo.Meire me prometeu .Ele fala como se estivesse pedindo desculpas por estar ali.
-Eu o deixei na mesa da sala seu Enzo.Meire se apressa a lhe responder.
-Na mesa? Não tem nada lá.
-Como não? Meire sai da cozinha indo direto para onde deixara a o bolo.
-Dona Mayka ....eu juro que deixei um pedaço de bolo aqui nesta mesa para o seu Enzo.Se ele não pegou....quem pegou?
-Eu não fui , vou ver se não foi Valkíria.As meninas é que não foram.Estão lá na lavanderia.Os olhos de Mayka estavam mostrando seu desgosto com o assunto.Sua boca estava retesada.
Mayka sai e vai até uma sala bem ensolarada.Olhando para a mulher sentada junto à uma mesa ,que escrevia em grandes folhas brancas.O sol entrava tímido pela veneziana meio fechada.Chegando nela ,limpa a garganta ,pergunta com voz baixa.Quase sussurrando.
- Querida,você já pegou o seu bolo?
A mulher para o que fazia e olhando para ela reponde, com voz suave .
-Bolo? Já está pronto?Quero um pedacinho sim.
-Não é isso senhora.Queria saber se foi a senhora quem pegou o bolo que estava na mesa da sala.
-Não Mayka ,não fui ainda lá ,hoje.Porque ? A voz agora mostrava curiosidade.Sumiu algum bolo de lá?
-Meire diz que sim.Ainda sumiu também um pedaço de carne.
-Bolo? Carne? O que aconteceu? Não estou entendendo.
-Ela disse que alguém cortou um pedaço da carne que está dentro da panela.
-Como assim?Quem iria fazer isso?
-Hum....quem é o esfomeado?
A risadinha maliciosa acompanha o final da conversa entre as duas mulheres:
-Seu marido? Enzo continua esfomeado? Olha lá ....fala para a Meire fazer a comida dele mais cedo ,assim ele não ataca suas panelas.
-Não sei....não é do feitio dele fazer isso... Mayka não achara graça no que ouvira.
-É verdade.Ele não admite nenhum erro...nem os dele.Principalmente a gula....
-Vou perguntar se foi o Enzo.Ele não quis falar nada na frente da Meire.
-Deixa disso Mayka .Enzo está doente.Deixe-o em paz.É bom que se alimente quando sente fome.
-Não posso senhora.Aqui deve ser tudo perfeito.Nada disso.Imagina se vira rotina? Não quero que vire uma bagunça .Muito menos roubo de comida.Com sua licença.
Mayka sai em direção ao escritório ,onde seu marido trabalhava.Seus passos são ligeiros mas suaves.Caminha com muita classe, empertigada.Bate de leve na porta de cedro arana,madeira maciça.Alta ,toda desenhada com motivos de animais da floresta tropical.
-Posso entrar Enzo querido?
Enzo se levanta da escrivaninha e se encaminha até sua mulher.
-O que deseja Mayka? Parece preocupada.
-Enzo....é sobre o bolo.Valkíria não o pegou.Mas a Meire diz que alguém cortou um pedaço da carne que estava em sua panela.E tenho certeza que não foram as meninas.
-E você acha que fui eu? Ele dá um pequeno sorriso...Mayka se ainda fosse um doce de cidra eu me arriscaria....mas carne? Você me conhece bem....não como carne.
-Enzo! Desculpe ....fiquei tão nervosa que até me esqueci que você é vegetariano. Me desculpe sim querido?Mayka sentindo o erro fica sem graça.Abaixa um pouco a sua altiva cabeça .
-Não faz mal Mayka.Não ligo ,somos casados não somos?Podemos nos questionar sem muita cerimônia .
-Claro querido ,mas eu estou encabulada.Quem pegou seu bolo? E a carne?A altivez volta a imperar nos modos de Mayka.
-Vou descobrir.Não pode ser nenhum dos empregados .Eles são proibidos de entrar na casa. Sabem bem disso.Está escrito em seu contrato e eles o assinaram,eu os escolhi a dedo.Os fiz entender bem isso.Aqui em casa só entra o capataz...quando eu o chamar ou dona Valkíria.
-Sei disso querido.Mas descubra se algum não resolveu dar uma entrada aqui.Sabe bem o que Valkíria faria.Quem sabe o pessoal da construtora?Ela insinua.
-Nem quero imaginar isso.Deus me livre se ela descobre algo assim.Isso aqui viraria um inferno.Vou verificar tudo direitinho E ,Mayka ,não fale mais nada com ela sobre isso.Não a quero preocupada com nada.
-Certo,mas não posso ficar escondendo isso dela.Uma das empregadas pode uma hora falar alguma coisa e aí já viu.
-Fale com elas.As proíba de comentarem sobre isso.
Mayka sai do escritório e vai até a lavanderia.Ali reunidas trabalhando e passando roupas , estavam duas das empregadas encarregadas da rouparia da casa.
-Bom dia .O cumprimento fora dado com voz impessoal.
-Bom dia,dona Mayka . As duas a cumprimentam, quase fazendo uma reverência.
-Nilza ,Yara.Onde estão Jussara e Regina?
Nilza logo responde :
- A Regina está fazendo a faxina dos banheiros,dona Mayka e a Jussara foi até a adega pegar o vinho para o almoço.Vai levar para dona Valkíria aprovar ou não.
-Bem ,vou deixar um recadinho com vocês.Depois quando se encontrarem ,passem para elas também.
-Sim senhora,de que se trata?
-Bem. Hoje aconteceu um fato muito desagradável.Meire deu falta de alguns itens alimentícios da cozinha.
-Sumiu algo da cozinha? Yara a mais nova das empregadas , pergunta curiosa.Isso nunca aconteceu aqui.
-Sim um pedaço de bolo,um pedaço de carne e uma panela.A frieza de Mayka não incomoda a empregada.
Nossa ! Tudo isso? Como isso aconteceu? Quem fez isso ? Ela viu?
-Não.Ela não sabe.É esse o problema.Não quero que comentem nada com dona Valkíria.Ela não deve ficar sabendo de mais nada.Não comentem sobre isso .O Enzo vai investigar.Se ela souber ...nem quero ver.Agora a voz é temerosa.
Nilza se benze:
-Deus nos livre...ela ... não vai ficar sabendo.
-Obrigada.... conto com vocês para a paz continuar a reinar aqui em casa.
-Conte conosco dona Mayka.
No meio do mato ,dentro do avião ,os dois irmãos comiam, da comida que Guadalupe trouxera:
-Que delicia Lupe.Pablito comia a carne se deliciando. Que bom que você caprichou.Trouxe um belo pedaço.
-Sim,assim vai sobrar um pouco e não vou precisar ir lá de novo .
-É bonita a casa,Lupe?
-Nem reparei direito .Fiquei com medo de me verem.Mas eu notei que é bem grande.
-Você viu quem mora lá?
-Sim.Acho que são brasileiros .Pelo menos falavam em português.
-Porque diz que acha?Não entendeu o que falavam?
-O sotaque da mulher, de nome Mayka ,era de estrangeira.A cozinheira era brasileira ,isso tenho certeza. O homem de nome Enzo, me pareceu não ser também do Brasil. Você precisa ver como ele se veste.
-Se veste? Como é?
Guadalupe dá uma risada...
-Ele se veste como um mordomo inglês.De casaca.
-De casaca? Daquelas com rabinho aberto?Com calça de listinha?
-Sim ,isso mesmo....
-Mas ...numa fazenda? Ele deve ser louco...
-Não sei.... só sei que roubei este bolo que era dele.
-Dele? E se derem falta?
-Claro que vão dar pela falta do bolo ... e da galinha.
-O que vai fazer com ela?
-Ora....comer .O que acha?
-Comer? Viva?
-Não seu bobo.Cozida.Olha a panela.Peguei lá também.
-Ela vai entrar ai e se deixar cozinhar? Ô Lupe,você sabe matar uma galinha?
-Que delicia Lupe.Pablito comia a carne se deliciando. Que bom que você caprichou.Trouxe um belo pedaço.
-Sim,assim vai sobrar um pouco e não vou precisar ir lá de novo .
-É bonita a casa,Lupe?
-Nem reparei direito .Fiquei com medo de me verem.Mas eu notei que é bem grande.
-Você viu quem mora lá?
-Sim.Acho que são brasileiros .Pelo menos falavam em português.
-Porque diz que acha?Não entendeu o que falavam?
-O sotaque da mulher, de nome Mayka ,era de estrangeira.A cozinheira era brasileira ,isso tenho certeza. O homem de nome Enzo, me pareceu não ser também do Brasil. Você precisa ver como ele se veste.
-Se veste? Como é?
Guadalupe dá uma risada...
-Ele se veste como um mordomo inglês.De casaca.
-De casaca? Daquelas com rabinho aberto?Com calça de listinha?
-Sim ,isso mesmo....
-Mas ...numa fazenda? Ele deve ser louco...
-Não sei.... só sei que roubei este bolo que era dele.
-Dele? E se derem falta?
-Claro que vão dar pela falta do bolo ... e da galinha.
-O que vai fazer com ela?
-Ora....comer .O que acha?
-Comer? Viva?
-Não seu bobo.Cozida.Olha a panela.Peguei lá também.
-Ela vai entrar ai e se deixar cozinhar? Ô Lupe,você sabe matar uma galinha?
Capítulo 9. Vigilância
[09/06/2011]
Enzo depois de pensar o que deveria fazer ,resolve conversar com o capataz da fazenda.
Antes de fazer isso, vai até seu quarto e se troca.Retira a casaca que usa nos trabalhos internos da casa.Coloca um paletó .Calça suas botas de cano longo e ajeita seu chapéu na cabeça e vai .
“-Para lidar com os empregados mais rústicos devemos nos vestir como eles...” Assim ele pensa e assim age.
Sai da casa e se encaminha até onde morava Gonçalo,o homem de confiança de sua patroa.Não é de seu agrado o tratamento dispensado por Valkíria para com este empregado.Mas como ela o considerava muito ,ele também se sentia na obrigação de tratar bem o capataz.
Por ele, ali só trabalhariam homens vindo de sua terra.Mas como estes não se adaptaram bem ao lugar ,sente-se sujeito a agüentar os nativos do lugar.
Bate palmas junto à porta da casa de Gonçalo.Sua mulher é quem vem atender.Maria, vendo quem chamava , veio correndo abrir a porta:
-Entre seu Enzo.Quer um café?
-Não obrigado dona Maria ,é muita gentileza sua, mas acabei de tomar café lá em casa.Fica para outra vez.
-Que pena ,mas deixa para outro dia.
-O seu marido está?
-Sim ele já vem seu Enzo.Ele foi tomar banho.
-Banho?Não acha muito cedo para isso?Ele já terminou os trabalhos do dia?
-Não seu Enzo.É que ele caiu no retiro e se sujou.
-Ah....bem diga à ele que o espero perto do retiro.
-Sim senhor.Direi assim que ele sair do banho.
Enzo fica parado a espera do capataz ,que não demora já o está procurando.
-A Maria disse que o senhor queria falar comigo seu Enzo.Estou à sua disposição.
-Bem Gonçalo.Aconteceu uma coisa desagradável hoje lá na casa.
-Desagradável?O que aconteceu?O empregado já ficou alerta,pois era de sua incumbência a vigilância na fazenda.
Enzo conta o ocorrido.Gonçalo fica parado tentando entender o caso.
-E o que o senhor quer que eu faça?Não sei dizer quem poderia ter ido lá seu Enzo.
-Sabe Gonçalo,eu queria que você sondasse os peões.Descubra quem entrou lá na casa.
-Duvido que algum tenha entrado, seu Enzo.Todos já conhecem, bem a patroa.Não querem perder o emprego .Aqui ganhamos muito bem.E seguimos todas as regras que ela impôs.
Mas vou indagar .Quem sabe alguém viu algo.
Enzo se despede e ao voltar para casa se encontra com o rapaz encarregado dos animais domésticos.Joaquim estava nervoso com a falta do frango.Era o empregado de confiança de Meire.
-Seu Enzo? O senhor saberia me dizer se a dona Meire pegou mais de um frango para o almoço?
-Mais de um ? Claro que não rapaz.Ela só leva um por semana .Porque fala isso?
-Bem é que dei falta de um dos mais novos.Pensei que ela o tivesse levado.
-Está faltando um frango? Quando descobriu isso?
-Agora pouquinho.Fui dar comida e notei a falta de um deles.Sabe bem como os tenho na conta.Foi a dona Meire quem me pediu para trazer sempre em dia o número deles.
-Hum...certo eu vou falar com ela.
Preocupado ele volta e chama de novo por Gonçalo e conta o ocorrido.
-Olha seu Enzo vamos ficar observando,se acontecer algo parecido de novo , vamos fazer uma vistoria em todos os lugares.
Enzo vai até a cozinha e ali ,junto de sua esposa Mayka ,conversa com Meire sobre o assunto.
-Não sei... mas vamos ficar atentos.Temos pessoas de fora na fazenda.Pode ter sido algum dos funcionários da construtora...mas duvido.Eles não tem licença de vir até aqui.
-Enzo ,em todo caso é bom dar uma voltinha por lá.Assim ,você já vê como andam os trabalhos da recapagem da pista.Valkíria já reclamou da morosidade dos mesmos.Por enquanto ela está calma.Mas ....Enzo....ela não está gostando de ficar assim....sem comunicação direta com os amigos.Nem televisão estamos pegando...a internet então....Deus me livre....estamos isolados aqui num fim de mundo.E ela quer pressa no reflorestamento das minas...Eu não agüento mais um dia sem me comunicar com o pessoal fora daqui.
-Calma Mayka ,isso já é comigo.É só minhas costas melhorarem que eu retomo o conserto da antena .E a internet logo vai ficar boa.... e para seu governo as árvores já estão sendo plantadas nos canteiros que mandei fazer lá nas minas.
-Sei....você vem dizendo isso há meses,sabe ...as antenas...o rádio...ela fala com desprezo pelo que o marido falara.
-Pelo menos temos o jornal para ler.
-Para você está tudo bom....não se importa em saber as noticias.Eu me importo.Não me interessa ler noticias de jornal.
-Seu Enzo,Meire vendo que os dois iriam logo começar com um bate boca ,resolve mudar de assunto,como fica então o assunto dos furtos?
-Fique descansada Meire.O Gonçalo vai ficar atento.Se notar algo diferente é só dar um grito para ele.
-Eu ? Eu devo gritar por ele?Não tenho voz assim tão poderosa....já viu que ele mora fora da casa?Nem vai me ouvir.
-É verdade Enzo,a voz de Meire não se ouve nem lá na sala.Arranje outra maneira de avisar o Gonçalo.Não quero gritos aqui dentro da casa,não fica bem.
-Um apito? Posso te emprestar o meu .
-Tem um apito seu Enzo?
-Sim,eu comandava meus homens na base de toques de apito.Funcionava direitinho.
-Bem pode me trazer .É melhor que do que ficar gritando dentro de casa.O que a dona Valkíria vai pensar de mim?
-Silêncio ...ela não deve ficar sabendo de nada sobre este assunto.Sabe bem como fica nervosa.E conhece seu temperamento.Não quero que fique enfezada.
-Sim senhor.Ela não vai me ouvir.Nem um pio.
-Pio? O meu apito não é pio.Ele apita.
-Desculpe seu Enzo...foi só uma maneira de dizer que vou ficar silenciosa.
-Hum,vocês brasileiros tem cada modo estranho de dizer as coisas tão simples.Agora fora a vez dele falar com um pouco de desprezo.
Antes de fazer isso, vai até seu quarto e se troca.Retira a casaca que usa nos trabalhos internos da casa.Coloca um paletó .Calça suas botas de cano longo e ajeita seu chapéu na cabeça e vai .
“-Para lidar com os empregados mais rústicos devemos nos vestir como eles...” Assim ele pensa e assim age.
Sai da casa e se encaminha até onde morava Gonçalo,o homem de confiança de sua patroa.Não é de seu agrado o tratamento dispensado por Valkíria para com este empregado.Mas como ela o considerava muito ,ele também se sentia na obrigação de tratar bem o capataz.
Por ele, ali só trabalhariam homens vindo de sua terra.Mas como estes não se adaptaram bem ao lugar ,sente-se sujeito a agüentar os nativos do lugar.
Bate palmas junto à porta da casa de Gonçalo.Sua mulher é quem vem atender.Maria, vendo quem chamava , veio correndo abrir a porta:
-Entre seu Enzo.Quer um café?
-Não obrigado dona Maria ,é muita gentileza sua, mas acabei de tomar café lá em casa.Fica para outra vez.
-Que pena ,mas deixa para outro dia.
-O seu marido está?
-Sim ele já vem seu Enzo.Ele foi tomar banho.
-Banho?Não acha muito cedo para isso?Ele já terminou os trabalhos do dia?
-Não seu Enzo.É que ele caiu no retiro e se sujou.
-Ah....bem diga à ele que o espero perto do retiro.
-Sim senhor.Direi assim que ele sair do banho.
Enzo fica parado a espera do capataz ,que não demora já o está procurando.
-A Maria disse que o senhor queria falar comigo seu Enzo.Estou à sua disposição.
-Bem Gonçalo.Aconteceu uma coisa desagradável hoje lá na casa.
-Desagradável?O que aconteceu?O empregado já ficou alerta,pois era de sua incumbência a vigilância na fazenda.
Enzo conta o ocorrido.Gonçalo fica parado tentando entender o caso.
-E o que o senhor quer que eu faça?Não sei dizer quem poderia ter ido lá seu Enzo.
-Sabe Gonçalo,eu queria que você sondasse os peões.Descubra quem entrou lá na casa.
-Duvido que algum tenha entrado, seu Enzo.Todos já conhecem, bem a patroa.Não querem perder o emprego .Aqui ganhamos muito bem.E seguimos todas as regras que ela impôs.
Mas vou indagar .Quem sabe alguém viu algo.
Enzo se despede e ao voltar para casa se encontra com o rapaz encarregado dos animais domésticos.Joaquim estava nervoso com a falta do frango.Era o empregado de confiança de Meire.
-Seu Enzo? O senhor saberia me dizer se a dona Meire pegou mais de um frango para o almoço?
-Mais de um ? Claro que não rapaz.Ela só leva um por semana .Porque fala isso?
-Bem é que dei falta de um dos mais novos.Pensei que ela o tivesse levado.
-Está faltando um frango? Quando descobriu isso?
-Agora pouquinho.Fui dar comida e notei a falta de um deles.Sabe bem como os tenho na conta.Foi a dona Meire quem me pediu para trazer sempre em dia o número deles.
-Hum...certo eu vou falar com ela.
Preocupado ele volta e chama de novo por Gonçalo e conta o ocorrido.
-Olha seu Enzo vamos ficar observando,se acontecer algo parecido de novo , vamos fazer uma vistoria em todos os lugares.
Enzo vai até a cozinha e ali ,junto de sua esposa Mayka ,conversa com Meire sobre o assunto.
-Não sei... mas vamos ficar atentos.Temos pessoas de fora na fazenda.Pode ter sido algum dos funcionários da construtora...mas duvido.Eles não tem licença de vir até aqui.
-Enzo ,em todo caso é bom dar uma voltinha por lá.Assim ,você já vê como andam os trabalhos da recapagem da pista.Valkíria já reclamou da morosidade dos mesmos.Por enquanto ela está calma.Mas ....Enzo....ela não está gostando de ficar assim....sem comunicação direta com os amigos.Nem televisão estamos pegando...a internet então....Deus me livre....estamos isolados aqui num fim de mundo.E ela quer pressa no reflorestamento das minas...Eu não agüento mais um dia sem me comunicar com o pessoal fora daqui.
-Calma Mayka ,isso já é comigo.É só minhas costas melhorarem que eu retomo o conserto da antena .E a internet logo vai ficar boa.... e para seu governo as árvores já estão sendo plantadas nos canteiros que mandei fazer lá nas minas.
-Sei....você vem dizendo isso há meses,sabe ...as antenas...o rádio...ela fala com desprezo pelo que o marido falara.
-Pelo menos temos o jornal para ler.
-Para você está tudo bom....não se importa em saber as noticias.Eu me importo.Não me interessa ler noticias de jornal.
-Seu Enzo,Meire vendo que os dois iriam logo começar com um bate boca ,resolve mudar de assunto,como fica então o assunto dos furtos?
-Fique descansada Meire.O Gonçalo vai ficar atento.Se notar algo diferente é só dar um grito para ele.
-Eu ? Eu devo gritar por ele?Não tenho voz assim tão poderosa....já viu que ele mora fora da casa?Nem vai me ouvir.
-É verdade Enzo,a voz de Meire não se ouve nem lá na sala.Arranje outra maneira de avisar o Gonçalo.Não quero gritos aqui dentro da casa,não fica bem.
-Um apito? Posso te emprestar o meu .
-Tem um apito seu Enzo?
-Sim,eu comandava meus homens na base de toques de apito.Funcionava direitinho.
-Bem pode me trazer .É melhor que do que ficar gritando dentro de casa.O que a dona Valkíria vai pensar de mim?
-Silêncio ...ela não deve ficar sabendo de nada sobre este assunto.Sabe bem como fica nervosa.E conhece seu temperamento.Não quero que fique enfezada.
-Sim senhor.Ela não vai me ouvir.Nem um pio.
-Pio? O meu apito não é pio.Ele apita.
-Desculpe seu Enzo...foi só uma maneira de dizer que vou ficar silenciosa.
-Hum,vocês brasileiros tem cada modo estranho de dizer as coisas tão simples.Agora fora a vez dele falar com um pouco de desprezo.
O resto do dia foi normal.Nada mais veio perturbar a tranqüilidade do lugar.Os trabalhos diários foram feitos. O movimento da casa foi o normal.Mayka pode voltar para os seus livros.Fica sentada lendo em sua poltrona favorita.
Meire dando por terminada suas tarefas na cozinha vai até a horta cuidar de suas plantas .Enzo sai de novo da casa e vai até as obras que estavam sendo feitas na pista de pouso da fazenda.Caminha pelo lugar como se estivesse pisando em um lugar muito alagado.Com muito cuidado.A terra vermelha estava espalhada por todos os caminhos.Ele evita pisar em seus torrões,pois sua mulher poderia ficar zangada com a sujeira .Conhece bem Mayka.
Ali, uma empreiteira contratada, estava recapeando a pista.Novas sinalizações estavam para serem instaladas.O hangar onde ficava abrigado o pequeno avião , estava sendo ampliado.
Enzo conversa com o encarregado dos trabalhos.Depois de discutirem sobre os detalhes ele chega a conclusão que os empregados não saíram dali.O mestre de obras diz que ele tem prazo para terminar o trabalho e por isso estão agilizando os serviços.Ninguém tinha permissão de se afastar do local .
-Não saiu ninguém daqui seu Enzo.Isso eu tenho certeza.
O mordomo depois de olhar todos os trabalhos e verificar se estão de acordo com as ordens de Valkíria,volta para a casa grande.Mas antes dá uma olhada nos canteiros e nas mudas de árvores que foram plantadas nas cavidades da antiga mina.Dá por satisfeito com os arranjos. As árvores logo voltariam a cobrir todo o local que fora destruído em busca de platina e outros minerais.
Meire dando por terminada suas tarefas na cozinha vai até a horta cuidar de suas plantas .Enzo sai de novo da casa e vai até as obras que estavam sendo feitas na pista de pouso da fazenda.Caminha pelo lugar como se estivesse pisando em um lugar muito alagado.Com muito cuidado.A terra vermelha estava espalhada por todos os caminhos.Ele evita pisar em seus torrões,pois sua mulher poderia ficar zangada com a sujeira .Conhece bem Mayka.
Ali, uma empreiteira contratada, estava recapeando a pista.Novas sinalizações estavam para serem instaladas.O hangar onde ficava abrigado o pequeno avião , estava sendo ampliado.
Enzo conversa com o encarregado dos trabalhos.Depois de discutirem sobre os detalhes ele chega a conclusão que os empregados não saíram dali.O mestre de obras diz que ele tem prazo para terminar o trabalho e por isso estão agilizando os serviços.Ninguém tinha permissão de se afastar do local .
-Não saiu ninguém daqui seu Enzo.Isso eu tenho certeza.
O mordomo depois de olhar todos os trabalhos e verificar se estão de acordo com as ordens de Valkíria,volta para a casa grande.Mas antes dá uma olhada nos canteiros e nas mudas de árvores que foram plantadas nas cavidades da antiga mina.Dá por satisfeito com os arranjos. As árvores logo voltariam a cobrir todo o local que fora destruído em busca de platina e outros minerais.
Se tudo agora parecia ter sossegado para os moradores da fazenda,o mesmo não acontecia para os dois seqüestrados escondidos no mato.
Guadalupe teve de confessar ao irmão que de cozinha não entendia nada,quanto mais matar um frango.
-Nunca viu alguém fazer isso Lupe?
-Ora e eu lá tive tempo de ficar muito tempo em uma cozinha?Com a vida que levei desde pequena o máximo que ouvia falar de uma cozinha era sobre a comida que ia almoçar ou jantar.
-E agora? O que faremos com ele?
Pablito segura o frango ,tirando-o do saco.Ou melhor...tentou segurar.A ave ao se ver livre do lugar abafado ,se solta das mãos e corre em direção ao pasto.
-Pega .... Guadalupe sai correndo atrás da ave , pega logo seu tonto...olha o que fez.Ela tropeça em uma raiz e cai ao chão.Não consegue alcançar a ave.
O frango meio desnorteado ao se ver no mato não sabe para onde ir.Pablito pula em cima dele o pegando.Recoloca-o no saco.
-Ufa! Quase ficamos sem nosso almoço de amanhã.
-Não sei o que fazer ,como vamos matá-lo?
-Que tal um das armas que tem aqui no avião?Podemos dar um tiro nele.E pronto ,vamos poder ter frango amanhã.
-Tiro? Primeiro,não sabemos como funcionam estas armas e depois quer que todos da fazenda fiquem sabendo onde estamos?
-E o que vamos fazer com ele?Matá-lo de susto?
-Amanhã vou pensar ....é melhor nos recolhermos e fechar tudo .Já está ficando escuro...
-Lupe... estou fedendo....queria tomar um banho...
-Só você? Esta roupa é grossa... imagina como estou.
-E se amanhã a gente fosse até um rio ? Podíamos tomar um banho nele.
-Tomar um banho em um rio? Sei...e os jacarés? Piranhas?
-Lupe... você fala isso só para que eu fique com medo...
-Não Pablito....ela o abraça ,sabe bem que não gosto de te deixar com medo.Mas é bom saber a verdade.Estamos perdidos no mato e não podemos facilitar ou vamos nos dar mal .Esquece isso de banho por enquanto.Ou ...como já disse ,vamos nos dar mal.
-Mais que já estamos?
-O que acha? O pouco do que vi ,o pessoal desta fazenda parece ser gente de bem....mas pode ser só impressão.Mas não devemos ir chegando e muito menos tomar banho no rio.
Eles fecham a porta do avião com as caixas e logo estão adormecidos abraçadinhos dentro de uma .
Mas... quando a noite já se instalara no interior da mata, os animais noturnos começam a sair e nesta noite uma onça sente o cheiro diferente....e vem muito próximo do avião....e quando sente o cheiro dos dois ,tenta entrar .
Com as garras tenta afastar as caixas da entrada.O seu rosnar é de fúria ao notar os obstáculos.
Guadalupe teve de confessar ao irmão que de cozinha não entendia nada,quanto mais matar um frango.
-Nunca viu alguém fazer isso Lupe?
-Ora e eu lá tive tempo de ficar muito tempo em uma cozinha?Com a vida que levei desde pequena o máximo que ouvia falar de uma cozinha era sobre a comida que ia almoçar ou jantar.
-E agora? O que faremos com ele?
Pablito segura o frango ,tirando-o do saco.Ou melhor...tentou segurar.A ave ao se ver livre do lugar abafado ,se solta das mãos e corre em direção ao pasto.
-Pega .... Guadalupe sai correndo atrás da ave , pega logo seu tonto...olha o que fez.Ela tropeça em uma raiz e cai ao chão.Não consegue alcançar a ave.
O frango meio desnorteado ao se ver no mato não sabe para onde ir.Pablito pula em cima dele o pegando.Recoloca-o no saco.
-Ufa! Quase ficamos sem nosso almoço de amanhã.
-Não sei o que fazer ,como vamos matá-lo?
-Que tal um das armas que tem aqui no avião?Podemos dar um tiro nele.E pronto ,vamos poder ter frango amanhã.
-Tiro? Primeiro,não sabemos como funcionam estas armas e depois quer que todos da fazenda fiquem sabendo onde estamos?
-E o que vamos fazer com ele?Matá-lo de susto?
-Amanhã vou pensar ....é melhor nos recolhermos e fechar tudo .Já está ficando escuro...
-Lupe... estou fedendo....queria tomar um banho...
-Só você? Esta roupa é grossa... imagina como estou.
-E se amanhã a gente fosse até um rio ? Podíamos tomar um banho nele.
-Tomar um banho em um rio? Sei...e os jacarés? Piranhas?
-Lupe... você fala isso só para que eu fique com medo...
-Não Pablito....ela o abraça ,sabe bem que não gosto de te deixar com medo.Mas é bom saber a verdade.Estamos perdidos no mato e não podemos facilitar ou vamos nos dar mal .Esquece isso de banho por enquanto.Ou ...como já disse ,vamos nos dar mal.
-Mais que já estamos?
-O que acha? O pouco do que vi ,o pessoal desta fazenda parece ser gente de bem....mas pode ser só impressão.Mas não devemos ir chegando e muito menos tomar banho no rio.
Eles fecham a porta do avião com as caixas e logo estão adormecidos abraçadinhos dentro de uma .
Mas... quando a noite já se instalara no interior da mata, os animais noturnos começam a sair e nesta noite uma onça sente o cheiro diferente....e vem muito próximo do avião....e quando sente o cheiro dos dois ,tenta entrar .
Com as garras tenta afastar as caixas da entrada.O seu rosnar é de fúria ao notar os obstáculos.
Capítulo 10. Descobertos
[10/06/2011]
-Lupe? Lupe?
-Calma , cochicha Guadalupe , acendendo uma pequena lanterna que tinham encontrado na mochila do piloto,vou pegar uma arma .
-Lupe....você não sabe usar ...o que vai fazer?
-Vou ter de aprender agora ,diz ela olhando o fuzil...pega a caixa que estava ao lado da mesa.Abre e olha ...
Céus....nem sei o que são...
A onça ao ouvir o som das vozes, fica mais violenta .Ruge na porta que está tentando abrir com a boca .O barulho é arrepiante.O rasgar das caixas por suas garras mostrava o poder de suas mandíbulas....esfomeadas....em busca de alimento ....fresco.
Pablito apavorado vai até a cabine ,mexendo nas ferramentas em busca de algo que possam usar.... acha um revolver:
-Lupe ...Lupe....olha o que achei...
Ela olha para o revolver...
-Será que está carregado?
Guadalupe verifica o tambor da arma....
-Está , que bom.Aponta a arma para a entrada do avião.
-Tampe os ouvidos Pablito .
-Mire direito Lupe ou vamos virar comida deste bicho.
Guadalupe aperta o gatilho e fecha os olhos.O estampido e a força da arma a derruba de joelhos.
Mas foi o suficiente,mesmo não acertando na porta,onde ela mirara.O animal se assusta com o barulho e foge para o meio do mato.
-Legal! Legal! Grita Pablito. Você a matou?
-Sei lá ,não vou lá para descobrir.
-Mas Lupe,ela ficou quieta....vai ver se está morta.Você conseguiu!
-Não vou não.E se estiver só ferida?
-Mas Lupe e se ela não morreu? Vai voltar?
-Não sei Pablito.Acho que não .Ela sumiu no mato.Escuta....não a ouço mais...
Eles reforçam a entrada com as caixas mais pesadas .Fazem uma enorme barricada com tudo que acharam no interior do avião.
-É melhor conservar o revolver por perto.E vamos dormir lá no fundo.Bem distante da entrada.Se entrar algum bicho ele vai ter de passar por todas estas caixas.
Mas, a noite não foi tranqüila.Os dois , nem bem amanhece, já estavam decidindo o que fazer:
-Não quero ficar mais aqui ,Lupe.Não consegui dormir nada esta noite.
-É verdade,não podemos ficar mais aqui.Está ficando perigoso e temos de conversar com alguém. Imagino como papai e mamãe devam estar preocupados com a gente.Quanto mais cedo ficarem sabendo que estamos bem ,melhor.
-Vamos então conversar com este pessoal da fazenda.Eles poderão nos ajudar.
-Sim, hoje vamos direto para lá .
-Ótimo.Assim poderemos dormir mais sossegados sem ter de ficar com medo destes bichos.
-Mas mesmo assim vamos sondar tudo primeiro .Não vamos chegando ...... já imaginou o que vão pensar de nós?Por isso vou levar um fuzil destes...só para não chegarem muito perto.
-Larga de ser boba Lupe.O que poderão pensar?Com uma arma destas vão achar que é uma guerrilheira.Você nem sabe usar isso.
Guadalupe não liga para o que o irmão dissera sobre ela levar a arma.Coloca-a atravessada nas costas,pois era desajeitada e pesada.Mas não queria ser pega desprevenida.Não sabia com quem lidava ...e ...estavam no mato e em lugar desconhecido.
Depois de serem seqüestrados ela agora não queria mais facilitar.Lembra do que seu pai sempre lhe contava sobre os guerrilheiros de seu país....eram perigosos e não tinham condescendências para com ninguém.Agora vai agir como uma.Era assim que estava se sentindo mais segura...tinha de proteger seu irmão.
Quando já dava para andarem pela floresta e conseguiam visualizar as marcas deixadas nas árvores,eles se encaminham até a fazenda de novo.Pulam a cerca de arame .
-Vamos pela parte de trás Pablito.É lá que fica a cozinha.
-Certo ,assim logo podemos comer alguma coisa.Vamos levar o frango de volta e você poderá soltá-lo no lugar que o pegou.
Os irmãos chegam na parte de trás da casa e notam o movimento das máquinas no campo de pouso e avistam o pequeno jato:
-Olha Lupe ,eles tem avião.
-Um avião? E quanta máquina....parecem estar correndo para fazer algo.O que será?O movimento já era intenso na pequena pista de aterrissagem.Os operários estavam apressando os trabalhos.
-Vamos mais próximos e podemos descobrir.
Os dois vão até perto do galpão ,onde os funcionários da empreiteira guardavam as ferramentas.Dois deles,ainda estavam tomando o café da manhã e conversavam sobre o trabalho deles:
-São muito estranhos Hugo,a dona mesmo nunca veio até aqui.Só aparece este cara chamado Enzo.Com este sotaque estranho.Ele é estranho.Um dia eu o vi vestido com umas roupas esquisitas.Todos são estranhos nesta casa.De pouca conversa.
-Você acha que são o que?
-Sei não.Já viu o avião que eles têm?
-Sim,caro e muito cheio de instrumentos estranhos.
-Pois é, e a casa?Um palácio aqui no mato. Para que tanta antena?Já vi umas 4 , uma diferente uma da outra.Para que servirão?
-Estamos quase na fronteira ...serão por um acaso contrabandistas? Usam aqui só para disfarçar e receber as coisas vindas dos vizinhos.
-Para mim são é guerrilheiros ....destes que se escondem no mato.Aqui deve ser o quartel ou a casa do chefe....ou chefa...
-Será?Mas pagam bem....é melhor não nos intrometermos muito neste assunto,pode ser perigoso,ouvi dizer que são perigosos.Já viu que não vem nenhum peão até aqui onde estamos?Eles ficam à distancia.E olha que tem gente trabalhando com o gado.Já vi uns cinco.Fora os que estavam plantando lá perto daqueles barracões .
-Calma , cochicha Guadalupe , acendendo uma pequena lanterna que tinham encontrado na mochila do piloto,vou pegar uma arma .
-Lupe....você não sabe usar ...o que vai fazer?
-Vou ter de aprender agora ,diz ela olhando o fuzil...pega a caixa que estava ao lado da mesa.Abre e olha ...
Céus....nem sei o que são...
A onça ao ouvir o som das vozes, fica mais violenta .Ruge na porta que está tentando abrir com a boca .O barulho é arrepiante.O rasgar das caixas por suas garras mostrava o poder de suas mandíbulas....esfomeadas....em busca de alimento ....fresco.
Pablito apavorado vai até a cabine ,mexendo nas ferramentas em busca de algo que possam usar.... acha um revolver:
-Lupe ...Lupe....olha o que achei...
Ela olha para o revolver...
-Será que está carregado?
Guadalupe verifica o tambor da arma....
-Está , que bom.Aponta a arma para a entrada do avião.
-Tampe os ouvidos Pablito .
-Mire direito Lupe ou vamos virar comida deste bicho.
Guadalupe aperta o gatilho e fecha os olhos.O estampido e a força da arma a derruba de joelhos.
Mas foi o suficiente,mesmo não acertando na porta,onde ela mirara.O animal se assusta com o barulho e foge para o meio do mato.
-Legal! Legal! Grita Pablito. Você a matou?
-Sei lá ,não vou lá para descobrir.
-Mas Lupe,ela ficou quieta....vai ver se está morta.Você conseguiu!
-Não vou não.E se estiver só ferida?
-Mas Lupe e se ela não morreu? Vai voltar?
-Não sei Pablito.Acho que não .Ela sumiu no mato.Escuta....não a ouço mais...
Eles reforçam a entrada com as caixas mais pesadas .Fazem uma enorme barricada com tudo que acharam no interior do avião.
-É melhor conservar o revolver por perto.E vamos dormir lá no fundo.Bem distante da entrada.Se entrar algum bicho ele vai ter de passar por todas estas caixas.
Mas, a noite não foi tranqüila.Os dois , nem bem amanhece, já estavam decidindo o que fazer:
-Não quero ficar mais aqui ,Lupe.Não consegui dormir nada esta noite.
-É verdade,não podemos ficar mais aqui.Está ficando perigoso e temos de conversar com alguém. Imagino como papai e mamãe devam estar preocupados com a gente.Quanto mais cedo ficarem sabendo que estamos bem ,melhor.
-Vamos então conversar com este pessoal da fazenda.Eles poderão nos ajudar.
-Sim, hoje vamos direto para lá .
-Ótimo.Assim poderemos dormir mais sossegados sem ter de ficar com medo destes bichos.
-Mas mesmo assim vamos sondar tudo primeiro .Não vamos chegando ...... já imaginou o que vão pensar de nós?Por isso vou levar um fuzil destes...só para não chegarem muito perto.
-Larga de ser boba Lupe.O que poderão pensar?Com uma arma destas vão achar que é uma guerrilheira.Você nem sabe usar isso.
Guadalupe não liga para o que o irmão dissera sobre ela levar a arma.Coloca-a atravessada nas costas,pois era desajeitada e pesada.Mas não queria ser pega desprevenida.Não sabia com quem lidava ...e ...estavam no mato e em lugar desconhecido.
Depois de serem seqüestrados ela agora não queria mais facilitar.Lembra do que seu pai sempre lhe contava sobre os guerrilheiros de seu país....eram perigosos e não tinham condescendências para com ninguém.Agora vai agir como uma.Era assim que estava se sentindo mais segura...tinha de proteger seu irmão.
Quando já dava para andarem pela floresta e conseguiam visualizar as marcas deixadas nas árvores,eles se encaminham até a fazenda de novo.Pulam a cerca de arame .
-Vamos pela parte de trás Pablito.É lá que fica a cozinha.
-Certo ,assim logo podemos comer alguma coisa.Vamos levar o frango de volta e você poderá soltá-lo no lugar que o pegou.
Os irmãos chegam na parte de trás da casa e notam o movimento das máquinas no campo de pouso e avistam o pequeno jato:
-Olha Lupe ,eles tem avião.
-Um avião? E quanta máquina....parecem estar correndo para fazer algo.O que será?O movimento já era intenso na pequena pista de aterrissagem.Os operários estavam apressando os trabalhos.
-Vamos mais próximos e podemos descobrir.
Os dois vão até perto do galpão ,onde os funcionários da empreiteira guardavam as ferramentas.Dois deles,ainda estavam tomando o café da manhã e conversavam sobre o trabalho deles:
-São muito estranhos Hugo,a dona mesmo nunca veio até aqui.Só aparece este cara chamado Enzo.Com este sotaque estranho.Ele é estranho.Um dia eu o vi vestido com umas roupas esquisitas.Todos são estranhos nesta casa.De pouca conversa.
-Você acha que são o que?
-Sei não.Já viu o avião que eles têm?
-Sim,caro e muito cheio de instrumentos estranhos.
-Pois é, e a casa?Um palácio aqui no mato. Para que tanta antena?Já vi umas 4 , uma diferente uma da outra.Para que servirão?
-Estamos quase na fronteira ...serão por um acaso contrabandistas? Usam aqui só para disfarçar e receber as coisas vindas dos vizinhos.
-Para mim são é guerrilheiros ....destes que se escondem no mato.Aqui deve ser o quartel ou a casa do chefe....ou chefa...
-Será?Mas pagam bem....é melhor não nos intrometermos muito neste assunto,pode ser perigoso,ouvi dizer que são perigosos.Já viu que não vem nenhum peão até aqui onde estamos?Eles ficam à distancia.E olha que tem gente trabalhando com o gado.Já vi uns cinco.Fora os que estavam plantando lá perto daqueles barracões .
-Você ouviu isso Pablito? Até estes caras acham que são bandidos...
-Eu agora não vou mais lá.Vamos pedir para estes dois nos ajudarem...
-Estes ? E quem pode afirmar que não são também bandidos?Estamos em um lugar bem perigoso.
-Assim não vamos conseguir nenhuma ajuda, Lupe.Todos são bandidos para você.Não acha que está exagerando?
-Olha Pablito.Eu sei o que falo.Papai me ensinou a tomar cuidado com pessoas estranhas.Nada de precipitação.
-E o que vamos comer então? Estes aí não deixaram nada,vi que comeram tudo o que tinham.
Vou dar um pulo na cozinha de novo.Quem sabe eu ache pão ou bolachas....trago frutas..desta vez quem vai sou eu.
-E o frango?
-Eu o levo comigo, e o coloco de volta no galinheiro.Você fique escondida como fiquei da outra vez.
-Vá com cuidado,se forem bandidos mesmo ,poderá ser perigoso.
Por isso mesmo,fique atenta se eu precisar de ajuda ,espere para ver o que pode fazer.Nada de aparecer .
Ele a deixa perto da cerca e dá uma corridinha até o muro da casa.Procura um modo de entrar.Acha um portão e entra através dele.Se orienta e vai direto para a cozinha.Segue o cheiro de café que paira no ar.
-Eu agora não vou mais lá.Vamos pedir para estes dois nos ajudarem...
-Estes ? E quem pode afirmar que não são também bandidos?Estamos em um lugar bem perigoso.
-Assim não vamos conseguir nenhuma ajuda, Lupe.Todos são bandidos para você.Não acha que está exagerando?
-Olha Pablito.Eu sei o que falo.Papai me ensinou a tomar cuidado com pessoas estranhas.Nada de precipitação.
-E o que vamos comer então? Estes aí não deixaram nada,vi que comeram tudo o que tinham.
Vou dar um pulo na cozinha de novo.Quem sabe eu ache pão ou bolachas....trago frutas..desta vez quem vai sou eu.
-E o frango?
-Eu o levo comigo, e o coloco de volta no galinheiro.Você fique escondida como fiquei da outra vez.
-Vá com cuidado,se forem bandidos mesmo ,poderá ser perigoso.
Por isso mesmo,fique atenta se eu precisar de ajuda ,espere para ver o que pode fazer.Nada de aparecer .
Ele a deixa perto da cerca e dá uma corridinha até o muro da casa.Procura um modo de entrar.Acha um portão e entra através dele.Se orienta e vai direto para a cozinha.Segue o cheiro de café que paira no ar.
Nela,Meire serve o café para seu marido.Ele é encarregado da manutenção da casa.O faz tudo.
-Joselindo,dona Mayka pediu para você passar graxa no portão da frente ,diz que está fazendo barulho de novo.Ela fica irritada com qualquer barulho.
Joselindo,um homem avantajado ,muito moreno com um vasto bigode,que o deixava parecido com um mexicano,acaba de tomar o café .
-Vou providenciar,Mas antes tenho de ir ver o que o seu Enzo quer....ele me disse algo sobre a antena parabólica....
-É,ele não conseguiu consertá-la e dona Mayka já está brava,pois não consegue assistir mais as novelas.
-Bem que eu disse .Lembra?
-Sim você falou para ele não desmontá-la....mas sabe como ele se acha entendido em tudo.
Joselindo. Dá uma risada gostosa....
-Viu o que ele detonou na semana passada?
-Não.O que foi desta vez?
-A tal da internet.... a dona Valkíria reclamou que não estava pegando direito .Sabe o que ele fez?
-Não ....mas desconfio.
-Pegou aquela anteninha de cima da casa e desmontou....e fim ...puf....
-Por isso ela está brava com ele?
-Sim ,mas é até bom.Assim ela sai mais de casa.Viu como tem passeado mais à cavalo? O animal já está sendo preparado. Já ,já ela vai sair.
-Seria bom que ela passeasse mais vezes.Fica o tempo todo trancada naquela sala.
-Bem ,deixa eu ir lá ver o que o seu Enzo quer.
-E eu vou lá perguntar para dona Mayka o que dona Valkíria vai querer para o almoço.
O casal sai da cozinha ,indo cada um para um lado da casa.
Pablito , escondido, nem bem os viu saindo da cozinha, entra rapidinho.Pega um pedaço de bolo.Coloca em um saco de pano e guarda no bolso da calça.Deixando o saco com o franco na entrada .
-Bendita calça,cheia de bolsos...
Vai até onde vira as frutas,pegando duas maçãs,colocando junto do bolo.
Se assusta com um barulho na sala, ao lado da cozinha.
Enfia o boné na cabeça cobrindo o seu rosto.
Pega ligeiro o saco com o frango e sai correndo em direção ao portão.Desta vez ele nem olha para os lados.
Meire depois de conversar com Mayka volta para a cozinha.Vem cantarolando ,pois está sempre recebendo elogios .Agora mesmo o elogio partiu de sua patroa.
-Dona Valkíria é uma graça.Gostou do bolo.Que bom.
Seus olhos atentos ,notam o vulto saindo rápido da cozinha.Se assusta.
-O ladrão.....de novo?
Ei ! Você! Pare aí! Ladrão! Ladrão! Cadê o apito? Ô mulher burra...onde o colocou?
Meire procura nos bolsos do avental o apito para chamar por socorro.Quando o acha apita sem parar ,correndo em direção à saída da casa.
Chega ainda a ver a pessoa correndo à sua frente ....
-Um militar? Ela para assustada ao reconhecer o uniforme.Grita agora com força:
-Gonçalo! Gonçalo! Seu Enzo ! O ladrão ! O ladrão!
-Joselindo,dona Mayka pediu para você passar graxa no portão da frente ,diz que está fazendo barulho de novo.Ela fica irritada com qualquer barulho.
Joselindo,um homem avantajado ,muito moreno com um vasto bigode,que o deixava parecido com um mexicano,acaba de tomar o café .
-Vou providenciar,Mas antes tenho de ir ver o que o seu Enzo quer....ele me disse algo sobre a antena parabólica....
-É,ele não conseguiu consertá-la e dona Mayka já está brava,pois não consegue assistir mais as novelas.
-Bem que eu disse .Lembra?
-Sim você falou para ele não desmontá-la....mas sabe como ele se acha entendido em tudo.
Joselindo. Dá uma risada gostosa....
-Viu o que ele detonou na semana passada?
-Não.O que foi desta vez?
-A tal da internet.... a dona Valkíria reclamou que não estava pegando direito .Sabe o que ele fez?
-Não ....mas desconfio.
-Pegou aquela anteninha de cima da casa e desmontou....e fim ...puf....
-Por isso ela está brava com ele?
-Sim ,mas é até bom.Assim ela sai mais de casa.Viu como tem passeado mais à cavalo? O animal já está sendo preparado. Já ,já ela vai sair.
-Seria bom que ela passeasse mais vezes.Fica o tempo todo trancada naquela sala.
-Bem ,deixa eu ir lá ver o que o seu Enzo quer.
-E eu vou lá perguntar para dona Mayka o que dona Valkíria vai querer para o almoço.
O casal sai da cozinha ,indo cada um para um lado da casa.
Pablito , escondido, nem bem os viu saindo da cozinha, entra rapidinho.Pega um pedaço de bolo.Coloca em um saco de pano e guarda no bolso da calça.Deixando o saco com o franco na entrada .
-Bendita calça,cheia de bolsos...
Vai até onde vira as frutas,pegando duas maçãs,colocando junto do bolo.
Se assusta com um barulho na sala, ao lado da cozinha.
Enfia o boné na cabeça cobrindo o seu rosto.
Pega ligeiro o saco com o frango e sai correndo em direção ao portão.Desta vez ele nem olha para os lados.
Meire depois de conversar com Mayka volta para a cozinha.Vem cantarolando ,pois está sempre recebendo elogios .Agora mesmo o elogio partiu de sua patroa.
-Dona Valkíria é uma graça.Gostou do bolo.Que bom.
Seus olhos atentos ,notam o vulto saindo rápido da cozinha.Se assusta.
-O ladrão.....de novo?
Ei ! Você! Pare aí! Ladrão! Ladrão! Cadê o apito? Ô mulher burra...onde o colocou?
Meire procura nos bolsos do avental o apito para chamar por socorro.Quando o acha apita sem parar ,correndo em direção à saída da casa.
Chega ainda a ver a pessoa correndo à sua frente ....
-Um militar? Ela para assustada ao reconhecer o uniforme.Grita agora com força:
-Gonçalo! Gonçalo! Seu Enzo ! O ladrão ! O ladrão!
Vendo-se descoberto ,Pablito corre mais.Com o saco nas mãos vai para os lados do galinheiro.Mas não consegue entrar nele .Joga o saco no chão e foge.
Resolve então embrenhar-se na mata.O fuzil o atrapalha ,por isso o larga no chão e foge só com o boné nas mãos.
Guadalupe vendo-o correr ,corre também ,pois ouvira os gritos na casa:
-Descobriram....vou ajudá-lo a fugir....
Gonçalo em sua casa,conversava com um amigo que viera lhe visitar.Antonio era peão e queria ver se conseguiria um emprego na fazenda.Por isso procurara pelo amigo .Estavam tomando cachaça , quando ouviram os apitos vindos da casa,logo seguidos pelos gritos de Meire.Ele pula da cadeira e grita:
-É dona Meire.Preciso ir ver o que se passa.
-O que é Gonçalo?Aconteceu algo?
-Deve ser o ladrão...vamos ....me ajude... temos de pegar quem está roubando as coisas por aqui.Vou chamar ajuda .Ele grita por mais dois peões que moravam perto.Estes logo aparecem.Ele grita o que acontece e eles logo saem a correr em direção da mata.
-Vem Nico,grita Antonio para o seu cão que dormia na entrada da casa.Ele vai nos ajudar .
O cão logo atendendo ao comando do dono levanta-se rápido ....localiza em segundos a presa.Ele avista Guadalupe na beirada do mato.Parte como uma flecha em sua direção.
Meire sai da casa gritando para eles:
-Eu o peguei na cozinha...
-Deixe comigo ,fala Antonio montando em seu cavalo ....eu o pego já ,já.
Ele e seu cão partem em perseguição à Guadalupe que foge ligeira em direção à mata.Quer desviar a atenção sobre o irmão.Jogando longe seu sombreiro ela tenta achar um refugio seguro para si.Pablito consegue se esconder na mata...mas ela não.
Resolve então embrenhar-se na mata.O fuzil o atrapalha ,por isso o larga no chão e foge só com o boné nas mãos.
Guadalupe vendo-o correr ,corre também ,pois ouvira os gritos na casa:
-Descobriram....vou ajudá-lo a fugir....
Gonçalo em sua casa,conversava com um amigo que viera lhe visitar.Antonio era peão e queria ver se conseguiria um emprego na fazenda.Por isso procurara pelo amigo .Estavam tomando cachaça , quando ouviram os apitos vindos da casa,logo seguidos pelos gritos de Meire.Ele pula da cadeira e grita:
-É dona Meire.Preciso ir ver o que se passa.
-O que é Gonçalo?Aconteceu algo?
-Deve ser o ladrão...vamos ....me ajude... temos de pegar quem está roubando as coisas por aqui.Vou chamar ajuda .Ele grita por mais dois peões que moravam perto.Estes logo aparecem.Ele grita o que acontece e eles logo saem a correr em direção da mata.
-Vem Nico,grita Antonio para o seu cão que dormia na entrada da casa.Ele vai nos ajudar .
O cão logo atendendo ao comando do dono levanta-se rápido ....localiza em segundos a presa.Ele avista Guadalupe na beirada do mato.Parte como uma flecha em sua direção.
Meire sai da casa gritando para eles:
-Eu o peguei na cozinha...
-Deixe comigo ,fala Antonio montando em seu cavalo ....eu o pego já ,já.
Ele e seu cão partem em perseguição à Guadalupe que foge ligeira em direção à mata.Quer desviar a atenção sobre o irmão.Jogando longe seu sombreiro ela tenta achar um refugio seguro para si.Pablito consegue se esconder na mata...mas ela não.
Capítulo 11. Covardia
[11/06/2011]
Na casa o alvoroço está instalado.
Mayka, sentada na sala, lia um livro, com as pernas em cima de uma cadeira ,se assusta ao ouvir o apito e os gritos de Meire .Joga o livro na mesa e corre até a janela da sala.Neste instante ,sua patroa ,já vestida para sair à cavalo,chega na sala:
-O que se passa ? Porque esta gritaria?
-É a Meire, senhora,pelo que entendi pegou o ladrão de novo, na cozinha.Que horror!
-Ladrão ? Onde ele está? A voz agora é de comando e irritação.
-Lá fora.Mas não se preocupe senhora ,o Gonçalo e um amigo já saíram em seu encalço.Eles o pegam fácil.Levam umcão com eles.
-Como assim? Desde quando temos um cão aqui na fazenda? Eu proibi a presença de um cão aqui,sabe bem disso.Só lá no pasto.Aqui, nunca!
-Não é nosso ,senhora.É de um homem que estava lá na casa do Gonçalo. Mayka se sentia constrangida com a autoridade total de sua patroa.
Mayka, sentada na sala, lia um livro, com as pernas em cima de uma cadeira ,se assusta ao ouvir o apito e os gritos de Meire .Joga o livro na mesa e corre até a janela da sala.Neste instante ,sua patroa ,já vestida para sair à cavalo,chega na sala:
-O que se passa ? Porque esta gritaria?
-É a Meire, senhora,pelo que entendi pegou o ladrão de novo, na cozinha.Que horror!
-Ladrão ? Onde ele está? A voz agora é de comando e irritação.
-Lá fora.Mas não se preocupe senhora ,o Gonçalo e um amigo já saíram em seu encalço.Eles o pegam fácil.Levam umcão com eles.
-Como assim? Desde quando temos um cão aqui na fazenda? Eu proibi a presença de um cão aqui,sabe bem disso.Só lá no pasto.Aqui, nunca!
-Não é nosso ,senhora.É de um homem que estava lá na casa do Gonçalo. Mayka se sentia constrangida com a autoridade total de sua patroa.
-E vão usar um cão contra uma pessoa? Não aqui.Sabe bem o que sinto à este respeito.Para onde foram?
-Me parece que eles iam em direção à mata perto do galinheiro.
-Zingara já está pronta?
-Sim senhora .
-Bem ,vou lá olhar este ladrão.
-Cuidado dona Valkíria....deixa por conta deles...são homens ...sabem lidar com estas pessoas.
-Por isso mesmo vou lá ver ,Mayka...são homens... a voz é irônica,mas calma.
Valkíria sai da sala.O som de suas botas no assoalho faz eco na casa toda.Em suas mãos leva um pequeno chicote.
Mas ao sair e vendo sua égua ali prontinha à sua espera,o sangue parece entrar em ebulição.Seu coração sempre fica eufórico quando está para sair de casa.Mas hoje está sendo diferente...sente isso no ar.Por isso ao passar pelo jardim ,olha para a pequena capela no centro dele...dá um sorriso e se benze.
Monta, colocando o chapéu panamá .Sai à galope se encaminhando para onde fora seu capataz.
Guarda o chicote e pega o laço que estava preso à sela australiana.Vem treinando há meses o seu uso.Vai testar agora .Pretende usá-lo no ladrão de sua casa.
Quando está quase chegando ao galinheiro , ouve os gritos e as risadas dos homens.
-Veja só isso Gonçalo! Não disse que pagava o ladrão? Olha só como Nico o pegou.Pega mais Nico.
-Mande ele se afastar Antonio.Não precisa morder .Tire-o de lá.Gonçalo pede ao amigo. Os outros dois peões caem na risada com a cena.
O rosnar do cão e os gritos de susto e medo de Guadalupe denunciam ser ela uma mulher e não um homem.
-E olha ....é uma mulher ....usa uniforme...é uma guerrilheira...é uma bandida ...malditos estes guerrilheiros...morde mais forte Nico...com força.Depois vou me aproveitar dela.
Antonio apeia se aproximando ...rindo e se sentindo um vitorioso.Está bêbado......
Vou me divertir um pouco com ela.Olha só...tem um sombreiro... agora vou dançar sobre ele e depois com ela.
Antonio pega o sombreiro e o joga longe no chão.A bebida o levava à loucura.Os gritos ,o rosnar do animal e agora um sombreiro....tudo era motivo de loucura....
-Pare Antonio mande-o soltá-la...não vê que já está muito machucada?O que pensa fazer?
Valkíria apressa seu animal e ao chegar ao local fixa seus olhos em uma cena que a deixa arrepiada.
O cão morde furiosamente a perna de uma pessoa uniformizada, que caída ao chão, grita de pavor e dor.Tendo ao lado um homem com péssimas intenções,rindo sem parar e dançando ao redor de um belíssimo sombreiro jogado ao chão.Este incentiva o animal para morder mais.
-Tira o cão daí ,já.Ela ordena furiosa e com raiva.Não gosto de covardia em minha fazenda.Sua voz distinguiu-se à do animal e do bêbado.
Antonio ao ouvir a voz feminina nem olha para ver de onde vinha...dá outra risada:
-Não mesmo.Vou me vingar da morte de meu irmão.Malditos guerrilheiros...
Mal acaba de falar um laço cai em seus ombros. Sente-se arrastado do lugar, só ouve a mesma voz ,agora mais autoritária que antes:
-Gonçalo,afaste o cão ou eu vou matá-lo!
Valkíria arrasta Antonio até a entrada do pasto.Está furiosa com sua atitude .
Os dois empregados ainda montados a reconhecem e se encolhem com receio.
Ao verem sua patroa arrastando o homem pelo campo, não pensam duas vezes.Apeiam e o seguram .Olham para ela :
-O que fazemos com ele dona Valkíria ?Pergunta um deles.Já trabalham há muito tempo e sabem bem o gênio da proprietária e patroa.Nunca a questionam sobre suas ações,só obedecem.
-Não gosto de covardes...este é um.Sabem bem o que devem fazer .Ponham-no para fora da fazenda.Não o quero ver mais por aqui.
-Sim senhora.Os dois arrastam Antonio para longe dali.
Valkíria volta ao local do incidente.Gonçalo segura o cão e o afasta .O cão preto ,mestiço com pastor ,ainda tendo um pedaço de roupa nos dentes, é amarrado à uma árvore.Seu rosnar agora é de fúria e frustração.Mas tão logo vendo-se preso, se acalma.Não era mais incentivado à defesa ou ataque.
-Me parece que eles iam em direção à mata perto do galinheiro.
-Zingara já está pronta?
-Sim senhora .
-Bem ,vou lá olhar este ladrão.
-Cuidado dona Valkíria....deixa por conta deles...são homens ...sabem lidar com estas pessoas.
-Por isso mesmo vou lá ver ,Mayka...são homens... a voz é irônica,mas calma.
Valkíria sai da sala.O som de suas botas no assoalho faz eco na casa toda.Em suas mãos leva um pequeno chicote.
Mas ao sair e vendo sua égua ali prontinha à sua espera,o sangue parece entrar em ebulição.Seu coração sempre fica eufórico quando está para sair de casa.Mas hoje está sendo diferente...sente isso no ar.Por isso ao passar pelo jardim ,olha para a pequena capela no centro dele...dá um sorriso e se benze.
Monta, colocando o chapéu panamá .Sai à galope se encaminhando para onde fora seu capataz.
Guarda o chicote e pega o laço que estava preso à sela australiana.Vem treinando há meses o seu uso.Vai testar agora .Pretende usá-lo no ladrão de sua casa.
Quando está quase chegando ao galinheiro , ouve os gritos e as risadas dos homens.
-Veja só isso Gonçalo! Não disse que pagava o ladrão? Olha só como Nico o pegou.Pega mais Nico.
-Mande ele se afastar Antonio.Não precisa morder .Tire-o de lá.Gonçalo pede ao amigo. Os outros dois peões caem na risada com a cena.
O rosnar do cão e os gritos de susto e medo de Guadalupe denunciam ser ela uma mulher e não um homem.
-E olha ....é uma mulher ....usa uniforme...é uma guerrilheira...é uma bandida ...malditos estes guerrilheiros...morde mais forte Nico...com força.Depois vou me aproveitar dela.
Antonio apeia se aproximando ...rindo e se sentindo um vitorioso.Está bêbado......
Vou me divertir um pouco com ela.Olha só...tem um sombreiro... agora vou dançar sobre ele e depois com ela.
Antonio pega o sombreiro e o joga longe no chão.A bebida o levava à loucura.Os gritos ,o rosnar do animal e agora um sombreiro....tudo era motivo de loucura....
-Pare Antonio mande-o soltá-la...não vê que já está muito machucada?O que pensa fazer?
Valkíria apressa seu animal e ao chegar ao local fixa seus olhos em uma cena que a deixa arrepiada.
O cão morde furiosamente a perna de uma pessoa uniformizada, que caída ao chão, grita de pavor e dor.Tendo ao lado um homem com péssimas intenções,rindo sem parar e dançando ao redor de um belíssimo sombreiro jogado ao chão.Este incentiva o animal para morder mais.
-Tira o cão daí ,já.Ela ordena furiosa e com raiva.Não gosto de covardia em minha fazenda.Sua voz distinguiu-se à do animal e do bêbado.
Antonio ao ouvir a voz feminina nem olha para ver de onde vinha...dá outra risada:
-Não mesmo.Vou me vingar da morte de meu irmão.Malditos guerrilheiros...
Mal acaba de falar um laço cai em seus ombros. Sente-se arrastado do lugar, só ouve a mesma voz ,agora mais autoritária que antes:
-Gonçalo,afaste o cão ou eu vou matá-lo!
Valkíria arrasta Antonio até a entrada do pasto.Está furiosa com sua atitude .
Os dois empregados ainda montados a reconhecem e se encolhem com receio.
Ao verem sua patroa arrastando o homem pelo campo, não pensam duas vezes.Apeiam e o seguram .Olham para ela :
-O que fazemos com ele dona Valkíria ?Pergunta um deles.Já trabalham há muito tempo e sabem bem o gênio da proprietária e patroa.Nunca a questionam sobre suas ações,só obedecem.
-Não gosto de covardes...este é um.Sabem bem o que devem fazer .Ponham-no para fora da fazenda.Não o quero ver mais por aqui.
-Sim senhora.Os dois arrastam Antonio para longe dali.
Valkíria volta ao local do incidente.Gonçalo segura o cão e o afasta .O cão preto ,mestiço com pastor ,ainda tendo um pedaço de roupa nos dentes, é amarrado à uma árvore.Seu rosnar agora é de fúria e frustração.Mas tão logo vendo-se preso, se acalma.Não era mais incentivado à defesa ou ataque.
Valkíria apeia e vai até Guadalupe ,que deitada no chão, sangra ,gemendo . A sua roupa suja de terra vermelha misturada com o sangue, dá uma péssima impressão.Geme de dor.
Ao sentir que o cão não mais a mordia ,tenta se levantar para continuar na fuga.Mas a dor a impede.Cai ao chão com um grito e segura a perna.Mas se lembra do irmão:
-Fuja !Diz angustiada , enterrando a cabeça no chão, por causa da dor.Chora com a dor que sente na coxa.
Gonçalo depois de amarrar o cão , vem para ajudar.
Valkíria corre até ela e a ampara .Olhando para a direção da mata :
-Tem mais alguém lá,vá ver quem é.Eu cuido dela.
Gonçalo monta no cavalo e galopa em direção à mata.O animal salta a cerca com facilidade. Em questão de minutos encontra Pablito.
O menino tenta fugir mas o experiente peão o pega em uma carreira do cavalo,antes que ele penetre fundo na mata.Segurando-o pela gola da camisa alçando- o coloca sobre a sela. Volta rapidamente para ajudar sua patroa.
-Olha o que achei, fala para Valkíria.
-Muito bem,agora venha cá, me ajude.Ela precisa de cuidados.
Com uma faca ela abre um pedaço da calça,onde estava a mordida do cão. Valkíria retira o lenço que lavava ao pescoço.Com ele enfaixa o ferimento para que parasse de sangrar.
Gonçalo desce do cavalo e ajuda Valkíria a levantar Guadalupe e coloca-a na sela de Zingara.
-Como ela está?
-Não muito bem.Desmaiou.Vou levá-la para casa e cuidar destes ferimentos.
Traga o garoto e este cão.Ela vai até ao sombreiro,pegando-o. Limpando o pó e prende-o à sua sela.
Valkíria olha para Pablo ,que em cima da sela observa o que eles fazem com sua irmã.Notando que à estavam ajudando ,fica quieto .
-Será uma guerrilheira? Pergunta Gonçalo,mostrando sua roupa.
-Não sei e o menino?Quem é?
-Não disse nada.Devem ser parentes.Provavelmente filhos de guerrilheiros.
-Guerrilheiros? O que fazem aqui na minha fazenda?Estão muito longe dos seus acampamentos.
Valkíria sabia da existência dos guerrilheiros .Seu pai sempre a manteve informada sobre eles.Mas nunca tinha visto nenhum no tempo que ali morava.
Monta em sua égua .Passa o braço pela cintura de Guadalupe segurando-a .
-Vamos bem rápido Zingara.Ela desmaiou .Está perdendo muito sangue.
Fazendo ao animal galopar ,logo está em frente ao portão da casa grande.
Mayka, Enzo e Meire estão na varando esperando o desenrolar dos acontecimentos.
-Ela vem trazendo alguém na sela .Parece ferido.Vamos lá.Enzo fica nervoso toda vez que aparece algo diferente na fazenda.Gosta de paz e sossego.E tudo agora estava saindo de seu controle.
Meire ao reconhecer as roupas :
-Mas é o ladrão!
-Ladrão? Enzo ajuda a descer Guadalupe do animal.É uma moça, isso sim.
-O que aconteceu?
Mayka olha para a fisionomia de Valkíria.Nota que está preocupada.
-Um cão a mordeu .
-Mas é uma guerrilheira. O que vai fazer com ela?Mayka olha atenta para o sombreiro.E isso?
Ao sentir que o cão não mais a mordia ,tenta se levantar para continuar na fuga.Mas a dor a impede.Cai ao chão com um grito e segura a perna.Mas se lembra do irmão:
-Fuja !Diz angustiada , enterrando a cabeça no chão, por causa da dor.Chora com a dor que sente na coxa.
Gonçalo depois de amarrar o cão , vem para ajudar.
Valkíria corre até ela e a ampara .Olhando para a direção da mata :
-Tem mais alguém lá,vá ver quem é.Eu cuido dela.
Gonçalo monta no cavalo e galopa em direção à mata.O animal salta a cerca com facilidade. Em questão de minutos encontra Pablito.
O menino tenta fugir mas o experiente peão o pega em uma carreira do cavalo,antes que ele penetre fundo na mata.Segurando-o pela gola da camisa alçando- o coloca sobre a sela. Volta rapidamente para ajudar sua patroa.
-Olha o que achei, fala para Valkíria.
-Muito bem,agora venha cá, me ajude.Ela precisa de cuidados.
Com uma faca ela abre um pedaço da calça,onde estava a mordida do cão. Valkíria retira o lenço que lavava ao pescoço.Com ele enfaixa o ferimento para que parasse de sangrar.
Gonçalo desce do cavalo e ajuda Valkíria a levantar Guadalupe e coloca-a na sela de Zingara.
-Como ela está?
-Não muito bem.Desmaiou.Vou levá-la para casa e cuidar destes ferimentos.
Traga o garoto e este cão.Ela vai até ao sombreiro,pegando-o. Limpando o pó e prende-o à sua sela.
Valkíria olha para Pablo ,que em cima da sela observa o que eles fazem com sua irmã.Notando que à estavam ajudando ,fica quieto .
-Será uma guerrilheira? Pergunta Gonçalo,mostrando sua roupa.
-Não sei e o menino?Quem é?
-Não disse nada.Devem ser parentes.Provavelmente filhos de guerrilheiros.
-Guerrilheiros? O que fazem aqui na minha fazenda?Estão muito longe dos seus acampamentos.
Valkíria sabia da existência dos guerrilheiros .Seu pai sempre a manteve informada sobre eles.Mas nunca tinha visto nenhum no tempo que ali morava.
Monta em sua égua .Passa o braço pela cintura de Guadalupe segurando-a .
-Vamos bem rápido Zingara.Ela desmaiou .Está perdendo muito sangue.
Fazendo ao animal galopar ,logo está em frente ao portão da casa grande.
Mayka, Enzo e Meire estão na varando esperando o desenrolar dos acontecimentos.
-Ela vem trazendo alguém na sela .Parece ferido.Vamos lá.Enzo fica nervoso toda vez que aparece algo diferente na fazenda.Gosta de paz e sossego.E tudo agora estava saindo de seu controle.
Meire ao reconhecer as roupas :
-Mas é o ladrão!
-Ladrão? Enzo ajuda a descer Guadalupe do animal.É uma moça, isso sim.
-O que aconteceu?
Mayka olha para a fisionomia de Valkíria.Nota que está preocupada.
-Um cão a mordeu .
-Mas é uma guerrilheira. O que vai fazer com ela?Mayka olha atenta para o sombreiro.E isso?
Capítulo 12 . A casa
[12/06/2011]
-Vamos levá-la para o um quarto.Precisa de ajuda.Me traga curativos e remédios,ataduras e peça para uma das meninas que prepare a banheira.Ela precisa de um banho.
-Como ? Vai levar esta mulher para dentro?Mas é uma guerrilheira.Não faça isso .É loucura senhora.A voz de Mayka se torna estridente .
-E o que tem? Ela foi mordida em minha fazenda,sou a responsável pelo ocorrido.
-Não dona Valkíria .Ela veio para roubar....comida.
-Viu?Você acabou de dizer..... Ela veio roubar .....comida.E com isso é mordida por um cão ...que nem é meu.Em minha fazenda.Deve ter fome .
Neste instante chegam duas das moças encarregadas da limpeza:
-Nilza ,prepare a banheira do quarto ligado ao meu .Encha com bastante água.
-Sim senhora.Nilza volta correndo para dentro da casa,para cumprir o pedido.
-Jussara,leve o menino a faça-o tomar um banho e depois dê comida para ele.Me parece estar com fome.
-Sim senhora.Jussara pega Pablito pelas mãos:
-Vem comigo garoto.Vamos ao banho.
Pablito ao ver que iam levá-lo para longe de sua irmã ,começa a gritar:
-Não! Não vou deixar a Lupe.Lupe! Lupe!
-Calma garoto,fala Valkíria , é só um banho .Depois vocês podem ficar juntos.Vou cuidar de ...Lupe para você.Vá com Jussara.Depois de comer você pode trazer comida para Lupe.O que acha?Ela vai acordar com fome também.
Ao ouvir falar em comida ,Pablito acha melhor ir com Jussara ,assim poderia trazer comida para sua irmã.Mas mesmo assim ,antes de sair com a empregada,ele:
-Ela está muito ferida? Minha irmã vai morrer?
-Não se preocupe ,eu cuido dela ,agora vá ;na volta, traga algo de gostoso para sua irmã.
-Certo eu vou...mas como você se chama?
-Eu? Valkíria acha interessante o modo como o menino fizera sua pergunta..
-Sou Valkíria e posso saber o nome do homenzinho que me interroga?
-Sou Pablo Maldonado.Ele responde com orgulho.
-Prazer senhor Pablo,agora vá tomar seu banho, que de sua irmã eu vou cuidar.Logo ela fica boa.
Pablo mais conformado, segue a empregada até o banheiro.
Seus olhos muito vivos vão, ao caminhar ,prestando muita a tenção em tudo na casa.Primeira impressão que o deixou maravilhado,fora o tamanho da mesma.
Muito grande ,paredes em amarelo ,tudo com muita claridade. Janelas enormes com lindas cortinas .O assoalho em madeira de lei, brilhava .Lindos tapetes forravam vários cantos das salas. O corredor por onde ele ia sendo levado passava por várias delas.
Não perdeu a oportunidade de olhar o que podia.Notou a diversidade de estilos.Umas salas eram compostas por móveis coloniais,outras já eram com móveis clássicos.
Como já vivera em muitos lugares e em lindas casas das embaixadas,sabia apreciar o belo e o caro.
Ficou parado diante de uma delas....não acreditando no que via.
Uma sala repleta de livros,um mezanino com uma escada de madeira que levava ao segundo andar que era feito de madeira escura.O lugar parecia ter saído de uma típica casa inglesa.
Uma mesa redonda ,com cadeiras confortáveis ao seu redor.Globos ,mapas .Nas paredes grandes quadros com pinturas de pessoas ilustres.Em um canto um bar de madeira também escura .Banquetas ao redor e bebidas no balcão.
Jussara fica parada olhando para ele ,com um sorriso nos lábios.
-Vamos? Depois você olha tudo com mais calma.
-Quem mora aqui? É alguma rainha?
-Porque diz isso menino? Jussara não entendeu.
-Esta casa... parece um palácio.
-Sim .É verdade...não parece uma casa de fazenda não é?Ela foi idealizada e construída pelo pai de dona Valkíria.Aqui se vive como se fosse na corte imperial.A empregada dá uma risada. Não vê como nos vestimos?Nosso uniforme foi desenhado especialmente para nós.
Pablito acha graça no que ela falara.Mas ao chegar ao quarto , fica de boca aberta,com seu tamanho e mobiliário.
-Vem ,vou encher a banheira.Vou ver se arranjo outras roupas para você ,enquanto levo sua roupa para ser lavada.
Pablito entra no banheiro....todo em mármore rosado....
-Mas ...é mármore travertino?
Jussara olha para ele um pouco espantada:
-Como sabe disso ?Onde aprendeu isso?
-Eu aprendi com meu pai.Nós vivemos um ano em uma casa que tinha um pia de mármore.E ele me ensinou os tipos de mármore.Este era do tipo que tinha na casa.Igualzinho,no mesmo tom de rosa.E olha ....tem até umas folhas no seu desenho...
Jussara lhe mostra onde estão as toalhas :
-Olha vou ver se arranjo alguma roupa que possa lhe servir ...enquanto sua roupa fica limpa e seca.
Ela sai do banheiro deixando Pablito sozinho.Este muito curioso com a casa , inspeciona o banheiro todinho.
-Nossa ! Quanta riqueza...quem será o dono deste lugar?Será de algum traficante ? Só pode ser ...no meio do nada ....uma casa assim?
Ele toma banho .Xampu ,sabonete....tudo do mais caro que já tinha visto. Quando sai para o quarto, enrolado só na toalha ,continua com sua inspeção....
Até que Jussara volta, com duas camisas nas mãos e uma bermuda....enorme.
-Sinto muito senhor Pablo,mas não temos roupa de seu tamanho...consegui umas camisas do senhor Enzo.E uma bermuda...que acho que vai ficar muito grande.
Pablito olha para as roupas e dando um pequeno sorriso:
-Acho que vou experimentar...obrigado.Qual é o seu nome?
-Eu sou Jussara. Agora se vista que vou te levar para comer algo.Gosta de sanduiche?
-Claro que gosto.
-Ótimo,vou pedir para a Meire fazer um para você e tomar um suco.Está com fome?
-Muita,fazem dias que não comemos direito.
-Por isso sua irmã estava roubando comida?
Pablito fica envergonhado e abaixa a cabeça:
-Desculpe dona,mas estávamos com fome....
-Não precisa ficar assim,dona Valkíria não vai ligar não.
-Esta dona Valkíria que você fala é a dona da casa?Não é brava?
-Dona Valkíria? Brava ela não é....mas é muito exigente ,gosta de tudo certinho...,mas quem realmente manda na casa é dona Mayka.Esta sim é bem brava.Mas não é de se assustar ,não precisa ficar com medo.
- E minha irmã? Onde ela está? Posso vê-la?
-Dona Valkíria está cuidando dela.Venha comer primeiro ,depois você poderá vê-la.
-Não! Eu quero ver a Lupe primeiro,quero saber se ela está bem.
-Não. Antes você vai comer,vamos fazer como dona Valkíria mandou. Se vista ,te espero aí na porta.
Pablito ao ver que não iria conseguir ficar com Guadalupe ,pega uma das camisas e se veste.Olhando para a bermuda com cara estranha ,a veste também.
Se olha no espelho....
-Um espantalho....perfeito.
A camisa era muito grande e lhe chegava nos joelhos e a bermuda muito larga para sua cintura.Mas como tinha um cordão para ser amarrada ele aperta-a o máximo que pode,para não cair.
Vestido assim ele é levado até a cozinha.Meire ao vê-lo assim vestido não se agüenta e cai na risada ,deixando-o vermelho de vergonha.
Jussara notando seu desconforto olha feio para Meire:
-Que é isso Meire?Não vê que ele ficou envergonhado? Não é assim que são tratados os nossos hospedes.
Meire ,uma mulher mais rústica,mais acostumada ao trato com o povo ,estranha o modo de Jussara:
-Não estou rindo dele ....mas desde quando aqui se aceita ....gente como ele?
-Não discuto as ordens de minha senhora.Ela mandou tratá-lo bem e eu só obedeço.Estou cumprindo meu trabalho.Se a senhora Valkíria assim o quer ,eu respeito .O mesmo deveria você fazer.Obediência sem muita pergunta,como sempre foi.
Jussara ,empregada da casa, era como as outras quatro que ali trabalhavam como faxineiras e arrumadeiras, descendentes dos primeiros serviçais que ali trabalharam .Todos vieram acompanhando o velho Theodoro,o primeiro morador da fazenda.O fazendeiro e minerador ,que tivera a idéia maluca de construir o pequeno palácio no distante estado do Amazonas.No meio da floresta.
Theodoro,ex militar francês ,que servira na Guiana francesa até o ano de 1948,resolvera vir para o Brasil e aqui extrair minerais.Após dar baixa, pega dinheiro com sua família ,que era rica e passa anos a vasculhar a floresta Amazônica.Por onde passa vai aprendendo um pouco de tudo.
Depois de viajar pelo interior da floresta Amazônica,ele se fixa em Tabatinga.Uma cidade que faz divisa com a Colômbia.Ali um pouco distante da cidade, compra muitas terras e vira garimpeiro.
Nem ele mesmo sabia dizer se as terras eram no Brasil ou na Colômbia.Com o passar dos anos se casa com uma filha de um fazendeiro que conhecera em uma festa em Marajó.Trava conhecimento com garimpeiros e aprende como procurar riquezas na mata.
Quando volta para suas terras, ele descobre uma jazida de platina.Explora o metal em grande silêncio.Passa a vender este mineral, usando o rio como meio de transporte.Exporta para os Estados Unidos que a usam em projéteis e luvas para alta temperatura.
Em poucos anos fica milionário.Volta à França com sua mulher e ali depois de conversar com seu pai e seu avô,um ex militar e latifundiário russo fugitivo,resolve empregar mais dinheiro em suas terras e faz a casa .Mas se torna viúvo,pois ao nascer sua única filha sua esposa vem a falecer.Ficando os dois ,pai e filha morando na imensa casa.
Um palácio perdido no meio do mato.Tudo veio de barcos pelos rios,desde móveis assim como os seus empregados vindos da Rússia,todos refugiados e fugitivos da revolução bolchevista
Aqui continua com a mineração,mas aos poucos diversifica e passa a criar gado .Sua casa é uma verdadeira fortaleza mas é de uma riqueza impressionante .Mármores,lustres ,flores ....tudo é importado e adaptado ao local.Piscinas, aviões...enfim, ele vive com a família neste local....como se fosse um fugitivo....não sem muita razão....o avô era um conde russo ,fugitivo.
Militar ,Aléxis ,seu avô ,proprietário de terras na Rússia , era comandante do exercito do Czar Nicolau l l.Mas este é derrubado pela revolução bolchevista e fuzilado com toda a família. Aléxis depois de descobrir que suas terras estavam sendo confiscadas pelo novo governo e também suas riquezas,resolve que estava na hora de deixarem o local.
E juntando tudo que tinha de valor,foge com mulher ,filhos ,primos e empregados durante a noite.Vão ficar refugiados no sul da França.
Aléxis muito moço ainda ,logo consegue montar outros negócios e enriquece novamente. Começa a trabalhar com perfumaria.Era formado em farmácia e era um excelente boticário.Misturar essências e fazer perfume era sua nova especialidade.Mas logo fica sabendo que os comunistas estavam à sua caça.Por isso fica no anonimato e morando em lugares longínquos .Sabe o perigo se forem encontrados.
Mauricio seu filho, quando já moço, se casa com um francesa rica,dona de muitas terras e com ela tem um filho que recebe o nome de Theodoro. É o segundo filho do casal ,uma filha era a primeira.Se chamava Yulia.Yulia era mais velha que ele 10 anos.Se formou em Botânica e se especializando e exercendo magistério.Chegando a produzir diversos conhecimentos utilizando grupos de vegetais,se aperfeiçoa na biotecnia e propagação vegetativa tanto das espécies ameaçadas quanto daquelas com potencial econômico.
Quando servia o exército e tendo visitado a Guiana francesa em manobras militares,Theodoro, ávido pelos mistérios da floresta ,descobre as riquezas do Brasil e para cá vem.E fica mais rico do que já era.
E aqui ,no meio da floresta Amazônica ele monta seu império.Começa a criar gado e a cultivar plantas medicinais.Ia no meio da mata buscar mudas .Com o tempo vendia seus extratos para meio mundo.O gado era só para sustento da família .A França era seu principal comprador ,por causa dos perfumes.
Convida seus pais e avô para vir morar com ele.
Mas eles não aceitam,pois Aléxis ,o avô, ainda quer voltar para Rússia e retomar o que era seu.
Mas Yulia sua irmã , aceita e vem morar com ele.Se apaixona pela floresta e descobre o seu potencial.Deixa os pais na França ,para onde manda suas descobertas.
É ela , a tia , que se encarrega de criar a filha de Theodoro .
Mauricio ,pai de Theodoro fica com Alexis ,seu avô. Os dois sonham voltar para a Rússia.Theodoro promete ir logo se juntar à eles.
Os anos se passaram e quando ouvem falar em Mikhail Gorbachev e o que fazia na União Soviética eles se entusiasmam e Aléxis volta para sua terra,já um homem quase centenário.
Deixa seu filho Mauricio, tocando os negócios na França como medida preventiva.
Ali,na Rússia ,depois de muito brigar, consegue tomar suas terras de volta. Mantém o título de Conde de Heranoff,local de sua família há séculos.E com isso toda sua descendência passa a ser de novo da antiga nobreza russa.
E chama seu filho de volta à Rússia.Este deixa tudo na França nas mãos de empregados e volta para Rússia .
Seu velho pai ,Alexis,logo vem a falecer, deixando-o com tudo ,inclusive o título de conde.Mauricio passa a ser o conde .Theodoro ,no Brasil diz ao pai que logo vai também para a Rússia.Mauricio ,seu pai o espera.
Os empregados que fugiram com ele e foram morar na França são também filhos de antigos nobres que serviam o Czar.Seus serviçais.Todos fugidos do regime comunista.Quando Theodoro veio morar no Brasil alguns vieram trabalhar com ele.
A maioria já não vive mais.Mas seus descendentes fazem questão de servir aos antigos condes.Sentem gratidão pela ajuda dada por estes à seus familiares na fuga.Tratam os novos nobres como se fossem reis.Com lealdade e muita cerimônia.....mesmo morando ali ...no meio do nada.
Era assim na antiga Rússia.Viviam no campo,como aqui agora vivem.Mas deixaram família na França.Seus filhos estudam ou trabalham na fábrica de perfumes.São diretores e tomam conta dos negócios da família para Mauricio.
Jussara,já com 40 anos , é bisneta de um dos empregados que vieram fugidos da Rússia.Assim como todos que ali trabalham ,junto da herdeira do velho conde Aléxis de Heranoff. Valkíria.
-Como ? Vai levar esta mulher para dentro?Mas é uma guerrilheira.Não faça isso .É loucura senhora.A voz de Mayka se torna estridente .
-E o que tem? Ela foi mordida em minha fazenda,sou a responsável pelo ocorrido.
-Não dona Valkíria .Ela veio para roubar....comida.
-Viu?Você acabou de dizer..... Ela veio roubar .....comida.E com isso é mordida por um cão ...que nem é meu.Em minha fazenda.Deve ter fome .
Neste instante chegam duas das moças encarregadas da limpeza:
-Nilza ,prepare a banheira do quarto ligado ao meu .Encha com bastante água.
-Sim senhora.Nilza volta correndo para dentro da casa,para cumprir o pedido.
-Jussara,leve o menino a faça-o tomar um banho e depois dê comida para ele.Me parece estar com fome.
-Sim senhora.Jussara pega Pablito pelas mãos:
-Vem comigo garoto.Vamos ao banho.
Pablito ao ver que iam levá-lo para longe de sua irmã ,começa a gritar:
-Não! Não vou deixar a Lupe.Lupe! Lupe!
-Calma garoto,fala Valkíria , é só um banho .Depois vocês podem ficar juntos.Vou cuidar de ...Lupe para você.Vá com Jussara.Depois de comer você pode trazer comida para Lupe.O que acha?Ela vai acordar com fome também.
Ao ouvir falar em comida ,Pablito acha melhor ir com Jussara ,assim poderia trazer comida para sua irmã.Mas mesmo assim ,antes de sair com a empregada,ele:
-Ela está muito ferida? Minha irmã vai morrer?
-Não se preocupe ,eu cuido dela ,agora vá ;na volta, traga algo de gostoso para sua irmã.
-Certo eu vou...mas como você se chama?
-Eu? Valkíria acha interessante o modo como o menino fizera sua pergunta..
-Sou Valkíria e posso saber o nome do homenzinho que me interroga?
-Sou Pablo Maldonado.Ele responde com orgulho.
-Prazer senhor Pablo,agora vá tomar seu banho, que de sua irmã eu vou cuidar.Logo ela fica boa.
Pablo mais conformado, segue a empregada até o banheiro.
Seus olhos muito vivos vão, ao caminhar ,prestando muita a tenção em tudo na casa.Primeira impressão que o deixou maravilhado,fora o tamanho da mesma.
Muito grande ,paredes em amarelo ,tudo com muita claridade. Janelas enormes com lindas cortinas .O assoalho em madeira de lei, brilhava .Lindos tapetes forravam vários cantos das salas. O corredor por onde ele ia sendo levado passava por várias delas.
Não perdeu a oportunidade de olhar o que podia.Notou a diversidade de estilos.Umas salas eram compostas por móveis coloniais,outras já eram com móveis clássicos.
Como já vivera em muitos lugares e em lindas casas das embaixadas,sabia apreciar o belo e o caro.
Ficou parado diante de uma delas....não acreditando no que via.
Uma sala repleta de livros,um mezanino com uma escada de madeira que levava ao segundo andar que era feito de madeira escura.O lugar parecia ter saído de uma típica casa inglesa.
Uma mesa redonda ,com cadeiras confortáveis ao seu redor.Globos ,mapas .Nas paredes grandes quadros com pinturas de pessoas ilustres.Em um canto um bar de madeira também escura .Banquetas ao redor e bebidas no balcão.
Jussara fica parada olhando para ele ,com um sorriso nos lábios.
-Vamos? Depois você olha tudo com mais calma.
-Quem mora aqui? É alguma rainha?
-Porque diz isso menino? Jussara não entendeu.
-Esta casa... parece um palácio.
-Sim .É verdade...não parece uma casa de fazenda não é?Ela foi idealizada e construída pelo pai de dona Valkíria.Aqui se vive como se fosse na corte imperial.A empregada dá uma risada. Não vê como nos vestimos?Nosso uniforme foi desenhado especialmente para nós.
Pablito acha graça no que ela falara.Mas ao chegar ao quarto , fica de boca aberta,com seu tamanho e mobiliário.
-Vem ,vou encher a banheira.Vou ver se arranjo outras roupas para você ,enquanto levo sua roupa para ser lavada.
Pablito entra no banheiro....todo em mármore rosado....
-Mas ...é mármore travertino?
Jussara olha para ele um pouco espantada:
-Como sabe disso ?Onde aprendeu isso?
-Eu aprendi com meu pai.Nós vivemos um ano em uma casa que tinha um pia de mármore.E ele me ensinou os tipos de mármore.Este era do tipo que tinha na casa.Igualzinho,no mesmo tom de rosa.E olha ....tem até umas folhas no seu desenho...
Jussara lhe mostra onde estão as toalhas :
-Olha vou ver se arranjo alguma roupa que possa lhe servir ...enquanto sua roupa fica limpa e seca.
Ela sai do banheiro deixando Pablito sozinho.Este muito curioso com a casa , inspeciona o banheiro todinho.
-Nossa ! Quanta riqueza...quem será o dono deste lugar?Será de algum traficante ? Só pode ser ...no meio do nada ....uma casa assim?
Ele toma banho .Xampu ,sabonete....tudo do mais caro que já tinha visto. Quando sai para o quarto, enrolado só na toalha ,continua com sua inspeção....
Até que Jussara volta, com duas camisas nas mãos e uma bermuda....enorme.
-Sinto muito senhor Pablo,mas não temos roupa de seu tamanho...consegui umas camisas do senhor Enzo.E uma bermuda...que acho que vai ficar muito grande.
Pablito olha para as roupas e dando um pequeno sorriso:
-Acho que vou experimentar...obrigado.Qual é o seu nome?
-Eu sou Jussara. Agora se vista que vou te levar para comer algo.Gosta de sanduiche?
-Claro que gosto.
-Ótimo,vou pedir para a Meire fazer um para você e tomar um suco.Está com fome?
-Muita,fazem dias que não comemos direito.
-Por isso sua irmã estava roubando comida?
Pablito fica envergonhado e abaixa a cabeça:
-Desculpe dona,mas estávamos com fome....
-Não precisa ficar assim,dona Valkíria não vai ligar não.
-Esta dona Valkíria que você fala é a dona da casa?Não é brava?
-Dona Valkíria? Brava ela não é....mas é muito exigente ,gosta de tudo certinho...,mas quem realmente manda na casa é dona Mayka.Esta sim é bem brava.Mas não é de se assustar ,não precisa ficar com medo.
- E minha irmã? Onde ela está? Posso vê-la?
-Dona Valkíria está cuidando dela.Venha comer primeiro ,depois você poderá vê-la.
-Não! Eu quero ver a Lupe primeiro,quero saber se ela está bem.
-Não. Antes você vai comer,vamos fazer como dona Valkíria mandou. Se vista ,te espero aí na porta.
Pablito ao ver que não iria conseguir ficar com Guadalupe ,pega uma das camisas e se veste.Olhando para a bermuda com cara estranha ,a veste também.
Se olha no espelho....
-Um espantalho....perfeito.
A camisa era muito grande e lhe chegava nos joelhos e a bermuda muito larga para sua cintura.Mas como tinha um cordão para ser amarrada ele aperta-a o máximo que pode,para não cair.
Vestido assim ele é levado até a cozinha.Meire ao vê-lo assim vestido não se agüenta e cai na risada ,deixando-o vermelho de vergonha.
Jussara notando seu desconforto olha feio para Meire:
-Que é isso Meire?Não vê que ele ficou envergonhado? Não é assim que são tratados os nossos hospedes.
Meire ,uma mulher mais rústica,mais acostumada ao trato com o povo ,estranha o modo de Jussara:
-Não estou rindo dele ....mas desde quando aqui se aceita ....gente como ele?
-Não discuto as ordens de minha senhora.Ela mandou tratá-lo bem e eu só obedeço.Estou cumprindo meu trabalho.Se a senhora Valkíria assim o quer ,eu respeito .O mesmo deveria você fazer.Obediência sem muita pergunta,como sempre foi.
Jussara ,empregada da casa, era como as outras quatro que ali trabalhavam como faxineiras e arrumadeiras, descendentes dos primeiros serviçais que ali trabalharam .Todos vieram acompanhando o velho Theodoro,o primeiro morador da fazenda.O fazendeiro e minerador ,que tivera a idéia maluca de construir o pequeno palácio no distante estado do Amazonas.No meio da floresta.
Theodoro,ex militar francês ,que servira na Guiana francesa até o ano de 1948,resolvera vir para o Brasil e aqui extrair minerais.Após dar baixa, pega dinheiro com sua família ,que era rica e passa anos a vasculhar a floresta Amazônica.Por onde passa vai aprendendo um pouco de tudo.
Depois de viajar pelo interior da floresta Amazônica,ele se fixa em Tabatinga.Uma cidade que faz divisa com a Colômbia.Ali um pouco distante da cidade, compra muitas terras e vira garimpeiro.
Nem ele mesmo sabia dizer se as terras eram no Brasil ou na Colômbia.Com o passar dos anos se casa com uma filha de um fazendeiro que conhecera em uma festa em Marajó.Trava conhecimento com garimpeiros e aprende como procurar riquezas na mata.
Quando volta para suas terras, ele descobre uma jazida de platina.Explora o metal em grande silêncio.Passa a vender este mineral, usando o rio como meio de transporte.Exporta para os Estados Unidos que a usam em projéteis e luvas para alta temperatura.
Em poucos anos fica milionário.Volta à França com sua mulher e ali depois de conversar com seu pai e seu avô,um ex militar e latifundiário russo fugitivo,resolve empregar mais dinheiro em suas terras e faz a casa .Mas se torna viúvo,pois ao nascer sua única filha sua esposa vem a falecer.Ficando os dois ,pai e filha morando na imensa casa.
Um palácio perdido no meio do mato.Tudo veio de barcos pelos rios,desde móveis assim como os seus empregados vindos da Rússia,todos refugiados e fugitivos da revolução bolchevista
Aqui continua com a mineração,mas aos poucos diversifica e passa a criar gado .Sua casa é uma verdadeira fortaleza mas é de uma riqueza impressionante .Mármores,lustres ,flores ....tudo é importado e adaptado ao local.Piscinas, aviões...enfim, ele vive com a família neste local....como se fosse um fugitivo....não sem muita razão....o avô era um conde russo ,fugitivo.
Militar ,Aléxis ,seu avô ,proprietário de terras na Rússia , era comandante do exercito do Czar Nicolau l l.Mas este é derrubado pela revolução bolchevista e fuzilado com toda a família. Aléxis depois de descobrir que suas terras estavam sendo confiscadas pelo novo governo e também suas riquezas,resolve que estava na hora de deixarem o local.
E juntando tudo que tinha de valor,foge com mulher ,filhos ,primos e empregados durante a noite.Vão ficar refugiados no sul da França.
Aléxis muito moço ainda ,logo consegue montar outros negócios e enriquece novamente. Começa a trabalhar com perfumaria.Era formado em farmácia e era um excelente boticário.Misturar essências e fazer perfume era sua nova especialidade.Mas logo fica sabendo que os comunistas estavam à sua caça.Por isso fica no anonimato e morando em lugares longínquos .Sabe o perigo se forem encontrados.
Mauricio seu filho, quando já moço, se casa com um francesa rica,dona de muitas terras e com ela tem um filho que recebe o nome de Theodoro. É o segundo filho do casal ,uma filha era a primeira.Se chamava Yulia.Yulia era mais velha que ele 10 anos.Se formou em Botânica e se especializando e exercendo magistério.Chegando a produzir diversos conhecimentos utilizando grupos de vegetais,se aperfeiçoa na biotecnia e propagação vegetativa tanto das espécies ameaçadas quanto daquelas com potencial econômico.
Quando servia o exército e tendo visitado a Guiana francesa em manobras militares,Theodoro, ávido pelos mistérios da floresta ,descobre as riquezas do Brasil e para cá vem.E fica mais rico do que já era.
E aqui ,no meio da floresta Amazônica ele monta seu império.Começa a criar gado e a cultivar plantas medicinais.Ia no meio da mata buscar mudas .Com o tempo vendia seus extratos para meio mundo.O gado era só para sustento da família .A França era seu principal comprador ,por causa dos perfumes.
Convida seus pais e avô para vir morar com ele.
Mas eles não aceitam,pois Aléxis ,o avô, ainda quer voltar para Rússia e retomar o que era seu.
Mas Yulia sua irmã , aceita e vem morar com ele.Se apaixona pela floresta e descobre o seu potencial.Deixa os pais na França ,para onde manda suas descobertas.
É ela , a tia , que se encarrega de criar a filha de Theodoro .
Mauricio ,pai de Theodoro fica com Alexis ,seu avô. Os dois sonham voltar para a Rússia.Theodoro promete ir logo se juntar à eles.
Os anos se passaram e quando ouvem falar em Mikhail Gorbachev e o que fazia na União Soviética eles se entusiasmam e Aléxis volta para sua terra,já um homem quase centenário.
Deixa seu filho Mauricio, tocando os negócios na França como medida preventiva.
Ali,na Rússia ,depois de muito brigar, consegue tomar suas terras de volta. Mantém o título de Conde de Heranoff,local de sua família há séculos.E com isso toda sua descendência passa a ser de novo da antiga nobreza russa.
E chama seu filho de volta à Rússia.Este deixa tudo na França nas mãos de empregados e volta para Rússia .
Seu velho pai ,Alexis,logo vem a falecer, deixando-o com tudo ,inclusive o título de conde.Mauricio passa a ser o conde .Theodoro ,no Brasil diz ao pai que logo vai também para a Rússia.Mauricio ,seu pai o espera.
Os empregados que fugiram com ele e foram morar na França são também filhos de antigos nobres que serviam o Czar.Seus serviçais.Todos fugidos do regime comunista.Quando Theodoro veio morar no Brasil alguns vieram trabalhar com ele.
A maioria já não vive mais.Mas seus descendentes fazem questão de servir aos antigos condes.Sentem gratidão pela ajuda dada por estes à seus familiares na fuga.Tratam os novos nobres como se fossem reis.Com lealdade e muita cerimônia.....mesmo morando ali ...no meio do nada.
Era assim na antiga Rússia.Viviam no campo,como aqui agora vivem.Mas deixaram família na França.Seus filhos estudam ou trabalham na fábrica de perfumes.São diretores e tomam conta dos negócios da família para Mauricio.
Jussara,já com 40 anos , é bisneta de um dos empregados que vieram fugidos da Rússia.Assim como todos que ali trabalham ,junto da herdeira do velho conde Aléxis de Heranoff. Valkíria.
Capítulo 13. Ferida
[13/06/2011]
Guadalupe é levada até um dos imensos quartos da casa.Valkíria a deita na cama.Nota que a ferida abrira no caminho.
-Nilza? Me traga uma toalha e venha aqui me ajudar.
Nilza ,uma das empregadas corre atendendo ao pedido de sua senhora.Segura a cabeça de Guadalupe ,enquanto Valkíria muito lentamente a despe para olhar o machucado.
Retira as botas militares com muito cuidado.Depois o uniforme é também retirado.
Os olhos cinza esverdeados percorrem rapidamente o corpo desnudo à sua frente.Mas é um olhar frio,sem nenhum sentimento aparente.Localiza o machucado na coxa.Este sangra muito.
Com uma toalha molhada, limpa o machucado,cuidadosamente.Coloca um desinfetante nele com um chumaço de algodão.
-Nilza? A banheira já está pronta?Vou dar um banho nela,quem sabe assim ela desperta.Mas antes me traga um anestésico.Não quero que ao despertar ,sinta muita dor.
Após aplicar o anestésico no local ,ela pega Guadalupe nos braços .Leva até ao banheiro e a coloca na banheira .A água com uma temperatura mais para o frio, desperta Guadalupe de seu desmaio.Abre os olhos lentamente .Olha para o rosto da mulher que lhe dá o banho.
Mas logo em seguida volta a fechar os olhos...adormece de cansaço.
Valkíria a lava com cuidado, dando mais atenção ao ferimento da perna e ao do braço.Vai ensaboando e ficando enlevada com a beleza da mulher que banha.
Cabelos negros ,muito lisos.Boca bonita,carnuda.Sobrancelhas grossas ,mãos finas de longos dedos.Sem querer passa a ponta do dedo pelos lábios entreabertos.Mas logo se recompõe.Olha mais séria para a mulher em seus braços:
-“Quem será? Não está me parecendo uma pessoa que more no meio do mato em um acampamento.Suas mãos são delicadas.O cabelo é bem cuidado.Tem o rosto perfeito sem nenhuma marca.Para quem vive escondida,está tudo muito estranho.O que fazia por aqui e com um menino? Ele a chamou de Lupe e disse que era sua irmã.De onde vieram? Ela tinha um sombreiro com ela.Será mexicana? Leva jeito.”
-Dona Valkíria acho que já podemos levá-la para a cama.Os remédios já estão lá.
-Sim vamos.Me ajude com ela .Vamos com cuidado ,não quero que o machucado abra novamente.
Guadalupe é colocada de novo na cama.Com a toalha ,Valkíria a enxuga lentamente.Seus olhos vão apreciando todo o corpo que vai sendo carinhosamente enxuto.Suas mãos vão tocando a pele e sentindo o quanto era macia .
-Nilza? Me traga uma toalha e venha aqui me ajudar.
Nilza ,uma das empregadas corre atendendo ao pedido de sua senhora.Segura a cabeça de Guadalupe ,enquanto Valkíria muito lentamente a despe para olhar o machucado.
Retira as botas militares com muito cuidado.Depois o uniforme é também retirado.
Os olhos cinza esverdeados percorrem rapidamente o corpo desnudo à sua frente.Mas é um olhar frio,sem nenhum sentimento aparente.Localiza o machucado na coxa.Este sangra muito.
Com uma toalha molhada, limpa o machucado,cuidadosamente.Coloca um desinfetante nele com um chumaço de algodão.
-Nilza? A banheira já está pronta?Vou dar um banho nela,quem sabe assim ela desperta.Mas antes me traga um anestésico.Não quero que ao despertar ,sinta muita dor.
Após aplicar o anestésico no local ,ela pega Guadalupe nos braços .Leva até ao banheiro e a coloca na banheira .A água com uma temperatura mais para o frio, desperta Guadalupe de seu desmaio.Abre os olhos lentamente .Olha para o rosto da mulher que lhe dá o banho.
Mas logo em seguida volta a fechar os olhos...adormece de cansaço.
Valkíria a lava com cuidado, dando mais atenção ao ferimento da perna e ao do braço.Vai ensaboando e ficando enlevada com a beleza da mulher que banha.
Cabelos negros ,muito lisos.Boca bonita,carnuda.Sobrancelhas grossas ,mãos finas de longos dedos.Sem querer passa a ponta do dedo pelos lábios entreabertos.Mas logo se recompõe.Olha mais séria para a mulher em seus braços:
-“Quem será? Não está me parecendo uma pessoa que more no meio do mato em um acampamento.Suas mãos são delicadas.O cabelo é bem cuidado.Tem o rosto perfeito sem nenhuma marca.Para quem vive escondida,está tudo muito estranho.O que fazia por aqui e com um menino? Ele a chamou de Lupe e disse que era sua irmã.De onde vieram? Ela tinha um sombreiro com ela.Será mexicana? Leva jeito.”
-Dona Valkíria acho que já podemos levá-la para a cama.Os remédios já estão lá.
-Sim vamos.Me ajude com ela .Vamos com cuidado ,não quero que o machucado abra novamente.
Guadalupe é colocada de novo na cama.Com a toalha ,Valkíria a enxuga lentamente.Seus olhos vão apreciando todo o corpo que vai sendo carinhosamente enxuto.Suas mãos vão tocando a pele e sentindo o quanto era macia .
Depois com bandagens fecha os machucados.
-Nilza,vá até meu quarto e traga minha camisola azul de cetim.
-Sim senhora.Nilza sai rapidinho e logo está de volta trazendo em suas mãos a camisola pedida.
-Posso ajudar?
-Sim,levante-a um pouquinho para que eu consiga passar seus braços .
Nilza levanta com cuidado o corpo de Guadalupe.Valkíria coloca a camisola ,fechando-a na frente.
Cobre-a com um fino lençol branco de percal com bordados em ponto Palito.
-Bem,agora só temos que esperar que volte ao seu normal.
-Mas ela está ainda desmaiada?
-Acho que não.Me parece ser sono. Vamos deixá-la descansar mais um pouco.Está exausta pelo ocorrido.O corpo agora procura se refazer.Um bom sono vai ajudar a se recuperar mais rápido.O cachorro a machucou feio.Pena que eu não tenha um remédio melhor para colocar nele.
-Quer que eu fique aqui com ela? Posso ficar olhando por ela.A senhora pode procurar um remédio ...lá .Ela deve ter algo para isso.
-Não se preocupe,pode voltar para suas tarefas.Eu cuidarei aqui.Mas antes vou ver se acho alguma roupa para ela vestir quando melhorar.Mande lavar o uniforme que está todo sujo de terra e sangue e vê o que pode fazer com os rasgos.Depois vou lá.
-Ela será mesmo uma guerrilheira?
-Não sei,tudo leva a crer que sim.As roupas e as armas.Só não entendo o sombreiro e ...
-E? O que mais senhora?
-Não é estranho para uma guerrilheira ter as mão assim?
-Assim como?
-Olha você mesma.O que acha delas?
Nilza pega em um mão de Guadalupe e a observa atentamente.
-Realmente senhora ,ela não tem mão de quem mora no mato.É muito delicada.Mais parece a mão de uma artista.E ela é muito bonita.Olha para estes cabelos.Muito bem cuidados.Parece que descobriu algum tratamento com alguma erva.Seu pai e seu avô se aqui estivessem iriam perguntar que plantas ela usa como xampu.
-Será? Eles pagariam bem para ela se revelasse o que usa aqui na mata. Valkíria se aproxima e pegando uma mexa do cabelo de Guadalupe aproxima seu nariz e cheira muito lentamente.Sente na mesma hora um longo arrepio ao reconhecer o perfume deles...
Se afasta rápida...olhando um pouco assustada para a mulher muito pálida , desacordada na cama.
Nilza nota seu desassossego:
-O que houve senhora? Não gostou do cheiro ?....... Ela se aproxima e cheira os cabelos de Guadalupe...
.....são cheirosos...até parece perfume francês.
-Mas é ....é...o pouco que ainda resta em seus cabelos....me lembram ...”Chanel nº 5” Valkíria dá um suspiro profundo,fechando os olhos.
-Sim...é verdade senhora...é perfume francês....por isso são tão bons...duram no corpo uma eternidade.Vai ver roubou de algum refém .Sabe como são os guerrilheiros.Não permitem nada aos seus seqüestrados.
-Não sei ainda Nilza.Agora vá e pede para Mayka vir aqui .
-Sim senhora.
Nilza sai do quarto.Valkíria fica parada olhando Guadalupe na cama.Por sua cabeça vêem recordações longínquas .
Seu passado retorna ,meio nebuloso ao seu consciente...um beijo apaixonado,dois braços que a apertam.Murmúrios e frases soltas ao seu ouvido...ela na cama.Os beijos se sucedem,os corpos se encontram.Os gemidos,o sexo.O calor e a explosão do êxtase.Seus olhos se enchem de lágrimas com este passado.Sente um latejar de desejo em sua alma.Olha para o rosto de Guadalupe e geme.
Mas balança a cabeça ,afastando os pensamentos .Não gosta de relembrar no que ficou para trás de sua vida.
-Deixa para lá.Passado é passado.
Se senta na cama à espera de Mayka,sua governanta.
Esta logo aparece .Entrando no quarto ,se aproxima da cama .Olha para Guadalupe e depois para ela:
-Fique aqui, Mayka.Vou tomar um banho.Depois eu venho e fico com ela.
-Sim Valkíria.Pode ficar sossegada.Eu a olho.
-Se ela acordar não faça perguntas .Deixe-a em paz.Nada de interrogatório.É minha convidada.
-Sua convidada? Como assim Valkíria? Nem a conhece.A pergunta veio impregnada de dúvidas.
-Se machucou em minhas terras.É por minha culpa que está assim.
-Mas ....
-Nada de mas .Eu assim quero.
-Sim.Farei como manda.
Valkíria sai do quarto,Mayka volta a olhar para Guadalupe.Observando-a bem com olhar muito crítico....
-Céus!
-Nilza,vá até meu quarto e traga minha camisola azul de cetim.
-Sim senhora.Nilza sai rapidinho e logo está de volta trazendo em suas mãos a camisola pedida.
-Posso ajudar?
-Sim,levante-a um pouquinho para que eu consiga passar seus braços .
Nilza levanta com cuidado o corpo de Guadalupe.Valkíria coloca a camisola ,fechando-a na frente.
Cobre-a com um fino lençol branco de percal com bordados em ponto Palito.
-Bem,agora só temos que esperar que volte ao seu normal.
-Mas ela está ainda desmaiada?
-Acho que não.Me parece ser sono. Vamos deixá-la descansar mais um pouco.Está exausta pelo ocorrido.O corpo agora procura se refazer.Um bom sono vai ajudar a se recuperar mais rápido.O cachorro a machucou feio.Pena que eu não tenha um remédio melhor para colocar nele.
-Quer que eu fique aqui com ela? Posso ficar olhando por ela.A senhora pode procurar um remédio ...lá .Ela deve ter algo para isso.
-Não se preocupe,pode voltar para suas tarefas.Eu cuidarei aqui.Mas antes vou ver se acho alguma roupa para ela vestir quando melhorar.Mande lavar o uniforme que está todo sujo de terra e sangue e vê o que pode fazer com os rasgos.Depois vou lá.
-Ela será mesmo uma guerrilheira?
-Não sei,tudo leva a crer que sim.As roupas e as armas.Só não entendo o sombreiro e ...
-E? O que mais senhora?
-Não é estranho para uma guerrilheira ter as mão assim?
-Assim como?
-Olha você mesma.O que acha delas?
Nilza pega em um mão de Guadalupe e a observa atentamente.
-Realmente senhora ,ela não tem mão de quem mora no mato.É muito delicada.Mais parece a mão de uma artista.E ela é muito bonita.Olha para estes cabelos.Muito bem cuidados.Parece que descobriu algum tratamento com alguma erva.Seu pai e seu avô se aqui estivessem iriam perguntar que plantas ela usa como xampu.
-Será? Eles pagariam bem para ela se revelasse o que usa aqui na mata. Valkíria se aproxima e pegando uma mexa do cabelo de Guadalupe aproxima seu nariz e cheira muito lentamente.Sente na mesma hora um longo arrepio ao reconhecer o perfume deles...
Se afasta rápida...olhando um pouco assustada para a mulher muito pálida , desacordada na cama.
Nilza nota seu desassossego:
-O que houve senhora? Não gostou do cheiro ?....... Ela se aproxima e cheira os cabelos de Guadalupe...
.....são cheirosos...até parece perfume francês.
-Mas é ....é...o pouco que ainda resta em seus cabelos....me lembram ...”Chanel nº 5” Valkíria dá um suspiro profundo,fechando os olhos.
-Sim...é verdade senhora...é perfume francês....por isso são tão bons...duram no corpo uma eternidade.Vai ver roubou de algum refém .Sabe como são os guerrilheiros.Não permitem nada aos seus seqüestrados.
-Não sei ainda Nilza.Agora vá e pede para Mayka vir aqui .
-Sim senhora.
Nilza sai do quarto.Valkíria fica parada olhando Guadalupe na cama.Por sua cabeça vêem recordações longínquas .
Seu passado retorna ,meio nebuloso ao seu consciente...um beijo apaixonado,dois braços que a apertam.Murmúrios e frases soltas ao seu ouvido...ela na cama.Os beijos se sucedem,os corpos se encontram.Os gemidos,o sexo.O calor e a explosão do êxtase.Seus olhos se enchem de lágrimas com este passado.Sente um latejar de desejo em sua alma.Olha para o rosto de Guadalupe e geme.
Mas balança a cabeça ,afastando os pensamentos .Não gosta de relembrar no que ficou para trás de sua vida.
-Deixa para lá.Passado é passado.
Se senta na cama à espera de Mayka,sua governanta.
Esta logo aparece .Entrando no quarto ,se aproxima da cama .Olha para Guadalupe e depois para ela:
-Fique aqui, Mayka.Vou tomar um banho.Depois eu venho e fico com ela.
-Sim Valkíria.Pode ficar sossegada.Eu a olho.
-Se ela acordar não faça perguntas .Deixe-a em paz.Nada de interrogatório.É minha convidada.
-Sua convidada? Como assim Valkíria? Nem a conhece.A pergunta veio impregnada de dúvidas.
-Se machucou em minhas terras.É por minha culpa que está assim.
-Mas ....
-Nada de mas .Eu assim quero.
-Sim.Farei como manda.
Valkíria sai do quarto,Mayka volta a olhar para Guadalupe.Observando-a bem com olhar muito crítico....
-Céus!
Capítulo 14 . Dor
[14/06/2011]
Mayka fica uns instantes olhando para Guadalupe.Por sua cabeça passam rapidamente acontecimentos que achava que já estavam no passado.
-Meus Deus! Já se passaram tantos anos... tinha até me esquecido...mas agora me veio tudo à cabeça...que Deus nos ajude.Chega de tanto sofrimento...ela não vai agüentar mais isso.Nem eu...não quero que o passado retorne.Nem minha culpa.Estou agora sossegada e em paz.
Com os pensamentos meio desnorteados,Mayka se senta ao lado ,na cama.
Os minutos foram passando e ela não agüenta ficar com os olhos abertos.Não tem mais idade para ficar assim.Se recosta na cama e fecha os olhos.Em minutos está à sono solto.
E foi a primeira pessoa que Guadalupe vê ,ao abrir os olhos.
Após seu sono causado pela dor e fome ela acorda muito lentamente.
Abre os olhos .Mas fecha-os novamente ao sentir a dor na perna.Leva a mão até ela e aí nota que está em uma cama.Passa a mão pelo machucado...se lembra do ocorrido com ela e o cachorro.Mas ao abrir os olhos novamente, nota a mulher recostada na cama, ao seu lado.
Com os olhos semicerrados, a observa .
-“É a mulher que vi na casa ...a de voz estrangeira...será a dona da casa? É bem bonita,cabelos vermelhos...é um tipo eslavo? Bem idosa.Me parece que sim...deve ser alemã .Onde estarei? Parece que me trouxeram para um quarto.”
Ela lentamente observa o lugar onde se encontrava...
-“Sim...é um quarto...e que quarto...lindo.Cama macia...que delicia.”
Não consegue concluir os seus pensamentos pois neste instante a porta se abre.Ela fecha totalmente os olhos e finge dormir.
Valkíria chega em Mayka e notando que dorme, dá um leve sorriso:
-Mayka....fala bem baixinho.Vá agora querida,eu fico tomando conta dela.
Mayka acorda .Vendo que adormecera ,fica sem graça e se desculpa com Valkíria:
-Desculpe Valkíria,mas peguei no sono.O silêncio sempre me faz dormir ,você sabe disso e aqui estava tão silencioso.
-Tudo bem,agora pode voltar, para seus livros.Eu fico aqui.
-Se precisar me chame .Estarei lá na sala.
-Sim, se precisar eu te chamo,agora vá.
Valkíria se aproxima de Guadalupe e levanta o lençol para ver como estava o ferimento da perna.
Guadalupe se arrisca e entreabre os olhos.Estava curiosa em saber quem era a dona da voz que a estava impressionando.Pois era uma voz ao mesmo tempo carinhosa e firme.Voz de quem estava acostumada a mandar.Sente dedos mexendo em seus ferimentos e sem querer encolhe a perna.
Na mesma hora Valkíria levanta os olhos,assustada ,pois achou que machucara a mulher doente.
Guadalupe também olha para ela.
Seus olhos tem a mais linda visão que já tiveram a oportunidade de presenciarem.Uns olhos verdes meio acinzentados a observam medrosos.
Um rosto magnífico de uma mulher que a primeira olhada lhe lembrou o rosto de uma deusa mitológica.Cabelos avermelhados, longos, com lindos cachos.
Valkíria também tem a grata visão de uns lindos olhos negros que a observam curiosos.
Abaixa de novo o lençol cobrindo as pernas da doente.Se levanta contornando a cama:
-Olá.Como está agora?
O português era perfeito ,com um ligeiro sotaque.
Valkíria vendo o receio no rosto de Guadalupe resolve sorrir .O efeito de seu sorriso em Guadalupe foi fulminante.Os dentes muito perfeitos e brancos a deixou sem fala.Pois ao sorrir, pequenas rugas se formaram ao redor dos belíssimos olhos à sua frente .Uma boca carnuda e bem desenhada a atraiu na hora.Ficou tão extasiada que demorou um pouco,para responder.
-Tudo bem com você? Valkíria torna a perguntar.Não entende o que falo? De onde és? Habla espanhol?
-Eu falo português.O gemido acompanha a voz, que sai muito baixo.
-Ah! Bom! Então? Como está? Sente muita dor?
-Sim um pouco.Me dói a perna.
-Vou te dar um remédio para aliviar a dor.Um momento só.
Valkíria se levanta ,indo até a mesinha, onde estavam os remédios.
Volta com um copo de água e uma cartela de remédio.Retira um e chegando em Guadalupe a ampara para poder tomar.
-Agora volte a descansar.Assim vai se sentir bem logo.
-Onde estou? A voz rouca , agora mais firme , fez com que Valkíria sentisse como se uma brisa acariciasse seu coração.Um leve arrepio subiu por suas costas.
-Em minha casa.Não fique preocupada com isso.Eu estou cuidando de você.
-Obrigada....
-Como se chama?
-Sou Guadalupe....e você?
-Eu sou Valkíria.Muito prazer Guadalupe.Lupe de acordo com o garoto.Não é?
-Onde esta meu irmão? Pablo? Onde ele está?Agora Guadalupe se lembra do irmão e fica nervosa.
-Deve estar na cozinha.Eu pedi que o levassem para um banho e depois dar algo para ele comer.E você? Está com fome?
Ao ouvir isso ,Guadalupe se lembrou dos seus roubos na cozinha e na mesma hora sente que o sangue lhe sobe ao rosto.Fica morrendo de vergonha.
-O que foi? Perdeu a língua?Valkíria ao ver que ficara silenciosa ,entendera o motivo e dá uma leve risada para tentar descontrair o ambiente.
-Não...é que me lembrei do eu fiz ....e fico com vergonha...
-Vergonha? De que?
-Bem...eu...eu ...
-Vamos deixar isso para depois ,não acha ? É melhor.
Neste instante ouve-se uma batida na porta e a voz de Jussara pedindo licença para entrar:
-Senhora? Podemos entrar?
-Claro Jussara.Entrem.
Pablito ao ver sua irmã na cama ,corre até ela .
Guadalupe ao vê-lo entrando no quarto ,abre os braços e o recebe com um apertado abraço.
Valkíria observa atentamente este seu gesto de recepção ao irmão.Arqueia ligeiramente um sobrancelha.
-Lupe? Você está bem? Pablito ao olhar para a fisionomia da irmã nota que está com uma expressão de dor.
-Claro que estou ,Guadalupe fala com voz dolorida e se você sair de cima de minha perna machucada ,vou ficar melhor ainda.
Pablito ao escutar isso se levanta ligeiro, olhando para o lençol que cobria as pernas da irmã:
-Nossa! Desculpe Lupe,não vi que estava em cima de você.Dói muito?
-Agora está bem melhor ,mas dói sim,um pouco.
Valkíria se aproxima deles e tenta se justificar sobre a mordida .
-Você me desculpe Guadalupe,o cão que te mordeu não pertence à minha fazenda.Não costumo maltratar as pessoas que aqui aparecem ....com boas intenções.
Guadalupe ao escutar isso entende o que Valkíria queria dizer e se sentiu na obrigação de justificar a sua presença ali e o que fizeram .
Mas Valkíria não lhe dá muito tempo,pois depois de se justificar sobre o cão, se dirige à sua empregada:
-Jussara? Ele já comeu?
Depois de falar assim,ela olha atentamente para Pablito.Ao observar as suas roupas tem vontade de rir .Mas rir não é seu costume.Mesmo sabendo que na sua frente tinha alguém que mais parecia um palhaço, com aquelas roupas largas ,quase que caindo ao chão.
Dá um suspiro ....as coisas agora para ela estavam mudando um pouco.Faziam anos que não tinha a presença de pessoas estranhas em sua casa.
-Sim senhora ,pedi para Meire fazer um sanduíche para ele.
-Gostou do sanduíche Pablo?
-Sim senhora,pode me chamar de Pablito .É como todos me chamam.
-Todos? Todos quem?
Pablito ao ouvir esta pergunta olha meio assustado para sua irmã.Esta faz um leve geste de negação com a cabeça.Gesto que não passou desapercebido pelos olhos de Valkíria.Um leve luzir neles mostra que entendera bem o recado.
- “Hum... tem algo nisso tudo ,mas vou deixar correr ...”
-Todos os meus amigos.Eles me tratam por Pablito.
-Certo então ,Pablito.E o que sua irmã gosta de comer?Gosta também de sanduíche como você?
-Ela ? Isso já digo que não.É meio enjoada para comer ,sabe como é .Vive em um lugar...
-Pablo! Guadalupe o interrompe com um grito,pare de falar de mim.
-Nossa Lupe,só ia dizer o que você gosta de comer ,mais nada.Não precisa gritar assim.
-Parem,parem.Não vamos brigar .Agora eu pergunto para sua irmã .Certo?O que você gosta de comer Lupe?
Valkíria se vira para ela e observa sua reação à pergunta.
Os olhos das duas ficam como que duelando.Por eles passam labaredas....uma queima a outra.Só que Valkíria não percebe a intensidade das chamas ou finge não perceber.Não quer perceber.
-Eu como qualquer coisa.
-Certo .Pablito .Volte com Jussara e a ajude com a comida de sua irmã.
-Preciso mesmo?
-Não ? Tudo bem,Jussara prepara sozinha a comida para ela.Não é mesmo Jussara?
-Sim senhora .Já volto.Vou trazer uma salada,arroz ,feijão,carne e frutas.
Jussara ia já saindo ,quando Pablito se lembra de algo. Corre até ela e cochicha em seu ouvido.Jussara assente e sai do quarto.
Valkíria ficou tentada a perguntar sobre o que era o assunto mas nada comenta.
-Bem ,então fique aqui com sua irmã.Não a canse muito .Vou ler um pouco .E você mocinha fique na cama ,nada de ficar andando por aí.
-E eu?
-Você? Vejamos.... Valkíria estava gostando dos modos de mandão do menino.
Para ,com a mão no queixo e fica como se estivesse estudando o caso.
-Acho que quando se cansar de ficar tagarelando com Lupe ,pode,andar por aí.Se quiser nadar é só ir na piscina, nos fundos da casa. Pode mergulhar se souber nadar...sabe?
-Claro ! Meu avô me ensinou.Nado até em rios.
-Ótimo.Se tiver fome vá até a cozinha,Meire fará algo para você comer.
-Meus Deus! Já se passaram tantos anos... tinha até me esquecido...mas agora me veio tudo à cabeça...que Deus nos ajude.Chega de tanto sofrimento...ela não vai agüentar mais isso.Nem eu...não quero que o passado retorne.Nem minha culpa.Estou agora sossegada e em paz.
Com os pensamentos meio desnorteados,Mayka se senta ao lado ,na cama.
Os minutos foram passando e ela não agüenta ficar com os olhos abertos.Não tem mais idade para ficar assim.Se recosta na cama e fecha os olhos.Em minutos está à sono solto.
E foi a primeira pessoa que Guadalupe vê ,ao abrir os olhos.
Após seu sono causado pela dor e fome ela acorda muito lentamente.
Abre os olhos .Mas fecha-os novamente ao sentir a dor na perna.Leva a mão até ela e aí nota que está em uma cama.Passa a mão pelo machucado...se lembra do ocorrido com ela e o cachorro.Mas ao abrir os olhos novamente, nota a mulher recostada na cama, ao seu lado.
Com os olhos semicerrados, a observa .
-“É a mulher que vi na casa ...a de voz estrangeira...será a dona da casa? É bem bonita,cabelos vermelhos...é um tipo eslavo? Bem idosa.Me parece que sim...deve ser alemã .Onde estarei? Parece que me trouxeram para um quarto.”
Ela lentamente observa o lugar onde se encontrava...
-“Sim...é um quarto...e que quarto...lindo.Cama macia...que delicia.”
Não consegue concluir os seus pensamentos pois neste instante a porta se abre.Ela fecha totalmente os olhos e finge dormir.
Valkíria chega em Mayka e notando que dorme, dá um leve sorriso:
-Mayka....fala bem baixinho.Vá agora querida,eu fico tomando conta dela.
Mayka acorda .Vendo que adormecera ,fica sem graça e se desculpa com Valkíria:
-Desculpe Valkíria,mas peguei no sono.O silêncio sempre me faz dormir ,você sabe disso e aqui estava tão silencioso.
-Tudo bem,agora pode voltar, para seus livros.Eu fico aqui.
-Se precisar me chame .Estarei lá na sala.
-Sim, se precisar eu te chamo,agora vá.
Valkíria se aproxima de Guadalupe e levanta o lençol para ver como estava o ferimento da perna.
Guadalupe se arrisca e entreabre os olhos.Estava curiosa em saber quem era a dona da voz que a estava impressionando.Pois era uma voz ao mesmo tempo carinhosa e firme.Voz de quem estava acostumada a mandar.Sente dedos mexendo em seus ferimentos e sem querer encolhe a perna.
Na mesma hora Valkíria levanta os olhos,assustada ,pois achou que machucara a mulher doente.
Guadalupe também olha para ela.
Seus olhos tem a mais linda visão que já tiveram a oportunidade de presenciarem.Uns olhos verdes meio acinzentados a observam medrosos.
Um rosto magnífico de uma mulher que a primeira olhada lhe lembrou o rosto de uma deusa mitológica.Cabelos avermelhados, longos, com lindos cachos.
Valkíria também tem a grata visão de uns lindos olhos negros que a observam curiosos.
Abaixa de novo o lençol cobrindo as pernas da doente.Se levanta contornando a cama:
-Olá.Como está agora?
O português era perfeito ,com um ligeiro sotaque.
Valkíria vendo o receio no rosto de Guadalupe resolve sorrir .O efeito de seu sorriso em Guadalupe foi fulminante.Os dentes muito perfeitos e brancos a deixou sem fala.Pois ao sorrir, pequenas rugas se formaram ao redor dos belíssimos olhos à sua frente .Uma boca carnuda e bem desenhada a atraiu na hora.Ficou tão extasiada que demorou um pouco,para responder.
-Tudo bem com você? Valkíria torna a perguntar.Não entende o que falo? De onde és? Habla espanhol?
-Eu falo português.O gemido acompanha a voz, que sai muito baixo.
-Ah! Bom! Então? Como está? Sente muita dor?
-Sim um pouco.Me dói a perna.
-Vou te dar um remédio para aliviar a dor.Um momento só.
Valkíria se levanta ,indo até a mesinha, onde estavam os remédios.
Volta com um copo de água e uma cartela de remédio.Retira um e chegando em Guadalupe a ampara para poder tomar.
-Agora volte a descansar.Assim vai se sentir bem logo.
-Onde estou? A voz rouca , agora mais firme , fez com que Valkíria sentisse como se uma brisa acariciasse seu coração.Um leve arrepio subiu por suas costas.
-Em minha casa.Não fique preocupada com isso.Eu estou cuidando de você.
-Obrigada....
-Como se chama?
-Sou Guadalupe....e você?
-Eu sou Valkíria.Muito prazer Guadalupe.Lupe de acordo com o garoto.Não é?
-Onde esta meu irmão? Pablo? Onde ele está?Agora Guadalupe se lembra do irmão e fica nervosa.
-Deve estar na cozinha.Eu pedi que o levassem para um banho e depois dar algo para ele comer.E você? Está com fome?
Ao ouvir isso ,Guadalupe se lembrou dos seus roubos na cozinha e na mesma hora sente que o sangue lhe sobe ao rosto.Fica morrendo de vergonha.
-O que foi? Perdeu a língua?Valkíria ao ver que ficara silenciosa ,entendera o motivo e dá uma leve risada para tentar descontrair o ambiente.
-Não...é que me lembrei do eu fiz ....e fico com vergonha...
-Vergonha? De que?
-Bem...eu...eu ...
-Vamos deixar isso para depois ,não acha ? É melhor.
Neste instante ouve-se uma batida na porta e a voz de Jussara pedindo licença para entrar:
-Senhora? Podemos entrar?
-Claro Jussara.Entrem.
Pablito ao ver sua irmã na cama ,corre até ela .
Guadalupe ao vê-lo entrando no quarto ,abre os braços e o recebe com um apertado abraço.
Valkíria observa atentamente este seu gesto de recepção ao irmão.Arqueia ligeiramente um sobrancelha.
-Lupe? Você está bem? Pablito ao olhar para a fisionomia da irmã nota que está com uma expressão de dor.
-Claro que estou ,Guadalupe fala com voz dolorida e se você sair de cima de minha perna machucada ,vou ficar melhor ainda.
Pablito ao escutar isso se levanta ligeiro, olhando para o lençol que cobria as pernas da irmã:
-Nossa! Desculpe Lupe,não vi que estava em cima de você.Dói muito?
-Agora está bem melhor ,mas dói sim,um pouco.
Valkíria se aproxima deles e tenta se justificar sobre a mordida .
-Você me desculpe Guadalupe,o cão que te mordeu não pertence à minha fazenda.Não costumo maltratar as pessoas que aqui aparecem ....com boas intenções.
Guadalupe ao escutar isso entende o que Valkíria queria dizer e se sentiu na obrigação de justificar a sua presença ali e o que fizeram .
Mas Valkíria não lhe dá muito tempo,pois depois de se justificar sobre o cão, se dirige à sua empregada:
-Jussara? Ele já comeu?
Depois de falar assim,ela olha atentamente para Pablito.Ao observar as suas roupas tem vontade de rir .Mas rir não é seu costume.Mesmo sabendo que na sua frente tinha alguém que mais parecia um palhaço, com aquelas roupas largas ,quase que caindo ao chão.
Dá um suspiro ....as coisas agora para ela estavam mudando um pouco.Faziam anos que não tinha a presença de pessoas estranhas em sua casa.
-Sim senhora ,pedi para Meire fazer um sanduíche para ele.
-Gostou do sanduíche Pablo?
-Sim senhora,pode me chamar de Pablito .É como todos me chamam.
-Todos? Todos quem?
Pablito ao ouvir esta pergunta olha meio assustado para sua irmã.Esta faz um leve geste de negação com a cabeça.Gesto que não passou desapercebido pelos olhos de Valkíria.Um leve luzir neles mostra que entendera bem o recado.
- “Hum... tem algo nisso tudo ,mas vou deixar correr ...”
-Todos os meus amigos.Eles me tratam por Pablito.
-Certo então ,Pablito.E o que sua irmã gosta de comer?Gosta também de sanduíche como você?
-Ela ? Isso já digo que não.É meio enjoada para comer ,sabe como é .Vive em um lugar...
-Pablo! Guadalupe o interrompe com um grito,pare de falar de mim.
-Nossa Lupe,só ia dizer o que você gosta de comer ,mais nada.Não precisa gritar assim.
-Parem,parem.Não vamos brigar .Agora eu pergunto para sua irmã .Certo?O que você gosta de comer Lupe?
Valkíria se vira para ela e observa sua reação à pergunta.
Os olhos das duas ficam como que duelando.Por eles passam labaredas....uma queima a outra.Só que Valkíria não percebe a intensidade das chamas ou finge não perceber.Não quer perceber.
-Eu como qualquer coisa.
-Certo .Pablito .Volte com Jussara e a ajude com a comida de sua irmã.
-Preciso mesmo?
-Não ? Tudo bem,Jussara prepara sozinha a comida para ela.Não é mesmo Jussara?
-Sim senhora .Já volto.Vou trazer uma salada,arroz ,feijão,carne e frutas.
Jussara ia já saindo ,quando Pablito se lembra de algo. Corre até ela e cochicha em seu ouvido.Jussara assente e sai do quarto.
Valkíria ficou tentada a perguntar sobre o que era o assunto mas nada comenta.
-Bem ,então fique aqui com sua irmã.Não a canse muito .Vou ler um pouco .E você mocinha fique na cama ,nada de ficar andando por aí.
-E eu?
-Você? Vejamos.... Valkíria estava gostando dos modos de mandão do menino.
Para ,com a mão no queixo e fica como se estivesse estudando o caso.
-Acho que quando se cansar de ficar tagarelando com Lupe ,pode,andar por aí.Se quiser nadar é só ir na piscina, nos fundos da casa. Pode mergulhar se souber nadar...sabe?
-Claro ! Meu avô me ensinou.Nado até em rios.
-Ótimo.Se tiver fome vá até a cozinha,Meire fará algo para você comer.
Valkíria sai do quarto ,indo em direção à sua sala.Senta-se perto da janela .Recosta a cabeça na confortável poltrona e fecha os olhos.Recordações de novo.Sente uma pontada no peito.São pontadas de saudade.Saudade de ter alguém consigo.Alguém para amar,para se dar e tomar.Sentir um corpo junto ao seu ,um corpo quente,cheio de desejos e exigente.Querendo amor à toda hora e fazendo amor à toda hora.
Ela bate a mão fechada no braço da poltrona:
“-Sinto ainda seu cheiro,seu toque em mim,me sinto sendo tomada por você,me tocando.”
Ela se arrepia ao se lembrar do que fazia.Passa os dedos pelos próprios lábios,como se fosse em outros lábios...
Ela bate a mão fechada no braço da poltrona:
“-Sinto ainda seu cheiro,seu toque em mim,me sinto sendo tomada por você,me tocando.”
Ela se arrepia ao se lembrar do que fazia.Passa os dedos pelos próprios lábios,como se fosse em outros lábios...
Passados alguns minutos ,Mayka chega nela ,de mansinho:
-O passado voltou ?A voz agora é de uma pessoa que trás ressentimento no fundo da alma.
-Sim Mayka.Voltou .Mas não quero mais pensar nisso.
Valkíria se levanta de um pulo....pede para prepararem minha Zingara.Vou passear.
-Sim senhora.Mas não vá longe,já está entardecendo.
-Não se preocupe.Vou só andar um pouco.
-Vai até a cachoeira?O medo era evidente na pergunta.Medo ,receio e algo mais....
Ciúmes?
-Sim,vou até lá mas volto cedo,não fique preocupada.Peça para Meire preparar um jantar ao gosto dos dois.Quero que se sintam bem aqui em minha casa.
-Senhora...
-Sim Mayka? O que quer saber?
-Me desculpe senhora....mas porque está fazendo isso? Nem sabe quem são os dois.E se a família aparecer aqui? São guerrilheiros....são perigosos.
-Não sei Mayka,não me parecem serem isso não.Já comentei com Jussara.Não levam jeito disso.São muito educados e espertos.
-Espertos? Como assim?Ela levanta a cabeça ,fica atenta à novidade ....algo lhe escapara?
-Sabem o que fazem ,deu para notar como se entendem bem ,só por meias palavras.
-Isso não quer dizer que não possam ser guerrilheiros,senhora.Ela volta a insinuar sobre os dois.
-Deixa passar um pouco o tempo e veremos o que fazer com eles.É cedo ainda.Dei total liberdade ao garoto.Deixe-o andar por aí.Mas fique observando tudo ...quero saber mais do que gostam e fazem.
-Sim senhora.Vou vigiar bem.
-Não ,Mayka,vigiar não....observar e sem muitas perguntas.Certo ? Me entendeu?
-Sim senhora .Vou ajudar Jussara com a comida para eles.
-Isso ...vá .
Logo em seguida ao pedido de Valkíria, entra na sala uma das empregadas da casa:
-Senhora , Zingara está à sua espera.
-Obrigada Yara,já vou .
Valkíria se levanta e sai da sala....em seu coração o passado ruge de novo.
-O passado voltou ?A voz agora é de uma pessoa que trás ressentimento no fundo da alma.
-Sim Mayka.Voltou .Mas não quero mais pensar nisso.
Valkíria se levanta de um pulo....pede para prepararem minha Zingara.Vou passear.
-Sim senhora.Mas não vá longe,já está entardecendo.
-Não se preocupe.Vou só andar um pouco.
-Vai até a cachoeira?O medo era evidente na pergunta.Medo ,receio e algo mais....
Ciúmes?
-Sim,vou até lá mas volto cedo,não fique preocupada.Peça para Meire preparar um jantar ao gosto dos dois.Quero que se sintam bem aqui em minha casa.
-Senhora...
-Sim Mayka? O que quer saber?
-Me desculpe senhora....mas porque está fazendo isso? Nem sabe quem são os dois.E se a família aparecer aqui? São guerrilheiros....são perigosos.
-Não sei Mayka,não me parecem serem isso não.Já comentei com Jussara.Não levam jeito disso.São muito educados e espertos.
-Espertos? Como assim?Ela levanta a cabeça ,fica atenta à novidade ....algo lhe escapara?
-Sabem o que fazem ,deu para notar como se entendem bem ,só por meias palavras.
-Isso não quer dizer que não possam ser guerrilheiros,senhora.Ela volta a insinuar sobre os dois.
-Deixa passar um pouco o tempo e veremos o que fazer com eles.É cedo ainda.Dei total liberdade ao garoto.Deixe-o andar por aí.Mas fique observando tudo ...quero saber mais do que gostam e fazem.
-Sim senhora.Vou vigiar bem.
-Não ,Mayka,vigiar não....observar e sem muitas perguntas.Certo ? Me entendeu?
-Sim senhora .Vou ajudar Jussara com a comida para eles.
-Isso ...vá .
Logo em seguida ao pedido de Valkíria, entra na sala uma das empregadas da casa:
-Senhora , Zingara está à sua espera.
-Obrigada Yara,já vou .
Valkíria se levanta e sai da sala....em seu coração o passado ruge de novo.
Capítulo 15. Justificativas
[15/06/2011]
Nem bem Valkíria saíra do quarto ,Pablito corre até sua irmã:
-Eu não te disse Lupe? Eles não são bandidos nem guerrilheiros.Olha só como estão nos tratando.Pedi para não te trazer feijão,sei que não te faz bem.
-Você está bem ? Venha aqui e me conta o que viu.Obrigada por pensar em mim.
Pablito senta-se ao lado da irmã e lhe conta o que vira pela casa:
-Lupe,é tudo tão rico .Você nem imagina o tipo de mármore que tinha lá no banheiro.
-Mármore?Ela ri do comentário do irmão.
-Sim ,cada sala linda.Vi uma ,cheia de livros,parecia uma sala inglesa,tinha até uma escada para ir lá nas partes mais altas .Um mezanino todo em madeira,lindo mesmo.
-Eu não te disse Lupe? Eles não são bandidos nem guerrilheiros.Olha só como estão nos tratando.Pedi para não te trazer feijão,sei que não te faz bem.
-Você está bem ? Venha aqui e me conta o que viu.Obrigada por pensar em mim.
Pablito senta-se ao lado da irmã e lhe conta o que vira pela casa:
-Lupe,é tudo tão rico .Você nem imagina o tipo de mármore que tinha lá no banheiro.
-Mármore?Ela ri do comentário do irmão.
-Sim ,cada sala linda.Vi uma ,cheia de livros,parecia uma sala inglesa,tinha até uma escada para ir lá nas partes mais altas .Um mezanino todo em madeira,lindo mesmo.
-Pablito,me escuta....não podemos confiar neles assim tão rápido.Precisamos descobrir de quem é a casa.
-Ora ,isso eu já sei.Pertence a esta dona Valkíria.Ela é a dona.
-Ela? Como pode ser dona?Já viu em que lugar estamos?No meio do mato.O que ela faz aqui?
-Sei lá ,isso não sei.Só sei de uma coisa Lupe,o lugar é lindo.Ela deve ser muito rica.Viu que tem até avião.E agora disse que tem uma piscina.Ela tem tudo .
-Tudo? É casada ? Viu a família dela?
-Família? Não vi ...acho que a dona ....como é o nome dela mesmo? Ih! Esqueci.Sabe,aquela mulher alta,cabelos meio avermelhados e muito chata ?
-Sim ,sei quem é.O que tem ela?
-Acho que deve ser parente dela.
-Não sei .Não me pareceu que fosse.Ela trata esta Valkíria com muita cerimônia.
-Deixa para lá ,agora me conta .Dói muito?Ele mostra a perna dela.
-Sim ,bastante.
-Qual é a sensação de ser mordida por um cachorro?
-Horrível.Ele parecia louco. Quanto mais me mordia aquele homem gritava também como louco.Achei que ia morrer na hora.O dono é que o atiçou em mim.No começo o cachorro só latiu.Mas ai aquele doido o jogou em cima de mim.
-Sorte que a dona Valkíria chegou na hora .Ela o laçou e arrastou ele pelo pasto.
-Ela fez isso?Não deu para ver nada.A dor é de matar.Acho que vou ainda ter pesadelos com isso.
-Não vai me dizer que agora vai ter medo de cachorro.
-Que você acha? O dia que for mordido por um é que vai saber o quanto dói .
-E olha que nem era um Pit Bull,já imaginou se fosse?
-Deus me livre...agora estaria é com uma perna quebrada.
-É ,lembra-se do Dione?
-É mesmo? Agora imagino o que ele passou na boca daquele cão.Também o dono dele não soube treinar o cão.
-E o pior de tudo ,lembra da altura do muro ?O bicho pulou fácil ,fácil.E como nunca tinha visto uma criança na vida...atacou com tudo.
-Ainda bem que o seu Genaro estava armado.Foi um tiro só .Mas ele chegou a estraçalhar a perna do garoto.
-É coitado,agora amarga uma cadeira de rodas.Tudo por causa de um cão e de um irresponsável.
-Bom não foi o meu caso ,graças à Deus.Ainda bem que ela apareceu....e Pablo...alguém falou algo sobre o que nós fizemos....sabe ...as comidas ...os roubos?
-Sim a Jussara.Mas ela não falou muita coisa,só disse que a dona Valkíria não ligou .
-Não? Estranho.
-É,também estranhei.
-Quem mais você viu?
-A cozinheira é legal.Bem debochada.Quase que ,morreu de rir de minhas roupas.Mas levou uma chamada da Jussara que só vendo.
-Chamada? Como assim?
-A Jussara ficou brava com ela e disse algo assim:”Não é assim que recebemos as visitas aqui.”
-Assim ? Credo que gente estranha.
-Muito mesmo.Não entendo o que fazem aqui no meio do mato.Mas uma coisa eu notei lá fora, Lupe.
-O que viu?
-Lá na entrada,eu notei que parecia um lugar de mineradora.Mas parece tudo abandonado.
-Mineradora? Será que são garimpeiros? É....pode até ser...só assim justifica esta riqueza toda.
-Mas não vamos perguntar.O que quero é telefonar para o papai e para a mamãe.Só que não vi telefone em lugar algum.
-Telefone ? Ô Pablito...onde nós estamos? Você quer achar um telefone aqui?
-Mas...aposto que tem sim.Ninguém vive sem um.
-Bem isso é verdade.Eles precisam se comunicar com a cidade.Quem sabe por rádio?
-Rádio? Pode ser .Vamos perguntar .
Neste instante ouvem uma batida na porta e Jussara e Nilza entram com uma bandeja cada uma.
-Comida.Quem está com fome?
-Eu ! Grita logo Pablito.Morto de fome.
-Pablo! Pare com isso ! Onde está sua educação?
Jussara dá um sorriso.
-Não se preocupe senhorita.Ele é uma graça.
-“Senhorita? Céus! De onde ela surgiu? Parece que está em uma grande cidade...é muita formalidade para uma ....fazenda ...no meio do nada.”
Pablito começa a rir:
-Senhorita? Nossa ! Nunca ouvi isso na vida .Só aqueles velhos que iam nas festas que papai dava .Lembra Lupe?
-Festas? Jussara agora se interessou.Está muito curiosa sobre os dois.
-“Hum...tinha certeza que não são do mato ,muito menos guerrilheiros.”
-Sim ,papai sempre dava lindas festas ,quando nós morávamos em ....
- Pablo!
Guadalupe interrompeu o irmão com um pequeno grito. Pare sim?
-Desculpe Lupe.
-Não fiquem assim.Quando acharem que devem nos contar sobre vocês ,nos contem.Enquanto isso, vamos ficar amigos?Jussara entendera bem o grito de Guadalupe.
-Obrigada.Guadalupe estava ficando sem graça.Estava se sentindo encurralada.Sabia que deveria se apresentar direito mas o medo ainda estava em seu coração.
-Nada disso ,aqui vocês são convidados de dona Valkíria.
-Jussara? Posso te perguntar uma coisa? Fala Pablito já comendo .
-Sobre o que é? Pode sim.Jussara se senta na beirada da cama ,ajudando Guadalupe se sentar para comer.Coloca um guardanapo em seu colo e a bandeja em cima de uma mesinha de café.
-Bem,pode responder se quiser.É sobre sua patroa .
-Dona Valkíria? Pode perguntar .O que quer saber dela?
-Bem...ela não tem família?
-Sim ,claro que tem.Seu pai está na Rússia. Ele é o dono de tudo aqui.Um antigo militar francês.Ficou rico com mineração.Por isso esta casa aqui . Mas o bisavô de dona Valkíria voltou para a Rússia .Agora que já não é mais União Soviética.
-Mas porque? O menino ficou mais curioso.
-Bem,nossas famílias moravam lá.Todos serviam ao Czar.Na época da revolução, eles fugiram.Meus avós vieram com o senhor Theodoro para o Brasil.Trabalhavam para ele.Agora o velho patriarca voltou para reaver suas terras e parece que conseguiu.Seu filho ,o avô de dona Valkíria que mora na França ,voltou com o filho,o pai de dona Valkíria, para a Rússia .O velho patriarca faleceu.Eles precisam cuidar do que possuem lá.É muita coisa para ser deixada sem ninguém para tomar conta.
-E porque dona Valkíria ficou aqui?
-Bem....ela não morava aqui.Só veio ficar por uns tempos, para ...... bem....para tomar conta da casa para o pai...mas...Bem, outra hora eu conto o resto.
Jussara achou que já falara demais.Não queria entrar em detalhes sobre a vida da sua patroa.
Sai rapidamente do quarto ,deixando os dois irmãos com um monte de perguntas na cabeça.
-Ora ,isso eu já sei.Pertence a esta dona Valkíria.Ela é a dona.
-Ela? Como pode ser dona?Já viu em que lugar estamos?No meio do mato.O que ela faz aqui?
-Sei lá ,isso não sei.Só sei de uma coisa Lupe,o lugar é lindo.Ela deve ser muito rica.Viu que tem até avião.E agora disse que tem uma piscina.Ela tem tudo .
-Tudo? É casada ? Viu a família dela?
-Família? Não vi ...acho que a dona ....como é o nome dela mesmo? Ih! Esqueci.Sabe,aquela mulher alta,cabelos meio avermelhados e muito chata ?
-Sim ,sei quem é.O que tem ela?
-Acho que deve ser parente dela.
-Não sei .Não me pareceu que fosse.Ela trata esta Valkíria com muita cerimônia.
-Deixa para lá ,agora me conta .Dói muito?Ele mostra a perna dela.
-Sim ,bastante.
-Qual é a sensação de ser mordida por um cachorro?
-Horrível.Ele parecia louco. Quanto mais me mordia aquele homem gritava também como louco.Achei que ia morrer na hora.O dono é que o atiçou em mim.No começo o cachorro só latiu.Mas ai aquele doido o jogou em cima de mim.
-Sorte que a dona Valkíria chegou na hora .Ela o laçou e arrastou ele pelo pasto.
-Ela fez isso?Não deu para ver nada.A dor é de matar.Acho que vou ainda ter pesadelos com isso.
-Não vai me dizer que agora vai ter medo de cachorro.
-Que você acha? O dia que for mordido por um é que vai saber o quanto dói .
-E olha que nem era um Pit Bull,já imaginou se fosse?
-Deus me livre...agora estaria é com uma perna quebrada.
-É ,lembra-se do Dione?
-É mesmo? Agora imagino o que ele passou na boca daquele cão.Também o dono dele não soube treinar o cão.
-E o pior de tudo ,lembra da altura do muro ?O bicho pulou fácil ,fácil.E como nunca tinha visto uma criança na vida...atacou com tudo.
-Ainda bem que o seu Genaro estava armado.Foi um tiro só .Mas ele chegou a estraçalhar a perna do garoto.
-É coitado,agora amarga uma cadeira de rodas.Tudo por causa de um cão e de um irresponsável.
-Bom não foi o meu caso ,graças à Deus.Ainda bem que ela apareceu....e Pablo...alguém falou algo sobre o que nós fizemos....sabe ...as comidas ...os roubos?
-Sim a Jussara.Mas ela não falou muita coisa,só disse que a dona Valkíria não ligou .
-Não? Estranho.
-É,também estranhei.
-Quem mais você viu?
-A cozinheira é legal.Bem debochada.Quase que ,morreu de rir de minhas roupas.Mas levou uma chamada da Jussara que só vendo.
-Chamada? Como assim?
-A Jussara ficou brava com ela e disse algo assim:”Não é assim que recebemos as visitas aqui.”
-Assim ? Credo que gente estranha.
-Muito mesmo.Não entendo o que fazem aqui no meio do mato.Mas uma coisa eu notei lá fora, Lupe.
-O que viu?
-Lá na entrada,eu notei que parecia um lugar de mineradora.Mas parece tudo abandonado.
-Mineradora? Será que são garimpeiros? É....pode até ser...só assim justifica esta riqueza toda.
-Mas não vamos perguntar.O que quero é telefonar para o papai e para a mamãe.Só que não vi telefone em lugar algum.
-Telefone ? Ô Pablito...onde nós estamos? Você quer achar um telefone aqui?
-Mas...aposto que tem sim.Ninguém vive sem um.
-Bem isso é verdade.Eles precisam se comunicar com a cidade.Quem sabe por rádio?
-Rádio? Pode ser .Vamos perguntar .
Neste instante ouvem uma batida na porta e Jussara e Nilza entram com uma bandeja cada uma.
-Comida.Quem está com fome?
-Eu ! Grita logo Pablito.Morto de fome.
-Pablo! Pare com isso ! Onde está sua educação?
Jussara dá um sorriso.
-Não se preocupe senhorita.Ele é uma graça.
-“Senhorita? Céus! De onde ela surgiu? Parece que está em uma grande cidade...é muita formalidade para uma ....fazenda ...no meio do nada.”
Pablito começa a rir:
-Senhorita? Nossa ! Nunca ouvi isso na vida .Só aqueles velhos que iam nas festas que papai dava .Lembra Lupe?
-Festas? Jussara agora se interessou.Está muito curiosa sobre os dois.
-“Hum...tinha certeza que não são do mato ,muito menos guerrilheiros.”
-Sim ,papai sempre dava lindas festas ,quando nós morávamos em ....
- Pablo!
Guadalupe interrompeu o irmão com um pequeno grito. Pare sim?
-Desculpe Lupe.
-Não fiquem assim.Quando acharem que devem nos contar sobre vocês ,nos contem.Enquanto isso, vamos ficar amigos?Jussara entendera bem o grito de Guadalupe.
-Obrigada.Guadalupe estava ficando sem graça.Estava se sentindo encurralada.Sabia que deveria se apresentar direito mas o medo ainda estava em seu coração.
-Nada disso ,aqui vocês são convidados de dona Valkíria.
-Jussara? Posso te perguntar uma coisa? Fala Pablito já comendo .
-Sobre o que é? Pode sim.Jussara se senta na beirada da cama ,ajudando Guadalupe se sentar para comer.Coloca um guardanapo em seu colo e a bandeja em cima de uma mesinha de café.
-Bem,pode responder se quiser.É sobre sua patroa .
-Dona Valkíria? Pode perguntar .O que quer saber dela?
-Bem...ela não tem família?
-Sim ,claro que tem.Seu pai está na Rússia. Ele é o dono de tudo aqui.Um antigo militar francês.Ficou rico com mineração.Por isso esta casa aqui . Mas o bisavô de dona Valkíria voltou para a Rússia .Agora que já não é mais União Soviética.
-Mas porque? O menino ficou mais curioso.
-Bem,nossas famílias moravam lá.Todos serviam ao Czar.Na época da revolução, eles fugiram.Meus avós vieram com o senhor Theodoro para o Brasil.Trabalhavam para ele.Agora o velho patriarca voltou para reaver suas terras e parece que conseguiu.Seu filho ,o avô de dona Valkíria que mora na França ,voltou com o filho,o pai de dona Valkíria, para a Rússia .O velho patriarca faleceu.Eles precisam cuidar do que possuem lá.É muita coisa para ser deixada sem ninguém para tomar conta.
-E porque dona Valkíria ficou aqui?
-Bem....ela não morava aqui.Só veio ficar por uns tempos, para ...... bem....para tomar conta da casa para o pai...mas...Bem, outra hora eu conto o resto.
Jussara achou que já falara demais.Não queria entrar em detalhes sobre a vida da sua patroa.
Sai rapidamente do quarto ,deixando os dois irmãos com um monte de perguntas na cabeça.
Capítulo 16. A cachoeira
[16/06/2011]
-Viu só Pablo? Só disse alguma coisa, por cima.Na hora que ia falar dela ,mudou de assunto.
-Mas você escutou o que ela disse? São russos.Por isso são tão estranhos.
-Russos? E o que fazem aqui no meio da floresta amazônica?
-Ora Lupe.Nunca ouviu falar que os estrangeiros estão de olho na Amazônia? Os russos também .Vai ver que descobriram....urânio.É isso .Eles precisam de urânio para fazer a bomba atômica.E acharam aqui....por isso a mineração.
-Será? Será que estamos perto de alguma cidade?
-Não sei ,mas vou perguntar .Descanse agora ,vou dar umas voltas por aí e ver tudo o que puder.E ver se acho um rádio ou telefone.
-Cuidado Pablito.Preste atenção e veja se não estão te seguindo ou vigiando.E não faça nada errado.
-Errado? Não sou disso e se fizer não vão nunca descobrir. Pablito dá uma risadinha ,depois um beijo na irmã.Você fique quietinha aqui ,nada de se levantar .
-Não demore .Ou vou ter de te procurar .
Guadalupe ainda sentia muitas dores e logo se refugia em um sono reparador.Mas antes de dormir ficou pensando na mulher que dizia ser a dona da casa.Estava impressionada com sua beleza.
-Muito linda mesmo.Quantos anos terá? Não é mais uma jovenzinha. Mas que lindos olhos ela tem de uma cor intensa.Verdes ,muito verdes raiados de cinza.Nunca tinha visto olhos tão lindos.Mas são tristes.Notei que falta um brilho neles.Mesmo ao sorrir percebi que foi um sorriso forçado.Parece que não sabe sorrir.
Guadalupe adormece com um sorriso nos lábios.Tem lindos sonhos,com as amigas ,cantam juntas em vários passeios.Estão excursionando por uma cidade do interior .Todas estão contentes com as belezas do lugar.Quando param ela tira a máquina fotográfica para fotografa –las. Sente um toque nos ombros,se vira achando que é Letícia ,uma de suas amigas.Mas não é. É uma mulher alta de cabelos vermelhos,vestida de viking,que a pega em seus braços forte e a carrega para seu barco.Escuta as amigas chamando por ela.Mas não consegue responder pois é beijada à força pela sua raptora.O beijo é gostoso ela se entrega às caricias.É jogada no chão e a mulher arranca suas roupas e a beija inteirinha.É possuída por ela e a declara sua escrava.Grita ...eu não quero. A mulher a pega nos braços e ela começa a se debater.Quer fugir.Acorda assustada e suando muito.Fica parada tentando entender o sonho.
-Foi muito real....ela ...ela era mulher .Ela me teve .Se vira para o canto com raiva...foi só um sonho.
-Mas você escutou o que ela disse? São russos.Por isso são tão estranhos.
-Russos? E o que fazem aqui no meio da floresta amazônica?
-Ora Lupe.Nunca ouviu falar que os estrangeiros estão de olho na Amazônia? Os russos também .Vai ver que descobriram....urânio.É isso .Eles precisam de urânio para fazer a bomba atômica.E acharam aqui....por isso a mineração.
-Será? Será que estamos perto de alguma cidade?
-Não sei ,mas vou perguntar .Descanse agora ,vou dar umas voltas por aí e ver tudo o que puder.E ver se acho um rádio ou telefone.
-Cuidado Pablito.Preste atenção e veja se não estão te seguindo ou vigiando.E não faça nada errado.
-Errado? Não sou disso e se fizer não vão nunca descobrir. Pablito dá uma risadinha ,depois um beijo na irmã.Você fique quietinha aqui ,nada de se levantar .
-Não demore .Ou vou ter de te procurar .
Guadalupe ainda sentia muitas dores e logo se refugia em um sono reparador.Mas antes de dormir ficou pensando na mulher que dizia ser a dona da casa.Estava impressionada com sua beleza.
-Muito linda mesmo.Quantos anos terá? Não é mais uma jovenzinha. Mas que lindos olhos ela tem de uma cor intensa.Verdes ,muito verdes raiados de cinza.Nunca tinha visto olhos tão lindos.Mas são tristes.Notei que falta um brilho neles.Mesmo ao sorrir percebi que foi um sorriso forçado.Parece que não sabe sorrir.
Guadalupe adormece com um sorriso nos lábios.Tem lindos sonhos,com as amigas ,cantam juntas em vários passeios.Estão excursionando por uma cidade do interior .Todas estão contentes com as belezas do lugar.Quando param ela tira a máquina fotográfica para fotografa –las. Sente um toque nos ombros,se vira achando que é Letícia ,uma de suas amigas.Mas não é. É uma mulher alta de cabelos vermelhos,vestida de viking,que a pega em seus braços forte e a carrega para seu barco.Escuta as amigas chamando por ela.Mas não consegue responder pois é beijada à força pela sua raptora.O beijo é gostoso ela se entrega às caricias.É jogada no chão e a mulher arranca suas roupas e a beija inteirinha.É possuída por ela e a declara sua escrava.Grita ...eu não quero. A mulher a pega nos braços e ela começa a se debater.Quer fugir.Acorda assustada e suando muito.Fica parada tentando entender o sonho.
-Foi muito real....ela ...ela era mulher .Ela me teve .Se vira para o canto com raiva...foi só um sonho.
Valkíria sai de sua casa ,montada em Zingara.Uma égua tordilho.Obediente ,mas um pouco rebelde .Uma animal de veneta ,como dizem os peões.Tem dia que está obediente mas ....conforme a lua ela resolve ser a dona .Hoje está de boa índole.Segue os comandos de sua dona.
Com carinho Valkíria a leva direto para a mata:
-Vamos fofurinha,somos muito felizes não é amiga?
As duas pegam uma trilha, de terra batida forrada com cascalho , entre as árvores da floresta.Nota-se que não são árvores nascidas ali e sim plantadas.São de diversas espécies,de diversas cores .
A hora já está avançada,a tarde já está se despedindo, a noite se aproxima e o sol começa a enfraquecer.O calor, agora é mais ameno quando toca em sua fase,assim como a leve brisa que envolve seus cabelos.Seus olhos atentos ,vão passando por entre os galhos caídos no chão da estreita trilha.
Faz Zingara parar de repente.Fica uns segundos observando um carreiro de formigas cortadeiras.São centenas que ao longo da trilha carregam pedaços de folhas .Dá um sorriso:
-Vão ter o que comer um bom tempo.
Toca o animal ,que recomeça agora em um trotar mais ligeiro.
Da janela da sala ,Mayka a observa indo em direção à mata.Fica apreensiva .O medo instalara dentro de seu coração.
Seu marido ao entrar na sala e vendo-a à janela vai também e fica olhando para fora.
-Mayka?Está preocupada querida? O que foi?
-Ah! Você me conhece bem Enzo.Sim estou preocupada e um pouco triste .Olha lá.Ela indica Valkíria que agora já está sumindo no meio das árvores.
Ele olha e vendo-a:
-O que ela foi fazer lá? Será que vai começar tudo de novo?
-Me parece que vai lá de novo.Faz tempo que ela não a procura.
-Mas qual o motivo que a está levando lá?
-Esta moça,que ela trouxe para cá.
-O que tem ela?
-Você olhou bem para ela? Não se parece com alguém? Ela notou isso e por isso vai lá de novo.Enzo ,eu estou com medo.
-Mas pode estar indo lá por outro motivo.Vai ver ,foi procurar algum remédio.
-Será? Espero que seja isso...não quero me lembrar mais do passado.
Juçara entra na sala e vendo-os à janela vai também e fica ao lado deles:
-Para onde dona Valkíria foi?Ela nunca é de sair à estas horas.
Mayka indica a direção tomada por Valkíria:
-Mas ... não está me dizendo que ela foi ver a bruxa.Eu não acredito.A voz de Jussara saíra carregada de espanto.
-Pare com isso Jussara,ela não é uma bruxa.O tom autoritário de Mayka não assusta Jussara que já está acostumada com suas maneiras .
-Desculpe dona Mayka,mas que parece, isso parece.Aqueles cabelos e aquela roupa....brrr me dá medo.Sinto um arrepio.
-Pode parecer Jussara,mas não é.Não fale assim dela ou Valkíria pode ficar enfezada com você e isso não é bom.
-E eu sou maluca? Já estou com ela há quinze anos e sei bem como ela é quando fica brava.Se bem que gostaria de vê-la de novo brava.Anda muito apática.
-É,ela não ficou brava com mais nada.Preferia que voltasse ao que era antes também.
-Ela já disse que passou tudo .Mas a mágoa ainda está em seu peito.A tempestade passou....mas a dor ainda está ali.A alma dela está vazia.
-Valkíria já deu tempo demais para voltar a ser a mesma.Mas fatos do passado ainda estão presentes.
-O que a senhora acha que ela foi procurar?
-Ela .... só vai lá quando está com problemas...
-Problemas?Ela está com problemas?
Neste instante Nilza chama por Jussara:
-Jussara,venha.
-O que foi Nilza?
Ela sai com a outra empregada:
-É o garoto.Está andando por toda casa.
-Onde ele está agora?
-Lá na biblioteca.Eu passei por lá e o vi olhando as pinturas que estão na parede.
-Vou lá.Fique atenta,Dona Valkíria saiu e foi lá na cachoeira.
-Ela foi lá? À estas horas?Será que foi ...
-O que você acha?
Nilza coloca a mão sobre a boca :
-Deus! Espero que não recomece tudo de novo.
-Calma.Isso não vai acontecer.Mas fique de olho nela.E em dona Mayka....
Com carinho Valkíria a leva direto para a mata:
-Vamos fofurinha,somos muito felizes não é amiga?
As duas pegam uma trilha, de terra batida forrada com cascalho , entre as árvores da floresta.Nota-se que não são árvores nascidas ali e sim plantadas.São de diversas espécies,de diversas cores .
A hora já está avançada,a tarde já está se despedindo, a noite se aproxima e o sol começa a enfraquecer.O calor, agora é mais ameno quando toca em sua fase,assim como a leve brisa que envolve seus cabelos.Seus olhos atentos ,vão passando por entre os galhos caídos no chão da estreita trilha.
Faz Zingara parar de repente.Fica uns segundos observando um carreiro de formigas cortadeiras.São centenas que ao longo da trilha carregam pedaços de folhas .Dá um sorriso:
-Vão ter o que comer um bom tempo.
Toca o animal ,que recomeça agora em um trotar mais ligeiro.
Da janela da sala ,Mayka a observa indo em direção à mata.Fica apreensiva .O medo instalara dentro de seu coração.
Seu marido ao entrar na sala e vendo-a à janela vai também e fica olhando para fora.
-Mayka?Está preocupada querida? O que foi?
-Ah! Você me conhece bem Enzo.Sim estou preocupada e um pouco triste .Olha lá.Ela indica Valkíria que agora já está sumindo no meio das árvores.
Ele olha e vendo-a:
-O que ela foi fazer lá? Será que vai começar tudo de novo?
-Me parece que vai lá de novo.Faz tempo que ela não a procura.
-Mas qual o motivo que a está levando lá?
-Esta moça,que ela trouxe para cá.
-O que tem ela?
-Você olhou bem para ela? Não se parece com alguém? Ela notou isso e por isso vai lá de novo.Enzo ,eu estou com medo.
-Mas pode estar indo lá por outro motivo.Vai ver ,foi procurar algum remédio.
-Será? Espero que seja isso...não quero me lembrar mais do passado.
Juçara entra na sala e vendo-os à janela vai também e fica ao lado deles:
-Para onde dona Valkíria foi?Ela nunca é de sair à estas horas.
Mayka indica a direção tomada por Valkíria:
-Mas ... não está me dizendo que ela foi ver a bruxa.Eu não acredito.A voz de Jussara saíra carregada de espanto.
-Pare com isso Jussara,ela não é uma bruxa.O tom autoritário de Mayka não assusta Jussara que já está acostumada com suas maneiras .
-Desculpe dona Mayka,mas que parece, isso parece.Aqueles cabelos e aquela roupa....brrr me dá medo.Sinto um arrepio.
-Pode parecer Jussara,mas não é.Não fale assim dela ou Valkíria pode ficar enfezada com você e isso não é bom.
-E eu sou maluca? Já estou com ela há quinze anos e sei bem como ela é quando fica brava.Se bem que gostaria de vê-la de novo brava.Anda muito apática.
-É,ela não ficou brava com mais nada.Preferia que voltasse ao que era antes também.
-Ela já disse que passou tudo .Mas a mágoa ainda está em seu peito.A tempestade passou....mas a dor ainda está ali.A alma dela está vazia.
-Valkíria já deu tempo demais para voltar a ser a mesma.Mas fatos do passado ainda estão presentes.
-O que a senhora acha que ela foi procurar?
-Ela .... só vai lá quando está com problemas...
-Problemas?Ela está com problemas?
Neste instante Nilza chama por Jussara:
-Jussara,venha.
-O que foi Nilza?
Ela sai com a outra empregada:
-É o garoto.Está andando por toda casa.
-Onde ele está agora?
-Lá na biblioteca.Eu passei por lá e o vi olhando as pinturas que estão na parede.
-Vou lá.Fique atenta,Dona Valkíria saiu e foi lá na cachoeira.
-Ela foi lá? À estas horas?Será que foi ...
-O que você acha?
Nilza coloca a mão sobre a boca :
-Deus! Espero que não recomece tudo de novo.
-Calma.Isso não vai acontecer.Mas fique de olho nela.E em dona Mayka....
Valkíria anda mais uns metros e escuta o som, único, no silêncio da mata.Uma cachoeira.
Dá um suspiro e olhando para a frente, dá um meio sorriso:
-Chegamos ! Vamos Zingara...
Dá um suspiro e olhando para a frente, dá um meio sorriso:
-Chegamos ! Vamos Zingara...
Capítulo 17 A bruxa
[17/06/2011]
Zingara com um trotar mais cadenciado , chega perto da água e ali ,já afoita, começa a beber.É uma água cristalina ,límpida.Vem de uma pequena cachoeira,que desce entre pedras escuras.
São dois rochedos com formas acidentadas e alongadas.A água desce como que em linhas suaves indo formar um poço escuro e profundo,que está em constante turbilhão formando ondas circulares , com seus desenhos distorcidos e assombreados.
Alguns galhos das árvores em forma de ípslon ,a rodeiam. Recebem as caricias suaves das gotas ,que vão formando lágrimas em suas folhas.São árvores majestosas e centenárias.Trazem em suas seivas os segredos da sabedoria de seu criador.Purificam a água dando-lhe sua energia .
Valkíria deixa-a se esbaldar,até saciar a sede. Depois a leva lentamente pela alameda que margeia o pequeno córrego, que forma a cachoeira.Vai puxando –a pelo cabresto ,muito lentamente,passo a passo.O córrego desce por um caminho tortuoso,tendo em suas margens pequenas flores e ervas.É uma espécie de canteiro ,muito bem cuidado.O som de suas águas ,batendo nos seixos é como música,que ressoa no silêncio da mata.É calma,é paz.
Atenta à tudo ela vai aos poucos escutando o farfalhar das plantas ao seu redor.Fica mais atenta....sabe da existência de animais neste lugar....pois é um paraíso para animais...um santuário.Localiza a origem do barulho,um animal grande...uma anta,passa por ela capengando ,pois tem uma tala em uma de suas pernas.Logo some no meio da mata.
Continua seu caminho e para ao avistar uma corda amarrada em uma árvore.Olhando para a copa da imensa árvore ,ela escuta o barulho de algo sendo cortado .E logo um pequeno galho cai ao seu lado,vindo fazer companhia para outros que ali já se encontravam.Não enxerga ninguém no alto mas sabe que ali está ,quem veio procurar:
-Olá! Olá! Você está ai?Com as mãos ao redor da boca em forma de concha ,ela grita para o alto.
Ouve como resposta um pequeno grito e uma imprecação em russo,um sonoro palavrão:
- Ai !...... ruii ! Você tem de gritar e me assustar assim?
-O que houve?
-Me cortei.Já desço.Um minutinho só.
Uns minutos , em que foram ainda ouvidos ,o mesmo barulho de corte de antes , mais pequenos galhos caiam do alto.
Quando termina, a corda se retesa e por ela desce uma estranha criatura.Vestida com uma túnica tipo indiana , descalça.A túnica na cor cinza meio esverdeada é amarrada na cintura por um trançado de pequenas cordas coloridas e ali uma pequena foice vem dependurada.
Uma mulher .
Cabelos soltos ,longos .Mesclados de branco com louro.Cabelos que logo cedo foram presos em um rabo ,mas na subida, entre os galhos ficaram todo alvoroçado e mais pareciam uma juba de leão.Desgrenhada e muito vermelha,magra e muito ágil está com um lenço vedando o pequeno ferimento em um dos dedos.
Ela acabando de descer e já vem ajeitando os cabelos e a túnica.Procura as sandálias em um canto e as calça.Neste instante um pequeno macaco que estava lá em cima junto à ela ,pula em seu ombro.Fica com os olhos fixos na mulher que os interrompera .
-O que veio fazer aqui? Diz a estranha criatura, pegando os pequenos galhos que cortara em tão alta árvore.E logo em seguida põe-se a andar em direção ao interior da mata.
-O que fazia lá em cima? Valkíria a segue .
-Descobri um uso para os galhos mais novos da árvore.Dá um bom expectorante.
-E como está de saúde?
-Eu? A mulher dá uma risadinha,estou bem melhor que muitos.
-É,dá para se notar.Não sei como consegue subir nestas árvores .
-É só prática ,faço isso sempre,assim me mantenho com saúde.O que veio procurar desta vez? Já faz tempo que não nos vemos.
-Dois anos para ser exata.
-Tudo isso? Já?
-Sim,já .
-E você? Como está ?
-Bem.Levando.
-Hum....a resposta não me convenceu...
-Não se preocupe mais com isso.Para mim agora é passado.
-Passado? O que você considera passado?
-Cinco anos é passado.
-Cinco? Já está aqui há cinco anos? Quando vai embora?
-Não sei....nem sei se vou ...
-E ele? Não diz quando vem?
-Não.Estou com problemas de comunicação e não tenho falado com ele há um bom tempo.
A conversa ia sendo feita no caminhar.
O tempo parecia não passar naquele lugar.Longe, longe, se via umas espécies de jaulas ,feitas de troncos.Tudo muito simulado entre a vegetação.Era uma vegetação muito estranha,uma mistura de árvores,mato ,capim,flores....enfim muito diferente da floresta.
-Aqui está ficando bonito.Onde arranjou estas plantas? Nunca as tinha visto por aqui.
-Eu as encontrei subindo a floresta na Colômbia.Perto de uma serra.Não as conheço e não são ainda catalogadas .Trouxe uma mudas e se adaptaram bem e olha como já estão grandes.
-Sim,você tem um dedo verde.
-Eu ? A risada foi de quem estava se divertindo,sou conhecida como uma bruxa.
-Sim,o pessoal diz isso.
-Melhor...assim ficam com medo e não vêem me amolar.Trabalho em paz.
-Tem comido direito?
-Sim ,Guto me trás um bom almoço,do jeito que eu gosto. .
-Fico feliz ,se quiser algo diferente é só pedir para ele.Eu providencio.
-Obrigada.Mas o que quer desta vez?
São dois rochedos com formas acidentadas e alongadas.A água desce como que em linhas suaves indo formar um poço escuro e profundo,que está em constante turbilhão formando ondas circulares , com seus desenhos distorcidos e assombreados.
Alguns galhos das árvores em forma de ípslon ,a rodeiam. Recebem as caricias suaves das gotas ,que vão formando lágrimas em suas folhas.São árvores majestosas e centenárias.Trazem em suas seivas os segredos da sabedoria de seu criador.Purificam a água dando-lhe sua energia .
Valkíria deixa-a se esbaldar,até saciar a sede. Depois a leva lentamente pela alameda que margeia o pequeno córrego, que forma a cachoeira.Vai puxando –a pelo cabresto ,muito lentamente,passo a passo.O córrego desce por um caminho tortuoso,tendo em suas margens pequenas flores e ervas.É uma espécie de canteiro ,muito bem cuidado.O som de suas águas ,batendo nos seixos é como música,que ressoa no silêncio da mata.É calma,é paz.
Atenta à tudo ela vai aos poucos escutando o farfalhar das plantas ao seu redor.Fica mais atenta....sabe da existência de animais neste lugar....pois é um paraíso para animais...um santuário.Localiza a origem do barulho,um animal grande...uma anta,passa por ela capengando ,pois tem uma tala em uma de suas pernas.Logo some no meio da mata.
Continua seu caminho e para ao avistar uma corda amarrada em uma árvore.Olhando para a copa da imensa árvore ,ela escuta o barulho de algo sendo cortado .E logo um pequeno galho cai ao seu lado,vindo fazer companhia para outros que ali já se encontravam.Não enxerga ninguém no alto mas sabe que ali está ,quem veio procurar:
-Olá! Olá! Você está ai?Com as mãos ao redor da boca em forma de concha ,ela grita para o alto.
Ouve como resposta um pequeno grito e uma imprecação em russo,um sonoro palavrão:
- Ai !...... ruii ! Você tem de gritar e me assustar assim?
-O que houve?
-Me cortei.Já desço.Um minutinho só.
Uns minutos , em que foram ainda ouvidos ,o mesmo barulho de corte de antes , mais pequenos galhos caiam do alto.
Quando termina, a corda se retesa e por ela desce uma estranha criatura.Vestida com uma túnica tipo indiana , descalça.A túnica na cor cinza meio esverdeada é amarrada na cintura por um trançado de pequenas cordas coloridas e ali uma pequena foice vem dependurada.
Uma mulher .
Cabelos soltos ,longos .Mesclados de branco com louro.Cabelos que logo cedo foram presos em um rabo ,mas na subida, entre os galhos ficaram todo alvoroçado e mais pareciam uma juba de leão.Desgrenhada e muito vermelha,magra e muito ágil está com um lenço vedando o pequeno ferimento em um dos dedos.
Ela acabando de descer e já vem ajeitando os cabelos e a túnica.Procura as sandálias em um canto e as calça.Neste instante um pequeno macaco que estava lá em cima junto à ela ,pula em seu ombro.Fica com os olhos fixos na mulher que os interrompera .
-O que veio fazer aqui? Diz a estranha criatura, pegando os pequenos galhos que cortara em tão alta árvore.E logo em seguida põe-se a andar em direção ao interior da mata.
-O que fazia lá em cima? Valkíria a segue .
-Descobri um uso para os galhos mais novos da árvore.Dá um bom expectorante.
-E como está de saúde?
-Eu? A mulher dá uma risadinha,estou bem melhor que muitos.
-É,dá para se notar.Não sei como consegue subir nestas árvores .
-É só prática ,faço isso sempre,assim me mantenho com saúde.O que veio procurar desta vez? Já faz tempo que não nos vemos.
-Dois anos para ser exata.
-Tudo isso? Já?
-Sim,já .
-E você? Como está ?
-Bem.Levando.
-Hum....a resposta não me convenceu...
-Não se preocupe mais com isso.Para mim agora é passado.
-Passado? O que você considera passado?
-Cinco anos é passado.
-Cinco? Já está aqui há cinco anos? Quando vai embora?
-Não sei....nem sei se vou ...
-E ele? Não diz quando vem?
-Não.Estou com problemas de comunicação e não tenho falado com ele há um bom tempo.
A conversa ia sendo feita no caminhar.
O tempo parecia não passar naquele lugar.Longe, longe, se via umas espécies de jaulas ,feitas de troncos.Tudo muito simulado entre a vegetação.Era uma vegetação muito estranha,uma mistura de árvores,mato ,capim,flores....enfim muito diferente da floresta.
-Aqui está ficando bonito.Onde arranjou estas plantas? Nunca as tinha visto por aqui.
-Eu as encontrei subindo a floresta na Colômbia.Perto de uma serra.Não as conheço e não são ainda catalogadas .Trouxe uma mudas e se adaptaram bem e olha como já estão grandes.
-Sim,você tem um dedo verde.
-Eu ? A risada foi de quem estava se divertindo,sou conhecida como uma bruxa.
-Sim,o pessoal diz isso.
-Melhor...assim ficam com medo e não vêem me amolar.Trabalho em paz.
-Tem comido direito?
-Sim ,Guto me trás um bom almoço,do jeito que eu gosto. .
-Fico feliz ,se quiser algo diferente é só pedir para ele.Eu providencio.
-Obrigada.Mas o que quer desta vez?
A mulher chega em uma casa feita de troncos.Grande ,com alguns galpões ao seu redor .Na entrada um gerador à diesel.
Lugar agradável,uma arara azul está empoleirada na entrada.O chão bem calçado com pedras e uns bancos de madeira debaixo de caramanchões .Uma profusão de orquídeas de várias espécies dependuradas em troncos de árvores .Seu colorido e mistura de matizes davam ao lugar a sensação de um horto.
-Vim ver se você tem algo para colocar em uma ferida feita por mordida de cachorro.
-A ferida está feia?
-Sim ,é bastante profunda.
-Sim tenho .Vou providenciar.
Colocando os galhos colhidos em uma espécie de tacho que estava em cima de um fogão, ela se vira olhando para Valkíria,os olhos têm a mesma cor dos dela.Verdes acinzentados.
-Quem é ela?
-Como? Ela quem?
-Esta mulher que está em sua casa.Quem é?
-Como sabe que tem uma mulher em minha casa?
-Ora....eu sei...sou ou não uma bruxa? A risada agora saiu sarcástica e irônica .A pele curtida pelo sol ,já mostrava a passagem dos anos ,naquele corpo atlético ,rígido como as próprias árvores ao seu redor.
Lugar agradável,uma arara azul está empoleirada na entrada.O chão bem calçado com pedras e uns bancos de madeira debaixo de caramanchões .Uma profusão de orquídeas de várias espécies dependuradas em troncos de árvores .Seu colorido e mistura de matizes davam ao lugar a sensação de um horto.
-Vim ver se você tem algo para colocar em uma ferida feita por mordida de cachorro.
-A ferida está feia?
-Sim ,é bastante profunda.
-Sim tenho .Vou providenciar.
Colocando os galhos colhidos em uma espécie de tacho que estava em cima de um fogão, ela se vira olhando para Valkíria,os olhos têm a mesma cor dos dela.Verdes acinzentados.
-Quem é ela?
-Como? Ela quem?
-Esta mulher que está em sua casa.Quem é?
-Como sabe que tem uma mulher em minha casa?
-Ora....eu sei...sou ou não uma bruxa? A risada agora saiu sarcástica e irônica .A pele curtida pelo sol ,já mostrava a passagem dos anos ,naquele corpo atlético ,rígido como as próprias árvores ao seu redor.
Capítulo 18. Yulia
[18/06/2011]
-Tia? Você não é uma bruxa,para com isso.
-Ah! Não ligo filha.Já me acostumei.O que quero é continuar com minhas pesquisas.
-Eu sei tia.
-Mas quem é ela?
-Tia!
-Não preciso ser bruxa querida.Está estampado em sua face.
-O que vê em mim?
-Um lampejo de esperança que vem lá do fundo da alma.Sabe..... de dentro ...ela bate a mão no peito.Você não está mais com aquela sombra em seu olhar.Eles estão voltando a brilhar.Quem é? Quem está fazendo isso?
-Ninguém ,tia. Eu só vim procurar um remédio.
-Isso já sei....não vai me contar?
-Contar o que?
-Ora....Valkíria...quando você me procurou eu te ajudei. Eu curei e te apoiei .Curei tua alma desesperada...e o físico também.Você foi aos poucos se reequilibrando.Olha como está hoje...nem se parece com aquela mulher que aqui veio me procurar....já fazem cinco anos? Nossa....o tempo passa rápido.
-Sim tia,cinco anos. Obrigada por ter me ajudado. Achei que iria morrer.
-E era o que você queria na época.Estava completamente desequilibrada.Eu só te ajudei a achar de novo o seu eu ,abri seus canais .
-Sim,agora tenho uma serenidade mental e espero a felicidade eterna.
-Nossa! Anda lendo muito ou continua a ...
-Leio um pouco ,mas prefiro continuar a compor.
-Tem novidades?Gostaria de ver você em atividade de novo.
-Nunca mais tia.Ela abaixa a cabeça
-Certo ,agora me conta .Quem é que está mexendo com o seu coração ?Yulia pega em seu queixo levantando sua cabeça com carinho,me diz,quem é ela?
-Já disse tia,ninguém.
-É este o nome dela?Yulia dá um sorriso,mostrando seus dentes perfeitos.
-Certo.Tem alguém lá em casa sim.É uma criança .Nada mais.
-Criança? Nossa ! Pensei que fosse uma mulher.Quantos anos tem essa menina? Onze?
-Não sei ,mas deve estar em torno de uns vinte.
-Vinte? Você me disse que era uma criança.
-Para mim é.É uma criança.
-Eu, Yulia me recuso a conversar com você se você continuar com isso.Desde quando uma mulher de vinte anos é uma criança?
-Pois bem tia Yulia.Ela não é uma criança.É uma moça e está ferida.Um cachorro a mordeu lá na fazenda e eu estou cuidando dela.Pode me dar o remédio ,para colocar em seu ferimento?
-Sim...e como ela é? Bonita?
-Porque me pergunta isso?
-Porque cara sobrinha,você está mudada.E muito.Ela mexeu com você.
-Comigo? Mas não mesmo.Não me interessei por ela,tia. E vamos parar com essa conversa.
-Quer tomar um chá?
-Só um ,tenho de voltar logo ,já está anoitecendo.
-Eu convidaria você para ficar aqui comigo esta noite,mas tenho um hospede e ele está usando o outro quarto.
-Hospede? Valkíria olha para dentro da casa.Quem é?
-Um agente da policia federal.
-Policia federal? O que ele faz aqui?
-Eu o encontrei quase morto na beirada do rio,foi baleado por traficantes.Trouxe –o para cá e estou tentando salvá-lo.
-Ele ...tia? Não acha melhor avisar a policia ?
-Não.Ele antes de entrar no sono reparador, me pediu que não avisasse nada.Parece que lá tem um traidor que trabalha com os traficantes .Ele tem medo que eles o achem e aí já viu.
-Vou reforçar a vigilância na beirada do rio.E como ele está?
-Muito mal,ainda.Estou usando umas ervas que descobri .Suas propriedades estão dando certo.Logo ele vai ficar bom,mais umas duas ou três semanas e ele poderá ir embora.
-Posso vê-lo?
-Sim ,mas fique quieta.Ele está sob efeito de um entorpecente .Já retirei as balas mas deve ficar calmo.
As duas entram na casa e ela olha para o rosto do homem estirado na cama.Muito pálido,e barba por fazer.Era moreno ,na casa dos quarenta ano ou mais.Dormia tranqüilo.
-Sabe o nome dele?
-Pelos documentos vi que se chama Celso.Tem 45 anos e é de Manaus.Casado e tem uma filha de uns cinco anos.
-Filha?
-Sim ,olha. Yulia mostra a carteira do policial.Uma foto de uma menina agarrada em seu pescoço e tendo ao lado uma moça morena.Uma dedicatória :Para o papai. Larissa.
-Bonitinha.Bem já sabemos o seu nome.Quando ele puder falar ou andar, me avisa.Posso mandar uns homens acompanhá-lo até Manaus.Como proteção.
-Obrigada filha.Eu falo para ele e te aviso.
Elas tomam uma xícara de chá, feito com ervas cultivados por Yulia.
-E o remédio? Valkíria deixa a xícara na mesa.
-Está aqui.Leve e use uma vez a cada duas horas.Direto no machucado.Em poucos dias ela estará andando de novo.É muito forte,faça-a ficar deitada.Dá tonteira.
-Obrigada tia.
-Só desejo sua felicidade minha querida.Seja feliz com ela.
-Tia! Pare com isso.Nem sei quem ela é.
-Mas vai saber logo.Eu também não conhecia os bichinhos que tenho por aqui.Eles me aparecem feridos eu cuido deles .Curo seus machucados,dou comida e quando estão bem eu os solto.Pensa que vão embora?Não,ficam aqui comigo.Passam a me amar.
-Eles aqui acharam o abrigo que sonhavam ,tia.É um santuário deles. Por isso ficam.Amam a senhora. E a senhora ama à todos ,tanto os animais grandes como estes pequenos bichinhos.
-Pois é ....o amor é um bichinho que rói ...rói....rói o coração da gente ...que dói ...dói....Yulia canta baixinho para provocar sua sobrinha.
-Pare, tia! Estou indo.
Valkíria sai da casa da tia .Pega o cabresto de Zingara e vai em direção à cachoeira:
-Volte mais cedo para um banho , na cachoeira.Vai te fazer bem.Ela carrega boas energias.
-Qualquer dia eu venho sim,obrigada.
Yulia fica parada um pouco na entrada de sua casa.Vive ali na floresta há 30 anos.Nestes anos todos se dedicou à flora e a fauna da mata .Descobrira muitas plantas novas e suas utilidades.Há pouco tempo, cerca de uns seis anos ,passa a usar a água límpida do riacho que nascia a poucos metros de sua casa. Trata e medica os animais doentes com os florais que aprendera a fazer ,quando estudava em Paris.Por isso chamava a água de milagrosa.
Transformou sua moradia, em um hospital para animais machucados ,que encontrava nas armadilhas, dos caçadores da mata.
Se utiliza do rio para suas viagens até Manaus .Vai duas vezes por ano até a universidade em que trabalhava ,na França.Ali apresenta suas descobertas e aprende mais.
Foi junto à ela que Valkíria se refugiou , quando se sentiu perdida e sozinha.Foi com os florais que ela conseguiu levantar de novo a derrotada sobrinha.Tratou de suas vibrações e descobriu sua essência.Valkíria , sua sobrinha, agora parecia estar voltando ao que era antes.
-É,ela está ultrapassando suas limitações,está voltando a ser de novo, filha da Luz,ainda bem,merece ser feliz de novo.Benditos florais.E bendita esta ,que a está fazendo reviver.
-Ah! Não ligo filha.Já me acostumei.O que quero é continuar com minhas pesquisas.
-Eu sei tia.
-Mas quem é ela?
-Tia!
-Não preciso ser bruxa querida.Está estampado em sua face.
-O que vê em mim?
-Um lampejo de esperança que vem lá do fundo da alma.Sabe..... de dentro ...ela bate a mão no peito.Você não está mais com aquela sombra em seu olhar.Eles estão voltando a brilhar.Quem é? Quem está fazendo isso?
-Ninguém ,tia. Eu só vim procurar um remédio.
-Isso já sei....não vai me contar?
-Contar o que?
-Ora....Valkíria...quando você me procurou eu te ajudei. Eu curei e te apoiei .Curei tua alma desesperada...e o físico também.Você foi aos poucos se reequilibrando.Olha como está hoje...nem se parece com aquela mulher que aqui veio me procurar....já fazem cinco anos? Nossa....o tempo passa rápido.
-Sim tia,cinco anos. Obrigada por ter me ajudado. Achei que iria morrer.
-E era o que você queria na época.Estava completamente desequilibrada.Eu só te ajudei a achar de novo o seu eu ,abri seus canais .
-Sim,agora tenho uma serenidade mental e espero a felicidade eterna.
-Nossa! Anda lendo muito ou continua a ...
-Leio um pouco ,mas prefiro continuar a compor.
-Tem novidades?Gostaria de ver você em atividade de novo.
-Nunca mais tia.Ela abaixa a cabeça
-Certo ,agora me conta .Quem é que está mexendo com o seu coração ?Yulia pega em seu queixo levantando sua cabeça com carinho,me diz,quem é ela?
-Já disse tia,ninguém.
-É este o nome dela?Yulia dá um sorriso,mostrando seus dentes perfeitos.
-Certo.Tem alguém lá em casa sim.É uma criança .Nada mais.
-Criança? Nossa ! Pensei que fosse uma mulher.Quantos anos tem essa menina? Onze?
-Não sei ,mas deve estar em torno de uns vinte.
-Vinte? Você me disse que era uma criança.
-Para mim é.É uma criança.
-Eu, Yulia me recuso a conversar com você se você continuar com isso.Desde quando uma mulher de vinte anos é uma criança?
-Pois bem tia Yulia.Ela não é uma criança.É uma moça e está ferida.Um cachorro a mordeu lá na fazenda e eu estou cuidando dela.Pode me dar o remédio ,para colocar em seu ferimento?
-Sim...e como ela é? Bonita?
-Porque me pergunta isso?
-Porque cara sobrinha,você está mudada.E muito.Ela mexeu com você.
-Comigo? Mas não mesmo.Não me interessei por ela,tia. E vamos parar com essa conversa.
-Quer tomar um chá?
-Só um ,tenho de voltar logo ,já está anoitecendo.
-Eu convidaria você para ficar aqui comigo esta noite,mas tenho um hospede e ele está usando o outro quarto.
-Hospede? Valkíria olha para dentro da casa.Quem é?
-Um agente da policia federal.
-Policia federal? O que ele faz aqui?
-Eu o encontrei quase morto na beirada do rio,foi baleado por traficantes.Trouxe –o para cá e estou tentando salvá-lo.
-Ele ...tia? Não acha melhor avisar a policia ?
-Não.Ele antes de entrar no sono reparador, me pediu que não avisasse nada.Parece que lá tem um traidor que trabalha com os traficantes .Ele tem medo que eles o achem e aí já viu.
-Vou reforçar a vigilância na beirada do rio.E como ele está?
-Muito mal,ainda.Estou usando umas ervas que descobri .Suas propriedades estão dando certo.Logo ele vai ficar bom,mais umas duas ou três semanas e ele poderá ir embora.
-Posso vê-lo?
-Sim ,mas fique quieta.Ele está sob efeito de um entorpecente .Já retirei as balas mas deve ficar calmo.
As duas entram na casa e ela olha para o rosto do homem estirado na cama.Muito pálido,e barba por fazer.Era moreno ,na casa dos quarenta ano ou mais.Dormia tranqüilo.
-Sabe o nome dele?
-Pelos documentos vi que se chama Celso.Tem 45 anos e é de Manaus.Casado e tem uma filha de uns cinco anos.
-Filha?
-Sim ,olha. Yulia mostra a carteira do policial.Uma foto de uma menina agarrada em seu pescoço e tendo ao lado uma moça morena.Uma dedicatória :Para o papai. Larissa.
-Bonitinha.Bem já sabemos o seu nome.Quando ele puder falar ou andar, me avisa.Posso mandar uns homens acompanhá-lo até Manaus.Como proteção.
-Obrigada filha.Eu falo para ele e te aviso.
Elas tomam uma xícara de chá, feito com ervas cultivados por Yulia.
-E o remédio? Valkíria deixa a xícara na mesa.
-Está aqui.Leve e use uma vez a cada duas horas.Direto no machucado.Em poucos dias ela estará andando de novo.É muito forte,faça-a ficar deitada.Dá tonteira.
-Obrigada tia.
-Só desejo sua felicidade minha querida.Seja feliz com ela.
-Tia! Pare com isso.Nem sei quem ela é.
-Mas vai saber logo.Eu também não conhecia os bichinhos que tenho por aqui.Eles me aparecem feridos eu cuido deles .Curo seus machucados,dou comida e quando estão bem eu os solto.Pensa que vão embora?Não,ficam aqui comigo.Passam a me amar.
-Eles aqui acharam o abrigo que sonhavam ,tia.É um santuário deles. Por isso ficam.Amam a senhora. E a senhora ama à todos ,tanto os animais grandes como estes pequenos bichinhos.
-Pois é ....o amor é um bichinho que rói ...rói....rói o coração da gente ...que dói ...dói....Yulia canta baixinho para provocar sua sobrinha.
-Pare, tia! Estou indo.
Valkíria sai da casa da tia .Pega o cabresto de Zingara e vai em direção à cachoeira:
-Volte mais cedo para um banho , na cachoeira.Vai te fazer bem.Ela carrega boas energias.
-Qualquer dia eu venho sim,obrigada.
Yulia fica parada um pouco na entrada de sua casa.Vive ali na floresta há 30 anos.Nestes anos todos se dedicou à flora e a fauna da mata .Descobrira muitas plantas novas e suas utilidades.Há pouco tempo, cerca de uns seis anos ,passa a usar a água límpida do riacho que nascia a poucos metros de sua casa. Trata e medica os animais doentes com os florais que aprendera a fazer ,quando estudava em Paris.Por isso chamava a água de milagrosa.
Transformou sua moradia, em um hospital para animais machucados ,que encontrava nas armadilhas, dos caçadores da mata.
Se utiliza do rio para suas viagens até Manaus .Vai duas vezes por ano até a universidade em que trabalhava ,na França.Ali apresenta suas descobertas e aprende mais.
Foi junto à ela que Valkíria se refugiou , quando se sentiu perdida e sozinha.Foi com os florais que ela conseguiu levantar de novo a derrotada sobrinha.Tratou de suas vibrações e descobriu sua essência.Valkíria , sua sobrinha, agora parecia estar voltando ao que era antes.
-É,ela está ultrapassando suas limitações,está voltando a ser de novo, filha da Luz,ainda bem,merece ser feliz de novo.Benditos florais.E bendita esta ,que a está fazendo reviver.
Capítulo 19 .Descobertas
[19/06/2011]
No caminho de volta à casa o pensamento era um só:
-“Sonhos desfeitos,não faziam parte de meus planos,desfeitos os encantos....tudo por causa de ciúmes...você desprezou tudo...transgrediu a barreira da sensatez....tentei entender...agora não mais te vejo....resta-me esta tristeza e a espera de alguém....droga....porque tenho que lembrar de tudo novamente? Titia percebeu...mas não é verdade...esta moça...não é quem eu esperei tanto tempo..não é você.
-“Sonhos desfeitos,não faziam parte de meus planos,desfeitos os encantos....tudo por causa de ciúmes...você desprezou tudo...transgrediu a barreira da sensatez....tentei entender...agora não mais te vejo....resta-me esta tristeza e a espera de alguém....droga....porque tenho que lembrar de tudo novamente? Titia percebeu...mas não é verdade...esta moça...não é quem eu esperei tanto tempo..não é você.
O caminho já está sombreado e na janela ,muito preocupada, está Mayka:
-Céus eu pedi que ela não se demorasse....mas tinha de ir lá de novo.Não sei o que pensa ao ir conversar com aquela mulher.Detesto-a.Quando morrer não vai fazer falta alguma,principalmente para mim.
-Falando sozinha dona Mayka?
Ela se assusta com a presença de Jussara ao seu lado:
-Não seja curiosa .Estou falando comigo mesma.Já acabou seu trabalho?
-Sim ,já.
-Então pode ir.A ordem é dada ,em tom seco.
O tom de Mayka era de comando.Não estava pedindo,estava mandando.
Olha para as mãos de Jussara:
-O que é isso?
Jussara que não suportava muito o seu tom mandão ,retrucou, quase no mesmo tom:
-Um livro,não vê?
-O que vai fazer com ele?
-O que poderia fazer com um livro? Ler, ora ,o que mais?
-Ler? Desde quando você começou a gostar de ler livros?A pergunta é feita com desprezo.
- Mayka,há muito tempo que leio .Agora que estamos sem televisão ,eu tenho mais tempo para ler .Por isso eu peguei este livro da biblioteca, para ler.Há algum mal nisso?
-Mal? Não ,só quero que devolva logo,não gosto de ver os livros espalhados por ai.Ela faz um gesto de coisas espalhadas.
-Ele não vai ficar espalhado por aí Mayka,eu vou apenas ler.Agora se me der licença, vou ver se a hospede precisa de ajuda.
Jussara fala assim, já saindo da sala .Não que pedisse licença para sair,era um modo mais brusco de se despedir.
Sai da sala com a testa franzida e fisionomia carregada :
-Chata.Mandona ,parece ser a dona da casa.Quem é ela para ficar investigando o que faço?Não sei como Valkíria a agüenta.Parece ter o rei na barriga.Muito metida e enjoada.No linguajar do povo daqui, é uma fresca.
Jussara com os pensamentos na governanta ,bate de leve na porta do quarto, onde estava Guadalupe:
-Posso entrar ?Pergunta com voz jovial.
Entra no quarto e vai direto para a cama:
-Vim ver se está tudo bem com você.Quer alguma coisa?Ela pergunta toda alegre.A presença de Guadalupe estava fazendo um movimento novo na casa e isso ela estava adorando.
-Tudo bem,fala Guadalupe.Não precisa se preocupar.
-Preciso sim ,Valkíria me pediu para tomar conta de você,até ela voltar.
-Onde...onde ela foi?
-Foi passear à cavalo.Logo volta.Jussara fala a frase com um pouco de apreensão,o que não passou desapercebido por Guadalupe.
-Ela foi para algum lugar perigoso?
-Perigoso? Porque diz isso? Jussara não entendeu ....
-Ora você me parece meio receosa sobre este passeio.
-Bem ,medo eu tenho sim.Não gosto quando ela sai assim tão tarde e ainda mais indo para a cachoeira.
-Cachoeira? Tem alguma por aqui?
Os olhos de Guadalupe brilham .Adora nadar em cachoeiras e o que mais pedia para os pais na sua infância, além do irmão, era uma casa ,onde houvesse uma.
-Sim temos uma...mas não podemos ir lá .
-Não? É um lugar perigoso?
-Perigoso? Bem tudo por aqui é perigoso,mas não é por isso não.É que lá é o lugar onde está a bruxa.É lugar proibido.Só dona Valkíria vai lá.E um rapazinho que leva comida para ela.O Guto.
-Uma bruja?Tem uma morando lá nesta cachoeira?
Jussara dá uma risada ao ouvir a palavra bruxa, em espanhol:
-Então você não é mesmo brasileira? Porque não tem sotaque algum?
-Sou colombiana,mas moro no Brasil desde criança.Deve ser por isso.
-Mora aqui no Brasil?O interesse de Jussara cresceu.Onde?
Neste instante a porta se abre e Mayka:
-Jussara,Valkíria já voltou e esta querendo você, lá na cozinha.
-Já volto dona Guadalupe.Depois conto mais sobre a cachoeira.
Jussara sai rapidinho indo em direção à cozinha.Deixa no quarto ,uma cabeça cheia de pensamentos .
Guadalupe está morrendo de curiosidade a respeito desta bruxa.Já ouvira falar nestas mulheres em seu país mas nunca tivera a oportunidade de conversar com uma.Gostaria de fazer um pedido que há muito guarda em seu coração.Não exatamente um pedido mas uma ajuda .
-Uma bruja? Onde será que fica esta cachoeira? Vou ter de descobrir.Será longe?
Pablito entra no quarto.
-Lupe! Você não vai acreditar.Esta casa é incrível!
-Mesmo? Os olhos de Guadalupe olham para a porta de comunicação que havia em seu quarto.Será que sabe o que tem do lado de lá? Ela indica a porta.
-Ali? Pablito vai até a porta e pegando na maçaneta abre a porta.Olha para o outro lado.Faz um sinal de espera, para a irmã e some pela porta aberta.Demora um pouco e volta fechando a porta de novo.
-É um quarto Lupe.Muito bonito,grande e muito claro.Deve ser de mulher ,pois cheira muito gostoso e no banheiro....
-Você entrou no banheiro ? Pablito !
-Ué? Fui para ver tudo e vi.
-Bem ,o que tinha no banheiro?
-Tinha? Tem.Nem imagina que lugar.Parece uma floresta.Cheio de vasos com trepadeiras,sabe que tem até uma parreira?
-Como? Uma parreira? Ela dá uma risada.Pablo! Só você mesmo para ter esta imaginação.
-Não acredita? Vem ver.Ele a descobre,retirando o lençol de suas pernas.
-Não posso me levantar Pablo.
-Ora vá pulando em um pé só.Ou vai ter de acreditar no que falo.
Ela pensa um pouco.Mas a curiosidade era maior.Com um pouco de esforço e ajuda de seu irmão se levanta:
-Fecha a porta do quarto ,não quero que me peguem, xeretando o outro quarto.
Pablo fecha a porta e a ajuda a ir até o outro quarto.Pulando em uma perna , Guadalupe chega, respirando forte .
Olha para o quarto.Inspira o perfume que ali pairava no ar.
-Hum....delicioso.Ela olha para a espaçosa cama de casal.A penteadeira cheia de perfumes , cremes e escovas de cabelo.Chega perto e olhando a escova de cabelo :
-Cabelo vermelho....sente um arrepio...será?
Olhando ao redor, localiza na parede uma pintura:
-Valkíria?
-É ela Lupe?Mas parece bem mais jovem.
-Sim,vai ver que era assim ,quando mais jovem.
Ela fica parada olhando o rosto perfeito à sua frente,a testa altiva,os olhos verdes acinzentados,os cabelos avermelhados e a boca....boca que não sai de seus pensamentos .
-Venha Lupe,veja o banheiro.Olha ,não é uma parreira?
Ela vai pulando até ao banheiro e fica com a boca aberta ,quando olha para ele.
-Isso é um banheiro?
Uma enorme banheira,cercada por todos os lados com vasos . Mas o que chamava a atenção realmente era a parreira.Plantada em um enorme vaso ,estava cuidadosamente sendo encaminhada pelo canto ,sobre o enorme espelho ....e carregada de cachos....que estavam começando a amadurecer....
-Não é de verdade ,seu bobo.
-Não? Ele vai até um cacho e apanha um bago da uva e lhe dá:chupa.Eu também achei que fosse de plástico mas olha ...é de verdade.
-Mas ...ela depois de chupar a uva...quem é louco assim? Ter esta planta no banheiro? Que loucura.
-Não sei ,mas achei legal....parece os antigos imperadores romanos...uva até no banho.
-Romanos nada ....gregos....Baco....
Um barulho na porta, os assusta e Pablito ajuda sua irmã a voltar ,quase que as carreiras ,para o quarto .Nem bem ela acaba de se deitar, ele corre e abre a porta.Segundos depois entram Valkíria e Jussara no quarto.
-Céus eu pedi que ela não se demorasse....mas tinha de ir lá de novo.Não sei o que pensa ao ir conversar com aquela mulher.Detesto-a.Quando morrer não vai fazer falta alguma,principalmente para mim.
-Falando sozinha dona Mayka?
Ela se assusta com a presença de Jussara ao seu lado:
-Não seja curiosa .Estou falando comigo mesma.Já acabou seu trabalho?
-Sim ,já.
-Então pode ir.A ordem é dada ,em tom seco.
O tom de Mayka era de comando.Não estava pedindo,estava mandando.
Olha para as mãos de Jussara:
-O que é isso?
Jussara que não suportava muito o seu tom mandão ,retrucou, quase no mesmo tom:
-Um livro,não vê?
-O que vai fazer com ele?
-O que poderia fazer com um livro? Ler, ora ,o que mais?
-Ler? Desde quando você começou a gostar de ler livros?A pergunta é feita com desprezo.
- Mayka,há muito tempo que leio .Agora que estamos sem televisão ,eu tenho mais tempo para ler .Por isso eu peguei este livro da biblioteca, para ler.Há algum mal nisso?
-Mal? Não ,só quero que devolva logo,não gosto de ver os livros espalhados por ai.Ela faz um gesto de coisas espalhadas.
-Ele não vai ficar espalhado por aí Mayka,eu vou apenas ler.Agora se me der licença, vou ver se a hospede precisa de ajuda.
Jussara fala assim, já saindo da sala .Não que pedisse licença para sair,era um modo mais brusco de se despedir.
Sai da sala com a testa franzida e fisionomia carregada :
-Chata.Mandona ,parece ser a dona da casa.Quem é ela para ficar investigando o que faço?Não sei como Valkíria a agüenta.Parece ter o rei na barriga.Muito metida e enjoada.No linguajar do povo daqui, é uma fresca.
Jussara com os pensamentos na governanta ,bate de leve na porta do quarto, onde estava Guadalupe:
-Posso entrar ?Pergunta com voz jovial.
Entra no quarto e vai direto para a cama:
-Vim ver se está tudo bem com você.Quer alguma coisa?Ela pergunta toda alegre.A presença de Guadalupe estava fazendo um movimento novo na casa e isso ela estava adorando.
-Tudo bem,fala Guadalupe.Não precisa se preocupar.
-Preciso sim ,Valkíria me pediu para tomar conta de você,até ela voltar.
-Onde...onde ela foi?
-Foi passear à cavalo.Logo volta.Jussara fala a frase com um pouco de apreensão,o que não passou desapercebido por Guadalupe.
-Ela foi para algum lugar perigoso?
-Perigoso? Porque diz isso? Jussara não entendeu ....
-Ora você me parece meio receosa sobre este passeio.
-Bem ,medo eu tenho sim.Não gosto quando ela sai assim tão tarde e ainda mais indo para a cachoeira.
-Cachoeira? Tem alguma por aqui?
Os olhos de Guadalupe brilham .Adora nadar em cachoeiras e o que mais pedia para os pais na sua infância, além do irmão, era uma casa ,onde houvesse uma.
-Sim temos uma...mas não podemos ir lá .
-Não? É um lugar perigoso?
-Perigoso? Bem tudo por aqui é perigoso,mas não é por isso não.É que lá é o lugar onde está a bruxa.É lugar proibido.Só dona Valkíria vai lá.E um rapazinho que leva comida para ela.O Guto.
-Uma bruja?Tem uma morando lá nesta cachoeira?
Jussara dá uma risada ao ouvir a palavra bruxa, em espanhol:
-Então você não é mesmo brasileira? Porque não tem sotaque algum?
-Sou colombiana,mas moro no Brasil desde criança.Deve ser por isso.
-Mora aqui no Brasil?O interesse de Jussara cresceu.Onde?
Neste instante a porta se abre e Mayka:
-Jussara,Valkíria já voltou e esta querendo você, lá na cozinha.
-Já volto dona Guadalupe.Depois conto mais sobre a cachoeira.
Jussara sai rapidinho indo em direção à cozinha.Deixa no quarto ,uma cabeça cheia de pensamentos .
Guadalupe está morrendo de curiosidade a respeito desta bruxa.Já ouvira falar nestas mulheres em seu país mas nunca tivera a oportunidade de conversar com uma.Gostaria de fazer um pedido que há muito guarda em seu coração.Não exatamente um pedido mas uma ajuda .
-Uma bruja? Onde será que fica esta cachoeira? Vou ter de descobrir.Será longe?
Pablito entra no quarto.
-Lupe! Você não vai acreditar.Esta casa é incrível!
-Mesmo? Os olhos de Guadalupe olham para a porta de comunicação que havia em seu quarto.Será que sabe o que tem do lado de lá? Ela indica a porta.
-Ali? Pablito vai até a porta e pegando na maçaneta abre a porta.Olha para o outro lado.Faz um sinal de espera, para a irmã e some pela porta aberta.Demora um pouco e volta fechando a porta de novo.
-É um quarto Lupe.Muito bonito,grande e muito claro.Deve ser de mulher ,pois cheira muito gostoso e no banheiro....
-Você entrou no banheiro ? Pablito !
-Ué? Fui para ver tudo e vi.
-Bem ,o que tinha no banheiro?
-Tinha? Tem.Nem imagina que lugar.Parece uma floresta.Cheio de vasos com trepadeiras,sabe que tem até uma parreira?
-Como? Uma parreira? Ela dá uma risada.Pablo! Só você mesmo para ter esta imaginação.
-Não acredita? Vem ver.Ele a descobre,retirando o lençol de suas pernas.
-Não posso me levantar Pablo.
-Ora vá pulando em um pé só.Ou vai ter de acreditar no que falo.
Ela pensa um pouco.Mas a curiosidade era maior.Com um pouco de esforço e ajuda de seu irmão se levanta:
-Fecha a porta do quarto ,não quero que me peguem, xeretando o outro quarto.
Pablo fecha a porta e a ajuda a ir até o outro quarto.Pulando em uma perna , Guadalupe chega, respirando forte .
Olha para o quarto.Inspira o perfume que ali pairava no ar.
-Hum....delicioso.Ela olha para a espaçosa cama de casal.A penteadeira cheia de perfumes , cremes e escovas de cabelo.Chega perto e olhando a escova de cabelo :
-Cabelo vermelho....sente um arrepio...será?
Olhando ao redor, localiza na parede uma pintura:
-Valkíria?
-É ela Lupe?Mas parece bem mais jovem.
-Sim,vai ver que era assim ,quando mais jovem.
Ela fica parada olhando o rosto perfeito à sua frente,a testa altiva,os olhos verdes acinzentados,os cabelos avermelhados e a boca....boca que não sai de seus pensamentos .
-Venha Lupe,veja o banheiro.Olha ,não é uma parreira?
Ela vai pulando até ao banheiro e fica com a boca aberta ,quando olha para ele.
-Isso é um banheiro?
Uma enorme banheira,cercada por todos os lados com vasos . Mas o que chamava a atenção realmente era a parreira.Plantada em um enorme vaso ,estava cuidadosamente sendo encaminhada pelo canto ,sobre o enorme espelho ....e carregada de cachos....que estavam começando a amadurecer....
-Não é de verdade ,seu bobo.
-Não? Ele vai até um cacho e apanha um bago da uva e lhe dá:chupa.Eu também achei que fosse de plástico mas olha ...é de verdade.
-Mas ...ela depois de chupar a uva...quem é louco assim? Ter esta planta no banheiro? Que loucura.
-Não sei ,mas achei legal....parece os antigos imperadores romanos...uva até no banho.
-Romanos nada ....gregos....Baco....
Um barulho na porta, os assusta e Pablito ajuda sua irmã a voltar ,quase que as carreiras ,para o quarto .Nem bem ela acaba de se deitar, ele corre e abre a porta.Segundos depois entram Valkíria e Jussara no quarto.
Capítulo 20 . Mayka
[20/06/2011]
Valkíria nota, logo que chega perto de Guadalupe , o suor em seu rosto.
-Você se levantou?Ela coloca a mão sobre seu pulso .
-Eu?
-Claro, quem mais está e deveria estar deitada e não andando por aí?
-Bem....
-Certo não vamos discutir isso.Só quero que me prometa ....seus olhos observam a porta de ligação entre seus quartos.Um ligeiro faiscar passa desapercebido por todos.....que...não vai ficar andando por aí.
Ela se levanta e vai até a porta de comunicação.A fecha ,sem dizer nada.
Guadalupe olha assustada para Pablito.Este dá de ombros,como se dissesse :”azar ...”
Mas Valkíria não comenta nada a este respeito.
-Bem vamos ver agora este machucado .Trouxe um remédio que vai ajudar.Se doer pode gritar a vontade.
Os pensamentos de Guadalupe estavam longe de seu machucado.Não perdia de vista nada que Valkíria fazia.
Observava sua boca,suas mãos ,cabelos ...tudo em fim.Por isso ao sentir a dor , ao ser tocada não teve dúvidas ,gritou mesmo,não de dor, mas de susto.
-Ai!
Valkíria para, na mesma hora.
-Doe muito?
-Heim?
-Perguntei se está doendo muito.Está bem?
Ela olha para Guadalupe sem entender o motivo de estar sentindo dor.Nem colocara nada no machucado,só retirara a atadura dele.Mas ao notar o alheamento, fica meio receosa de continuar.
-Sim ,estou,pode continuar.
As duas ficam paradas uns segundos ,se olhando. Guadalupe está encantada com a mulher.É o seu sonho se tornando realidade.Não sabe como não começar a rir .Só tem um pensamento :
-“Deus! Ela é a mulher que vivo sonhando para mim.Não sei o que pensar.Céus! É a própria,sem tirar nem colocar mais nada.Cabelos ,olhos boca....tudo ....é ela .Não tenho dúvidas .Já sonhei tanto com ela e agora eu a tenho na minha frente.Já procurei tanto na internet e nada até agora e ....ela me aparece assim? Nesta situação?”
-“ O que se passa com ela? Me olha tanto...será medo? Medo do que? Não vou lhe fazer mal...muito pelo contrário...ela é que está me fazendo mal....me levando de volta ao meu passado.Que pensava nunca mais voltar...”
Os pensamentos são interrompidos,pela entrada meio tempestuosa, de Mayka.
-Pode ir dormir agora querida,eu tomo conta de nossa doentinha.O tom soava falso, até para quem não a conhecia.Mas os olhos eram hostis.E Guadalupe percebeu.
-“Ela está estranha...mesmo sendo educada com Valkíria existe um tom meio estranho em sua voz...que me lembra ódio.Porque será? O que aconteceu?”
-Não ,Mayka.Eu fico.Você pode ir descansar.Vou só fazer os curativos.
- Vai usar isso nela? Não acha perigoso ?
-Mayka! Por favo,sim? Vá dormir.Eu sei o que faço.
-Valkíria só quero ajudar .Por isso comentei,são plantas desconhecidas...podem infeccionar e piorar a situação.
-Eu confio nela Mayka.Ela sempre me ajudou .
-Certo,vou dormir.O tom agora era de sentida.Se precisar de mim....
-Não vou precisar mais hoje ,pode ir dormir.
-Vou então fazer um chá, para você .
Mayka fala ,já saindo do quarto.
-Bem ,vamos aos curativos .
-O que vai usar em mim? Porque ela falou aquilo?
-São remédios naturais ,Mayka é contra eles ,mas não se preocupe,quem me deu entende do assunto mais que ela.Me garantiu que o machucado vai cicatrizar bem rápido.
-Bem se é assim e você confia ,eu também confio.Guadalupe dá um sorriso.
Aos olhos de Valkíria o sorriso pareceu como uma brisa suave que acalentou o seu coração.Mas logo desvia sua atenção para o curativo.
-Obrigada por confiar em mim.Isso é bom.
-Agora eu fico devendo uma explicação para que você confie em mim não ?
-Você quem sabe.E você garoto?Quer dizer Pablito? Já conheceu a casa toda?
-Sim já .Andei por quase todos os cômodos .
-E qual gostou mais?
-Bem todos são lindos,mas gostei mesmo da biblioteca.Muito bonita ,gostei do estilo inglês.Parece com algumas casas que vi em filmes.
-E que mais?
-Só,ainda não vi tudo.É muito grande a sua casa, dona Valkíria.
-Não foi até a piscina?
-Não,mas amanhã vou .
-Bem , vou pedir para Nilza trazer sua comida, Guadalupe e você mocinho pode ir lá na cozinha comer algo .Estou faminta e não vai ser o chá que Mayka vai trazer que matará a minha fome.Quer me fazer companhia?
-Não podemos comer aqui no quarto? Assim fazemos companhia para Lupe.
-Acha melhor? Tudo bem,vamos lá então trazer nossa comida
-Não precisa ,eu posso comer sozinha , não se preocupe.
-Ora ,seu irmão quer te fazer companhia ...posso também?
-Claro que pode.Só não quero incomodar.
-Sem essa.Já voltamos.
-Você se levantou?Ela coloca a mão sobre seu pulso .
-Eu?
-Claro, quem mais está e deveria estar deitada e não andando por aí?
-Bem....
-Certo não vamos discutir isso.Só quero que me prometa ....seus olhos observam a porta de ligação entre seus quartos.Um ligeiro faiscar passa desapercebido por todos.....que...não vai ficar andando por aí.
Ela se levanta e vai até a porta de comunicação.A fecha ,sem dizer nada.
Guadalupe olha assustada para Pablito.Este dá de ombros,como se dissesse :”azar ...”
Mas Valkíria não comenta nada a este respeito.
-Bem vamos ver agora este machucado .Trouxe um remédio que vai ajudar.Se doer pode gritar a vontade.
Os pensamentos de Guadalupe estavam longe de seu machucado.Não perdia de vista nada que Valkíria fazia.
Observava sua boca,suas mãos ,cabelos ...tudo em fim.Por isso ao sentir a dor , ao ser tocada não teve dúvidas ,gritou mesmo,não de dor, mas de susto.
-Ai!
Valkíria para, na mesma hora.
-Doe muito?
-Heim?
-Perguntei se está doendo muito.Está bem?
Ela olha para Guadalupe sem entender o motivo de estar sentindo dor.Nem colocara nada no machucado,só retirara a atadura dele.Mas ao notar o alheamento, fica meio receosa de continuar.
-Sim ,estou,pode continuar.
As duas ficam paradas uns segundos ,se olhando. Guadalupe está encantada com a mulher.É o seu sonho se tornando realidade.Não sabe como não começar a rir .Só tem um pensamento :
-“Deus! Ela é a mulher que vivo sonhando para mim.Não sei o que pensar.Céus! É a própria,sem tirar nem colocar mais nada.Cabelos ,olhos boca....tudo ....é ela .Não tenho dúvidas .Já sonhei tanto com ela e agora eu a tenho na minha frente.Já procurei tanto na internet e nada até agora e ....ela me aparece assim? Nesta situação?”
-“ O que se passa com ela? Me olha tanto...será medo? Medo do que? Não vou lhe fazer mal...muito pelo contrário...ela é que está me fazendo mal....me levando de volta ao meu passado.Que pensava nunca mais voltar...”
Os pensamentos são interrompidos,pela entrada meio tempestuosa, de Mayka.
-Pode ir dormir agora querida,eu tomo conta de nossa doentinha.O tom soava falso, até para quem não a conhecia.Mas os olhos eram hostis.E Guadalupe percebeu.
-“Ela está estranha...mesmo sendo educada com Valkíria existe um tom meio estranho em sua voz...que me lembra ódio.Porque será? O que aconteceu?”
-Não ,Mayka.Eu fico.Você pode ir descansar.Vou só fazer os curativos.
- Vai usar isso nela? Não acha perigoso ?
-Mayka! Por favo,sim? Vá dormir.Eu sei o que faço.
-Valkíria só quero ajudar .Por isso comentei,são plantas desconhecidas...podem infeccionar e piorar a situação.
-Eu confio nela Mayka.Ela sempre me ajudou .
-Certo,vou dormir.O tom agora era de sentida.Se precisar de mim....
-Não vou precisar mais hoje ,pode ir dormir.
-Vou então fazer um chá, para você .
Mayka fala ,já saindo do quarto.
-Bem ,vamos aos curativos .
-O que vai usar em mim? Porque ela falou aquilo?
-São remédios naturais ,Mayka é contra eles ,mas não se preocupe,quem me deu entende do assunto mais que ela.Me garantiu que o machucado vai cicatrizar bem rápido.
-Bem se é assim e você confia ,eu também confio.Guadalupe dá um sorriso.
Aos olhos de Valkíria o sorriso pareceu como uma brisa suave que acalentou o seu coração.Mas logo desvia sua atenção para o curativo.
-Obrigada por confiar em mim.Isso é bom.
-Agora eu fico devendo uma explicação para que você confie em mim não ?
-Você quem sabe.E você garoto?Quer dizer Pablito? Já conheceu a casa toda?
-Sim já .Andei por quase todos os cômodos .
-E qual gostou mais?
-Bem todos são lindos,mas gostei mesmo da biblioteca.Muito bonita ,gostei do estilo inglês.Parece com algumas casas que vi em filmes.
-E que mais?
-Só,ainda não vi tudo.É muito grande a sua casa, dona Valkíria.
-Não foi até a piscina?
-Não,mas amanhã vou .
-Bem , vou pedir para Nilza trazer sua comida, Guadalupe e você mocinho pode ir lá na cozinha comer algo .Estou faminta e não vai ser o chá que Mayka vai trazer que matará a minha fome.Quer me fazer companhia?
-Não podemos comer aqui no quarto? Assim fazemos companhia para Lupe.
-Acha melhor? Tudo bem,vamos lá então trazer nossa comida
-Não precisa ,eu posso comer sozinha , não se preocupe.
-Ora ,seu irmão quer te fazer companhia ...posso também?
-Claro que pode.Só não quero incomodar.
-Sem essa.Já voltamos.
Mayka depois que saíra do quarto ,em vez de ir para a cozinha fazer o chá que prometeu ,vai direto para o escritório do marido.
-Enzo !
Ele ,sentado lendo tranqüilamente um livro ,se assusta com sua entrada:
-Mayka! Por favor querida ,não entre assim, quando eu estiver lendo um livro.Não gosto de me assustar assim.
-É só parar de ler esses livros de suspense.Mas agora ,me escuta.
-Certo ,fala.Enzo muito lentamente ,fecha o livro já resignado pela interrupção:
-É Valkíria.Ela esteve com Yulia.Trouxe aqueles remédios que ela faz.
-E o que tem isso demais? Eles são bons .
-Não é isso ,seu tonto.Elas estão conversando novamente.Não gosto disso.
-Ora Mayka,um dia Valkíria teria de voltar lá e este dia chegou.O que tem isso de tão estranho?
-Você não vê? O passado ...pode voltar ...
-Passado? O dela? Não te entendo Mayka.Ela está bem agora.Não há o que se preocupar.
-Tem sim... essa moça.Me faz lembrar dela.E se ela se engraçar com ela?
-Mayka? Ponha-se em seu lugar.Aqui somos meros empregados.Eu o mordomo e você a governanta.Ela é a patroa.Entendeu? Nada de se meter em sua vida .
-Enzo! Eu não sou uma mera empregada dela.Estou na família há anos.Estamos .Só não quero que ela comece a refletir no que aconteceu.
-Mas ela já teve tempo suficiente para fazer isso ,Mayka.Porque este medo agora?
-Ora ...antes ela ....mas agora se começar a pensar... Deus ....o que vou fazer?
-Pensar? Ela não deve pensar? Logo ela? Para com isso mulher.
-Não me chame assim,não sou uma qualquer .
Mayka sai da sala muito rápido,deixando um perplexo marido ,que não entendeu nada.
Mayka vai até seu quarto,corre ao banheiro e lava o rosto,pois sente que está muito nervosa.Fica um tempo encostada na pia ,pensando na sua situação.
-Bem,o problema é essa moça.Ela tem de ir embora, bem rápido.
-Enzo !
Ele ,sentado lendo tranqüilamente um livro ,se assusta com sua entrada:
-Mayka! Por favor querida ,não entre assim, quando eu estiver lendo um livro.Não gosto de me assustar assim.
-É só parar de ler esses livros de suspense.Mas agora ,me escuta.
-Certo ,fala.Enzo muito lentamente ,fecha o livro já resignado pela interrupção:
-É Valkíria.Ela esteve com Yulia.Trouxe aqueles remédios que ela faz.
-E o que tem isso demais? Eles são bons .
-Não é isso ,seu tonto.Elas estão conversando novamente.Não gosto disso.
-Ora Mayka,um dia Valkíria teria de voltar lá e este dia chegou.O que tem isso de tão estranho?
-Você não vê? O passado ...pode voltar ...
-Passado? O dela? Não te entendo Mayka.Ela está bem agora.Não há o que se preocupar.
-Tem sim... essa moça.Me faz lembrar dela.E se ela se engraçar com ela?
-Mayka? Ponha-se em seu lugar.Aqui somos meros empregados.Eu o mordomo e você a governanta.Ela é a patroa.Entendeu? Nada de se meter em sua vida .
-Enzo! Eu não sou uma mera empregada dela.Estou na família há anos.Estamos .Só não quero que ela comece a refletir no que aconteceu.
-Mas ela já teve tempo suficiente para fazer isso ,Mayka.Porque este medo agora?
-Ora ...antes ela ....mas agora se começar a pensar... Deus ....o que vou fazer?
-Pensar? Ela não deve pensar? Logo ela? Para com isso mulher.
-Não me chame assim,não sou uma qualquer .
Mayka sai da sala muito rápido,deixando um perplexo marido ,que não entendeu nada.
Mayka vai até seu quarto,corre ao banheiro e lava o rosto,pois sente que está muito nervosa.Fica um tempo encostada na pia ,pensando na sua situação.
-Bem,o problema é essa moça.Ela tem de ir embora, bem rápido.
Capítulo 21. Amiga?
[21/06/2011]
Com este pensamento na cabeça ,Mayka vai até a cozinha e prepara um chá para Valkíria e um para si .
-Vamos tomar este chá juntas e assim eu posso sondar como está se sentindo.Ela sempre me fala o que sente .Preciso ficar atenta às suas reações.Não quero que se envolva com mais ninguém.
-Vamos tomar este chá juntas e assim eu posso sondar como está se sentindo.Ela sempre me fala o que sente .Preciso ficar atenta às suas reações.Não quero que se envolva com mais ninguém.
Enquanto ela conversava com seu marido ,Valkíria e Pablito na cozinha ajudados por Meire preparam uma refeição suficiente para os três.Meire se diverte com a idéia:
-Ora vejam só.Dona Valkíria jantando no quarto.Só quero ver a reação de dona Mayka.Vai ter um chilique.
-É bom variar de vez em quando ,não é ? Pablito pergunta para Valkíria.
-Sim é bom sair da mesmice de sempre.E Meire.Mayka não precisa saber disso ,certo?
-Pode contar comigo ,depois vou lá e trago as bandejas
E os dois levam, duas bandejas com arroz,salada ,maionese ,e bife.Suco de maracujá e bananas carameladas ,para a sobremesa.
No quarto ,ela arrasta uma das mesas do canto ,depois de retirar o lampião de cima.Posiciona-a perto da cama de Guadalupe.Forra a mesa com uma bela toalha e se preparam para o banquete.
Ajuda Guadalupe a se recostar na cama .
-Bem ,agora podemos comer.Estou faminta.
Os três começam a comer .O clima estava gostoso e descontraído. A conversa era sobre a casa.Pablito ficou o tempo todo,querendo saber como tudo aquilo chegara naquele lugar.Valkíria com muita paciência lhe contou um pouco da vida de seu pai. E de como ele montou a casa.
Nem um só momento saiu o assunto sobre eles.Ela não queria forçar isso .Deixou a total liberdade.Estava se sentindo diferente com a presença dos dois ali com ela .E aquele jantar tão diferente dos que estava acostumada ,lhe estava dando muito prazer.
Seus olhos estavam encantados com as maneiras graciosas, de sua hospede.Não a perdeu de vista um só instante.O modo como comia,o movimento das mãos ,tudo era motivo de uma sensação de paz em seu interior.
Do lado oposto o mesmo acontecia com Guadalupe.Só que ela já estava imaginando outras coisas...mais pessoais.
E foi isso que Mayka encontrou, ao fazer sua outra entrada tempestuosa ,no quarto.
-Mas ....o que é isso? O que se passa aqui? A voz não deixou dúvidas quanto aos seus sentimentos.
Os três olham para ela.Valkíria muito calmamente:
-Sobre o que está falando Mayka?
-Ora! Sobre isso! O que pensam estarem fazendo?.......
Ela chega perto da mesa onde os três estavam....comendo no quarto? Céus! Aqui é um aposento de dormir e não uma sala de jantar ...
Sua voz cortou o ar ,sibilando.
-O que acha que fazemos ? Estamos jantando ,fala Pablito.
-Isso eu sei,menino. Mayka aperta as mãos para se controlar.
-Mayka? Deseja alguma coisa além de nos trazer o chá prometido? Agora quem estava irritada era Valkíria,pois até aquele instante ,estava se sentindo premiada com a companhia dos dois irmãos.
Sentia-se só e a presença deles a estava animando .
-Valkíria,eu ...trouxe apenas chá para nós duas,achei que o iríamos tomar juntas.E assim poder conversar sobre o seu dia de hoje.
O reluzir dos olhos verdes mostram o quanto entendeu da frase:
-Conversar? Como assim? Tem algo para me contar?
-Eu não,talvez você tenha,minha querida. A frase fora dita com cautela,pois Mayka notara o quanto Valkíria estava ficando irritada.Mas se não quiser eu tomo o meu chá, lá na sala.
-É bom,agora deixe-nos terminar o nosso jantar .
Mayka sai do quarto ,com a fisionomia fechada.Larga a xícara do chá em uma mesa da sala e volta para seu quarto.
Seu marido,já deitado lia ainda o livro.
Ela troca de roupas e se deita ao seu lado.Ele não desgruda os olhos do livro.Isto a irrita,pois quer sua atenção.Com um tapa ,joga o livro longe:
-Quero sua atenção! Pode ser? Fala irritada.
Enzo mesmo conhecendo a esposa que tinha, fica zangado com seu modo:
-Que é isso Mayka? Onde aprendeu esta educação? Ele se levanta e pega o livro no chão,não é assim que se trata um livro e ainda mais se tem alguém lendo-o.
-Para com isso Enzo.
-Hum,parece que tem alguém brava.O que foi desta vez?
-Você acredita se eu te contar que Valkíria estava no quarto desta moça ,jantando com eles?
-Jantando? Lá no quarto?
-Sim,já viu coisa mais absurda?Jantando com duas pessoas que nem sabe quem são.
-Vai ver ela gostou deles.
-Pare Enzo! Eu não quero esta liberdade aqui em casa.Nunca permiti isso ,agora ela faz isso?
-Não entendo querida.Pelo que eu saiba ela é a dona da casa e não você.
-Mas era para ser.Era eu que devia ter ficado aqui na casa quando Theodoro foi de volta para a Rússia ,não ela.Isso aqui era para ser meu.
-Olha lá como fala Mayka.Ela te considera uma amiga.
-Eu sou amiga .Sempre fui.Se não fosse não estaria com ela todos estes anos .
-Eu sei o motivo.Ela não sabe.
-Não me interessa mais se ela sabe ou não.O passado já está esquecido.Eu acho.
-Porque diz, eu acho? Não tem certeza?
-Estou agora em dúvidas.Ela está gostando muito de ficar de conversa com aquela moça.
-Ora deixa isso para lá,é novidade .Sabe que ela não sai nem conversa com ninguém.Agora achou .
-Bem ,mudando de assunto.E as antenas? Já arrumou?
-Bem, a da televisão amanhã fica pronta.Já a do rádio a noite fica pronta.
-Preciso do rádio.Faz tempo que não tenho noticias de Marina.
-Ela está bem,pare de se preocupar com ela.Tem idade suficiente e sabe se cuidar .Tão logo a pista fique pronta você poderá ir lá e ver como ela está.
-Não sei mais se vou .Acho que não devo sair daqui.
-Não vai começar com isso de novo ,Mayka.Já viu que não dá certo.Olha ,Valkíria tem você em alta estima.Mas é perigosa...ela é igual ao pai.Tem o sangue deles.
-Eu também tenho.
-Tem? Pense bem ,para não perder tudo o que já tem.
-E o que eu tenho ? Pode me dizer?
-A estima dela é o mais importante.Theodoro já disse uma vez ,não sei se você se lembra.Que a filha dele seria a herdeira de tudo.Ela é a herdeira.E este tudo ....você sabe bem o que é.
-Por isso mesmo é que não posso deixar ela se aproximar muito de uma mulher.Tem muita coisa em jogo. Sou amiga dela .
-Amiga? Ele olha para sua mulher e dá uma risada.
-Pare com isso Enzo ou ela vai desconfiar.
-Ora vejam só.Dona Valkíria jantando no quarto.Só quero ver a reação de dona Mayka.Vai ter um chilique.
-É bom variar de vez em quando ,não é ? Pablito pergunta para Valkíria.
-Sim é bom sair da mesmice de sempre.E Meire.Mayka não precisa saber disso ,certo?
-Pode contar comigo ,depois vou lá e trago as bandejas
E os dois levam, duas bandejas com arroz,salada ,maionese ,e bife.Suco de maracujá e bananas carameladas ,para a sobremesa.
No quarto ,ela arrasta uma das mesas do canto ,depois de retirar o lampião de cima.Posiciona-a perto da cama de Guadalupe.Forra a mesa com uma bela toalha e se preparam para o banquete.
Ajuda Guadalupe a se recostar na cama .
-Bem ,agora podemos comer.Estou faminta.
Os três começam a comer .O clima estava gostoso e descontraído. A conversa era sobre a casa.Pablito ficou o tempo todo,querendo saber como tudo aquilo chegara naquele lugar.Valkíria com muita paciência lhe contou um pouco da vida de seu pai. E de como ele montou a casa.
Nem um só momento saiu o assunto sobre eles.Ela não queria forçar isso .Deixou a total liberdade.Estava se sentindo diferente com a presença dos dois ali com ela .E aquele jantar tão diferente dos que estava acostumada ,lhe estava dando muito prazer.
Seus olhos estavam encantados com as maneiras graciosas, de sua hospede.Não a perdeu de vista um só instante.O modo como comia,o movimento das mãos ,tudo era motivo de uma sensação de paz em seu interior.
Do lado oposto o mesmo acontecia com Guadalupe.Só que ela já estava imaginando outras coisas...mais pessoais.
E foi isso que Mayka encontrou, ao fazer sua outra entrada tempestuosa ,no quarto.
-Mas ....o que é isso? O que se passa aqui? A voz não deixou dúvidas quanto aos seus sentimentos.
Os três olham para ela.Valkíria muito calmamente:
-Sobre o que está falando Mayka?
-Ora! Sobre isso! O que pensam estarem fazendo?.......
Ela chega perto da mesa onde os três estavam....comendo no quarto? Céus! Aqui é um aposento de dormir e não uma sala de jantar ...
Sua voz cortou o ar ,sibilando.
-O que acha que fazemos ? Estamos jantando ,fala Pablito.
-Isso eu sei,menino. Mayka aperta as mãos para se controlar.
-Mayka? Deseja alguma coisa além de nos trazer o chá prometido? Agora quem estava irritada era Valkíria,pois até aquele instante ,estava se sentindo premiada com a companhia dos dois irmãos.
Sentia-se só e a presença deles a estava animando .
-Valkíria,eu ...trouxe apenas chá para nós duas,achei que o iríamos tomar juntas.E assim poder conversar sobre o seu dia de hoje.
O reluzir dos olhos verdes mostram o quanto entendeu da frase:
-Conversar? Como assim? Tem algo para me contar?
-Eu não,talvez você tenha,minha querida. A frase fora dita com cautela,pois Mayka notara o quanto Valkíria estava ficando irritada.Mas se não quiser eu tomo o meu chá, lá na sala.
-É bom,agora deixe-nos terminar o nosso jantar .
Mayka sai do quarto ,com a fisionomia fechada.Larga a xícara do chá em uma mesa da sala e volta para seu quarto.
Seu marido,já deitado lia ainda o livro.
Ela troca de roupas e se deita ao seu lado.Ele não desgruda os olhos do livro.Isto a irrita,pois quer sua atenção.Com um tapa ,joga o livro longe:
-Quero sua atenção! Pode ser? Fala irritada.
Enzo mesmo conhecendo a esposa que tinha, fica zangado com seu modo:
-Que é isso Mayka? Onde aprendeu esta educação? Ele se levanta e pega o livro no chão,não é assim que se trata um livro e ainda mais se tem alguém lendo-o.
-Para com isso Enzo.
-Hum,parece que tem alguém brava.O que foi desta vez?
-Você acredita se eu te contar que Valkíria estava no quarto desta moça ,jantando com eles?
-Jantando? Lá no quarto?
-Sim,já viu coisa mais absurda?Jantando com duas pessoas que nem sabe quem são.
-Vai ver ela gostou deles.
-Pare Enzo! Eu não quero esta liberdade aqui em casa.Nunca permiti isso ,agora ela faz isso?
-Não entendo querida.Pelo que eu saiba ela é a dona da casa e não você.
-Mas era para ser.Era eu que devia ter ficado aqui na casa quando Theodoro foi de volta para a Rússia ,não ela.Isso aqui era para ser meu.
-Olha lá como fala Mayka.Ela te considera uma amiga.
-Eu sou amiga .Sempre fui.Se não fosse não estaria com ela todos estes anos .
-Eu sei o motivo.Ela não sabe.
-Não me interessa mais se ela sabe ou não.O passado já está esquecido.Eu acho.
-Porque diz, eu acho? Não tem certeza?
-Estou agora em dúvidas.Ela está gostando muito de ficar de conversa com aquela moça.
-Ora deixa isso para lá,é novidade .Sabe que ela não sai nem conversa com ninguém.Agora achou .
-Bem ,mudando de assunto.E as antenas? Já arrumou?
-Bem, a da televisão amanhã fica pronta.Já a do rádio a noite fica pronta.
-Preciso do rádio.Faz tempo que não tenho noticias de Marina.
-Ela está bem,pare de se preocupar com ela.Tem idade suficiente e sabe se cuidar .Tão logo a pista fique pronta você poderá ir lá e ver como ela está.
-Não sei mais se vou .Acho que não devo sair daqui.
-Não vai começar com isso de novo ,Mayka.Já viu que não dá certo.Olha ,Valkíria tem você em alta estima.Mas é perigosa...ela é igual ao pai.Tem o sangue deles.
-Eu também tenho.
-Tem? Pense bem ,para não perder tudo o que já tem.
-E o que eu tenho ? Pode me dizer?
-A estima dela é o mais importante.Theodoro já disse uma vez ,não sei se você se lembra.Que a filha dele seria a herdeira de tudo.Ela é a herdeira.E este tudo ....você sabe bem o que é.
-Por isso mesmo é que não posso deixar ela se aproximar muito de uma mulher.Tem muita coisa em jogo. Sou amiga dela .
-Amiga? Ele olha para sua mulher e dá uma risada.
-Pare com isso Enzo ou ela vai desconfiar.
Capítulo 22. Noite
[22/06/2011]
Terminado o jantar informal entre eles ,Valkíria leva Pablito até o seu quarto,dando-lhe um pijama que era de seu pai:
-Se quiser usar ,se não ,durma pelado mesmo.
Ela sai, dando um sorriso.
Pablito fica sentado na cama ...
É ainda um garoto,mas já passou por diversas situações em sua curta vida e com isso é muito vivo e entende de tudo .
-Ela é estranha.Tem alguma coisa que soa falso...principalmente quando sorri....parece que sorri por sorri,sem vontade.Mas lá no quarto ela estava mais animada.Hum...acho que é por ser sozinha...vive no meio de poucas pessoas e nós somos novidade...ela é uma pessoa triste...
Resolve dormir,não antes de dar uma olhada em tudo no quarto.Abre os armários , neles estão guardados lençóis e outras roupas de cama.
-Nossa.....quanto luxo.... ...tudo bordado... e ...com brasão?
-Se quiser usar ,se não ,durma pelado mesmo.
Ela sai, dando um sorriso.
Pablito fica sentado na cama ...
É ainda um garoto,mas já passou por diversas situações em sua curta vida e com isso é muito vivo e entende de tudo .
-Ela é estranha.Tem alguma coisa que soa falso...principalmente quando sorri....parece que sorri por sorri,sem vontade.Mas lá no quarto ela estava mais animada.Hum...acho que é por ser sozinha...vive no meio de poucas pessoas e nós somos novidade...ela é uma pessoa triste...
Resolve dormir,não antes de dar uma olhada em tudo no quarto.Abre os armários , neles estão guardados lençóis e outras roupas de cama.
-Nossa.....quanto luxo.... ...tudo bordado... e ...com brasão?
Valkíria volta ao quarto de Guadalupe no momento que esta está tentando se levantar para ir ao banheiro.
-Espera,espera.Onde pensa que vai?
Guadalupe olha apreensiva para ela e sem graça :
-Eu...só quero ir ao banheiro...
-Eu te ajudo.Nada de forçar a perna.
Valkíria a ajuda a se levantar,pegando-a pelos braços e colocando o seu ao redor de sua cintura.
Guadalupe ao sentir o calor dos braços, em sua cintura,sente um arrepio em sua coluna e começa a suar.
O contato a deixa com as pernas bambas.Não consegue sair do lugar,pois seu coração dispara no peito.Sente um enorme prazer.E uma vontade ,também enorme de passar seu braço em volta do corpo de Valkíria,mas fica sem ação.
-Viu só? Nem consegue se mexer.Vamos devagar.
-Não se preocupe...
-Como não?Você é teimosa menina.Quando quiser se levantar peça ajuda ,nada de forçar a perna.
-Pedirei sim...
-Você é de falar pouco não?Valkíria a leva até ao banheiro :
-Consegue se virar sozinha ? Ou preciso te ajudar mais?
-Não! Eu me viro.
-Fico te esperando aqui.Olha .Tem tudo aí ,escovas e creme de dental .É para você.
Guadalupe escova os dentes e se recosta na pia.Coloca as mãos no peito ,na altura do coração:
-Meu Deus! Nunca tinha me sentido assim...só dela se encostar em mim eu derreti...que delicia...que vontade de agarrar ela ali no quarto.Nossa! Já imaginou isso? Ela iria me jogar lá fora na mesma hora.Está sendo tão bondosa e eu aqui imaginando bobagens com ela.Que corpo lindo.Braços...boca...ah! Só eu mesma,para estar me imaginando com ela ...em uma cama...também quem mandou ser tão bonita e ...Pare Lupe,pare.Tire ela do pensamento.
Sai do banheiro ,com o coração ainda acelerado e Valkíria que a esperava:
-Tudo bem? Agora vamos para a cama.
-Vamos?
-“Ai.Bem que podia ser de verdade....eu e ela ..
-Claro! Ou acha que vai ficar andando a noite toda?Os curativos devem ficar firmes na perna.Vai ver só.Amanhã ele já estará começando a cicatrizar.
-Mas ...
-Nada de mas.Seja uma menina obediente.
-Não sou uma menina.Já tenho idade suficiente .
-Já? Desculpe,quantos anos você tem?
-Já fiz 22.Não sou mais uma criança.Pare de me tratar como se fosse.
-Desculpa...moça.Mas está doente e eu a trato sim,como uma criança....que é ainda.
-Mas...já disse.
-Eu sei,eu sei... vamos?
Valkíria a coloca na cama e antes de cobri-la olha para os curativos,ajeitando-os.Depois a cobre e para espanto de Guadalupe e para aumentar mais sua fúria,dá-lhe um beijo na testa carinhosamente:
-Boa noite ... anjo.Durma bem....menina.....moça.
-Boa noite....Guadalupe fala com a boca embaixo do lençol.
Mas quando Valkíria já estava quase na porta do quarto e pronta para sair:
-Obrigada...Valkíria.Boa noite.
Valkíria lhe dá um meio sorriso e diz:
-De nada ....e sai fechando a porta.Deixando uma Guadalupe cada vez mais com os sentimentos se aprofundando em algo que sempre sonhou ...amar uma mulher ....só que agora ... ao vivo e não só pela internet.
-Eu que sempre sonhei em ter uma mulher ao meu lado ,idealizei uma em meus sonhos...e logo ela me aparece? Que devo fazer? Não posso deixá-la perceber isso.Pode ficar zangada.Nem imagina que estou assim....apaixonando-me por ela.Também ...quem mandou ser tão chamativa?Tremo só de olhar para ela.
Guadalupe se vira com cuidado na cama.Mas não sente dor alguma na perna.Intrigada resolve dar uma olhada no machucado.Lentamente afasta o lençol e olha o local.Apalpa com muito cuidado.
-Ué? Não estou sentindo dor ....que estranho,até Valkíria me colocar este remédio eu estava que não agüentava de dor e agora, nada mais?
Os minutos passam e ela acordada.Seus pensamentos estão em Valkíria.Todo seu corpo está ansioso.Treme de desejos.
Sempre soube sua paixão por mulheres,mas até agora não tivera a oportunidade de ter um contato direto com uma.Nas noites frias de inverno ,ela sozinha em sua cama , rolava de desejos de ter este contato.Por isso procurava tudo relacionado ao assunto .Passava suas horas livres,nas madrugadas,navegando pela internet.É sempre uma busca por alguém.
Chats,bate-papos,mensager,gmail....tudo que podia lhe facilitar para encontrar alguém....mas com o passar dos dias só encontrara pessoas falsas.Por duas vezes marcara encontro com meninas que conhecera em bate-papos.Frustrada ficou.Pois era tudo mentira.As meninas não eram aquilo que se diziam ser.Por isso jurara não mais procurar a tão sonhada companheira pela internet.
E fora através de um email que recebera de uma delas ,a mais insistente ,que seu irmão descobrira suas preferências sexuais.Mas para seu alívio ele não ligou nem um pouco.Eram companheiros para tudo.Ele leu e só resmungou:
-Nem quero ver quando mamãe descobrir isso.Esta tal de Cindy diz que te ama e quer ser sua namorada.Já imaginou ela chegando lá em casa e dizendo isso para a mamãe?
Ele, na época, dera uma risada, imaginando a cena.
E agora ela está tendo a oportunidade de conhecer pessoalmente o seu sonho. E não sabia o que fazer.
-Ela pode ficar zangada se eu falar algo sobre isso ...toda mulher que não é, fica assim.Mas e eu? Como fico? Vou embora e não me abro? Vou perder esta oportunidade?Será que se eu contasse o que sinto ...ela me entenderia? Ou será que não?
Não consegue ficar na cama.
-“Droga....parece que a cama está cheia de caroços....está me dando uma dor nas costas....acho que não vai fazer mal se eu andar só um pouquinho...”
Guadalupe se levanta bem devagar.Vai experimentando se não sentiria dor.Ao ver que nada mais sentia se arrisca e se levanta e sai da cama ,de vez.
Dá uns passos pelo quarto.Vai até ao imenso espelho que ficava perto da porta de comunicação.
Penteia os cabelos com uma escova que achara na pia do banheiro.Se olha bem e nota que está com profundas olheiras.
-Nossa....estou horrível.
Guadalupe chega perto da porta de comunicação e se recosta com a testa nela.Está pensando e imaginando como está Valkíria ,neste instante:
-“Será que já está deitada? Com que roupa ela dorme?Ou estará naquela imensa banheira?Ah! Como gostaria de estar lá com ela....cobrindo-a de beijos....
No quarto a situação de Valkíria é de apreensão.Não está gostando do que está sentindo...
-“Não quero o passado de volta....”
Ela sente uma opressão no peito.As lembranças não a deixam dormir...tem os pensamentos atormentados e meio perdidos...não consegue raciocinar direito....tudo lhe vem meio nebuloso....
Toma um copo de leite morno.Aos poucos adormece...
Já é madrugada....o relógio marca a primeira hora do dia....
Um sonho....um pesadelo.... sua vida passada lhe vem a mente ....seu subconsciente começa a lhe mostrar coisas e pessoas ...que já perdera....
Um adeus.....
-Por favor! Volta! Eu te amo.....
O grito que dera no sonho agitado, a acorda.
Suando muito ,ela se senta na cama.Tem os olhos úmidos de chorar....um choro dolorido ...um choro por algo ....do passado.
-Um pesadelo....fiquei com medo.Não quero voltar ao que era...não quero mais ser como antes...
Valkíria se levanta e vai procurar nas gavetas um medicamento que sua tia lhe tinha dado já há algum tempo.
Olha para ele:
-Será que já perdeu a validade? Ela me deu já há muito...não sei se vai fazer efeito...
Ela fica andando no quarto.Está agitada,pois já se imaginava livre de tudo que agora retorna.Os últimos acontecimentos fizeram sua memória voltar ao que mais detestava. Principalmente o motivo que a fez se refugiar na fazenda do pai.
-Não posso mais pensar nisso....não vale a pena...preciso esquecer...preciso.Bate na parede com raiva.
Ela vai até a pia do banheiro .Ali enche um copo com a água que estava em uma garrafa.Toma o medicamento.
Volta para o quarto e sua ansiedade é maior.Inquieta , começa a andar de um lado para o outro .Passa a mão nos cabelos, como se assim espantasse os pensamentos que teimavam em lhe trazer o seu passado:
-Você .... não consigo te esquecer.A eternidade me devora.Tenho o peito rasgado de saudades...como ter saudades de alguém que mora dentro de meu peito?Em ti descobri tudo.Deste-me tranqüilidade paz ao meu espírito.Adorava estar contigo...amei-te perdidamente....porque?Agora eu aqui...sem você...chego a sentir o teu cheiro na sua ausência....procuro os teus espaços vazios.
Sonhos.... realidade...saudade constante....um amor eterno....
Valkíria não consegue parar de pensar.Se desespera .No seu desespero se lembra de Guadalupe.Em suas noites de delírio , sempre se sentia perdida.Hoje não está sendo diferente.
Vai até a porta de comunicação entre os quartos.
-Vou ver como ela está....Não!Deve estar dormindo.
Se recosta na porta .Passa as mãos lentamente por ela como se acariciasse alguém muito amado.
-Sinto tua falta,tu fostes o sonho mais perfeito...o mais sonhado.
De seus olhos descem lágrimas....
-Porque ? Porque me abandonou? Me deixando assim?Cansei de chorar...já me vesti de coragem mas vivo nas trevas da escravidão.
Porque agora volta tudo isso? Já tinha me esquecido de você...não quero mais lembrar de você.
Lupe? Foi ela quem me fez lembrar de você....mas é uma criança ... não tenho este direito de ver nela, a sua presença.Mas foi ela....me faz renascer esta paixão que estava adormecida.Ela me fez lembrar de você...minha vida ....minha força...eu não sei mais caminhar sem você.
Valkíria parada em frente à porta ; tem vontade de sentir de novo o perfume que sentira nos cabelos de Guadalupe....era o mesmo que já sentira por anos em outros cabelos.
-Eu preciso....eu quero...necessito.
Mas o bom senso ainda predomina em sua cabeça? Ou é o medicamento que tomara que está fazendo efeito? É o mesmo que tomara por anos ....para esquecer....para se acalmar...para voltar a viver...
-Não! Não posso fazer isso.Ela está me atormentando....sua presença está me magoando...pois estou sentindo o mesmo que sentia quando te conheci,ela me atrai...ela precisa ir embora.Amanhã!
-Espera,espera.Onde pensa que vai?
Guadalupe olha apreensiva para ela e sem graça :
-Eu...só quero ir ao banheiro...
-Eu te ajudo.Nada de forçar a perna.
Valkíria a ajuda a se levantar,pegando-a pelos braços e colocando o seu ao redor de sua cintura.
Guadalupe ao sentir o calor dos braços, em sua cintura,sente um arrepio em sua coluna e começa a suar.
O contato a deixa com as pernas bambas.Não consegue sair do lugar,pois seu coração dispara no peito.Sente um enorme prazer.E uma vontade ,também enorme de passar seu braço em volta do corpo de Valkíria,mas fica sem ação.
-Viu só? Nem consegue se mexer.Vamos devagar.
-Não se preocupe...
-Como não?Você é teimosa menina.Quando quiser se levantar peça ajuda ,nada de forçar a perna.
-Pedirei sim...
-Você é de falar pouco não?Valkíria a leva até ao banheiro :
-Consegue se virar sozinha ? Ou preciso te ajudar mais?
-Não! Eu me viro.
-Fico te esperando aqui.Olha .Tem tudo aí ,escovas e creme de dental .É para você.
Guadalupe escova os dentes e se recosta na pia.Coloca as mãos no peito ,na altura do coração:
-Meu Deus! Nunca tinha me sentido assim...só dela se encostar em mim eu derreti...que delicia...que vontade de agarrar ela ali no quarto.Nossa! Já imaginou isso? Ela iria me jogar lá fora na mesma hora.Está sendo tão bondosa e eu aqui imaginando bobagens com ela.Que corpo lindo.Braços...boca...ah! Só eu mesma,para estar me imaginando com ela ...em uma cama...também quem mandou ser tão bonita e ...Pare Lupe,pare.Tire ela do pensamento.
Sai do banheiro ,com o coração ainda acelerado e Valkíria que a esperava:
-Tudo bem? Agora vamos para a cama.
-Vamos?
-“Ai.Bem que podia ser de verdade....eu e ela ..
-Claro! Ou acha que vai ficar andando a noite toda?Os curativos devem ficar firmes na perna.Vai ver só.Amanhã ele já estará começando a cicatrizar.
-Mas ...
-Nada de mas.Seja uma menina obediente.
-Não sou uma menina.Já tenho idade suficiente .
-Já? Desculpe,quantos anos você tem?
-Já fiz 22.Não sou mais uma criança.Pare de me tratar como se fosse.
-Desculpa...moça.Mas está doente e eu a trato sim,como uma criança....que é ainda.
-Mas...já disse.
-Eu sei,eu sei... vamos?
Valkíria a coloca na cama e antes de cobri-la olha para os curativos,ajeitando-os.Depois a cobre e para espanto de Guadalupe e para aumentar mais sua fúria,dá-lhe um beijo na testa carinhosamente:
-Boa noite ... anjo.Durma bem....menina.....moça.
-Boa noite....Guadalupe fala com a boca embaixo do lençol.
Mas quando Valkíria já estava quase na porta do quarto e pronta para sair:
-Obrigada...Valkíria.Boa noite.
Valkíria lhe dá um meio sorriso e diz:
-De nada ....e sai fechando a porta.Deixando uma Guadalupe cada vez mais com os sentimentos se aprofundando em algo que sempre sonhou ...amar uma mulher ....só que agora ... ao vivo e não só pela internet.
-Eu que sempre sonhei em ter uma mulher ao meu lado ,idealizei uma em meus sonhos...e logo ela me aparece? Que devo fazer? Não posso deixá-la perceber isso.Pode ficar zangada.Nem imagina que estou assim....apaixonando-me por ela.Também ...quem mandou ser tão chamativa?Tremo só de olhar para ela.
Guadalupe se vira com cuidado na cama.Mas não sente dor alguma na perna.Intrigada resolve dar uma olhada no machucado.Lentamente afasta o lençol e olha o local.Apalpa com muito cuidado.
-Ué? Não estou sentindo dor ....que estranho,até Valkíria me colocar este remédio eu estava que não agüentava de dor e agora, nada mais?
Os minutos passam e ela acordada.Seus pensamentos estão em Valkíria.Todo seu corpo está ansioso.Treme de desejos.
Sempre soube sua paixão por mulheres,mas até agora não tivera a oportunidade de ter um contato direto com uma.Nas noites frias de inverno ,ela sozinha em sua cama , rolava de desejos de ter este contato.Por isso procurava tudo relacionado ao assunto .Passava suas horas livres,nas madrugadas,navegando pela internet.É sempre uma busca por alguém.
Chats,bate-papos,mensager,gmail....tudo que podia lhe facilitar para encontrar alguém....mas com o passar dos dias só encontrara pessoas falsas.Por duas vezes marcara encontro com meninas que conhecera em bate-papos.Frustrada ficou.Pois era tudo mentira.As meninas não eram aquilo que se diziam ser.Por isso jurara não mais procurar a tão sonhada companheira pela internet.
E fora através de um email que recebera de uma delas ,a mais insistente ,que seu irmão descobrira suas preferências sexuais.Mas para seu alívio ele não ligou nem um pouco.Eram companheiros para tudo.Ele leu e só resmungou:
-Nem quero ver quando mamãe descobrir isso.Esta tal de Cindy diz que te ama e quer ser sua namorada.Já imaginou ela chegando lá em casa e dizendo isso para a mamãe?
Ele, na época, dera uma risada, imaginando a cena.
E agora ela está tendo a oportunidade de conhecer pessoalmente o seu sonho. E não sabia o que fazer.
-Ela pode ficar zangada se eu falar algo sobre isso ...toda mulher que não é, fica assim.Mas e eu? Como fico? Vou embora e não me abro? Vou perder esta oportunidade?Será que se eu contasse o que sinto ...ela me entenderia? Ou será que não?
Não consegue ficar na cama.
-“Droga....parece que a cama está cheia de caroços....está me dando uma dor nas costas....acho que não vai fazer mal se eu andar só um pouquinho...”
Guadalupe se levanta bem devagar.Vai experimentando se não sentiria dor.Ao ver que nada mais sentia se arrisca e se levanta e sai da cama ,de vez.
Dá uns passos pelo quarto.Vai até ao imenso espelho que ficava perto da porta de comunicação.
Penteia os cabelos com uma escova que achara na pia do banheiro.Se olha bem e nota que está com profundas olheiras.
-Nossa....estou horrível.
Guadalupe chega perto da porta de comunicação e se recosta com a testa nela.Está pensando e imaginando como está Valkíria ,neste instante:
-“Será que já está deitada? Com que roupa ela dorme?Ou estará naquela imensa banheira?Ah! Como gostaria de estar lá com ela....cobrindo-a de beijos....
No quarto a situação de Valkíria é de apreensão.Não está gostando do que está sentindo...
-“Não quero o passado de volta....”
Ela sente uma opressão no peito.As lembranças não a deixam dormir...tem os pensamentos atormentados e meio perdidos...não consegue raciocinar direito....tudo lhe vem meio nebuloso....
Toma um copo de leite morno.Aos poucos adormece...
Já é madrugada....o relógio marca a primeira hora do dia....
Um sonho....um pesadelo.... sua vida passada lhe vem a mente ....seu subconsciente começa a lhe mostrar coisas e pessoas ...que já perdera....
Um adeus.....
-Por favor! Volta! Eu te amo.....
O grito que dera no sonho agitado, a acorda.
Suando muito ,ela se senta na cama.Tem os olhos úmidos de chorar....um choro dolorido ...um choro por algo ....do passado.
-Um pesadelo....fiquei com medo.Não quero voltar ao que era...não quero mais ser como antes...
Valkíria se levanta e vai procurar nas gavetas um medicamento que sua tia lhe tinha dado já há algum tempo.
Olha para ele:
-Será que já perdeu a validade? Ela me deu já há muito...não sei se vai fazer efeito...
Ela fica andando no quarto.Está agitada,pois já se imaginava livre de tudo que agora retorna.Os últimos acontecimentos fizeram sua memória voltar ao que mais detestava. Principalmente o motivo que a fez se refugiar na fazenda do pai.
-Não posso mais pensar nisso....não vale a pena...preciso esquecer...preciso.Bate na parede com raiva.
Ela vai até a pia do banheiro .Ali enche um copo com a água que estava em uma garrafa.Toma o medicamento.
Volta para o quarto e sua ansiedade é maior.Inquieta , começa a andar de um lado para o outro .Passa a mão nos cabelos, como se assim espantasse os pensamentos que teimavam em lhe trazer o seu passado:
-Você .... não consigo te esquecer.A eternidade me devora.Tenho o peito rasgado de saudades...como ter saudades de alguém que mora dentro de meu peito?Em ti descobri tudo.Deste-me tranqüilidade paz ao meu espírito.Adorava estar contigo...amei-te perdidamente....porque?Agora eu aqui...sem você...chego a sentir o teu cheiro na sua ausência....procuro os teus espaços vazios.
Sonhos.... realidade...saudade constante....um amor eterno....
Valkíria não consegue parar de pensar.Se desespera .No seu desespero se lembra de Guadalupe.Em suas noites de delírio , sempre se sentia perdida.Hoje não está sendo diferente.
Vai até a porta de comunicação entre os quartos.
-Vou ver como ela está....Não!Deve estar dormindo.
Se recosta na porta .Passa as mãos lentamente por ela como se acariciasse alguém muito amado.
-Sinto tua falta,tu fostes o sonho mais perfeito...o mais sonhado.
De seus olhos descem lágrimas....
-Porque ? Porque me abandonou? Me deixando assim?Cansei de chorar...já me vesti de coragem mas vivo nas trevas da escravidão.
Porque agora volta tudo isso? Já tinha me esquecido de você...não quero mais lembrar de você.
Lupe? Foi ela quem me fez lembrar de você....mas é uma criança ... não tenho este direito de ver nela, a sua presença.Mas foi ela....me faz renascer esta paixão que estava adormecida.Ela me fez lembrar de você...minha vida ....minha força...eu não sei mais caminhar sem você.
Valkíria parada em frente à porta ; tem vontade de sentir de novo o perfume que sentira nos cabelos de Guadalupe....era o mesmo que já sentira por anos em outros cabelos.
-Eu preciso....eu quero...necessito.
Mas o bom senso ainda predomina em sua cabeça? Ou é o medicamento que tomara que está fazendo efeito? É o mesmo que tomara por anos ....para esquecer....para se acalmar...para voltar a viver...
-Não! Não posso fazer isso.Ela está me atormentando....sua presença está me magoando...pois estou sentindo o mesmo que sentia quando te conheci,ela me atrai...ela precisa ir embora.Amanhã!
Capítulo 23 . Dia
[23/06/2011]
Ao dizer isso, ela escuta um gemido ,do outro lado da porta.
Pois no mesmo instante em que Valkíria falava isso ,Guadalupe relara a perna machucada no móvel ao lado da porta.Ao sentir dor , se recosta na porta e geme...mas é uma dor diferente...como se alguém lhe arrancasse algo de dentro de si.
-Aí....que dor....
Olha para a perna e vê um filete de sangue, a descer lentamente do machucado.
-Droga...estou sangrando de novo e ....céus não consigo me mexer ...a perna não me obedece...o que está acontecendo?Sinto uma dormência nas pernas...e...estou ficando tonta...acho que....
Não conclui o pensamento...... cai desmaiada e leva consigo o pequeno móvel de canto do quarto.
O ruído de seu tombo, faz com que Valkíria se assuste do outro lado da porta.
-O que aconteceu? Eu escutei um gemido e agora este barulho.Será que ela está bem?
Abre a porta e se depara com Guadalupe bem em frente à ela.Caída ao chão ....o móvel ao seu lado ...
-Deus! O que houve?
Se abaixa para ajudá-la a se levantar ,quando nota que está desmaiada.
-Hum....se levantou ...falei para ficar na cama ...o medicamento de titia está funcionando....
A leva, nos braços, com todo cuidado ,de volta à cama.Depois de olhar o machucado e estancar o sangue, ela a cobre .
Vai se levantar, quando seus olhos são atraídos pelos seios que aparecem meio ocultos pela camisola.Muito lentamente afasta o tecido fino de cima deles.
Desnudando a parte que a atraía .... fica um tempo observando os seios perfeitos...não se controlando ela passa as mãos ao seu redor...e lentamente atraída como um imã ,beija-os com suavidade.Passa a língua ao redor do biquinho rosado que está ali como se oferecendo aos seus carinhos.
Vai subindo aos poucos a boca até chegar ao pescoço e ali fica cheirando o delicioso perfume que o corpo ainda lhe proporciona....mas se levanta rápido ao sentir que o perfume é outro.....
Se levanta nervosa e mais agitada....
-O que estou fazendo?
Vai até a pia e molha a toalha e com ela lava o rosto de Guadalupe.
Esta volta do desmaio aos poucos ...meio sonolenta...pelo efeito do medicamento...
-O que houve? Ela consegue vislumbrar o rosto de Valkíria ,meio enevoado.
-Menina teimosa.... a voz desta sai ,meio rouca...ainda sente o gosto da pele quente em seus lábios...você se levantou...e não podia fazer isso...o medicamento é um poderoso cicatrizante e provoca sonolência e dormência.
-Por isso é que não consegui me mexer?
-Sim...mas o que fazia em pé?
Valkíria olha para a porta ....fora ali que a encontrara....
-Estava precisando de mim?
-De você? Porque me pergunta isso?
-Ora te encontrei lá perto da porta que se comunica com meu quarto.Ia lá ,não ia?
-Não sei....eu não me lembro....
Guadalupe não sabia como se justificar .
-Não se levante mais ,ouviu ? Só assim o curativo vai fazer efeito.
-Você não me disse nada sobre estes efeitos.
-Mas disse para não se levantar.
-Não agüento mais ficar deitada.Estou com dor nas costas.
-Bem se quiser pode ficar recostada na cama.Mas só um pouco.Quer?
-Sim eu gostaria ...um pouquinho só.
-Certo,vou colocar mais um travesseiro em suas costas .
Valkíria vai até ao armário e pega um travesseiro.
-Vem,vou te ajudar.
No movimento feito para se sentar ,Guadalupe deixa a camisola subir pelas suas pernas,ficando exposto o resto do corpo.
E ela nota o olhar que receberam dos olhos esverdeados.Estes não pararam nelas ,foram subindo pelo seu corpo até chegarem aos seus olhos.Foi uma surpresa agradável para seu coração.
Valkíria sente a garganta ficar seca....fica olhando aqueles olhos negros profundos como um poço ....uma noite sem lua....mas que tinham um que ....perigoso... como um imã....seus olhos se afastam deles e se fixam na boca....
Dá um suspiro :
-Bem ...vamos dormir....se precisar é só me chamar ....vou deixar a porta aberta.
Se levanta e sai do quarto .Vai direto para seu banheiro. Ali de portas fechadas se recosta nela...
-Deus! Não pode ser.Isso não pode estar acontecendo comigo.Ela é uma criança....linda ,muito linda....me deixando maluca. Preciso tirá-la de meus pensamentos e de minha vida antes que seja tarde.
No quarto ,Guadalupe fica estática por um longo tempo:
-Ela me devorou com os olhos ? Ou foi só minha imaginação?Mas ela me olhou tanto...
Recostada na cama ela fica se lembrando de tudo que até agora lhe aconteceu...
-Não....ela não se insinuou nem um minuto.Sou eu que estou com estas bobagens na cabeça.Preciso ter mais cuidado.Não quero que ela fique brava comigo.Está nos recebendo muito bem,mesmo depois de tudo que eu fiz.Quando será que vai tocar no assunto?Ainda não perguntou quem somos.
Na madrugada ,as duas conseguem enfim sossegar e dormir.
Foram três dias e três noites deste contínuo cuidado.Valkíria a levava para o banho,a colocava na cama.O almoço fazia com os dois no quarto.Na terceira noite, ela consegue dormir a noite toda.Valkíria não precisou ir na madrugada ajudá-la.
Nestes dias e noites sempre havia uma troca de olhares ,e Guadalupe cada dia ia ficando mais e mais encantada com Valkíria.Ao ponto de ficar esperando sua vinda com impaciência.Valkíria ao notar o que estava acontecendo , pois sentia o coração acelerar muito quando estava perto de Guadalupe,resolve ficar um pouco mais distante.Por isso não vai ao seu quarto na madrugada.
Pois no mesmo instante em que Valkíria falava isso ,Guadalupe relara a perna machucada no móvel ao lado da porta.Ao sentir dor , se recosta na porta e geme...mas é uma dor diferente...como se alguém lhe arrancasse algo de dentro de si.
-Aí....que dor....
Olha para a perna e vê um filete de sangue, a descer lentamente do machucado.
-Droga...estou sangrando de novo e ....céus não consigo me mexer ...a perna não me obedece...o que está acontecendo?Sinto uma dormência nas pernas...e...estou ficando tonta...acho que....
Não conclui o pensamento...... cai desmaiada e leva consigo o pequeno móvel de canto do quarto.
O ruído de seu tombo, faz com que Valkíria se assuste do outro lado da porta.
-O que aconteceu? Eu escutei um gemido e agora este barulho.Será que ela está bem?
Abre a porta e se depara com Guadalupe bem em frente à ela.Caída ao chão ....o móvel ao seu lado ...
-Deus! O que houve?
Se abaixa para ajudá-la a se levantar ,quando nota que está desmaiada.
-Hum....se levantou ...falei para ficar na cama ...o medicamento de titia está funcionando....
A leva, nos braços, com todo cuidado ,de volta à cama.Depois de olhar o machucado e estancar o sangue, ela a cobre .
Vai se levantar, quando seus olhos são atraídos pelos seios que aparecem meio ocultos pela camisola.Muito lentamente afasta o tecido fino de cima deles.
Desnudando a parte que a atraía .... fica um tempo observando os seios perfeitos...não se controlando ela passa as mãos ao seu redor...e lentamente atraída como um imã ,beija-os com suavidade.Passa a língua ao redor do biquinho rosado que está ali como se oferecendo aos seus carinhos.
Vai subindo aos poucos a boca até chegar ao pescoço e ali fica cheirando o delicioso perfume que o corpo ainda lhe proporciona....mas se levanta rápido ao sentir que o perfume é outro.....
Se levanta nervosa e mais agitada....
-O que estou fazendo?
Vai até a pia e molha a toalha e com ela lava o rosto de Guadalupe.
Esta volta do desmaio aos poucos ...meio sonolenta...pelo efeito do medicamento...
-O que houve? Ela consegue vislumbrar o rosto de Valkíria ,meio enevoado.
-Menina teimosa.... a voz desta sai ,meio rouca...ainda sente o gosto da pele quente em seus lábios...você se levantou...e não podia fazer isso...o medicamento é um poderoso cicatrizante e provoca sonolência e dormência.
-Por isso é que não consegui me mexer?
-Sim...mas o que fazia em pé?
Valkíria olha para a porta ....fora ali que a encontrara....
-Estava precisando de mim?
-De você? Porque me pergunta isso?
-Ora te encontrei lá perto da porta que se comunica com meu quarto.Ia lá ,não ia?
-Não sei....eu não me lembro....
Guadalupe não sabia como se justificar .
-Não se levante mais ,ouviu ? Só assim o curativo vai fazer efeito.
-Você não me disse nada sobre estes efeitos.
-Mas disse para não se levantar.
-Não agüento mais ficar deitada.Estou com dor nas costas.
-Bem se quiser pode ficar recostada na cama.Mas só um pouco.Quer?
-Sim eu gostaria ...um pouquinho só.
-Certo,vou colocar mais um travesseiro em suas costas .
Valkíria vai até ao armário e pega um travesseiro.
-Vem,vou te ajudar.
No movimento feito para se sentar ,Guadalupe deixa a camisola subir pelas suas pernas,ficando exposto o resto do corpo.
E ela nota o olhar que receberam dos olhos esverdeados.Estes não pararam nelas ,foram subindo pelo seu corpo até chegarem aos seus olhos.Foi uma surpresa agradável para seu coração.
Valkíria sente a garganta ficar seca....fica olhando aqueles olhos negros profundos como um poço ....uma noite sem lua....mas que tinham um que ....perigoso... como um imã....seus olhos se afastam deles e se fixam na boca....
Dá um suspiro :
-Bem ...vamos dormir....se precisar é só me chamar ....vou deixar a porta aberta.
Se levanta e sai do quarto .Vai direto para seu banheiro. Ali de portas fechadas se recosta nela...
-Deus! Não pode ser.Isso não pode estar acontecendo comigo.Ela é uma criança....linda ,muito linda....me deixando maluca. Preciso tirá-la de meus pensamentos e de minha vida antes que seja tarde.
No quarto ,Guadalupe fica estática por um longo tempo:
-Ela me devorou com os olhos ? Ou foi só minha imaginação?Mas ela me olhou tanto...
Recostada na cama ela fica se lembrando de tudo que até agora lhe aconteceu...
-Não....ela não se insinuou nem um minuto.Sou eu que estou com estas bobagens na cabeça.Preciso ter mais cuidado.Não quero que ela fique brava comigo.Está nos recebendo muito bem,mesmo depois de tudo que eu fiz.Quando será que vai tocar no assunto?Ainda não perguntou quem somos.
Na madrugada ,as duas conseguem enfim sossegar e dormir.
Foram três dias e três noites deste contínuo cuidado.Valkíria a levava para o banho,a colocava na cama.O almoço fazia com os dois no quarto.Na terceira noite, ela consegue dormir a noite toda.Valkíria não precisou ir na madrugada ajudá-la.
Nestes dias e noites sempre havia uma troca de olhares ,e Guadalupe cada dia ia ficando mais e mais encantada com Valkíria.Ao ponto de ficar esperando sua vinda com impaciência.Valkíria ao notar o que estava acontecendo , pois sentia o coração acelerar muito quando estava perto de Guadalupe,resolve ficar um pouco mais distante.Por isso não vai ao seu quarto na madrugada.
Quando amanhece o dia ,quem vem olhar por ela, é Jussara.
-Bom dia ! Diz entrando no quarto, com uma bandeja de café ,nas mãos.
-Bom dia preguiçosa,fala seu irmão que vinha junto.Dormiu bem?
-Olá ,bom dia .Sim, dormi bem.
Ela olha apressada para a porta de comunicação ,mas para sua decepção se encontra fechada.
-“Será que já acordou? É provável...a porta está fechada...”
-Bem vamos dar uma olhada no machucado e tomar o café.
Jussara olha o local da ferida :
-Nossa! Este medicamento é bom mesmo.Já está fechando o lugar.Sente dor?
-Dor? Guadalupe apalpa o local.Não,não mais.
-Então depois de tomar seu café poderá dar umas voltas .Só algumas mais nada.Volto daqui a pouco.
Ela coloca o café na mesa e sai.
Pablito corre até a cama da irmã:
-Bom dia ! Diz entrando no quarto, com uma bandeja de café ,nas mãos.
-Bom dia preguiçosa,fala seu irmão que vinha junto.Dormiu bem?
-Olá ,bom dia .Sim, dormi bem.
Ela olha apressada para a porta de comunicação ,mas para sua decepção se encontra fechada.
-“Será que já acordou? É provável...a porta está fechada...”
-Bem vamos dar uma olhada no machucado e tomar o café.
Jussara olha o local da ferida :
-Nossa! Este medicamento é bom mesmo.Já está fechando o lugar.Sente dor?
-Dor? Guadalupe apalpa o local.Não,não mais.
-Então depois de tomar seu café poderá dar umas voltas .Só algumas mais nada.Volto daqui a pouco.
Ela coloca o café na mesa e sai.
Pablito corre até a cama da irmã:
-Lupe! Você precisa ver o jardim da casa.É lindo.Está repleto de rosas do jeito que você gosta.
-Rosas? Aqui no meio da floresta ? Como é possível?
-Eu disse a mesma coisa ,mas dona Valkíria me disse que é o tipo da terra.
-Você se encontrou com ela? Onde ?Guadalupe fica curiosa.
-Lá no jardim.Eu fui andar por lá e a vi plantando umas mudas.Me disse que se você quiser é para passear por lá.Disse mais alguma coisa sobre o poder das flores mas eu não entendi bem o que ela queria dizer .Lupe ,tudo aqui é tão bonito...gostaria de ficar aqui por toda as minhas férias.Ela tem cavalos ...muitos animais.A Jussara me disse de uma mulher que mora lá no meio da selva .Ela toma conta de uma espécie de refúgio para animais.Me falou que o lugar é encantado,habitado por duendes e fadas.Tem uma cachoeira que cura todos os males.E essa mulher faz remédios e perfumes.
-Tudo isso? Guadalupe riu do entusiasmo do irmão.Esta mulher não seria uma bruxa por um acaso?
Guadalupe se lembrou da conversa sobre a bruxa e agora tem certeza que não era fantasia.Era real.Se Jussara falara em santuário e animais ,medicamentos....a tal bruxa também existia.Ficou tentada a perguntar onde ficava este lugar.
-Sabe onde é este tão falado refúgio dos animais?
-Ela o chama de santuário dos animais.É proibido a entrada de acordo com a Jussara.Mas pelo que entendi o caminho é lá por trás daqueles galpões que parecem minas abandonadas.
-Por lá? E ela não disse nada sobre estas minas?
-Sim me disse que foi o começo da riqueza do pai de dona Valkíria.Parece que ele descobriu prata e ficou rico.E fez esta casa aqui .
-Ficou rico e fez uma casa como esta no meio do mato....
-Eu gosto ... a gente fica mais à vontade.
-Eu prefiro voltar para meu apartamento e minhas aulas de música....ainda mais agora que estava pleiteando uma vaga no conservatório que sempre sonhei entrar.
-Mas Lupe....você já sabe tocar música...já está conhecida...porque tanto empenho para entrar em um conservatório?
-Bobinho....lá eu vou aprender a compor.É o meu sonho.Ser também compositora.Já imaginou? Eu lá na frente da platéia e executando uma obra minha?
-Quer ficar famosa como os mestres?
-Nem tanto....mas quero que fiquem me conhecendo também....
Guadalupe toma o café e logo em seguida se levanta....
Dá uns passos pelo quarto,observada por seu irmão.
-Dói ainda?
Ele nota que ela não parece sentir mais nada.
-Não.Estranho não? Eu fui mordia há tão pouco tempo ...e o machucado foi feio ...mas não sinto mais nada.Ela olha para o machucado, que já tinha outra aparência.
-O medicamento é bom.Logo vai poder andar sossegada.É capaz que nem fique marca...sabe como são estes medicamentos naturais.
-Pablo...você acha que esta mulher é uma bruxa?
-Que mulher? A que mora lá no mato?
-Sim ,ela mesma.
-Não.Bruxas não existem.Deve ser alguma índia velha ,que sabe usar os medicamentos de sua tribo.Papai disse que aqui na floresta tem muito disso.
-Uma hora quero conhecer esta mulher....
-Vamos? Já acabou o café?
-Vamos a onde?
-Lá no jardim ...dona Valkíria está esperando você lá.
-Está? Porque não disse logo?Mas....com que roupa eu vou sair?Você está lindo com estas roupas.....
Guadalupe ri das roupas largas que o irmão usava.
-Dona Meire disse que vai fazer uma bermuda para mim .E dona Valkíria disse que era para você ir lá no quarto dela e pegar alguma roupa que te agrade e sirva.
-Roupa dela? Os olhos de Guadalupe vão direto para a porta de comunicação.Me espera aqui ,vou dar uma olhada.
-Aproveita e na volta me traga umas uvas ...
Sentindo o coração bater muito forte no peito,Guadalupe vai vagarosamente até a porta e entra .
Passa os olhos por todo o quarto e aspira o ar....um perfume suave mas envolvente paira no local,um frescor floral.Se aproxima do enorme guarda roupas e abre uma das portas...abre outra e depois outra...ficando extasiada com as roupas ali existentes...Passa a mão lentamente pelos vestidos...longos... sedas, brocados,bordados....
-O que isso faz aqui no meio do mato?São todos de festa e riquíssimos .Vai olhando um à um...Sua curiosidade vai aumentando aos poucos.
Se assusta com uma mão em seus ombros.Dá um pulo ...
-Calma Lupe,sou eu.
-Pablo.Que susto ! O que veio fazer aqui?
-Ora,você já está tanto tempo aqui que vim ver o que aconteceu.Já achou uma roupa?
-Pablo...olha só para isso...são roupas da alta costura de Milão e de Paris.O que estão fazendo aqui?
-Sei lá.Pergunta ora. Agora ...onde ela guarda as roupas comuns?Deve ser aqui neste outro guarda roupas.
-Outro? Não tinha visto.
Os dois quase que correm para o outro armário.Abrem as portas e Guadalupe pode procurar as roupas que precisa.Escolhe uma calça comprida em algodão na cor branca.Uma camiseta também branca.Calça uma rasteirinha .
-Como fiquei? Ela pergunta ao irmão que agora já está mexendo nas gavetas ...sai daí...não mexa mais em nada ,Pablito.
-Ah! Larga de ser chata Lupe...só estava olhando estas jóias.São lindas.
-Jóias? Quero ver.
Ele abre a gaveta e lá estão em seus devidos lugares ....anéis...pulseiras...brincos....gargantilhas...colares...Várias caixas fechadas ....mais colares e outras jóias.As gavetas eram especiais... divididas para guardar individualmente cada jóia.Todas as gavetas eram protegidas com revestimento de veludo azul.
Os irmãos ficam alguns minutos olhando cada uma e se perguntando.... onde seriam usadas?
Mas depois de um tempo, Guadalupe empurra o irmão para fora do quarto, sob protestos.Quer ver tudo e conhecer tudo ,pois é muito curioso e a casa era um prato cheio para sua cabeça.
-Me leva até ao jardim.Estou curiosa também sobre ele.
Ela segue o irmão pela casa.Vai atenta à tudo.No meio do caminho passam pela sala onde estava Mayka recostada em uma poltrona ,lendo.Quando os viu, sua fisionomia se fecha. Pensa em repreende-los por estar andando pela casa,mas se lembra do que Valkíria lhe dissera logo ao se encontrarem de manhã:
“-Eles têm inteira liberdade .Podem andar por toda a casa .Nada de ficar impedindo ,certo Mayka?”
Por isso , respira fundo e se levanta ,indo ao encontro deles com um sorriso nos lábios:
-Como está hoje ,minha filha? Já melhor?
Mesmo querendo ser agradável, sua voz a denunciava.O mal humor era evidente e sua irritação com as visitas também .Sua aversão era clara.
Guadalupe olha para ela com a testa franzida,pois nota sua animosidade .Mas abre um sorriso.
-Sim, bem melhor dona Mayka.Vou dar uma volta lá no jardim.
-No jardim? O que vai fazer lá?
-Valkíria a convidou para passear por lá ,fala todo contente Pablo.
-Valkíria a convidou? O rancor colocado na frase assustou um pouco Guadalupe,até Pablo notou a mudança na voz de Mayka.Se encolhe ao ouvi-la falando assim ,neste tom.
-Mas ela nunca convidou ninguém para ir lá.Não gosta de estranhos mexendo em suas plantas.
Nesta momento entra Jussara e notando o ambiente estranho e a fisionomia carregada de Mayka,corre em socorro dos irmãos:
-Vamos logo....o dia está bonito e tem de andar para sarar logo... Dona Valkíria já está impaciente .
Mayka olha para ela como se estivesse olhando para um ser asqueroso...torce a boca e voltando a cabeça em evidente desdém , se recosta de novo e não fala mais nada.Mas antes de saírem ,se vira para Jussara:
-Volte aqui logo em seguida.Precisamos conversar.
Jussara,com um sorriso de mofa nos lábios, os leva até ao jardim.Depois de deixá-los ,retorna à sala :
-Quer falar comigo?
-Sim.O que Valkíria falou a respeito destes dois?
-Nada.Que só os levasse até o jardim.Quer ficar na companhia dos dois.
-Companhia? E eu? Não sou mais companhia para ela?
-Não sei .Só perguntando.Mas que ela está feliz com a presença deles ,isso está.Principalmente com a moça.Só fala nela.
-Uma guerrilheira? Eu não acredito que Valkíria está se envolvendo com uma ... asquerosa bandoleira.Ela perdeu o juízo novamente?
-Porque diz isso? Porque novamente?
-Rosas? Aqui no meio da floresta ? Como é possível?
-Eu disse a mesma coisa ,mas dona Valkíria me disse que é o tipo da terra.
-Você se encontrou com ela? Onde ?Guadalupe fica curiosa.
-Lá no jardim.Eu fui andar por lá e a vi plantando umas mudas.Me disse que se você quiser é para passear por lá.Disse mais alguma coisa sobre o poder das flores mas eu não entendi bem o que ela queria dizer .Lupe ,tudo aqui é tão bonito...gostaria de ficar aqui por toda as minhas férias.Ela tem cavalos ...muitos animais.A Jussara me disse de uma mulher que mora lá no meio da selva .Ela toma conta de uma espécie de refúgio para animais.Me falou que o lugar é encantado,habitado por duendes e fadas.Tem uma cachoeira que cura todos os males.E essa mulher faz remédios e perfumes.
-Tudo isso? Guadalupe riu do entusiasmo do irmão.Esta mulher não seria uma bruxa por um acaso?
Guadalupe se lembrou da conversa sobre a bruxa e agora tem certeza que não era fantasia.Era real.Se Jussara falara em santuário e animais ,medicamentos....a tal bruxa também existia.Ficou tentada a perguntar onde ficava este lugar.
-Sabe onde é este tão falado refúgio dos animais?
-Ela o chama de santuário dos animais.É proibido a entrada de acordo com a Jussara.Mas pelo que entendi o caminho é lá por trás daqueles galpões que parecem minas abandonadas.
-Por lá? E ela não disse nada sobre estas minas?
-Sim me disse que foi o começo da riqueza do pai de dona Valkíria.Parece que ele descobriu prata e ficou rico.E fez esta casa aqui .
-Ficou rico e fez uma casa como esta no meio do mato....
-Eu gosto ... a gente fica mais à vontade.
-Eu prefiro voltar para meu apartamento e minhas aulas de música....ainda mais agora que estava pleiteando uma vaga no conservatório que sempre sonhei entrar.
-Mas Lupe....você já sabe tocar música...já está conhecida...porque tanto empenho para entrar em um conservatório?
-Bobinho....lá eu vou aprender a compor.É o meu sonho.Ser também compositora.Já imaginou? Eu lá na frente da platéia e executando uma obra minha?
-Quer ficar famosa como os mestres?
-Nem tanto....mas quero que fiquem me conhecendo também....
Guadalupe toma o café e logo em seguida se levanta....
Dá uns passos pelo quarto,observada por seu irmão.
-Dói ainda?
Ele nota que ela não parece sentir mais nada.
-Não.Estranho não? Eu fui mordia há tão pouco tempo ...e o machucado foi feio ...mas não sinto mais nada.Ela olha para o machucado, que já tinha outra aparência.
-O medicamento é bom.Logo vai poder andar sossegada.É capaz que nem fique marca...sabe como são estes medicamentos naturais.
-Pablo...você acha que esta mulher é uma bruxa?
-Que mulher? A que mora lá no mato?
-Sim ,ela mesma.
-Não.Bruxas não existem.Deve ser alguma índia velha ,que sabe usar os medicamentos de sua tribo.Papai disse que aqui na floresta tem muito disso.
-Uma hora quero conhecer esta mulher....
-Vamos? Já acabou o café?
-Vamos a onde?
-Lá no jardim ...dona Valkíria está esperando você lá.
-Está? Porque não disse logo?Mas....com que roupa eu vou sair?Você está lindo com estas roupas.....
Guadalupe ri das roupas largas que o irmão usava.
-Dona Meire disse que vai fazer uma bermuda para mim .E dona Valkíria disse que era para você ir lá no quarto dela e pegar alguma roupa que te agrade e sirva.
-Roupa dela? Os olhos de Guadalupe vão direto para a porta de comunicação.Me espera aqui ,vou dar uma olhada.
-Aproveita e na volta me traga umas uvas ...
Sentindo o coração bater muito forte no peito,Guadalupe vai vagarosamente até a porta e entra .
Passa os olhos por todo o quarto e aspira o ar....um perfume suave mas envolvente paira no local,um frescor floral.Se aproxima do enorme guarda roupas e abre uma das portas...abre outra e depois outra...ficando extasiada com as roupas ali existentes...Passa a mão lentamente pelos vestidos...longos... sedas, brocados,bordados....
-O que isso faz aqui no meio do mato?São todos de festa e riquíssimos .Vai olhando um à um...Sua curiosidade vai aumentando aos poucos.
Se assusta com uma mão em seus ombros.Dá um pulo ...
-Calma Lupe,sou eu.
-Pablo.Que susto ! O que veio fazer aqui?
-Ora,você já está tanto tempo aqui que vim ver o que aconteceu.Já achou uma roupa?
-Pablo...olha só para isso...são roupas da alta costura de Milão e de Paris.O que estão fazendo aqui?
-Sei lá.Pergunta ora. Agora ...onde ela guarda as roupas comuns?Deve ser aqui neste outro guarda roupas.
-Outro? Não tinha visto.
Os dois quase que correm para o outro armário.Abrem as portas e Guadalupe pode procurar as roupas que precisa.Escolhe uma calça comprida em algodão na cor branca.Uma camiseta também branca.Calça uma rasteirinha .
-Como fiquei? Ela pergunta ao irmão que agora já está mexendo nas gavetas ...sai daí...não mexa mais em nada ,Pablito.
-Ah! Larga de ser chata Lupe...só estava olhando estas jóias.São lindas.
-Jóias? Quero ver.
Ele abre a gaveta e lá estão em seus devidos lugares ....anéis...pulseiras...brincos....gargantilhas...colares...Várias caixas fechadas ....mais colares e outras jóias.As gavetas eram especiais... divididas para guardar individualmente cada jóia.Todas as gavetas eram protegidas com revestimento de veludo azul.
Os irmãos ficam alguns minutos olhando cada uma e se perguntando.... onde seriam usadas?
Mas depois de um tempo, Guadalupe empurra o irmão para fora do quarto, sob protestos.Quer ver tudo e conhecer tudo ,pois é muito curioso e a casa era um prato cheio para sua cabeça.
-Me leva até ao jardim.Estou curiosa também sobre ele.
Ela segue o irmão pela casa.Vai atenta à tudo.No meio do caminho passam pela sala onde estava Mayka recostada em uma poltrona ,lendo.Quando os viu, sua fisionomia se fecha. Pensa em repreende-los por estar andando pela casa,mas se lembra do que Valkíria lhe dissera logo ao se encontrarem de manhã:
“-Eles têm inteira liberdade .Podem andar por toda a casa .Nada de ficar impedindo ,certo Mayka?”
Por isso , respira fundo e se levanta ,indo ao encontro deles com um sorriso nos lábios:
-Como está hoje ,minha filha? Já melhor?
Mesmo querendo ser agradável, sua voz a denunciava.O mal humor era evidente e sua irritação com as visitas também .Sua aversão era clara.
Guadalupe olha para ela com a testa franzida,pois nota sua animosidade .Mas abre um sorriso.
-Sim, bem melhor dona Mayka.Vou dar uma volta lá no jardim.
-No jardim? O que vai fazer lá?
-Valkíria a convidou para passear por lá ,fala todo contente Pablo.
-Valkíria a convidou? O rancor colocado na frase assustou um pouco Guadalupe,até Pablo notou a mudança na voz de Mayka.Se encolhe ao ouvi-la falando assim ,neste tom.
-Mas ela nunca convidou ninguém para ir lá.Não gosta de estranhos mexendo em suas plantas.
Nesta momento entra Jussara e notando o ambiente estranho e a fisionomia carregada de Mayka,corre em socorro dos irmãos:
-Vamos logo....o dia está bonito e tem de andar para sarar logo... Dona Valkíria já está impaciente .
Mayka olha para ela como se estivesse olhando para um ser asqueroso...torce a boca e voltando a cabeça em evidente desdém , se recosta de novo e não fala mais nada.Mas antes de saírem ,se vira para Jussara:
-Volte aqui logo em seguida.Precisamos conversar.
Jussara,com um sorriso de mofa nos lábios, os leva até ao jardim.Depois de deixá-los ,retorna à sala :
-Quer falar comigo?
-Sim.O que Valkíria falou a respeito destes dois?
-Nada.Que só os levasse até o jardim.Quer ficar na companhia dos dois.
-Companhia? E eu? Não sou mais companhia para ela?
-Não sei .Só perguntando.Mas que ela está feliz com a presença deles ,isso está.Principalmente com a moça.Só fala nela.
-Uma guerrilheira? Eu não acredito que Valkíria está se envolvendo com uma ... asquerosa bandoleira.Ela perdeu o juízo novamente?
-Porque diz isso? Porque novamente?
Capítulo 24. O jardim
[24/06/2011]
-Não amole Jussara.Já tenho muito o que pensar.
-Mas você falou de Valkíria.Falou como se ela já tivesse algum dia perdido o juízo.Isso nunca aconteceu com ela.Ela só ficou depressiva mais nada.Agora já está boa .Não vê como tem trabalhado?
-Sim ,vejo .Na segunda feira ela jogou tudo o que fez,no lixo.Se não fosse eu, tudo estaria perdido.Mas não,eu levei tudo para a sala.Quando ela estiver bem de verdade , vai ter tudo em mãos.Não acha que ela está com o juízo comprometido?
Jussara olha para Mayka .Não gosta dela e mais agora que está desnorteada e falando bobagens sobre sua patroa.Não admite que falem de Valkíria.A conhece há muitos anos e sabe o que ela está passando.Por isso acha que Mayka está sendo cruel .Mesmo que o trabalho de sua patroa não esteja em evidência, não precisa falar daquele modo dela.Sente que Mayka tem algo contra Valkíria ....mas não entendeu o que é.Mas é por isso mesmo que está sempre alerta.Observa tudo o que acontece ao redor de sua patroa.Se sente como um anjo protetor...sabe o quanto ela precisa desta proteção.
Agora com as visitas inesperadas, notou duas coisas importantes em tudo.Primeiro que Valkíria estava mais interessada em seu jardim,pois fazia muito tempo que ela não mexia com suas roseiras.Ficava só dentro de casa ,o máximo que fazia era andar à cavalo.Segundo,Mayka estava muito agitada com as visitas em especial por causa de Guadalupe.Sentia sua antipatia para com a moça.
Jussara não era uma ignorante.Trabalhava como serviçal ,mas tinha estudos .E sabia observar.E o que observava não a estava agradando nem um pouco.Parecia que estava revendo coisas já esquecidas no passado.
-“Preciso ficar mais atenta... tem mais vidas valiosas em jogo...”
O caminho de cascalho ,que ia da porta ao portão do jardim ,serpenteava através de árvores e densos arbustos.Quando passaram por este portão a visão era outra.Um mar de rosas se estendia por vários metros .Um verdadeiro arco-íris de múltiplas cores davam ao local um ar de eterna primavera.
-Viu só? Olha! Não disse que era lindo?
-Só rosas? Milhares de roseiras? Deus ,nunca tinha visto tantas rosas ao mesmo tempo.Que lindo!
-Olha esta aqui .Pablo mostra uma rosa amarela gigante .Sente só o perfume dela.Ele se aproxima da roseira e puxa seu galho para que Guadalupe se aproximasse da flor e sentisse seu aroma.Ela se aproxima enlevada com a beleza da flor e pega no galho.
Mas uma mão ,bate com força nela e uma voz:
-Não toque nas rosas!
Guadalupe se assusta com o tapa e retira a mão da rosa magnífica, que volta ao seu lugar.
Um rapaz com roupas de jardineiro, estava à sua frente, com cara de poucos amigos:
-O que fazem aqui? Não sabem que é proibido vir aqui?
Pablito ia dar uma resposta meio malcriada para o rapaz ,quando se ouve a voz de Valkíria :
-Calma ,Danilo.Peça desculpas pelo tapa,não é assim que tratamos nossos convidados .
-Convidados ? Desculpe dona Valkíria,não sabia.Me desculpe senhorita e à você rapaz.Me perdoem .
-Não faz mal ,fala Guadalupe ,mas da próxima vez não bata com tanta força,esta doeu.
Valkíria que já estava se aproximando deles ,a ouvindo falar assim, se aproxima dela.
-Se machucou? Ela pega na mão de Guadalupe e olha .
Guadalupe sente um arrepio ao ser tocada.Quer retirar a mão ,mas estava bem segura, por mãos que pareciam não querer abandona –la.
Quando se sente livre ,olha para a vestimenta da mulher que a estava deixando quase sem fôlego.Bermudas agarradas ao corpo ,que ficava exposto ,mostrando seus músculos bem definidos.Uma regata azul,contrastando com a pele alva.Os cabelos avermelhados presos em um rabo,luziam como cobre novo ao sol.
Ela engole em seco.
-Venha,quero que conheça meu paraíso particular.
-São suas?
-Sim eu cuido delas.Venha.Vou lhe mostrar ,já fiz o mesmo com seu irmão.Você gosta de rosas? Ele me disse que sim.
-Sim .Gosto muito .
-Tem alguma preferida?
-Preferida?Acho todas lindas.
-Não, falo sobre a cor.Qual que mais gosta?
-Ah! Sou apaixonada pelas vermelhas.
-Vermelhas? Que tipo?
-Vermelho sangue,bem escuras.
-Vamos ver algumas .
Valkíria coloca no cinturão especial que levava na cintura ,a tesoura de poda e as luvas de couro.Pega Guadalupe pela mão e a leva pelos canteiros .O perfume é intenso. Havia roseira em forma de arbustos,com talos fortes .
Cercas vivas com rosas brancas ,as mais perfumadas.No fundo do jardim reinavam as rosas trepadeiras.Pelos cantos dos muros as rosas rasteiras tomavam conta de todos os lugares.E em belos vasos, as rosas miniaturas .Mimosas e delicadas rosinhas miúdas de várias cores.A profusão de cores davam a sensação de estarem em outro mundo.A limpeza reinava absoluta.Não havia um ramo fora do lugar.Lixeiras cheias de galhos secos e restos de podas.Por onde passava, Valkíria aproveitava e retirava uma folha mais amarelada de uma roseira.Ia explicando o trabalho que tinha com elas.
Guadalupe inicialmente se empolgou com a quantidade de flores. Mas com o passar do tempo seu interesse estava focalizado na mulher ao seu lado.O calor da mão na sua a estava deixando preocupada.Sentia o aperto ,o calor ,o pulsar.A energia tocada,assimilada...começou a se sentir no céu.
Pablito logo desaparece do jardim.Acompanha Danilo que saíra com um carrinho de mão,dizendo que ia incinerar no fogão, os galhos velhos.Resolve ir junto .As rosas já não mais chamavam sua atenção.
Valkíria,apaixonada por rosas se entusiasma e a arrasta até uma bela roseira .Poucas rosas.Mas as que ali se achavam abertas ,eram de um vermelho escuro.Cor de sangue.Aveludadas.
-Toque .O que acha destas? Leva a mão de Guadalupe até a rosa e faz com seu dedo uma carícia nas pétalas da flor.Macias não? Parece de veludo.
-Linda .Nunca tinha visto uma como esta.Que vermelho forte e escuro.
-Mais para cor de um vinho tinto não? E sinta só.É perfumada.Cheire.
O perfume era realmente inebriante .Mas Guadalupe sabia que o perfume que a estava atraindo não era o das flores e sim o que vinha do corpo ao seu lado.Era discreto mas gostoso.Lembrava um perfume que sentira uma vez quando criança.Isto a deixava com a sensação de paz.Inspira profundamente e sua mente a faz quase delirar de satisfação.
-Gostou?
-Muito .Sua voz sai sem força.
Valkíria a olha por um momento .Com um leve sorriso, pegando da tesoura de poda , corta a rosa.E oferece-lhe.
-Tome é sua.
-Mas ...porque foi cortar? Ela é mais bonita no pé .Agora vai morrer.
-Todas um dia morrerão,até nós.Mas a roseira tem uma vantagem sobre nós.Corto uma rosa ela me dá outra ,mais bela ainda.Ela me pede que corte sua flor ou ela morre também.Por isso ,é sua.Guarde-a.Quando começar a murchar, coloque dentro de um livro ,assim preservará sua essência para sempre.Uma rosa seca sempre é lembrança de algum lugar especial.
Guadalupe pega na rosa.Mas meio desajeitada, logo solta um lamento:
-Ai.
-Machucou-se?
-Sim acho que peguei em um espinho.
-Deixe ver.Valkíria pega em sua mão de novo e olha o dedo ,de onde já existia uma gotinha de sangue.Depois seus olhos vão de encontro aos de Guadalupe.É uma troca de olhares ,intensa.A mão de Guadalupe começa a tremer.Olhos nos olhos,esquecem o mundo.Nada falam.O silêncio é total.
Valkíria ao tocar nas mãos de Guadalupe , sente uma pontada no coração .Tem uma sensação que pensava já estava adormecida há muito dentro de si.A sensação de proteção.Coisa que buscara a vida toda....ao sentir o calor da mão de Guadalupe sente o coração esquentar...mostrando que ainda estava vivo no seu peito.E sem saber o motivo de seu gesto ela beija o ferimento do dedo .
-Um beijinho sempre sara.Ela com um sorriso meio sem graça ,se justifica de seu gesto.
-Obrigada... Guadalupe tinha o coração aos pulos.Sentia vontade de gritar de alegria.Aquele pequeno gesto lhe mostrou quem era mulher à sua frente.Fora como uma declaração.Se mostrara por inteiro.
A troca destes pequenos carinhos ,entre as duas, eram fiscalizados por olhos que nada perdiam de seus movimentos.Da janela da sala ,Mayka com um pequeno binóculo de teatro, as observava.
Com a boca crispada e dura ela não se continha de raiva:
-Ora ,ora.Já estão de trocas de carinho? Mas o que é isso?Valkíria ficou louca? Nem sabe quem é .Preciso tomar minhas providências.
Ela sai da sala ,depois de jogar com raiva, o binóculo ,em cima da mesa.O barulho atrai a atenção de Nilza, que estava na outra sala.
Vem ver o que acontecera e vê o objeto em cima da mesa.Tem uma das lentes quebrada pela violência.
-Nossa! O binóculo de dona Mayka.Está quebrado.Quem será que fez isso?Preciso informar o ocorrido.
Ela pega o binóculo e vai em direção ao quarto de Mayka.Mas ao passar pela biblioteca , escuta a voz dela ,que conversa com o marido ,que ali estava procurando um livro para ler.Vai entrar na sala ,quando ouve um trecho da conversa,para na hora e fica prestando atenção no que conversavam .E o que escuta, a deixa nervosa.
-Mas você falou de Valkíria.Falou como se ela já tivesse algum dia perdido o juízo.Isso nunca aconteceu com ela.Ela só ficou depressiva mais nada.Agora já está boa .Não vê como tem trabalhado?
-Sim ,vejo .Na segunda feira ela jogou tudo o que fez,no lixo.Se não fosse eu, tudo estaria perdido.Mas não,eu levei tudo para a sala.Quando ela estiver bem de verdade , vai ter tudo em mãos.Não acha que ela está com o juízo comprometido?
Jussara olha para Mayka .Não gosta dela e mais agora que está desnorteada e falando bobagens sobre sua patroa.Não admite que falem de Valkíria.A conhece há muitos anos e sabe o que ela está passando.Por isso acha que Mayka está sendo cruel .Mesmo que o trabalho de sua patroa não esteja em evidência, não precisa falar daquele modo dela.Sente que Mayka tem algo contra Valkíria ....mas não entendeu o que é.Mas é por isso mesmo que está sempre alerta.Observa tudo o que acontece ao redor de sua patroa.Se sente como um anjo protetor...sabe o quanto ela precisa desta proteção.
Agora com as visitas inesperadas, notou duas coisas importantes em tudo.Primeiro que Valkíria estava mais interessada em seu jardim,pois fazia muito tempo que ela não mexia com suas roseiras.Ficava só dentro de casa ,o máximo que fazia era andar à cavalo.Segundo,Mayka estava muito agitada com as visitas em especial por causa de Guadalupe.Sentia sua antipatia para com a moça.
Jussara não era uma ignorante.Trabalhava como serviçal ,mas tinha estudos .E sabia observar.E o que observava não a estava agradando nem um pouco.Parecia que estava revendo coisas já esquecidas no passado.
-“Preciso ficar mais atenta... tem mais vidas valiosas em jogo...”
O caminho de cascalho ,que ia da porta ao portão do jardim ,serpenteava através de árvores e densos arbustos.Quando passaram por este portão a visão era outra.Um mar de rosas se estendia por vários metros .Um verdadeiro arco-íris de múltiplas cores davam ao local um ar de eterna primavera.
-Viu só? Olha! Não disse que era lindo?
-Só rosas? Milhares de roseiras? Deus ,nunca tinha visto tantas rosas ao mesmo tempo.Que lindo!
-Olha esta aqui .Pablo mostra uma rosa amarela gigante .Sente só o perfume dela.Ele se aproxima da roseira e puxa seu galho para que Guadalupe se aproximasse da flor e sentisse seu aroma.Ela se aproxima enlevada com a beleza da flor e pega no galho.
Mas uma mão ,bate com força nela e uma voz:
-Não toque nas rosas!
Guadalupe se assusta com o tapa e retira a mão da rosa magnífica, que volta ao seu lugar.
Um rapaz com roupas de jardineiro, estava à sua frente, com cara de poucos amigos:
-O que fazem aqui? Não sabem que é proibido vir aqui?
Pablito ia dar uma resposta meio malcriada para o rapaz ,quando se ouve a voz de Valkíria :
-Calma ,Danilo.Peça desculpas pelo tapa,não é assim que tratamos nossos convidados .
-Convidados ? Desculpe dona Valkíria,não sabia.Me desculpe senhorita e à você rapaz.Me perdoem .
-Não faz mal ,fala Guadalupe ,mas da próxima vez não bata com tanta força,esta doeu.
Valkíria que já estava se aproximando deles ,a ouvindo falar assim, se aproxima dela.
-Se machucou? Ela pega na mão de Guadalupe e olha .
Guadalupe sente um arrepio ao ser tocada.Quer retirar a mão ,mas estava bem segura, por mãos que pareciam não querer abandona –la.
Quando se sente livre ,olha para a vestimenta da mulher que a estava deixando quase sem fôlego.Bermudas agarradas ao corpo ,que ficava exposto ,mostrando seus músculos bem definidos.Uma regata azul,contrastando com a pele alva.Os cabelos avermelhados presos em um rabo,luziam como cobre novo ao sol.
Ela engole em seco.
-Venha,quero que conheça meu paraíso particular.
-São suas?
-Sim eu cuido delas.Venha.Vou lhe mostrar ,já fiz o mesmo com seu irmão.Você gosta de rosas? Ele me disse que sim.
-Sim .Gosto muito .
-Tem alguma preferida?
-Preferida?Acho todas lindas.
-Não, falo sobre a cor.Qual que mais gosta?
-Ah! Sou apaixonada pelas vermelhas.
-Vermelhas? Que tipo?
-Vermelho sangue,bem escuras.
-Vamos ver algumas .
Valkíria coloca no cinturão especial que levava na cintura ,a tesoura de poda e as luvas de couro.Pega Guadalupe pela mão e a leva pelos canteiros .O perfume é intenso. Havia roseira em forma de arbustos,com talos fortes .
Cercas vivas com rosas brancas ,as mais perfumadas.No fundo do jardim reinavam as rosas trepadeiras.Pelos cantos dos muros as rosas rasteiras tomavam conta de todos os lugares.E em belos vasos, as rosas miniaturas .Mimosas e delicadas rosinhas miúdas de várias cores.A profusão de cores davam a sensação de estarem em outro mundo.A limpeza reinava absoluta.Não havia um ramo fora do lugar.Lixeiras cheias de galhos secos e restos de podas.Por onde passava, Valkíria aproveitava e retirava uma folha mais amarelada de uma roseira.Ia explicando o trabalho que tinha com elas.
Guadalupe inicialmente se empolgou com a quantidade de flores. Mas com o passar do tempo seu interesse estava focalizado na mulher ao seu lado.O calor da mão na sua a estava deixando preocupada.Sentia o aperto ,o calor ,o pulsar.A energia tocada,assimilada...começou a se sentir no céu.
Pablito logo desaparece do jardim.Acompanha Danilo que saíra com um carrinho de mão,dizendo que ia incinerar no fogão, os galhos velhos.Resolve ir junto .As rosas já não mais chamavam sua atenção.
Valkíria,apaixonada por rosas se entusiasma e a arrasta até uma bela roseira .Poucas rosas.Mas as que ali se achavam abertas ,eram de um vermelho escuro.Cor de sangue.Aveludadas.
-Toque .O que acha destas? Leva a mão de Guadalupe até a rosa e faz com seu dedo uma carícia nas pétalas da flor.Macias não? Parece de veludo.
-Linda .Nunca tinha visto uma como esta.Que vermelho forte e escuro.
-Mais para cor de um vinho tinto não? E sinta só.É perfumada.Cheire.
O perfume era realmente inebriante .Mas Guadalupe sabia que o perfume que a estava atraindo não era o das flores e sim o que vinha do corpo ao seu lado.Era discreto mas gostoso.Lembrava um perfume que sentira uma vez quando criança.Isto a deixava com a sensação de paz.Inspira profundamente e sua mente a faz quase delirar de satisfação.
-Gostou?
-Muito .Sua voz sai sem força.
Valkíria a olha por um momento .Com um leve sorriso, pegando da tesoura de poda , corta a rosa.E oferece-lhe.
-Tome é sua.
-Mas ...porque foi cortar? Ela é mais bonita no pé .Agora vai morrer.
-Todas um dia morrerão,até nós.Mas a roseira tem uma vantagem sobre nós.Corto uma rosa ela me dá outra ,mais bela ainda.Ela me pede que corte sua flor ou ela morre também.Por isso ,é sua.Guarde-a.Quando começar a murchar, coloque dentro de um livro ,assim preservará sua essência para sempre.Uma rosa seca sempre é lembrança de algum lugar especial.
Guadalupe pega na rosa.Mas meio desajeitada, logo solta um lamento:
-Ai.
-Machucou-se?
-Sim acho que peguei em um espinho.
-Deixe ver.Valkíria pega em sua mão de novo e olha o dedo ,de onde já existia uma gotinha de sangue.Depois seus olhos vão de encontro aos de Guadalupe.É uma troca de olhares ,intensa.A mão de Guadalupe começa a tremer.Olhos nos olhos,esquecem o mundo.Nada falam.O silêncio é total.
Valkíria ao tocar nas mãos de Guadalupe , sente uma pontada no coração .Tem uma sensação que pensava já estava adormecida há muito dentro de si.A sensação de proteção.Coisa que buscara a vida toda....ao sentir o calor da mão de Guadalupe sente o coração esquentar...mostrando que ainda estava vivo no seu peito.E sem saber o motivo de seu gesto ela beija o ferimento do dedo .
-Um beijinho sempre sara.Ela com um sorriso meio sem graça ,se justifica de seu gesto.
-Obrigada... Guadalupe tinha o coração aos pulos.Sentia vontade de gritar de alegria.Aquele pequeno gesto lhe mostrou quem era mulher à sua frente.Fora como uma declaração.Se mostrara por inteiro.
A troca destes pequenos carinhos ,entre as duas, eram fiscalizados por olhos que nada perdiam de seus movimentos.Da janela da sala ,Mayka com um pequeno binóculo de teatro, as observava.
Com a boca crispada e dura ela não se continha de raiva:
-Ora ,ora.Já estão de trocas de carinho? Mas o que é isso?Valkíria ficou louca? Nem sabe quem é .Preciso tomar minhas providências.
Ela sai da sala ,depois de jogar com raiva, o binóculo ,em cima da mesa.O barulho atrai a atenção de Nilza, que estava na outra sala.
Vem ver o que acontecera e vê o objeto em cima da mesa.Tem uma das lentes quebrada pela violência.
-Nossa! O binóculo de dona Mayka.Está quebrado.Quem será que fez isso?Preciso informar o ocorrido.
Ela pega o binóculo e vai em direção ao quarto de Mayka.Mas ao passar pela biblioteca , escuta a voz dela ,que conversa com o marido ,que ali estava procurando um livro para ler.Vai entrar na sala ,quando ouve um trecho da conversa,para na hora e fica prestando atenção no que conversavam .E o que escuta, a deixa nervosa.
Capítulo 25. Acidentes
[25/06/2011]
-Eu preciso descobrir quem é esta mulher .Não a quero por perto de Valkíria.Quando o rádio fica pronto? Você me prometeu tudo pronto e nada vejo.
-Está quase pronto,a noite já estará funcionando .Porque esta pressa?
-Quero estes dois bem longe daqui ,o mais rápido possível.
-Mas porque isso? Assim de uma hora para a outra?
-Eu vi o carinho de Valkíria por esta moça e vice versa.Eu não as quero juntas, por mais nem um dia.Valkíria tem de ficar sozinha.
-Não vai começar tudo de novo Mayka.Deixe o passado enterrado.Deixe ela viver novamente .
-Você fique quieto.E faça o que mandei.É para o bem da família o que faço.Não ajuda ,não atrapalhe.Quero tudo pronto o mais rápido possível.
Nilza tem de dar uma corrida para sair da porta,pois Mayka logo a abre e sai pisando duro.Passa por Nilza, que finge varrer o chão da sala.
-Nossa! O que é isso? Não entendi nada,mas vou falar com Jussara ,ela deve saber de algo sobre este assunto.
No jardim Guadalupe depois de sentir o carinho de Valkíria ,se sente na obrigação se apresentar.
-Bem Valkíria ,está na hora de você saber quem somos.Já fez tantas coisas por mim e por meu irmão que se não falar logo,eu vou ficar sem graça.
-Bem,se acha que deve falar ,fala.Realmente estou curiosa .Estou estranhando que ainda não falou nada.Pensei que fosse medo.
-Bem, medo era realmente.Não sabia quem eram os moradores da fazenda.Precisava primeiro descobrir se eram pessoas de bem e não bandidos.
-Bandidos?Pensava que éramos bandidos? Como assim?Porque?
-Bem é que eu e meu irmão fomos seqüestrados por guerrilheiros.
Valkíria olha nervosa para Guadalupe:
-Seqüestrados? Pensava que fossem guerrilheiros.Porque estava vestida com aquelas roupas então?
-Bem ,eles nos mandaram de avião para algum acampamento, mas ele caiu na floresta e só tinha estas roupas e as vesti.
-Deus! Vocês caíram com o avião? Onde?
-Ali ,na mata .Bem perto da fazenda .Foi por isso que viemos até aqui....roubar comida.Não tínhamos nada para comer.
-Roubou o bolo também? Valkíria dá uma risada.
-Sim.Guadalupe abaixa a cabeça de vergonha.
-Que é isso ! Nada de se envergonhar.Foram muito corajosos.Mas vocês estavam sós? Cadê o piloto?
-Ele morreu na queda.O deixamos lá perto do avião.
-Porque foram seqüestrados?
-Bem,nosso pai é embaixador de nosso pais, aqui no Brasil.
-De onde vocês são?
-Somos colombianos.
-Moram aqui no Brasil?
-Sim, mas meu pai foi transferido para trabalhar na ONU.
-Bem que desconfiei que não podiam ser guerrilheiros.
-Desconfiou ? Porque?
-Suas mãos e a cultura que seu irmão tem .Jussara ficou encantada com os conhecimentos do garoto.Com tão pouca idade ele conhece muita coisa .
-Ah sim,o Pablito é bem esperto,presta muita atenção em tudo.Por todas os países que vamos ele aprende um pouco.
-Bem então está resolvido.Vamos entrar em contato com sua família para tranqüilizá-los.
-Sim é o que mais quero.Posso usar seu telefone?
-Hum...não.
-Não? Porque não?
-Simplesmente porque não temos um.Só rádio.Estamos muito longe das antenas.
-Não tem importância ,o rádio mesmo serve.
-Só que está estragado.O avião não pode levantar vôo,estamos sem internet ....enfim....isolados do mundo.
-Você está brincando comigo .Isso não pode estar acontecendo.Como vou avisar papai e mamãe?
-Nós vamos sim,calma.Enzo está consertando o rádio.Foi ele quem o desmontou.
-Ah bom.Quando fica pronto?
-Porque ? Onde fica a casa de seu pai?
Elas ficam conversando um tempão e no final Guadalupe depois de todas as explicações é levada até a sala de Enzo.
-Enzo e o rádio? Quando fica pronto?
-Hoje mesmo.Só falta uma peça.Se eu conseguir consertar ,ele logo funciona.
Guadalupe fica amuada ao saber que o radio não estava ainda pronto.Mas quem achou a solução foi seu irmão:
-Porque não pegar as peças do rádio do avião?
-Que avião? A pergunta foi feita ao mesmo tempo por Enzo ,Jussara e Mayka.
Valkíria conta então quem são os dois.
O espanto é geral,principalmente de Mayka,que vê nesta revelação mais perigo aos seus planos.
-Filhos de um diplomata? E você acreditou nisso Valkíria? Acho esta história muito inverossímil.Eles estavam vestidos de guerrilheiros.Roubavam comida e agora vêm com esta conversa? Inacreditável!
-Eu acredito neles ,fala mais que depressa Jussara.Ela não leva jeito de uma mulher que more no mato.
-E o que você entende de mulher do mato? Para com isso Jussara.
-Eu sei sim.Não sou boba Mayka.Ela tem as mãos finas e o perfume que usava quando chegou é frances e dos bons.Nilza me disse a mesma coisa.
-Valha-me Deus! Olha, eu não falo mais nada.Lavo minhas mãos.Vocês são loucos em acreditar nesta história.
Mas suas palavras morreram no ar.Pois ninguém a ouvia mais.O interesse agora era o avião.
-Enzo ,chame o Joselindo e o Gonçalo .Quero que vocês vão procurar este avião e retirar o que precisam dele .
-Sim Valkíria,.Enzo já estava para sair:
-E Enzo,dêem um enterro digno ao piloto.Mesmo sendo um bandido,é um ser humano.
-Posso ir com eles? Pede Pablito à sua irmã.Assim eles acham o avião mais fácil.
-Vá ,sei que os vai levar direitinho até lá.Mas cuidado.Não se machucou até agora ,não quero que te aconteça algo.
-Posso levar o cachorro comigo?Ele é legal.Vai ajudar bem.Gosto dele.
Ao ouvir sobre o cachorro ,a fisionomia de Valkíria se fecha e olhando para Enzo:
-Não deram um fim no animal?
-Não ainda Valkíria.Eu não tive coragem.É um animal muito bonito.
-Enzo! Sabe bem o que penso sobre um cachorro e o que sinto.
-O que vão fazer com ele?Matá-lo? Pablito olha para Valkíria .
-É verdade Valkíria ?Vão matá-lo? Quem pergunta agora, é Guadalupe.
-Sim .Ele te mordeu .
-Por favor.É só um cachorro.Só obedeceu seu dono.Não mande matá-lo.Por favor.
-Está me pedindo que não o mate? Que estranho.Você é que deveria ficar feliz .
-Não vou ficar.Gosto muito de cães.Sempre quis ter um .Só que até agora não consegui por causa de nossas mudanças.Por favor Valkíria ,não o mate.Eduque-o.
-Educá-lo?
Quem faz a pergunta agora é Mayka.
-Para que? Ele vai servir para que? Não acho uma boa idéia...e lembre-se Valkíria....o que sente em relação à cães.
Valkíria fica um tempo em silêncio.Olha um pouco para a fisionomia de Guadalupe,que ao notar isso levanta a cabeça como um desafio.Olha para Pablo.Nota a ansiedade em seu rostinho .
Dá um leve suspiro...
-Bem...enquanto vocês estiverem aqui....até que sua família não apareça ,ele fica .E você senhor Pablo ...será o responsável pela seu adestramento.Cuide dele rapaz.
-Mesmo? Legal ! Lupe.Me ajuda? Que acha?
-Sem muita expectativa Pablito... assim que papai souber onde estamos , vem nos buscar.Vai ser bem rápido.
-Mas enquanto isso não acontece ,você me ajuda? Podemos fazer como vovô faz com o Zig.
-Zig? Quem é esse?Quis saber Valkíria.
-É o cão do vovô .É um pastor alemão.Obedece em tudo .É lindo.
-Certo então,como vamos chamá-lo?
-Que tal ,Zag? Quem sugere ,com ar um pouco irônico, é Valkíria ,que ainda pensava no nome do cachorro.
-Boa idéia .É bem original ,fala também, com uma pontinha de ironia, Guadalupe.
As duas ficam um pouco se olhando.Os olhos de Valkíria estavam um pouco espantados.E no cantinho da boca , uma leve ruguinha ....um leve sorriso .Gostara do tom irônico.
Mayka fica também com os olhos nas duas e por sua boca sai um pequeno muxoxo de desdém.
-Hum.....
-Está quase pronto,a noite já estará funcionando .Porque esta pressa?
-Quero estes dois bem longe daqui ,o mais rápido possível.
-Mas porque isso? Assim de uma hora para a outra?
-Eu vi o carinho de Valkíria por esta moça e vice versa.Eu não as quero juntas, por mais nem um dia.Valkíria tem de ficar sozinha.
-Não vai começar tudo de novo Mayka.Deixe o passado enterrado.Deixe ela viver novamente .
-Você fique quieto.E faça o que mandei.É para o bem da família o que faço.Não ajuda ,não atrapalhe.Quero tudo pronto o mais rápido possível.
Nilza tem de dar uma corrida para sair da porta,pois Mayka logo a abre e sai pisando duro.Passa por Nilza, que finge varrer o chão da sala.
-Nossa! O que é isso? Não entendi nada,mas vou falar com Jussara ,ela deve saber de algo sobre este assunto.
No jardim Guadalupe depois de sentir o carinho de Valkíria ,se sente na obrigação se apresentar.
-Bem Valkíria ,está na hora de você saber quem somos.Já fez tantas coisas por mim e por meu irmão que se não falar logo,eu vou ficar sem graça.
-Bem,se acha que deve falar ,fala.Realmente estou curiosa .Estou estranhando que ainda não falou nada.Pensei que fosse medo.
-Bem, medo era realmente.Não sabia quem eram os moradores da fazenda.Precisava primeiro descobrir se eram pessoas de bem e não bandidos.
-Bandidos?Pensava que éramos bandidos? Como assim?Porque?
-Bem é que eu e meu irmão fomos seqüestrados por guerrilheiros.
Valkíria olha nervosa para Guadalupe:
-Seqüestrados? Pensava que fossem guerrilheiros.Porque estava vestida com aquelas roupas então?
-Bem ,eles nos mandaram de avião para algum acampamento, mas ele caiu na floresta e só tinha estas roupas e as vesti.
-Deus! Vocês caíram com o avião? Onde?
-Ali ,na mata .Bem perto da fazenda .Foi por isso que viemos até aqui....roubar comida.Não tínhamos nada para comer.
-Roubou o bolo também? Valkíria dá uma risada.
-Sim.Guadalupe abaixa a cabeça de vergonha.
-Que é isso ! Nada de se envergonhar.Foram muito corajosos.Mas vocês estavam sós? Cadê o piloto?
-Ele morreu na queda.O deixamos lá perto do avião.
-Porque foram seqüestrados?
-Bem,nosso pai é embaixador de nosso pais, aqui no Brasil.
-De onde vocês são?
-Somos colombianos.
-Moram aqui no Brasil?
-Sim, mas meu pai foi transferido para trabalhar na ONU.
-Bem que desconfiei que não podiam ser guerrilheiros.
-Desconfiou ? Porque?
-Suas mãos e a cultura que seu irmão tem .Jussara ficou encantada com os conhecimentos do garoto.Com tão pouca idade ele conhece muita coisa .
-Ah sim,o Pablito é bem esperto,presta muita atenção em tudo.Por todas os países que vamos ele aprende um pouco.
-Bem então está resolvido.Vamos entrar em contato com sua família para tranqüilizá-los.
-Sim é o que mais quero.Posso usar seu telefone?
-Hum...não.
-Não? Porque não?
-Simplesmente porque não temos um.Só rádio.Estamos muito longe das antenas.
-Não tem importância ,o rádio mesmo serve.
-Só que está estragado.O avião não pode levantar vôo,estamos sem internet ....enfim....isolados do mundo.
-Você está brincando comigo .Isso não pode estar acontecendo.Como vou avisar papai e mamãe?
-Nós vamos sim,calma.Enzo está consertando o rádio.Foi ele quem o desmontou.
-Ah bom.Quando fica pronto?
-Porque ? Onde fica a casa de seu pai?
Elas ficam conversando um tempão e no final Guadalupe depois de todas as explicações é levada até a sala de Enzo.
-Enzo e o rádio? Quando fica pronto?
-Hoje mesmo.Só falta uma peça.Se eu conseguir consertar ,ele logo funciona.
Guadalupe fica amuada ao saber que o radio não estava ainda pronto.Mas quem achou a solução foi seu irmão:
-Porque não pegar as peças do rádio do avião?
-Que avião? A pergunta foi feita ao mesmo tempo por Enzo ,Jussara e Mayka.
Valkíria conta então quem são os dois.
O espanto é geral,principalmente de Mayka,que vê nesta revelação mais perigo aos seus planos.
-Filhos de um diplomata? E você acreditou nisso Valkíria? Acho esta história muito inverossímil.Eles estavam vestidos de guerrilheiros.Roubavam comida e agora vêm com esta conversa? Inacreditável!
-Eu acredito neles ,fala mais que depressa Jussara.Ela não leva jeito de uma mulher que more no mato.
-E o que você entende de mulher do mato? Para com isso Jussara.
-Eu sei sim.Não sou boba Mayka.Ela tem as mãos finas e o perfume que usava quando chegou é frances e dos bons.Nilza me disse a mesma coisa.
-Valha-me Deus! Olha, eu não falo mais nada.Lavo minhas mãos.Vocês são loucos em acreditar nesta história.
Mas suas palavras morreram no ar.Pois ninguém a ouvia mais.O interesse agora era o avião.
-Enzo ,chame o Joselindo e o Gonçalo .Quero que vocês vão procurar este avião e retirar o que precisam dele .
-Sim Valkíria,.Enzo já estava para sair:
-E Enzo,dêem um enterro digno ao piloto.Mesmo sendo um bandido,é um ser humano.
-Posso ir com eles? Pede Pablito à sua irmã.Assim eles acham o avião mais fácil.
-Vá ,sei que os vai levar direitinho até lá.Mas cuidado.Não se machucou até agora ,não quero que te aconteça algo.
-Posso levar o cachorro comigo?Ele é legal.Vai ajudar bem.Gosto dele.
Ao ouvir sobre o cachorro ,a fisionomia de Valkíria se fecha e olhando para Enzo:
-Não deram um fim no animal?
-Não ainda Valkíria.Eu não tive coragem.É um animal muito bonito.
-Enzo! Sabe bem o que penso sobre um cachorro e o que sinto.
-O que vão fazer com ele?Matá-lo? Pablito olha para Valkíria .
-É verdade Valkíria ?Vão matá-lo? Quem pergunta agora, é Guadalupe.
-Sim .Ele te mordeu .
-Por favor.É só um cachorro.Só obedeceu seu dono.Não mande matá-lo.Por favor.
-Está me pedindo que não o mate? Que estranho.Você é que deveria ficar feliz .
-Não vou ficar.Gosto muito de cães.Sempre quis ter um .Só que até agora não consegui por causa de nossas mudanças.Por favor Valkíria ,não o mate.Eduque-o.
-Educá-lo?
Quem faz a pergunta agora é Mayka.
-Para que? Ele vai servir para que? Não acho uma boa idéia...e lembre-se Valkíria....o que sente em relação à cães.
Valkíria fica um tempo em silêncio.Olha um pouco para a fisionomia de Guadalupe,que ao notar isso levanta a cabeça como um desafio.Olha para Pablo.Nota a ansiedade em seu rostinho .
Dá um leve suspiro...
-Bem...enquanto vocês estiverem aqui....até que sua família não apareça ,ele fica .E você senhor Pablo ...será o responsável pela seu adestramento.Cuide dele rapaz.
-Mesmo? Legal ! Lupe.Me ajuda? Que acha?
-Sem muita expectativa Pablito... assim que papai souber onde estamos , vem nos buscar.Vai ser bem rápido.
-Mas enquanto isso não acontece ,você me ajuda? Podemos fazer como vovô faz com o Zig.
-Zig? Quem é esse?Quis saber Valkíria.
-É o cão do vovô .É um pastor alemão.Obedece em tudo .É lindo.
-Certo então,como vamos chamá-lo?
-Que tal ,Zag? Quem sugere ,com ar um pouco irônico, é Valkíria ,que ainda pensava no nome do cachorro.
-Boa idéia .É bem original ,fala também, com uma pontinha de ironia, Guadalupe.
As duas ficam um pouco se olhando.Os olhos de Valkíria estavam um pouco espantados.E no cantinho da boca , uma leve ruguinha ....um leve sorriso .Gostara do tom irônico.
Mayka fica também com os olhos nas duas e por sua boca sai um pequeno muxoxo de desdém.
-Hum.....
continua...
Capítulo 26. Passado
Pablito sai com Enzo em busca de Zag.Está feliz,pois sempre gostou da liberdade reinante em uma fazenda.Ainda mais agora que ia de novo se embrenhar na mata.Tudo é motivo de aventura para o menino da cidade grande.
Vai em busca do animal.O cão à principio , fica arisco.Não está mais com seu dono e não está acostumado com carinho.Sempre fora um animal usado para tomar conta de animais.Mas era um animal de defesa .Fora acostumado a defender e não atacar.Só o fazia quando sentia o perigo para os animais que tomava conta.Era um cão pastor.
Pablito pede para Enzo uns pedaços de carne...
-Quero começar a treinar o Zag...vovô o fazia assim...se o animal obedecesse ganhava um pedaço de carne.E este cachorro pelo que entendi, é treinado.
O cachorro recebe com satisfação o primeiro pedaço da carne e já olha para Pablito com novo interesse.Sabia que ali estava a fonte de alimento.E começa a segui-lo .O menino,muito esperto quando nota isso ,começa a conversar com ele.
A amizade está montada.Em poucas horas seria notada a fidelidade.Pois todo ser vivo quer é carinho.Seja um animal ,que nós chamamos de irracionais,ou os próprios humanos.O carinho e a tenção são as chaves para todo bom relacionamento.Não adianta dizer com palavras ....” eu te amo” se não há demonstração palpável,concreta.Se ama com palavras e .....carinho.E o carinho....é simplesmente ....carinho.Gestos e afagos....pequenas coisas mas que falam fundo ao coração e ali ficam para sempre.Um carinho ,nunca é esquecido.
-Nossa ,moleque ,fala Gonçalo,nunca tinha visto esta expressão de alegria neste bicho.Nem para o Antonio ,que era o dono dele .Mas agora já parece ser outro cão.Em poucas horas? Você é bom nisso.Olha só....como ele te acompanha...o rabo sempre a balançar ....ganhou a confiança dele muito rápido.
Enquanto isso se passava e Pablito vibrando com tudo ,na casa grande...
Guadalupe depois de tanto andar começa a sentir a perna.Valkíria mesmo entusiasmada com sua presença, a leva para o quarto.
-Fique deitada assim melhora mais rápido.Vou também descansar um pouco.Depois podemos ficar esperando os aventureiros com as peças do rádio.
Vai em busca do animal.O cão à principio , fica arisco.Não está mais com seu dono e não está acostumado com carinho.Sempre fora um animal usado para tomar conta de animais.Mas era um animal de defesa .Fora acostumado a defender e não atacar.Só o fazia quando sentia o perigo para os animais que tomava conta.Era um cão pastor.
Pablito pede para Enzo uns pedaços de carne...
-Quero começar a treinar o Zag...vovô o fazia assim...se o animal obedecesse ganhava um pedaço de carne.E este cachorro pelo que entendi, é treinado.
O cachorro recebe com satisfação o primeiro pedaço da carne e já olha para Pablito com novo interesse.Sabia que ali estava a fonte de alimento.E começa a segui-lo .O menino,muito esperto quando nota isso ,começa a conversar com ele.
A amizade está montada.Em poucas horas seria notada a fidelidade.Pois todo ser vivo quer é carinho.Seja um animal ,que nós chamamos de irracionais,ou os próprios humanos.O carinho e a tenção são as chaves para todo bom relacionamento.Não adianta dizer com palavras ....” eu te amo” se não há demonstração palpável,concreta.Se ama com palavras e .....carinho.E o carinho....é simplesmente ....carinho.Gestos e afagos....pequenas coisas mas que falam fundo ao coração e ali ficam para sempre.Um carinho ,nunca é esquecido.
-Nossa ,moleque ,fala Gonçalo,nunca tinha visto esta expressão de alegria neste bicho.Nem para o Antonio ,que era o dono dele .Mas agora já parece ser outro cão.Em poucas horas? Você é bom nisso.Olha só....como ele te acompanha...o rabo sempre a balançar ....ganhou a confiança dele muito rápido.
Enquanto isso se passava e Pablito vibrando com tudo ,na casa grande...
Guadalupe depois de tanto andar começa a sentir a perna.Valkíria mesmo entusiasmada com sua presença, a leva para o quarto.
-Fique deitada assim melhora mais rápido.Vou também descansar um pouco.Depois podemos ficar esperando os aventureiros com as peças do rádio.
O silêncio reina na enorme casa.Meire se entretém na horta ,sua menina dos olhos.O lugar onde moram é ruim para verduras.Por isso quanto melhor cuidar da horta mais verduras terá.
Mayka se recolhe em seu quarto também.Ali fica remoendo coisas do passado e que agora a fazem sentir medo.Mas sua idade já não lhe dá a vitalidade que tinha há alguns anos.Não gostava do lugar onde moravam.Viera para o Brasil acompanhando seu marido Enzo,que dizia ter uma dívida eterna com a família de Valkíria.Seus pais quando fugiram da Rússia precisaram de muita ajuda do velho conde.Este os ajudara em tudo.Enzo era seu primo mas de família falida.Trabalhavam para os condes há dezenas de anos.
Do casamento deles, nascera uma menina,hoje já uma mulher.Marina.Mora na França.É uma das diretoras da fábrica de perfumes.Formada em química estava sempre com novas invenções .
Mayka ,desde moça trabalhava no palácio do Czar.Era dama de companhia de uma de suas filhas.Isso ela fazia questão de dizer para todos.Ela contava a historia com entusiasmo e gostava de repetir para todos.Enzo só escutava não dizia nada.
Após a morte da família imperial,ela só voltara à Rússia duas vezes.Uma em 1991 ,para o cerimonial do enterro da família na catedral de São Petersburgo e depois em 2000 quando a Igreja Ortodoxa os canonizou.Entrou em contato com a descendente da família ,uma grã duquesa e com ela tomou chá e relembrou os bons tempos.Quem contou tudo isso fora ela .
Mas agora ,sonha retornar definitivamente para a Rússia...mas algo a atrapalha voltar como sempre sonhou.Ela quer voltar ...por cima e não mais como empregada.
Com estes pensamentos ela adormece aos poucos.Sonha com os tempos de glória que ainda pensa que poderão retornar.
As empregadas cuidam das roupas da casa.Por isso o silêncio .
Guadalupe não agüenta ficar deitada.Sentindo que a perna já melhorara, resolve andar pela casa, para conhecê-la melhor.
Vai aos poucos andando e vendo as riquezas.Ao entrar na sala, onde Valkíria ficava ela sente no ar o seu perfume:
-É aqui que ela fica.O que será que faz nesta sala?
Vai observando o ambiente .Nota cada detalhe nele.Mas nada que ali se encontra lhe informa muita coisa sobre a pessoa que não larga de pensar.
Sente vontade de abrir as pastas que estão em cima de uma mesa no canto da sala.Mas se contém,pois não se achava neste direito.Dá um suspiro e sai em direção ao longo corredor.Passa pela biblioteca que seu irmão tanto se entusiasmara .Olha os livros e se espanta por algumas relíquias que ali se encontravam.Pega um e nota que é a primeira edição.
-Puxa,primeira edição...deve ter no mínimo mais de cem anos.Deve valer muito dinheiro.
Depois vai olhando outros cômodos até chegar em um ,que estava fechado.
-Hum...será este o lugar que Pablito não conseguiu entrar?
Ela tenta abrir ,mas a porta estava chaveada e sem a chave .Olha em volta a sua procura.Volta à biblioteca,pois se lembra de ter visto um molho de chaves perto de um dos livros.Pega-o e volta ao lugar .
Por sua sorte a primeira que experimenta ,abre a porta.Ela muito sorrateira entra bem rápida.
Mas ao se virar para olhar o tal lugar fica estática ...não acredita no que seus olhos vêem.
Uma imensa sala ,com várias janelas,teto alto,assoalho de madeira ,brilhante.Dois enormes lustres de cristal .Cortinas de cetim na cor de sangue.Linda...mas vazia.
Ou melhor...quase vazia.Um só móvel ali se encontra.Bem no meio dela.Orgulhoso,belíssimo.Majestoso.
Mayka se recolhe em seu quarto também.Ali fica remoendo coisas do passado e que agora a fazem sentir medo.Mas sua idade já não lhe dá a vitalidade que tinha há alguns anos.Não gostava do lugar onde moravam.Viera para o Brasil acompanhando seu marido Enzo,que dizia ter uma dívida eterna com a família de Valkíria.Seus pais quando fugiram da Rússia precisaram de muita ajuda do velho conde.Este os ajudara em tudo.Enzo era seu primo mas de família falida.Trabalhavam para os condes há dezenas de anos.
Do casamento deles, nascera uma menina,hoje já uma mulher.Marina.Mora na França.É uma das diretoras da fábrica de perfumes.Formada em química estava sempre com novas invenções .
Mayka ,desde moça trabalhava no palácio do Czar.Era dama de companhia de uma de suas filhas.Isso ela fazia questão de dizer para todos.Ela contava a historia com entusiasmo e gostava de repetir para todos.Enzo só escutava não dizia nada.
Após a morte da família imperial,ela só voltara à Rússia duas vezes.Uma em 1991 ,para o cerimonial do enterro da família na catedral de São Petersburgo e depois em 2000 quando a Igreja Ortodoxa os canonizou.Entrou em contato com a descendente da família ,uma grã duquesa e com ela tomou chá e relembrou os bons tempos.Quem contou tudo isso fora ela .
Mas agora ,sonha retornar definitivamente para a Rússia...mas algo a atrapalha voltar como sempre sonhou.Ela quer voltar ...por cima e não mais como empregada.
Com estes pensamentos ela adormece aos poucos.Sonha com os tempos de glória que ainda pensa que poderão retornar.
As empregadas cuidam das roupas da casa.Por isso o silêncio .
Guadalupe não agüenta ficar deitada.Sentindo que a perna já melhorara, resolve andar pela casa, para conhecê-la melhor.
Vai aos poucos andando e vendo as riquezas.Ao entrar na sala, onde Valkíria ficava ela sente no ar o seu perfume:
-É aqui que ela fica.O que será que faz nesta sala?
Vai observando o ambiente .Nota cada detalhe nele.Mas nada que ali se encontra lhe informa muita coisa sobre a pessoa que não larga de pensar.
Sente vontade de abrir as pastas que estão em cima de uma mesa no canto da sala.Mas se contém,pois não se achava neste direito.Dá um suspiro e sai em direção ao longo corredor.Passa pela biblioteca que seu irmão tanto se entusiasmara .Olha os livros e se espanta por algumas relíquias que ali se encontravam.Pega um e nota que é a primeira edição.
-Puxa,primeira edição...deve ter no mínimo mais de cem anos.Deve valer muito dinheiro.
Depois vai olhando outros cômodos até chegar em um ,que estava fechado.
-Hum...será este o lugar que Pablito não conseguiu entrar?
Ela tenta abrir ,mas a porta estava chaveada e sem a chave .Olha em volta a sua procura.Volta à biblioteca,pois se lembra de ter visto um molho de chaves perto de um dos livros.Pega-o e volta ao lugar .
Por sua sorte a primeira que experimenta ,abre a porta.Ela muito sorrateira entra bem rápida.
Mas ao se virar para olhar o tal lugar fica estática ...não acredita no que seus olhos vêem.
Uma imensa sala ,com várias janelas,teto alto,assoalho de madeira ,brilhante.Dois enormes lustres de cristal .Cortinas de cetim na cor de sangue.Linda...mas vazia.
Ou melhor...quase vazia.Um só móvel ali se encontra.Bem no meio dela.Orgulhoso,belíssimo.Majestoso.
Guadalupe sente o coração disparar no peito.Sua boca fica seca .Seus olhos percorrem a madeira do mesmo.Muito devagar como que respeitosamente, chega nele.Passa lentamente a mão pela madeira fria.Seus dedos como que por instinto corre por suas peças .....
Em segundos avista os papéis.Sem cerimônia pega-os .Vai lendo e seu rosto vai ficando branco. Não acredita no que lê.Olha a assinatura e fica pasma.
-Não é possível! Como pode ser?
Em segundos avista os papéis.Sem cerimônia pega-os .Vai lendo e seu rosto vai ficando branco. Não acredita no que lê.Olha a assinatura e fica pasma.
-Não é possível! Como pode ser?
Continua ...
Capítulo 27. Música e comunicação
-Partituras para piano?Esboços?
E ali bem à sua frente , um belíssimo Essex , em ébano .
-Está aberto.Quem será que o usa?
Ela fica tentada em sentir o som de suas teclas .Em sua curta vida de pianista, sonha em ter esta oportunidade.Ouvir o som de um Essex ,tocado por ela.Mas receosa,não ousa nem tocar naquelas preciosidades .Prefere analisar o instrumento .Observa sua cauda ...sua espessura ,seu tamanho...
-Ah...vou perguntar depois de quem é e se posso usá-lo e....essas partituras...que lindas ...nunca tinha visto.....Parecem ser divinas.
Depois observa a sala....
-Feita para ele.Deve de ter uma acústica perfeita.As janelas, a colocação dos objetos....tudo bem calculado.
Vai até uma das janelas ...
-Uma varanda?
Muito silenciosa ,ela abre a porta janela e sai .A vista é magnífica....rosas e mais rosas .Aspira fundo o delicioso perfume que paira naquele lugar .
-Que delicia! Que lugar de contos de fadas .
Aquele lugar lhe faz um efeito estranho...sente muito no fundo do seu peito .Algo nunca sentido .
-Meu destino me trouxe até aqui...isso não é normal....já fiz tantas viagens e nunca tinha me sentido assim...este lugar ...esta mulher me deixa a sensação de que algo maravilhoso esta sendo preparado para mim.Aqui me sinto como nos jardins de Orfeu....um sonho lindo que não gostaria de acordar mais.Mas ela é tão formal.Noto seu olhar.Vive me analisando mas não deixa passar o que sente.
Fecha a porta e sai da sala ,dando uma última olhada ,no seu sonho de pianista.
Olha em volta e como não escuta nada ,volta para o quarto.Se deita para pensar no que vira.Mas não tem muito tempo apara isso.
Logo ouve a voz de seu irmão e de Enzo.
A porta se abre e Pablito entra todo feliz:
-Conseguimos Lupe.Ele desmontou o rádio e trouxe todas as peças que vai precisar.Venha.Vamos lá .
Guadalupe se levanta e sai em companhia dele.Vão até uma sala perto da biblioteca .É ali que está a comunicação da casa com o resto do mundo.Um computador.Um rádio amador.
Ela ao ver aquilo fica de boca aberta e não acredita em seus olhos.
Enzo a olha e estranha sua reação:
-O que houve moça? Não gostou do meu rádio?
-Mas... vocês usam mesmo um rádio ? Mas é um rádio amador?
-Sim,pensava que fosse o que?
-Bem.Eu imaginava que fosse uma coisa mais moderna.Deus! E eu com tanta esperança de falar com papai.E a internet? Não funciona também?
-Vai voltar assim que eu recolocar a sua antena no lugar , pois é via satélite.
Guadalupe não se contém e as lágrimas descem sem parar.
-O que foi Lupe? Porque está assim?
Ela sai da sala correndo e vai se jogar na cama para chorar.Pablito corre atrás dela.
-Lupe ! O que aconteceu? Ele a abraça .O que foi?
-Pablo.Ela enxuga as lágrimas.Você viu ? Viu o rádio dele? Eu pensava que fosse um rádio comunicação.Não isso.Não vamos conseguir falar com papai, nunca .
-Mas ele me garantiu que funciona.Disse que fala com a filha na França.
-França? Ele tem uma filha na França? Eu não acredito nisso.Aquilo não pode funcionar.
Um toque na porta e a voz de Valkíria:
-Posso entrar?
-Pode .Guadalupe se põe de pé.Respira fundo.
-O que foi? Andou chorando?
-Sim,um pouco.
-Saudades de casa ou do namorado?
-Namorado ? Quem pergunta dando uma risada é Pablito.Ela com um namorado? Essa é boa.
-Fique quieto Pablo !
-Calma.Só perguntei .Mas não vai me dizer o motivo do choro?
-O rádio.É só isso que usam para se comunicar ?
-Ah! Então é isso? Não se preocupe.Ele funciona perfeitamente;temos também internet e mais alguma coisinha ,mas o rádio é o melhor.Logo vai estar pronto.Mesmo antiquado ele funciona.
-Fico mais tranqüila.
-Deixa eu dar uma olhada em sua perna.Acho que vou colocar ,mais o medicamento nela.Assim fecha mais rápido.
-Não precisa,já está boa.
-Não? Isso quem vai dizer sou eu.Deite-se e relaxa.
Guadalupe o faz .Valkíria muito delicadamente afasta sua roupa e olha sua perna.Depois de limpar coloca mais um pouco do medicamento.
-Bem é isso,agora descansa, sim? Mais à noite poderemos falar com sua família ou amanhã de manhã.
Ela sai do quarto depois de dar um beijo em sua testa.
Este gesto deixa Guadalupe quase que estática na cama.Só vai voltar à si ao sentir um cutucão de Pablo em seu braço:
-Lupe! Lupeeee! Acorda! O que se passa com você?Não vai me dizer que ainda pensa no rádio.
-Rádio? Que rádio?
-Ei! É isso ? Ora vejam só....
-Vejam só, o que?
-Você!
-Eu? Eu o que?
-Não vai me dizer que está caidinha pela dona Valkíria.
-Caidinha? Como assim? Ela o olha assustada.
-Ora larga de ser boba Lupe.Você está gostando dela?
É verdade? Pode falar ,eu sei do que você gosta.
E ali bem à sua frente , um belíssimo Essex , em ébano .
-Está aberto.Quem será que o usa?
Ela fica tentada em sentir o som de suas teclas .Em sua curta vida de pianista, sonha em ter esta oportunidade.Ouvir o som de um Essex ,tocado por ela.Mas receosa,não ousa nem tocar naquelas preciosidades .Prefere analisar o instrumento .Observa sua cauda ...sua espessura ,seu tamanho...
-Ah...vou perguntar depois de quem é e se posso usá-lo e....essas partituras...que lindas ...nunca tinha visto.....Parecem ser divinas.
Depois observa a sala....
-Feita para ele.Deve de ter uma acústica perfeita.As janelas, a colocação dos objetos....tudo bem calculado.
Vai até uma das janelas ...
-Uma varanda?
Muito silenciosa ,ela abre a porta janela e sai .A vista é magnífica....rosas e mais rosas .Aspira fundo o delicioso perfume que paira naquele lugar .
-Que delicia! Que lugar de contos de fadas .
Aquele lugar lhe faz um efeito estranho...sente muito no fundo do seu peito .Algo nunca sentido .
-Meu destino me trouxe até aqui...isso não é normal....já fiz tantas viagens e nunca tinha me sentido assim...este lugar ...esta mulher me deixa a sensação de que algo maravilhoso esta sendo preparado para mim.Aqui me sinto como nos jardins de Orfeu....um sonho lindo que não gostaria de acordar mais.Mas ela é tão formal.Noto seu olhar.Vive me analisando mas não deixa passar o que sente.
Fecha a porta e sai da sala ,dando uma última olhada ,no seu sonho de pianista.
Olha em volta e como não escuta nada ,volta para o quarto.Se deita para pensar no que vira.Mas não tem muito tempo apara isso.
Logo ouve a voz de seu irmão e de Enzo.
A porta se abre e Pablito entra todo feliz:
-Conseguimos Lupe.Ele desmontou o rádio e trouxe todas as peças que vai precisar.Venha.Vamos lá .
Guadalupe se levanta e sai em companhia dele.Vão até uma sala perto da biblioteca .É ali que está a comunicação da casa com o resto do mundo.Um computador.Um rádio amador.
Ela ao ver aquilo fica de boca aberta e não acredita em seus olhos.
Enzo a olha e estranha sua reação:
-O que houve moça? Não gostou do meu rádio?
-Mas... vocês usam mesmo um rádio ? Mas é um rádio amador?
-Sim,pensava que fosse o que?
-Bem.Eu imaginava que fosse uma coisa mais moderna.Deus! E eu com tanta esperança de falar com papai.E a internet? Não funciona também?
-Vai voltar assim que eu recolocar a sua antena no lugar , pois é via satélite.
Guadalupe não se contém e as lágrimas descem sem parar.
-O que foi Lupe? Porque está assim?
Ela sai da sala correndo e vai se jogar na cama para chorar.Pablito corre atrás dela.
-Lupe ! O que aconteceu? Ele a abraça .O que foi?
-Pablo.Ela enxuga as lágrimas.Você viu ? Viu o rádio dele? Eu pensava que fosse um rádio comunicação.Não isso.Não vamos conseguir falar com papai, nunca .
-Mas ele me garantiu que funciona.Disse que fala com a filha na França.
-França? Ele tem uma filha na França? Eu não acredito nisso.Aquilo não pode funcionar.
Um toque na porta e a voz de Valkíria:
-Posso entrar?
-Pode .Guadalupe se põe de pé.Respira fundo.
-O que foi? Andou chorando?
-Sim,um pouco.
-Saudades de casa ou do namorado?
-Namorado ? Quem pergunta dando uma risada é Pablito.Ela com um namorado? Essa é boa.
-Fique quieto Pablo !
-Calma.Só perguntei .Mas não vai me dizer o motivo do choro?
-O rádio.É só isso que usam para se comunicar ?
-Ah! Então é isso? Não se preocupe.Ele funciona perfeitamente;temos também internet e mais alguma coisinha ,mas o rádio é o melhor.Logo vai estar pronto.Mesmo antiquado ele funciona.
-Fico mais tranqüila.
-Deixa eu dar uma olhada em sua perna.Acho que vou colocar ,mais o medicamento nela.Assim fecha mais rápido.
-Não precisa,já está boa.
-Não? Isso quem vai dizer sou eu.Deite-se e relaxa.
Guadalupe o faz .Valkíria muito delicadamente afasta sua roupa e olha sua perna.Depois de limpar coloca mais um pouco do medicamento.
-Bem é isso,agora descansa, sim? Mais à noite poderemos falar com sua família ou amanhã de manhã.
Ela sai do quarto depois de dar um beijo em sua testa.
Este gesto deixa Guadalupe quase que estática na cama.Só vai voltar à si ao sentir um cutucão de Pablo em seu braço:
-Lupe! Lupeeee! Acorda! O que se passa com você?Não vai me dizer que ainda pensa no rádio.
-Rádio? Que rádio?
-Ei! É isso ? Ora vejam só....
-Vejam só, o que?
-Você!
-Eu? Eu o que?
-Não vai me dizer que está caidinha pela dona Valkíria.
-Caidinha? Como assim? Ela o olha assustada.
-Ora larga de ser boba Lupe.Você está gostando dela?
É verdade? Pode falar ,eu sei do que você gosta.
continua ...
Capítulo 28 . Paixão
-Gostar? Pablo....eu não sei o que falar.
-Como assim? Falar o que? Lupe? Você está gostando dela? É isso?
-Não sei Pablo...mas me sinto estranha quando estou perto dela.
-Ih! Isso já não entendo.Deixo para você que já conhece.
-Sei não.Não sei se conheço bem.Só sei teorias.
-Nunca namorou ?
-Não de verdade,só tive namoricos passageiros ,nada importante.Nada de me sentir assim.
-Ora ,fala então para ela.
-Você é louco?
-Porque não? Como então se faz?
-Se faz o que?
-Você disse que acha que gosta dela.Fala para ela o que sente.Não é assim? Gosta, fala.
-Não posso fazer isso seu bobo.E se ela ficar brava comigo?
-Brava? Porque ficaria?Desde quando se fica bravo ouvindo que alguém gosta da gente.
-Pablo.Vê se compreende.Eu sou assim.Como você mesmo me disse aquela vez que descobriu sobre mim.Lembra-se?
-Que era uma coisa diferente ?
-Sim.Para a maioria eu sou diferente.Gostar de uma pessoa do mesmo sexo é diferente.São poucas as pessoas que entendem.
-Eu entendi,porque as outras pessoas não entendem?
-São casos diferentes,como existem pessoas diferentes existem pensamentos também diferentes.Você me aceitou e se ela não é como eu? O que falarei para ela?Se bem que desconfio ...já deu a entender algumas coisas.
-Agora não entendi nada.Ela precisa ser como você? É isso?
-Sim Pablito.Ela deve ser como eu.Gostar de mulher também.Não dá namorar uma que não gosta.
-E como se descobre isso?
-Não sei...acho que sim ...não! Não sei na verdade. Nunca procurei saber,pois tenho vergonha até de olhar para uma.
-Vergonha? Porque?Você é bonita.
-Não é bem vergonha é mais medo,sei lá.
-Medo? Já sei .É tímida.Só não entendo quando disse que teve namoricos ,coisa só de longe então?
-Deve ser isso,sei lá.E se eu falo algo para ela e ela me dá uma resposta grossa ou algo pior?
-Bem ,como vamos descobrir?
-Como assim, vamos? O que pretende com isso?
-Ora ,te ajudar.Está sempre me ajudando ,agora sou eu quem vai te ajudar .
-Não se meta em minha vida Pablito.Não quero este tipo de ajuda .Deixa para lá.
-Deixar ? Certo então.
-Como assim? Falar o que? Lupe? Você está gostando dela? É isso?
-Não sei Pablo...mas me sinto estranha quando estou perto dela.
-Ih! Isso já não entendo.Deixo para você que já conhece.
-Sei não.Não sei se conheço bem.Só sei teorias.
-Nunca namorou ?
-Não de verdade,só tive namoricos passageiros ,nada importante.Nada de me sentir assim.
-Ora ,fala então para ela.
-Você é louco?
-Porque não? Como então se faz?
-Se faz o que?
-Você disse que acha que gosta dela.Fala para ela o que sente.Não é assim? Gosta, fala.
-Não posso fazer isso seu bobo.E se ela ficar brava comigo?
-Brava? Porque ficaria?Desde quando se fica bravo ouvindo que alguém gosta da gente.
-Pablo.Vê se compreende.Eu sou assim.Como você mesmo me disse aquela vez que descobriu sobre mim.Lembra-se?
-Que era uma coisa diferente ?
-Sim.Para a maioria eu sou diferente.Gostar de uma pessoa do mesmo sexo é diferente.São poucas as pessoas que entendem.
-Eu entendi,porque as outras pessoas não entendem?
-São casos diferentes,como existem pessoas diferentes existem pensamentos também diferentes.Você me aceitou e se ela não é como eu? O que falarei para ela?Se bem que desconfio ...já deu a entender algumas coisas.
-Agora não entendi nada.Ela precisa ser como você? É isso?
-Sim Pablito.Ela deve ser como eu.Gostar de mulher também.Não dá namorar uma que não gosta.
-E como se descobre isso?
-Não sei...acho que sim ...não! Não sei na verdade. Nunca procurei saber,pois tenho vergonha até de olhar para uma.
-Vergonha? Porque?Você é bonita.
-Não é bem vergonha é mais medo,sei lá.
-Medo? Já sei .É tímida.Só não entendo quando disse que teve namoricos ,coisa só de longe então?
-Deve ser isso,sei lá.E se eu falo algo para ela e ela me dá uma resposta grossa ou algo pior?
-Bem ,como vamos descobrir?
-Como assim, vamos? O que pretende com isso?
-Ora ,te ajudar.Está sempre me ajudando ,agora sou eu quem vai te ajudar .
-Não se meta em minha vida Pablito.Não quero este tipo de ajuda .Deixa para lá.
-Deixar ? Certo então.
Mayka passa pela sala onde Valkíria escrevia.Sentada no canto como sempre ela entretida não percebia os olhares de sua governanta.
Esta não perdia nem uma de suas expressões faciais.Era por elas que a controlava.Os anos que já convivia ali a fizeram aprender tudo sobre Valkíria e a estudava agora com muito cuidado.
-“Hum...está trabalhando ...ainda bem.Pensei que a apegaria desligada e pensativa.Prefiro vê-la assim .Pelo menos fica com o pensamento longe daqui e desta vida.”
Mayka sai da sala mais satisfeita.
Não ficaria assim tão tranqüila se tivesse visto o que Valkíria escrevia. Pois não era o que sempre acostumava escrever ali ,sentada.Nem a folha era do mesmo tipo.Agora é um caderno comum.Uma agenda?Um diário? Ou só lembranças e esperanças?
-“Ela não é uma criança mas para mim é como se fosse.Céus ,quanta tristeza me invade . Ela não tem culpa ,mas está me fazendo mal.E eu não sei mais como desviar meus pensamentos.Não consigo tirá-la de minha cabeça.Nem quando quero dormir...ah...dormir...quantos anos não consigo ter uma noite tranqüila...sempre acordando na madrugada.Antes eram outros pensamentos ,agora ,isso.Sinto o frio da madrugada como quando sentia saudades.Já cheguei até a pedir à Deus a morte,já quase perdi a razão.Agora me aparece ela e aquilo que achava que já estava morto ,renasce.Me bate o desespero ,na cama vazia ,tendo-a ao lado...não consigo mais descansar ,meus pensamentos viajam sem rumo.”
Valkíria para o que escrevia. Algo como uma luz ,uma campainha alerta seu cérebro.
-É isso ....achei!
Larga o caderno em que escrevia. Se levanta e pega na gaveta do armário, algumas folhas.
Volta a se sentar e se debruça sobre eles e ali fica em frenética atividade.Só vai levantar a cabeça, horas depois.Sua cabeça dói,suas mãos estão cansadas mas seus olhos tem o brilho de vitoriosa. Lê e relê o que fizera.Depois de aprovada por si mesma ,dá um largo sorriso:
-Sim! Consegui finalmente! Tantos anos tentando e agora como um relâmpago surgiu o que ansiava... e pronto...
Fica um tempo olhando o que já sabia de cor. Pois anos trabalha e nada.
-Será por causa dela? Ela que me fez ser iluminada ? Ela me inspirou!
Depois de reler novamente ,coloca na pasta e guarda na estante.
Sai da sala ,não notando que todos seus movimentos, foram seguidos por olhos muito atentos.
Nem bem saiu e duas mãos mais que depressa pegam o caderno e a pasta.Ambos são abertos com sofreguidão .Lidos muito rapidamente , acompanhados de um risinho malicioso.
São novamente colocados em seus lugares e a porta se fecha .
Esta não perdia nem uma de suas expressões faciais.Era por elas que a controlava.Os anos que já convivia ali a fizeram aprender tudo sobre Valkíria e a estudava agora com muito cuidado.
-“Hum...está trabalhando ...ainda bem.Pensei que a apegaria desligada e pensativa.Prefiro vê-la assim .Pelo menos fica com o pensamento longe daqui e desta vida.”
Mayka sai da sala mais satisfeita.
Não ficaria assim tão tranqüila se tivesse visto o que Valkíria escrevia. Pois não era o que sempre acostumava escrever ali ,sentada.Nem a folha era do mesmo tipo.Agora é um caderno comum.Uma agenda?Um diário? Ou só lembranças e esperanças?
-“Ela não é uma criança mas para mim é como se fosse.Céus ,quanta tristeza me invade . Ela não tem culpa ,mas está me fazendo mal.E eu não sei mais como desviar meus pensamentos.Não consigo tirá-la de minha cabeça.Nem quando quero dormir...ah...dormir...quantos anos não consigo ter uma noite tranqüila...sempre acordando na madrugada.Antes eram outros pensamentos ,agora ,isso.Sinto o frio da madrugada como quando sentia saudades.Já cheguei até a pedir à Deus a morte,já quase perdi a razão.Agora me aparece ela e aquilo que achava que já estava morto ,renasce.Me bate o desespero ,na cama vazia ,tendo-a ao lado...não consigo mais descansar ,meus pensamentos viajam sem rumo.”
Valkíria para o que escrevia. Algo como uma luz ,uma campainha alerta seu cérebro.
-É isso ....achei!
Larga o caderno em que escrevia. Se levanta e pega na gaveta do armário, algumas folhas.
Volta a se sentar e se debruça sobre eles e ali fica em frenética atividade.Só vai levantar a cabeça, horas depois.Sua cabeça dói,suas mãos estão cansadas mas seus olhos tem o brilho de vitoriosa. Lê e relê o que fizera.Depois de aprovada por si mesma ,dá um largo sorriso:
-Sim! Consegui finalmente! Tantos anos tentando e agora como um relâmpago surgiu o que ansiava... e pronto...
Fica um tempo olhando o que já sabia de cor. Pois anos trabalha e nada.
-Será por causa dela? Ela que me fez ser iluminada ? Ela me inspirou!
Depois de reler novamente ,coloca na pasta e guarda na estante.
Sai da sala ,não notando que todos seus movimentos, foram seguidos por olhos muito atentos.
Nem bem saiu e duas mãos mais que depressa pegam o caderno e a pasta.Ambos são abertos com sofreguidão .Lidos muito rapidamente , acompanhados de um risinho malicioso.
São novamente colocados em seus lugares e a porta se fecha .
Continua ..
Capítulo 29 . Dores
O desespero tomara conta da família na grande fazenda.São mais de uma semana que não têm noticias dos filhos.
E piora mais ainda quando um comandante dos guerrilheiros é preso .Depois de torturado pelos soldados ,ele diz algo sobre os seqüestrados.
E a noticia deixa a família um pouco mais aliviada,mas a tensão continua.
O guerrilheiro conta que os dois filhos do embaixador ,foram levados para o interior do Brasil.Ele diz também que existe um acampamento na fronteira e que ali estão os dois.Mas que não recebera mais noticias do piloto que os levara.
O governo da Colômbia entra em contato com o governo brasileiro e pede ajuda.Com isso os postos do exército na fronteira estão alertas.A noticia corre rápido entre as aldeias indígenas e chega aos ouvidos de Yulia.
Estando na mata em busca de novas espécies ,ela se encontra com um pajé de uma tribo colombiana e através dele fica sabendo da noticia.
Mas como estava um pouco distante de sua casa, ela prefere ficar em silêncio.Não quer saber do exército em sua reserva .
-Hum... pelo que entendi deve ser esta moça que está na casa de Valkíria.Preciso avisá-la disso.Se bem que tudo isso veio como um balsamo para seu coração.Notei o interesse dela.Faz anos que torço para que isso aconteça.Agora ela está começando a viver novamente.
Dois dias ela passa na mata em visita aos seus amigos indígenas.É com eles que aprende os preparados e usos das plantas medicinais, abundantes na mata.
-Doutora branca já entende o uso das folhas,agora precisa aprender o uso das raízes.
É assim chamada por seus amigos, os curandeiros.Ela ensina o que sabe e aprende a milenar medicina indígena.
Quando retorna , ela pede ao rapaz que leva seu almoço:
-Guto,me faz um favor.Quando chegar lá na casa grande ,pede para conversar com Valkíria.
-Sim senhora e o que falo para ela?
-Nada ,só entrega este bilhete que escrevi.Mas em hipótese alguma faça isso se Mayka estiver por perto.
-Ela não deve saber .Certo, entrego sim.Mas e se ela estiver perto?O que faço?
-Fale sobre alguma coisa ...deixa eu ver.Fale sobre a cachoeira.Diga que está muito bonita .Valkíria vai entender.
Guto voltando para a fazenda ,entra na cozinha para entregar as vasilhas, onde levava a comida.
-Dona Meire,sabe se a dona Valkíria poderia vir aqui conversar comigo?
-Com você? O que quer com ela moleque?Não é dinheiro ,é?
-Não senhora ,é sobre a cachoeira lá da dona Yulia.
-Cachoeira? Está bem.Vou ver se ela vem até aqui.
E piora mais ainda quando um comandante dos guerrilheiros é preso .Depois de torturado pelos soldados ,ele diz algo sobre os seqüestrados.
E a noticia deixa a família um pouco mais aliviada,mas a tensão continua.
O guerrilheiro conta que os dois filhos do embaixador ,foram levados para o interior do Brasil.Ele diz também que existe um acampamento na fronteira e que ali estão os dois.Mas que não recebera mais noticias do piloto que os levara.
O governo da Colômbia entra em contato com o governo brasileiro e pede ajuda.Com isso os postos do exército na fronteira estão alertas.A noticia corre rápido entre as aldeias indígenas e chega aos ouvidos de Yulia.
Estando na mata em busca de novas espécies ,ela se encontra com um pajé de uma tribo colombiana e através dele fica sabendo da noticia.
Mas como estava um pouco distante de sua casa, ela prefere ficar em silêncio.Não quer saber do exército em sua reserva .
-Hum... pelo que entendi deve ser esta moça que está na casa de Valkíria.Preciso avisá-la disso.Se bem que tudo isso veio como um balsamo para seu coração.Notei o interesse dela.Faz anos que torço para que isso aconteça.Agora ela está começando a viver novamente.
Dois dias ela passa na mata em visita aos seus amigos indígenas.É com eles que aprende os preparados e usos das plantas medicinais, abundantes na mata.
-Doutora branca já entende o uso das folhas,agora precisa aprender o uso das raízes.
É assim chamada por seus amigos, os curandeiros.Ela ensina o que sabe e aprende a milenar medicina indígena.
Quando retorna , ela pede ao rapaz que leva seu almoço:
-Guto,me faz um favor.Quando chegar lá na casa grande ,pede para conversar com Valkíria.
-Sim senhora e o que falo para ela?
-Nada ,só entrega este bilhete que escrevi.Mas em hipótese alguma faça isso se Mayka estiver por perto.
-Ela não deve saber .Certo, entrego sim.Mas e se ela estiver perto?O que faço?
-Fale sobre alguma coisa ...deixa eu ver.Fale sobre a cachoeira.Diga que está muito bonita .Valkíria vai entender.
Guto voltando para a fazenda ,entra na cozinha para entregar as vasilhas, onde levava a comida.
-Dona Meire,sabe se a dona Valkíria poderia vir aqui conversar comigo?
-Com você? O que quer com ela moleque?Não é dinheiro ,é?
-Não senhora ,é sobre a cachoeira lá da dona Yulia.
-Cachoeira? Está bem.Vou ver se ela vem até aqui.
Em seu quarto ,Valkíria inclina-se mais para a frente a fim de se olhar melhor no espelho.Seus olhos procuram algum fio de cabelo branco.Não achando ,começa a procurar rugas .Franze a testa e prende o cabelo em um rabo.
Não muito satisfeita com o que via ,resolve se deitar.Fecha os olhos e seus pensamentos voam.Logo em seguida de seus olhos começam a descer lágrimas.Se vira na cama e enfia a cabeça debaixo do travesseiro e ali os soluços são abafados.Seu corpo está exigindo algo que achava que nunca mais sentiria:desejo.Estava desejando outro corpo junto ao seu.Estava precisando de carinhos que só outra mulher poderia lhe proporcionar.E esta mulher era para ela uma quase criança.Mas a desejava,a queria .Desde que ficara sozinha nunca mais procurou o amor,não queria mais se envolver com ele.Mas agora tudo parecia retornar ,quer o amor de volta.E por sua cabeça passa que foi reencontrar isso em Guadalupe.Se abraça forte ,como se estivesse com alguém entre os braços.Não contente ,se agarra ao travesseiro.Geme .
Passados alguns minutos ,se recompõe,sentando na cama :
-Preciso conversar com ela.Tudo está recomeçando.Não estou mais conseguindo nem dormir à noite.
A batida na porta a assusta.
Não muito satisfeita com o que via ,resolve se deitar.Fecha os olhos e seus pensamentos voam.Logo em seguida de seus olhos começam a descer lágrimas.Se vira na cama e enfia a cabeça debaixo do travesseiro e ali os soluços são abafados.Seu corpo está exigindo algo que achava que nunca mais sentiria:desejo.Estava desejando outro corpo junto ao seu.Estava precisando de carinhos que só outra mulher poderia lhe proporcionar.E esta mulher era para ela uma quase criança.Mas a desejava,a queria .Desde que ficara sozinha nunca mais procurou o amor,não queria mais se envolver com ele.Mas agora tudo parecia retornar ,quer o amor de volta.E por sua cabeça passa que foi reencontrar isso em Guadalupe.Se abraça forte ,como se estivesse com alguém entre os braços.Não contente ,se agarra ao travesseiro.Geme .
Passados alguns minutos ,se recompõe,sentando na cama :
-Preciso conversar com ela.Tudo está recomeçando.Não estou mais conseguindo nem dormir à noite.
A batida na porta a assusta.
-Valkíria? Posso entrar minha querida? A voz de Mayka, a faz voltar ao normal:
-Sim,pode entrar ,Mayka.
Mayka não se faz esperar e logo entra no quarto.
-O que se passa querida? Na cama à estas horas? Está sentindo alguma coisa?
-Não Mayka .Só esperando que Enzo conserte o rádio. Nossos hospedes estão ansiosos para conversar com a família.
-Bem se é só por isso, Enzo já consertou o rádio.Amanhã cedo ele vai fazer um teste .
-Já?
-Sim.Porque o espanto? Não era isso que esperava? Mayka achou estranho o modo da pergunta.Para quem estava esperando uma afirmação ,esta não fora bem recebida.
-Não é isso,é que sempre ele demora tanto em suas arrumações.
-Sim, é verdade ,mas está tudo pronto.Agora só falta a televisão .Mas acho que logo a noite podemos assistir um bom telejornal.
-Isso é bom,vou avisá-los disso também.Devem estar com vontade de ver algo diferente além do mato e de nós.
-Hum...o menino pode até ser ,já sua irmã.
-O que tem ela? Os olhos de Valkíria se fecham um pouco .Ficou curiosa .
-Bem...ela é diferente dele.Quase não fala .Acho que deve ter algum problema mental.
-Mayka? O que é isso? De onde veio esta idéia?Ela é tão normal quanto qualquer um .
-Coisas minhas.Mas não foi sobre isso que vim até aqui.É o Guto.Quer falar com você.
-Guto? É algum recado?
-Não sei.Só disse que era sobre a cachoeira de Yulia.Sabe de que se trata?
-Cachoeira?
Valkíria dá um pulo da cama ,se pondo em pé.Entendera bem o recado.Onde ele está?
-Lá na cozinha...mas o que é? Valkíria?
Mas já em pé nem mais a ouvia , saíra logo ao encontro do garoto que a procurava.
Mayka ,desconfiada ,corre atrás.Mesmo sendo idosa é ligeira.
-“Tem coisa aí...preciso descobri de que se trata.Uma cachoeira não a faria ficar assim.Preciso descobrir o que é.”
Mas quando chega na cozinha não encontra ninguém ali.Nem Valkíria nem Guto.
-Onde eles estão? Pergunta meio apavorada, para Meire.
-Quem dona Mayka?
-Guto e Valkíria.Quem mais poderia ser ?
-Saíram.
-Isso eu estou vendo.Para onde foram? A voz de Mayka já demonstrava irritação.
Meire ,muito tranqüila:
-Como vou saber? Não me falaram nada.Só saíram.
-Deus meu! E não ficou curiosa?
-Eu? Porque ficaria curiosa? A senhora está? O que está acontecendo?
-Deixa para lá.
Mayka sai da cozinha,resmungando algo como:
-Mulher imprestável,não serve nem para dar informações... droga e agora ? Como vou ficar sabendo o que está acontecendo? Não posso perder Valkíria nem um minuto de minhas vistas.
No quarto de Guadalupe:
Pablito entra eufórico:
-Lupe!
-Que foi Pablito.Pare com essa mania de entrar no meu quarto ,sem bater na porta.
-Desculpe Lupe,sempre me esqueço.Mas é que tenho ótimas noticias.
-Sobre o rádio? Está pronto?
-Rádio? Não! É sobre dona Valkíria.Eu descobri tudo sobre ela.Mas o mais importante é que ela ...
-Pare Pablito.O que você andou fazendo?
-Ora ,fui investigar e peguei uns papéis que ela escrevia lá na sala e sabe o que estava em um caderno?
-Sim,pode entrar ,Mayka.
Mayka não se faz esperar e logo entra no quarto.
-O que se passa querida? Na cama à estas horas? Está sentindo alguma coisa?
-Não Mayka .Só esperando que Enzo conserte o rádio. Nossos hospedes estão ansiosos para conversar com a família.
-Bem se é só por isso, Enzo já consertou o rádio.Amanhã cedo ele vai fazer um teste .
-Já?
-Sim.Porque o espanto? Não era isso que esperava? Mayka achou estranho o modo da pergunta.Para quem estava esperando uma afirmação ,esta não fora bem recebida.
-Não é isso,é que sempre ele demora tanto em suas arrumações.
-Sim, é verdade ,mas está tudo pronto.Agora só falta a televisão .Mas acho que logo a noite podemos assistir um bom telejornal.
-Isso é bom,vou avisá-los disso também.Devem estar com vontade de ver algo diferente além do mato e de nós.
-Hum...o menino pode até ser ,já sua irmã.
-O que tem ela? Os olhos de Valkíria se fecham um pouco .Ficou curiosa .
-Bem...ela é diferente dele.Quase não fala .Acho que deve ter algum problema mental.
-Mayka? O que é isso? De onde veio esta idéia?Ela é tão normal quanto qualquer um .
-Coisas minhas.Mas não foi sobre isso que vim até aqui.É o Guto.Quer falar com você.
-Guto? É algum recado?
-Não sei.Só disse que era sobre a cachoeira de Yulia.Sabe de que se trata?
-Cachoeira?
Valkíria dá um pulo da cama ,se pondo em pé.Entendera bem o recado.Onde ele está?
-Lá na cozinha...mas o que é? Valkíria?
Mas já em pé nem mais a ouvia , saíra logo ao encontro do garoto que a procurava.
Mayka ,desconfiada ,corre atrás.Mesmo sendo idosa é ligeira.
-“Tem coisa aí...preciso descobri de que se trata.Uma cachoeira não a faria ficar assim.Preciso descobrir o que é.”
Mas quando chega na cozinha não encontra ninguém ali.Nem Valkíria nem Guto.
-Onde eles estão? Pergunta meio apavorada, para Meire.
-Quem dona Mayka?
-Guto e Valkíria.Quem mais poderia ser ?
-Saíram.
-Isso eu estou vendo.Para onde foram? A voz de Mayka já demonstrava irritação.
Meire ,muito tranqüila:
-Como vou saber? Não me falaram nada.Só saíram.
-Deus meu! E não ficou curiosa?
-Eu? Porque ficaria curiosa? A senhora está? O que está acontecendo?
-Deixa para lá.
Mayka sai da cozinha,resmungando algo como:
-Mulher imprestável,não serve nem para dar informações... droga e agora ? Como vou ficar sabendo o que está acontecendo? Não posso perder Valkíria nem um minuto de minhas vistas.
No quarto de Guadalupe:
Pablito entra eufórico:
-Lupe!
-Que foi Pablito.Pare com essa mania de entrar no meu quarto ,sem bater na porta.
-Desculpe Lupe,sempre me esqueço.Mas é que tenho ótimas noticias.
-Sobre o rádio? Está pronto?
-Rádio? Não! É sobre dona Valkíria.Eu descobri tudo sobre ela.Mas o mais importante é que ela ...
-Pare Pablito.O que você andou fazendo?
-Ora ,fui investigar e peguei uns papéis que ela escrevia lá na sala e sabe o que estava em um caderno?
Continua ...
Capítulo 30 .No silêncio da noite
-Caderno? Pablo Maldonado ...isso não se faz .Espiando o que uma mulher faz e ainda vai ler o que escreveu? Onde está sua educação?
-Para com isso Lupe.Ou não quer saber o que ela escreveu?Acho que era sobre você.
-Sobre mim? Como assim?
-Bem estava escrito no caderno dela.
-O que é?
-Ah! Agora quer saber?
-Para com isso Pablito.Fala logo.
-Bem. Ela escreveu algo assim ,se me lembro bem: ela é quase uma criança,não consigo tirá-la de meus pensamentos,ela me faz tanto mal...
-Mas não cita meu nome.Como pode ser eu?
-Mas Lupe.Se não for você ,pelo menos já sabe que ela é como você.
-Como eu?......
Guadalupe fica pensativa enquanto Pablo sai do quarto rindo.
-Ele pode ter razão.Se ela escreveu isso...pensava em uma mulher...muito moça...bem mais moça que ela.... então... será?Como vou ter certeza disso? Ou me arrisco? Logo vamos embora.Se não der certo não nos veremos mais mesmo.Tenho de criar coragem e falar algo para ela e esperar sua reação.
-Para com isso Lupe.Ou não quer saber o que ela escreveu?Acho que era sobre você.
-Sobre mim? Como assim?
-Bem estava escrito no caderno dela.
-O que é?
-Ah! Agora quer saber?
-Para com isso Pablito.Fala logo.
-Bem. Ela escreveu algo assim ,se me lembro bem: ela é quase uma criança,não consigo tirá-la de meus pensamentos,ela me faz tanto mal...
-Mas não cita meu nome.Como pode ser eu?
-Mas Lupe.Se não for você ,pelo menos já sabe que ela é como você.
-Como eu?......
Guadalupe fica pensativa enquanto Pablo sai do quarto rindo.
-Ele pode ter razão.Se ela escreveu isso...pensava em uma mulher...muito moça...bem mais moça que ela.... então... será?Como vou ter certeza disso? Ou me arrisco? Logo vamos embora.Se não der certo não nos veremos mais mesmo.Tenho de criar coragem e falar algo para ela e esperar sua reação.
-O que é Guto? Pelo que entendi da cachoeira ,você tem algo para mim.Onde está?
-Aqui dona Valkíria,sua tia quer vê-la o mais rápido possível.
-Obrigada, não comente nada com ninguém sobre isso.
-Certo ,ela me recomendou não deixar dona Mayka ver o que ia te entregar.
-Mayka? Porque ? Ela disse?
-Não ,só me jurou nada te entregar, com ela por perto.
Guto vai embora, deixando uma pensativa Valkíria.Não entendia o recado sobre Mayka.
-“Qual será o motivo disso agora? O que fez Mayka assim de tão errado que titia descobriu?”
Abre o bilhete da tia e lê:
“-Querida,venha me ver o mais rápido possível,descobri quem é a moça que está em sua casa.Venha tomar a água da cachoeira,está na época de você fazer isso,te espero.Yulia.”
-Descobriu? Mas eu já sei quem é.Em todo caso vou dar um pulo lá amanhã,preciso desta água.
Ela volta e se encontra com Pablito:
-Senhor Pablo,diga à sua irmã que o rádio já está pronto e que amanhã de manhã ele será ligado e vocês poderão falar com seu pai.
-Que legal! Vou avisar Lupe.Ela anda muito nervosa .
-Imagino que sim.Enzo precisa ainda fazer uns testes mas amanhã já estará pronto.
Ele ao avisar Guadalupe nota que a noticia não foi assim tão bem recebida.Esperava mais entusiasmo dela:
-Que foi agora Lupe? Parece que não gostou .
-Ah Pablito,se chamarmos o papai logo vamos voltar para casa.Estou gostando de ficar aqui.É tão gostoso.
-Mas Lupe.Não está pensando em mamãe e no papai? Imagina só como devem estar nervosos.
-Eu sei Pablo. Qual vai ser a diferença se ficarmos mais uns dias aqui?
-Entendi. É por causa dela ,não é? Quer ficar mais um pouco junto.
-É realmente.Preciso desfrutar mais um pouco de sua presença.Um dia quando você crescer mais vai me entender.
-Você gosta mesmo dela?
-Sim,nunca tinha encontrado uma assim.Pena que nem olha para mim.
-Como não? E o que eu li?
-Não sei se era para mim Pablo.Pode ser para outra mulher.
-Que outra? Aqui não tem mais ninguém que combine com o que li.
-Aqui.Mas quem pode afirmar que não está lá na Rússia?
-Vou descobrir isso.
-Pablo! Nem pense em vasculhar mais suas coisas.
-E se eu te contar o que descobri mais ,não vai querer saber?
-Não sei...para com isso ,assim vou virar cúmplice de suas investidas pela casa.
-Mas é para você isso que estou fazendo. Vai que ela goste de você e não tem coragem de dizer.O que você faria?
-Sei lá,vou ter de descobrir na hora.É uma coisa de momento.
-E amanhã? Não falamos então com papai?
-Fazer o que? Vamos falar sim .É uma pena .
-Pena? É verdade.Vou ter de pensar nisso também.
-Aqui dona Valkíria,sua tia quer vê-la o mais rápido possível.
-Obrigada, não comente nada com ninguém sobre isso.
-Certo ,ela me recomendou não deixar dona Mayka ver o que ia te entregar.
-Mayka? Porque ? Ela disse?
-Não ,só me jurou nada te entregar, com ela por perto.
Guto vai embora, deixando uma pensativa Valkíria.Não entendia o recado sobre Mayka.
-“Qual será o motivo disso agora? O que fez Mayka assim de tão errado que titia descobriu?”
Abre o bilhete da tia e lê:
“-Querida,venha me ver o mais rápido possível,descobri quem é a moça que está em sua casa.Venha tomar a água da cachoeira,está na época de você fazer isso,te espero.Yulia.”
-Descobriu? Mas eu já sei quem é.Em todo caso vou dar um pulo lá amanhã,preciso desta água.
Ela volta e se encontra com Pablito:
-Senhor Pablo,diga à sua irmã que o rádio já está pronto e que amanhã de manhã ele será ligado e vocês poderão falar com seu pai.
-Que legal! Vou avisar Lupe.Ela anda muito nervosa .
-Imagino que sim.Enzo precisa ainda fazer uns testes mas amanhã já estará pronto.
Ele ao avisar Guadalupe nota que a noticia não foi assim tão bem recebida.Esperava mais entusiasmo dela:
-Que foi agora Lupe? Parece que não gostou .
-Ah Pablito,se chamarmos o papai logo vamos voltar para casa.Estou gostando de ficar aqui.É tão gostoso.
-Mas Lupe.Não está pensando em mamãe e no papai? Imagina só como devem estar nervosos.
-Eu sei Pablo. Qual vai ser a diferença se ficarmos mais uns dias aqui?
-Entendi. É por causa dela ,não é? Quer ficar mais um pouco junto.
-É realmente.Preciso desfrutar mais um pouco de sua presença.Um dia quando você crescer mais vai me entender.
-Você gosta mesmo dela?
-Sim,nunca tinha encontrado uma assim.Pena que nem olha para mim.
-Como não? E o que eu li?
-Não sei se era para mim Pablo.Pode ser para outra mulher.
-Que outra? Aqui não tem mais ninguém que combine com o que li.
-Aqui.Mas quem pode afirmar que não está lá na Rússia?
-Vou descobrir isso.
-Pablo! Nem pense em vasculhar mais suas coisas.
-E se eu te contar o que descobri mais ,não vai querer saber?
-Não sei...para com isso ,assim vou virar cúmplice de suas investidas pela casa.
-Mas é para você isso que estou fazendo. Vai que ela goste de você e não tem coragem de dizer.O que você faria?
-Sei lá,vou ter de descobrir na hora.É uma coisa de momento.
-E amanhã? Não falamos então com papai?
-Fazer o que? Vamos falar sim .É uma pena .
-Pena? É verdade.Vou ter de pensar nisso também.
Esta noite Enzo fica até mais tarde, experimentando o rádio.Depois de horas consegue conversar com a filha .Dando-se por satisfeito, ele desliga tudo e vai dormir.
O silêncio da casa só é quebrado pelo barulho suave do pendulo do grande carrilhão na entrada da biblioteca.Quando este dá 2 baladas, anunciando as horas da madrugada , um vulto entra na sala do rádio. Com uma pequena iluminação, proveniente de sua minúscula lanterna,vasculha o aparelho e sai com uma peça.Apaga a lanterna e fecha aporta.
Depois disso, mais umas duas vezes voltou ao mesmo lugar ,agora com lanternas de tamanhos diferentes.Faz o mesmo.Pega uma peça e sai do local.
A madrugada silenciosa ,que invade sorrateira a imensa casa ,não avisara ao vulto que se move também sorrateiro, por ela, que era hora de dormir .Mas o silêncio é total...
Mãos colocam em cima do piano uma partitura.Dedos correm suavemente sobre as teclas ...um leve suspiro se ouve sair de um peito amargurado.Silêncio.
O silêncio da casa só é quebrado pelo barulho suave do pendulo do grande carrilhão na entrada da biblioteca.Quando este dá 2 baladas, anunciando as horas da madrugada , um vulto entra na sala do rádio. Com uma pequena iluminação, proveniente de sua minúscula lanterna,vasculha o aparelho e sai com uma peça.Apaga a lanterna e fecha aporta.
Depois disso, mais umas duas vezes voltou ao mesmo lugar ,agora com lanternas de tamanhos diferentes.Faz o mesmo.Pega uma peça e sai do local.
A madrugada silenciosa ,que invade sorrateira a imensa casa ,não avisara ao vulto que se move também sorrateiro, por ela, que era hora de dormir .Mas o silêncio é total...
Mãos colocam em cima do piano uma partitura.Dedos correm suavemente sobre as teclas ...um leve suspiro se ouve sair de um peito amargurado.Silêncio.
O sol amanhece meio tímido,nuvens negras são avistadas ao longe .Logo uns pingos caem do céu .Toda a natureza se recolhe.Os pássaros ficam espiando as gotas a cair.Mas logo a tranqüilidade é cortada pelo trovão.A chuva agora vem molhando tudo e lavando toda a terra,como se esta estivesse lavando a alma .
Como veio ,ela vai.Passando alguns minutos o sol reaparece ,os pássaros voltam às suas brincadeira e aos seus chilreados .A floresta retorna ao seu normal.
E na casa ,se ouve o som da voz de Enzo:
-Quem mexeu no rádio?
-Como assim? Mexeram no rádio? Mayka entra curiosa na sala.
-Sim,olha aqui.Estão faltando três peças,e são importantes.
-Mas quem faria isso?
-Como vou saber? Será que foi o menino?
-Ele ? Não Enzo ,não pode ser .É o mais interessado no rádio funcionando.
-Sim, é verdade.Eles é que querem usar o rádio.Mas então, quem mexeu?
-O que está acontecendo Enzo? Que gritaria é essa ?
Valkíria entra na sala.Está vestida para sair à cavalo.Vai ver o que a tia quer com ela.
-Veja só Valkíria.Mexeram no rádio e pegaram peças dele.
Guadalupe e Pablito chegam também na sala juntamente com as outras três empregadas da casa.
-O que aconteceu Valkíria ? Ela pergunta, olhando para suas roupas de montaria.
-Enzo disse que pegaram uma peça do rádio e que sem ela ele não funciona.
-Uma peça nada, Valkíria,foram três .Responde enfezado Enzo.
-Três? Como três? Guadalupe é quem faz a pergunta .
-Sim senhora ,foram três peças.Duas não muito importantes mas a mais importante se foi.
-Não tem como consertar ?
-Tem ,isso tem.Mas vai demorar mais um pouco .Ele estava funcionando bem ontem à noite.Agora não sei quando poderá ser usado.
-Bem, tente apressar o conserto.
-Você vai sair Valkíria? Guadalupe pergunta ,indicando suas roupas.
-Sim,mas volto logo,Vou dar uma volta à cavalo.
-Posso ir com você?
-Comigo? A sobrancelha de Valkíria é alçada como se estivesse achado a pergunta um tanto desproporcional.
Não agora ,quem sabe mais tarde.Tem de cuidar ainda desta tua perna.
Ela sai, deixando Guadalupe achando estranha a resposta .
Jussara vendo seu interesse :
-Quer andar à cavalo? Posso mandar arrear um .Sua perna já está boa.
-Mesmo? Para agora?
-Sim,já volto.
Minutos depois ela volta.
-O animal está arreado ,é manso.Pode ir passear,mas não entre na floresta .Nem chegue muito perto do rio.É perigoso.Leve estes pedacinhos de carne,o cachorro pode te estranhar,e ele está na fora.
-Sim é verdade,preciso ganhar a confiança dele.
Guadalupe monta no animal,procurando se orientar. Não sabe para que lado fora Valkíria.Mas não quer perguntar.
Zag aparece abanando o rabo.Fica parado como se estivesse a espera de uma ordem.Ela lhe dá uns pedaços da carne e logo ele fica eufórico, junto à ela.
-Se você pudesse me indicar o caminho por onde ela foi ,seria uma benção.
Põe o animal para andar.O cachorro vai correndo na frente, todo feliz.
Anda um pouco e não descobre para onde fora sua caça.Estava se sentindo uma caçadora.
-Vou caçar uma mulher.... e quando eu a pegar vou lhe dar um beijo e me declarar e depois seja o que Deus quiser.
Zag andando na frente, pega o cheiro do outro animal e segue a trilha por onde fora Valkíria.
Guadalupe vendo Zag sair do caminho, chama-o:
-Por aí não garoto.É a mata e não podemos entrar , é perigoso.
Mas o cachorro parece não ouvi-la e sai em direção à trilha que leva exatamente para dentro da mata.
-Vai por aí? O que tem lá? Vou ver ,não deve ter perigo ou ele não entraria ali.
Como veio ,ela vai.Passando alguns minutos o sol reaparece ,os pássaros voltam às suas brincadeira e aos seus chilreados .A floresta retorna ao seu normal.
E na casa ,se ouve o som da voz de Enzo:
-Quem mexeu no rádio?
-Como assim? Mexeram no rádio? Mayka entra curiosa na sala.
-Sim,olha aqui.Estão faltando três peças,e são importantes.
-Mas quem faria isso?
-Como vou saber? Será que foi o menino?
-Ele ? Não Enzo ,não pode ser .É o mais interessado no rádio funcionando.
-Sim, é verdade.Eles é que querem usar o rádio.Mas então, quem mexeu?
-O que está acontecendo Enzo? Que gritaria é essa ?
Valkíria entra na sala.Está vestida para sair à cavalo.Vai ver o que a tia quer com ela.
-Veja só Valkíria.Mexeram no rádio e pegaram peças dele.
Guadalupe e Pablito chegam também na sala juntamente com as outras três empregadas da casa.
-O que aconteceu Valkíria ? Ela pergunta, olhando para suas roupas de montaria.
-Enzo disse que pegaram uma peça do rádio e que sem ela ele não funciona.
-Uma peça nada, Valkíria,foram três .Responde enfezado Enzo.
-Três? Como três? Guadalupe é quem faz a pergunta .
-Sim senhora ,foram três peças.Duas não muito importantes mas a mais importante se foi.
-Não tem como consertar ?
-Tem ,isso tem.Mas vai demorar mais um pouco .Ele estava funcionando bem ontem à noite.Agora não sei quando poderá ser usado.
-Bem, tente apressar o conserto.
-Você vai sair Valkíria? Guadalupe pergunta ,indicando suas roupas.
-Sim,mas volto logo,Vou dar uma volta à cavalo.
-Posso ir com você?
-Comigo? A sobrancelha de Valkíria é alçada como se estivesse achado a pergunta um tanto desproporcional.
Não agora ,quem sabe mais tarde.Tem de cuidar ainda desta tua perna.
Ela sai, deixando Guadalupe achando estranha a resposta .
Jussara vendo seu interesse :
-Quer andar à cavalo? Posso mandar arrear um .Sua perna já está boa.
-Mesmo? Para agora?
-Sim,já volto.
Minutos depois ela volta.
-O animal está arreado ,é manso.Pode ir passear,mas não entre na floresta .Nem chegue muito perto do rio.É perigoso.Leve estes pedacinhos de carne,o cachorro pode te estranhar,e ele está na fora.
-Sim é verdade,preciso ganhar a confiança dele.
Guadalupe monta no animal,procurando se orientar. Não sabe para que lado fora Valkíria.Mas não quer perguntar.
Zag aparece abanando o rabo.Fica parado como se estivesse a espera de uma ordem.Ela lhe dá uns pedaços da carne e logo ele fica eufórico, junto à ela.
-Se você pudesse me indicar o caminho por onde ela foi ,seria uma benção.
Põe o animal para andar.O cachorro vai correndo na frente, todo feliz.
Anda um pouco e não descobre para onde fora sua caça.Estava se sentindo uma caçadora.
-Vou caçar uma mulher.... e quando eu a pegar vou lhe dar um beijo e me declarar e depois seja o que Deus quiser.
Zag andando na frente, pega o cheiro do outro animal e segue a trilha por onde fora Valkíria.
Guadalupe vendo Zag sair do caminho, chama-o:
-Por aí não garoto.É a mata e não podemos entrar , é perigoso.
Mas o cachorro parece não ouvi-la e sai em direção à trilha que leva exatamente para dentro da mata.
-Vai por aí? O que tem lá? Vou ver ,não deve ter perigo ou ele não entraria ali.
Continua ...
Capítulo 31. Declaração desastrosa
Guadalupe leva o cavalo a seguir o cachorro que alegre ,vai farejando o chão ,como se seguisse um rastro.
Logo depois de andar alguns metros,ela vê o portão.
-Um portão ? Aqui no meio do mato? Porque será?
Chega de mansinho e observa o que tem do outro lado.
-Uma trilha no meio do mato...mas é cascalhada.Hum....muito curioso.Onde será que vai dar?
Observa que não tem aviso algum,proibindo a entrada.
-Não é proibida a entrada,não tem nenhum aviso.Acho que,se mora alguém , não vai se importar se eu dar uma olhada.
Empurra o portão e entra com o cavalo.Vai andando prestando muita a atenção em tudo ao seu redor.
-Que lugar ! Bem diferente da mata.As árvores foram plantadas e não são nativas.Escuta um som e olha ,assustada .É um pequeno animal que se esconde entre as árvores.
-Que susto. Que lugar é esse? Parece encantado...hum...barulho de água...a cachoeira.É isso! É aqui que ela está.E onde será que está a bruxa?É o lugar encantado que o Pablito me disse.
Guadalupe sente um frio na espinha ao se lembrar da mulher conhecida por bruxa.
-Será aqui que ela mora? E se não gostar de minha presença? Vou voltar .
Mas quando pensa em voltar, a trilha já está terminando.
-Não antes de dar uma olhada na cachoeira.
Chegando ao final da trilha, ela apeia e amarra o animal em um galho .Dá uma olhada ao redor e não vendo nada que a impedisse de continuar chega até a saída .
-Nossa! Que lindo!
A majestosa cascata de águas transparentes a atrai .Olhando bem ,ela vê Valkíria se equilibrando no alto da cachoeira.Ali estava , agachada ,lavando o rosto com as águas .Firmara os pés em duas pedras ,para não escorregar.Sabia bem que um tombo dali era perigoso.Seriam uns quatro metros de queda até o fundo do poço escuro.Muita pedra no caminho e poderia se machucar feio.Por isso tomava muito cuidado onde colocava os pés.Só quando estava já lá em cima que se arrependera de ter subido com as botas.
Com um cantil, recolhia a água, para depois beber.Aproveita e lava o rosto.Sabe das propriedades desta água.Sua tia vive dizendo o quanto eram milagrosas,pois era essa mesma água que usava para fazer os florais.
Não sentindo o perigo da situação,Guadalupe chega perto do poço e alegremente diz:
-O que está fazendo aí?
Muito concentrada no que fazia, Valkíria não nota sua presença,ainda mais que não esperava ver ninguém ali.Era o santuário da tia.E todos sabiam que ali não podiam entrar se ela mesma não convidasse.
Por isso ao ouvir a voz , se assusta e se vira rápida para trás.
-O que faz aqui? Vai levantar para dar uma sonora bronca ,quando perde o apoio do pé. Escorrega,deixando cair o cantil das mãos.Mas quando tenta pegá-lo não se equilibra mais.Cai sentada nas pedras e bate a cabeça em uma delas.Perde momentaneamente a consciência com a pancada. Se desorienta.Com isso não se segura mais e vai ao fundo do poço.
Assustada com o que vê e sentindo culpa pelo ocorrido, ela corre até a beirada do poço.Mas Valkíria não vem à tona.Ficara presa nas pedras do fundo.Inconsciente.
-Deus! O que fiz?
Sem pensar muito, mergulha no poço.Vai até seu fundo e ali num esforço imenso puxa Valkíria das pedras , e a leva a nado até a beira do poço e a arrasta com o que sobra de suas forças.
Vendo que ainda não voltara à si,Guadalupe se apavora e grita ;abraçando-se ao seu corpo :
-Não! Por favor não me deixe! Acorda ,vai ,acorda .Eu te amo tanto,não posso ficar sem você.
Tenta uma respiração boca a boca.
Sentindo que Valkíria respirava e agora já se mexia ela não pensa duas vezes e da respiração passa para um beijo bem sugado.
-Eu te amo.
Está é a frase que Valkíria escuta e ao mesmo tempo recebe o beijo.
Ao notar do que se tratava e sua consciência já estava em plena atividade,ela empurra com força Guadalupe, de cima de si.Mesmo sentindo o corpo reagindo ao contato ,não admite :
-O que foi ? O que disse? Está louca?
Esta frase foi o fim para Guadalupe.
Logo depois de andar alguns metros,ela vê o portão.
-Um portão ? Aqui no meio do mato? Porque será?
Chega de mansinho e observa o que tem do outro lado.
-Uma trilha no meio do mato...mas é cascalhada.Hum....muito curioso.Onde será que vai dar?
Observa que não tem aviso algum,proibindo a entrada.
-Não é proibida a entrada,não tem nenhum aviso.Acho que,se mora alguém , não vai se importar se eu dar uma olhada.
Empurra o portão e entra com o cavalo.Vai andando prestando muita a atenção em tudo ao seu redor.
-Que lugar ! Bem diferente da mata.As árvores foram plantadas e não são nativas.Escuta um som e olha ,assustada .É um pequeno animal que se esconde entre as árvores.
-Que susto. Que lugar é esse? Parece encantado...hum...barulho de água...a cachoeira.É isso! É aqui que ela está.E onde será que está a bruxa?É o lugar encantado que o Pablito me disse.
Guadalupe sente um frio na espinha ao se lembrar da mulher conhecida por bruxa.
-Será aqui que ela mora? E se não gostar de minha presença? Vou voltar .
Mas quando pensa em voltar, a trilha já está terminando.
-Não antes de dar uma olhada na cachoeira.
Chegando ao final da trilha, ela apeia e amarra o animal em um galho .Dá uma olhada ao redor e não vendo nada que a impedisse de continuar chega até a saída .
-Nossa! Que lindo!
A majestosa cascata de águas transparentes a atrai .Olhando bem ,ela vê Valkíria se equilibrando no alto da cachoeira.Ali estava , agachada ,lavando o rosto com as águas .Firmara os pés em duas pedras ,para não escorregar.Sabia bem que um tombo dali era perigoso.Seriam uns quatro metros de queda até o fundo do poço escuro.Muita pedra no caminho e poderia se machucar feio.Por isso tomava muito cuidado onde colocava os pés.Só quando estava já lá em cima que se arrependera de ter subido com as botas.
Com um cantil, recolhia a água, para depois beber.Aproveita e lava o rosto.Sabe das propriedades desta água.Sua tia vive dizendo o quanto eram milagrosas,pois era essa mesma água que usava para fazer os florais.
Não sentindo o perigo da situação,Guadalupe chega perto do poço e alegremente diz:
-O que está fazendo aí?
Muito concentrada no que fazia, Valkíria não nota sua presença,ainda mais que não esperava ver ninguém ali.Era o santuário da tia.E todos sabiam que ali não podiam entrar se ela mesma não convidasse.
Por isso ao ouvir a voz , se assusta e se vira rápida para trás.
-O que faz aqui? Vai levantar para dar uma sonora bronca ,quando perde o apoio do pé. Escorrega,deixando cair o cantil das mãos.Mas quando tenta pegá-lo não se equilibra mais.Cai sentada nas pedras e bate a cabeça em uma delas.Perde momentaneamente a consciência com a pancada. Se desorienta.Com isso não se segura mais e vai ao fundo do poço.
Assustada com o que vê e sentindo culpa pelo ocorrido, ela corre até a beirada do poço.Mas Valkíria não vem à tona.Ficara presa nas pedras do fundo.Inconsciente.
-Deus! O que fiz?
Sem pensar muito, mergulha no poço.Vai até seu fundo e ali num esforço imenso puxa Valkíria das pedras , e a leva a nado até a beira do poço e a arrasta com o que sobra de suas forças.
Vendo que ainda não voltara à si,Guadalupe se apavora e grita ;abraçando-se ao seu corpo :
-Não! Por favor não me deixe! Acorda ,vai ,acorda .Eu te amo tanto,não posso ficar sem você.
Tenta uma respiração boca a boca.
Sentindo que Valkíria respirava e agora já se mexia ela não pensa duas vezes e da respiração passa para um beijo bem sugado.
-Eu te amo.
Está é a frase que Valkíria escuta e ao mesmo tempo recebe o beijo.
Ao notar do que se tratava e sua consciência já estava em plena atividade,ela empurra com força Guadalupe, de cima de si.Mesmo sentindo o corpo reagindo ao contato ,não admite :
-O que foi ? O que disse? Está louca?
Esta frase foi o fim para Guadalupe.
Continua ...
Capítulo 32. Solidão
Se levanta assustada,com sua coragem. Fora muito audaciosa em fazer o que fez.Sentindo o rosto queimar de vergonha ,monta o cavalo e sai dali em disparada.
Valkíria senta-se e fica com a mão na boca.
-Ela me beijou? É isso mesmo? Eu senti o beijo... e o que ela falou...me ama? Como assim?
-Oi sobrinha. Não acha que foi muito rude com a moça?
Valkíria olha para sua tia que saía do meio das árvores.
-Estava aí, tia?
-Sim,desde quando você chegou.Fiquei te observando e vendo se fazia como te ensinei.E vi quando ela chegou.
-Viu tia?
-Sim,bem audaciosa a moça.Te seguiu até aqui,mesmo tendo a porteira como um empecilho no caminho,não vacilou e veio atrás de você.
-Tia! Valkíria tenta se levantar mas sente a cabeça rodar , volta a se sentar.
Sua tia percebe sua dificuldade:
-Fique calma,bateu a cabeça.Vou te ajudar.
Yulia ajuda Valkíria a se levantar.
-Venha comigo ,vai ficar um pouco em repouso.
Leva-a até sua casa e a coloca na cama.Dando-lhe roupas secas para se trocar.
-Tia? Cadê o cara?Ela olha ao redor .Como à procura de alguém.
-É dele que queria te falar e do exército.
-Exército ? Como assim?Que exército?
-Calma,antes vamos fazer um curativo neste machucado. Imprudência ... seu nome é Valkíria.
-Porque diz isso?Porque imprudência?
-Ora.... não notou alguém chegar tão perto de você...já imaginou se fosse uma onça? Atenção filha,muita atenção,nem tudo que chega perto de nós é bom.
-Está dizendo que Lupe não é boa para mim?
-Não é isso .Digo no geral.
-Mas ... cadê o policial?
-Já voltou para casa.Mas disse que voltaria.Com mais homens.Não quero gente estranha por aqui. E sua amiga é uma que vai atrair muita gente para cá.O exército está em sua busca .
-Como assim?
-Sei quem ela é .O governo colombiano pediu ajuda ao nosso exército.E eles estão vasculhando tudo na mata.Não quero um monte de homens mexendo por aqui.Vão espantar os animais e estragar minhas fontes .
-Eu também sei quem é ela , me contou.
-Contou? E que fez ? Já chamou a família dela?
-Ainda não...o rádio ...bem...ele ...
-O que tem o rádio?
-Está estragado...
-Está? E o Enzo? O que ele faz ali em sua casa?
-Tia...ele consertou o rádio....mas eu...eu.
-Você o quê? Fez algo errado?
-Sim.Tia ....eu não quero que ela vá embora...ainda não.Está me fazendo tão bem.
-Mesmo? Os olhos de Yulia brilham ao ouvir isso....se abraça à Valkíria ...
Filha, há anos que espero ouvir isso....que alguém está te fazendo bem...
-Isso é bom, tia?
-Claro! Você está voltando ao que era antes.
-Isso é verdade....consegui terminar depois de anos.
-Conseguiu? Isso eu quero ver.Viu? É isso que quero de você....voltar ao que era.
-Tia...mas só foi por causa dela...
-O que sente por ela?
-Sentir? Assim como amor? Nada ,acho eu.Ainda não parei para pensar o que sinto .Só sinto. Mais nada.Sem explicação.
-Mas o que se passa então com você?
-Um bem estar tremendo,uma vontade de voar.Quero voltar para Paris .
-Vai embora?
-Pretendo....não sei quando.
-Já era sem tempo.Tantos anos perdidos ,nesta tua noite escura.
-Eu sei ,tia.Luto para voltar ao que era mas tem certos dias que sinto ainda minha alma chorando.Um vazio invade meu coração.É nestas horas que dá uma vontade louca de voar.Para o além.Voar alto e não mais voltar.Me perder neste vôo.
-Quando sente isso? Tem alguma hora marcada?
-Sim ,sempre nas madrugadas,em meu silêncio,em minhas horas de solidão.
-O que mais sente nestas horas?
-Aquele gosto de adeus, junto com a saudade.Sinto falta de alguém comigo,sabe o quero dizer.Sinto falta de carinho, de amor.
-Vou preparar um floral para você.Vai se sentir melhor .
-Obrigada tia,se não fosse pela senhora, eu já estaria em um hospício.
-Não me fale nisso,já passou.Mas agora tudo bem.
-Tia ? Posso saber sobre a Mayka? Fiquei curiosa.
-Um dia eu te conto sobre isso.Mas me diga qual o motivo de você ter renegado o beijo que te foi oferecido tão docemente.
-Tia! Olha a idade dela.Como posso ?O que quero não pode ser com ela.
-Bem,não vou interferir em sua vida,Vou preparar o floral.Fique quietinha na cama até se sentir melhor.Pelo visto eu vou ter de colher a água ,já que minha sobrinha desapareceu com o cantil dela.
Yulia sai do quarto deixando uma pensativa mulher ,que nem bem se viu sozinha se levanta e vai se olhar no espelho.
Fica se contemplando um bom tempo.
-Será?Posso tentar de novo? Ela é uma criança...não seria direito.
Valkíria senta-se e fica com a mão na boca.
-Ela me beijou? É isso mesmo? Eu senti o beijo... e o que ela falou...me ama? Como assim?
-Oi sobrinha. Não acha que foi muito rude com a moça?
Valkíria olha para sua tia que saía do meio das árvores.
-Estava aí, tia?
-Sim,desde quando você chegou.Fiquei te observando e vendo se fazia como te ensinei.E vi quando ela chegou.
-Viu tia?
-Sim,bem audaciosa a moça.Te seguiu até aqui,mesmo tendo a porteira como um empecilho no caminho,não vacilou e veio atrás de você.
-Tia! Valkíria tenta se levantar mas sente a cabeça rodar , volta a se sentar.
Sua tia percebe sua dificuldade:
-Fique calma,bateu a cabeça.Vou te ajudar.
Yulia ajuda Valkíria a se levantar.
-Venha comigo ,vai ficar um pouco em repouso.
Leva-a até sua casa e a coloca na cama.Dando-lhe roupas secas para se trocar.
-Tia? Cadê o cara?Ela olha ao redor .Como à procura de alguém.
-É dele que queria te falar e do exército.
-Exército ? Como assim?Que exército?
-Calma,antes vamos fazer um curativo neste machucado. Imprudência ... seu nome é Valkíria.
-Porque diz isso?Porque imprudência?
-Ora.... não notou alguém chegar tão perto de você...já imaginou se fosse uma onça? Atenção filha,muita atenção,nem tudo que chega perto de nós é bom.
-Está dizendo que Lupe não é boa para mim?
-Não é isso .Digo no geral.
-Mas ... cadê o policial?
-Já voltou para casa.Mas disse que voltaria.Com mais homens.Não quero gente estranha por aqui. E sua amiga é uma que vai atrair muita gente para cá.O exército está em sua busca .
-Como assim?
-Sei quem ela é .O governo colombiano pediu ajuda ao nosso exército.E eles estão vasculhando tudo na mata.Não quero um monte de homens mexendo por aqui.Vão espantar os animais e estragar minhas fontes .
-Eu também sei quem é ela , me contou.
-Contou? E que fez ? Já chamou a família dela?
-Ainda não...o rádio ...bem...ele ...
-O que tem o rádio?
-Está estragado...
-Está? E o Enzo? O que ele faz ali em sua casa?
-Tia...ele consertou o rádio....mas eu...eu.
-Você o quê? Fez algo errado?
-Sim.Tia ....eu não quero que ela vá embora...ainda não.Está me fazendo tão bem.
-Mesmo? Os olhos de Yulia brilham ao ouvir isso....se abraça à Valkíria ...
Filha, há anos que espero ouvir isso....que alguém está te fazendo bem...
-Isso é bom, tia?
-Claro! Você está voltando ao que era antes.
-Isso é verdade....consegui terminar depois de anos.
-Conseguiu? Isso eu quero ver.Viu? É isso que quero de você....voltar ao que era.
-Tia...mas só foi por causa dela...
-O que sente por ela?
-Sentir? Assim como amor? Nada ,acho eu.Ainda não parei para pensar o que sinto .Só sinto. Mais nada.Sem explicação.
-Mas o que se passa então com você?
-Um bem estar tremendo,uma vontade de voar.Quero voltar para Paris .
-Vai embora?
-Pretendo....não sei quando.
-Já era sem tempo.Tantos anos perdidos ,nesta tua noite escura.
-Eu sei ,tia.Luto para voltar ao que era mas tem certos dias que sinto ainda minha alma chorando.Um vazio invade meu coração.É nestas horas que dá uma vontade louca de voar.Para o além.Voar alto e não mais voltar.Me perder neste vôo.
-Quando sente isso? Tem alguma hora marcada?
-Sim ,sempre nas madrugadas,em meu silêncio,em minhas horas de solidão.
-O que mais sente nestas horas?
-Aquele gosto de adeus, junto com a saudade.Sinto falta de alguém comigo,sabe o quero dizer.Sinto falta de carinho, de amor.
-Vou preparar um floral para você.Vai se sentir melhor .
-Obrigada tia,se não fosse pela senhora, eu já estaria em um hospício.
-Não me fale nisso,já passou.Mas agora tudo bem.
-Tia ? Posso saber sobre a Mayka? Fiquei curiosa.
-Um dia eu te conto sobre isso.Mas me diga qual o motivo de você ter renegado o beijo que te foi oferecido tão docemente.
-Tia! Olha a idade dela.Como posso ?O que quero não pode ser com ela.
-Bem,não vou interferir em sua vida,Vou preparar o floral.Fique quietinha na cama até se sentir melhor.Pelo visto eu vou ter de colher a água ,já que minha sobrinha desapareceu com o cantil dela.
Yulia sai do quarto deixando uma pensativa mulher ,que nem bem se viu sozinha se levanta e vai se olhar no espelho.
Fica se contemplando um bom tempo.
-Será?Posso tentar de novo? Ela é uma criança...não seria direito.
Guadalupe volta para a casa grande.Sente uma dor no peito que a deixa sem forças.
-Droga! Não devia ter feito isso.E agora? O que ela vai pensar de mim? Bem feito.Procurei e achei.Ela não me quer.
-Droga! Não devia ter feito isso.E agora? O que ela vai pensar de mim? Bem feito.Procurei e achei.Ela não me quer.
Continua ...
Capítulo 33. Água viva
Com o coração nas mãos e com os olhos vermelhos ,ela se aproxima da casa .Para .Inspira forte e desce do cavalo.Leva-o até um dos peões .Aí que nota pela falta de Zag.
-Onde ele se meteu? Não o vi desde que entramos na trilha.
Fica olhando para a entrada da trilha na esperança de ver o cachorro de novo.
-Só espero que não tenha se perdido.Ele é bem inteligente.Espero que a bruxa goste de cachorros.
Entra na casa e vai direto para o seu quarto,toma um banho .Mas logo aparece Jussara :
-Como foi o passeio?
-Tudo bem .Obrigada pela ajuda.
-Encontrou dona Valkíria?
-Ela ? Não,não encontrei.
-Que pena ,ela deve ter ido até o santuário.
-Sim.... Guadalupe não estava com muita vontade de conversar .Sentia o coração pesado e um enorme desconforto.
Jussara nota isso:
-Porque não dá umas voltas pela casa,aposto que não a conhece direito.Já viu a biblioteca?
-Sim, já,mas vou dar uma voltinha sim.Quero ver as belezas deste palacete do meio da mata.
-Onde ele se meteu? Não o vi desde que entramos na trilha.
Fica olhando para a entrada da trilha na esperança de ver o cachorro de novo.
-Só espero que não tenha se perdido.Ele é bem inteligente.Espero que a bruxa goste de cachorros.
Entra na casa e vai direto para o seu quarto,toma um banho .Mas logo aparece Jussara :
-Como foi o passeio?
-Tudo bem .Obrigada pela ajuda.
-Encontrou dona Valkíria?
-Ela ? Não,não encontrei.
-Que pena ,ela deve ter ido até o santuário.
-Sim.... Guadalupe não estava com muita vontade de conversar .Sentia o coração pesado e um enorme desconforto.
Jussara nota isso:
-Porque não dá umas voltas pela casa,aposto que não a conhece direito.Já viu a biblioteca?
-Sim, já,mas vou dar uma voltinha sim.Quero ver as belezas deste palacete do meio da mata.
Valkíria ainda deitada, continuava com seus pensamentos nebulosos.Por mais que tentasse desviar o caminho deles ,sempre parava no mesmo....alguém no passado.Alguém que amava muito ,alguém que se fora.
Yulia volta com o floral:
-Antes de você voltar para casa quero que vá se banhar na cachoeira ,como eu tinha te falado.
-Para que tudo isso? Não acabei de mergulhar nela?Olha como fiquei.
-Você não se banhou,caiu nela.Ao cair,seu espírito estava angustiado.Um banho é diferente.Você vai se concentrar para abrir seus chakras.
-Tia.Eu ...
-Pare Valkíria.Você ainda está em um deserto.Sua alma ainda está doente.Quero tornar este deserto em algo fértil.Vá.A água que da rocha brota ,é uma água viva,ela vai fazer sua alma se abrir de novo.É como a chuva ,lava e a semente volta a brotar.Água é a fonte da vida.
-Ainda acha que estou doente?
-Você não,sua alma sim.Não se recuperou de tudo ainda.Precisa fazer a semente germinar em você.Enterraram muito fundo ,dentro de você.Mas ela está ali,só a espera desta água.
-Mas como sabe disso? Já há anos que não penso tanto mais no meu passado.
-Notei sua reação agora ,lá na cachoeira.Por isso fiquei só observando.Aquela moça mexe com você e você não quer isso.
-Não quero?
-Não...não você ,sua alma ainda está presa ao passado.Liberte-se ,liberte-a .Por isso vá até a água viva e faça florir de novo este teu deserto...abra sua alma .
-Certo.Vou lá agora e depois? O que faço?
-Volte para casa e tente dar liberdade para sua alma.Não pode ficar nesta luta entre seu corpo e sua alma.Cada um quer uma coisa.Você é uma só.Corpo e alma devem seguir juntos e não cada um por um caminho.
Valkíria volta à cachoeira e se despe.Entra em baixo das límpidas águas e se banha.A água gelada a arrepia toda.Vai deixando que ela escorra por todo seu corpo e relembra o que foi no passado.Aos poucos o corpo se acostuma com a temperatura e começa a reagir.Em vez de frio começa a sentir um calor que a abrasava todinha.
Sai da água e se veste .As roupas ficam molhadas.Ela não se importa.Monta em Zingara e retorna para casa.
No caminho ao avistar ao longe sua casa ,ainda na trilha da mata, seus olhos percorrem todo o verde à sua frente...
-Um novo caminho....uma luz no horizonte.Ainda estou perdida não em um deserto mas em um oceano turbulento...perdi meu leme ,minha orientação,preciso urgente avistar um farol.Que me ilumine e me guie de volta ao porto seguro.Será ela esta luz?
Yulia volta com o floral:
-Antes de você voltar para casa quero que vá se banhar na cachoeira ,como eu tinha te falado.
-Para que tudo isso? Não acabei de mergulhar nela?Olha como fiquei.
-Você não se banhou,caiu nela.Ao cair,seu espírito estava angustiado.Um banho é diferente.Você vai se concentrar para abrir seus chakras.
-Tia.Eu ...
-Pare Valkíria.Você ainda está em um deserto.Sua alma ainda está doente.Quero tornar este deserto em algo fértil.Vá.A água que da rocha brota ,é uma água viva,ela vai fazer sua alma se abrir de novo.É como a chuva ,lava e a semente volta a brotar.Água é a fonte da vida.
-Ainda acha que estou doente?
-Você não,sua alma sim.Não se recuperou de tudo ainda.Precisa fazer a semente germinar em você.Enterraram muito fundo ,dentro de você.Mas ela está ali,só a espera desta água.
-Mas como sabe disso? Já há anos que não penso tanto mais no meu passado.
-Notei sua reação agora ,lá na cachoeira.Por isso fiquei só observando.Aquela moça mexe com você e você não quer isso.
-Não quero?
-Não...não você ,sua alma ainda está presa ao passado.Liberte-se ,liberte-a .Por isso vá até a água viva e faça florir de novo este teu deserto...abra sua alma .
-Certo.Vou lá agora e depois? O que faço?
-Volte para casa e tente dar liberdade para sua alma.Não pode ficar nesta luta entre seu corpo e sua alma.Cada um quer uma coisa.Você é uma só.Corpo e alma devem seguir juntos e não cada um por um caminho.
Valkíria volta à cachoeira e se despe.Entra em baixo das límpidas águas e se banha.A água gelada a arrepia toda.Vai deixando que ela escorra por todo seu corpo e relembra o que foi no passado.Aos poucos o corpo se acostuma com a temperatura e começa a reagir.Em vez de frio começa a sentir um calor que a abrasava todinha.
Sai da água e se veste .As roupas ficam molhadas.Ela não se importa.Monta em Zingara e retorna para casa.
No caminho ao avistar ao longe sua casa ,ainda na trilha da mata, seus olhos percorrem todo o verde à sua frente...
-Um novo caminho....uma luz no horizonte.Ainda estou perdida não em um deserto mas em um oceano turbulento...perdi meu leme ,minha orientação,preciso urgente avistar um farol.Que me ilumine e me guie de volta ao porto seguro.Será ela esta luz?
Na casa ,Guadalupe anda por seus corredores,salas,biblioteca,salões.. .Jussara a acompanha e vai lhe mostrando as belezas ali existentes.
Minutos de tranqüilidade para ambas.O silêncio reinante dentro da casa contrasta com a algazarra que os pássaros fazem nos jardins , em volta das roseiras.
Guadalupe para em frente à porta fechada,onde estava o piano.
-E aqui? O que atrás desta porta?Porque está fechada?
Jussara fica um pouco pensativa e diz:
-Único lugar que só duas pessoas podem entrar,dona Valkíria e dona Mayka.
-E vocês não? Qual o motivo.É perigoso?
-Não é perigoso...eu entro aí só para a limpeza geral.Não tem nada que nos interessa.
-Posso ver? Fiquei curiosa.
-Pode sim, acho que dona Valkíria não vai se importar.
-Jussara? Posso saber o motivo de você às vezes a chama só pelo nome e outras coloca o dona na frente?
-Depende do assunto.Como agora.É sério .Então eu a chamo assim. Mas ela para mim será sempre Valkíria.
Jussara abre a porta e entram .
Guadalupe finge que não conhecia a sala .Finge espanto ao ver o piano.
-Um piano? É isso? Quem toca?
-Ninguém... mais.Há anos não o escutamos mais.
-Mas antes era usado? Tocavam nele?
-Sim, era muito usado .Tem um som lindo.Olha só para esta sala .Foi feita para ele.
-Faz tempo isso?
-Sim,muito tempo.
-Sente saudades então? Gostaria de ouvi-lo novamente?
-Ah! Sim.É minha paixão.Cresci ouvindo piano.Pena que nunca aprendi.Tentei mas não deu.
Guadalupe chega perto do instrumento e nota a pauta.
-“Uma outra pauta....à quatro mãos? Nossa ! Que magnífica...meus dedos comicham ...não vou agüentar...”
Ela estuda a pauta e cantarola baixinho as notas musicais:
-Sabe música? Pergunta a espantada Jussara que a vendo assim ,fica alerta...
-Sim...será que eu posso...? Ela indica o instrumento aberto à sua frente.
-Tocar? Pelo amor de Deus! Não! Não toque no piano...vamos embora ...Ela não vai gostar .
-Ela quem?
-Valkíria....ela vai ficar brava e não gosto quando ela fica brava...
-É tão ruim assim?
-Ela ...é...se descontrola. E não há ninguém que consiga fazê-la se controlar.Ainda mais agora que está começando a se recompor.Vamos! Vamos!...
Jussara a pega pelos braços a empurrando para fora da sala.Sente o coração acelerado de medo.
Já no corredor ,mais tranqüila :
-Não diga que deixei você entrar lá,sim?
-Não se preocupe.Não quero te deixar em apuros .Não quero que você perca seu emprego por causa disso.
-Não é o emprego.Não tem problema de isso acontecer,não o perco.É a confiança de Valkíria. Não posso perder isso nunca.Ela precisa de mim.
Minutos de tranqüilidade para ambas.O silêncio reinante dentro da casa contrasta com a algazarra que os pássaros fazem nos jardins , em volta das roseiras.
Guadalupe para em frente à porta fechada,onde estava o piano.
-E aqui? O que atrás desta porta?Porque está fechada?
Jussara fica um pouco pensativa e diz:
-Único lugar que só duas pessoas podem entrar,dona Valkíria e dona Mayka.
-E vocês não? Qual o motivo.É perigoso?
-Não é perigoso...eu entro aí só para a limpeza geral.Não tem nada que nos interessa.
-Posso ver? Fiquei curiosa.
-Pode sim, acho que dona Valkíria não vai se importar.
-Jussara? Posso saber o motivo de você às vezes a chama só pelo nome e outras coloca o dona na frente?
-Depende do assunto.Como agora.É sério .Então eu a chamo assim. Mas ela para mim será sempre Valkíria.
Jussara abre a porta e entram .
Guadalupe finge que não conhecia a sala .Finge espanto ao ver o piano.
-Um piano? É isso? Quem toca?
-Ninguém... mais.Há anos não o escutamos mais.
-Mas antes era usado? Tocavam nele?
-Sim, era muito usado .Tem um som lindo.Olha só para esta sala .Foi feita para ele.
-Faz tempo isso?
-Sim,muito tempo.
-Sente saudades então? Gostaria de ouvi-lo novamente?
-Ah! Sim.É minha paixão.Cresci ouvindo piano.Pena que nunca aprendi.Tentei mas não deu.
Guadalupe chega perto do instrumento e nota a pauta.
-“Uma outra pauta....à quatro mãos? Nossa ! Que magnífica...meus dedos comicham ...não vou agüentar...”
Ela estuda a pauta e cantarola baixinho as notas musicais:
-Sabe música? Pergunta a espantada Jussara que a vendo assim ,fica alerta...
-Sim...será que eu posso...? Ela indica o instrumento aberto à sua frente.
-Tocar? Pelo amor de Deus! Não! Não toque no piano...vamos embora ...Ela não vai gostar .
-Ela quem?
-Valkíria....ela vai ficar brava e não gosto quando ela fica brava...
-É tão ruim assim?
-Ela ...é...se descontrola. E não há ninguém que consiga fazê-la se controlar.Ainda mais agora que está começando a se recompor.Vamos! Vamos!...
Jussara a pega pelos braços a empurrando para fora da sala.Sente o coração acelerado de medo.
Já no corredor ,mais tranqüila :
-Não diga que deixei você entrar lá,sim?
-Não se preocupe.Não quero te deixar em apuros .Não quero que você perca seu emprego por causa disso.
-Não é o emprego.Não tem problema de isso acontecer,não o perco.É a confiança de Valkíria. Não posso perder isso nunca.Ela precisa de mim.
Capítulo 34 .À quatro mãos
Guadalupe sai e vai para o jardim das rosas.Jussara vai cuidar de outros afazeres.
Enzo ajudado por Pablito tenta consertar o rádio.
Mayka lendo na sala ,ainda pensa um modo de se livrar das visitas:
-Que estranho.Quem teria interesse em que o rádio não funcionasse?Não entendo o que está acontecendo aqui.
Na volta para casa ,o pensamento de Valkíria era também o rádio.
Dá um sorriso para si mesma ...mas fica um pouco pensativa:
-Mas como pode ter sido três peças as que sumiram?Eu só peguei uma.Quem mais mexeu nele? O Enzo não vai acreditar que eu que tirei a peça.Bem ,deixa para lá,até agora não entendi o porque desta minha atitude,foi muito impensada,mas já está feito .Depois eu jogo por perto e ele acha.Não quero que vão embora....estão me dando um novo alento .Preciso deles,principalmente dela....
Ela para o animal de novo.Prefere pensar longe das pessoas da casa,sabe que já dera muito trabalho para todos e não os quer mais preocupados consigo.Por isso quando tem de refletir sobre algo, o prefere fazer bem longe de todos.É o que faz agora.
-Desde que a vi meu coração mudou.Sinto que renasceu.Ela é linda...mas...não posso ...não sei ...mas não posso.Quero que fique mas ao mesmo tempo a quero longe de mim.Acho que estou com medo. Medo dela ou de mim? Ela falou aquilo lá na cachoeira.... será que posso acreditar? Acho que não.Nada pode dar certo entre nós.
Zingara impaciente, para chegar em casa ,vai lentamente dando uns passos.Valkíria entretida em pensamentos conflitantes, não o percebe.E com isso vão se aproximando da casa.
Enzo ajudado por Pablito tenta consertar o rádio.
Mayka lendo na sala ,ainda pensa um modo de se livrar das visitas:
-Que estranho.Quem teria interesse em que o rádio não funcionasse?Não entendo o que está acontecendo aqui.
Na volta para casa ,o pensamento de Valkíria era também o rádio.
Dá um sorriso para si mesma ...mas fica um pouco pensativa:
-Mas como pode ter sido três peças as que sumiram?Eu só peguei uma.Quem mais mexeu nele? O Enzo não vai acreditar que eu que tirei a peça.Bem ,deixa para lá,até agora não entendi o porque desta minha atitude,foi muito impensada,mas já está feito .Depois eu jogo por perto e ele acha.Não quero que vão embora....estão me dando um novo alento .Preciso deles,principalmente dela....
Ela para o animal de novo.Prefere pensar longe das pessoas da casa,sabe que já dera muito trabalho para todos e não os quer mais preocupados consigo.Por isso quando tem de refletir sobre algo, o prefere fazer bem longe de todos.É o que faz agora.
-Desde que a vi meu coração mudou.Sinto que renasceu.Ela é linda...mas...não posso ...não sei ...mas não posso.Quero que fique mas ao mesmo tempo a quero longe de mim.Acho que estou com medo. Medo dela ou de mim? Ela falou aquilo lá na cachoeira.... será que posso acreditar? Acho que não.Nada pode dar certo entre nós.
Zingara impaciente, para chegar em casa ,vai lentamente dando uns passos.Valkíria entretida em pensamentos conflitantes, não o percebe.E com isso vão se aproximando da casa.
Guadalupe vendo-se sozinha no jardim ,não agüenta a tentação e volta à sala do piano.Volta a olhar a pauta colocada nele.
Fica pensativa e acompanha mentalmente suas notas.Olha para as teclas e muito suavemente para não fazer soá-las, ela toca a música mentalmente..
-Hum... não é muito fácil de ser executada.Aqui vai acontecer um cruzamento entre mãos e tem notas em comum ....bem entrelaçada ...o Secondo vai ter de usar o pedal algumas vezes... nossa! É um tango! Um tango... à quatro mãos.
Não agüenta e sem pensar muito , corre até as janelas e as abre de par em par.Aspira o perfume que vem das roseiras e se senta ao piano.
-Seja o que Deus quiser....preciso tocar ...é muito bonita e este piano....sinto muito ...mas vou ouvi-lo sim .Espero isso há anos.
Começa a tocar .
O som magnífico se espalha pela imensa casa.Vai entrando em todos os cômodos.Vai dando vida ao lugar.Vai mexendo com os corações.As notas musicais voam ao sabor da brisa.
Todos sem exceção , param o que estão fazendo.Meire na cozinha enxuga as mãos no avental.Dá um largo sorriso ao ouvir o som melodioso.
Mayka ,na sala ,dá um pulo ao ouvir as primeiras notas do tango.Coloca as mãos na altura do coração:
-Deus! Graças ...ela voltou!
Enzo larga as peças do rádio ao escutar o som:
-Piano? Há quanto tempo não o ouço?Que delicia....tão sonoro e romântico.
Jussara e as outras moças ficam arrepiadas ao ouvir o som que vinha da sala:
-Deus me ajude ,ela está tocando ...que Valkíria não a ouça.
O som se espalha e leva um sinal de paz aos corações das pessoas que sentiam saudades dele.
Alguns peões chegam ao portão e ficam apreciando a música.Pelas janelas abertas o que antes estava prisioneiro volta triunfante.
Guadalupe só consegue tocar uma parte....sente a falta de outro pianista para acompanhá-la .
Fica pensativa e acompanha mentalmente suas notas.Olha para as teclas e muito suavemente para não fazer soá-las, ela toca a música mentalmente..
-Hum... não é muito fácil de ser executada.Aqui vai acontecer um cruzamento entre mãos e tem notas em comum ....bem entrelaçada ...o Secondo vai ter de usar o pedal algumas vezes... nossa! É um tango! Um tango... à quatro mãos.
Não agüenta e sem pensar muito , corre até as janelas e as abre de par em par.Aspira o perfume que vem das roseiras e se senta ao piano.
-Seja o que Deus quiser....preciso tocar ...é muito bonita e este piano....sinto muito ...mas vou ouvi-lo sim .Espero isso há anos.
Começa a tocar .
O som magnífico se espalha pela imensa casa.Vai entrando em todos os cômodos.Vai dando vida ao lugar.Vai mexendo com os corações.As notas musicais voam ao sabor da brisa.
Todos sem exceção , param o que estão fazendo.Meire na cozinha enxuga as mãos no avental.Dá um largo sorriso ao ouvir o som melodioso.
Mayka ,na sala ,dá um pulo ao ouvir as primeiras notas do tango.Coloca as mãos na altura do coração:
-Deus! Graças ...ela voltou!
Enzo larga as peças do rádio ao escutar o som:
-Piano? Há quanto tempo não o ouço?Que delicia....tão sonoro e romântico.
Jussara e as outras moças ficam arrepiadas ao ouvir o som que vinha da sala:
-Deus me ajude ,ela está tocando ...que Valkíria não a ouça.
O som se espalha e leva um sinal de paz aos corações das pessoas que sentiam saudades dele.
Alguns peões chegam ao portão e ficam apreciando a música.Pelas janelas abertas o que antes estava prisioneiro volta triunfante.
Guadalupe só consegue tocar uma parte....sente a falta de outro pianista para acompanhá-la .
Mayka corre até a sala e abre a porta .Em seu coração renasce a alegria, era o sinal de sua volta para Paris...mas ao ver quem tocava, fica frustrada .Mas nada comenta,pois logo tem a companhia de Pablito, que se recosta na porta, olhando embevecido para a irmã ao piano.É assim que fica todas as vezes que a vê executando uma música.
Aos poucos, o local vai recebendo mais pessoas da casa ,que com alegria nos rostos, vem até ali apreciar a arte que estavam acostumados a ouvir...e que sentiam saudades...
Jussara ao ver Guadalupe ao piano faz um gesto e vai em sua direção,mas Nilza a impede e fala baixinho:
-Deixa....só um pouquinho...só para matar as saudades.
-Sim ,Yara...escuta só....que delicia...ah! este som....que saudades dele.
Mayka olha e não diz nada,pois logo seu marido chega perto dela a e coloca o braço em seu ombro:
-Lindo não?
Mayka não acha graça no comentário e sai para a varanda .Mas se arrepende disso ,pois no jardim das rosas, vários dos empregados ouviam a música ali em meios as flores. Peões, crianças filhos dos mesmos ,suas mulheres.Todos com os olhos fixos nas janelas por onde o som os levava ao paraíso.Nos lábios um sorriso de satisfação.Ela vendo-os faz um muxoxo com a boca ,um ar de desdém.
Aos poucos, o local vai recebendo mais pessoas da casa ,que com alegria nos rostos, vem até ali apreciar a arte que estavam acostumados a ouvir...e que sentiam saudades...
Jussara ao ver Guadalupe ao piano faz um gesto e vai em sua direção,mas Nilza a impede e fala baixinho:
-Deixa....só um pouquinho...só para matar as saudades.
-Sim ,Yara...escuta só....que delicia...ah! este som....que saudades dele.
Mayka olha e não diz nada,pois logo seu marido chega perto dela a e coloca o braço em seu ombro:
-Lindo não?
Mayka não acha graça no comentário e sai para a varanda .Mas se arrepende disso ,pois no jardim das rosas, vários dos empregados ouviam a música ali em meios as flores. Peões, crianças filhos dos mesmos ,suas mulheres.Todos com os olhos fixos nas janelas por onde o som os levava ao paraíso.Nos lábios um sorriso de satisfação.Ela vendo-os faz um muxoxo com a boca ,um ar de desdém.
Zingara não para e leva sua dona até perto do portão da casa.Valkíria pensativa ainda não se tocara de seus movimentos.
Mas ao chegar muito perto da casa, os seus ouvidos afiados lhe alertam.O som entra em seu coração e ela parece acordar de seu sonho.
-Mas ...quem ...quem toca?
Ela apeia na entrada da casa e ao transpor o portão, nota os empregados que ali estão como que adorando algo muito precioso.
Ela fica parada ouvindo , vai aos poucos reconhecendo a música.
-É a minha música...mas ..quem?
Entra na casa.
Os empregados ao vê-la,vão saindo em silêncio ,como que assustados com sua presença.
Só ficam na sala ,o irmão ,Mayka e Jussara.
Ela ao entrar ,fixa seus olhos na figura de Guadalupe ao piano.Seus olhos brilham febris.
Fecha a fisionomia e se encaminha até ela ,pisando duro.Não admitia que estivesse em seu piano e tocando a sua música.
Mas ao chegar junto da pianista ,que entretida e tocava com tanta paixão ,algo faz com que mude de idéia.O sangue se revoltou em suas veias e não pensando duas vezes ,se senta ao lado e a acompanha .
Guadalupe a olha sentando-se e dá um sorriso.
Vendo sua agilidade e seus dedos tocando as teclas com tanta suavidade ,dá outro sorriso.
A música agora cria mais vida.O piano mostra sua harmonia .A sincronia entre elas é completa.A precisão rítmica e a articulação é perfeita.O dedilhado de ambas as levam ao auge.Os dedos de Valkíria suprem as necessidades do pedal.É uma explosão de contrastes,sonoridade culminando na coordenação dos movimentos.
Valkíria sentia a música,ia com a cabeça aprovando o próprio trabalho.Seu coração vibrava a cada toque de seus dedos no teclado.A música fluía do instrumento com sonoridade sem igual.Tudo ia bem .
Mas um pensamento lhe vem à cabeça....algo no passado ....
Mas ao chegar muito perto da casa, os seus ouvidos afiados lhe alertam.O som entra em seu coração e ela parece acordar de seu sonho.
-Mas ...quem ...quem toca?
Ela apeia na entrada da casa e ao transpor o portão, nota os empregados que ali estão como que adorando algo muito precioso.
Ela fica parada ouvindo , vai aos poucos reconhecendo a música.
-É a minha música...mas ..quem?
Entra na casa.
Os empregados ao vê-la,vão saindo em silêncio ,como que assustados com sua presença.
Só ficam na sala ,o irmão ,Mayka e Jussara.
Ela ao entrar ,fixa seus olhos na figura de Guadalupe ao piano.Seus olhos brilham febris.
Fecha a fisionomia e se encaminha até ela ,pisando duro.Não admitia que estivesse em seu piano e tocando a sua música.
Mas ao chegar junto da pianista ,que entretida e tocava com tanta paixão ,algo faz com que mude de idéia.O sangue se revoltou em suas veias e não pensando duas vezes ,se senta ao lado e a acompanha .
Guadalupe a olha sentando-se e dá um sorriso.
Vendo sua agilidade e seus dedos tocando as teclas com tanta suavidade ,dá outro sorriso.
A música agora cria mais vida.O piano mostra sua harmonia .A sincronia entre elas é completa.A precisão rítmica e a articulação é perfeita.O dedilhado de ambas as levam ao auge.Os dedos de Valkíria suprem as necessidades do pedal.É uma explosão de contrastes,sonoridade culminando na coordenação dos movimentos.
Valkíria sentia a música,ia com a cabeça aprovando o próprio trabalho.Seu coração vibrava a cada toque de seus dedos no teclado.A música fluía do instrumento com sonoridade sem igual.Tudo ia bem .
Mas um pensamento lhe vem à cabeça....algo no passado ....
Continua...
Capítulo 35 .Não!
Ao tocar nas teclas seus dedos paralisam.Em vez de tocar,ela esmurra as teclas.Abaixa a cabeça sobre elas :
-Não ! Você não tem este direito!
Sua voz sai autoritária e ao mesmo tempo, magoada.
-Saia....saia já daqui.
Estas últimas frases são gritadas,existem nelas também muita raiva ...Saia!
Valkíria se levanta e aponta a porta e grita para as outras pessoas:
-Saiam ,saiam daqui...quero ficar sozinha.Seus gritos são ouvidos à distancia.
Mayka a vendo assim, empurra não muito delicada ,Pablito e Jussara para fora da sala.
-Vão,vão logo.Ela não pode ficar nervosa.
Os dois saem bem rápido e ela olha enfezada para Guadalupe.
-Quem te deu a permissão de tocar no meu piano?Olha o que fez ...
Guadalupe já em pé e muito pálida ,olha para Valkíria que continuava com a cabeça baixa e soluçando...suas mãos fechadas sobre as teclas.
-Não ! Você não tem este direito!
Sua voz sai autoritária e ao mesmo tempo, magoada.
-Saia....saia já daqui.
Estas últimas frases são gritadas,existem nelas também muita raiva ...Saia!
Valkíria se levanta e aponta a porta e grita para as outras pessoas:
-Saiam ,saiam daqui...quero ficar sozinha.Seus gritos são ouvidos à distancia.
Mayka a vendo assim, empurra não muito delicada ,Pablito e Jussara para fora da sala.
-Vão,vão logo.Ela não pode ficar nervosa.
Os dois saem bem rápido e ela olha enfezada para Guadalupe.
-Quem te deu a permissão de tocar no meu piano?Olha o que fez ...
Guadalupe já em pé e muito pálida ,olha para Valkíria que continuava com a cabeça baixa e soluçando...suas mãos fechadas sobre as teclas.
-Eu não queria ,não sabia... seus lábios tremem...seu coração está magoado com o modo que estava sendo tratada pela pessoa que até aquele minuto estava feliz ao seu lado.
-Saia! Fala asperamente Mayka.Não vê que o que fez, foi o suficiente? Não complique mais.
Guadalupe sai correndo da sala.Sente que seu rosto está queimando.De vergonha e de raiva.
Nunca em sua vida fora assim tão mal tratada.Não estava acostumada com este tipo de ordens...dadas tão grosseiramente .
-Mas o que fiz assim de tão errado? Podia pedir para que eu parasse mas não daquela forma.
Corre de volta para seu quarto.Se joga na cama e chora.
Jussara entra no quarto com Pablito:
-Não fique assim Lupe.Você tocou muito bem.
-Não é isso Pablo ,fala Jussara.É a Valkíria .Não que tocasse mal...é seu passado .Ela já estava quase que esquecendo-o mas a música parece ter feito tudo voltar de novo.
-Passado? Guadalupe senta-se na cama e enxuga os olhos.Mas precisava ser tão grossa?
-Desculpe-a sim? Por favor Guadalupe,não fique chateada com ela .Ela precisa de muito carinho e compreensão.
-Não tenho como ficar chateada,só fui pega de surpresa.
-Não sabia que tocava piano.Toca há muito tempo?
-Minha irmã é uma grande pianista ,fala orgulhoso Pablito.Ela já faz concertos na Europa.Já é conhecida.
-Pablo! Não exagera. Só falta dizer que sou a melhor pianista do mundo.
-Para mim você é.
-Hum,gostei ,rapazinho.Jussara ri .Mas agora me conta,como alguém de tão pouca idade já faz concertos ? Já estuda piano há muito tempo?
-Sim,desde que era criança.Comecei com 3 anos.
-Ah! E estuda onde?
-Atualmente não estou estudando ,estou pleiteando um curso em um conservatório em Paris ,mas está difícil.Não consigo uma vaga.
-Então já completou seu curso?Porque quer continuar?
-Quero fazer um pouco mais de percepção musical e práticas em orquestra.Por minha conta faria também mais um pouco de Contraponto e Fuga.Completei meu curso com 17 anos.Agora faço algumas apresentações pelo país e vizinhos.No conservatório quero aprender a compor.
-Nossa! Você sabe bem o que quer.Mas em que conservatório quer entrar?
Guadalupe estranha tantas perguntas feitas por uma empregada.Mas nota no rosto de Jussara tamanha ansiedade pelas respostas:
-No Conservatoire Supérieur de Musique Madame Heranoff.
Jussara fica estática ao ouvir isso...arregala os olhos .
-Mas porque quer estudar lá? Já o conhece?
-Minha professora se formou lá e me disse que o corpo de professores é muito bom.E tem nome.Tem fama.Quem faz um curso lá ,já sai com fama também.
-Hum...já foi lá então?
-Duas vezes ,mas não me aceitaram ,pois diziam que não tinha mais vagas.
-Mesmo sabendo de sua habilidade ?
-Bem,saber eles sabem,mas acho é porque sou latina .Me deu a impressão de ser isso o motivo principal.
-E não o problema de vaga?Preconceito?
-É,fiquei desconfiada,tanto é que papai queria ir lá ,mas eu não deixei. Já sou bem grande para me defender .Se não conseguir por mim mesma não vou achar graça.
-Graça?
-É...mas deixa para lá.Agora só quero ir embora daqui.
-Mas ...
-Desculpe Jussara, fiz uma coisa errada,ou melhor duas ou mais,mas pode me fazer um favor?
-Sim.Do que se trata?
-Devolver esta peça de rádio para o seu Enzo.Eu a tirei ontem à noite.
-Mas porque isso?Não estava com vontade de ir embora para sua casa?
-Querer eu quero sim,mas queria também ficar mais um pouquinho aqui...
-Aqui? Com a gente? Posso saber o motivo? O sorriso de Jussara já dizia que ela sabia a resposta.
-Bem...é que ...eu... ah! Deixa para lá,agora não vale mais a pena ....quero ir embora logo.
-Hum...entendi.Valkíria?
-Sim,ela mesma. Guadalupe abaixa a cabeça.Ela não me quer mais aqui.Me mandou embora.
-Não foi isso .Ela ficou nervosa com você ao piano ,acho que voltou à um passado que já tinha esquecido.
-Mas agora quem quer ir sou eu,entrega para ele sim? Diga que achou no chão.Não quero que ele fique zangado comigo.
-Certo eu entrego para ele.Vou lá agora.Mas você devia pensar bem ...se quer ir ou não.
-Pensar? Não tenho mais nada a fazer aqui .
Jussara sai do quarto e Pablito que a tudo escutava:
-Lupe? Você também tirou uma peça do rádio?
-Como assim ...também?
-Eu fui lá de madrugada e tirei uma .Não sabia o que fazer para você poder ficar mais um pouco por aqui.
-Mas porque, Pablito?
-Eu vi que você queria ficar mais e achei que poderia ajudar.
-Ah! Para variar sendo meu escudeiro preferido.Obrigada Pablo.Mas não quero mais.Valeu a tentativa.Ela o abraça com carinho.
-Saia! Fala asperamente Mayka.Não vê que o que fez, foi o suficiente? Não complique mais.
Guadalupe sai correndo da sala.Sente que seu rosto está queimando.De vergonha e de raiva.
Nunca em sua vida fora assim tão mal tratada.Não estava acostumada com este tipo de ordens...dadas tão grosseiramente .
-Mas o que fiz assim de tão errado? Podia pedir para que eu parasse mas não daquela forma.
Corre de volta para seu quarto.Se joga na cama e chora.
Jussara entra no quarto com Pablito:
-Não fique assim Lupe.Você tocou muito bem.
-Não é isso Pablo ,fala Jussara.É a Valkíria .Não que tocasse mal...é seu passado .Ela já estava quase que esquecendo-o mas a música parece ter feito tudo voltar de novo.
-Passado? Guadalupe senta-se na cama e enxuga os olhos.Mas precisava ser tão grossa?
-Desculpe-a sim? Por favor Guadalupe,não fique chateada com ela .Ela precisa de muito carinho e compreensão.
-Não tenho como ficar chateada,só fui pega de surpresa.
-Não sabia que tocava piano.Toca há muito tempo?
-Minha irmã é uma grande pianista ,fala orgulhoso Pablito.Ela já faz concertos na Europa.Já é conhecida.
-Pablo! Não exagera. Só falta dizer que sou a melhor pianista do mundo.
-Para mim você é.
-Hum,gostei ,rapazinho.Jussara ri .Mas agora me conta,como alguém de tão pouca idade já faz concertos ? Já estuda piano há muito tempo?
-Sim,desde que era criança.Comecei com 3 anos.
-Ah! E estuda onde?
-Atualmente não estou estudando ,estou pleiteando um curso em um conservatório em Paris ,mas está difícil.Não consigo uma vaga.
-Então já completou seu curso?Porque quer continuar?
-Quero fazer um pouco mais de percepção musical e práticas em orquestra.Por minha conta faria também mais um pouco de Contraponto e Fuga.Completei meu curso com 17 anos.Agora faço algumas apresentações pelo país e vizinhos.No conservatório quero aprender a compor.
-Nossa! Você sabe bem o que quer.Mas em que conservatório quer entrar?
Guadalupe estranha tantas perguntas feitas por uma empregada.Mas nota no rosto de Jussara tamanha ansiedade pelas respostas:
-No Conservatoire Supérieur de Musique Madame Heranoff.
Jussara fica estática ao ouvir isso...arregala os olhos .
-Mas porque quer estudar lá? Já o conhece?
-Minha professora se formou lá e me disse que o corpo de professores é muito bom.E tem nome.Tem fama.Quem faz um curso lá ,já sai com fama também.
-Hum...já foi lá então?
-Duas vezes ,mas não me aceitaram ,pois diziam que não tinha mais vagas.
-Mesmo sabendo de sua habilidade ?
-Bem,saber eles sabem,mas acho é porque sou latina .Me deu a impressão de ser isso o motivo principal.
-E não o problema de vaga?Preconceito?
-É,fiquei desconfiada,tanto é que papai queria ir lá ,mas eu não deixei. Já sou bem grande para me defender .Se não conseguir por mim mesma não vou achar graça.
-Graça?
-É...mas deixa para lá.Agora só quero ir embora daqui.
-Mas ...
-Desculpe Jussara, fiz uma coisa errada,ou melhor duas ou mais,mas pode me fazer um favor?
-Sim.Do que se trata?
-Devolver esta peça de rádio para o seu Enzo.Eu a tirei ontem à noite.
-Mas porque isso?Não estava com vontade de ir embora para sua casa?
-Querer eu quero sim,mas queria também ficar mais um pouquinho aqui...
-Aqui? Com a gente? Posso saber o motivo? O sorriso de Jussara já dizia que ela sabia a resposta.
-Bem...é que ...eu... ah! Deixa para lá,agora não vale mais a pena ....quero ir embora logo.
-Hum...entendi.Valkíria?
-Sim,ela mesma. Guadalupe abaixa a cabeça.Ela não me quer mais aqui.Me mandou embora.
-Não foi isso .Ela ficou nervosa com você ao piano ,acho que voltou à um passado que já tinha esquecido.
-Mas agora quem quer ir sou eu,entrega para ele sim? Diga que achou no chão.Não quero que ele fique zangado comigo.
-Certo eu entrego para ele.Vou lá agora.Mas você devia pensar bem ...se quer ir ou não.
-Pensar? Não tenho mais nada a fazer aqui .
Jussara sai do quarto e Pablito que a tudo escutava:
-Lupe? Você também tirou uma peça do rádio?
-Como assim ...também?
-Eu fui lá de madrugada e tirei uma .Não sabia o que fazer para você poder ficar mais um pouco por aqui.
-Mas porque, Pablito?
-Eu vi que você queria ficar mais e achei que poderia ajudar.
-Ah! Para variar sendo meu escudeiro preferido.Obrigada Pablo.Mas não quero mais.Valeu a tentativa.Ela o abraça com carinho.
Continua...
Capítulo 36.Descobertas
-Tudo bem Lupe.Mas posso te dizer uma coisa?
-Pode .O que é?
-Bem que gostaria de ficar aqui também.É tão gostoso.
-É verdade.É melhor que lá na fazenda do vovô.Aqui a gente se sente mais livre.Não tem o papai nem a mamãe nos controlando.
-É por isso que você quase que não vem mais em férias para casa?
-Mais ou menos.É que tinha muita coisa para fazer e já viu.Estas apresentações me tomam muito o tempo.
-Mas agora você veio.Posso saber o motivo?
-Ah! Larga de ser chato Pablo.Você já me fez aquela chantagem e agora quer saber mais?
-É por causa daquilo?Porque?
-Tem aquela mulher me pegando no pé.Descobriu meu email no site em que coloco minhas poesias.Não me dá sossego.E acho que em uma das primeiras poesias ou algum dos meus textos, eu disse meu nome .Agora ela andou fuçando na internet e acho que descobriu quem eu sou.Fiquei com medo que aparecesse lá no teatro.Ela disse que me ama e quer ficar comigo.
-Mas o que ela pode fazer para você?
-Pablo.Não posso sair por aí dizendo minhas preferências sexuais.Estou no início de minha carreira e já viu.A mente do povão ainda não está preparada devidamente.Só em pequenos círculos .E quero entrar para este conservatório.
-Ah ! Entendi!
-Viu? Não é fácil.
-Mas ela ficou brava com você só porque estava tocando no piano dela?
-Não sei se foi isso, Pablo.A pauta tinha o nome dela e de uma outra mulher.Acho que fez para alguém e eu não devia ter mexido nela.
-Mas então porque não se desculpa?
-Me desculpar?Será que ela me permitirá chegar perto?Ficou de um jeito estranho.Estava bem descontrolada .
-Você é corajosa Lupe.Não será isso que a tornará uma medrosa.
-Você tem razão.Vou me desculpar com ela.
Guadalupe se levanta .Vai ao banheiro e lava o rosto.Sai do quarto com uma resolução na cabeça ,se desculpar.
Chegando na porta ,que permanecia fechada ,ela encosta o ouvido.Quer saber se Valkíria ainda lá se encontra e ouve:
-Valkíria ,minha querida.Não fique assim.O passado não volta mais.Pense só no futuro.Menina petulante esta tal Guadalupe.Não devia ter mexido em suas coisas.Eu cuido delas com tanto carinho.
Só se ouvia a voz de Mayka.
Valkíria continuara com a cabeça baixa e com os olhos fixos no teclado do piano.Por sua cabeça passava todo seu recente passado....como um filme .
Mayka falava, sem parar.Aquilo foi irritando-a:
-Saia Mayka!Quero ficar sozinha!
-Mas não deve querida.Olha lá,vai cair em depressão novamente e sabe que não é nada bom.
-Não estou com depressão.Sai por favor! Quero pensar.
-Mas Valkíria querida....não deve fazer isso ...não pense mais nela ....viva o presente.
-Saia Mayka! Não ouviu?E que ninguém mais me incomode.E leve esta peça do rádio para o Enzo.Achei na sala.
A voz agora era autoritária .Não queria contestação. Estava muito contrariada.
-Certo ,certo.Já vou indo ,mas se precisa me chame ,querida.Mayka pega a peça.Já estou indo. Já estou indo.Não fique assim.
Guadalupe ao ouvir isso, corre e se esconde atrás da cortina da entrada da sala ao lado.Espia por entre os panos.
Mayka sai da sala de piano, toda zelosa.Mas nem bem fecha aporta ,sua fisionomia muda.Agora tem um sorriso sarcástico.Sai murmurando pelo corredor e para pavor de Guadalupe ,ela para exatamente em frente à cortina onde ela se escondia.Com isso ela pode ouvir um trecho do que Mayka falava :
-Bem feito. Sempre senhora de si.Pensava que já esquecera? Taí. O passado voltou.Quero ver agora se consegue se livrar fácil desta depressão.Yulia não vai ficar sabendo de nada .Não permitirei mais sua interferência.
Mayka,continua mastigando suas palavras.Olha para a porta da sala e levanta um punho em sua direção.Depois olha nervosa para os lados.Não queria que ninguém a visse fazendo este gesto.
Vai para seu quarto.
Guadalupe apavorada com tudo que vira e escutara, resolve voltar para seu quarto.
-Ué! Já voltou? Como foi?
-Não falei com ela, Pablo.
Guadalupe conta o que escutara e vira no corredor.
-O que você acha de tudo isso?
-Essa mulher então não gosta de Valkíria ?Porque então trabalha para ela?
-Não sei Pablo.Bem que gostaria de saber.
-Mesmo? Pablito dá um sorriso.Adoro bancar o detetive.
- O que vai fazer?
-Vou olhar na biblioteca.Tem um monte de jornais super velhos.Se estão tão bem guardados é porque são importantes.Jornal velho é sinal de passado. Aprendi com o vovô.Ele guarda um monte de recortes da época que era toureiro.
-Cuidado Pablo.
-Não se preocupe.Sei me virar.
Ele sai e vai para a biblioteca.Só que ali encontra Enzo, procurando um livro sobre rádio.
-Não consigo consertar .As peças que me faltam são importantes.
-Seu Enzo.O senhor não fica bravo comigo?
-Por qual motivo, garoto?
-Eu peguei a peça.Ela está aqui.Ele tira a peça do bolso e entrega para Enzo.
-Você pegou? Bem ...não vou entrar no mérito da questão.O interessado é você.Depois me conta o porque disso.
Enzo sai quase que correndo da sala, com a peça nas mãos.
Pablo com isso volta a procurar o que viera buscar.Respostas .
Encontra os jornais .Pega-os e fica em um canto, meio que escondido .
Mas para sua decepção eram jornais franceses.E de francês ele patinava.Ler então ,era negação.Sabia palavras soltas ,mas não davam para uma interpretação de um texto.
-Droga! Porque não aprendi o francês direito? Agora não sei o que ler .Sempre me embolo com os verbos.
Mas mesmo assim vai folheando o jornal.E depois de ler alguns ele fica estático.Uma manchete com foto.Bem significativa.Não precisava ler e entender o que estava escrito.As fotos diziam tudo.Duas mulheres .Juntas.
-Achei!
Olha para os lados e pega a folha do jornal.Coloca dentro da camiseta depois de dobrar com cuidado e bem devagar.Olhara a data:
-Uau! É mais velho que eu.
Sai da biblioteca depois de recolocar tudo em seus devidos lugares.
Ma no meio do caminho ,uma mão o segura com força.
-Espere garoto.Venha comigo.
-Pode .O que é?
-Bem que gostaria de ficar aqui também.É tão gostoso.
-É verdade.É melhor que lá na fazenda do vovô.Aqui a gente se sente mais livre.Não tem o papai nem a mamãe nos controlando.
-É por isso que você quase que não vem mais em férias para casa?
-Mais ou menos.É que tinha muita coisa para fazer e já viu.Estas apresentações me tomam muito o tempo.
-Mas agora você veio.Posso saber o motivo?
-Ah! Larga de ser chato Pablo.Você já me fez aquela chantagem e agora quer saber mais?
-É por causa daquilo?Porque?
-Tem aquela mulher me pegando no pé.Descobriu meu email no site em que coloco minhas poesias.Não me dá sossego.E acho que em uma das primeiras poesias ou algum dos meus textos, eu disse meu nome .Agora ela andou fuçando na internet e acho que descobriu quem eu sou.Fiquei com medo que aparecesse lá no teatro.Ela disse que me ama e quer ficar comigo.
-Mas o que ela pode fazer para você?
-Pablo.Não posso sair por aí dizendo minhas preferências sexuais.Estou no início de minha carreira e já viu.A mente do povão ainda não está preparada devidamente.Só em pequenos círculos .E quero entrar para este conservatório.
-Ah ! Entendi!
-Viu? Não é fácil.
-Mas ela ficou brava com você só porque estava tocando no piano dela?
-Não sei se foi isso, Pablo.A pauta tinha o nome dela e de uma outra mulher.Acho que fez para alguém e eu não devia ter mexido nela.
-Mas então porque não se desculpa?
-Me desculpar?Será que ela me permitirá chegar perto?Ficou de um jeito estranho.Estava bem descontrolada .
-Você é corajosa Lupe.Não será isso que a tornará uma medrosa.
-Você tem razão.Vou me desculpar com ela.
Guadalupe se levanta .Vai ao banheiro e lava o rosto.Sai do quarto com uma resolução na cabeça ,se desculpar.
Chegando na porta ,que permanecia fechada ,ela encosta o ouvido.Quer saber se Valkíria ainda lá se encontra e ouve:
-Valkíria ,minha querida.Não fique assim.O passado não volta mais.Pense só no futuro.Menina petulante esta tal Guadalupe.Não devia ter mexido em suas coisas.Eu cuido delas com tanto carinho.
Só se ouvia a voz de Mayka.
Valkíria continuara com a cabeça baixa e com os olhos fixos no teclado do piano.Por sua cabeça passava todo seu recente passado....como um filme .
Mayka falava, sem parar.Aquilo foi irritando-a:
-Saia Mayka!Quero ficar sozinha!
-Mas não deve querida.Olha lá,vai cair em depressão novamente e sabe que não é nada bom.
-Não estou com depressão.Sai por favor! Quero pensar.
-Mas Valkíria querida....não deve fazer isso ...não pense mais nela ....viva o presente.
-Saia Mayka! Não ouviu?E que ninguém mais me incomode.E leve esta peça do rádio para o Enzo.Achei na sala.
A voz agora era autoritária .Não queria contestação. Estava muito contrariada.
-Certo ,certo.Já vou indo ,mas se precisa me chame ,querida.Mayka pega a peça.Já estou indo. Já estou indo.Não fique assim.
Guadalupe ao ouvir isso, corre e se esconde atrás da cortina da entrada da sala ao lado.Espia por entre os panos.
Mayka sai da sala de piano, toda zelosa.Mas nem bem fecha aporta ,sua fisionomia muda.Agora tem um sorriso sarcástico.Sai murmurando pelo corredor e para pavor de Guadalupe ,ela para exatamente em frente à cortina onde ela se escondia.Com isso ela pode ouvir um trecho do que Mayka falava :
-Bem feito. Sempre senhora de si.Pensava que já esquecera? Taí. O passado voltou.Quero ver agora se consegue se livrar fácil desta depressão.Yulia não vai ficar sabendo de nada .Não permitirei mais sua interferência.
Mayka,continua mastigando suas palavras.Olha para a porta da sala e levanta um punho em sua direção.Depois olha nervosa para os lados.Não queria que ninguém a visse fazendo este gesto.
Vai para seu quarto.
Guadalupe apavorada com tudo que vira e escutara, resolve voltar para seu quarto.
-Ué! Já voltou? Como foi?
-Não falei com ela, Pablo.
Guadalupe conta o que escutara e vira no corredor.
-O que você acha de tudo isso?
-Essa mulher então não gosta de Valkíria ?Porque então trabalha para ela?
-Não sei Pablo.Bem que gostaria de saber.
-Mesmo? Pablito dá um sorriso.Adoro bancar o detetive.
- O que vai fazer?
-Vou olhar na biblioteca.Tem um monte de jornais super velhos.Se estão tão bem guardados é porque são importantes.Jornal velho é sinal de passado. Aprendi com o vovô.Ele guarda um monte de recortes da época que era toureiro.
-Cuidado Pablo.
-Não se preocupe.Sei me virar.
Ele sai e vai para a biblioteca.Só que ali encontra Enzo, procurando um livro sobre rádio.
-Não consigo consertar .As peças que me faltam são importantes.
-Seu Enzo.O senhor não fica bravo comigo?
-Por qual motivo, garoto?
-Eu peguei a peça.Ela está aqui.Ele tira a peça do bolso e entrega para Enzo.
-Você pegou? Bem ...não vou entrar no mérito da questão.O interessado é você.Depois me conta o porque disso.
Enzo sai quase que correndo da sala, com a peça nas mãos.
Pablo com isso volta a procurar o que viera buscar.Respostas .
Encontra os jornais .Pega-os e fica em um canto, meio que escondido .
Mas para sua decepção eram jornais franceses.E de francês ele patinava.Ler então ,era negação.Sabia palavras soltas ,mas não davam para uma interpretação de um texto.
-Droga! Porque não aprendi o francês direito? Agora não sei o que ler .Sempre me embolo com os verbos.
Mas mesmo assim vai folheando o jornal.E depois de ler alguns ele fica estático.Uma manchete com foto.Bem significativa.Não precisava ler e entender o que estava escrito.As fotos diziam tudo.Duas mulheres .Juntas.
-Achei!
Olha para os lados e pega a folha do jornal.Coloca dentro da camiseta depois de dobrar com cuidado e bem devagar.Olhara a data:
-Uau! É mais velho que eu.
Sai da biblioteca depois de recolocar tudo em seus devidos lugares.
Ma no meio do caminho ,uma mão o segura com força.
-Espere garoto.Venha comigo.
Capítulo 37. Alivio
Era Enzo que o segurara.
-Venha comigo.Consegui consertar o rádio.Podemos agora chamar alguém em Brasília.E logo localizaremos sua família.
-Venha comigo.Consegui consertar o rádio.Podemos agora chamar alguém em Brasília.E logo localizaremos sua família.
Guadalupe depois que Pablo saíra ,fica indecisa.Mas logo seu coração dita suas ordens.
Sai do quarto e vai até a porta da sala de piano.Abre bem devagar.Entra e olha para o instrumento.
Valkíria não está mais nele.A procura com os olhos.Vendo a porta balcão aberta, calcula que ela está na varanda.
Ao chegar nela a vê.
Está em pé .Cabeça erguida ,olhando para o horizonte ,mas não estava fixa em nada.Seu olhar era vago.
Guadalupe chega perto dela .Se recosta ao seu lado.Não fala nada.
Valkíria olha para ela.Não entende a sua presença ali.
Mas está tão abatida que não tem vontade de falar nada.Fica quieta.Aceitando sua companhia.
Nem uma nem outra fala.O tempo passou e Guadalupe não sabia como começar.Notava que Valkíria não queria falar nada.Estava imersa em seus pensamentos,com a testa franzida.
Dá um profundo suspiro e pega em sua mão, que estava tocando o balaustre da sacada.A segurando com as duas mãos a obriga a ficar de frente para ela.Olhando fixa em seus olhos:
-Me perdoa?Não sabia que tocando a música iria te deixar assim.Sinto que a feri.Me desculpa?
A princípio a mão de Valkíria estava inerte entre as suas.Mas sentindo o apertão que recebia e seu calor ,ela também aperta com os dedos uma das mãos de Guadalupe.Respira fundo :
-Nãos e preocupe mais com isso... não tem mais volta.Fique tranqüila.
A voz de Valkíria estava sentida ,embargada.
Com um leve puxão, retira a mão e volta a se fixar no nada.
Guadalupe insiste:
-Mas me perdoou?
-Já disse para não se preocupar mais com isso.
Guadalupe vendo que não obteria mais nada dela, resolve sair da varanda.Se encaminha para a porta, de cabeça baixa.
-Lupe.
Ela se vira ao ser chamada por Valkíria.
-Obrigada .
-Por que ?
-Por ter tocado minha música.Eu ainda não a tinha ouvido ao piano.
-Ela é linda.Parabéns.Muito gostosa, mas difícil de ser executada.Espero um dia ter outra oportunidade ,se você permitir ,em tocá-la novamente.
-Quem sabe? Talvez um dia.
-Obrigada.
-Ah! Me desculpe sim? Não te tratei bem .Desculpe meus maus modos agora à pouco .Não queria te magoar.Mas....
-Não faz mal. Sei que deve ter tido seus motivos.Sente saudades dela.
Guadalupe chega até Valkíria e ficando na ponta dos pés, lhe dá um suave beijo nos lábios
-Até mais.
Guadalupe sai da sala e vai para seu quarto.Seu coração bate furiosamente no peito.
-O que será que aconteceu? Ela compôs para ser tocada com esta mulher ? Colocou o nome dela na pauta.
Sai do quarto e vai até a porta da sala de piano.Abre bem devagar.Entra e olha para o instrumento.
Valkíria não está mais nele.A procura com os olhos.Vendo a porta balcão aberta, calcula que ela está na varanda.
Ao chegar nela a vê.
Está em pé .Cabeça erguida ,olhando para o horizonte ,mas não estava fixa em nada.Seu olhar era vago.
Guadalupe chega perto dela .Se recosta ao seu lado.Não fala nada.
Valkíria olha para ela.Não entende a sua presença ali.
Mas está tão abatida que não tem vontade de falar nada.Fica quieta.Aceitando sua companhia.
Nem uma nem outra fala.O tempo passou e Guadalupe não sabia como começar.Notava que Valkíria não queria falar nada.Estava imersa em seus pensamentos,com a testa franzida.
Dá um profundo suspiro e pega em sua mão, que estava tocando o balaustre da sacada.A segurando com as duas mãos a obriga a ficar de frente para ela.Olhando fixa em seus olhos:
-Me perdoa?Não sabia que tocando a música iria te deixar assim.Sinto que a feri.Me desculpa?
A princípio a mão de Valkíria estava inerte entre as suas.Mas sentindo o apertão que recebia e seu calor ,ela também aperta com os dedos uma das mãos de Guadalupe.Respira fundo :
-Nãos e preocupe mais com isso... não tem mais volta.Fique tranqüila.
A voz de Valkíria estava sentida ,embargada.
Com um leve puxão, retira a mão e volta a se fixar no nada.
Guadalupe insiste:
-Mas me perdoou?
-Já disse para não se preocupar mais com isso.
Guadalupe vendo que não obteria mais nada dela, resolve sair da varanda.Se encaminha para a porta, de cabeça baixa.
-Lupe.
Ela se vira ao ser chamada por Valkíria.
-Obrigada .
-Por que ?
-Por ter tocado minha música.Eu ainda não a tinha ouvido ao piano.
-Ela é linda.Parabéns.Muito gostosa, mas difícil de ser executada.Espero um dia ter outra oportunidade ,se você permitir ,em tocá-la novamente.
-Quem sabe? Talvez um dia.
-Obrigada.
-Ah! Me desculpe sim? Não te tratei bem .Desculpe meus maus modos agora à pouco .Não queria te magoar.Mas....
-Não faz mal. Sei que deve ter tido seus motivos.Sente saudades dela.
Guadalupe chega até Valkíria e ficando na ponta dos pés, lhe dá um suave beijo nos lábios
-Até mais.
Guadalupe sai da sala e vai para seu quarto.Seu coração bate furiosamente no peito.
-O que será que aconteceu? Ela compôs para ser tocada com esta mulher ? Colocou o nome dela na pauta.
Na sala ,fica uma estática e perplexa Valkíria,com seu gesto.
Leva a mão aos lábios e toca-os de leve:
-Ela me beijou de novo.Deus ,me ajude.
Com este pensamento, ela sai quase que correndo da sala.Bate na porta do quarto de Guadalupe.
-Entre.Está aberta.
Valkíria entra, para surpresa de Guadalupe,pois não esperava vê-la tão cedo.
-Guadalupe...você precisa de uma explicação.Não tenho o costume de tratar amigos como eu te tratei.
-Não precisa Valkíria,eu te entendo.
-Não,não entende....como dizer para você? Que minha solidão me serve de companhia,que eu tenha a coragem de me enfrentar.Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo....é isso que todos da minha casa querem que eu fique.
Guadalupe fica olhando-a falar assim.Dá um sorriso ao reconhecer a autora da frase,resolve responder :
- Agora preciso de tua mão,não para que eu não tenha medo,mas para que tu não tenhas medo.Sei que acreditar tudo será no começo a tua grande solidão.Mas chegara o instante em que me darás a mão não mais por solidão como eu agora...
Valkíria percebe a esperteza de Guadalupe:
-Gosta dela também?
-Sim,adoro escrever poesias e ler .Sou fã da Clarice.
-Lupe.Um dia ,quem sabe eu consiga te contar meus motivos...eu...preciso...
-Não precisa Valkíria.Eu...
Neste instante Pablito entra no quarto aos gritos:
-Vem Lupe,vem.Papai esta no rádio.Já falei com ele.
-Papai?Os olhos de Guadalupe brilham de alegria ,em compensação os de Valkíria perdem o seu.Com um sorriso triste :
-Vá.Vá falar com sua família.Tranqüilize-os .Valkíria sai do quarto.
Leva a mão aos lábios e toca-os de leve:
-Ela me beijou de novo.Deus ,me ajude.
Com este pensamento, ela sai quase que correndo da sala.Bate na porta do quarto de Guadalupe.
-Entre.Está aberta.
Valkíria entra, para surpresa de Guadalupe,pois não esperava vê-la tão cedo.
-Guadalupe...você precisa de uma explicação.Não tenho o costume de tratar amigos como eu te tratei.
-Não precisa Valkíria,eu te entendo.
-Não,não entende....como dizer para você? Que minha solidão me serve de companhia,que eu tenha a coragem de me enfrentar.Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo....é isso que todos da minha casa querem que eu fique.
Guadalupe fica olhando-a falar assim.Dá um sorriso ao reconhecer a autora da frase,resolve responder :
- Agora preciso de tua mão,não para que eu não tenha medo,mas para que tu não tenhas medo.Sei que acreditar tudo será no começo a tua grande solidão.Mas chegara o instante em que me darás a mão não mais por solidão como eu agora...
Valkíria percebe a esperteza de Guadalupe:
-Gosta dela também?
-Sim,adoro escrever poesias e ler .Sou fã da Clarice.
-Lupe.Um dia ,quem sabe eu consiga te contar meus motivos...eu...preciso...
-Não precisa Valkíria.Eu...
Neste instante Pablito entra no quarto aos gritos:
-Vem Lupe,vem.Papai esta no rádio.Já falei com ele.
-Papai?Os olhos de Guadalupe brilham de alegria ,em compensação os de Valkíria perdem o seu.Com um sorriso triste :
-Vá.Vá falar com sua família.Tranqüilize-os .Valkíria sai do quarto.
Capítulo 38. Família
-Vamos logo Lupe.Seu Enzo está lá com o papai e a mamãe.
-Mamãe? Guadalupe sai correndo do quarto.Entrando na sala onde está o rádio, ela escuta:
-Então esperamos pelo senhor ,avise-nos assim que estiverem vindo.Ficaremos à espera.Só avisa pois estamos reformando a pista de pouso.
-Posso falar com eles?
-Claro .
-Pai? É Lupe.
-Filha,graças à Deus vocês estão bem.Não calcula o quanto sofremos pelo ocorrido.
-Imagino pai.E mamãe? Como ela está?
-Agora bem.Mas chegou a ficar doente .Fale com ela.
-Filha? A voz da mãe faz com que Guadalupe desate a chorar.Filhinha,você está bem?
-Sim mãe.Estamos bem .
-Que horror filha.Como foram parar tão longe de casa? Estão sendo bem tratados ? Não estão doentes ? Tem se alimentado direito ?
-Sim mãe,sim... Guadalupe ria da preocupação da mãe.Estamos ótimos.O lugar é muito bonito. Não fique preocupada.E vovô? Está bem?
-Seu avô? Bem,depois falamos mais filha.Seu pai quer pegar as coordenadas do local .Precisamos pedir ajuda para a aeronáutica brasileira.
-Mas porque mãe?
-Ora filha,está todo mundo procurando por vocês,inclusive o governo brasileiro.Pedimos ajuda à eles e estão também na busca.
-Nossa! Certo .Peça para o papai falar com o seu Enzo.
-Beijos filha e se cuide.Amanhã ou no mais tardar depois de amanhã estaremos ai.Estou morrendo de saudades filha ,nem sei se vou dormir esta noite.Quero ter vocês entre meus braços de novo.
-Eu também mãe.Louca para voltar para casa.
Valkíria encostada na porta ao ouvir isso dá um sorriso triste.Abaixa a cabeça.
Jussara que está sempre atenta a tudo relacionada à ela ,também dá um sorriso.
-“Hum...estou começando a entender.Espero que isso seja verdade.Se for ,vou ter de pagar minha promessa.”
Terminada a conversa via rádio, os dois irmãos, agora mais aliviados por terem conversado com os pais , ficam um tempo conversando com Enzo.
Com isso ,Pablo se esquece ,de mostrar para a irmã ,o que encontrara nos jornais.
A noite passou rápida desta vez,não aconteceu nada de estranho.O silencio foi total.A madrugada faz companhia para os sonhos de todos.......
Mas uma pessoa ainda estava acordada.Andava o tempo todo no quarto.Não conseguiu adormecer.Sente algo preso no peito .Desvanecido, o sono foge dela.
Valkíria não consegue tirar da cabeça o beijo que ganhara:
-Ela é uma mulher,coloca isso na cabeça.Não é uma criança.Já desabrochou,principalmente em meu coração.Apareceu aqui naquela manhã e virou minha vida de pernas para o ar.Meu coração que era um triste jardim viu as flores renascerem.Meu coração que já morrera como um pássaro sem asas sente a liberdade de novo.Posso voltar a voar?
Senta-se na cama e com a cabeça entre as mãos :
-Não! Não posso.Ela é uma criança ,continua sendo uma para mim,não uma mulher.Fatalidade ,não podia ter dado asas aos meus anseios .Não posso esperar nada.Tenho de calar meu coração.
Uma leve batida na porta:
-Posso entrar querida?
-Entra Mayka.O que faz acordada à estas horas?
-Não consegui dormir.Como você está?
-Bem .Obrigada por se preocupar .Mas já melhorei.
-Não está aflita mais? Os olhos de Mayka percorrem o rosto de Valkíria em busca de algum sinal.
Mas esta endurece a fisionomia ao se ver objeto de estudo.Não sabendo o motivo ,Valkíria se lembra dos cuidados de sua tia para com Mayka.Tem vontade de perguntar mas acha melhor não.
-“ Ela parece ansiosa com algo.O que será?”
-Mayka? O que está acontecendo?
-Como assim querida?
-Porque está tão nervosa?
-Eu? Imagina.Não estou nervosa não.
-Está sim,eu conheço este teu tic com a boca.Algo está te preocupando .O que é ? Posso saber?
-Bem ,poder pode.É que não quero ver você preocupada.
-Se não quer falar ,não vou insistir .
Sou eu mesma.
Mayka ao se ver colocada na parede resolve mentir.
-O que tem ? Está sentindo algo?
-Mais ou menos.Estive conversando com Marina.Estou com saudades dela.Quero ir visitá-la.
-Ah! É só isso? Fala para o Enzo ,que tão logo a pista fique pronta ,vamos dar um pulo lá.
-Vamos? As pálpebras de Mayka ficam semi-serradas ao ouvir isso.Você também vai?
-Sim.Vou.Está na hora. Já estou muito atrasada .Já devia ter ido antes.
-Está bem mesma? Olha lá o que vai ter de enfrentar.Marina me disse que os diretores vivem perguntando de você.
-Ela está bem?
-Sim, está mas não entrou muito em detalhes de sua vida.Ela me pareceu que escondia algo e não queria me dizer.Preciso ir lá e ver de que se trata.
-Vai ter de esperar mais um pouco Mayka.A pista ainda não está terminada.
-Pensei em aproveitar esta vinda da família desses dois e pegar uma carona .
-Hum ,pode ser .Quando eles chegarem converse com eles.
-Obrigada Valkíria.Você vai ficar bem sem minha ajuda?
-Não se preocupe ,Mayka.Sei me virar bem ,além disso tenho as três fieis escudeiras.
-Sei.Vou me aprontar então.
-E o Enzo? Não vai com você?
-Não.Não quer ir para lá .Disse que aprendeu a gostar daqui.Imagina só.Diz que quer criar gado.
-Gado? Interessante.
Mayka sai em direção de seu quarto.
Valkíria fica um tempo deitada,sente que o corpo não a ajuda .Vendo que não conseguiria dormir, se levanta e vai até a cozinha.Pega um copo de leite e senta em uma cadeira. Fica pensativa tomando-o aos goles.
Sente que está em uma encruzilhada. Ou volta para a França e retoma seus trabalhos ou fica para sempre na fazenda.Seu pai pelo que já deu a entender ,não volta mais .A última vez que se falaram ele lhe disse:
-Agora é com você filha.Daí já tirei tudo o que queria.Fico aqui na Rússia.Tenho muito o que fazer por aqui.Quando der, venha para cá.Sabe bem que tudo será seu ,um dia.
-Tudo meu? Mal ele sabe.Um dia ainda eu lhe conto.Não agora.Mas não sei se fico aqui ou não.Aqui achei a paz e o sossego.Mas me falta algo ainda.Sinto falta dela.
Neste instante Guadalupe entra na cozinha....
-Mamãe? Guadalupe sai correndo do quarto.Entrando na sala onde está o rádio, ela escuta:
-Então esperamos pelo senhor ,avise-nos assim que estiverem vindo.Ficaremos à espera.Só avisa pois estamos reformando a pista de pouso.
-Posso falar com eles?
-Claro .
-Pai? É Lupe.
-Filha,graças à Deus vocês estão bem.Não calcula o quanto sofremos pelo ocorrido.
-Imagino pai.E mamãe? Como ela está?
-Agora bem.Mas chegou a ficar doente .Fale com ela.
-Filha? A voz da mãe faz com que Guadalupe desate a chorar.Filhinha,você está bem?
-Sim mãe.Estamos bem .
-Que horror filha.Como foram parar tão longe de casa? Estão sendo bem tratados ? Não estão doentes ? Tem se alimentado direito ?
-Sim mãe,sim... Guadalupe ria da preocupação da mãe.Estamos ótimos.O lugar é muito bonito. Não fique preocupada.E vovô? Está bem?
-Seu avô? Bem,depois falamos mais filha.Seu pai quer pegar as coordenadas do local .Precisamos pedir ajuda para a aeronáutica brasileira.
-Mas porque mãe?
-Ora filha,está todo mundo procurando por vocês,inclusive o governo brasileiro.Pedimos ajuda à eles e estão também na busca.
-Nossa! Certo .Peça para o papai falar com o seu Enzo.
-Beijos filha e se cuide.Amanhã ou no mais tardar depois de amanhã estaremos ai.Estou morrendo de saudades filha ,nem sei se vou dormir esta noite.Quero ter vocês entre meus braços de novo.
-Eu também mãe.Louca para voltar para casa.
Valkíria encostada na porta ao ouvir isso dá um sorriso triste.Abaixa a cabeça.
Jussara que está sempre atenta a tudo relacionada à ela ,também dá um sorriso.
-“Hum...estou começando a entender.Espero que isso seja verdade.Se for ,vou ter de pagar minha promessa.”
Terminada a conversa via rádio, os dois irmãos, agora mais aliviados por terem conversado com os pais , ficam um tempo conversando com Enzo.
Com isso ,Pablo se esquece ,de mostrar para a irmã ,o que encontrara nos jornais.
A noite passou rápida desta vez,não aconteceu nada de estranho.O silencio foi total.A madrugada faz companhia para os sonhos de todos.......
Mas uma pessoa ainda estava acordada.Andava o tempo todo no quarto.Não conseguiu adormecer.Sente algo preso no peito .Desvanecido, o sono foge dela.
Valkíria não consegue tirar da cabeça o beijo que ganhara:
-Ela é uma mulher,coloca isso na cabeça.Não é uma criança.Já desabrochou,principalmente em meu coração.Apareceu aqui naquela manhã e virou minha vida de pernas para o ar.Meu coração que era um triste jardim viu as flores renascerem.Meu coração que já morrera como um pássaro sem asas sente a liberdade de novo.Posso voltar a voar?
Senta-se na cama e com a cabeça entre as mãos :
-Não! Não posso.Ela é uma criança ,continua sendo uma para mim,não uma mulher.Fatalidade ,não podia ter dado asas aos meus anseios .Não posso esperar nada.Tenho de calar meu coração.
Uma leve batida na porta:
-Posso entrar querida?
-Entra Mayka.O que faz acordada à estas horas?
-Não consegui dormir.Como você está?
-Bem .Obrigada por se preocupar .Mas já melhorei.
-Não está aflita mais? Os olhos de Mayka percorrem o rosto de Valkíria em busca de algum sinal.
Mas esta endurece a fisionomia ao se ver objeto de estudo.Não sabendo o motivo ,Valkíria se lembra dos cuidados de sua tia para com Mayka.Tem vontade de perguntar mas acha melhor não.
-“ Ela parece ansiosa com algo.O que será?”
-Mayka? O que está acontecendo?
-Como assim querida?
-Porque está tão nervosa?
-Eu? Imagina.Não estou nervosa não.
-Está sim,eu conheço este teu tic com a boca.Algo está te preocupando .O que é ? Posso saber?
-Bem ,poder pode.É que não quero ver você preocupada.
-Se não quer falar ,não vou insistir .
Sou eu mesma.
Mayka ao se ver colocada na parede resolve mentir.
-O que tem ? Está sentindo algo?
-Mais ou menos.Estive conversando com Marina.Estou com saudades dela.Quero ir visitá-la.
-Ah! É só isso? Fala para o Enzo ,que tão logo a pista fique pronta ,vamos dar um pulo lá.
-Vamos? As pálpebras de Mayka ficam semi-serradas ao ouvir isso.Você também vai?
-Sim.Vou.Está na hora. Já estou muito atrasada .Já devia ter ido antes.
-Está bem mesma? Olha lá o que vai ter de enfrentar.Marina me disse que os diretores vivem perguntando de você.
-Ela está bem?
-Sim, está mas não entrou muito em detalhes de sua vida.Ela me pareceu que escondia algo e não queria me dizer.Preciso ir lá e ver de que se trata.
-Vai ter de esperar mais um pouco Mayka.A pista ainda não está terminada.
-Pensei em aproveitar esta vinda da família desses dois e pegar uma carona .
-Hum ,pode ser .Quando eles chegarem converse com eles.
-Obrigada Valkíria.Você vai ficar bem sem minha ajuda?
-Não se preocupe ,Mayka.Sei me virar bem ,além disso tenho as três fieis escudeiras.
-Sei.Vou me aprontar então.
-E o Enzo? Não vai com você?
-Não.Não quer ir para lá .Disse que aprendeu a gostar daqui.Imagina só.Diz que quer criar gado.
-Gado? Interessante.
Mayka sai em direção de seu quarto.
Valkíria fica um tempo deitada,sente que o corpo não a ajuda .Vendo que não conseguiria dormir, se levanta e vai até a cozinha.Pega um copo de leite e senta em uma cadeira. Fica pensativa tomando-o aos goles.
Sente que está em uma encruzilhada. Ou volta para a França e retoma seus trabalhos ou fica para sempre na fazenda.Seu pai pelo que já deu a entender ,não volta mais .A última vez que se falaram ele lhe disse:
-Agora é com você filha.Daí já tirei tudo o que queria.Fico aqui na Rússia.Tenho muito o que fazer por aqui.Quando der, venha para cá.Sabe bem que tudo será seu ,um dia.
-Tudo meu? Mal ele sabe.Um dia ainda eu lhe conto.Não agora.Mas não sei se fico aqui ou não.Aqui achei a paz e o sossego.Mas me falta algo ainda.Sinto falta dela.
Neste instante Guadalupe entra na cozinha....
Capítulo 39. Gosto de despedida
Em seu quarto ,com um sono fugaz , ela escuta os passos de Valkíria no quarto ao lado .Se enfia debaixo do travesseiro para não escutar e não pensar nela.Adormece.
Mas logo é acordada por umas leves batidas na porta do quarto ao lado.
Se ergue na cama e fica atenta.Reconhece a voz de Mayka.
“-O que ela faz acordada ?”
Se levanta,corre até a janela e olha para fora .A noite é longa, as estrelas continuam piscando.Aspira o ar da madrugada ..... Vai até a porta de comunicação e escuta a conversa das duas.
Após Mayka ter saído ,ela ainda fica um tempo atenta no que se passa ao lado do seu quarto.Com isso, percebe que Valkíria deixa seu quarto .Rapidamente veste um roupão por cima da camisola e abre a porta .A segue até a cozinha.
-Entro ou não? O que será que veio fazer aqui?Bem ,como diz o Pablo ,devo dizer de uma vez o que sinto por ela ? E se for tudo um engano? Aquela partitura poderia ser para uma amiga e não o que me passa pela imaginação.Ela pode não ser ...mas não achou ruim o beijo que lhe dei.Não comentou nada.Aceitou simplesmente.
Criando coragem ela entra na cozinha.
Valkíria fica espantada com sua chegada àquela hora :
-O que faz aqui?
-Estou sem sono.E você?
-O mesmo.Vim tomar um leite .
-Posso ficar aqui um pouco com você?
-Claro.Quer tomar leite ou café?
-Não,obrigada.Realmente estou é com um pouco de fome.
-Fome? Hum....não sei se sobrou alguma coisa do jantar.Vou dar uma olhada na geladeira.
Valkíria vai em direção à grande geladeira . Guadalupe a segue e fica ao seu lado.Inspecionam o que tem de comestível.
-É ,não sobrou grande coisa.Só um pouco de feijão e carne.Vai querer isso?
-Não.Feijão eu não gosto e carne é muito pesada para ser comida à estas horas,ainda mais carne de suíno.
-Tem bastante verdura.Posso fazer uma salada.
-Tenho uma idéia melhor.Tem macarrão?
-O que pretende fazer?
-Aceita um yakissoba de legumes?Tem de tudo um pouco na geladeira.
-Sabe fazer? Aceito sim.Agora que falou me deu fome também.
Elas procuram o macarrão na despensa.E também encontram shoyo e pimenta.
-O que posso fazer para ajudar?Valkíria se anima vendo a disposição de Guadalupe.
-Pode me ajudar cortando os legumes.
-Cortar? Cortar o que e como?
-Nunca cortou uma cenoura?
Valkíria para a alegria de Guadalupe dá uma risada gostosa:
-Posso te confessar uma coisa?De cozinha não entendo nada.O máximo que sei fazer é cortar uma batata .
-Então está na hora de aprender.Espera só um segundo.Vou colocar o macarrão para cozinhar e vou te ensinar a cortar os legumes.Pega uma panela e leva ao fogo.
Após deixar o macarrão cozinhando, ela volta para a mesa.
-Olha, aqui temos vagem,pimentão,brócolis e couve flor.Tudo o que precisamos para o nosso yakissoba.É a única coisa que sei fazer em uma cozinha .
Venha,pegue assim a faca.E o legume deve ser cortado assim.
-Hum...sei não .Não sei como ...
-Assim,olha aqui .Siga os meus movimentos.
Guadalupe vem por trás de Valkíria e pega em suas mãos.
-Olha,com firmeza, para não cortar a mão nem um dedo.
O movimento das mãos e o contato do corpo no seu, deixa Valkíria eufórica.Dá um grande suspiro.
-Com sono?
-Não ,não é isso.
-Então? Porque o suspiro? Veio de lá do fundo.Está sentindo algo?
-Sim ...estou.O coração de Valkíria bate descompassado.O contato a deixa deliciada.Mas prefere ficar quieta,não quer com palavras destruir o momento único .
Guadalupe para o que fazia:
-Agora você continua.
O tempo para fazer a comida deixa as duas com mais contato visual e o corpo a corpo na cozinha faz com seus sentidos fiquem mais apurados.Tudo agora já parecia ser provocado. .Um toque ao mesmo tempo na pia,a busca pela mesma colher ou faca.As desviadas de corpos com sorrisos de brincadeira.
O clima estava já bem quente entre as duas.Mas não se atreviam a dizer nada além do trivial sobre o que estavam fazendo.O medo estava nos pensamentos.Medo de estragar o momento.
Mas tão logo a comida fica pronta e colocada na mesa ,os sentidos extrapolam.
Nada mais falam,se o olhar falasse....se o olhar pudesse contar o que vai no peito.Mas nem uma nem outra se atrevem.
Uma alma atormentada pelas duvidas atenta à tudo.Todos os mínimos gestos são captados pelo olhos .Tudo vai calando fundo no coração. Sente uma euforia que há muito não sentia.
Uma alma que quer gritar o amor ,fica em silêncio.Está fascinada pela mulher ao seu lado,mas não sabe como fazer para chamar sua atenção.Medo aliado à inexperiência ,faz o coração bater mais forte no peito medroso.A boca calada ,não sabe como começar a participar do que vai no seu íntimo.
Comem. Degustam a refeição.
Silêncio.
Acabam ....se levantam .
-Lupe.Valkíria não agüenta .Estava sendo muito para ela.Seu corpo agora reage .Algo nele a impele em direção ao outro corpo.
-Sim? Guadalupe sente o tom da voz. Sente a súplica no ar.
-Eu....
-Sim? O que é ?Posso fazer algo mais para você?
-Fazer por mim? Os olhos de Valkíria luziam ao perguntar.
-Sim o que é?
-Você talvez vá embora amanhã.Ou depois ...
-É bem provável.Papai não vai demorar para vir nos buscar.
-Dá-me um abraço?Foi só isso que Valkíria consegue articular.
-Um abraço? A garganta de Guadalupe fica seca ao ouvir este pedido .Não esperava por isso.Pensava na hora que fosse algo relacionado à sua ida para casa.
-Sim...eu preciso.Preciso muito.
-Precisa? Valkíria? O que é ?
-Sem perguntas .Por favor .Me abrace .
Guadalupe estranha o modo dela falar.Parecia uma criança pedindo o colo da mãe.
Não pergunta mais nada.
Olha para os braços abertos e para os olhos da mulher à sua frente.Se aproxima e a abraça.
É uma abraço meio estranho.Mas só no começo.
Tão logo sentem o calor uma da outra os braços se fecham ao redor dos corpos.É apertado .É um abraço forte.O trançar dos braços é gostoso e silencioso.
A suavidade do momento,parecia que amparava a tristeza e combatia as incertezas.Era uma fusão de energias.
Eternizando o tempo, as mãos de Guadalupe acariciam as costas de Valkíria, que relaxa ao sentir o leve toque .Alça um vôo ao infinito do seu ser.
Os corações batem violentamente nos peitos.Ansiosas , mas medrosas.
Valkíria sentia o leve tremor do corpo que se abraçava ao seu.Sentia o perfume dos cabelos e do fundo de seu peito vem um suspiro agoniado.Pega no queixo de Guadalupe e o ergue.Olhos nos olhos. Boca de Guadalupe está tremula de emoção.Pois o abraço lhe transmitia tanta segurança :
-Obrigada Lupe.Eu precisava de um abraço.Me sentia muito solitária.E vejo que vai embora,por isso quero guardar este momento ,este abraço.
-Valkíria eu ...os lábios de Guadalupe tremiam e ela notando isso ,tenta morde-los para não demonstrar o que sentia .
-Não! Não faça isso.Os lábios foram feitos para serem beijados e não mordidos....
Valkíria não resiste ao fascínio ,chega os seus lábios aos de Guadalupe e dá um beijo bem suave neles.
.......Não se esqueça de mim...
Guadalupe ia responder quando escutam o som de passos que da cozinha se aproximavam.Se separam apressadas e ficam uma diante da outra ,com o coração alvoroçado e a respiração falhando:
-O que se passa aqui?
Mas logo é acordada por umas leves batidas na porta do quarto ao lado.
Se ergue na cama e fica atenta.Reconhece a voz de Mayka.
“-O que ela faz acordada ?”
Se levanta,corre até a janela e olha para fora .A noite é longa, as estrelas continuam piscando.Aspira o ar da madrugada ..... Vai até a porta de comunicação e escuta a conversa das duas.
Após Mayka ter saído ,ela ainda fica um tempo atenta no que se passa ao lado do seu quarto.Com isso, percebe que Valkíria deixa seu quarto .Rapidamente veste um roupão por cima da camisola e abre a porta .A segue até a cozinha.
-Entro ou não? O que será que veio fazer aqui?Bem ,como diz o Pablo ,devo dizer de uma vez o que sinto por ela ? E se for tudo um engano? Aquela partitura poderia ser para uma amiga e não o que me passa pela imaginação.Ela pode não ser ...mas não achou ruim o beijo que lhe dei.Não comentou nada.Aceitou simplesmente.
Criando coragem ela entra na cozinha.
Valkíria fica espantada com sua chegada àquela hora :
-O que faz aqui?
-Estou sem sono.E você?
-O mesmo.Vim tomar um leite .
-Posso ficar aqui um pouco com você?
-Claro.Quer tomar leite ou café?
-Não,obrigada.Realmente estou é com um pouco de fome.
-Fome? Hum....não sei se sobrou alguma coisa do jantar.Vou dar uma olhada na geladeira.
Valkíria vai em direção à grande geladeira . Guadalupe a segue e fica ao seu lado.Inspecionam o que tem de comestível.
-É ,não sobrou grande coisa.Só um pouco de feijão e carne.Vai querer isso?
-Não.Feijão eu não gosto e carne é muito pesada para ser comida à estas horas,ainda mais carne de suíno.
-Tem bastante verdura.Posso fazer uma salada.
-Tenho uma idéia melhor.Tem macarrão?
-O que pretende fazer?
-Aceita um yakissoba de legumes?Tem de tudo um pouco na geladeira.
-Sabe fazer? Aceito sim.Agora que falou me deu fome também.
Elas procuram o macarrão na despensa.E também encontram shoyo e pimenta.
-O que posso fazer para ajudar?Valkíria se anima vendo a disposição de Guadalupe.
-Pode me ajudar cortando os legumes.
-Cortar? Cortar o que e como?
-Nunca cortou uma cenoura?
Valkíria para a alegria de Guadalupe dá uma risada gostosa:
-Posso te confessar uma coisa?De cozinha não entendo nada.O máximo que sei fazer é cortar uma batata .
-Então está na hora de aprender.Espera só um segundo.Vou colocar o macarrão para cozinhar e vou te ensinar a cortar os legumes.Pega uma panela e leva ao fogo.
Após deixar o macarrão cozinhando, ela volta para a mesa.
-Olha, aqui temos vagem,pimentão,brócolis e couve flor.Tudo o que precisamos para o nosso yakissoba.É a única coisa que sei fazer em uma cozinha .
Venha,pegue assim a faca.E o legume deve ser cortado assim.
-Hum...sei não .Não sei como ...
-Assim,olha aqui .Siga os meus movimentos.
Guadalupe vem por trás de Valkíria e pega em suas mãos.
-Olha,com firmeza, para não cortar a mão nem um dedo.
O movimento das mãos e o contato do corpo no seu, deixa Valkíria eufórica.Dá um grande suspiro.
-Com sono?
-Não ,não é isso.
-Então? Porque o suspiro? Veio de lá do fundo.Está sentindo algo?
-Sim ...estou.O coração de Valkíria bate descompassado.O contato a deixa deliciada.Mas prefere ficar quieta,não quer com palavras destruir o momento único .
Guadalupe para o que fazia:
-Agora você continua.
O tempo para fazer a comida deixa as duas com mais contato visual e o corpo a corpo na cozinha faz com seus sentidos fiquem mais apurados.Tudo agora já parecia ser provocado. .Um toque ao mesmo tempo na pia,a busca pela mesma colher ou faca.As desviadas de corpos com sorrisos de brincadeira.
O clima estava já bem quente entre as duas.Mas não se atreviam a dizer nada além do trivial sobre o que estavam fazendo.O medo estava nos pensamentos.Medo de estragar o momento.
Mas tão logo a comida fica pronta e colocada na mesa ,os sentidos extrapolam.
Nada mais falam,se o olhar falasse....se o olhar pudesse contar o que vai no peito.Mas nem uma nem outra se atrevem.
Uma alma atormentada pelas duvidas atenta à tudo.Todos os mínimos gestos são captados pelo olhos .Tudo vai calando fundo no coração. Sente uma euforia que há muito não sentia.
Uma alma que quer gritar o amor ,fica em silêncio.Está fascinada pela mulher ao seu lado,mas não sabe como fazer para chamar sua atenção.Medo aliado à inexperiência ,faz o coração bater mais forte no peito medroso.A boca calada ,não sabe como começar a participar do que vai no seu íntimo.
Comem. Degustam a refeição.
Silêncio.
Acabam ....se levantam .
-Lupe.Valkíria não agüenta .Estava sendo muito para ela.Seu corpo agora reage .Algo nele a impele em direção ao outro corpo.
-Sim? Guadalupe sente o tom da voz. Sente a súplica no ar.
-Eu....
-Sim? O que é ?Posso fazer algo mais para você?
-Fazer por mim? Os olhos de Valkíria luziam ao perguntar.
-Sim o que é?
-Você talvez vá embora amanhã.Ou depois ...
-É bem provável.Papai não vai demorar para vir nos buscar.
-Dá-me um abraço?Foi só isso que Valkíria consegue articular.
-Um abraço? A garganta de Guadalupe fica seca ao ouvir este pedido .Não esperava por isso.Pensava na hora que fosse algo relacionado à sua ida para casa.
-Sim...eu preciso.Preciso muito.
-Precisa? Valkíria? O que é ?
-Sem perguntas .Por favor .Me abrace .
Guadalupe estranha o modo dela falar.Parecia uma criança pedindo o colo da mãe.
Não pergunta mais nada.
Olha para os braços abertos e para os olhos da mulher à sua frente.Se aproxima e a abraça.
É uma abraço meio estranho.Mas só no começo.
Tão logo sentem o calor uma da outra os braços se fecham ao redor dos corpos.É apertado .É um abraço forte.O trançar dos braços é gostoso e silencioso.
A suavidade do momento,parecia que amparava a tristeza e combatia as incertezas.Era uma fusão de energias.
Eternizando o tempo, as mãos de Guadalupe acariciam as costas de Valkíria, que relaxa ao sentir o leve toque .Alça um vôo ao infinito do seu ser.
Os corações batem violentamente nos peitos.Ansiosas , mas medrosas.
Valkíria sentia o leve tremor do corpo que se abraçava ao seu.Sentia o perfume dos cabelos e do fundo de seu peito vem um suspiro agoniado.Pega no queixo de Guadalupe e o ergue.Olhos nos olhos. Boca de Guadalupe está tremula de emoção.Pois o abraço lhe transmitia tanta segurança :
-Obrigada Lupe.Eu precisava de um abraço.Me sentia muito solitária.E vejo que vai embora,por isso quero guardar este momento ,este abraço.
-Valkíria eu ...os lábios de Guadalupe tremiam e ela notando isso ,tenta morde-los para não demonstrar o que sentia .
-Não! Não faça isso.Os lábios foram feitos para serem beijados e não mordidos....
Valkíria não resiste ao fascínio ,chega os seus lábios aos de Guadalupe e dá um beijo bem suave neles.
.......Não se esqueça de mim...
Guadalupe ia responder quando escutam o som de passos que da cozinha se aproximavam.Se separam apressadas e ficam uma diante da outra ,com o coração alvoroçado e a respiração falhando:
-O que se passa aqui?
Capítulo 40 .Voltarei
Mayka entra na cozinha.Não esperava encontrar ninguém.Mas ao se deparar com as duas ,fica encabulada.
Seus olhos notam o pequeno desconforto reinante no ambiente.
-O que estão fazendo?
Uma suspeita passa por sua cabeça .A posição das duas à sua frente era gritante e o que faziam não precisa de uma inteligência superior para entender.
Valkíria irritada com a interrupção:
-O que acha que fazemos em uma cozinha?
-Valkíria? Por que este tom? Só perguntei mais nada.Não precisa ficar assim tão brava.
-Não estou brava Mayka.Irritada sim e muito.O que você faz aqui, na cozinha?
-Eu....eu vim buscar um copo de leite.
-Não tem leite em seu frigobar ?
-Nele? Não sei. Não olhei,vim buscar aqui.É meu costume.
-Às duas da madrugada?Faça-me o favor.
-Valkíria!
-Tudo bem ,me desculpe.Pegue seu leite.
Valkíria enfezada, senta-se na cadeira e pega o copo de leite que tomava antes.
Guadalupe custa um pouco a sair de sua posição.Mas logo se senta também e faz companhia para Valkíria.
Mayka notando que não iam sair dali, se faz de desentendida:
-Estão também sem sono?Eu também.Por isso se não se importam vou fazer companhia para vocês.
Um olhar de Valkíria para Guadalupe e elas se entenderam.Levantam-se na mesma hora e como se estivessem combinadas falam:
-Não obrigada,vou dormir.Boa noite.
Elas saem da cozinha e sem falar nada se encaminham para o corredor.O quarto de Guadalupe era o primeiro.Ela para em frente dele e se vira para Valkíria que vinha logo atrás dela:
-Boa noite....
Valkíria no percurso vinha pensando no que acontecera entre elas.Um pontinho ,bem lá no fundo de sua cabeça a recriminava:Não devia ter feito isso.Não devia ter beijado.Não podia ,não devia.Por isso ao se despedir agora na frente do quarto ela já não era mais a mesma de instantes atrás.Trazia no coração um sentimento diferente:medo.
Por isso diz simplesmente :
-Boa noite e passa reto indo para seu quarto .Se fecha nele e se joga na cama:
- Fiquei insegura. Nunca tinha ficado assim.Tenho medo de recomeçar e perder novamente .Não quero mais me enamorar,não quero me envolver com o amor.Eu vi em seus olhos o amor.Posso ser uma boba em não tentar mais uma vez ,mas ainda me sinto muito insegura.
Fecha os olhos como que querendo afastar a imagem de Guadalupe de sua mente:
-Ela me atrai e muito.Quando estou perto dela me sinto como uma criança que acaba de ganhar um presente.Não sei como começar...droga....tenho medo .Não quero magoar .Como falar para ela o que tenho no meu coração? Não vai entender este meu sentimento...sentimento de perda...que ainda está nele.Esta mágoa que não me larga.
Como dizer à ela que ela não tem culpa de nada.Que chegou em minha vida em um momento difícil.Como dizer que meu coração ainda está ocupado...por uma ...que não voltará mais?
As lágrimas a impedem de ficar deitada. Se levanta e vai ao banheiro lavar o rosto.Se olha no espelho:
-E não vai dar certo....ela é ...uma criança para mim.Preciso tirar esta idéia da cabeça.É bom que vá logo embora assim eu volto ao normal.Paro de sonhar com bobagens.
Olhando de novo para seu reflexo no espelho,nota que seus olhos ainda mostram a tristeza que a acompanha estes anos todos.
-Não consigo te esquecer.Está sempre em meus pensamentos.Eu tenho sofrido tanto com sua ausência,que desde o dia em que me deixou não sou feliz.Meu coração sente-se culpado, por não ter feito mais por você.Me perdoa? Eu não tentei te entender.
Agora,aparece Guadalupe.Como ela me lembra você.Olhos,cabelos ...boca maravilhosa.Ao vê-la ao piano tocando a música que compus para nós duas ...pensei que era você.Que voltara para mim.
Não! Eu quero me enganar.Não posso.Ela não é você.É ainda ....uma criança.Preciso colocar isso em minha cabeça.
No seu quarto Guadalupe também não dorme.Sente-se atraída cada vez mais pela misteriosa mulher.
-Ela tem a tristeza nos olhos.No sorriso.Porque será? Alguma desilusão ? Só pode ser isso.Do contrário não estaria vivendo aqui ,no meio do nada.Ela compôs a música .Para uma mulher.E agora me pede um abraço.Ela quer falar algo ,mas não fala .Maldita hora em que essa Mayka entrou na cozinha.Do contrário já estaria sabendo.Ela ia me beijar.
Rola na cama :
-Como será um beijo dado por ela?Eu quero saber ,eu quero sentir.Um beijo de amor.
Se levanta e vai até a janela.Olha para o céu:
-Como é possível gostar de alguém assim tão rápido?Será isso ...amor? Ou é só entusiasmo meu?
Vou embora ....acho que não mais nos veremos.Ela fica aqui e eu lá em Paris.Muito distante. Vou levar só uma lembrança dela.
Volta a se deitar.Mas logo se senta na cama:
-Não! Eu voltarei. Vou tentar até conseguir.Se não lutar pelo que eu quero ninguém vai me dar mesmo.Foi sempre assim.Não é agora que vou mudar.Aprendi sozinha que devo me defender e aos meus interesses.E eu a quero.
Amanhã vou falar para ela o que eu sinto.Quero ver sua reação.
Seus olhos notam o pequeno desconforto reinante no ambiente.
-O que estão fazendo?
Uma suspeita passa por sua cabeça .A posição das duas à sua frente era gritante e o que faziam não precisa de uma inteligência superior para entender.
Valkíria irritada com a interrupção:
-O que acha que fazemos em uma cozinha?
-Valkíria? Por que este tom? Só perguntei mais nada.Não precisa ficar assim tão brava.
-Não estou brava Mayka.Irritada sim e muito.O que você faz aqui, na cozinha?
-Eu....eu vim buscar um copo de leite.
-Não tem leite em seu frigobar ?
-Nele? Não sei. Não olhei,vim buscar aqui.É meu costume.
-Às duas da madrugada?Faça-me o favor.
-Valkíria!
-Tudo bem ,me desculpe.Pegue seu leite.
Valkíria enfezada, senta-se na cadeira e pega o copo de leite que tomava antes.
Guadalupe custa um pouco a sair de sua posição.Mas logo se senta também e faz companhia para Valkíria.
Mayka notando que não iam sair dali, se faz de desentendida:
-Estão também sem sono?Eu também.Por isso se não se importam vou fazer companhia para vocês.
Um olhar de Valkíria para Guadalupe e elas se entenderam.Levantam-se na mesma hora e como se estivessem combinadas falam:
-Não obrigada,vou dormir.Boa noite.
Elas saem da cozinha e sem falar nada se encaminham para o corredor.O quarto de Guadalupe era o primeiro.Ela para em frente dele e se vira para Valkíria que vinha logo atrás dela:
-Boa noite....
Valkíria no percurso vinha pensando no que acontecera entre elas.Um pontinho ,bem lá no fundo de sua cabeça a recriminava:Não devia ter feito isso.Não devia ter beijado.Não podia ,não devia.Por isso ao se despedir agora na frente do quarto ela já não era mais a mesma de instantes atrás.Trazia no coração um sentimento diferente:medo.
Por isso diz simplesmente :
-Boa noite e passa reto indo para seu quarto .Se fecha nele e se joga na cama:
- Fiquei insegura. Nunca tinha ficado assim.Tenho medo de recomeçar e perder novamente .Não quero mais me enamorar,não quero me envolver com o amor.Eu vi em seus olhos o amor.Posso ser uma boba em não tentar mais uma vez ,mas ainda me sinto muito insegura.
Fecha os olhos como que querendo afastar a imagem de Guadalupe de sua mente:
-Ela me atrai e muito.Quando estou perto dela me sinto como uma criança que acaba de ganhar um presente.Não sei como começar...droga....tenho medo .Não quero magoar .Como falar para ela o que tenho no meu coração? Não vai entender este meu sentimento...sentimento de perda...que ainda está nele.Esta mágoa que não me larga.
Como dizer à ela que ela não tem culpa de nada.Que chegou em minha vida em um momento difícil.Como dizer que meu coração ainda está ocupado...por uma ...que não voltará mais?
As lágrimas a impedem de ficar deitada. Se levanta e vai ao banheiro lavar o rosto.Se olha no espelho:
-E não vai dar certo....ela é ...uma criança para mim.Preciso tirar esta idéia da cabeça.É bom que vá logo embora assim eu volto ao normal.Paro de sonhar com bobagens.
Olhando de novo para seu reflexo no espelho,nota que seus olhos ainda mostram a tristeza que a acompanha estes anos todos.
-Não consigo te esquecer.Está sempre em meus pensamentos.Eu tenho sofrido tanto com sua ausência,que desde o dia em que me deixou não sou feliz.Meu coração sente-se culpado, por não ter feito mais por você.Me perdoa? Eu não tentei te entender.
Agora,aparece Guadalupe.Como ela me lembra você.Olhos,cabelos ...boca maravilhosa.Ao vê-la ao piano tocando a música que compus para nós duas ...pensei que era você.Que voltara para mim.
Não! Eu quero me enganar.Não posso.Ela não é você.É ainda ....uma criança.Preciso colocar isso em minha cabeça.
No seu quarto Guadalupe também não dorme.Sente-se atraída cada vez mais pela misteriosa mulher.
-Ela tem a tristeza nos olhos.No sorriso.Porque será? Alguma desilusão ? Só pode ser isso.Do contrário não estaria vivendo aqui ,no meio do nada.Ela compôs a música .Para uma mulher.E agora me pede um abraço.Ela quer falar algo ,mas não fala .Maldita hora em que essa Mayka entrou na cozinha.Do contrário já estaria sabendo.Ela ia me beijar.
Rola na cama :
-Como será um beijo dado por ela?Eu quero saber ,eu quero sentir.Um beijo de amor.
Se levanta e vai até a janela.Olha para o céu:
-Como é possível gostar de alguém assim tão rápido?Será isso ...amor? Ou é só entusiasmo meu?
Vou embora ....acho que não mais nos veremos.Ela fica aqui e eu lá em Paris.Muito distante. Vou levar só uma lembrança dela.
Volta a se deitar.Mas logo se senta na cama:
-Não! Eu voltarei. Vou tentar até conseguir.Se não lutar pelo que eu quero ninguém vai me dar mesmo.Foi sempre assim.Não é agora que vou mudar.Aprendi sozinha que devo me defender e aos meus interesses.E eu a quero.
Amanhã vou falar para ela o que eu sinto.Quero ver sua reação.
Capítulo 41. Surpresa
A noite foi tranqüila a partir daí.O silêncio reinou de verdade.Somente Valkíria não tem sossego.Em sua cama ,mesmo adormecida ,não consegue se desligar .Seu subconsciente vem atormentar com cenas de seu passado.Passado que luta para esquecer....
“{ Na cama a luta é travada entre as duas.Os corpos suados se atracam .Mãos percorrem os corpos.O jogo começa.O fogo arde entre elas.As fantasias são colocadas em prática,as curvas dos corpos recebem lambidas e mordidas.É uma luta primitiva,são duas selvagens que vão mordendo,arranhando.Uma quer ser a primeira a outra também.Lutam.A mais forte ganha,prendendo sua presa entre as pernas.Sorri.Seu fôlego está curto mas não para ,não descansa. Quer seu prêmio e vai buscá-lo ,com caricias nas coxas, fica em um vai e vem acompanhado o movimento dos quadris da “perdedora”...é um duelo que não tem perdedora ...as duas vencem e são vencidas.Se abraçam ...cansadas .}”
Valkíria , agora desperta, fica pensando no que acabara de sonhar...chora.
-Eu fui feliz ,muito feliz.....Acabou.
Vira para o outro lado e fecha os olhos.Força os pensamentos para o seu trabalho que finalmente terminara.Com estes pensamentos volta a adormecer....
Mas o sol nem havia aparecido e a fazenda virou uma polvorosa. O barulho de hélices de helicópteros acordou a todos.
Zag late furiosamente para os intrusos que vieram tirá-lo do bom sono.
Na casa, a primeira a acordar é Valkíria. Ao primeiro som à distancia ,ela reconhece o que era:
-Já vieram?
Se levanta e logo depois está à porta olhando para os lados da pista de pouso.
-Lupe! Lupe! São eles .Vieram nos buscar.Se veste logo.Grita Pablito.
-Já? Mas....
-Nada de mas, Lupe.Papai e mamãe estão lá fora .Eu os vi descendo do helicóptero.
-Vá na frente ,só vou me arrumar um pouco.
A correria das empregadas e risos eram ouvidos na imensa casa. As luzes são acesas.Meire corre para a cozinha e prepara o café.Quer receber bem as ilustres visitas.
Alguns peões se misturam aos operários da construtora e ficam olhando os dois aparelhos do exército brasileiro.
Do primeiro aparelho que aterrissa vários soldados descem e se posicionam em alerta,se espalhando pelo local.
Do outro descem várias pessoas.Dois casais são ajudados a descer ,por dois oficiais.
O primeiro casal que desceu era tipicamente latino.Cabelos muito pretos e lisos.A mulher com olhos vermelhos de chorar.O homem ,um senhor alto a consolava ao mesmo tempo ria de seu jeito.
-Para com isso Sara,o que as crianças vão achar desta tua choradeira?
-Para você Juan .Estou chorando de alívio.
O outro casal que desceu, trazia nos braços uma menina de uns 5 anos.
Tão logo se viu ao chão, começou a correr pela pista de pouso.
-Volte aqui Larissa, grita o pai.Não corra assim menina,vai se machucar.
Pablo sai correndo em direção aos pais.Estes ao verem o filho, abrem os braços e ao mesmo tempo o acolhem num abraço forte:
-Filho! Que bom,graças à Deus.Você está bem.
Sara não parava de beijar o filho.
-Você está bem filho? Pergunta Juan abraçando-o.Estão tratando bem de vocês?
-Muito bem pai,aqui é uma delicia.
-São boa gente? O que eles fazem aqui no meio do mato? E com uma casa assim? Juan fica olhando para a casa e notando tudo ao redor.
O homem que descera com eles se aproxima e diz:
-São gente boa senhor embaixador.O pai ficou rico explorando platina.A irmã dele foi quem me ajudou e me salvou.É botânica.
-Onde está a dona da casa? Preciso conversar e agradecer a acolhida para com meus filhos.Cadê a Lupe, Pablo?
-Ela já vem pai.Está se aprontando.
Neste instante aparece Guadalupe e se joga nos braços do pai.
-Pai!
-Filha!
É abraçada pelo pai e pela mãe.
-Filha,deixa eu olhar para você.Tudo bem ?
-Sim mãe.Estou ótima.E a senhora ? Estava morrendo de saudades.
-Que medo filha,nem imagina o que passamos.Filha ,que susto .
-Imagino mãe.E nós então?Ficamos no meio do mato por dias.
-Coitadinha de minha filhinha,no meio do mato.Como se saíram?
-Mãe! A Lupe é corajosa,enfrentou até uma onça.
-Como? Juan ao escutar o que o filho falava ficou interessado.Como foi isso?
Mas Guadalupe não consegue contar o que aconteceu pois neste instante Valkíria chega ao local.
Pablito corre e a apresenta:
-Mãe,pai, está é Valkíria ,a dona da casa.Foi ela quem nos ajudou.
Sara olha para Valkíria .É um estudo rápido .
Após as apresentações todos são levados para a casa.Os militares ,comandados por um coronel ficam em observação .Sabem que o local é próximo à fronteira e que os guerrilheiros podem estar por perto.
Sara e Juan não param de admirar o local.
-Como é isso Juan? Para que uma casa assim aqui no meio do mato?
Sara fala baixinho para seu marido ,enquanto Valkíria atende ao outro casal.
-Não sei Sara.Não nos compete perguntar .O que interessa é que nossos filhos estão bem.
-Mas ...e essa mulher? Ela é muito bonita.O que faz aqui então?É ainda bem nova.No máximo uns 38 anos ou menos.É mais nova que eu ,tenho certeza.Olha só seus traços ,bem exótica.Diferente das mulheres que estamos acostumados a ver.Que cor linda tem seus cabelos.
Sara estava olhando muito para Valkíria e se perguntando como podia ser possível .
Valkíria atende ao pedido de Celso e pede para Guto levá-los até a casa de sua tia.
O casal sai com a filha e levados por Guto vão até ao santuário.Celso quer apresentar sua mulher e a filha para Yulia.Trazem um presente de agradecimento pelo que ela fizera pelo pai e marido.
Na casa da fazenda a conversa é agora mais suave , já se ouvem risos dos pais e dos filhos.O alivio está no rosto de todos.
-Bem ,fala Juan,agora é voltar para casa .Tudo voltou ao normal. Logo estarei na ONU e bem longe destes perigosos bandidos.
-E você Lupe? Pronta para voltar para seu apartamento?
Lupe que até então estava só escutando tudo ,se assusta com a pergunta do pai:
-Voltar? Os seus olhos demonstram sua tristeza.
-O que foi filha? Não quer voltar mais para lá? Quer ir conosco para os Estados Unidos?
-Não pai.Não é isso.É que não aproveitei bem estas férias.
-É verdade .Mas no final do ano ,vamos todos passear e você vai junto.Que tal ir conhecer o Egito? Pelo que eu saiba é seu sonho.Que tal?
-Egito? Tudo bem.
Sara olha atentamente para a filha.A conhece bem e nota uma leve tristeza e pouco entusiasmo pela idéia proposta pelo pai.
Mas se cala.Acha que o local não é apropriado para perguntar à ela o que acontecia.
Logo que tomam o café, tão carinhosamente feito por Meire, eles se despedem.Ficam na pista de pouso a espera do casal que fora visitar Yulia.
Mayka conversa com o coronel e consegue que a levem até Manaus.Se despede de Valkíria e pega sua bagagem:
-Nos encontramos em Avignon .Vou ficar na casa de Marina.
-Mande noticias dela .Quando tudo por aqui estiver em ordem vou para lá também.
-Certo .Te espero.
Mayka embarca e fica pensativa.Está ainda em dúvidas se vai viajar ou não.Mas como sabe que Valkíria vai ficar sozinha ,não fica receosa.
As empregadas ao saberem que ela ia embora ,respiram aliviadas:
-Graças à Deus ela vai embora,resmunga Nilza.Aqui agora vai virar um paraíso.Até ela voltar. Espero que demore bastante por lá.
-É ,vamos poder ler em paz sem ter alguém em nossos calcanhares,fala uma aliviada Jussara.
-A Nilza contou para você a conversa que ela ouviu?Pergunta Yara.
-Sim,me contou.Por isso meninas ,quando Valkíria for lá, eu vou junto.Preciso prestar mais atenção.Tenho uma desconfiança e por isso preciso estar por perto dela.
-Mas é época de você ir mesmo .Nós já fomos no ano passado.Tem noticias de Desiré?
-Sim ,mamãe me ligou no mês passado .Ela está louca para ver a mãe dela.Saudades .
-Acho tão engraçado você dizer assim Jussara.
-O que é engraçado Yara?
-Este teu jeito de falar .Parece que não é a mãe dela.
Ah! Entendi. Mania minha.Eu morro de saudades de minha filha.Logo vou poder estar com ela.
-Ela é tão bonita.
-Você é sortuda .Pode ficar aqui enquanto sua filha fica lá estudando.Ri Nilza.
-Mamãe gosta dela .É uma vó bem coruja ,por isso não fico muito preocupada.Elas se dão bem.
-Gosto muito de dona Brígida.Mas ela também não gosta de Mayka. Elas parecem que se odeiam.
-Mamãe não gosta dela . É coisa antiga,do tempo de vovô.Brigavam muito .
Neste instante a conversa delas é interrompida pela volta do casal.Vêm alegres e sorridentes.Celso trás um embornal cheio de medicamentos que Yulia lhe dera.
Todos embarcam .As hélices já estão postas em movimentos.
Guadalupe já acomodada na poltrona ,olha para fora e não vê Valkíria.Quer se despedir dela.
-Mãe ,pai.Só um momento.Esqueci de uma coisa.
Ela desce correndo e pergunta para Jussara:
-Onde ela foi?
Jussara com os olhos vermelhos de choro, só indica o local:
-Foi para o jardim das rosas.
“{ Na cama a luta é travada entre as duas.Os corpos suados se atracam .Mãos percorrem os corpos.O jogo começa.O fogo arde entre elas.As fantasias são colocadas em prática,as curvas dos corpos recebem lambidas e mordidas.É uma luta primitiva,são duas selvagens que vão mordendo,arranhando.Uma quer ser a primeira a outra também.Lutam.A mais forte ganha,prendendo sua presa entre as pernas.Sorri.Seu fôlego está curto mas não para ,não descansa. Quer seu prêmio e vai buscá-lo ,com caricias nas coxas, fica em um vai e vem acompanhado o movimento dos quadris da “perdedora”...é um duelo que não tem perdedora ...as duas vencem e são vencidas.Se abraçam ...cansadas .}”
Valkíria , agora desperta, fica pensando no que acabara de sonhar...chora.
-Eu fui feliz ,muito feliz.....Acabou.
Vira para o outro lado e fecha os olhos.Força os pensamentos para o seu trabalho que finalmente terminara.Com estes pensamentos volta a adormecer....
Mas o sol nem havia aparecido e a fazenda virou uma polvorosa. O barulho de hélices de helicópteros acordou a todos.
Zag late furiosamente para os intrusos que vieram tirá-lo do bom sono.
Na casa, a primeira a acordar é Valkíria. Ao primeiro som à distancia ,ela reconhece o que era:
-Já vieram?
Se levanta e logo depois está à porta olhando para os lados da pista de pouso.
-Lupe! Lupe! São eles .Vieram nos buscar.Se veste logo.Grita Pablito.
-Já? Mas....
-Nada de mas, Lupe.Papai e mamãe estão lá fora .Eu os vi descendo do helicóptero.
-Vá na frente ,só vou me arrumar um pouco.
A correria das empregadas e risos eram ouvidos na imensa casa. As luzes são acesas.Meire corre para a cozinha e prepara o café.Quer receber bem as ilustres visitas.
Alguns peões se misturam aos operários da construtora e ficam olhando os dois aparelhos do exército brasileiro.
Do primeiro aparelho que aterrissa vários soldados descem e se posicionam em alerta,se espalhando pelo local.
Do outro descem várias pessoas.Dois casais são ajudados a descer ,por dois oficiais.
O primeiro casal que desceu era tipicamente latino.Cabelos muito pretos e lisos.A mulher com olhos vermelhos de chorar.O homem ,um senhor alto a consolava ao mesmo tempo ria de seu jeito.
-Para com isso Sara,o que as crianças vão achar desta tua choradeira?
-Para você Juan .Estou chorando de alívio.
O outro casal que desceu, trazia nos braços uma menina de uns 5 anos.
Tão logo se viu ao chão, começou a correr pela pista de pouso.
-Volte aqui Larissa, grita o pai.Não corra assim menina,vai se machucar.
Pablo sai correndo em direção aos pais.Estes ao verem o filho, abrem os braços e ao mesmo tempo o acolhem num abraço forte:
-Filho! Que bom,graças à Deus.Você está bem.
Sara não parava de beijar o filho.
-Você está bem filho? Pergunta Juan abraçando-o.Estão tratando bem de vocês?
-Muito bem pai,aqui é uma delicia.
-São boa gente? O que eles fazem aqui no meio do mato? E com uma casa assim? Juan fica olhando para a casa e notando tudo ao redor.
O homem que descera com eles se aproxima e diz:
-São gente boa senhor embaixador.O pai ficou rico explorando platina.A irmã dele foi quem me ajudou e me salvou.É botânica.
-Onde está a dona da casa? Preciso conversar e agradecer a acolhida para com meus filhos.Cadê a Lupe, Pablo?
-Ela já vem pai.Está se aprontando.
Neste instante aparece Guadalupe e se joga nos braços do pai.
-Pai!
-Filha!
É abraçada pelo pai e pela mãe.
-Filha,deixa eu olhar para você.Tudo bem ?
-Sim mãe.Estou ótima.E a senhora ? Estava morrendo de saudades.
-Que medo filha,nem imagina o que passamos.Filha ,que susto .
-Imagino mãe.E nós então?Ficamos no meio do mato por dias.
-Coitadinha de minha filhinha,no meio do mato.Como se saíram?
-Mãe! A Lupe é corajosa,enfrentou até uma onça.
-Como? Juan ao escutar o que o filho falava ficou interessado.Como foi isso?
Mas Guadalupe não consegue contar o que aconteceu pois neste instante Valkíria chega ao local.
Pablito corre e a apresenta:
-Mãe,pai, está é Valkíria ,a dona da casa.Foi ela quem nos ajudou.
Sara olha para Valkíria .É um estudo rápido .
Após as apresentações todos são levados para a casa.Os militares ,comandados por um coronel ficam em observação .Sabem que o local é próximo à fronteira e que os guerrilheiros podem estar por perto.
Sara e Juan não param de admirar o local.
-Como é isso Juan? Para que uma casa assim aqui no meio do mato?
Sara fala baixinho para seu marido ,enquanto Valkíria atende ao outro casal.
-Não sei Sara.Não nos compete perguntar .O que interessa é que nossos filhos estão bem.
-Mas ...e essa mulher? Ela é muito bonita.O que faz aqui então?É ainda bem nova.No máximo uns 38 anos ou menos.É mais nova que eu ,tenho certeza.Olha só seus traços ,bem exótica.Diferente das mulheres que estamos acostumados a ver.Que cor linda tem seus cabelos.
Sara estava olhando muito para Valkíria e se perguntando como podia ser possível .
Valkíria atende ao pedido de Celso e pede para Guto levá-los até a casa de sua tia.
O casal sai com a filha e levados por Guto vão até ao santuário.Celso quer apresentar sua mulher e a filha para Yulia.Trazem um presente de agradecimento pelo que ela fizera pelo pai e marido.
Na casa da fazenda a conversa é agora mais suave , já se ouvem risos dos pais e dos filhos.O alivio está no rosto de todos.
-Bem ,fala Juan,agora é voltar para casa .Tudo voltou ao normal. Logo estarei na ONU e bem longe destes perigosos bandidos.
-E você Lupe? Pronta para voltar para seu apartamento?
Lupe que até então estava só escutando tudo ,se assusta com a pergunta do pai:
-Voltar? Os seus olhos demonstram sua tristeza.
-O que foi filha? Não quer voltar mais para lá? Quer ir conosco para os Estados Unidos?
-Não pai.Não é isso.É que não aproveitei bem estas férias.
-É verdade .Mas no final do ano ,vamos todos passear e você vai junto.Que tal ir conhecer o Egito? Pelo que eu saiba é seu sonho.Que tal?
-Egito? Tudo bem.
Sara olha atentamente para a filha.A conhece bem e nota uma leve tristeza e pouco entusiasmo pela idéia proposta pelo pai.
Mas se cala.Acha que o local não é apropriado para perguntar à ela o que acontecia.
Logo que tomam o café, tão carinhosamente feito por Meire, eles se despedem.Ficam na pista de pouso a espera do casal que fora visitar Yulia.
Mayka conversa com o coronel e consegue que a levem até Manaus.Se despede de Valkíria e pega sua bagagem:
-Nos encontramos em Avignon .Vou ficar na casa de Marina.
-Mande noticias dela .Quando tudo por aqui estiver em ordem vou para lá também.
-Certo .Te espero.
Mayka embarca e fica pensativa.Está ainda em dúvidas se vai viajar ou não.Mas como sabe que Valkíria vai ficar sozinha ,não fica receosa.
As empregadas ao saberem que ela ia embora ,respiram aliviadas:
-Graças à Deus ela vai embora,resmunga Nilza.Aqui agora vai virar um paraíso.Até ela voltar. Espero que demore bastante por lá.
-É ,vamos poder ler em paz sem ter alguém em nossos calcanhares,fala uma aliviada Jussara.
-A Nilza contou para você a conversa que ela ouviu?Pergunta Yara.
-Sim,me contou.Por isso meninas ,quando Valkíria for lá, eu vou junto.Preciso prestar mais atenção.Tenho uma desconfiança e por isso preciso estar por perto dela.
-Mas é época de você ir mesmo .Nós já fomos no ano passado.Tem noticias de Desiré?
-Sim ,mamãe me ligou no mês passado .Ela está louca para ver a mãe dela.Saudades .
-Acho tão engraçado você dizer assim Jussara.
-O que é engraçado Yara?
-Este teu jeito de falar .Parece que não é a mãe dela.
Ah! Entendi. Mania minha.Eu morro de saudades de minha filha.Logo vou poder estar com ela.
-Ela é tão bonita.
-Você é sortuda .Pode ficar aqui enquanto sua filha fica lá estudando.Ri Nilza.
-Mamãe gosta dela .É uma vó bem coruja ,por isso não fico muito preocupada.Elas se dão bem.
-Gosto muito de dona Brígida.Mas ela também não gosta de Mayka. Elas parecem que se odeiam.
-Mamãe não gosta dela . É coisa antiga,do tempo de vovô.Brigavam muito .
Neste instante a conversa delas é interrompida pela volta do casal.Vêm alegres e sorridentes.Celso trás um embornal cheio de medicamentos que Yulia lhe dera.
Todos embarcam .As hélices já estão postas em movimentos.
Guadalupe já acomodada na poltrona ,olha para fora e não vê Valkíria.Quer se despedir dela.
-Mãe ,pai.Só um momento.Esqueci de uma coisa.
Ela desce correndo e pergunta para Jussara:
-Onde ela foi?
Jussara com os olhos vermelhos de choro, só indica o local:
-Foi para o jardim das rosas.
Capítulo 42. Me espera?
Guadalupe não pensa muito e corre em direção ao jardim.Entra e procura por Valkíria.
Vai achá-la parada olhando para as rosas vermelhas.
-Valkíria?
Valkíria se vira .
Guadalupe nota que estava chorando.
-Ainda não foi?
-Não.Queria me despedir.Mas porque saiu de lá?
-Não gosto de despedidas.São muito dolorosas.
-Eu vou voltar .
-Voltar ?
Os olhos de Valkíria se abrem surpresos.
-Voltar ? Vai voltar para cá?
-Sim se me permitir.Gostaria de ler mais suas músicas.Com mais tempo.
-As músicas? Claro.Quando quiser.
-Bem ,agora preciso ir.Não posso fazer me esperarem assim.Vou me comunicar via rádio ou pela internet.
-Sim.Tudo bem.Já tem meu endereço .
-Vou sentir sua falta Valkíria.
-Minha falta?
O coração de Valkíria desta vez foi na frente da razão.Ditou as ordens.
Ela se aproxima de Guadalupe ,ficando bem em sua frente ,diz baixinho:
-Eu também vou sentir sua falta.
O tom de voz sai rouco. É carinhoso.
O dedo delicadamente levanta o rosto de Guadalupe .Os olhos trocam carinho.
O abraço agora é forte mas terno ,os corações se fundem e os lábios não são delicados .O beijo trocado é sugado.Horas? Minutos? Não.Apenas segundos foi sua duração . Mas foi o suficiente para as bocas se degustarem . Matarem a vontade de se conhecerem.Foi como uma coisa louca,despertou os corpos.
Guadalupe sente que o chão sumira,de tão intenso foi o beijo.Pois era um beijo há muito sonhado.Um verdadeiro beijo de uma mulher.Sente o interior como um vulcão em erupção,ficando toda alerta.O coração bate feito louco.
-Guadalupe? O grito que se ouviu na entrada do jardim das rosas as afasta na hora .É Sara quem vem em busca da filha.
-Preciso ir. Depois nos falamos.
-Sim.
Valkíria fica calada.O beijo a deixara estática .Não se mexeu do lugar.Pensativa fica .O beijo mexeu com seu interior.
Escuta os aparelhos levantarem vôo.
Dentro do helicóptero :
-Filha! Sara ao entrar no jardim não chegou a ver o beijo trocado entre as duas.Mas ao ver o estado emocional da filha quando esta entrara no aparelho a deixou encabulada .
-O que foi mãe?
-O que aconteceu lá no jardim?
-Porque pergunta isso mãe?
-Você.Quando eu fui lá te chamar.Achei tão estranho o seu jeito.Não parecia a mesma .O que aconteceu lá? Não estava conversando com a dona Valkíria?
- Não aconteceu nada mãe.Porque diz isso?Estava sim conversando com Valkíria.
-Valkíria? Você a trata assim?
-Sim .Tem algum problema?
-Ora filha .Onde está o seu respeito? Ela é a dona da casa e o respeito é essencial.
-Ela ficou minha amiga mãe.
-Desde quando você tem amigas desta idade?
-Idade? Como assim?
-Ora.Ela deve ter a minha idade.Ou um pouco menos.Quantos anos ela tem?
-Não sei mãe,não perguntei.E não me importo com a idade dela.Gosto dela.
Sara não perguntou mais nada.Mas o resto do percurso até o aeroporto de Manaus,que durou um bom tempo,ela ficou pensando no que a filha falara.
Depois de muita conversa e um batalhão de repórteres atormentando-os eles conseguem embarcar em um avião da FAB rumo à Brasília.
Ali foram recepcionados pelo atual embaixador de seu pais e levados até a embaixada.
Depois de uma noite de descanso ,tão logo amanhece o dia se preparam.Serão recebidos pelo presidente do país.São convidados para tomar o café com ele no Palácio Presidencial.
E a tarde seriam entrevistados por um canal de televisão.
O tempo que estiveram no Brasil,não conseguiram um momento de sossego.Eram a atração da semana.Saíram nas capas de vários jornais.
Mas depois de toda maratona ,finalmente embarcam rumo à Bogotá.Ali são recepcionados também pelo seu presidente, e finalmente descansam.
E ficam sabendo da morte do avô.
Tristeza para os dois ,principalmente para Guadalupe.Pois seu avô era o que mais a incentivara desde criança a estudar música.
Voltam para a fazenda e ficam até o dia em que o pai deve ir para a ONU.
Guadalupe ,depois de uma semana se arrumando e se preparando para voltar à França conversa com o pai.
-Eu gostaria de levar um presente para Valkíria.Algo que a faça se lembrar de nós.
Juan depois de pensar a respeito:
-Sinto filha,não vai dar para irmos lá.É um lugar de difícil acesso para nós.
-Mas pai.Não posso voltar para Paris sem fazer uma visita à ela.Eu prometi que voltaria.
-Prometeu? Como assim? E porque prometeu?
-Ela compõe música pai.Gostaria de pedir sua permissão para tocá-las.
-Um dia você conversa com ela ,filha, mas não agora.Tenho de me apresentar na embaixada nos Estados Unidos.Não posso sair por aí visitando pessoas que morem no meio do mato.Se ainda fosse em uma cidade até que daria.Mas lá não.Lá não voltaremos mais.
-Mas pai.Eu prometi que voltaria. Não dá para mandar alguém me levar ?
-Não insista filha.O seqüestro de vocês já deu muita dor de cabeça ao governo e não vamos mais amolar ninguém.E eu não vou permitir que você vá se embrenhar de novo no meio da mata.Sua mãe quase morreu de desgosto.Fora o vovô que morreu ,não quero mais ver ninguém morrer por causa disso.
Guadalupe se desespera com esta recusa.Mas não tem como dizer o motivo real .Com isso os poucos dias que passam na fazenda em preparativos para a viagem ,ela se isola .Fica em seu quarto pensando como poderia se comunicar com Valkíria.Queria estar mais uma vez com ela.Via internet não consegue nada.Perdera o endereço na viagem.
Vai achá-la parada olhando para as rosas vermelhas.
-Valkíria?
Valkíria se vira .
Guadalupe nota que estava chorando.
-Ainda não foi?
-Não.Queria me despedir.Mas porque saiu de lá?
-Não gosto de despedidas.São muito dolorosas.
-Eu vou voltar .
-Voltar ?
Os olhos de Valkíria se abrem surpresos.
-Voltar ? Vai voltar para cá?
-Sim se me permitir.Gostaria de ler mais suas músicas.Com mais tempo.
-As músicas? Claro.Quando quiser.
-Bem ,agora preciso ir.Não posso fazer me esperarem assim.Vou me comunicar via rádio ou pela internet.
-Sim.Tudo bem.Já tem meu endereço .
-Vou sentir sua falta Valkíria.
-Minha falta?
O coração de Valkíria desta vez foi na frente da razão.Ditou as ordens.
Ela se aproxima de Guadalupe ,ficando bem em sua frente ,diz baixinho:
-Eu também vou sentir sua falta.
O tom de voz sai rouco. É carinhoso.
O dedo delicadamente levanta o rosto de Guadalupe .Os olhos trocam carinho.
O abraço agora é forte mas terno ,os corações se fundem e os lábios não são delicados .O beijo trocado é sugado.Horas? Minutos? Não.Apenas segundos foi sua duração . Mas foi o suficiente para as bocas se degustarem . Matarem a vontade de se conhecerem.Foi como uma coisa louca,despertou os corpos.
Guadalupe sente que o chão sumira,de tão intenso foi o beijo.Pois era um beijo há muito sonhado.Um verdadeiro beijo de uma mulher.Sente o interior como um vulcão em erupção,ficando toda alerta.O coração bate feito louco.
-Guadalupe? O grito que se ouviu na entrada do jardim das rosas as afasta na hora .É Sara quem vem em busca da filha.
-Preciso ir. Depois nos falamos.
-Sim.
Valkíria fica calada.O beijo a deixara estática .Não se mexeu do lugar.Pensativa fica .O beijo mexeu com seu interior.
Escuta os aparelhos levantarem vôo.
Dentro do helicóptero :
-Filha! Sara ao entrar no jardim não chegou a ver o beijo trocado entre as duas.Mas ao ver o estado emocional da filha quando esta entrara no aparelho a deixou encabulada .
-O que foi mãe?
-O que aconteceu lá no jardim?
-Porque pergunta isso mãe?
-Você.Quando eu fui lá te chamar.Achei tão estranho o seu jeito.Não parecia a mesma .O que aconteceu lá? Não estava conversando com a dona Valkíria?
- Não aconteceu nada mãe.Porque diz isso?Estava sim conversando com Valkíria.
-Valkíria? Você a trata assim?
-Sim .Tem algum problema?
-Ora filha .Onde está o seu respeito? Ela é a dona da casa e o respeito é essencial.
-Ela ficou minha amiga mãe.
-Desde quando você tem amigas desta idade?
-Idade? Como assim?
-Ora.Ela deve ter a minha idade.Ou um pouco menos.Quantos anos ela tem?
-Não sei mãe,não perguntei.E não me importo com a idade dela.Gosto dela.
Sara não perguntou mais nada.Mas o resto do percurso até o aeroporto de Manaus,que durou um bom tempo,ela ficou pensando no que a filha falara.
Depois de muita conversa e um batalhão de repórteres atormentando-os eles conseguem embarcar em um avião da FAB rumo à Brasília.
Ali foram recepcionados pelo atual embaixador de seu pais e levados até a embaixada.
Depois de uma noite de descanso ,tão logo amanhece o dia se preparam.Serão recebidos pelo presidente do país.São convidados para tomar o café com ele no Palácio Presidencial.
E a tarde seriam entrevistados por um canal de televisão.
O tempo que estiveram no Brasil,não conseguiram um momento de sossego.Eram a atração da semana.Saíram nas capas de vários jornais.
Mas depois de toda maratona ,finalmente embarcam rumo à Bogotá.Ali são recepcionados também pelo seu presidente, e finalmente descansam.
E ficam sabendo da morte do avô.
Tristeza para os dois ,principalmente para Guadalupe.Pois seu avô era o que mais a incentivara desde criança a estudar música.
Voltam para a fazenda e ficam até o dia em que o pai deve ir para a ONU.
Guadalupe ,depois de uma semana se arrumando e se preparando para voltar à França conversa com o pai.
-Eu gostaria de levar um presente para Valkíria.Algo que a faça se lembrar de nós.
Juan depois de pensar a respeito:
-Sinto filha,não vai dar para irmos lá.É um lugar de difícil acesso para nós.
-Mas pai.Não posso voltar para Paris sem fazer uma visita à ela.Eu prometi que voltaria.
-Prometeu? Como assim? E porque prometeu?
-Ela compõe música pai.Gostaria de pedir sua permissão para tocá-las.
-Um dia você conversa com ela ,filha, mas não agora.Tenho de me apresentar na embaixada nos Estados Unidos.Não posso sair por aí visitando pessoas que morem no meio do mato.Se ainda fosse em uma cidade até que daria.Mas lá não.Lá não voltaremos mais.
-Mas pai.Eu prometi que voltaria. Não dá para mandar alguém me levar ?
-Não insista filha.O seqüestro de vocês já deu muita dor de cabeça ao governo e não vamos mais amolar ninguém.E eu não vou permitir que você vá se embrenhar de novo no meio da mata.Sua mãe quase morreu de desgosto.Fora o vovô que morreu ,não quero mais ver ninguém morrer por causa disso.
Guadalupe se desespera com esta recusa.Mas não tem como dizer o motivo real .Com isso os poucos dias que passam na fazenda em preparativos para a viagem ,ela se isola .Fica em seu quarto pensando como poderia se comunicar com Valkíria.Queria estar mais uma vez com ela.Via internet não consegue nada.Perdera o endereço na viagem.
Na fazenda ,após sua partida ,Valkíria por sua vez se sente viva de novo.
O beijo trocado e a promessa de se reencontrarem leva ao seu coração uma leve esperança de felicidade.
Volta a compor para a alegria de suas fiéis companheiras de isolamento.Pois com Mayka longe as outras empregadas da casa se sentiam mais livres e podiam conversar mais abertamente com ela.
Enzo não ligava para nada relacionado ao que Mayka lhe recomendara.Vigiar o que Valkíria fazia .
O máximo que ele perguntava para ela se a internet estava boa .Mais nada.Agora estava com novas idéias na cabeça .Iria aproveitar a ausência de sua mulher e colocar tudo em ação.Criar gado.
Por isso pede permissão para Valkíria e começa a comprar mais animais para a fazenda.
Os trabalhos iam bem e o tempo correu rápido e Valkíria começou a se preocupar.Não tinha noticias de Guadalupe.
Passava horas sentada no jardim das rosas.Sentia ainda nos lábios o toque doce do primeiro beijo de verdade entre elas:
-“ O toque de seus lábios nos meus ,decretaram sem medo o fim de minha solidão,deu-me novamente asas para que voe e retorne ao que eu era.Preciso dela .”
Dos olhos as lágrimas caminhavam no abismo e caiam no espaço.Lágrimas de saudade.Saudade de alguém que tão pouco passou por sua vida.Mas era a pessoa que a estava salvando do abismo profundo onde estava.
Jussara vendo seu desconforto ,um dia resolve conversar a respeito de Guadalupe:
-Sabe Valkíria,logo depois que ela tocou em seu piano ela ficou triste .Por isso para consolá-la eu fiquei conversando com ela sobre música e aí descobri uma coisa muito interessante e acho que vai te interessar.
O beijo trocado e a promessa de se reencontrarem leva ao seu coração uma leve esperança de felicidade.
Volta a compor para a alegria de suas fiéis companheiras de isolamento.Pois com Mayka longe as outras empregadas da casa se sentiam mais livres e podiam conversar mais abertamente com ela.
Enzo não ligava para nada relacionado ao que Mayka lhe recomendara.Vigiar o que Valkíria fazia .
O máximo que ele perguntava para ela se a internet estava boa .Mais nada.Agora estava com novas idéias na cabeça .Iria aproveitar a ausência de sua mulher e colocar tudo em ação.Criar gado.
Por isso pede permissão para Valkíria e começa a comprar mais animais para a fazenda.
Os trabalhos iam bem e o tempo correu rápido e Valkíria começou a se preocupar.Não tinha noticias de Guadalupe.
Passava horas sentada no jardim das rosas.Sentia ainda nos lábios o toque doce do primeiro beijo de verdade entre elas:
-“ O toque de seus lábios nos meus ,decretaram sem medo o fim de minha solidão,deu-me novamente asas para que voe e retorne ao que eu era.Preciso dela .”
Dos olhos as lágrimas caminhavam no abismo e caiam no espaço.Lágrimas de saudade.Saudade de alguém que tão pouco passou por sua vida.Mas era a pessoa que a estava salvando do abismo profundo onde estava.
Jussara vendo seu desconforto ,um dia resolve conversar a respeito de Guadalupe:
-Sabe Valkíria,logo depois que ela tocou em seu piano ela ficou triste .Por isso para consolá-la eu fiquei conversando com ela sobre música e aí descobri uma coisa muito interessante e acho que vai te interessar.
Capítulo 43. Madame Heranoff
Em Bogotá , a família toda pronta para o embarque .Os três iriam para Nova Iorque .Guadalupe voaria para Paris.Sua agenda estava lotada.Antes de sair de férias com a família ela tinha agendado duas apresentações,uma iria acompanhar um contrabaixo em sua uma apresentação solo, em um festival .Na outra iria tocar em conjunto com a orquestra sinfônica de Londres em uma apresentação no palácio de verão da rainha .Seria um concerto beneficente em prol de crianças aidéticas da África.
Mesmo com tanta coisa para fazer seu coração estava pesaroso.
Seu pai vendo sua tristeza tenta alegrá-la :
-Minha linda filha.Eu conversei com um amigo na França.Ele vai conversar com a direção do conservatório .Ele vai tentar uma vaga lá para você.
-Sim filha,assim você poderá concluir seus estudos e quem sabe no futuro poderá até participar dando aulas.
Sara estava prestando muita atenção na reação da filha.Há dias fazia isso,pois notara que a mesma tinha mudado muito depois que voltara para casa.Seu marido atribuía as mudanças ao seqüestro:
-Não esquenta muito querida,é ainda resquícios da violência que foram acometidos.Com o tempo isso passa.E ela voltará ao que era antes ,uma menina alegre.
-É isso mesmo que quero Juan,que ela volte ao que sempre foi.Eu tenho notado sua tristeza.Porque será?
-Hum...não será porque eu disse que ela não voltaria para a casa de onde foram resgatados.
-Ela queria ir lá? Mas porque?
-Só me disse algo sobre umas partituras musicais mais nada.
-Juan,eu não estou gostando disso .
-Disso o que mulher ? Não estou te entendendo.O que se passa?
-Olha Juan.Depois que Lupe voltou para casa ,ela não é a mesma.Quase não conversa mais.Fica só com aquele olhar ,sonhando.
-Vai ver está apaixonada .Está na idade de achar um amor para ela.
-Onde ? Lá com os guerrilheiros?
-Ora é só perguntar ao Pablito.Ele deve saber de alguma coisa.
-Pablo? Bem .Vou tentar.
Sara vai em busca do filho.Sabe que se souber levar a conversa no caminho certo ele vai dizer tudo o que quer saber.
Vai encontrá-lo no carro conversando com o chofer:
-Pablito.Vamos conversar.
-Sobre o que mãe?
-Sobre o tempo que estiveram lá na fazenda .Estou curiosa a respeito desta fazenda.Não quer me contar o que ela tinha de diferente das outras?
-Claro mãe.O que quer saber?
-Tudo o que viu por lá.
-Bem.Posso contar das coisas que vi.
-Poderia começar a contar sobre as pessoas que moram nela.Quantos homens tem lá na casa?
-Homens? Eu vi o Seu Enzo,o marido da cozinheira ,o capataz.Ah,sim tem o Guto e o...
-E ? O ...quem?
-Me esqueci do nome do rapaz que trabalha com o jardim.
-Não tem importância o nome.Ele é jovem? Bonito?
-Ele? Não.É bem feio e chato.
-E este tal de Guto?
-Não sei muito dele.É meio caipira.Foge de conversar com a gente.
-Sua irmã conversava muito com ele?
-Lupe e o Guto? Não.Acho que nunca os vi conversando.Por que quer saber ?
-Sei lá.Me parece que ela está apaixonada.
-Pode ser ,ele dá uma risada.Mas da Lupe tudo se espera.Até namoro pouco convencional.
-Pouco convencional? Sara fica parada pensativa,mas reage logo.
O que é um namoro pouco convencional para você? Nem tem idade para namorar ,muito menos para saber disso.
-Ora mãe,já não sou uma criança.Não tenho namorada ainda,mas sei o que é um namoro.Eu pesquei logo que a Lupe estava apaixonada e disse à ela .Até a ajudei procurando saber quem era Valkíria. Achei um monte de jornal velho e descobri muita coisa.Mas ela ainda não sabe. Mãe ! Não te contei sobre os livros desta biblioteca ,são muito antigos.
Pablito continua a descrever o que vira na casa.Estava entusiasmado e não parou nem um segundo.Em meio a tudo aquilo Sara só prestou atenção à uma coisa que a deixou arrepiada:
-Valkíria? O que está me dizendo Pablo?
-Dizendo mãe? É sobre a casa.
-Não! Da casa já estou cansada de ouvir falar.Quero saber direito esta história de Valkíria.O que aconteceu entre elas?
Pablito se tocou que falara demais.Fica com medo de ter falado algo que prejudicasse sua irmã.
-O que tem mãe? Elas ? Quem?
-Vai me contar tudo direitinho .O que aconteceu nestes dias entre sua irmã e aquela mulher.
-Que eu saiba mãe ,elas se tornaram grandes amigas.Sabe que ela compõe música para piano? A Lupe tocou uma música com ela .À quatro mãos.
-Não é isso que quero saber.Você viu algo diferente entre elas?
-Diferente ? Não sei.
-O que elas faziam quando estavam perto uma da outra?
-Eu não sei mãe.
-Sabe sim.Fala logo.
Sara perde a esportiva e junta no braço de Pablito,sacudindo-o com força :
-Me conta tudo mocinho ou nunca mais viaja com sua irmã.
-Contar tudo o que mãe?
-Sabe bem o que estou falando mocinho.
-Não tem mais nada mãe.
-Vamos ver se não tem mesmo.Venha ,vamos falar com teu pai.Onde está Lupe?
Mas Sara não consegue descobrir nada .Fica só a desconfiança.
Mesmo com tanta coisa para fazer seu coração estava pesaroso.
Seu pai vendo sua tristeza tenta alegrá-la :
-Minha linda filha.Eu conversei com um amigo na França.Ele vai conversar com a direção do conservatório .Ele vai tentar uma vaga lá para você.
-Sim filha,assim você poderá concluir seus estudos e quem sabe no futuro poderá até participar dando aulas.
Sara estava prestando muita atenção na reação da filha.Há dias fazia isso,pois notara que a mesma tinha mudado muito depois que voltara para casa.Seu marido atribuía as mudanças ao seqüestro:
-Não esquenta muito querida,é ainda resquícios da violência que foram acometidos.Com o tempo isso passa.E ela voltará ao que era antes ,uma menina alegre.
-É isso mesmo que quero Juan,que ela volte ao que sempre foi.Eu tenho notado sua tristeza.Porque será?
-Hum...não será porque eu disse que ela não voltaria para a casa de onde foram resgatados.
-Ela queria ir lá? Mas porque?
-Só me disse algo sobre umas partituras musicais mais nada.
-Juan,eu não estou gostando disso .
-Disso o que mulher ? Não estou te entendendo.O que se passa?
-Olha Juan.Depois que Lupe voltou para casa ,ela não é a mesma.Quase não conversa mais.Fica só com aquele olhar ,sonhando.
-Vai ver está apaixonada .Está na idade de achar um amor para ela.
-Onde ? Lá com os guerrilheiros?
-Ora é só perguntar ao Pablito.Ele deve saber de alguma coisa.
-Pablo? Bem .Vou tentar.
Sara vai em busca do filho.Sabe que se souber levar a conversa no caminho certo ele vai dizer tudo o que quer saber.
Vai encontrá-lo no carro conversando com o chofer:
-Pablito.Vamos conversar.
-Sobre o que mãe?
-Sobre o tempo que estiveram lá na fazenda .Estou curiosa a respeito desta fazenda.Não quer me contar o que ela tinha de diferente das outras?
-Claro mãe.O que quer saber?
-Tudo o que viu por lá.
-Bem.Posso contar das coisas que vi.
-Poderia começar a contar sobre as pessoas que moram nela.Quantos homens tem lá na casa?
-Homens? Eu vi o Seu Enzo,o marido da cozinheira ,o capataz.Ah,sim tem o Guto e o...
-E ? O ...quem?
-Me esqueci do nome do rapaz que trabalha com o jardim.
-Não tem importância o nome.Ele é jovem? Bonito?
-Ele? Não.É bem feio e chato.
-E este tal de Guto?
-Não sei muito dele.É meio caipira.Foge de conversar com a gente.
-Sua irmã conversava muito com ele?
-Lupe e o Guto? Não.Acho que nunca os vi conversando.Por que quer saber ?
-Sei lá.Me parece que ela está apaixonada.
-Pode ser ,ele dá uma risada.Mas da Lupe tudo se espera.Até namoro pouco convencional.
-Pouco convencional? Sara fica parada pensativa,mas reage logo.
O que é um namoro pouco convencional para você? Nem tem idade para namorar ,muito menos para saber disso.
-Ora mãe,já não sou uma criança.Não tenho namorada ainda,mas sei o que é um namoro.Eu pesquei logo que a Lupe estava apaixonada e disse à ela .Até a ajudei procurando saber quem era Valkíria. Achei um monte de jornal velho e descobri muita coisa.Mas ela ainda não sabe. Mãe ! Não te contei sobre os livros desta biblioteca ,são muito antigos.
Pablito continua a descrever o que vira na casa.Estava entusiasmado e não parou nem um segundo.Em meio a tudo aquilo Sara só prestou atenção à uma coisa que a deixou arrepiada:
-Valkíria? O que está me dizendo Pablo?
-Dizendo mãe? É sobre a casa.
-Não! Da casa já estou cansada de ouvir falar.Quero saber direito esta história de Valkíria.O que aconteceu entre elas?
Pablito se tocou que falara demais.Fica com medo de ter falado algo que prejudicasse sua irmã.
-O que tem mãe? Elas ? Quem?
-Vai me contar tudo direitinho .O que aconteceu nestes dias entre sua irmã e aquela mulher.
-Que eu saiba mãe ,elas se tornaram grandes amigas.Sabe que ela compõe música para piano? A Lupe tocou uma música com ela .À quatro mãos.
-Não é isso que quero saber.Você viu algo diferente entre elas?
-Diferente ? Não sei.
-O que elas faziam quando estavam perto uma da outra?
-Eu não sei mãe.
-Sabe sim.Fala logo.
Sara perde a esportiva e junta no braço de Pablito,sacudindo-o com força :
-Me conta tudo mocinho ou nunca mais viaja com sua irmã.
-Contar tudo o que mãe?
-Sabe bem o que estou falando mocinho.
-Não tem mais nada mãe.
-Vamos ver se não tem mesmo.Venha ,vamos falar com teu pai.Onde está Lupe?
Mas Sara não consegue descobrir nada .Fica só a desconfiança.
Mas na fazenda,a conversa vai tomando um rumo mais sério:
-O que você descobriu Jussara?
-Que a Guadalupe sonha em entrar para o conservatório.
-O conservatório? O que ela te disse?
- Ela sonha entrar para o seu conservatório ,madame Heranoff.O que me diz disso?
-O que você descobriu Jussara?
-Que a Guadalupe sonha em entrar para o conservatório.
-O conservatório? O que ela te disse?
- Ela sonha entrar para o seu conservatório ,madame Heranoff.O que me diz disso?
Capítulo 44. Valkíria Heranoff
-No meu conservatório? Porque você não me disse isso mais cedo?
-Ora não sabia que se importaria assim tanto com ela.
Jussara dá uma risadinha.
-Ora Jussara.Isso não se faz.Eu poderia ter conversado com ela aqui mesmo.
-Já disse que não sabia.
-Mas porque me contou agora?
Valkíria a olha fixamente.
-Notei o seu interesse por ela .Ela te faz bem .E noto que sente sua falta.
-Sei que você me compreende Jussara.Esteve sempre ao meu lado .Sim ,sinto-me bem ao lado dela.
-Com estes anos todos ao seu lado eu aprendi a te conhecer Valkíria.Agora que sabe ,o que pretende fazer a este respeito?
-Chame o Enzo .Quero saber como estão os trabalhos da pista.Quero ir para Manaus o mais rápido possível e você vai comigo.
-Vamos para casa?
-Sim ,vamos para casa. Um leve sorriso aparece nos lábios de Valkíria.
-Que bom Valkíria. Há muito espero ouvir esta frase.Posso falar isso para Desiré? Ela vai ficar muito feliz.
-Desiré? Os olhos de Valkíria se enchem de lágrimas.Claro que pode e deve.Finalmente vamos ficar juntas e espero que para sempre.Avise a tia Yulia ,por favor Jussara.Quero ela de volta para cá.Acabou o exílio voluntário dela também por lá.Papai não vai voltar mais e eu vou embora.A casa é dela .Sempre foi.
-Claro que ela vai voltar .Mayka já foi embora.
-E eu ainda não sei o motivo das brigas delas duas.
-Ora , as brigas? É por causa de você ser madame Heranoff.
-Ora ,o que eu tenho com as brigas?
-Não sabe mesmo o motivo? Você é a herdeira.É uma Heranoff....
-Isso eu sei ,mas não sei o motivo de Mayka estar no meio de tudo.Sabe de algo ?
-Não posso dizer agora .Pois ainda estou descobrindo.Sua tia nunca me falou nada. Mas acho que é algo grande .Quando descobrir te conto tudo .
-Descobrir? É relacionado à que?
-É tudo relacionado somente à você ,Valkíria.
-Eu? Os olhos arregalam muitos surpresos.Olha para a janela .
O dia já está se pondo.Vai até ela e encosta a testa na fria madeira .Fecha os olhos.Não gosta de relembrar,mas agora sua vida passa por sua cabeça,é como um filme ,tudo muito rápido.Deixa os pensamentos soltos...
Um flash back .
Uma lágrima escorre...
-Ora não sabia que se importaria assim tanto com ela.
Jussara dá uma risadinha.
-Ora Jussara.Isso não se faz.Eu poderia ter conversado com ela aqui mesmo.
-Já disse que não sabia.
-Mas porque me contou agora?
Valkíria a olha fixamente.
-Notei o seu interesse por ela .Ela te faz bem .E noto que sente sua falta.
-Sei que você me compreende Jussara.Esteve sempre ao meu lado .Sim ,sinto-me bem ao lado dela.
-Com estes anos todos ao seu lado eu aprendi a te conhecer Valkíria.Agora que sabe ,o que pretende fazer a este respeito?
-Chame o Enzo .Quero saber como estão os trabalhos da pista.Quero ir para Manaus o mais rápido possível e você vai comigo.
-Vamos para casa?
-Sim ,vamos para casa. Um leve sorriso aparece nos lábios de Valkíria.
-Que bom Valkíria. Há muito espero ouvir esta frase.Posso falar isso para Desiré? Ela vai ficar muito feliz.
-Desiré? Os olhos de Valkíria se enchem de lágrimas.Claro que pode e deve.Finalmente vamos ficar juntas e espero que para sempre.Avise a tia Yulia ,por favor Jussara.Quero ela de volta para cá.Acabou o exílio voluntário dela também por lá.Papai não vai voltar mais e eu vou embora.A casa é dela .Sempre foi.
-Claro que ela vai voltar .Mayka já foi embora.
-E eu ainda não sei o motivo das brigas delas duas.
-Ora , as brigas? É por causa de você ser madame Heranoff.
-Ora ,o que eu tenho com as brigas?
-Não sabe mesmo o motivo? Você é a herdeira.É uma Heranoff....
-Isso eu sei ,mas não sei o motivo de Mayka estar no meio de tudo.Sabe de algo ?
-Não posso dizer agora .Pois ainda estou descobrindo.Sua tia nunca me falou nada. Mas acho que é algo grande .Quando descobrir te conto tudo .
-Descobrir? É relacionado à que?
-É tudo relacionado somente à você ,Valkíria.
-Eu? Os olhos arregalam muitos surpresos.Olha para a janela .
O dia já está se pondo.Vai até ela e encosta a testa na fria madeira .Fecha os olhos.Não gosta de relembrar,mas agora sua vida passa por sua cabeça,é como um filme ,tudo muito rápido.Deixa os pensamentos soltos...
Um flash back .
Uma lágrima escorre...
{ “ –Vem querida,está na hora de dormir.... ela ,pequena, abre os braços para que sua tia a levasse para a cama.O beijo de boa noite,a música que escuta, quietinha até adormecer....boi ,boi ,boi da cara preta.....”
....” Valkíria.....você gosta de música.....vai aprender piano....olha só este instrumento ,ouça o som....”
.....” Valkíria...você foi selecionada para tocar no festival........”
“Valkíria....quero lhe apresentar uma mulher perfeita.É pianista da orquestra sinfônica.Toca que é uma beleza.Chama-se Marie –Béatrice Mirabaud.Quem diz isso é seu amigo Alexei. Para ele toda mulher era perfeita.Principalmente se tocavam piano.
-Prazer ,disse olhando, espantada ,para a mulher à sua frente.Belíssima .O rosto perfeito,lábios sedutores e o nariz arrebitado que a encantou logo de início.Altiva,olhos negros....tentadores.Era mais velha que ela ,mais vivida .Seu sonho dourado.
-Prazer Valkíria....a mão que segura a sua é macia ,quente....muito prazer mesmo.Os olhos maliciosos a analisam muito vagarosamente,dos pés à cabeça.Sobem lentamente por seu corpo todo.Sente um arrepio gostoso:
-Gostou do que viu? Sua pergunta feita neste dia ....maliciosa também....caminho para um grande amor....
-Sim....muito.
Alexei com um risinho ,larga as duas juntas.E ali começou sua vida de verdade.Marie a levou ao mais alto grau de felicidade.Nunca mais se separaram.Sempre juntas .Sempre se amando como duas loucas.Uma era o complemento da outra.
-Amor,nascemos uma para a outra.
Se entendiam bem em tudo .Marie já com o nome no mundo da música a levou a ser reconhecida também.Aos poucos todos as conheciam como a dupla que encantavam à todas as platéias.
E quando ela montou o Conservatório não teve dúvidas ; colocou Marie como diretora geral.Ela selecionava os futuros pianistas .Era exigente .
Era não .Eram.Com o passar dos anos a fama cresceu e cada vez mais era o desejo de todos os pianistas estudar nele.Se formar ali era como ganhar um grande prêmio.Era certeza de sucesso .
E Valkíria também começou a fazer sucesso e com isso apareceu o pior dos sentimentos...o ciúme.
Marie- Béatrice queria loucamente Valkíria .Achara nela seu complemento.Mas aos poucos vendo o sucesso desta junto ao público e o assédio dos homens e mulheres ,que não mediam preço nem loucuras só por um sorriso dela ,a iam deixando aos poucos desconfiada de todos que se aproximavam de sua amada.Começou a sentir que a diferença de idade entre elas poderia levar Valkíria a procurar mulheres mais novas.
Valkíria no entanto só tinha olhos para ela.Pois a amava com loucura.Por isso quando estavam à sós em seu apartamento e Marie mencionava alguém que a importunara em uma apresentação,Valkíria tratava de demonstrar seu amor à ela.O amor tresloucado de Marie a deixava sempre eufórica.
Iam todos os anos para Acapulco e ali rolava o amor mais insano que se podia imaginar.Pois quando Marie começava a fazer sexo com ela ,se empolgava era, um verdadeiro animal no cio , não queria mais parar.Marie já tivera no seu passado muitas mulheres ,mas foi com Valkíria que conseguira finalmente se satisfazer e por isso tentava sempre se mostrar a melhor na cama.Dizia que amava tanto Valkíria que se pudesse ficaria tatuada em seu corpo o tempo todo.E para melhorar tudo,Valkíria adorava isso,gostava do excesso do apego ,do carinho e do sexo.
Mesmo assim Marie era insegura por causa da diferença de idade,era mais velha quase que 15 anos.Esta insegurança não a deixava ver o amor .Valkíria teve com Marie sua primeira experiência de mulher.Fora com Marie que conhecera o amor.
Por isso quando notava o ciúme doentio ,tentava demonstrar através de atos o que sentia por ela.
Caprichava no visual e as noites delas eram tórridas. Entre as quatro paredes do imenso quarto todo espelhado,ela se empenhava em tornar a noite,inesquecível.Música,bebida,flores.A água da hidro era cuidadosamente preparada com pétalas de rosas,sais e espuma.Massagens caprichadas ,beijos e toques.Marie se entregava aos seus toques:
-Perfeito,perfeito.Era o que dizia ao se sentir levada à casa dos deuses do amor.
Seus seios recebiam o tratamento de uma deusa amorosa.Eram sugados e lambidos.Mãos passeavam por seu corpo.Dedos entravam massageando e trazendo o clímax esperado.
E era nessas horas que apareciam as loucuras que faziam juntas.
Pois pela cabeça de Marie sempre vinha alguma idéia diferente e aos ouvidos de sua amada exigia o que queria e era prontamente satisfeita.Eram idéias loucas ,pensamentos insanos ,só para apimentarem a relação .
-Amor.... sou uma cadelinha no cio. Me lambe toda....me penetre como um cachorrinho faz com sua cadelinha? Enfia este teu dedinho no meu sexo por trás como um cachorrinho pegando sua cadelinha.
E lá ia Valkíria ,já toda excitada cumprir com gosto ,pois sentia também o quanto aquilo lhe aumentava o desejo .Era prazeroso.Era delirante ,era diferente.
Ficavam num esfrega ,esfrega a noite toda.Se pegavam como imaginavam.O suor se misturava com tudo,champagne, pétalas,chocolate e quando chegam ao nirvana ,se lambiam toda.Depois iriam acordar uma nos braços da outra.Sorrisos e ciúme esquecido .
Mas era um breve tempo sem que ele aparecesse novamente.Logo que Valkíria se apresentava ...lá vinha ele de novo.E novas loucuras para mostrar o amor.Palavras e juras não bastavam para Marie.Só acreditava nas ações.Que varavam a noite toda.Sempre imaginava uma loucura diferente.Muitas destas loucuras eram perigosas.Pois às vezes Marie cismava de usar objetos na relação.Era vidrada em brinquedinhos .Mas os normais já não a satisfaziam por inteiro.Por isso ....sempre improvisava algo ....se excitava com tudo.
E foi assim que Valkíria descobriu que Marie tinha um apetite sexual excessivo.
Não conseguia se satisfazer ,sempre sentindo um apetite intenso demais.Quando imaginava coisas ficava nisso um longo tempo.Chegando a não ir trabalhar.
Mas Valkíria também gostava destas fantasias e concordava com tudo.
O tempo passou .Elas se amando cada vez mais .E o ciúme também aumentando mais e mais.Chegou ao ponto tal que Valkíria começou a se sentir sufocada por ele.Mas como amava Marie,não deu muita importância.Sabia como lidar com isso.Assim ela imaginava.Mas não prestou muita atenção ao comportamento possessivo que Marie passou a ter em relação à ela.
Começou com implicâncias sobre seu modo de vestir ,depois com os empregados mais próximos.Com o passar dos dias com os músicos que ela trabalhava junto.E até no conservatório ela achou com o que implicar.
Toda noite ao chegar em seu apartamento :
-Val,querida .Quem era aquela moça de verde que falava com você no teatro hoje às duas horas?
-Uma das trompetistas Porque?
-Nada ,curiosidade apenas.
Valkíria não tinha um minuto de sossego:
-E quem era o homem na escadaria do teatro?
-Na escadaria? Não sei .Não me lembro .Quando foi isso?
-Ora ,faça- me um favor Val.Ele te entregou um belo buquê de rosas vermelhas.
-Ah! Sim .Me lembrei,era apenas um fã,veio me dar umas rosas......
....” Valkíria.....você gosta de música.....vai aprender piano....olha só este instrumento ,ouça o som....”
.....” Valkíria...você foi selecionada para tocar no festival........”
“Valkíria....quero lhe apresentar uma mulher perfeita.É pianista da orquestra sinfônica.Toca que é uma beleza.Chama-se Marie –Béatrice Mirabaud.Quem diz isso é seu amigo Alexei. Para ele toda mulher era perfeita.Principalmente se tocavam piano.
-Prazer ,disse olhando, espantada ,para a mulher à sua frente.Belíssima .O rosto perfeito,lábios sedutores e o nariz arrebitado que a encantou logo de início.Altiva,olhos negros....tentadores.Era mais velha que ela ,mais vivida .Seu sonho dourado.
-Prazer Valkíria....a mão que segura a sua é macia ,quente....muito prazer mesmo.Os olhos maliciosos a analisam muito vagarosamente,dos pés à cabeça.Sobem lentamente por seu corpo todo.Sente um arrepio gostoso:
-Gostou do que viu? Sua pergunta feita neste dia ....maliciosa também....caminho para um grande amor....
-Sim....muito.
Alexei com um risinho ,larga as duas juntas.E ali começou sua vida de verdade.Marie a levou ao mais alto grau de felicidade.Nunca mais se separaram.Sempre juntas .Sempre se amando como duas loucas.Uma era o complemento da outra.
-Amor,nascemos uma para a outra.
Se entendiam bem em tudo .Marie já com o nome no mundo da música a levou a ser reconhecida também.Aos poucos todos as conheciam como a dupla que encantavam à todas as platéias.
E quando ela montou o Conservatório não teve dúvidas ; colocou Marie como diretora geral.Ela selecionava os futuros pianistas .Era exigente .
Era não .Eram.Com o passar dos anos a fama cresceu e cada vez mais era o desejo de todos os pianistas estudar nele.Se formar ali era como ganhar um grande prêmio.Era certeza de sucesso .
E Valkíria também começou a fazer sucesso e com isso apareceu o pior dos sentimentos...o ciúme.
Marie- Béatrice queria loucamente Valkíria .Achara nela seu complemento.Mas aos poucos vendo o sucesso desta junto ao público e o assédio dos homens e mulheres ,que não mediam preço nem loucuras só por um sorriso dela ,a iam deixando aos poucos desconfiada de todos que se aproximavam de sua amada.Começou a sentir que a diferença de idade entre elas poderia levar Valkíria a procurar mulheres mais novas.
Valkíria no entanto só tinha olhos para ela.Pois a amava com loucura.Por isso quando estavam à sós em seu apartamento e Marie mencionava alguém que a importunara em uma apresentação,Valkíria tratava de demonstrar seu amor à ela.O amor tresloucado de Marie a deixava sempre eufórica.
Iam todos os anos para Acapulco e ali rolava o amor mais insano que se podia imaginar.Pois quando Marie começava a fazer sexo com ela ,se empolgava era, um verdadeiro animal no cio , não queria mais parar.Marie já tivera no seu passado muitas mulheres ,mas foi com Valkíria que conseguira finalmente se satisfazer e por isso tentava sempre se mostrar a melhor na cama.Dizia que amava tanto Valkíria que se pudesse ficaria tatuada em seu corpo o tempo todo.E para melhorar tudo,Valkíria adorava isso,gostava do excesso do apego ,do carinho e do sexo.
Mesmo assim Marie era insegura por causa da diferença de idade,era mais velha quase que 15 anos.Esta insegurança não a deixava ver o amor .Valkíria teve com Marie sua primeira experiência de mulher.Fora com Marie que conhecera o amor.
Por isso quando notava o ciúme doentio ,tentava demonstrar através de atos o que sentia por ela.
Caprichava no visual e as noites delas eram tórridas. Entre as quatro paredes do imenso quarto todo espelhado,ela se empenhava em tornar a noite,inesquecível.Música,bebida,flores.A água da hidro era cuidadosamente preparada com pétalas de rosas,sais e espuma.Massagens caprichadas ,beijos e toques.Marie se entregava aos seus toques:
-Perfeito,perfeito.Era o que dizia ao se sentir levada à casa dos deuses do amor.
Seus seios recebiam o tratamento de uma deusa amorosa.Eram sugados e lambidos.Mãos passeavam por seu corpo.Dedos entravam massageando e trazendo o clímax esperado.
E era nessas horas que apareciam as loucuras que faziam juntas.
Pois pela cabeça de Marie sempre vinha alguma idéia diferente e aos ouvidos de sua amada exigia o que queria e era prontamente satisfeita.Eram idéias loucas ,pensamentos insanos ,só para apimentarem a relação .
-Amor.... sou uma cadelinha no cio. Me lambe toda....me penetre como um cachorrinho faz com sua cadelinha? Enfia este teu dedinho no meu sexo por trás como um cachorrinho pegando sua cadelinha.
E lá ia Valkíria ,já toda excitada cumprir com gosto ,pois sentia também o quanto aquilo lhe aumentava o desejo .Era prazeroso.Era delirante ,era diferente.
Ficavam num esfrega ,esfrega a noite toda.Se pegavam como imaginavam.O suor se misturava com tudo,champagne, pétalas,chocolate e quando chegam ao nirvana ,se lambiam toda.Depois iriam acordar uma nos braços da outra.Sorrisos e ciúme esquecido .
Mas era um breve tempo sem que ele aparecesse novamente.Logo que Valkíria se apresentava ...lá vinha ele de novo.E novas loucuras para mostrar o amor.Palavras e juras não bastavam para Marie.Só acreditava nas ações.Que varavam a noite toda.Sempre imaginava uma loucura diferente.Muitas destas loucuras eram perigosas.Pois às vezes Marie cismava de usar objetos na relação.Era vidrada em brinquedinhos .Mas os normais já não a satisfaziam por inteiro.Por isso ....sempre improvisava algo ....se excitava com tudo.
E foi assim que Valkíria descobriu que Marie tinha um apetite sexual excessivo.
Não conseguia se satisfazer ,sempre sentindo um apetite intenso demais.Quando imaginava coisas ficava nisso um longo tempo.Chegando a não ir trabalhar.
Mas Valkíria também gostava destas fantasias e concordava com tudo.
O tempo passou .Elas se amando cada vez mais .E o ciúme também aumentando mais e mais.Chegou ao ponto tal que Valkíria começou a se sentir sufocada por ele.Mas como amava Marie,não deu muita importância.Sabia como lidar com isso.Assim ela imaginava.Mas não prestou muita atenção ao comportamento possessivo que Marie passou a ter em relação à ela.
Começou com implicâncias sobre seu modo de vestir ,depois com os empregados mais próximos.Com o passar dos dias com os músicos que ela trabalhava junto.E até no conservatório ela achou com o que implicar.
Toda noite ao chegar em seu apartamento :
-Val,querida .Quem era aquela moça de verde que falava com você no teatro hoje às duas horas?
-Uma das trompetistas Porque?
-Nada ,curiosidade apenas.
Valkíria não tinha um minuto de sossego:
-E quem era o homem na escadaria do teatro?
-Na escadaria? Não sei .Não me lembro .Quando foi isso?
-Ora ,faça- me um favor Val.Ele te entregou um belo buquê de rosas vermelhas.
-Ah! Sim .Me lembrei,era apenas um fã,veio me dar umas rosas......
Ciúmes ,ciúmes....até que uma noite após uma apresentação ,no camarim ....
-Cartas? Como assim Marie? De que cartas você fala?
-Destas que encontrei em sua gaveta.São para madame Valkíria Heranoff....Você. São cartas de amor.De paixão.Quem é ela Valkíria? Com quem tem me traído?
Marie jogara as cartas em seu rosto.Umas quinze cartas.Perfumadas.Ela sem entender pega uma e lê:
-“Querida ,meu grande amor.Sinto sua falta.Sabe o quanto te amo....
Assustada ela não consegue negar ,pois Marie não dá folga.Grita, chora ,faz um escândalo.Tudo isso no camarim onde ela descansava após uma apresentação junto da Orquestra Filarmônica de São Petersburgo.Rasga as cartas e as joga nela.
Dali se ouvia ainda os aplausos.Fora um sucesso.Uma música sua, fora pela primeira vez executada em público e por ela, ao piano.
Mas sua preocupação agora era o estado de nervosismo de sua amada,Marie.Mas esta não mais quis ouvi-la:
-E não me venha com agradinhos. Está tudo acabado entre nós.Você não me ama.Tem outra.Não sei o que farei de minha vida.Não vou conseguir ...vou morrer.E a culpa vai ser sua .
Mayka entrara no camarim para apaziguar a briga:
-Marie ,Valkíria,parem com isso .De lá de fora dá para ouvir tudo.
Marie olha com ódio para Mayka ,detestava a presença dela na vida de Valkíria.Sempre por perto,dando palpites em tudo.
-Velha bruxa.É tudo culpa tua.Mas não espera por isso .Vai me pagar .Acha que não sei o que quer? Sei sim.Mas não vai conseguir. Não enquanto eu viver.
Mayka com um olhar assustado, vai atrás dela, quando sai do camarim .
-Não se preocupe Valkíria vou falar com ela.Tudo vai ficar bem ,minha querida.Fique calma.
Marie, espere querida.Vamos conversar,olha o que tenho para te mostrar.Marie....Mayka corre atrás dela pelo corredor até onde ela estava emburrada, sentada no parapeito da escadaria principal do teatro.Mayka logo chega até ela com uma carta nas mãos e arrastando o seu cachorro de estimação.
Valkíria fica no camarim juntando os pedaços das cartas que foram rasgadas por Marie e jogadas em seu rosto.Tenta a ajuntar tudo para ler do que se tratava.
Mas logo vem a noticia.
Noticia que acabou com sua vida .Que a jogou no mais negro e fundo poço de uma existência.
-Cartas? Como assim Marie? De que cartas você fala?
-Destas que encontrei em sua gaveta.São para madame Valkíria Heranoff....Você. São cartas de amor.De paixão.Quem é ela Valkíria? Com quem tem me traído?
Marie jogara as cartas em seu rosto.Umas quinze cartas.Perfumadas.Ela sem entender pega uma e lê:
-“Querida ,meu grande amor.Sinto sua falta.Sabe o quanto te amo....
Assustada ela não consegue negar ,pois Marie não dá folga.Grita, chora ,faz um escândalo.Tudo isso no camarim onde ela descansava após uma apresentação junto da Orquestra Filarmônica de São Petersburgo.Rasga as cartas e as joga nela.
Dali se ouvia ainda os aplausos.Fora um sucesso.Uma música sua, fora pela primeira vez executada em público e por ela, ao piano.
Mas sua preocupação agora era o estado de nervosismo de sua amada,Marie.Mas esta não mais quis ouvi-la:
-E não me venha com agradinhos. Está tudo acabado entre nós.Você não me ama.Tem outra.Não sei o que farei de minha vida.Não vou conseguir ...vou morrer.E a culpa vai ser sua .
Mayka entrara no camarim para apaziguar a briga:
-Marie ,Valkíria,parem com isso .De lá de fora dá para ouvir tudo.
Marie olha com ódio para Mayka ,detestava a presença dela na vida de Valkíria.Sempre por perto,dando palpites em tudo.
-Velha bruxa.É tudo culpa tua.Mas não espera por isso .Vai me pagar .Acha que não sei o que quer? Sei sim.Mas não vai conseguir. Não enquanto eu viver.
Mayka com um olhar assustado, vai atrás dela, quando sai do camarim .
-Não se preocupe Valkíria vou falar com ela.Tudo vai ficar bem ,minha querida.Fique calma.
Marie, espere querida.Vamos conversar,olha o que tenho para te mostrar.Marie....Mayka corre atrás dela pelo corredor até onde ela estava emburrada, sentada no parapeito da escadaria principal do teatro.Mayka logo chega até ela com uma carta nas mãos e arrastando o seu cachorro de estimação.
Valkíria fica no camarim juntando os pedaços das cartas que foram rasgadas por Marie e jogadas em seu rosto.Tenta a ajuntar tudo para ler do que se tratava.
Mas logo vem a noticia.
Noticia que acabou com sua vida .Que a jogou no mais negro e fundo poço de uma existência.
Capítulo 45. Suicídio?Acidente?
E ela ficou sozinha.
Do camarim ouviu a sirene da ambulância ,o corre ,corre .Um arrepio percorreu seu corpo.Uma sensação de medo a paralisou .Não conseguia sair dali.Pressentimento? Premonição?Não sabe até hoje o que a fez ficar naquele estado.
Só se lembra de alguém a pegando pelos braços e levando-a até a escadaria do prédio.E ali ela viu .A cena que a perseguiu por anos.Uma cena que não a deixaria dormir se não fossem os remédios.
Na escadaria da entrada,o corpo de sua amada.O sangue que ali ficara ,também entrou em sua vida.Um cão,branco ,lambia o rosto de sua amada.Lambia o sangue que dele escorria.Descera as escadas aos gritos.Gritava por ela.Mas não conseguiu chegar perto.Braços fortes a impediram e uma voz que só disse:
-Não! Não deve chegar perto.Não é apropriado.É seu secretário,Renard, que a segura.Quer preservar sua imagem.
É levada dali .Para um lugar que não se lembra mais.Não viu mais sua amada Marie.E logo veio a noticia que a derruba de vez:
-Foi suicídio.Ela se matou.Tinha uma carta de despedida nas mãos.
-Suicídio?
Seu cérebro ficou paralisado.Culpa. Único sentimento que lhe passou pela mente e a partir desta data, entrou em parafuso.
Médicos,hospitais e muitos tratamentos,meses de tratamentos e o sentimento ali enraizado em sua mente.
Mayka toma conta de tudo.Comanda a direção do conservatório.Com o passar do tempo Valkíria aos poucos volta a raciocinar .Mas perdera a vontade de tudo.Abandona a carreira .Escolhe uma nova diretora e arruma as malas.Foge do convívio da música.Não quer viver mais onde fora feliz com Marie.
Aceita o convite do pai.Vem para o Brasil com os fieis empregados ,seus amigos de anos.Se instala na fazenda e ali fica.
Não fica totalmente louca, por que sua tia ,mulher que a criara ,não deixa.Yulia a cura com seus florais .Mas foram anos.Sua mente não dava sossego.Não tocava nem compunha mais o silêncio era sua vida.
Arrepende-se de não ter conversado com Marie.Mas não tivera tempo.Esta a pune ,deixando-a sozinha .Esta punição é o que seu cérebro martela sempre.
Do camarim ouviu a sirene da ambulância ,o corre ,corre .Um arrepio percorreu seu corpo.Uma sensação de medo a paralisou .Não conseguia sair dali.Pressentimento? Premonição?Não sabe até hoje o que a fez ficar naquele estado.
Só se lembra de alguém a pegando pelos braços e levando-a até a escadaria do prédio.E ali ela viu .A cena que a perseguiu por anos.Uma cena que não a deixaria dormir se não fossem os remédios.
Na escadaria da entrada,o corpo de sua amada.O sangue que ali ficara ,também entrou em sua vida.Um cão,branco ,lambia o rosto de sua amada.Lambia o sangue que dele escorria.Descera as escadas aos gritos.Gritava por ela.Mas não conseguiu chegar perto.Braços fortes a impediram e uma voz que só disse:
-Não! Não deve chegar perto.Não é apropriado.É seu secretário,Renard, que a segura.Quer preservar sua imagem.
É levada dali .Para um lugar que não se lembra mais.Não viu mais sua amada Marie.E logo veio a noticia que a derruba de vez:
-Foi suicídio.Ela se matou.Tinha uma carta de despedida nas mãos.
-Suicídio?
Seu cérebro ficou paralisado.Culpa. Único sentimento que lhe passou pela mente e a partir desta data, entrou em parafuso.
Médicos,hospitais e muitos tratamentos,meses de tratamentos e o sentimento ali enraizado em sua mente.
Mayka toma conta de tudo.Comanda a direção do conservatório.Com o passar do tempo Valkíria aos poucos volta a raciocinar .Mas perdera a vontade de tudo.Abandona a carreira .Escolhe uma nova diretora e arruma as malas.Foge do convívio da música.Não quer viver mais onde fora feliz com Marie.
Aceita o convite do pai.Vem para o Brasil com os fieis empregados ,seus amigos de anos.Se instala na fazenda e ali fica.
Não fica totalmente louca, por que sua tia ,mulher que a criara ,não deixa.Yulia a cura com seus florais .Mas foram anos.Sua mente não dava sossego.Não tocava nem compunha mais o silêncio era sua vida.
Arrepende-se de não ter conversado com Marie.Mas não tivera tempo.Esta a pune ,deixando-a sozinha .Esta punição é o que seu cérebro martela sempre.
Aos poucos sua vida vai retomando ao curso normal.Passa a se interessar por flores ,rosas mais precisamente .Segue os conselhos da tia.Se dedica a reflorestar o local das minas.Sabe que deve retornar ao seu passado...pois algo ficara para trás.Ou melhor,alguém.
Não mais falou sobre o ocorrido.Mas todos que a acompanharam até seu exílio voluntário sabiam de seu sofrimento....eram seus amigos .Tentam ajudar o máximo a levá-la de volta ao que era antes.Sonham com ela tocando novamente.
Sua melhor amiga e ajudante na época era Jussara.A mãe de Jussara era a camareira que tomava conta de suas roupas para as apresentações.Amizade antiga,da época dos avós.
Quando tudo aconteceu ,Jussara ,não a larga mais.Deixa sua mãe na França e acompanha Valkíria .Troca o conforto de sua casa pela fazenda.Não era obrigação, era só reconhecimento.Amizade .}.......................................................................
Não mais falou sobre o ocorrido.Mas todos que a acompanharam até seu exílio voluntário sabiam de seu sofrimento....eram seus amigos .Tentam ajudar o máximo a levá-la de volta ao que era antes.Sonham com ela tocando novamente.
Sua melhor amiga e ajudante na época era Jussara.A mãe de Jussara era a camareira que tomava conta de suas roupas para as apresentações.Amizade antiga,da época dos avós.
Quando tudo aconteceu ,Jussara ,não a larga mais.Deixa sua mãe na França e acompanha Valkíria .Troca o conforto de sua casa pela fazenda.Não era obrigação, era só reconhecimento.Amizade .}.......................................................................
“Tu eres la tristeza de mis ojos
Que lloran en silencio por tu amor
Me miro en el espejo y veo en mi rostro
El tiempo que he sufrido por tu adios
Obligo a que te olvide el pensamiento
Pues siempre estoy pensando en el ayer
Prefiero estar dormida que despierta
De tanto que me duele que no estes
Como quisiera ahi que tu vivieras
Que tus ojitos jamas se hubieran cerrado nunca y estar mirandolos
Amor eterno e inolvidable tarde o temprano
Estare contigo para seguir amandonos
Yo he sufrido tanto por tu ausencia
Que desde ese dia hasta hoy no soy feliz
Y aunque tengo tranquila mi conciencia
Se que pude haber yo hecho mas por ti
Oscura soledad estoy viviendo la misma soledad de tu sepulcro
Tu eres el amor del cual yo tengo el mas triste recuerdo de Acapulco
Como quisiera ahi que tu vivieras
Que tus ojitos jamas se hubieran cerrados nunca y estar mirandolos
Amor eterno e inolvidable tarde o temprano
Estare contigo para seguir amandonos”……(1)
http://www.youtube.com/watch?v=glvChxd24ZU
-Valkíria? Jussara a puxa pelo braço.Você está bem?
-Heim? Ela olha assustada para sua empregada.Voltara ao presente.Dá um leve sorriso:
Sim,estou.Sabe Jussara ,há muito não pensava no que se passou comigo.Mas hoje pela primeira vez pensei em tudo e não me senti mal como sentia antes.
-Você estava pensando ...em Marie?
Jussara pronuncia o nome de Marie com cautela.Sabia que toda vez que ouvia o nome de sua amada ,Valkíria se desesperava.Isso era o que nestes anos acontecia.Mas hoje ela nota a diferença na reação.
-Sim,Jussara.Relembrei um pouco de nossa vida .
-E...?
-Acabou Jussara.É passado agora para mim.A saudade vai ficar aqui dentro para sempre.
-Mas como se sente em relação ao que aconteceu?
-Eu? Eu já pensei muito à este respeito. Você se lembra de como foi no começo de meu martírio?Eu queria gritar,eu queria partir também.Nem sabia para onde ir.Queria ir ao encontro dela.Eu procurava os porquês.Me culpo ainda hoje .Eu não a ouvi,estava investindo de forma errada.Eu sei que falhei.Eu entrei em concordata.
-Para com isso Valkíria. Agora que está pensando de novo não é mais tempo de se culpar por nada.Ela te abandonou.Sabia de seu amor por ela,mas mesmo assim achou mais fácil ir e largar você sofrendo sozinha.Para mim foi covardia da parte dela.Desculpe eu falar assim ,mas é o que penso .
-Covardia? Minha Marie? Jussara? O que é isso?
-Já pedi desculpa ,mas acho que ela podia ter conversado mais com você.Mas preferiu fazer o que fez....os olhos de Jussara se enchem de lágrimas e te largou neste oceano de lágrimas ...Valkíria ,eu gostava dela,mas não aprovei o que te fez.Faltou amor em tudo .
-Você então acha que ela não me amava?
-Não sei explicar o que sinto....ela sempre foi tão carinhosa e tinha tanto afeto por você...realmente não sei o que sinto .Acho que devia amar do jeito dela.Não é como eu entendo o amor.O amor dela devia ser diferente.
-Vou seguir agora o que você e titia vivem me dizendo.Largar de pensar nisso.Nunca vou saber o que a levou a fazer o que fez.
-Mas ,ela não se explicou na carta ?
-Que carta? Os olhos de Valkíria se arregalam.Que carta é essa que fala?
-Ora ,me disseram que ela tinha uma carta de despedida ... você não a leu?
-Carta? Não .Nem sabia disso .Porque não me falaram nada?
-Ora a Mayka sabia disso .Mamãe ficou com as cartas todas.
-Todas? Até as que ela achou ? Onde estão?
-Com mamãe.Ela ao limpar seu camarim as pegou e guardou.Não teve mais oportunidade de conversar com você depois disso.Sabe como é.Você ficou internada por tanto tempo e depois não mais se interessou por nada a veio para cá.Abandonou até a Desiré.
-Desiré....preciso falar com ela.
Que lloran en silencio por tu amor
Me miro en el espejo y veo en mi rostro
El tiempo que he sufrido por tu adios
Obligo a que te olvide el pensamiento
Pues siempre estoy pensando en el ayer
Prefiero estar dormida que despierta
De tanto que me duele que no estes
Como quisiera ahi que tu vivieras
Que tus ojitos jamas se hubieran cerrado nunca y estar mirandolos
Amor eterno e inolvidable tarde o temprano
Estare contigo para seguir amandonos
Yo he sufrido tanto por tu ausencia
Que desde ese dia hasta hoy no soy feliz
Y aunque tengo tranquila mi conciencia
Se que pude haber yo hecho mas por ti
Oscura soledad estoy viviendo la misma soledad de tu sepulcro
Tu eres el amor del cual yo tengo el mas triste recuerdo de Acapulco
Como quisiera ahi que tu vivieras
Que tus ojitos jamas se hubieran cerrados nunca y estar mirandolos
Amor eterno e inolvidable tarde o temprano
Estare contigo para seguir amandonos”……(1)
http://www.youtube.com/watch?v=glvChxd24ZU
-Valkíria? Jussara a puxa pelo braço.Você está bem?
-Heim? Ela olha assustada para sua empregada.Voltara ao presente.Dá um leve sorriso:
Sim,estou.Sabe Jussara ,há muito não pensava no que se passou comigo.Mas hoje pela primeira vez pensei em tudo e não me senti mal como sentia antes.
-Você estava pensando ...em Marie?
Jussara pronuncia o nome de Marie com cautela.Sabia que toda vez que ouvia o nome de sua amada ,Valkíria se desesperava.Isso era o que nestes anos acontecia.Mas hoje ela nota a diferença na reação.
-Sim,Jussara.Relembrei um pouco de nossa vida .
-E...?
-Acabou Jussara.É passado agora para mim.A saudade vai ficar aqui dentro para sempre.
-Mas como se sente em relação ao que aconteceu?
-Eu? Eu já pensei muito à este respeito. Você se lembra de como foi no começo de meu martírio?Eu queria gritar,eu queria partir também.Nem sabia para onde ir.Queria ir ao encontro dela.Eu procurava os porquês.Me culpo ainda hoje .Eu não a ouvi,estava investindo de forma errada.Eu sei que falhei.Eu entrei em concordata.
-Para com isso Valkíria. Agora que está pensando de novo não é mais tempo de se culpar por nada.Ela te abandonou.Sabia de seu amor por ela,mas mesmo assim achou mais fácil ir e largar você sofrendo sozinha.Para mim foi covardia da parte dela.Desculpe eu falar assim ,mas é o que penso .
-Covardia? Minha Marie? Jussara? O que é isso?
-Já pedi desculpa ,mas acho que ela podia ter conversado mais com você.Mas preferiu fazer o que fez....os olhos de Jussara se enchem de lágrimas e te largou neste oceano de lágrimas ...Valkíria ,eu gostava dela,mas não aprovei o que te fez.Faltou amor em tudo .
-Você então acha que ela não me amava?
-Não sei explicar o que sinto....ela sempre foi tão carinhosa e tinha tanto afeto por você...realmente não sei o que sinto .Acho que devia amar do jeito dela.Não é como eu entendo o amor.O amor dela devia ser diferente.
-Vou seguir agora o que você e titia vivem me dizendo.Largar de pensar nisso.Nunca vou saber o que a levou a fazer o que fez.
-Mas ,ela não se explicou na carta ?
-Que carta? Os olhos de Valkíria se arregalam.Que carta é essa que fala?
-Ora ,me disseram que ela tinha uma carta de despedida ... você não a leu?
-Carta? Não .Nem sabia disso .Porque não me falaram nada?
-Ora a Mayka sabia disso .Mamãe ficou com as cartas todas.
-Todas? Até as que ela achou ? Onde estão?
-Com mamãe.Ela ao limpar seu camarim as pegou e guardou.Não teve mais oportunidade de conversar com você depois disso.Sabe como é.Você ficou internada por tanto tempo e depois não mais se interessou por nada a veio para cá.Abandonou até a Desiré.
-Desiré....preciso falar com ela.
Capítulo 46 . Decisão
--Sim ,ela vai ficar alegre com sua volta.Converso muito com ela.
-Será que um dia vai me perdoar por tê-la deixado?
-Claro.Ela sabe de tudo.Mamãe não escondeu nada dela .Ela te entendeu e aceitou tudo.Sabe que você está doente.
-Que bom ,sua mãe é um anjo .Nunca vou poder retribuir o que vocês duas fazem por mim.
-Nem precisa Valkíria,nós gostamos de você e de sua família ,pois sempre nos trataram bem.
-Obrigada Jussara.Avise sua mãe.Logo estaremos lá.
-E a respeito de Guadalupe? O que vai fazer?
-Guadalupe...chegou em minha vida em um momento delicado ,mas me levantou a moral.Em poucos dias comigo mostrou tanto carinho ...que me deixou cheia de esperanças.
-Então.Procure-a .Quem sabe possa ser feliz com ela?
-Com ela ? Jussara! Olha a diferença de idade. Não dá, amiga.Ela perto de mim é uma criança.
-Criança? Não é não. É uma mulher e te chamou a atenção.Não vá agora encucar com essa idéia de idade.Você não é nenhuma velha .Sabe bem disso.
-Mas tem a diferença de idade.
-Para você faz diferença,ela ser mais jovem?
-Mais jovem? Não.Mas para ela pode ser que sim.Eu sou bem mais velha que ela.
-Quando se encontrarem de novo pergunte .Creio que ela não vai achar ruim.
-Perguntar? A boca de Valkíria se abre em um sorriso.Não pretendo mais chegar perto dela.Não é justo nem para mim nem para ela.
-O que vai fazer então? Não vai ajudá-la?
-Quer que eu a ajude, dona Jussara? Posso saber o motivo desta tua bondade para com ela?
-Bem...é que ela é boa pianista e merece esta oportunidade.
-Só isso?
-Ora, também pelo que sei ela é a responsável por você está voltando ao que era antes.Ela mexeu com você.
-Okei .Okei.Eu vou ajudar sim.Vou conversar com madame Dupont, quero que ela seja convidada pelo conservatório.
-Convidada? Nossa ! Valkíria.Será a glória para ela.Ser convidada pelo conservatório é coisa rara.Acho que até hoje foram uns cinco pianistas .E todos foram sucesso de imediato.
-Sim,sabe bem que ,quem entra como convidado já faz a fama.Quero vê-la lidando com isso.
-E Mayka? O que vai fazer com ela?
-Mayka? Porque diz isso?
-Ora .Ela vai querer se meter.Sempre se meteu em seus negócios e pelo que vi ela não foi muito simpática para com Guadalupe.
-Não foi? Como assim? O que ela fez?
Valkíria estava começando notar que seus empregados não gostavam de sua governanta.Ainda não tinha parado para pensar nisso,mas agora o assunto era constante.
-“Antes eles nada diziam sobre ela ,mas de uns tempos para cá ,eu só tenho escutado coisas negativas sobre Mayka.A primeira foi titia,agora Jussara...sei não ,elas não dizem coisas com coisas mas parecem querer me prevenir sobre ela.É melhor começar a prestar mais atenção às ações dela.Não sabia disso sobre sua antipatia por Guadalupe.Mas para mim não interessa suas opiniões.Ela só trabalha para mim.Não é minha mãe.Se ainda fosse titia ,tudo bem.Mas ela ,não.
Jussara sai desta conversa satisfeita.Notara que Valkíria ficara preocupada com Mayka.
-Já é um bom começo,não gostaria de ter de falar o que penso.Poderia ficar chateada comigo.Mas se começar a prestar atenção ,vou fazer isso acontecer,ela vai descobrir quem é Mayka de verdade.
Valkíria aperta a reforma da pista de pouso.Agiliza todos os negócios da fazenda.Deixa Enzo como encarregado e espera a volta de Yulia para a casa grande.
-Dona Valkíria,fala Guto.Ela disse que vai levar uns dois ou três dias para guardar tudo nas malas.Mas que vem logo.
-Ela está feliz Guto?
-Muito.Quando eu disse que Mayka fora embora ela começou a dançar de tão alegre que ficou.E perguntou pelo quarto dela.Quer saber se você cuidou bem da parreira.
-Dançar? Parreira...é ,ela vai gostar ,pois está linda.Titia ficou assim? Mayka,Mayka.Você ainda vai ter de conversar muito à sério comigo.Parece que as pessoas daqui estão aliviadas com sua saída.
-Eu estou ,fala Guto ao escutar ela falando assim.Era muito mandona e chata.Vivia me pegando no pé por qualquer coisa.Aposto que o Danilo pensa do mesmo jeito.
-Mesmo? Então ela não era muito querida por aqui.E o que mais sabe sobre isso?
Guto fica nervoso com esta pergunta:
-Nada mais dona Valkíria.Se quiser saber mais ,pergunte para dona Yulia.
Ele sai quase que correndo da cozinha,lugar onde conversavam.
Meire que só ouvia ,dá um sorriso mas não abre a boca.Prefere se resguardar de fazer comentários.Só abana a cabeça, concordando silenciosamente, com tudo que o moleque dizia.
-“ Não vale a pena,ela já foi embora mesmo.Mas se voltar ...vai ser outra coisa.Dona Valkíria parece curiosa sobre o que sentimos pela sua governanta.Se soubesse já a teria colocado na rua .Se todos dissessem que não gostavam dela ,ia ser o maior rebu.”
Nesta noite ela conversa com sua diretora no conservatório:
-Mas Valkíria ,ela não é francesa.
-Sabe de quem falo Margot?
-Sim ,sei de quem se trata.Já nos procurou duas vezes.Mas infelizmente não tínhamos mais vagas.
-Desde quando nós temos cotas de vagas? Isso nunca existiu .Aí não é uma universidade ou quer que ela faça vestibular?
-Não é isso.É que eu e alguns dos professores achamos por bem não aceitar estrangeiros.
-Como é? Não entendi.
-Bem Valkíria,como você não mais apareceu por aqui , achamos por bem fazer umas regras.
-Me esperem .Não gostei disso!Voltei à ativa ! Quero tudo na minha mesa em uma semana!
-Tudo bem Valkíria,a voz de Margot agora era de uma pessoa assustada.Vou telefonar para ela dizendo que você a está convidando.
-Eu não ,querida Margot. O conservatório a está convidando.Por indicação da proprietária.
-Mas ...
-Nada de mas....ou é por ela ser latina? É isso?
-Bem...
-Cuidado Margot.Ou tudo pode desmoronar .Não gosto de preconceitos de espécie alguma e isso está cheirando a preconceito racial.Todos são iguais.Arte é arte.Se tem talento não importa a cor de sua pele nem religião nem sua origem.Cuidado com o que andam fazendo aí em meu conservatório ,ou cabeças vão rolar.Quero que a tratem muito bem, bem mesmo,entendeu?
Esta ameaça funcionou.
Margot sabia se fosse mandada embora não acharia ninguém que lhe desse um cargo como tinha agora.Tinha respeito e era nome já conhecido no mundo da música.Ser diretora do Conservatório de Madame Heranoff era o cargo que muitos queriam.
Fama e fortuna. O mínimo que se conseguia dirigindo o conceituado lugar.Era considerado o templo da música.Um quase santuário.Quando se comentava que um músico se formara lá ,se comentava quase que em voz baixa,com muito respeito:ele foi feito no conservatório Heranoff.Foi moldado lá.
Admiração e suspiros pelos jovens músicos que de lá saiam.Alguns logo eram contratados por grandes orquestras ,outros partiam com sucesso para música solo ou de câmara.Todos tinham reconhecimento e êxito pelo seu trabalho.
Ser convidado era privilegio de poucos.A maioria batalhava anos até conseguirem serem aceitos.O templo da música era o sonho de muitos.Muito dinheiro era gasto em suas formações.Mas convite? Poucos nestes anos todos de sua existência.Madame Heranoff era muito exigente.
-Será que um dia vai me perdoar por tê-la deixado?
-Claro.Ela sabe de tudo.Mamãe não escondeu nada dela .Ela te entendeu e aceitou tudo.Sabe que você está doente.
-Que bom ,sua mãe é um anjo .Nunca vou poder retribuir o que vocês duas fazem por mim.
-Nem precisa Valkíria,nós gostamos de você e de sua família ,pois sempre nos trataram bem.
-Obrigada Jussara.Avise sua mãe.Logo estaremos lá.
-E a respeito de Guadalupe? O que vai fazer?
-Guadalupe...chegou em minha vida em um momento delicado ,mas me levantou a moral.Em poucos dias comigo mostrou tanto carinho ...que me deixou cheia de esperanças.
-Então.Procure-a .Quem sabe possa ser feliz com ela?
-Com ela ? Jussara! Olha a diferença de idade. Não dá, amiga.Ela perto de mim é uma criança.
-Criança? Não é não. É uma mulher e te chamou a atenção.Não vá agora encucar com essa idéia de idade.Você não é nenhuma velha .Sabe bem disso.
-Mas tem a diferença de idade.
-Para você faz diferença,ela ser mais jovem?
-Mais jovem? Não.Mas para ela pode ser que sim.Eu sou bem mais velha que ela.
-Quando se encontrarem de novo pergunte .Creio que ela não vai achar ruim.
-Perguntar? A boca de Valkíria se abre em um sorriso.Não pretendo mais chegar perto dela.Não é justo nem para mim nem para ela.
-O que vai fazer então? Não vai ajudá-la?
-Quer que eu a ajude, dona Jussara? Posso saber o motivo desta tua bondade para com ela?
-Bem...é que ela é boa pianista e merece esta oportunidade.
-Só isso?
-Ora, também pelo que sei ela é a responsável por você está voltando ao que era antes.Ela mexeu com você.
-Okei .Okei.Eu vou ajudar sim.Vou conversar com madame Dupont, quero que ela seja convidada pelo conservatório.
-Convidada? Nossa ! Valkíria.Será a glória para ela.Ser convidada pelo conservatório é coisa rara.Acho que até hoje foram uns cinco pianistas .E todos foram sucesso de imediato.
-Sim,sabe bem que ,quem entra como convidado já faz a fama.Quero vê-la lidando com isso.
-E Mayka? O que vai fazer com ela?
-Mayka? Porque diz isso?
-Ora .Ela vai querer se meter.Sempre se meteu em seus negócios e pelo que vi ela não foi muito simpática para com Guadalupe.
-Não foi? Como assim? O que ela fez?
Valkíria estava começando notar que seus empregados não gostavam de sua governanta.Ainda não tinha parado para pensar nisso,mas agora o assunto era constante.
-“Antes eles nada diziam sobre ela ,mas de uns tempos para cá ,eu só tenho escutado coisas negativas sobre Mayka.A primeira foi titia,agora Jussara...sei não ,elas não dizem coisas com coisas mas parecem querer me prevenir sobre ela.É melhor começar a prestar mais atenção às ações dela.Não sabia disso sobre sua antipatia por Guadalupe.Mas para mim não interessa suas opiniões.Ela só trabalha para mim.Não é minha mãe.Se ainda fosse titia ,tudo bem.Mas ela ,não.
Jussara sai desta conversa satisfeita.Notara que Valkíria ficara preocupada com Mayka.
-Já é um bom começo,não gostaria de ter de falar o que penso.Poderia ficar chateada comigo.Mas se começar a prestar atenção ,vou fazer isso acontecer,ela vai descobrir quem é Mayka de verdade.
Valkíria aperta a reforma da pista de pouso.Agiliza todos os negócios da fazenda.Deixa Enzo como encarregado e espera a volta de Yulia para a casa grande.
-Dona Valkíria,fala Guto.Ela disse que vai levar uns dois ou três dias para guardar tudo nas malas.Mas que vem logo.
-Ela está feliz Guto?
-Muito.Quando eu disse que Mayka fora embora ela começou a dançar de tão alegre que ficou.E perguntou pelo quarto dela.Quer saber se você cuidou bem da parreira.
-Dançar? Parreira...é ,ela vai gostar ,pois está linda.Titia ficou assim? Mayka,Mayka.Você ainda vai ter de conversar muito à sério comigo.Parece que as pessoas daqui estão aliviadas com sua saída.
-Eu estou ,fala Guto ao escutar ela falando assim.Era muito mandona e chata.Vivia me pegando no pé por qualquer coisa.Aposto que o Danilo pensa do mesmo jeito.
-Mesmo? Então ela não era muito querida por aqui.E o que mais sabe sobre isso?
Guto fica nervoso com esta pergunta:
-Nada mais dona Valkíria.Se quiser saber mais ,pergunte para dona Yulia.
Ele sai quase que correndo da cozinha,lugar onde conversavam.
Meire que só ouvia ,dá um sorriso mas não abre a boca.Prefere se resguardar de fazer comentários.Só abana a cabeça, concordando silenciosamente, com tudo que o moleque dizia.
-“ Não vale a pena,ela já foi embora mesmo.Mas se voltar ...vai ser outra coisa.Dona Valkíria parece curiosa sobre o que sentimos pela sua governanta.Se soubesse já a teria colocado na rua .Se todos dissessem que não gostavam dela ,ia ser o maior rebu.”
Nesta noite ela conversa com sua diretora no conservatório:
-Mas Valkíria ,ela não é francesa.
-Sabe de quem falo Margot?
-Sim ,sei de quem se trata.Já nos procurou duas vezes.Mas infelizmente não tínhamos mais vagas.
-Desde quando nós temos cotas de vagas? Isso nunca existiu .Aí não é uma universidade ou quer que ela faça vestibular?
-Não é isso.É que eu e alguns dos professores achamos por bem não aceitar estrangeiros.
-Como é? Não entendi.
-Bem Valkíria,como você não mais apareceu por aqui , achamos por bem fazer umas regras.
-Me esperem .Não gostei disso!Voltei à ativa ! Quero tudo na minha mesa em uma semana!
-Tudo bem Valkíria,a voz de Margot agora era de uma pessoa assustada.Vou telefonar para ela dizendo que você a está convidando.
-Eu não ,querida Margot. O conservatório a está convidando.Por indicação da proprietária.
-Mas ...
-Nada de mas....ou é por ela ser latina? É isso?
-Bem...
-Cuidado Margot.Ou tudo pode desmoronar .Não gosto de preconceitos de espécie alguma e isso está cheirando a preconceito racial.Todos são iguais.Arte é arte.Se tem talento não importa a cor de sua pele nem religião nem sua origem.Cuidado com o que andam fazendo aí em meu conservatório ,ou cabeças vão rolar.Quero que a tratem muito bem, bem mesmo,entendeu?
Esta ameaça funcionou.
Margot sabia se fosse mandada embora não acharia ninguém que lhe desse um cargo como tinha agora.Tinha respeito e era nome já conhecido no mundo da música.Ser diretora do Conservatório de Madame Heranoff era o cargo que muitos queriam.
Fama e fortuna. O mínimo que se conseguia dirigindo o conceituado lugar.Era considerado o templo da música.Um quase santuário.Quando se comentava que um músico se formara lá ,se comentava quase que em voz baixa,com muito respeito:ele foi feito no conservatório Heranoff.Foi moldado lá.
Admiração e suspiros pelos jovens músicos que de lá saiam.Alguns logo eram contratados por grandes orquestras ,outros partiam com sucesso para música solo ou de câmara.Todos tinham reconhecimento e êxito pelo seu trabalho.
Ser convidado era privilegio de poucos.A maioria batalhava anos até conseguirem serem aceitos.O templo da música era o sonho de muitos.Muito dinheiro era gasto em suas formações.Mas convite? Poucos nestes anos todos de sua existência.Madame Heranoff era muito exigente.
Logo no outro dia ,bem de manhã os professores levaram o maior susto com a convocação da direção:
-Bem ,caros professores.Vamos ter mais um convidado em nossa instituição.
-Convidado ? Mas professora Margot,há anos nós não convidamos ninguém.Quem é a mente privilegiada que vai fazer parte de nosso convívio?
-Uma mulher professor Gastón.
-Uma mulher? O professor ,um senhor já na casa dos setenta anos se apruma todo.Que bom.Uma mulher para alegrar o ambiente.
-Mas quem é ela? Quer saber professora Nielly.Uma senhora de uns cinqüenta anos que não gostou do que o seu colega acabara de dizer.Quem é essa fada que vem alegrar a vida de nosso colega ,professor Gastón?Uma violinista? Assim espero.
O desprezo já estava instalado na voz meio esganiçada da professora.
-Bem,trata-se da pianista Guadalupe.
-Mas que loucura ,grita Nielly.Uma estrangeira? Nunca! Não vou aceitar isso.Aqui não!
-De quem foi esta idéia idiota de convidar essa moça para vir estudar aqui conosco?Não tem cabimento. Fala Horácio ,professor de piano clássico.Eu não vou ministrar aulas para ela.
-Eu posso dizer de quem partiu a idéia do convite.E não vou colocar obstáculos .Vou muito ao contrário,recebê-la bem.
-Professora? Se está falando assim é porque o convite já foi feito?
-Sim,já enviei o convite .
-Mas...sem nos consultar antes? Nós somos os professores.
-Não precisei disso.Sigo ordens.
-Ordens? O susto de Gastón fez os outros ficarem alertas na hora.
-Bem ,caros professores.Vamos ter mais um convidado em nossa instituição.
-Convidado ? Mas professora Margot,há anos nós não convidamos ninguém.Quem é a mente privilegiada que vai fazer parte de nosso convívio?
-Uma mulher professor Gastón.
-Uma mulher? O professor ,um senhor já na casa dos setenta anos se apruma todo.Que bom.Uma mulher para alegrar o ambiente.
-Mas quem é ela? Quer saber professora Nielly.Uma senhora de uns cinqüenta anos que não gostou do que o seu colega acabara de dizer.Quem é essa fada que vem alegrar a vida de nosso colega ,professor Gastón?Uma violinista? Assim espero.
O desprezo já estava instalado na voz meio esganiçada da professora.
-Bem,trata-se da pianista Guadalupe.
-Mas que loucura ,grita Nielly.Uma estrangeira? Nunca! Não vou aceitar isso.Aqui não!
-De quem foi esta idéia idiota de convidar essa moça para vir estudar aqui conosco?Não tem cabimento. Fala Horácio ,professor de piano clássico.Eu não vou ministrar aulas para ela.
-Eu posso dizer de quem partiu a idéia do convite.E não vou colocar obstáculos .Vou muito ao contrário,recebê-la bem.
-Professora? Se está falando assim é porque o convite já foi feito?
-Sim,já enviei o convite .
-Mas...sem nos consultar antes? Nós somos os professores.
-Não precisei disso.Sigo ordens.
-Ordens? O susto de Gastón fez os outros ficarem alertas na hora.
Capítulo 47 . Convidada especial
-Ordens? Mas então ...ela....ela está de volta?
-Sim.Assume o lugar na próxima semana.
-Céus! Grita Nielly,precisamos nos preparar.
-Ela sabe de tudo que se passa aqui ?Sabe destas regras de não aceitarmos estrangeiros?
-Sim e me pareceu que não gostou.Quer tudo em sua mesa na semana que chegar.Por isso caros professores ,voltem para suas salas e trabalhem.Ou então....Ela faz o gesto com o dedo de degola de cabeça.
A debandada foi geral.Cada um corre nervoso à procura por seus alunos.Conhecem bem o gênio de Valkíria e não podiam se esquecer...ela era a proprietária de tudo.E geniosa.
Por isso ,neste mesmo dia ,a diretora expedira o convite para Guadalupe.Em um papel timbrado, ela a convidava a fazer parte do corpo estudantil de convidados .Explica em uma carta em separado que era um convite da própria direção e que ela estava dispensada de pagamentos ou outros ônus referentes ao curso. Oferecia também acomodações no próprio conservatório.Um folheto mostrando os cursos e os músicos já formados e que agora são sucesso .Tudo bem detalhado ,conforme as ordens.
-Sim.Assume o lugar na próxima semana.
-Céus! Grita Nielly,precisamos nos preparar.
-Ela sabe de tudo que se passa aqui ?Sabe destas regras de não aceitarmos estrangeiros?
-Sim e me pareceu que não gostou.Quer tudo em sua mesa na semana que chegar.Por isso caros professores ,voltem para suas salas e trabalhem.Ou então....Ela faz o gesto com o dedo de degola de cabeça.
A debandada foi geral.Cada um corre nervoso à procura por seus alunos.Conhecem bem o gênio de Valkíria e não podiam se esquecer...ela era a proprietária de tudo.E geniosa.
Por isso ,neste mesmo dia ,a diretora expedira o convite para Guadalupe.Em um papel timbrado, ela a convidava a fazer parte do corpo estudantil de convidados .Explica em uma carta em separado que era um convite da própria direção e que ela estava dispensada de pagamentos ou outros ônus referentes ao curso. Oferecia também acomodações no próprio conservatório.Um folheto mostrando os cursos e os músicos já formados e que agora são sucesso .Tudo bem detalhado ,conforme as ordens.
Euforia? Isso foi pouco,quando Guadalupe abre o envelope, que chegara de manhã ao seu apartamento.
Depois que se despedira de sua família ela embarcara para a França.Leva o coração pesado,pois não conseguira convencer o seu pai a levá-la até a fazenda de Valkíria.Sozinha não poderia voltar lá.E por mais que tentara não achou o endereço de seu email .O perdera na confusão de mudança ,assim como algumas roupas e livros.Tudo ficara na fazenda do avô ,na Colômbia.Tem de se conformar e ficar sem se comunicar com a única mulher que fizera seu coração balançar.
Chega em Paris.Logo está no apartamento que ganhara do pai.Telefona para sua família dizendo que chegara bem e recebe uma noticia que não a alegra nem um pouco:
-Filha,sinto muito.Mas Roberto não se encontra agora na França.Está em turnê pelo Japão.Por isso você vai ter de esperar mais um pouco .Quando Roberto retornar eu falo com ele a respeito do conservatório.Até lá, tente mais uma vez ,quem sabe agora eles te recebam?
-Não vou mais pai,e não se preocupe comigo.Vou continuar acompanhando a orquestra de Câmara .O Georg já tinha me convidado antes de minhas férias.Vou conversar com ele.Peça ao Pablo que me ligue mais tarde ,preciso conversar com ele pelo mensager.
Mas Pablo não liga.Ela fica sem saber de noticias dele por alguns dias.Mas não se preocupa.
Logo entra em contato com o amigo Georg,maestro da orquestra .Combinam novos ensaios e apresentações que iriam fazer.
Por isso ao receber o envelope timbrado do conservatório ,seu coração dispara no peito.
-Será que papai conseguiu?
Senta-se para ler e fica abismada com o convite.
-Eu? .....Eu estou sendo ...convidada? Um convite....do conservatório? Deus! É maravilhoso!
Ela dança na sala de seu apartamento com o convite nas mãos.Beija-o diversas vezes.Era o seu sonho se realizando...Senta-se ao seu piano e dedilha uma valsa de Strauss.Sente o coração alçar vôo.Está tão feliz que não cabe em si de contentamento.
Se lembra do pai.Telefona para ele.
-Pai ! Você conseguiu! A alegria contagia Juan.
-Consegui ,filha? O que eu fiz agora? Ele ri com a alegria da filha.
-Obrigada pai, fui convidada pela direção do conservatório.Este teu amigo, pelo que vejo, tem uma bela influência por lá. Me conseguiu um convite, pai.Não vou precisar pagar nada.
-Convite ? Filha! Não sei de que fala.Eu não fiz nada.
-Como não?
-Eu não falei ainda com ele.Ele está no Japão.Não consegui localizá-lo .
-Não? Então....como foi que aconteceu isso? Eu recebi um convite de lá .E me convidam para morar lá também.
-Não foi com minha ajuda filhinha.Você conseguiu por mérito próprio.Vai ver se tocaram de sua habilidade.
-Não acredito nisso.Mas em todo caso já aceitei o convite,só não aceitei a moradia,pois já tenho onde morar.Não vou largar meu apartamento .
-É verdade,não precisa.Mas quando for lá ,pergunte como foi isso então.Fiquei curioso.
-Cadê o Pablito ,pai? Não o encontro mais no mensager.Quero conversar com ele.
-Anda meio atrapalhado com os estudos.Está ainda em fase de adaptação.Arranjou uns colegas e quase não para mais aqui.Mas falo com ele.Pode deixar. Sua mãe quer falar também com você.
-Mamãe? É sobre o que? É urgente?
-Não sei ,mas ela anda meio estranha de uns tempos para cá. Só fala na sua estadia lá na fazenda.Fala muito na dona de lá.
Guadalupe estranha esta conversa sobre a mãe:
-Mas o que ela fala? Não entendi.
-Ela fica possessa de raiva quando fala da tal dona Valkíria.Eu não entro em detalhes ,sabe como sua mãe é.Quando põe algo na cabeça é difícil de mudar.Só a ouço dizer de vez em quando algo como diferença de idades. Não admite que você seja assim .Você sabe por um acaso do que ela está falando?
-Não pai.Não tenho a mínima idéia.Mas logo falo com ela e vou descobrir .
Guadalupe depois de falar com o pai ,pensa na conversa sobre sua mãe:
-“ Mamãe está desconfiada .Mas como? Não fiz nada para ela ficar assim.Só se foi aquele dia no jardim....ah! que saudades daquela boca.Como é gostosa.Macia.E que abraço gostoso,quente,forte.Pena.Não vou mais vê-la.Mas mamãe não vai ficar me dando ordens.Vive me dizendo que já sou adulta e que é para me virar sozinha.É o que farei.Só não vou confirmar nada,não vejo motivo de brigas em família.”
Depois que se despedira de sua família ela embarcara para a França.Leva o coração pesado,pois não conseguira convencer o seu pai a levá-la até a fazenda de Valkíria.Sozinha não poderia voltar lá.E por mais que tentara não achou o endereço de seu email .O perdera na confusão de mudança ,assim como algumas roupas e livros.Tudo ficara na fazenda do avô ,na Colômbia.Tem de se conformar e ficar sem se comunicar com a única mulher que fizera seu coração balançar.
Chega em Paris.Logo está no apartamento que ganhara do pai.Telefona para sua família dizendo que chegara bem e recebe uma noticia que não a alegra nem um pouco:
-Filha,sinto muito.Mas Roberto não se encontra agora na França.Está em turnê pelo Japão.Por isso você vai ter de esperar mais um pouco .Quando Roberto retornar eu falo com ele a respeito do conservatório.Até lá, tente mais uma vez ,quem sabe agora eles te recebam?
-Não vou mais pai,e não se preocupe comigo.Vou continuar acompanhando a orquestra de Câmara .O Georg já tinha me convidado antes de minhas férias.Vou conversar com ele.Peça ao Pablo que me ligue mais tarde ,preciso conversar com ele pelo mensager.
Mas Pablo não liga.Ela fica sem saber de noticias dele por alguns dias.Mas não se preocupa.
Logo entra em contato com o amigo Georg,maestro da orquestra .Combinam novos ensaios e apresentações que iriam fazer.
Por isso ao receber o envelope timbrado do conservatório ,seu coração dispara no peito.
-Será que papai conseguiu?
Senta-se para ler e fica abismada com o convite.
-Eu? .....Eu estou sendo ...convidada? Um convite....do conservatório? Deus! É maravilhoso!
Ela dança na sala de seu apartamento com o convite nas mãos.Beija-o diversas vezes.Era o seu sonho se realizando...Senta-se ao seu piano e dedilha uma valsa de Strauss.Sente o coração alçar vôo.Está tão feliz que não cabe em si de contentamento.
Se lembra do pai.Telefona para ele.
-Pai ! Você conseguiu! A alegria contagia Juan.
-Consegui ,filha? O que eu fiz agora? Ele ri com a alegria da filha.
-Obrigada pai, fui convidada pela direção do conservatório.Este teu amigo, pelo que vejo, tem uma bela influência por lá. Me conseguiu um convite, pai.Não vou precisar pagar nada.
-Convite ? Filha! Não sei de que fala.Eu não fiz nada.
-Como não?
-Eu não falei ainda com ele.Ele está no Japão.Não consegui localizá-lo .
-Não? Então....como foi que aconteceu isso? Eu recebi um convite de lá .E me convidam para morar lá também.
-Não foi com minha ajuda filhinha.Você conseguiu por mérito próprio.Vai ver se tocaram de sua habilidade.
-Não acredito nisso.Mas em todo caso já aceitei o convite,só não aceitei a moradia,pois já tenho onde morar.Não vou largar meu apartamento .
-É verdade,não precisa.Mas quando for lá ,pergunte como foi isso então.Fiquei curioso.
-Cadê o Pablito ,pai? Não o encontro mais no mensager.Quero conversar com ele.
-Anda meio atrapalhado com os estudos.Está ainda em fase de adaptação.Arranjou uns colegas e quase não para mais aqui.Mas falo com ele.Pode deixar. Sua mãe quer falar também com você.
-Mamãe? É sobre o que? É urgente?
-Não sei ,mas ela anda meio estranha de uns tempos para cá. Só fala na sua estadia lá na fazenda.Fala muito na dona de lá.
Guadalupe estranha esta conversa sobre a mãe:
-Mas o que ela fala? Não entendi.
-Ela fica possessa de raiva quando fala da tal dona Valkíria.Eu não entro em detalhes ,sabe como sua mãe é.Quando põe algo na cabeça é difícil de mudar.Só a ouço dizer de vez em quando algo como diferença de idades. Não admite que você seja assim .Você sabe por um acaso do que ela está falando?
-Não pai.Não tenho a mínima idéia.Mas logo falo com ela e vou descobrir .
Guadalupe depois de falar com o pai ,pensa na conversa sobre sua mãe:
-“ Mamãe está desconfiada .Mas como? Não fiz nada para ela ficar assim.Só se foi aquele dia no jardim....ah! que saudades daquela boca.Como é gostosa.Macia.E que abraço gostoso,quente,forte.Pena.Não vou mais vê-la.Mas mamãe não vai ficar me dando ordens.Vive me dizendo que já sou adulta e que é para me virar sozinha.É o que farei.Só não vou confirmar nada,não vejo motivo de brigas em família.”
No outro dia ela vai para o conservatório.
O local parecia um antigo castelo,só faltava o poço.Uma porta maciça de madeira ,toda talhada.Na fachada, vários trabalhos no estilo neoclássico.Logo na entrada nota-se um ambiente alegre ,pois era bem iluminado.Com grandes vasos de plantas exóticas.Quadros belíssimos nas paredes.Uma leve música se espalhava por todo o local.
Se encaminha até a direção e ali conversa com Margot.
Esta a examina detalhadamente e sente um leve arrepio.
-Você é parente de Marie?
-Quem?
-Ah! Bem,já vi que não.Só perguntei por causa de sua semelhança.Mas ,venha quero que conheça tudo ou já conhece?
-Não,ainda não tive a oportunidade de conhecer as dependências .
É levada a conhecer todas as salas de aula .Ficou encantada com o som que ouvia na sala de piano.Uma aluna tocava uma sonata.
-Gostou ? Sorri Margot.Elas voltam à sala da direção.
-Sim ,muito bem tocado.
-Pode tocar para nós? Estamos curiosos com sua presença aqui conosco como convidada.
-Quem me convidou? Não foi você?
O local parecia um antigo castelo,só faltava o poço.Uma porta maciça de madeira ,toda talhada.Na fachada, vários trabalhos no estilo neoclássico.Logo na entrada nota-se um ambiente alegre ,pois era bem iluminado.Com grandes vasos de plantas exóticas.Quadros belíssimos nas paredes.Uma leve música se espalhava por todo o local.
Se encaminha até a direção e ali conversa com Margot.
Esta a examina detalhadamente e sente um leve arrepio.
-Você é parente de Marie?
-Quem?
-Ah! Bem,já vi que não.Só perguntei por causa de sua semelhança.Mas ,venha quero que conheça tudo ou já conhece?
-Não,ainda não tive a oportunidade de conhecer as dependências .
É levada a conhecer todas as salas de aula .Ficou encantada com o som que ouvia na sala de piano.Uma aluna tocava uma sonata.
-Gostou ? Sorri Margot.Elas voltam à sala da direção.
-Sim ,muito bem tocado.
-Pode tocar para nós? Estamos curiosos com sua presença aqui conosco como convidada.
-Quem me convidou? Não foi você?
Capítulo 48 . Professores
-Não, você foi indicada pela madame Heranoff.Não sabia disso?
-Não.Eu nunca conversei com ela.
-Não? Estranho.Ela nunca indicaria alguém que não fosse de seu contato.Aliás por isso que perguntei se era parente de Marie,nossa antiga diretora.Você tem algo parecido com ela,não sei se são os cabelos ou os olhos.Margot fica parada observando Guadalupe.
-É ,são os olhos.São idênticos.
-Onde ela está ?
-Quem? Madame Heranoff?
-Não ,esta tal de Marie.Ela não é mais a diretora?
-Ela? Tadinha,descanse em paz.Já é falecida .Gostava muito dela.Exigente ,mas uma ótima profissional.
-Ela tocava também?
-Menina.Nunca ouviu falar de Marie- Béatrice Mirabaud?
-É dessa que você está falando? Mas claro que sim.Essa Marie ...era ela?Não sabia disso .
-Bem ,acho que na época que ela faleceu você deveria ser muito criança ainda. Margot dá uma risadinha.
-Sim,mas já estudava aqui em Paris.Ouvia os comentários dos meus professores sobre ela .
-Pois é,agora eu fiquei no lugar dela.Madame Heranoff está de volta depois de alguns anos fora.Ela sofreu muito com a morte da sua amiga.Elas eram íntimas .Sabe o que quero dizer.Precisou se internar de tanto que ficou desesperada com sua morte.Ela a adorava.
-Mesmo? A curiosidade de Guadalupe estava à toda.Ma não continuaram com a conversa pois um dos professores as interrompe ,entrando na sala.Esta entrada sem ser anunciada deixa Margot meio emburrada:
-Por favor professor Jean. Da próxima vez bata antes ,estou ocupada agora.
-Por isso mesmo madame Margot.Estamos esperando a nova aluna.Queremos ouvi-la .
-Mas já? Guadalupe fica nervosa com a idéia de se apresentar aos mestres do conservatório.
-Não precisa ficar nervosa.O professor Jean ,um senhor na casa dos 70 anos ou mais,se aproxima dela e coloca um braço ao redor de seu ombro.Como foi madame Heranoff que a mandou isso nos deixou curiosos.Ela só nos mandaria uma ótima pianista.
-Mas ....professor...ela ainda não me ouviu tocar.
-Como? Não acredito nisso. Vamos lá .Estão todos te esperando.Só uma música .
-Certo ,vamos então.Mas o que querem que eu toque?
-Qualquer coisa. Claro que bem gostoso e bonito.O que sabe tocar? A risada do professor deixou Guadalupe mais relaxada,pois via que o ambiente era de camaradas .O carinho que o velho professor estava demonstrando a animou.
-E a madame Heranoff? Ela vai estar lá também?
-Não querida,fala Margot.Ela ainda não retornou ao conservatório.Acho que chega hoje à noite.Ela não me disse as horas ,mas que é hoje, isso é certeza.
-Ah bom.Depois então eu falo com ela.
Ela entra no salão e se assusta com o lugar .Achava que iria se apresentar somente para alguns dos professores.Ledo engano.O local estava lotado.No mínimo eram umas vinte pessoas ,entre professores e alunos.Notava-se a curiosidade nas faces de todos.
Pela primeira vez em sua vida ela teve medo.Sentiu um calafrio ao ver o piano no canto da sala.
Jean a levou até ele e a apresenta :
-Bem, cá está a nova convidada.Está meio com medo,como todos ficam quando se vêem diante de uma platéia como esta.Mas Guadalupe,não precisa ficar assim,não é pessoal?Aqui somos todos companheiros .
-Obrigada professor .Vou tentar dar um pouco de mim.Espero que gostem.
Ela se sente mais desinibida .Pois ao chegar vê a partitura :Sinfonia n° 1 em ré maior....Mahler
Jean lhe diz com carinho:
-Gosta do Gustav? Escolhi por achar que seria mais tranqüilo para tocar.Ele diz isso com um leve sorriso que Guadalupe interpreta como irônico mas não se intimida e responde :
-Obrigada,é bem mais fácil sim.
-Ouviram isso?Ela achou Mahler fácil.Essa eu quero ouvir.E olha lá menina,serei seu professor de composição.
Os olhos de Guadalupe brilham ao ouvir isso e lhe dá um beijo no rosto:
-Espero que goste de sua nova aluna professor.
Ela senta-se ao piano e logo em seguida o que se ouvia era um murmúrio de aprovação.Aplausos entusiasmados foram longamente ouvidos e os professores a cercam .
-Sabia,dizia um ,madame não indicaria uma simples pianista.Ela é um fenômeno.É completa.
-Precisamos aplaudir a escolha de madame.Estamos com um sucesso em nosso conservatório.
Depois de tudo calmo ,Jean a apresenta para cada um dos professores e professoras.
Margot recebe um aviso de uma de suas secretárias:
-Ela está em sua sala.
-Como ela está?
-O gênio é o mesmo.Intratável.
-Ela disse o que quer aqui? Pensei que estivesse no sul.
-Não disse nada.Só deu ordens.Parece a dona de tudo.
-Não gosto dela.Vou lá ver ou vai aprontar um escândalo.
Margot dá uma corridinha pelos corredores e chega em sua sala.Ao avistar a mulher sentada em sua mesa fecha a fisionomia:
-Boa tarde. Queria falar comigo?
-Boa tarde madame Margot.Não era com você ,mas como não tem outro jeito, você serve .
-Sirvo? Margot fica furiosa com o tratamento de desprezo e responde com voz altiva:
-Espero que sim pois aqui quem manda sou eu.Se não sabe, fui escolhida como diretora .
-Sim eu sei disso.Estive lá na sala e vi a nova aluna.Quem a deixou entrar para o conservatório?Valkíria sabe disso?Não deixei ordens para não aceitarem estrangeiros?
-Foi ela quem mandou aceitar Guadalupe e agora mesmo você viu que ela foi muito bem aceita pelos professores.Valkíria tem o dom para descobrir talentos.Essa moça ela acertou em cheio.E as suas ordens não são mais aceitas .Valkíria está de volta.
-Veremos ,veremos.Quando Valkíria chegar diga que estou na cidade .Quero falar com ela.
-Sim senhora ,dou seu recado.
Neste instante Guadalupe entra na sala e olhando espantada para Mayka:
-Mayka? Pensei que estivesse no sul.Não é lá que tem casa?
-E eu não esperava te encontrar aqui.Vou ficar de olho em você.
Mayka diz isso e sai da sala,deixando as duas sem entender nada.
-Você a conhece? Pergunta Margot.Não estava entendendo nada da conversa entre elas.
-Sim.Porque ela me tratou assim ?Não entendi o que ela me falou.Parecia que estava brava comigo.O que ela fazia aqui?
-Cuidado com esta mulher.Não gosto dela.Mas vamos ,quero que conheça seu aposento.Ela é só uma intrometida.Mas não manda nada por aqui.Vai gostar de seu quarto.
-Madame ,eu não vou ficar aqui.Tenho meu apartamento .Eu lhe disse na carta.
-Eu sei ,eu li.Mas temos uma regra aqui.Pelos menos um mês os alunos devem permanecer morando no local.Horário integral.É para os professores avaliarem os alunos.Isso leva muito tempo e por isso achamos melhor a permanência no Conservatório.Conforme o grau, o ensino passa a ser total.Integral mesmo.Noite e dia.Você vai viver de música.
-Bem ,se é só por um mês,eu fico.
-Amanhã você vai conhecer madame.Ela deve chegar hoje à noite.Vou dizer à ela que você já está entre nós.
Margot mostra o aposento onde ela ficará.
-Eis aqui seu apartamento.Ela me pediu que te acomodasse aqui.
-Vou até meu apartamento pegar minhas coisas e fico aqui já esta noite.
Margot sai do apartamento indicado ,um pouco pensativa:
-“Não entendi o motivo de Valkíria ter pedido que instalasse a nova aluna em seu próprio apartamento.Será que nesta volta ,ela não vai ficar em seu aposento aqui no conservatório?Bem....talvez prefira ficar por uns tempos em seu próprio apartamento”
Guadalupe se acomoda no apartamento.Era grande ,com uma cama enorme,um banheiro espaçoso.
-Bem,pelo menos é um lugar gostoso.Pena não ter internet.Pelas regras não se pode “ perder tempo “Estou morrendo de curiosidade sobre esta madame.De onde será que ela me conhece?
Chegando a noite e ela não sentindo sono, resolve dar uma volta pelo lugar,quer ter a oportunidade de se encontrar com sua benfeitora.Se apronta após um gostoso banho. Já estava para sair, quando ouve umas batidinhas na porta e esta se abre:
Ela olha curiosa para a porta :
-Você?......................................................................................
-Não.Eu nunca conversei com ela.
-Não? Estranho.Ela nunca indicaria alguém que não fosse de seu contato.Aliás por isso que perguntei se era parente de Marie,nossa antiga diretora.Você tem algo parecido com ela,não sei se são os cabelos ou os olhos.Margot fica parada observando Guadalupe.
-É ,são os olhos.São idênticos.
-Onde ela está ?
-Quem? Madame Heranoff?
-Não ,esta tal de Marie.Ela não é mais a diretora?
-Ela? Tadinha,descanse em paz.Já é falecida .Gostava muito dela.Exigente ,mas uma ótima profissional.
-Ela tocava também?
-Menina.Nunca ouviu falar de Marie- Béatrice Mirabaud?
-É dessa que você está falando? Mas claro que sim.Essa Marie ...era ela?Não sabia disso .
-Bem ,acho que na época que ela faleceu você deveria ser muito criança ainda. Margot dá uma risadinha.
-Sim,mas já estudava aqui em Paris.Ouvia os comentários dos meus professores sobre ela .
-Pois é,agora eu fiquei no lugar dela.Madame Heranoff está de volta depois de alguns anos fora.Ela sofreu muito com a morte da sua amiga.Elas eram íntimas .Sabe o que quero dizer.Precisou se internar de tanto que ficou desesperada com sua morte.Ela a adorava.
-Mesmo? A curiosidade de Guadalupe estava à toda.Ma não continuaram com a conversa pois um dos professores as interrompe ,entrando na sala.Esta entrada sem ser anunciada deixa Margot meio emburrada:
-Por favor professor Jean. Da próxima vez bata antes ,estou ocupada agora.
-Por isso mesmo madame Margot.Estamos esperando a nova aluna.Queremos ouvi-la .
-Mas já? Guadalupe fica nervosa com a idéia de se apresentar aos mestres do conservatório.
-Não precisa ficar nervosa.O professor Jean ,um senhor na casa dos 70 anos ou mais,se aproxima dela e coloca um braço ao redor de seu ombro.Como foi madame Heranoff que a mandou isso nos deixou curiosos.Ela só nos mandaria uma ótima pianista.
-Mas ....professor...ela ainda não me ouviu tocar.
-Como? Não acredito nisso. Vamos lá .Estão todos te esperando.Só uma música .
-Certo ,vamos então.Mas o que querem que eu toque?
-Qualquer coisa. Claro que bem gostoso e bonito.O que sabe tocar? A risada do professor deixou Guadalupe mais relaxada,pois via que o ambiente era de camaradas .O carinho que o velho professor estava demonstrando a animou.
-E a madame Heranoff? Ela vai estar lá também?
-Não querida,fala Margot.Ela ainda não retornou ao conservatório.Acho que chega hoje à noite.Ela não me disse as horas ,mas que é hoje, isso é certeza.
-Ah bom.Depois então eu falo com ela.
Ela entra no salão e se assusta com o lugar .Achava que iria se apresentar somente para alguns dos professores.Ledo engano.O local estava lotado.No mínimo eram umas vinte pessoas ,entre professores e alunos.Notava-se a curiosidade nas faces de todos.
Pela primeira vez em sua vida ela teve medo.Sentiu um calafrio ao ver o piano no canto da sala.
Jean a levou até ele e a apresenta :
-Bem, cá está a nova convidada.Está meio com medo,como todos ficam quando se vêem diante de uma platéia como esta.Mas Guadalupe,não precisa ficar assim,não é pessoal?Aqui somos todos companheiros .
-Obrigada professor .Vou tentar dar um pouco de mim.Espero que gostem.
Ela se sente mais desinibida .Pois ao chegar vê a partitura :Sinfonia n° 1 em ré maior....Mahler
Jean lhe diz com carinho:
-Gosta do Gustav? Escolhi por achar que seria mais tranqüilo para tocar.Ele diz isso com um leve sorriso que Guadalupe interpreta como irônico mas não se intimida e responde :
-Obrigada,é bem mais fácil sim.
-Ouviram isso?Ela achou Mahler fácil.Essa eu quero ouvir.E olha lá menina,serei seu professor de composição.
Os olhos de Guadalupe brilham ao ouvir isso e lhe dá um beijo no rosto:
-Espero que goste de sua nova aluna professor.
Ela senta-se ao piano e logo em seguida o que se ouvia era um murmúrio de aprovação.Aplausos entusiasmados foram longamente ouvidos e os professores a cercam .
-Sabia,dizia um ,madame não indicaria uma simples pianista.Ela é um fenômeno.É completa.
-Precisamos aplaudir a escolha de madame.Estamos com um sucesso em nosso conservatório.
Depois de tudo calmo ,Jean a apresenta para cada um dos professores e professoras.
Margot recebe um aviso de uma de suas secretárias:
-Ela está em sua sala.
-Como ela está?
-O gênio é o mesmo.Intratável.
-Ela disse o que quer aqui? Pensei que estivesse no sul.
-Não disse nada.Só deu ordens.Parece a dona de tudo.
-Não gosto dela.Vou lá ver ou vai aprontar um escândalo.
Margot dá uma corridinha pelos corredores e chega em sua sala.Ao avistar a mulher sentada em sua mesa fecha a fisionomia:
-Boa tarde. Queria falar comigo?
-Boa tarde madame Margot.Não era com você ,mas como não tem outro jeito, você serve .
-Sirvo? Margot fica furiosa com o tratamento de desprezo e responde com voz altiva:
-Espero que sim pois aqui quem manda sou eu.Se não sabe, fui escolhida como diretora .
-Sim eu sei disso.Estive lá na sala e vi a nova aluna.Quem a deixou entrar para o conservatório?Valkíria sabe disso?Não deixei ordens para não aceitarem estrangeiros?
-Foi ela quem mandou aceitar Guadalupe e agora mesmo você viu que ela foi muito bem aceita pelos professores.Valkíria tem o dom para descobrir talentos.Essa moça ela acertou em cheio.E as suas ordens não são mais aceitas .Valkíria está de volta.
-Veremos ,veremos.Quando Valkíria chegar diga que estou na cidade .Quero falar com ela.
-Sim senhora ,dou seu recado.
Neste instante Guadalupe entra na sala e olhando espantada para Mayka:
-Mayka? Pensei que estivesse no sul.Não é lá que tem casa?
-E eu não esperava te encontrar aqui.Vou ficar de olho em você.
Mayka diz isso e sai da sala,deixando as duas sem entender nada.
-Você a conhece? Pergunta Margot.Não estava entendendo nada da conversa entre elas.
-Sim.Porque ela me tratou assim ?Não entendi o que ela me falou.Parecia que estava brava comigo.O que ela fazia aqui?
-Cuidado com esta mulher.Não gosto dela.Mas vamos ,quero que conheça seu aposento.Ela é só uma intrometida.Mas não manda nada por aqui.Vai gostar de seu quarto.
-Madame ,eu não vou ficar aqui.Tenho meu apartamento .Eu lhe disse na carta.
-Eu sei ,eu li.Mas temos uma regra aqui.Pelos menos um mês os alunos devem permanecer morando no local.Horário integral.É para os professores avaliarem os alunos.Isso leva muito tempo e por isso achamos melhor a permanência no Conservatório.Conforme o grau, o ensino passa a ser total.Integral mesmo.Noite e dia.Você vai viver de música.
-Bem ,se é só por um mês,eu fico.
-Amanhã você vai conhecer madame.Ela deve chegar hoje à noite.Vou dizer à ela que você já está entre nós.
Margot mostra o aposento onde ela ficará.
-Eis aqui seu apartamento.Ela me pediu que te acomodasse aqui.
-Vou até meu apartamento pegar minhas coisas e fico aqui já esta noite.
Margot sai do apartamento indicado ,um pouco pensativa:
-“Não entendi o motivo de Valkíria ter pedido que instalasse a nova aluna em seu próprio apartamento.Será que nesta volta ,ela não vai ficar em seu aposento aqui no conservatório?Bem....talvez prefira ficar por uns tempos em seu próprio apartamento”
Guadalupe se acomoda no apartamento.Era grande ,com uma cama enorme,um banheiro espaçoso.
-Bem,pelo menos é um lugar gostoso.Pena não ter internet.Pelas regras não se pode “ perder tempo “Estou morrendo de curiosidade sobre esta madame.De onde será que ela me conhece?
Chegando a noite e ela não sentindo sono, resolve dar uma volta pelo lugar,quer ter a oportunidade de se encontrar com sua benfeitora.Se apronta após um gostoso banho. Já estava para sair, quando ouve umas batidinhas na porta e esta se abre:
Ela olha curiosa para a porta :
-Você?......................................................................................
Capítulo 49. Receio de Yulia
[03/08/11]
...............................................................................
Valkíria fizera a viagem com a tia e Jussara.Nem bem chegara na capital francesa elas se separam.Jussara vai até a casa de sua mãe e Yulia fica no apartamento de Valkíria , perto da Universidade.Esta diz que logo estará de volta ao apartamento .Ia dar um pulo no Conservatório.
Jussara comunicara para a mãe que estaria em Paris.E que levasse Desiré .
-Diga à ela que sua mãe está de volta.Aposto que vai ficar muito feliz.Depois ,mamãe nós vamos juntas de trem para Avignon.Preciso conversar com Marina.
Durante a viagem, Yulia em conversas com ela,nota que sua sobrinha está com um comportamento estranho.Mas não consegue descobrir o motivo .
Começara a observar esse novo comportamento ,quando se instara de novo em seu quarto na fazenda.Sente que Valkíria estava muito alegre e muito excitada.
Pergunta várias vezes o que ela sentia e só obtinha como resposta:
-Estou voltando a ser eu mesma tia.A antiga Valkíria está de volta.
Esta frase não foi bem recebida por Yulia.Estava achando tudo muito estranho .Sabia que Valkíria ainda estava doente e esta mudança repentina a estava deixando cismada.
Pergunta para Jussara o que acontecia e esta lhe responde que Valkíria estava se esquecendo de Marie,por causa de Guadalupe:
-Se esquecendo.Será?Sinto que sua alma ainda não está refeita.
-Espero que esteja enganada,dona Yulia.Ela está muito entusiasmada com esta moça .Mesmo dizendo que existe esta diferença de idade, ela está muito animada com Guadalupe.Acho que já está pensando em alguma coisa entre elas.
-E Guadalupe? Você notou algo da parte dela?
-Sim,isso é que me deixa sossegada dona Yulia.Ela gosta de Valkíria.
-Gosta? Gosta como?Ama?
-Acho que sim,notava seus olhares para cima de Valkíria.
-Então ela pode ser a salvação de minha sobrinha.Preciso conhecer esta moça.Só espero que Valkíria não se precipite .
-Como ? O que pode acontecer?
-Sei lá. Esta Guadalupe pelo que sei é bem mais jovem que Valkíria.Tenho medo que não aceite bem os modos de minha sobrinha.
-Modos? Sobre o que está dizendo?
-Bem....eu para tratar de Valkíria a fiz me contar como era o relacionamento dela com Marie.E vou ser honesta ,o que as duas faziam não era nada saudável em um bom relacionamento.Pelo menos para mim...
-O que elas faziam?
-Deixa de ser curiosa Jussara.Ri Yulia.Eu agi como uma psicóloga,não posso sair por aí falando coisas de meus pacientes ,não acha?
-Certo.Não precisa dizer mas acha que este comportamento pode estragar algo em relação à elas?
-Depende do que fizerem juntas e se agradar Guadalupe.Pelo pouco que sei dela é ainda bem nova .Será que está preparada para uma Valkíria?Tenho medo de uma relação assim.Pode ferir as duas.
-Você acha que Valkíria vai entrar assim de cabeça em uma relação com ela?Sei não dona Yulia,ela já sofreu muito .E ainda sofre.Por mais que diga que já superou.Ela ainda pensa em dona Marie.
-Mas então porque está assim toda animada com esta moça?
-Vou lá saber? Pergunta para ela.
-Não.Prefiro ficar observando suas reações. Sabe a idade de Guadalupe?
-Sim ,ela me disse que está com 22 anos.
-22 ? O semblante de Yulia se fecha .Fica pensativa uns minutos.Conjunturas aparecem em sua mente.Depois de pesar tudo bem ,ela dá um leve sorriso.
É.... pelo menos agora Valkíria vai ter uma relação com uma mulher mais jovem.Achava a diferença de idade dela com Marie um pouco demais.
-Quantos anos ela tinha ?
-Marie?
-Sim.
-Quando morreu tinha 48 anos e Valkíria estava com 33anos.Valkíria a conheceu quando tinha 28 anos.
-Pois é,é quase a mesma diferença de idade entre elas.Só que aqui a mais velha agora é Valkíria.Ela agora está com 38 anos.
-Não é isso que me deixa apreensiva.É outra coisa.
-Que coisa?
-Um dia eu te conto...é sobre o comportamento de Valkíria, em relação ao amar.
[03/08/11]
...............................................................................
Valkíria fizera a viagem com a tia e Jussara.Nem bem chegara na capital francesa elas se separam.Jussara vai até a casa de sua mãe e Yulia fica no apartamento de Valkíria , perto da Universidade.Esta diz que logo estará de volta ao apartamento .Ia dar um pulo no Conservatório.
Jussara comunicara para a mãe que estaria em Paris.E que levasse Desiré .
-Diga à ela que sua mãe está de volta.Aposto que vai ficar muito feliz.Depois ,mamãe nós vamos juntas de trem para Avignon.Preciso conversar com Marina.
Durante a viagem, Yulia em conversas com ela,nota que sua sobrinha está com um comportamento estranho.Mas não consegue descobrir o motivo .
Começara a observar esse novo comportamento ,quando se instara de novo em seu quarto na fazenda.Sente que Valkíria estava muito alegre e muito excitada.
Pergunta várias vezes o que ela sentia e só obtinha como resposta:
-Estou voltando a ser eu mesma tia.A antiga Valkíria está de volta.
Esta frase não foi bem recebida por Yulia.Estava achando tudo muito estranho .Sabia que Valkíria ainda estava doente e esta mudança repentina a estava deixando cismada.
Pergunta para Jussara o que acontecia e esta lhe responde que Valkíria estava se esquecendo de Marie,por causa de Guadalupe:
-Se esquecendo.Será?Sinto que sua alma ainda não está refeita.
-Espero que esteja enganada,dona Yulia.Ela está muito entusiasmada com esta moça .Mesmo dizendo que existe esta diferença de idade, ela está muito animada com Guadalupe.Acho que já está pensando em alguma coisa entre elas.
-E Guadalupe? Você notou algo da parte dela?
-Sim,isso é que me deixa sossegada dona Yulia.Ela gosta de Valkíria.
-Gosta? Gosta como?Ama?
-Acho que sim,notava seus olhares para cima de Valkíria.
-Então ela pode ser a salvação de minha sobrinha.Preciso conhecer esta moça.Só espero que Valkíria não se precipite .
-Como ? O que pode acontecer?
-Sei lá. Esta Guadalupe pelo que sei é bem mais jovem que Valkíria.Tenho medo que não aceite bem os modos de minha sobrinha.
-Modos? Sobre o que está dizendo?
-Bem....eu para tratar de Valkíria a fiz me contar como era o relacionamento dela com Marie.E vou ser honesta ,o que as duas faziam não era nada saudável em um bom relacionamento.Pelo menos para mim...
-O que elas faziam?
-Deixa de ser curiosa Jussara.Ri Yulia.Eu agi como uma psicóloga,não posso sair por aí falando coisas de meus pacientes ,não acha?
-Certo.Não precisa dizer mas acha que este comportamento pode estragar algo em relação à elas?
-Depende do que fizerem juntas e se agradar Guadalupe.Pelo pouco que sei dela é ainda bem nova .Será que está preparada para uma Valkíria?Tenho medo de uma relação assim.Pode ferir as duas.
-Você acha que Valkíria vai entrar assim de cabeça em uma relação com ela?Sei não dona Yulia,ela já sofreu muito .E ainda sofre.Por mais que diga que já superou.Ela ainda pensa em dona Marie.
-Mas então porque está assim toda animada com esta moça?
-Vou lá saber? Pergunta para ela.
-Não.Prefiro ficar observando suas reações. Sabe a idade de Guadalupe?
-Sim ,ela me disse que está com 22 anos.
-22 ? O semblante de Yulia se fecha .Fica pensativa uns minutos.Conjunturas aparecem em sua mente.Depois de pesar tudo bem ,ela dá um leve sorriso.
É.... pelo menos agora Valkíria vai ter uma relação com uma mulher mais jovem.Achava a diferença de idade dela com Marie um pouco demais.
-Quantos anos ela tinha ?
-Marie?
-Sim.
-Quando morreu tinha 48 anos e Valkíria estava com 33anos.Valkíria a conheceu quando tinha 28 anos.
-Pois é,é quase a mesma diferença de idade entre elas.Só que aqui a mais velha agora é Valkíria.Ela agora está com 38 anos.
-Não é isso que me deixa apreensiva.É outra coisa.
-Que coisa?
-Um dia eu te conto...é sobre o comportamento de Valkíria, em relação ao amar.
-Valkíria?
Os olhos de Guadalupe brilham de alegria, ao ver entrando no quarto, sua grande paixão.
Valkíria entra no quarto com duas taças ente os dedos e em uma sacola térmica duas garrafas de champagne.Parecia que estava sendo esperada.
-Sabia que estava aqui e vim para comemorarmos sua entrada no conservatório.Valkíria acha que Guadalupe já sabe que fora ela quem a convidara .
Pela cabeça de Guadalupe passa a idéia de quem falara de sua presença fora Mayka.
Com um sorriso imenso na boca , se atira nos braços de Valkíria e dá um abraço apertado ,querendo matar as saudades.
-Que bom! Estava morrendo de saudades de você.
Ainda sorridente ela vai dar um beijo no rosto de Valkíria que pressente ,virando o rosto na hora , recebe o beijo nos lábios.
Isso foi o suficiente para acender Guadalupe.
Valkíria deposita as taças na mesa e retira da bolsa as garrafas.
-Pois é ,vamos .Sei que está feliz de estar aqui.Então hora de brindarmos ao seu sucesso.
-Você trouxe champagne? Guadalupe olha feliz para as duas garrafas.É verdade ,você nem calcula a minha felicidade.Imagina só.Sou convidada. Já imaginou? Ser convidada? Nunca me passou que isso fosse possível de acontecer.
-E agora está feliz? Os olhos de Valkíria a olham atentamente.
-Muito.Muito mesmo.Sinto-me no céu.Não sei como vou fazer para agradecer madame Heranoff pelo convite.
-Agradecer? O sorriso agora já era enorme.Acha que deve agradecer? Como?
-Sei lá.Quem sabe com flores.Ainda vou descobrir.
-Sim, agradecer.Não tinha passado isso pela minha cabeça,mas agora estou gostando da idéia.
-Que idéia?
-Deixa para lá.Venha,sente-se aí na cama.Vamos brindar esta tua felicidade .
-Só uma taça Valkíria.Sou fraca com bebidas.
-Fraca? Como assim? Não gosta de champagne?
-Gostar eu gosto.Adoro.Mas quando bebo muito eu perco a percepção das coisas.Sabe...noção do que faço.Depois no outro dia eu não me recordo do que eu fiz.Isso eu não gosto .Por isso só um pouco.
-Não fique com medo.O que pode fazer aqui? É um conservatório.Não vai ter nenhum perigo.Nem vamos sair daqui.Se ficar meio bêbada, pode cair na cama e dormir.
-Pode até ser ,mas fico só no pouquinho ,está bem assim?
-Certo então.Vamos começar o brinde.
Ela abre a garrafa e enche as taças .Senta-se ao lado de Guadalupe na cama:
-Um brinde à sua entrada no conservatório.
Tocam as taças e bebem.
Ficam conversando um pouco ,Guadalupe contando sobre os professores do lugar.
Valkíria enche as taças de novo e levantando a sua:
-Agora um brinde aos professores que te receberam tão bem.
-Valkíria ,eu disse que ia tomar só uma taça.
-É só para um brinde ,vamos.Tim ,Tim.
Tocam as taças novamente.
Valkíria toma sua bebida e enche de novo a taça ,completando a de Guadalupe.
Ela vai reclamar ,mas um sorriso de Valkíria a impede.Com um sorriso para agradar sua paixão, ela toma a bebida.
E foram vários brindes.À escola ,à fazenda,à Colômbia ,ao Brasil,à Paris.....enfim logo estavam na segunda garrafa e uma Guadalupe totalmente alta e que começava a rir à toa.Uma ilesa Valkíria,super acostumada com bebidas .
Guadalupe já se sentindo tonta se joga de costas na cama.A taça emborca toda a bebida no chão.
Ela tenta levantar a cabeça mas não conseguindo ,começa a rir de sua situação:
-Olha...olha só...não te disse.... não te disse .... não agüento nem me levantar mais.De....derramei tudinho...
Valkíria tira a taça de suas mãos e guardando a sua também ,se joga ao seu lado, na cama. Recostada nos cotovelos, ela olha para Guadalupe .Os olhos desta brilham de alegria de ter seu amor ao seu lado.
Valkíria passa a mão em seus cabelos,retirando uns fios que ficaram grudados em seu rosto.
Guadalupe ao sentir os dedos no rosto ,fecha os olhos e dá um suspiro.
Valkíria sente um violento desejo se infiltrando em seu pensamento.Olha para a boca de Guadalupe e não se agüentando mais ,lhe dá um beijo sugado.Correspondido com muito entusiasmo e com uns braços que a seguram com força.Sua boca estava tentadoramente firme. Ela não resisti e a abraça com força pelo pescoço.
Guadalupe sentia que o beijo era avassalador parecendo querer a sua alma
O beijo vai se aprofundando, dando margem para outros pensamentos.....luxuria .... sexo....
Sem notarem ,logo as mãos de Valkíria estavam afastando sua camiseta retirando-a .As mãos de Valkíria lentamente sobem até os seios delicados.Ela se afasta um pouco e observa aquele corpo jovem
-Você é linda.Tem um corpo perfeito.Os seus seios são como duas frutas,pedindo para serem chupadas.Tudo é tão puro ,tudo tão virginal.Quero você para mim.Desde que te conheci não consigo parar de pensar em você.Minhas noites agora são de insônia.Só penso em você.Não agüento mais este tormento.
Ela para de falar.Seus lábios escorregam suavemente pelo pescoço de Guadalupe.Depois acaricia os bicos rosados dos seios palpitantes.
-Você ....Lupe,também me quer?
Os olhos de Guadalupe brilham de alegria, ao ver entrando no quarto, sua grande paixão.
Valkíria entra no quarto com duas taças ente os dedos e em uma sacola térmica duas garrafas de champagne.Parecia que estava sendo esperada.
-Sabia que estava aqui e vim para comemorarmos sua entrada no conservatório.Valkíria acha que Guadalupe já sabe que fora ela quem a convidara .
Pela cabeça de Guadalupe passa a idéia de quem falara de sua presença fora Mayka.
Com um sorriso imenso na boca , se atira nos braços de Valkíria e dá um abraço apertado ,querendo matar as saudades.
-Que bom! Estava morrendo de saudades de você.
Ainda sorridente ela vai dar um beijo no rosto de Valkíria que pressente ,virando o rosto na hora , recebe o beijo nos lábios.
Isso foi o suficiente para acender Guadalupe.
Valkíria deposita as taças na mesa e retira da bolsa as garrafas.
-Pois é ,vamos .Sei que está feliz de estar aqui.Então hora de brindarmos ao seu sucesso.
-Você trouxe champagne? Guadalupe olha feliz para as duas garrafas.É verdade ,você nem calcula a minha felicidade.Imagina só.Sou convidada. Já imaginou? Ser convidada? Nunca me passou que isso fosse possível de acontecer.
-E agora está feliz? Os olhos de Valkíria a olham atentamente.
-Muito.Muito mesmo.Sinto-me no céu.Não sei como vou fazer para agradecer madame Heranoff pelo convite.
-Agradecer? O sorriso agora já era enorme.Acha que deve agradecer? Como?
-Sei lá.Quem sabe com flores.Ainda vou descobrir.
-Sim, agradecer.Não tinha passado isso pela minha cabeça,mas agora estou gostando da idéia.
-Que idéia?
-Deixa para lá.Venha,sente-se aí na cama.Vamos brindar esta tua felicidade .
-Só uma taça Valkíria.Sou fraca com bebidas.
-Fraca? Como assim? Não gosta de champagne?
-Gostar eu gosto.Adoro.Mas quando bebo muito eu perco a percepção das coisas.Sabe...noção do que faço.Depois no outro dia eu não me recordo do que eu fiz.Isso eu não gosto .Por isso só um pouco.
-Não fique com medo.O que pode fazer aqui? É um conservatório.Não vai ter nenhum perigo.Nem vamos sair daqui.Se ficar meio bêbada, pode cair na cama e dormir.
-Pode até ser ,mas fico só no pouquinho ,está bem assim?
-Certo então.Vamos começar o brinde.
Ela abre a garrafa e enche as taças .Senta-se ao lado de Guadalupe na cama:
-Um brinde à sua entrada no conservatório.
Tocam as taças e bebem.
Ficam conversando um pouco ,Guadalupe contando sobre os professores do lugar.
Valkíria enche as taças de novo e levantando a sua:
-Agora um brinde aos professores que te receberam tão bem.
-Valkíria ,eu disse que ia tomar só uma taça.
-É só para um brinde ,vamos.Tim ,Tim.
Tocam as taças novamente.
Valkíria toma sua bebida e enche de novo a taça ,completando a de Guadalupe.
Ela vai reclamar ,mas um sorriso de Valkíria a impede.Com um sorriso para agradar sua paixão, ela toma a bebida.
E foram vários brindes.À escola ,à fazenda,à Colômbia ,ao Brasil,à Paris.....enfim logo estavam na segunda garrafa e uma Guadalupe totalmente alta e que começava a rir à toa.Uma ilesa Valkíria,super acostumada com bebidas .
Guadalupe já se sentindo tonta se joga de costas na cama.A taça emborca toda a bebida no chão.
Ela tenta levantar a cabeça mas não conseguindo ,começa a rir de sua situação:
-Olha...olha só...não te disse.... não te disse .... não agüento nem me levantar mais.De....derramei tudinho...
Valkíria tira a taça de suas mãos e guardando a sua também ,se joga ao seu lado, na cama. Recostada nos cotovelos, ela olha para Guadalupe .Os olhos desta brilham de alegria de ter seu amor ao seu lado.
Valkíria passa a mão em seus cabelos,retirando uns fios que ficaram grudados em seu rosto.
Guadalupe ao sentir os dedos no rosto ,fecha os olhos e dá um suspiro.
Valkíria sente um violento desejo se infiltrando em seu pensamento.Olha para a boca de Guadalupe e não se agüentando mais ,lhe dá um beijo sugado.Correspondido com muito entusiasmo e com uns braços que a seguram com força.Sua boca estava tentadoramente firme. Ela não resisti e a abraça com força pelo pescoço.
Guadalupe sentia que o beijo era avassalador parecendo querer a sua alma
O beijo vai se aprofundando, dando margem para outros pensamentos.....luxuria .... sexo....
Sem notarem ,logo as mãos de Valkíria estavam afastando sua camiseta retirando-a .As mãos de Valkíria lentamente sobem até os seios delicados.Ela se afasta um pouco e observa aquele corpo jovem
-Você é linda.Tem um corpo perfeito.Os seus seios são como duas frutas,pedindo para serem chupadas.Tudo é tão puro ,tudo tão virginal.Quero você para mim.Desde que te conheci não consigo parar de pensar em você.Minhas noites agora são de insônia.Só penso em você.Não agüento mais este tormento.
Ela para de falar.Seus lábios escorregam suavemente pelo pescoço de Guadalupe.Depois acaricia os bicos rosados dos seios palpitantes.
-Você ....Lupe,também me quer?
Capítulo 50. Desejo
[03/08/11]
[03/08/11]
Guadalupe estava dominada pela emoção,com isso nem conseguia falar.Seus pensamentos estavam à mil.Ao sentir os braços ao seu redor e os beijos nos seios ,abaixa as defesas que sempre teve na vida.Estava totalmente à mercê destas emoções que eram completamente novas .Eram tão novas que não sabia lidar com elas.Já tivera algumas namoradas mas foram só namoricos sem grandes conseqüências,nunca ficara com uma delas assim....na cama e nua.
Quando sentira o primeiro beijo e o abraço apertado ela só queria ficar o mais perto do corpo que tanto a atraia.Da mulher que elegera como a deusa de seus sonhos.
Valkíria com as mãos levanta seu rosto,toca seu queixo com a pontinha do dedo .Sua mão treme um pouco.Os beijos vão se aprofundando ,vão alastrando um fogo que queimava tudo.As carícias vão se tornando mais sensuais e ela arranca também sua camiseta.
Guadalupe percebe o quanto está excitada quando a mão de Valkíria passa lentamente por cima de sua calinha e faz uma leve carícia Não consegue pensar em mais nada.Está se entregando.
Mas .....Tchaikovsky entra na brincadeira ......
O som de uma música soa no quarto.
Guadalupe se afasta assustada e senta na cama:
-O que é isso? Tchaikovsky?
-Sim ,fala Valkíria apoiando-se nos cotovelos e se levantando É o Chocolate do Quebra-Nozes.Meu celular.
Ela pega o celular:
-Sim tia? O que aconteceu? ........Certo ,já vou.Sim, entendi.
Ela desliga e o joga de novo dentro da bolsa.Seu semblante está fechado ,ao entender o que sua tia lhe dissera.
-Sinto muito ,mas vou ter de sair,alguém me alertou .Ainda bem.Eu não devia ter feito isso .
Guadalupe fica vermelha ao ouvir isso.
-Ela sabia que você vinha aqui?
-Sim eu disse .Mas ela pelo que vejo, está ainda tomando conta de mim.Não quer que eu .....
Deixa para lá.
-O que ela disse?
-Para eu não entrar em alguma confusão .Ela vive me afastando de entrar em fria.
-Fria?Porque não disse à ela onde estava?
-Falar o que?Que eu estava aqui com você e fazendo o que íamos fazer?
-Não gostei de saber que sou uma fria para você.Obrigada ,me deixou muito feliz.
-Ora e você? Pode me dizer porque me aceitou assim tão depressa?
-Ora não me amole ,chego a odiar o que fiz.Já que sou uma fria .Tenho raiva de mim mesma por ter aceito seus beijos...
Guadalupe tinha vontade de chorar,estava frustrada e muito zangada.Não queria pensar mais nos beijos e no que estava para acontecer quando o celular as tirou de tudo.
Vá embora,preciso me levantar cedo,pois tenho de procurar a minha protetora para agradecer pelo convite.
-Como é? Você vai procurar quem?
Valkíria não entendeu .Recoloca a camiseta e se levanta.Guadalupe meio grogue faz o mesmo e se senta na cama.A raiva a fizera acordar de vez.
-Vou procurar madame Heranoff para agradecer o convite.Ou acha que venho para cá e vou ficar assim?
Valkíria começou a rir.Não acreditou no que ouvira.
-Então você não sabe mesmo quem é esta madame?
Guadalupe a olha , estranhando sua risada.Não gostou do modo de Valkíria perguntar sobre a sua benfeitora.
-Para com isso ,Valkíria.Porque ri? Não acha que devemos ser agradecidos às pessoas que nos ajudam?
-Claro ,claro.É que eu pensava que você soubesse quem é essa tal de madame Heranoff.É por isso.Quer dizer então que a linda mulher quer agradecer à ela? Adorei saber disso.E vai fazer o que como agradecimento?
-Fazer? O que você quer dizer com isso? Tenho de fazer alguma coisa?
-Olha,vou te contar dois segredos.Primeiro,eu fiquei sabendo que ela gosta de agradecimentos .... tipo assim....beijos... sabe como é....ficar....
-Beijos? Ela.....ela é....mas eu nem ...Valkíria? O que devo fazer? E se ela pedir algo deste tipo em troca da ajuda que me dá?
-Ora,se ela pedir....você faria o que? Iria com ela?
-Lógico que não! Que ela não se atreva! Prefiro ficar como era antes.
-Mas ela pode te abrir todas as portas no mundo da música,ela tem conhecimentos e muitas relações.Vai perder isso tudo?
-Prefiro voltar para casa.E continuar a ser o que eu sempre fui.Não vou ser marionete nas mãos dela.
-Mesmo? Os olhos de Valkíria brilham .Então ela não vai conseguir nada com você? E comigo? Você deixaria eu tentar algo?
-Para com isso Valkíria.Se continuar com essa conversa vou começar a te odiar e não...
-Não....? Não o que?
-Nada não .Vá embora.Quero dormir.
-Já estou indo.Não quer saber o segundo segredo?
-Mais um? O que mais vai me contar desta mulher? Que ela é muito feia? Desdentada? O que é ? Fala logo.
-Bem... Valkíria estava se divertindo,ela não é desdentada.O segredo é...vem aqui ,vou te contar no ouvido.
Guadalupe chega perto e é agarrada , recebendo um carinhoso beijo nos lábios...
......Eu sou a madame Heranoff.Boa noite linda.Isso é para provar que estou começando a te odiar também.
Dá outro beijo em seus lábios.
Valkíria sai fechando a porta.Deixa uma espantada Lupe que não conseguiu reagir à esta revelação.
Quando entendeu ,correu e abriu a porta.Mas não viu para que lado Valkíria fora.Corre até ao final do corredor mas não a vê.
Volta frustrada para o quarto:
-Ela? Ela é a dona daqui? Ela é a madame Heranoff? Mas ....mas ...então...
Fica pensativa sentada na cama.Está sem ação.
-Não posso negar mesmo,sinto uma enorme atração por ela.Mas o que farei? Ela me disse tudo aquilo sobre agradecimento ou foi brincadeira? Porque nunca me disse que era dona do conservatório?Será que vai querer ...um agradecimento.... E o que quis dizer com entrar em fria?
Guadalupe fica pensando em tudo o que fizeram e o que escutou.E se tocou de um detalhe:
-Será que ela veio aqui...para receber o meu agradecimento ? Foi isso? Só pode ser.Veio com champagne .Já sabia que eu estava aqui....à sua espera? É isso?
No outro dia ela procura por Margot em sua sala.
-Bom dia Guadalupe.Então? Gostou dos aposentos?É o melhor que tem aqui.
-Sim ,gostei muito.Dormi bem.Madame Margot ,posso perguntar uma coisa?
-Claro mas desconfio do que seja.É sobre madame Heranoff?
-Sim.Como sabia?
-Ela passou por aqui bem cedo.Fez mil recomendações sobre você.Anotei tudo.
-Recomendações? Porque?
-Bem ,ela tem uma grande estima por você e quer te ver realizada.Acho que é por isso.Ela me falou bem de você.
-É sobre isso que quero falar.Eu não sabia que Valkíria era madame Heranoff.
-Desconfiava disso .Você a conheceu onde?Trata-a pelo seu primeiro nome,devem ser muito amigas.
-Eu a conheci em sua fazenda ,lá no Brasil.Fiquei em sua casa por alguns dias.
-Menina! Você é muito sortuda.Ficar em companhia dela e em sua fazenda.Não é para qualquer um.
-Porque diz isso?
-Ela é muito fechada.Não gosta de misturar os assuntos do conservatório com sua vida particular,se bem que existiu Marie.Mas era assunto delas,não nos importava .
-E o que ela recomendou sobre mim?
-Muito exercício ,quer você sempre ao piano com um dos professores junto. Pretende te apresentar no espetáculo que damos no começo do mês.Curso integral .Te prepare ,vai ser muito puxado.
Como? Eu vou ter de me apresentar em um espetáculo daqui há um mês?
-Menos,menos.Daqui à vinte dias.Por isso,vamos ,vamos .Temos de tirar o atraso logo.Ela quer você bem preparada.
-Ela pensa que eu sou o que?Guadalupe não gostou das ordens recebidas.Cruza os braços com raiva.
Quando sentira o primeiro beijo e o abraço apertado ela só queria ficar o mais perto do corpo que tanto a atraia.Da mulher que elegera como a deusa de seus sonhos.
Valkíria com as mãos levanta seu rosto,toca seu queixo com a pontinha do dedo .Sua mão treme um pouco.Os beijos vão se aprofundando ,vão alastrando um fogo que queimava tudo.As carícias vão se tornando mais sensuais e ela arranca também sua camiseta.
Guadalupe percebe o quanto está excitada quando a mão de Valkíria passa lentamente por cima de sua calinha e faz uma leve carícia Não consegue pensar em mais nada.Está se entregando.
Mas .....Tchaikovsky entra na brincadeira ......
O som de uma música soa no quarto.
Guadalupe se afasta assustada e senta na cama:
-O que é isso? Tchaikovsky?
-Sim ,fala Valkíria apoiando-se nos cotovelos e se levantando É o Chocolate do Quebra-Nozes.Meu celular.
Ela pega o celular:
-Sim tia? O que aconteceu? ........Certo ,já vou.Sim, entendi.
Ela desliga e o joga de novo dentro da bolsa.Seu semblante está fechado ,ao entender o que sua tia lhe dissera.
-Sinto muito ,mas vou ter de sair,alguém me alertou .Ainda bem.Eu não devia ter feito isso .
Guadalupe fica vermelha ao ouvir isso.
-Ela sabia que você vinha aqui?
-Sim eu disse .Mas ela pelo que vejo, está ainda tomando conta de mim.Não quer que eu .....
Deixa para lá.
-O que ela disse?
-Para eu não entrar em alguma confusão .Ela vive me afastando de entrar em fria.
-Fria?Porque não disse à ela onde estava?
-Falar o que?Que eu estava aqui com você e fazendo o que íamos fazer?
-Não gostei de saber que sou uma fria para você.Obrigada ,me deixou muito feliz.
-Ora e você? Pode me dizer porque me aceitou assim tão depressa?
-Ora não me amole ,chego a odiar o que fiz.Já que sou uma fria .Tenho raiva de mim mesma por ter aceito seus beijos...
Guadalupe tinha vontade de chorar,estava frustrada e muito zangada.Não queria pensar mais nos beijos e no que estava para acontecer quando o celular as tirou de tudo.
Vá embora,preciso me levantar cedo,pois tenho de procurar a minha protetora para agradecer pelo convite.
-Como é? Você vai procurar quem?
Valkíria não entendeu .Recoloca a camiseta e se levanta.Guadalupe meio grogue faz o mesmo e se senta na cama.A raiva a fizera acordar de vez.
-Vou procurar madame Heranoff para agradecer o convite.Ou acha que venho para cá e vou ficar assim?
Valkíria começou a rir.Não acreditou no que ouvira.
-Então você não sabe mesmo quem é esta madame?
Guadalupe a olha , estranhando sua risada.Não gostou do modo de Valkíria perguntar sobre a sua benfeitora.
-Para com isso ,Valkíria.Porque ri? Não acha que devemos ser agradecidos às pessoas que nos ajudam?
-Claro ,claro.É que eu pensava que você soubesse quem é essa tal de madame Heranoff.É por isso.Quer dizer então que a linda mulher quer agradecer à ela? Adorei saber disso.E vai fazer o que como agradecimento?
-Fazer? O que você quer dizer com isso? Tenho de fazer alguma coisa?
-Olha,vou te contar dois segredos.Primeiro,eu fiquei sabendo que ela gosta de agradecimentos .... tipo assim....beijos... sabe como é....ficar....
-Beijos? Ela.....ela é....mas eu nem ...Valkíria? O que devo fazer? E se ela pedir algo deste tipo em troca da ajuda que me dá?
-Ora,se ela pedir....você faria o que? Iria com ela?
-Lógico que não! Que ela não se atreva! Prefiro ficar como era antes.
-Mas ela pode te abrir todas as portas no mundo da música,ela tem conhecimentos e muitas relações.Vai perder isso tudo?
-Prefiro voltar para casa.E continuar a ser o que eu sempre fui.Não vou ser marionete nas mãos dela.
-Mesmo? Os olhos de Valkíria brilham .Então ela não vai conseguir nada com você? E comigo? Você deixaria eu tentar algo?
-Para com isso Valkíria.Se continuar com essa conversa vou começar a te odiar e não...
-Não....? Não o que?
-Nada não .Vá embora.Quero dormir.
-Já estou indo.Não quer saber o segundo segredo?
-Mais um? O que mais vai me contar desta mulher? Que ela é muito feia? Desdentada? O que é ? Fala logo.
-Bem... Valkíria estava se divertindo,ela não é desdentada.O segredo é...vem aqui ,vou te contar no ouvido.
Guadalupe chega perto e é agarrada , recebendo um carinhoso beijo nos lábios...
......Eu sou a madame Heranoff.Boa noite linda.Isso é para provar que estou começando a te odiar também.
Dá outro beijo em seus lábios.
Valkíria sai fechando a porta.Deixa uma espantada Lupe que não conseguiu reagir à esta revelação.
Quando entendeu ,correu e abriu a porta.Mas não viu para que lado Valkíria fora.Corre até ao final do corredor mas não a vê.
Volta frustrada para o quarto:
-Ela? Ela é a dona daqui? Ela é a madame Heranoff? Mas ....mas ...então...
Fica pensativa sentada na cama.Está sem ação.
-Não posso negar mesmo,sinto uma enorme atração por ela.Mas o que farei? Ela me disse tudo aquilo sobre agradecimento ou foi brincadeira? Porque nunca me disse que era dona do conservatório?Será que vai querer ...um agradecimento.... E o que quis dizer com entrar em fria?
Guadalupe fica pensando em tudo o que fizeram e o que escutou.E se tocou de um detalhe:
-Será que ela veio aqui...para receber o meu agradecimento ? Foi isso? Só pode ser.Veio com champagne .Já sabia que eu estava aqui....à sua espera? É isso?
No outro dia ela procura por Margot em sua sala.
-Bom dia Guadalupe.Então? Gostou dos aposentos?É o melhor que tem aqui.
-Sim ,gostei muito.Dormi bem.Madame Margot ,posso perguntar uma coisa?
-Claro mas desconfio do que seja.É sobre madame Heranoff?
-Sim.Como sabia?
-Ela passou por aqui bem cedo.Fez mil recomendações sobre você.Anotei tudo.
-Recomendações? Porque?
-Bem ,ela tem uma grande estima por você e quer te ver realizada.Acho que é por isso.Ela me falou bem de você.
-É sobre isso que quero falar.Eu não sabia que Valkíria era madame Heranoff.
-Desconfiava disso .Você a conheceu onde?Trata-a pelo seu primeiro nome,devem ser muito amigas.
-Eu a conheci em sua fazenda ,lá no Brasil.Fiquei em sua casa por alguns dias.
-Menina! Você é muito sortuda.Ficar em companhia dela e em sua fazenda.Não é para qualquer um.
-Porque diz isso?
-Ela é muito fechada.Não gosta de misturar os assuntos do conservatório com sua vida particular,se bem que existiu Marie.Mas era assunto delas,não nos importava .
-E o que ela recomendou sobre mim?
-Muito exercício ,quer você sempre ao piano com um dos professores junto. Pretende te apresentar no espetáculo que damos no começo do mês.Curso integral .Te prepare ,vai ser muito puxado.
Como? Eu vou ter de me apresentar em um espetáculo daqui há um mês?
-Menos,menos.Daqui à vinte dias.Por isso,vamos ,vamos .Temos de tirar o atraso logo.Ela quer você bem preparada.
-Ela pensa que eu sou o que?Guadalupe não gostou das ordens recebidas.Cruza os braços com raiva.
Capítulo 51.Como uma prisioneira
[03/08/11]
[03/08/11]
-Não sei,mas vamos ,temos de obedecer.Ela manda aqui.Venha,vamos começar o dia ,quero lhe apresentar o seu professor ....acho que já o conheceu ontem.Vai começar com composição.É o que quer não?Então....ao trabalho.Já tem muita noção de música então vai se dedicar à composição.Já é uma eximia pianista agora vamos só aparar as arestas e estará prontinha para os grandes maestros.É isso que ela quer.
Guadalupe só conseguiu parar e ter um pouco de sossego na hora do almoço.Mas foi pouco tempo.
Passa o tempo todo junto aos professores.Estuda métodos ,técnicas.Quando chega a noite só tem tempo de um banho ,comer algo bem rápido e cair na cama.Mas cansada como anda seus sonhos são povoados por cifras,tablaturas ,partituras.....
Pois mesmo dizendo aos professores que seu instrumento era o piano é obrigada a entender de vários instrumentos .Vai aprendendo a compor.
-Madame quer uma composição sua na apresentação.Temos pouco tempo.E para isso você tem de entender um pouco mais de outros instrumentos.Composição .....
-Uma composição?
Aquilo deixou Guadalupe super apavorada e foi atrás de Margot:
-Não dá Madame.Não conseguirei compor nada. É muito pouco tempo.
-Não se preocupe.Tenho certeza que madame não vai querer uma composição sua .É mais um método de estudo.
-Ela é maluca ou o quê?
-Não é ,se bem que ficou muito doente com a morte de Marie.Tanto é que está só voltando agora.Mas pelo que vi e notei ela está com a cabeça no lugar novamente.
-Cabeça no lugar? O que aconteceu com ela?
-Ela não te contou? Se ela não falou nada eu é que não vou abrir minha boca.Uma hora você ficará sabendo de tudo.
-Espero mesmo.Mas eu gostaria de ter um dia ao menos de folga.Já estou nesta loucura há duas semanas.Onde está Valkíria? Não a vi mais.Quero falar com ela.
-Ela vem sempre aqui.Não tem se encontrado com ela? Estranho,ela sempre volta contando sobre seu progresso.Pensei que vocês conversavam.
-Então ela vem e me vê? Mas....porque não me procura mais como fez da primeira vez?
Guadalupe volta para seu quarto , triste.Seu coração ficara magoado ao saber que Valkíria estava sempre presente no conservatório mas a estava evitando.
-Ela me evita,então porque me beijou naquela noite?Parecia que ....queria algo comigo....será isso? Agora me evita?
Guadalupe não acha graça no que começa a germinar em sua cabeça.São pensamentos meio desconexos mas todos levam sempre para um mesmo lugar.Ela gosta de Valkíria e na primeira vez que ficaram mais juntas ela estava se entregando .Mas é rejeitada ,mesmo sentindo um começo gostoso da relação tão sonhada.
-Ela me rejeitou. Porque ? Me disse que eu era uma fria.O que será que isso significa?Mas não vou atrás dela mais.Não vou perguntar o motivo.Se ela não me quer eu vou continuar minha vida.Mesmo a amando como eu a amo.Não vou me humilhar e me arrastar aos seus pés.Não vou implorar amor.
Mais uma semana ela fica nesta correria mas no final, se revolta.Não estava achando graça mais em nada.
Sua revolta recebe apoio de uma de suas colegas.Uma nova amiga.
Loren Moser,uma moça de origem germânica,muito bonita ,alta, de longos cabelos loiros.Olhos verdes muito expressivos.Logo no começo de seu curso as duas passaram a conversar .Loren também era uma convidada.Já estava no conservatório há alguns anos anos.Fora descoberta por Marie .
Nestes poucos dias , em que o assunto era só música, as duas começaram a se conhecer e quase que instantaneamente Loren passa a ser o muro das lamentações ,para Guadalupe.
Nos minutos de refeição lá está ela choramingando a sua paixão.No começo Loren não ligou mas como o assunto envolvia a dona do conservatório ela se interessa.
-Mas Guadalupe,não tinha outra para você começar a gostar? E ainda por cima é uma mulher.Não que eu seja contra o seu gostar ,mas....
-Mas o que Loren? No coração não se manda.Desde a primeira vez que a vi, ele já se apaixonou por ela.E aos poucos esta paixão fincou raízes.Agora está difícil de ser podada.
-Bem,mas o que pretende fazer? Ela pelo que entendi parece gostar de você.Mas tem medo de alguma coisa.Precisa descobrir o que é.
-Não ! Não vou mais procurar saber nada.Quero sim é poder sair daqui.Nem que seja só um pouco.Estou ficando sufocada.
-Do conservatório? E porque não sai? Não somos prisioneiras.
-Não? Eu me sinto assim.E você? Quantas vezes saiu para passear?
-Bem....Loren para um pouco para pensar.Realmente acho que neste tempo eu só sai daqui para ir em minha cidade visitar os meus pais.Isso nas férias.
-Viu? Nem passeia pela cidade.Está aqui este tempo todo e só sai para ir em sua casa.
-Mas se eu quiser posso sair.É que nunca tive ninguém para passear comigo .A maioria dos estudantes são homens e já bem mais velhos que eu.
-Bem,eu agora estou aqui.Que tal sairmos?
-Vamos falar com madame Margot .
Mas Margot seguindo instruções de Valkíria diz um sonoro não.
-Você Guadalupe deve ficar mais é estudando do que passeando.Madame quer seu preparo.O dia está chegando.
-Mas eu estou estudando e muito .Não sei se vou me apresentar neste dia .
-Não?
-Não?
Madame Margot e Loren perguntam ao mesmo tempo.
-Mas o que está me dizendo ? Posso saber o motivo? Margot ficou nervosa com esta perspectiva.
-Sabe madame,eu realmente não imaginava que ser convidada seria assim.Todos os dias e todas as horas .Estou cansada.
-Estranho mesmo ,completa Loren,comigo não foi assim.Estou aqui há mais tempo e nunca estudei tanto como está fazendo Guadalupe nestas últimas semanas.
-É verdade? Isso eu não sabia Loren.Porque não me disse isso antes?Guadalupe achava que isso era com todos os convidados.
-Pensei que fosse você que tivesse pedido assim Lupe.Não foi?
-Claro que não.Fui convidada mas estou vendo que comigo está sendo diferente.Posso saber o motivo, madame Margot?
-Olha,realmente não é nosso sistema .Quem quis assim foi madame Heranoff.Disse que queria te preparar para a apresentação.Se quer saber mais vai ter de conversar com ela.
-Com ela? Mas eu nem a tenho visto nestes dias.Como falar com ela?E sabe de uma coisa? Não quero mais conversa.
-Não? Margot estranhou o seu modo de falar.Porque? brigaram?
-Antes fosse.Fala para ela que eu saí com Loren. Preciso respirar um pouco.Vamos Loren,vamos passear por Paris.
Guadalupe só conseguiu parar e ter um pouco de sossego na hora do almoço.Mas foi pouco tempo.
Passa o tempo todo junto aos professores.Estuda métodos ,técnicas.Quando chega a noite só tem tempo de um banho ,comer algo bem rápido e cair na cama.Mas cansada como anda seus sonhos são povoados por cifras,tablaturas ,partituras.....
Pois mesmo dizendo aos professores que seu instrumento era o piano é obrigada a entender de vários instrumentos .Vai aprendendo a compor.
-Madame quer uma composição sua na apresentação.Temos pouco tempo.E para isso você tem de entender um pouco mais de outros instrumentos.Composição .....
-Uma composição?
Aquilo deixou Guadalupe super apavorada e foi atrás de Margot:
-Não dá Madame.Não conseguirei compor nada. É muito pouco tempo.
-Não se preocupe.Tenho certeza que madame não vai querer uma composição sua .É mais um método de estudo.
-Ela é maluca ou o quê?
-Não é ,se bem que ficou muito doente com a morte de Marie.Tanto é que está só voltando agora.Mas pelo que vi e notei ela está com a cabeça no lugar novamente.
-Cabeça no lugar? O que aconteceu com ela?
-Ela não te contou? Se ela não falou nada eu é que não vou abrir minha boca.Uma hora você ficará sabendo de tudo.
-Espero mesmo.Mas eu gostaria de ter um dia ao menos de folga.Já estou nesta loucura há duas semanas.Onde está Valkíria? Não a vi mais.Quero falar com ela.
-Ela vem sempre aqui.Não tem se encontrado com ela? Estranho,ela sempre volta contando sobre seu progresso.Pensei que vocês conversavam.
-Então ela vem e me vê? Mas....porque não me procura mais como fez da primeira vez?
Guadalupe volta para seu quarto , triste.Seu coração ficara magoado ao saber que Valkíria estava sempre presente no conservatório mas a estava evitando.
-Ela me evita,então porque me beijou naquela noite?Parecia que ....queria algo comigo....será isso? Agora me evita?
Guadalupe não acha graça no que começa a germinar em sua cabeça.São pensamentos meio desconexos mas todos levam sempre para um mesmo lugar.Ela gosta de Valkíria e na primeira vez que ficaram mais juntas ela estava se entregando .Mas é rejeitada ,mesmo sentindo um começo gostoso da relação tão sonhada.
-Ela me rejeitou. Porque ? Me disse que eu era uma fria.O que será que isso significa?Mas não vou atrás dela mais.Não vou perguntar o motivo.Se ela não me quer eu vou continuar minha vida.Mesmo a amando como eu a amo.Não vou me humilhar e me arrastar aos seus pés.Não vou implorar amor.
Mais uma semana ela fica nesta correria mas no final, se revolta.Não estava achando graça mais em nada.
Sua revolta recebe apoio de uma de suas colegas.Uma nova amiga.
Loren Moser,uma moça de origem germânica,muito bonita ,alta, de longos cabelos loiros.Olhos verdes muito expressivos.Logo no começo de seu curso as duas passaram a conversar .Loren também era uma convidada.Já estava no conservatório há alguns anos anos.Fora descoberta por Marie .
Nestes poucos dias , em que o assunto era só música, as duas começaram a se conhecer e quase que instantaneamente Loren passa a ser o muro das lamentações ,para Guadalupe.
Nos minutos de refeição lá está ela choramingando a sua paixão.No começo Loren não ligou mas como o assunto envolvia a dona do conservatório ela se interessa.
-Mas Guadalupe,não tinha outra para você começar a gostar? E ainda por cima é uma mulher.Não que eu seja contra o seu gostar ,mas....
-Mas o que Loren? No coração não se manda.Desde a primeira vez que a vi, ele já se apaixonou por ela.E aos poucos esta paixão fincou raízes.Agora está difícil de ser podada.
-Bem,mas o que pretende fazer? Ela pelo que entendi parece gostar de você.Mas tem medo de alguma coisa.Precisa descobrir o que é.
-Não ! Não vou mais procurar saber nada.Quero sim é poder sair daqui.Nem que seja só um pouco.Estou ficando sufocada.
-Do conservatório? E porque não sai? Não somos prisioneiras.
-Não? Eu me sinto assim.E você? Quantas vezes saiu para passear?
-Bem....Loren para um pouco para pensar.Realmente acho que neste tempo eu só sai daqui para ir em minha cidade visitar os meus pais.Isso nas férias.
-Viu? Nem passeia pela cidade.Está aqui este tempo todo e só sai para ir em sua casa.
-Mas se eu quiser posso sair.É que nunca tive ninguém para passear comigo .A maioria dos estudantes são homens e já bem mais velhos que eu.
-Bem,eu agora estou aqui.Que tal sairmos?
-Vamos falar com madame Margot .
Mas Margot seguindo instruções de Valkíria diz um sonoro não.
-Você Guadalupe deve ficar mais é estudando do que passeando.Madame quer seu preparo.O dia está chegando.
-Mas eu estou estudando e muito .Não sei se vou me apresentar neste dia .
-Não?
-Não?
Madame Margot e Loren perguntam ao mesmo tempo.
-Mas o que está me dizendo ? Posso saber o motivo? Margot ficou nervosa com esta perspectiva.
-Sabe madame,eu realmente não imaginava que ser convidada seria assim.Todos os dias e todas as horas .Estou cansada.
-Estranho mesmo ,completa Loren,comigo não foi assim.Estou aqui há mais tempo e nunca estudei tanto como está fazendo Guadalupe nestas últimas semanas.
-É verdade? Isso eu não sabia Loren.Porque não me disse isso antes?Guadalupe achava que isso era com todos os convidados.
-Pensei que fosse você que tivesse pedido assim Lupe.Não foi?
-Claro que não.Fui convidada mas estou vendo que comigo está sendo diferente.Posso saber o motivo, madame Margot?
-Olha,realmente não é nosso sistema .Quem quis assim foi madame Heranoff.Disse que queria te preparar para a apresentação.Se quer saber mais vai ter de conversar com ela.
-Com ela? Mas eu nem a tenho visto nestes dias.Como falar com ela?E sabe de uma coisa? Não quero mais conversa.
-Não? Margot estranhou o seu modo de falar.Porque? brigaram?
-Antes fosse.Fala para ela que eu saí com Loren. Preciso respirar um pouco.Vamos Loren,vamos passear por Paris.
Capítulo 52. As cartas
[03/08/11]
[03/08/11]
Valkíria quando fora chamada ao celular por sua tia em sua primeira noite junto à Guadalupe, corre para seu apartamento e acha Yulia a esperando.
-Tia? Posso saber o motivo real de sua chamada?
-Valkíria,precisamos ter uma conversa séria.Sabe quem esteve aqui ,logo que você saiu?
-Aqui? Quem ? Valkíria se joga no sofá da sala.Está cansada .
-Dona Brígida.
-A mãe da Jussara? O que ela queria?
-Me disse que a Jussara chegara e lhe contara como você estava.Ela ficou impressionada ao saber que você estava de volta e resolveu que era hora de te mostrar as cartas.
-Cartas?Que cartas?
-Valkíria,ela guardou todas as cartas que Marie levou naquela fatídica noite ao camarim.Lembra-se disso ? Não lembra?
-Sim ...claro .A voz de Valkíria agora era mais contida.Como não me lembrar delas?Ficaram com ela?
-Sim,ela as guardou.Quer te entregar.
-Para que?Eu não as quero .
-Valkíria ,eu estive conversando com ela e pelo que entendi ,ela as leu.Tanto as cartas como também a carta que estava com Marie.
-Que carta?
-Não sabia disso? Marie tinha uma carta de despedida ,dizendo o motivo de seu suicídio.
-Isso eu fiquei sabendo.Ela está com esta carta também?Não ficou com a polícia?
-Eles entregaram depois à ela.Ela leu e ...Valkíria ela achou tudo muito estranho.
-Estranho? Não é para ser estranho? Droga tia.Por que este assunto logo agora?
-Para você ficar livre deste passado.Ele te atrapalha ainda ,filha.Você se culpa pelo que Marie fez.
-E em que estas cartas vão ajudar? Todo mundo já sabia delas.
-Mas Brígida esteve estes anos lendo e relendo e descobriu uma coisa que ninguém tinha percebido.
-Mas descobriu só agora?
-Bem ela só agora teve acesso à uma carta de Mayka.
-Mayka? Como assim?O que ela tem a ver com tudo isso?
-Mayka escreveu para ela ,perguntando se ela não queria trabalhar na fábrica com a filha dela.
-Ó timo .Ela aceitou?
-Sim ,mas o que mais interessa é a letra.
-Tia,vá direto ao final.Estou cansada.
-Bem,certo.A letra das cartas e a da despedida de Marie são de Mayka.Ela escreveu as cartas, todas elas.
-Mayka? Ela ... foi ela quem escreveu? Como pode ser isso?Por qual motivo?
Valkíria se levanta do sofá.Sente o sangue subir à cabeça.Porque ela fez isso?
-Você deve perguntar à ela.
-Quero ver estas cartas.Onde estão?
-Ela vai trazer amanhã cedo.Trará também a carta que Mayka lhe escreveu sobre o emprego.
-Tia? O que acontece? Você sabe de algo que eu ignoro?
Valkíria agora está alerta.Desconfia de algo mas não sabe de que se trata.Nota que sua tia está escondendo e disfarçando o assunto quando pergunta.
-Nada de concreto filha.Não posso dizer o que desconfio ,mas tão logo eu tenha certeza te conto.Não escondo nada mas não posso ir dizendo de minhas suspeitas .
-Suspeitas....sobre Mayka? É sobre ela?
-Mais ou menos ,já disse que não tenho certeza.Estou em investigação.Depois te conto já disse.
-Quero falar com Mayka.Ela passou lá no conservatório,sabe onde ela fica quando vem à Paris?
-Não tenho idéia.Nunca fomos de conversar.
-Cadê o numero do telefone de Marina? Vou perguntar à ela se sabe onde sua mãe fica.
Valkíria telefona para Marina,filha de Mayka.
-Valkíria? Mamãe disse que ia te procurar.Sabe ,ela recebeu uma mensagem de Nilza,é o papai.Parece que está doente de novo e chama por ela.Acho que quer voltar para a fazenda.
-Enzo? Mas eu saí de lá há dois dias e ele estava bem. O que houve?
-Não sei mas parece que ele andou se metendo à cowboy.E um animal o chifrou.Coisa leve de acordo com Nilza ,mas ele está fazendo um drama .Ela ficou nervosa.
-Mas eu tenho de falar antes com ela.Fala para me ligar .
-Certo .É coisa muito urgente? Se for eu peço para ela ligar hoje .
-É sobre umas cartas que ela escreveu.Quero saber do que se trata.
-Falo com ela.Não se preocupe.
Valkíria toma seu banho.Seus pensamentos não saem de Guadalupe.
-Eu gosto dela.E ela gosta de mim,deu para notar como fica ao meu lado.Foi só eu beijá-la e ela estava me querendo.Eu a quero .Preciso dela.Ela me revigora.
Seus pensamentos são interrompidos com Yulia a chamando:
-Filha, Mayka ao telefone.
-Mayka? Preciso falar com você ,urgente.Valkíria saíra do banho ,pingando água ,estava possessa com sua governanta.
-Não vai dar Valkíria estou de volta ao Brasil,o Enzo não está bem.
-Marina falou com você sobre as cartas?
-De que cartas está falando ? Não sei de nenhuma carta e agora não poderemos falar pois estou tentando um vôo para o Brasil.
-Nada disso Mayka, eu fiquei sabendo que foi você quem escreveu as cartas.
-Que é isso Valkíria? Como eu poderia escrever as cartas? Marie as achou no seu armário.
Valkíria resolve trucar com Mayka.
-Do que você está falando Mayka?
-Não está falando das cartas que Marie achou em suas gavetas?Mayka levara um susto.
-Como sabe das cartas Mayka?Ela me disse que não mostrara à ninguém. Como você sabe delas?
-Não sei....eu ...eu acho que ouvi. E você acaba de me perguntar sobre as cartas.Não tenho tempo agora Valkíria.Depois falamos.
-Espera Mayka.Preciso esclarecer isso...e a carta que estava com ela? Me disseram que é sua letra e não a de Marie.Foi você quem a escreveu?
Mayka assustada desliga o telefone.O medo a fez perder totalmente o controle.
-Ela desligou tia.Quando falei da letra ela desligou.Então foi ela quem escreveu?Tia? O que Mayka quer ? Você sabe? Não estou entendendo nada.
-Sabe Valkíria ,venha aqui,sente-se e me ouça com atenção.
Mayka sonha em voltar para a Rússia.Mas quer voltar por cima,não mais como uma empregada.Aposto que você não sabe o motivo que saí da casa da fazenda e fui morar lá nomeio da reserva.
-Ela tem alguma coisa com isso?
-Sim,tão logo soube que você ia morar na fazenda e que ela iria com você eu me mandei.Não queria ter de ficar olhando para ela todos os dias.Jussara me avisou sobre ela.Já a conhecia há muito tempo ,sabia quem era Mayka.E o que planejava desde que sua família saiu da Rússia.
-De onde a conhecia? Da fábrica de perfumes?
-Não,ela nunca trabalhou lá.Ela andou de namoro com papai.Seu avô.E olha que ela já era casada.Deu em cima de papai ,sem medir as conseqüências.Ele não a mandou embora por consideração à família dela.E por ela ser bem mais velha que ele.
-Vovô Mauricio namorou Mayka? Mas e a vovó?
-Ainda bem que mamãe nunca soube disso.Mas as empregadas da casa sabiam e Brígida era uma delas.Elas viam as investidas dela para cima dele.E o que vivia dizendo.
-Mas ...ela já tinha marido e Marina?
-Pois é .Ela chegou a dizer que Marina era filha dele.Mas ficou provado que não era.Ela se desesperou .
-Mas o que ela queria?
-Tudo.Queria ser a dona de tudo.E por isso foi com você para a fazenda.Ela se achava no direito de sua posse.Queria estar perto de você e controlar tudo.
-Tia? O que tem tudo isso a ver com minha vida e as cartas de Marie?
-Acho que tem muita coisa.Mas só cheguei até aí.Preciso descobrir mais .
-Mayka? Então..ela não é minha amiga.... pelo contrário...sempre foi uma inimiga? Junto de mim e minha inimiga? Ela vai se ver comigo .
-Tia? Posso saber o motivo real de sua chamada?
-Valkíria,precisamos ter uma conversa séria.Sabe quem esteve aqui ,logo que você saiu?
-Aqui? Quem ? Valkíria se joga no sofá da sala.Está cansada .
-Dona Brígida.
-A mãe da Jussara? O que ela queria?
-Me disse que a Jussara chegara e lhe contara como você estava.Ela ficou impressionada ao saber que você estava de volta e resolveu que era hora de te mostrar as cartas.
-Cartas?Que cartas?
-Valkíria,ela guardou todas as cartas que Marie levou naquela fatídica noite ao camarim.Lembra-se disso ? Não lembra?
-Sim ...claro .A voz de Valkíria agora era mais contida.Como não me lembrar delas?Ficaram com ela?
-Sim,ela as guardou.Quer te entregar.
-Para que?Eu não as quero .
-Valkíria ,eu estive conversando com ela e pelo que entendi ,ela as leu.Tanto as cartas como também a carta que estava com Marie.
-Que carta?
-Não sabia disso? Marie tinha uma carta de despedida ,dizendo o motivo de seu suicídio.
-Isso eu fiquei sabendo.Ela está com esta carta também?Não ficou com a polícia?
-Eles entregaram depois à ela.Ela leu e ...Valkíria ela achou tudo muito estranho.
-Estranho? Não é para ser estranho? Droga tia.Por que este assunto logo agora?
-Para você ficar livre deste passado.Ele te atrapalha ainda ,filha.Você se culpa pelo que Marie fez.
-E em que estas cartas vão ajudar? Todo mundo já sabia delas.
-Mas Brígida esteve estes anos lendo e relendo e descobriu uma coisa que ninguém tinha percebido.
-Mas descobriu só agora?
-Bem ela só agora teve acesso à uma carta de Mayka.
-Mayka? Como assim?O que ela tem a ver com tudo isso?
-Mayka escreveu para ela ,perguntando se ela não queria trabalhar na fábrica com a filha dela.
-Ó timo .Ela aceitou?
-Sim ,mas o que mais interessa é a letra.
-Tia,vá direto ao final.Estou cansada.
-Bem,certo.A letra das cartas e a da despedida de Marie são de Mayka.Ela escreveu as cartas, todas elas.
-Mayka? Ela ... foi ela quem escreveu? Como pode ser isso?Por qual motivo?
Valkíria se levanta do sofá.Sente o sangue subir à cabeça.Porque ela fez isso?
-Você deve perguntar à ela.
-Quero ver estas cartas.Onde estão?
-Ela vai trazer amanhã cedo.Trará também a carta que Mayka lhe escreveu sobre o emprego.
-Tia? O que acontece? Você sabe de algo que eu ignoro?
Valkíria agora está alerta.Desconfia de algo mas não sabe de que se trata.Nota que sua tia está escondendo e disfarçando o assunto quando pergunta.
-Nada de concreto filha.Não posso dizer o que desconfio ,mas tão logo eu tenha certeza te conto.Não escondo nada mas não posso ir dizendo de minhas suspeitas .
-Suspeitas....sobre Mayka? É sobre ela?
-Mais ou menos ,já disse que não tenho certeza.Estou em investigação.Depois te conto já disse.
-Quero falar com Mayka.Ela passou lá no conservatório,sabe onde ela fica quando vem à Paris?
-Não tenho idéia.Nunca fomos de conversar.
-Cadê o numero do telefone de Marina? Vou perguntar à ela se sabe onde sua mãe fica.
Valkíria telefona para Marina,filha de Mayka.
-Valkíria? Mamãe disse que ia te procurar.Sabe ,ela recebeu uma mensagem de Nilza,é o papai.Parece que está doente de novo e chama por ela.Acho que quer voltar para a fazenda.
-Enzo? Mas eu saí de lá há dois dias e ele estava bem. O que houve?
-Não sei mas parece que ele andou se metendo à cowboy.E um animal o chifrou.Coisa leve de acordo com Nilza ,mas ele está fazendo um drama .Ela ficou nervosa.
-Mas eu tenho de falar antes com ela.Fala para me ligar .
-Certo .É coisa muito urgente? Se for eu peço para ela ligar hoje .
-É sobre umas cartas que ela escreveu.Quero saber do que se trata.
-Falo com ela.Não se preocupe.
Valkíria toma seu banho.Seus pensamentos não saem de Guadalupe.
-Eu gosto dela.E ela gosta de mim,deu para notar como fica ao meu lado.Foi só eu beijá-la e ela estava me querendo.Eu a quero .Preciso dela.Ela me revigora.
Seus pensamentos são interrompidos com Yulia a chamando:
-Filha, Mayka ao telefone.
-Mayka? Preciso falar com você ,urgente.Valkíria saíra do banho ,pingando água ,estava possessa com sua governanta.
-Não vai dar Valkíria estou de volta ao Brasil,o Enzo não está bem.
-Marina falou com você sobre as cartas?
-De que cartas está falando ? Não sei de nenhuma carta e agora não poderemos falar pois estou tentando um vôo para o Brasil.
-Nada disso Mayka, eu fiquei sabendo que foi você quem escreveu as cartas.
-Que é isso Valkíria? Como eu poderia escrever as cartas? Marie as achou no seu armário.
Valkíria resolve trucar com Mayka.
-Do que você está falando Mayka?
-Não está falando das cartas que Marie achou em suas gavetas?Mayka levara um susto.
-Como sabe das cartas Mayka?Ela me disse que não mostrara à ninguém. Como você sabe delas?
-Não sei....eu ...eu acho que ouvi. E você acaba de me perguntar sobre as cartas.Não tenho tempo agora Valkíria.Depois falamos.
-Espera Mayka.Preciso esclarecer isso...e a carta que estava com ela? Me disseram que é sua letra e não a de Marie.Foi você quem a escreveu?
Mayka assustada desliga o telefone.O medo a fez perder totalmente o controle.
-Ela desligou tia.Quando falei da letra ela desligou.Então foi ela quem escreveu?Tia? O que Mayka quer ? Você sabe? Não estou entendendo nada.
-Sabe Valkíria ,venha aqui,sente-se e me ouça com atenção.
Mayka sonha em voltar para a Rússia.Mas quer voltar por cima,não mais como uma empregada.Aposto que você não sabe o motivo que saí da casa da fazenda e fui morar lá nomeio da reserva.
-Ela tem alguma coisa com isso?
-Sim,tão logo soube que você ia morar na fazenda e que ela iria com você eu me mandei.Não queria ter de ficar olhando para ela todos os dias.Jussara me avisou sobre ela.Já a conhecia há muito tempo ,sabia quem era Mayka.E o que planejava desde que sua família saiu da Rússia.
-De onde a conhecia? Da fábrica de perfumes?
-Não,ela nunca trabalhou lá.Ela andou de namoro com papai.Seu avô.E olha que ela já era casada.Deu em cima de papai ,sem medir as conseqüências.Ele não a mandou embora por consideração à família dela.E por ela ser bem mais velha que ele.
-Vovô Mauricio namorou Mayka? Mas e a vovó?
-Ainda bem que mamãe nunca soube disso.Mas as empregadas da casa sabiam e Brígida era uma delas.Elas viam as investidas dela para cima dele.E o que vivia dizendo.
-Mas ...ela já tinha marido e Marina?
-Pois é .Ela chegou a dizer que Marina era filha dele.Mas ficou provado que não era.Ela se desesperou .
-Mas o que ela queria?
-Tudo.Queria ser a dona de tudo.E por isso foi com você para a fazenda.Ela se achava no direito de sua posse.Queria estar perto de você e controlar tudo.
-Tia? O que tem tudo isso a ver com minha vida e as cartas de Marie?
-Acho que tem muita coisa.Mas só cheguei até aí.Preciso descobrir mais .
-Mayka? Então..ela não é minha amiga.... pelo contrário...sempre foi uma inimiga? Junto de mim e minha inimiga? Ela vai se ver comigo .
Capítulo 53. Controle férreo
[03/08/11]
[03/08/11]
E Mayka desaparece.Consegue um vôo para voltar ao Brasil.Não quer conversar com Valkíria.E como sabe que esta não volta mais para a fazenda ,se refugia nela.Sente o peso da idade e tem medo das conseqüências de seus atos no passado recente de Valkíria.Até agora fizera muita coisa e não conseguira seu intento.Botar as mãos nas riquezas da família.E sua cabeça já há muito perturbada vai aos poucos se descontrolando mais e mais.
Valkíria depois de descobrir que Mayka já não se encontrava mais na França ,resolve dedicar o seu tempo à Guadalupe.O dia da apresentação dos alunos do conservatório era mais importante .Neste dia os críticos ficavam de olhos nos possíveis futuros mestres .E seu conservatório era muito visado pela fama que adquirira nestes anos todos.Pois sempre dali saí um grande mestre.
-Boto fé em Guadalupe ,tia.Ela é uma eximia pianista.Tenho certeza que fará sucesso.Por isso vou pedir aos professores que a orientem bem nestes dias.
-Mas querida,é muito pouco tempo.
-Ela consegue tia.A senhora não a viu ao piano.Me deixou fascinada.É ágil.Vive o que executa.Quero apresentá-la com muito orgulho.
-E Mayka? Não vai atrás dela?
-Ela? Sei onde está.Agora tenho novos projetos .Eu cuido dela depois.Ela que fique lá.Se acha bem escondida.Mal sabe que vou até ela,seja em que tempo for.
E assim Guadalupe é levada ao estudo.Ordens de Valkíria.Que chama o professor Jean e o instrui .
-Quero ela com uma composição .Ele lhe diz que Guadalupe já estava preparando uma .E que estava ficando linda.
Os professores redobram os trabalhos.São incansáveis e dedicados,pois vivem a música.Parecem se alimentar dela.
E assim ,mesmo não aparecendo para Guadalupe, ela a controla.A observa de longe e acompanha seu progresso.Duas semanas passou neste esconde, esconde.Não quer ser vista para não atrapalhar os trabalhos.
Yulia vendo suas manobras:
-Para com isso Valkíria.Está parecendo uma criança.Não acha que já está na hora de conversar direito com ela?
-Vou conversar com ela hoje.
Mas para seu espanto quando chega no conservatório:
-Ela saiu com uma das alunas .Disse que estava cansada que iria passear um pouco.
Esta noticia caiu em Valkíria como uma bomba.Não imaginava isso.
-Saiu?Mas Margot eu pedi à você que a mantivesse sempre aqui.
-Eu sei Valkíria.Mas você mesma a observa todos os dias.Ela tem trabalhado muito.E realmente está cansada.Eu acho também isso.Ela merece um pouco de descanso.Dei-lhe esta folga.Ou não vai adiantar nada .Pode ficar doente.
-Porque não me avisou Margot? Eu iria com ela.
-Ora Valkíria,ela já tem essa menina, a Loren.Elas se dão muito bem.Estão bem entrosadas.
-Se dão bem? Como assim?
-Ora ,uma entende a outra ,estão sempre juntas.
-E o que mais?
-Mais? O que mais poderia ser? Não estou te entendo.
-O que elas fazem juntas?
-Juntas? Deixa eu ver.Tocam piano à quatro mãos,estão trocando idéias sobre a composição que Guadalupe está fazendo.E a Loren é quem está escrevendo as pautas.Muito dedicada .
-O que dizem os professores?
-Eles estão encantados com o que já sabe.O comentário que mais escuto na hora do almoço é como que alguém tão jovem possa saber tanto de música como ela.Acho que se dedicou à música desde criança.Ela está compondo algo bonito pelo modo como falam.
-Mas como pode sair assim?Não disse onde iam?
-Não e nem perguntei ,elas já são adultas e não tenho direito de ficar fiscalizando a vida particular delas.
-Eu sei. A voz de Valkíria sai sem força. Você tem o endereço dela?
-Sim,espera um pouco.
Valkíria sai direto para o apartamento de Guadalupe,mas nova decepção, o porteiro diz que elas já tinham saído.
Ela sem saber onde procurar fica sentada no carro .
-Elas vão ter de voltar aqui.
Com este pensamento ,não percebe o que está fazendo.Está indo contra as normas que ela e Marie fizeram no conservatório e que Margot tinha lhe dito há poucos minutos.Que os professores só influenciariam na vida dos alunos dentro do estabelecimento .Fora dele a conduta era por conta do aluno.Está vigiando Guadalupe.
O porteiro muito ressabiado fica vigiando os seus movimentos e quando vê que ela não sai dali, vai até ela batendo no vidro carro:
-Dona? A senhora vai ficar esperando por dona Guadalupe?
-Sim vou.Porque quer saber?
-Bem é que os moradores não gostam de pessoas estranhas paradas por aqui,sabe como é.
-Não sou estranha para ela,mas se isso que o está deixando preocupado vou estacionar o carro mais distante.
Para passar o tempo resolve telefonar para a tia:
-Onde está Valkíria? Já é tarde.
Ela conta o que está fazendo e :
-Não acredito nisso! Ficou maluca Valkíria? Volte já para o apartamento ,quero conversar com você.
-Mas tia...
Nada de mas....parece uma criança.Já que é assim ...já para casa!
Valkíria já conhecia o gênio da tia.Não quer que fique preocupada como ficara quando adoecera.Liga o carro e vai para seu apartamento.
-O que quer falar comigo agora tia?
-Sobre isso que faz.Sabe me dizer o nome?
-Nome? Nome do que?
-Esta marcação sobre esta moça.Sabe qual é o problema seu com ela?
-Não vejo problema algum.
-É o mesmo que Marie sentia a teu respeito.
-Como assim? Igual no que?
-No ciúme.
-Ciúme? E desde quando sou ciumenta tia? Nunca fui com Marie.
-Mas agora está sendo e com uma pessoa que você não tem nenhum relacionamento sério.Isto porque não quer.
-Eu não quero? Tia ,eu não posso.Eu gosto muito dela mas não acho certo.Ela é jovem.
-Mas então porque este ciúme todo? Olha o que te falo
-Não é ciúme tia,só cuidados.
-Ela não precisa disso. E que sentimento é então?
-Bem ,não sei.
É ciúme.Você está agindo como uma criança.Vigiando-a.Não comece a criar fantasmas em sua cabeça;resolva tudo logo em ela.Mas pare de ficar seguindo-a.Ela é livre.Lembra de Marie? Como você se sentia lidando com os ciúmes dela?Não era ruim?
-Eu sabia contornar tudo ,tia.Ela era compensada sempre que tinha ciúmes.
-Compensada? Para com isso.O que vai fazer com Guadalupe? Vai compensá-la também ? Como?
-Não vou fazer nada com ela.Só encaminhar sua carreira e mais nada.Quero vê-la fazendo sucesso .É querer muito?
-Certeza que é só isso o que quer dela? E você? Como vai ficar?Os seus sentimentos?
-Vão ficar guardados ,tia.Entre nós não pode existir nada.
-Não? Mas já existe.Você disse que ela parece gostar de você.
-Eu acho que sim.Mas eu não posso pedir isso para ela.
-Porque não? Não vejo nada de errado na diferença de idade.
-Mas tia.... são 14 anos de diferença entre nós.
-E você com Marie? Era bem mais a diferença.
-Mas viu no que deu.Ela não agüentou.
-Mas deu certo,pelo que eu ouvia você dizer foram felizes juntas.
-Sim muito.Valkíria para relembrando a época em que viva com Marie.Eu a amava e ela me amava.
-Vá dormir e pense nisso .Não seja ciumenta.Não vai levar a lugar algum.Você vai sofrer e ela também.
Valkíria depois de descobrir que Mayka já não se encontrava mais na França ,resolve dedicar o seu tempo à Guadalupe.O dia da apresentação dos alunos do conservatório era mais importante .Neste dia os críticos ficavam de olhos nos possíveis futuros mestres .E seu conservatório era muito visado pela fama que adquirira nestes anos todos.Pois sempre dali saí um grande mestre.
-Boto fé em Guadalupe ,tia.Ela é uma eximia pianista.Tenho certeza que fará sucesso.Por isso vou pedir aos professores que a orientem bem nestes dias.
-Mas querida,é muito pouco tempo.
-Ela consegue tia.A senhora não a viu ao piano.Me deixou fascinada.É ágil.Vive o que executa.Quero apresentá-la com muito orgulho.
-E Mayka? Não vai atrás dela?
-Ela? Sei onde está.Agora tenho novos projetos .Eu cuido dela depois.Ela que fique lá.Se acha bem escondida.Mal sabe que vou até ela,seja em que tempo for.
E assim Guadalupe é levada ao estudo.Ordens de Valkíria.Que chama o professor Jean e o instrui .
-Quero ela com uma composição .Ele lhe diz que Guadalupe já estava preparando uma .E que estava ficando linda.
Os professores redobram os trabalhos.São incansáveis e dedicados,pois vivem a música.Parecem se alimentar dela.
E assim ,mesmo não aparecendo para Guadalupe, ela a controla.A observa de longe e acompanha seu progresso.Duas semanas passou neste esconde, esconde.Não quer ser vista para não atrapalhar os trabalhos.
Yulia vendo suas manobras:
-Para com isso Valkíria.Está parecendo uma criança.Não acha que já está na hora de conversar direito com ela?
-Vou conversar com ela hoje.
Mas para seu espanto quando chega no conservatório:
-Ela saiu com uma das alunas .Disse que estava cansada que iria passear um pouco.
Esta noticia caiu em Valkíria como uma bomba.Não imaginava isso.
-Saiu?Mas Margot eu pedi à você que a mantivesse sempre aqui.
-Eu sei Valkíria.Mas você mesma a observa todos os dias.Ela tem trabalhado muito.E realmente está cansada.Eu acho também isso.Ela merece um pouco de descanso.Dei-lhe esta folga.Ou não vai adiantar nada .Pode ficar doente.
-Porque não me avisou Margot? Eu iria com ela.
-Ora Valkíria,ela já tem essa menina, a Loren.Elas se dão muito bem.Estão bem entrosadas.
-Se dão bem? Como assim?
-Ora ,uma entende a outra ,estão sempre juntas.
-E o que mais?
-Mais? O que mais poderia ser? Não estou te entendo.
-O que elas fazem juntas?
-Juntas? Deixa eu ver.Tocam piano à quatro mãos,estão trocando idéias sobre a composição que Guadalupe está fazendo.E a Loren é quem está escrevendo as pautas.Muito dedicada .
-O que dizem os professores?
-Eles estão encantados com o que já sabe.O comentário que mais escuto na hora do almoço é como que alguém tão jovem possa saber tanto de música como ela.Acho que se dedicou à música desde criança.Ela está compondo algo bonito pelo modo como falam.
-Mas como pode sair assim?Não disse onde iam?
-Não e nem perguntei ,elas já são adultas e não tenho direito de ficar fiscalizando a vida particular delas.
-Eu sei. A voz de Valkíria sai sem força. Você tem o endereço dela?
-Sim,espera um pouco.
Valkíria sai direto para o apartamento de Guadalupe,mas nova decepção, o porteiro diz que elas já tinham saído.
Ela sem saber onde procurar fica sentada no carro .
-Elas vão ter de voltar aqui.
Com este pensamento ,não percebe o que está fazendo.Está indo contra as normas que ela e Marie fizeram no conservatório e que Margot tinha lhe dito há poucos minutos.Que os professores só influenciariam na vida dos alunos dentro do estabelecimento .Fora dele a conduta era por conta do aluno.Está vigiando Guadalupe.
O porteiro muito ressabiado fica vigiando os seus movimentos e quando vê que ela não sai dali, vai até ela batendo no vidro carro:
-Dona? A senhora vai ficar esperando por dona Guadalupe?
-Sim vou.Porque quer saber?
-Bem é que os moradores não gostam de pessoas estranhas paradas por aqui,sabe como é.
-Não sou estranha para ela,mas se isso que o está deixando preocupado vou estacionar o carro mais distante.
Para passar o tempo resolve telefonar para a tia:
-Onde está Valkíria? Já é tarde.
Ela conta o que está fazendo e :
-Não acredito nisso! Ficou maluca Valkíria? Volte já para o apartamento ,quero conversar com você.
-Mas tia...
Nada de mas....parece uma criança.Já que é assim ...já para casa!
Valkíria já conhecia o gênio da tia.Não quer que fique preocupada como ficara quando adoecera.Liga o carro e vai para seu apartamento.
-O que quer falar comigo agora tia?
-Sobre isso que faz.Sabe me dizer o nome?
-Nome? Nome do que?
-Esta marcação sobre esta moça.Sabe qual é o problema seu com ela?
-Não vejo problema algum.
-É o mesmo que Marie sentia a teu respeito.
-Como assim? Igual no que?
-No ciúme.
-Ciúme? E desde quando sou ciumenta tia? Nunca fui com Marie.
-Mas agora está sendo e com uma pessoa que você não tem nenhum relacionamento sério.Isto porque não quer.
-Eu não quero? Tia ,eu não posso.Eu gosto muito dela mas não acho certo.Ela é jovem.
-Mas então porque este ciúme todo? Olha o que te falo
-Não é ciúme tia,só cuidados.
-Ela não precisa disso. E que sentimento é então?
-Bem ,não sei.
É ciúme.Você está agindo como uma criança.Vigiando-a.Não comece a criar fantasmas em sua cabeça;resolva tudo logo em ela.Mas pare de ficar seguindo-a.Ela é livre.Lembra de Marie? Como você se sentia lidando com os ciúmes dela?Não era ruim?
-Eu sabia contornar tudo ,tia.Ela era compensada sempre que tinha ciúmes.
-Compensada? Para com isso.O que vai fazer com Guadalupe? Vai compensá-la também ? Como?
-Não vou fazer nada com ela.Só encaminhar sua carreira e mais nada.Quero vê-la fazendo sucesso .É querer muito?
-Certeza que é só isso o que quer dela? E você? Como vai ficar?Os seus sentimentos?
-Vão ficar guardados ,tia.Entre nós não pode existir nada.
-Não? Mas já existe.Você disse que ela parece gostar de você.
-Eu acho que sim.Mas eu não posso pedir isso para ela.
-Porque não? Não vejo nada de errado na diferença de idade.
-Mas tia.... são 14 anos de diferença entre nós.
-E você com Marie? Era bem mais a diferença.
-Mas viu no que deu.Ela não agüentou.
-Mas deu certo,pelo que eu ouvia você dizer foram felizes juntas.
-Sim muito.Valkíria para relembrando a época em que viva com Marie.Eu a amava e ela me amava.
-Vá dormir e pense nisso .Não seja ciumenta.Não vai levar a lugar algum.Você vai sofrer e ela também.
Capítulo 54. Pobre esperança
[03/08/11]
[03/08/11]
No dia seguinte de manhã quando as duas iam saindo do apartamento o porteiro comenta com Guadalupe :
-Ontem à noite uma amiga sua veio te procurar ,ficou um tempão te esperando ,no carro.
-Ela disse o nome?
-Não ,mas era alta e com cabelos avermelhados.
-Não tenho idéia de quem seja,fala Guadalupe para Loren.
-O senhor guardou a placa do carro?
-Claro .Eu anoto sempre .Era uma Mercedes cinza,placa........
As duas chegam cedo ao conservatório.No caminho vão comentando sobre os cafés que foram.Loren estava encantada com tudo.Principalmente com os rapazes.Não parava de falar em um deles:
-Você viu? Ele me deixou o telefone .Será que ligo para ele?
-E porque não? Quem sabe vocês podem sair juntos uma noite dessas.
-E você? Fica aqui sozinha?
-Não tem importância,o que interessa é que você se divirta.
-Bem ,deixa eu tomar um banho pois logo os professores estarão nos chamando.
Loren vai indo para seu quarto quando olha para o estacionamento e vê o carro de Valkíria chegando.Seus olhos se arregalam ao ver que era o descrito pelo porteiro.Volta correndo ao quarto dela :
-Venha ver.Olha lá quem estava te procurando ontem à noite.Sua grande paixão.
-Era a Valkíria? O que será que queria comigo?
Guadalupe sente o coração bater forte ao ouvir falar em Valkíria . Tem pensado muito nela,principalmente porque não a encontrou mais desde a noite que fora ao seu quarto.Se lembra dos beijos e das caricias.Não entende o motivo dela não mais a procurar.Mas sempre que pensa no que se passara naquela noite ela também se lembra da frase sobre ela ser uma fria .
-Não vai perguntar à ela?
-Claro que não.Ela está me evitando.Acha que vou correr atrás dela?
-Se fosse eu ,correria sim.Vale a pena correr atrás de quem se gosta.Tem que demonstrar que gosta dela.
-Mais do que já demonstrei? Guadalupe se fecha .
-Certo amiga.Você é quem sabe de sua vida,mas porque será que ela estava atrás de você ontem?
Loren diz isso só para deixar Guadalupe pensativa.
-Para com isso Loren,não vou perguntar nada para ela.
A amiga sai rindo .
Guadalupe vai tomar banho e quando sai do banheiro somente enrolada na toalha, se assusta com Valkíria sentada na cama à sua espera.
-Como entrou aqui?Suas mãos gelam .
-Ora,este quarto é meu.Tenho a chave dele.
Os olhos de Valkíria percorrem o corpo todo de Guadalupe ,que fica vermelha de raiva:
-O que você quer agora? Ma beijar como da última vez?Pode ir saindo.Quero trocar de roupa.
-Pode trocar,sorri Valkíria.Não verei nada de novo.Já conheço o teu corpo.Já te dei banho várias vezes .
-Mas agora não está me dando banho.O que quer?
-Nossa! É assim que se fala com sua protetora? Vim só ver como você está.Valkíria fala andando em volta de Guadalupe.Esta vai se encolhendo e segura a toalha com mais força.
-Veio me cobrar ? É isso?
-Cobrar? Cobrar o que mocinha?
-Pare de andar assim ao meu redor.Está parecendo uma...
-Uma....? Uma o que ?
-Uma cobra rodeando sua presa,se preparando para o bote.
-Cobra? Não ...cobras não rodeiam as presas ,elas dão o bote de uma vez....assim ó.....
Valkíria puxa a toalha e deixa Guadalupe nua.
-Viu?É assim que elas fazem.Só demonstrei .Não sou uma cobra,estou mais para uma pantera ....mas não vou te atacar...se bem que este teu corpo me atrai e muito.
-Valkíria? Você bebeu?
Guadalupe estava estranhando o modo como ela falava.
-Não.É que me sinto no direito de falar assim,já que saiu ontem à noite e foi para a farra.
-Farra? Ao ouvir isso Guadalupe pega a toalha do chão e se enrola novamente.Saia daqui,mesmo sendo minha protetora não tem este direito de falar isso para mim.
-Não foi à farra ?Onde foi então?
-Porque quer saber? Não é minha mãe e já tenho idade suficiente para ir onde quero.
-Calma.Só quero saber ,mais nada.
-Mas porque?
-Cuidados com você.Nada de fazer coisas erradas antes da fama.
-Fama? Como assim?
-Quero ver você fazer sucesso e muito.Sei que fará.Tem muito talento.Por isso cuido de você.
-Você está cuidando de mim? Mas ...
-Nada de mas .Vista-se ou eu perco meu controle.Os olhos de Valkíria se fixam nos pelos de Guadalupe que ao andar para o armário deixara aparecer.Linda.
Pegando uma calça ela se veste.Coloca uma camiseta básica.
-E então? Não vai me dizer onde foi com sua amiguinha?Se divertiram muito?
-Eu e Loren fomos á um café.E sim,nos divertimos muito.
-Num café? Como?
-Como o que?
-Como conseguiram se divertir em um café? A risada de Valkíria deixa o interior de Guadalupe em frenesi.
-“Nossa,como é linda.Mas está durona ,nem se aproximou de mim,se bem que os seus olhos não me enganam.Está me devorando .Parece sim com uma pantera pronta para devorar sua presa.Mas está mais para um gato se divertindo com um rato antes de devorá-lo...porque será que ela é assim?”
-Ei! Uma mão passa diante de seu olhos.Está me ouvindo? Ou vou ter que te acordar?
Ela se assusta quando sente as mãos de Valkíria em seus braços.
É agarrada com força e recebe um beijo forte nos lábios.Tenta se safar mas não consegue.As mãos são como garras e seguram com vontade e o beijo se prolonga .A língua de Valkíria passeia por dentro da sua boca.Se enrola na sua ,sugando-a .Está quase se sufocando quando é liberta .
Sentindo falta de ar ela tosse ,puxando o ar para os pulmões:
-Você é louca? Quase me mata.Porque isso agora?
-Para você acordar.Não me respondeu o que perguntei.
-Nem vou.... quase que morro sem ar.
-Ora ninguém morre por causa de um beijo.
-Um beijo ? Chama isso de beijo? Quase fiquei sem ar.
-Quase ,mas não ficou.Bem vou indo já que aqui não tenho respostas vou perguntar em outro lugar.
-Outro lugar?
-Sim,tem a Loren.Ela vai me contar tudo o que fizeram.
Valkíria vira para sair.
-Valkíria?Guadalupe toma coragem:
-Sim o que é? Vai falar?
-Não é isso.Quero saber de outra coisa.
-Sobre?
-Você e eu.
-Nós? De que se trata?
-Posso saber o motivo de você me beijar agora e naquela noite fazer o que fez e depois some?
Valkíria não esperava esta pergunta .Pensa rapidamente ,dá um suspiro:
-É que gosto de você.
-Gosta? Mas então porque foge de mim?
-Já disse ,quero primeiro o seu sucesso ,depois veremos.
-Ontem à noite uma amiga sua veio te procurar ,ficou um tempão te esperando ,no carro.
-Ela disse o nome?
-Não ,mas era alta e com cabelos avermelhados.
-Não tenho idéia de quem seja,fala Guadalupe para Loren.
-O senhor guardou a placa do carro?
-Claro .Eu anoto sempre .Era uma Mercedes cinza,placa........
As duas chegam cedo ao conservatório.No caminho vão comentando sobre os cafés que foram.Loren estava encantada com tudo.Principalmente com os rapazes.Não parava de falar em um deles:
-Você viu? Ele me deixou o telefone .Será que ligo para ele?
-E porque não? Quem sabe vocês podem sair juntos uma noite dessas.
-E você? Fica aqui sozinha?
-Não tem importância,o que interessa é que você se divirta.
-Bem ,deixa eu tomar um banho pois logo os professores estarão nos chamando.
Loren vai indo para seu quarto quando olha para o estacionamento e vê o carro de Valkíria chegando.Seus olhos se arregalam ao ver que era o descrito pelo porteiro.Volta correndo ao quarto dela :
-Venha ver.Olha lá quem estava te procurando ontem à noite.Sua grande paixão.
-Era a Valkíria? O que será que queria comigo?
Guadalupe sente o coração bater forte ao ouvir falar em Valkíria . Tem pensado muito nela,principalmente porque não a encontrou mais desde a noite que fora ao seu quarto.Se lembra dos beijos e das caricias.Não entende o motivo dela não mais a procurar.Mas sempre que pensa no que se passara naquela noite ela também se lembra da frase sobre ela ser uma fria .
-Não vai perguntar à ela?
-Claro que não.Ela está me evitando.Acha que vou correr atrás dela?
-Se fosse eu ,correria sim.Vale a pena correr atrás de quem se gosta.Tem que demonstrar que gosta dela.
-Mais do que já demonstrei? Guadalupe se fecha .
-Certo amiga.Você é quem sabe de sua vida,mas porque será que ela estava atrás de você ontem?
Loren diz isso só para deixar Guadalupe pensativa.
-Para com isso Loren,não vou perguntar nada para ela.
A amiga sai rindo .
Guadalupe vai tomar banho e quando sai do banheiro somente enrolada na toalha, se assusta com Valkíria sentada na cama à sua espera.
-Como entrou aqui?Suas mãos gelam .
-Ora,este quarto é meu.Tenho a chave dele.
Os olhos de Valkíria percorrem o corpo todo de Guadalupe ,que fica vermelha de raiva:
-O que você quer agora? Ma beijar como da última vez?Pode ir saindo.Quero trocar de roupa.
-Pode trocar,sorri Valkíria.Não verei nada de novo.Já conheço o teu corpo.Já te dei banho várias vezes .
-Mas agora não está me dando banho.O que quer?
-Nossa! É assim que se fala com sua protetora? Vim só ver como você está.Valkíria fala andando em volta de Guadalupe.Esta vai se encolhendo e segura a toalha com mais força.
-Veio me cobrar ? É isso?
-Cobrar? Cobrar o que mocinha?
-Pare de andar assim ao meu redor.Está parecendo uma...
-Uma....? Uma o que ?
-Uma cobra rodeando sua presa,se preparando para o bote.
-Cobra? Não ...cobras não rodeiam as presas ,elas dão o bote de uma vez....assim ó.....
Valkíria puxa a toalha e deixa Guadalupe nua.
-Viu?É assim que elas fazem.Só demonstrei .Não sou uma cobra,estou mais para uma pantera ....mas não vou te atacar...se bem que este teu corpo me atrai e muito.
-Valkíria? Você bebeu?
Guadalupe estava estranhando o modo como ela falava.
-Não.É que me sinto no direito de falar assim,já que saiu ontem à noite e foi para a farra.
-Farra? Ao ouvir isso Guadalupe pega a toalha do chão e se enrola novamente.Saia daqui,mesmo sendo minha protetora não tem este direito de falar isso para mim.
-Não foi à farra ?Onde foi então?
-Porque quer saber? Não é minha mãe e já tenho idade suficiente para ir onde quero.
-Calma.Só quero saber ,mais nada.
-Mas porque?
-Cuidados com você.Nada de fazer coisas erradas antes da fama.
-Fama? Como assim?
-Quero ver você fazer sucesso e muito.Sei que fará.Tem muito talento.Por isso cuido de você.
-Você está cuidando de mim? Mas ...
-Nada de mas .Vista-se ou eu perco meu controle.Os olhos de Valkíria se fixam nos pelos de Guadalupe que ao andar para o armário deixara aparecer.Linda.
Pegando uma calça ela se veste.Coloca uma camiseta básica.
-E então? Não vai me dizer onde foi com sua amiguinha?Se divertiram muito?
-Eu e Loren fomos á um café.E sim,nos divertimos muito.
-Num café? Como?
-Como o que?
-Como conseguiram se divertir em um café? A risada de Valkíria deixa o interior de Guadalupe em frenesi.
-“Nossa,como é linda.Mas está durona ,nem se aproximou de mim,se bem que os seus olhos não me enganam.Está me devorando .Parece sim com uma pantera pronta para devorar sua presa.Mas está mais para um gato se divertindo com um rato antes de devorá-lo...porque será que ela é assim?”
-Ei! Uma mão passa diante de seu olhos.Está me ouvindo? Ou vou ter que te acordar?
Ela se assusta quando sente as mãos de Valkíria em seus braços.
É agarrada com força e recebe um beijo forte nos lábios.Tenta se safar mas não consegue.As mãos são como garras e seguram com vontade e o beijo se prolonga .A língua de Valkíria passeia por dentro da sua boca.Se enrola na sua ,sugando-a .Está quase se sufocando quando é liberta .
Sentindo falta de ar ela tosse ,puxando o ar para os pulmões:
-Você é louca? Quase me mata.Porque isso agora?
-Para você acordar.Não me respondeu o que perguntei.
-Nem vou.... quase que morro sem ar.
-Ora ninguém morre por causa de um beijo.
-Um beijo ? Chama isso de beijo? Quase fiquei sem ar.
-Quase ,mas não ficou.Bem vou indo já que aqui não tenho respostas vou perguntar em outro lugar.
-Outro lugar?
-Sim,tem a Loren.Ela vai me contar tudo o que fizeram.
Valkíria vira para sair.
-Valkíria?Guadalupe toma coragem:
-Sim o que é? Vai falar?
-Não é isso.Quero saber de outra coisa.
-Sobre?
-Você e eu.
-Nós? De que se trata?
-Posso saber o motivo de você me beijar agora e naquela noite fazer o que fez e depois some?
Valkíria não esperava esta pergunta .Pensa rapidamente ,dá um suspiro:
-É que gosto de você.
-Gosta? Mas então porque foge de mim?
-Já disse ,quero primeiro o seu sucesso ,depois veremos.
Capítulo 55 . Apoio
[03/08/11]
Saindo dali Valkíria procura por Loren,que meio assustada com suas perguntas,diz tudo o que fizeram.O tudo deixa Valkíria mais tranqüila.Mas enfurece Guadalupe pela desconfiança .
Loren nervosa vai logo lhe contar as perguntas de Valkíria e conclui:
-Lupe,ela gosta de você e pelo que notei gosta de verdade,porque ela não vem conversar seriamente com você sobre o que sente?
-Não sei.Um dia ela me disse que sou uma fria.
-Fria? Como pode saber ?
-Não é disso .É fria de entrar em algo que vai dar problema .Entendeu?
-Ah ! Sim.Mas porque ela acha isso? Tem medo ? É isso?
-Começo a desconfiar.Pois me olha de um modo e age de outro.
-Medo do que? De você não corresponder ?
-E vou lá saber?Só sei que vou no meu apartamento esta noite,queira ela ou não.Vou conversar com Pablito.
-E aquela mulher? Vai responder os emails dela?
-Eu lá sou louca? Viu o que ela me escreveu? Cartas de uma apaixonada e diz que me ama.Sem ao menos me conhecer.Não quero confusão.
Na noite em que saíram as duas ficaram um bom tempo na internet.E Loren fica sabendo da mulher que perseguia Guadalupe.E leu todos os emails enviados por ela.
-Não quer também entrar em fria ? É isso?
-É isso mesmo.Se entrar de conversa com esta tal de Cindy, só vou me enroscar .É uma roubada .Ela pode me atrapalhar com Valkíria.
-Mas e se ela aparecer de repente ?
-Você acha? Porque diz isso?
-Não viu o seu nome no site do conservatório? Ali diz que vai se apresentar no concerto que vai ser transmitido pela televisão francesa.
-Como é esta apresentação?
-Bem,é uma espécie de ,vamos dizer assim,uma competição entre músicos.Os conservatórios mostram o que têm de melhor.E olha ,o mais importante é que os grandes maestros são convidados .E sempre estão de olho nos novos músicos.Virá gente de meio mundo,e nós vamos estar lá.Quem fizer bonito tem garantida fama e fortuna.
-Fama e fortuna? Se ganhar a fama já fico feliz. Sorri Guadalupe.E acho que alguém mais também.E aí ela vai ter de me dizer o que é “depois veremos”.Eu quero ver.E ela verá também.
-Valkíria? É claro que sim,mas todos os anos sai daqui um aluno que faz sucesso.Por isso todos querem estudar aqui.Mesmo já sendo músicos.É o seu caso.Não é? Já tocava em orquestras e até deu concertos.Neste dia eles terão oportunidade de conhecer o perfil,a formação individual e no seu caso sua experiência .Vai ser muito bom.
-Sim é verdade.O que eu queria era aprender a compor e pelo que vejo já sei como.
-Você aprende muito rápido Lupe.Tem uma facilidade com a música que me surpreende.Já está até compondo.
-Esta música que estou compondo já estava em minha cabeça há alguns anos ,só queria alguém que me orientasse.O professor Jean me ajudou muito.
Nos poucos dias que faltavam para o concerto ela se dedica o máximo e quando chega o dia se acha pronta e confiante.
Ao entrar no teatro não avista Valkíria em lugar algum.Queria lhe mostrar que tudo era como desejava.E que faria o sucesso tão almejado.
O nervosismo dos outros músicos vai aos poucos a contagiando.E quando ela observa a platéia por detrás das cortinas ficou nervosa de verdade.Era enorme.A maior que já tinha se apresentado.Nunca tocara para um público daquela natureza.Nas primeiras fileiras estavam vários maestros conhecidos dela.
Procura por Loren .Não a encontra nos bastidores.Volta para o camarim .Ali no meio das outras candidatas tenta se acalmar.Mas nota que não existia nenhum companheirismo entre elas.Era pura competição.Só se ouvia o que cada uma iria tocar.
Vendo que ali não se acalmaria sai e se recosta no parapeito da escadaria principal do teatro.Ali fica um bom tempo . Sente-se como que abandonada.Mas logo aparece o professor que fica um pouco conversando com ela. Ele está acompanhado por uma senhora ,alta muito bem vestida que fica só prestando atenção na conversa dos dois e escuta sua reclamação:
-Ah professor ,eu imaginei que Valkíria viria falar comigo.Mas ela sumiu .
-Ela virá sim. Não se preocupe.Vá e toque como nunca tocou na vida.Dê o melhor de si.
- Eu queria falar com Valkíria .Mas ela anda me evitando.
O professor dá uma risadinha e diz que vai para o seu lugar na platéia.
A mulher, com um sorriso , fica parada a observando.
-Não se preocupe querida,Valkíria vai estar perto de você sempre .Tenho certeza disso.
-Como sabe disso? Ela dá um sorriso meio tristonho.
-E nada de tristeza.Hoje é o seu dia da gloria.Ela me afirmou que você é uma eximia pianista.E por isso a trouxe até aqui.
-A senhora a conhece bem?
-Sim.Ah! Que cabeça a minha. Esqueci de me apresentar.Meu nome é Yulia.Sou tia de Valkíria.
-Tia? A senhora mora aqui em Paris?
-Não.Yulia ri gostando do jeito despachado de Guadalupe.Eu moro lá na fazenda.
-Lá? Como eu não a conheci?
-Bem eu não morava na casa .Cuidava do santuário dos animais.Tenho uma casa perto de uma cachoeira.Você esteve lá uma vez ,lembra-se?
-A senhora é a ....
Guadalupe não tem coragem de perguntar se ela era a bruxa que tanto falaram.
Yulia dá uma risada e completa para ela:
-A bruxa? Sou eu sim.Mas não sou bruxa.
[03/08/11]
Saindo dali Valkíria procura por Loren,que meio assustada com suas perguntas,diz tudo o que fizeram.O tudo deixa Valkíria mais tranqüila.Mas enfurece Guadalupe pela desconfiança .
Loren nervosa vai logo lhe contar as perguntas de Valkíria e conclui:
-Lupe,ela gosta de você e pelo que notei gosta de verdade,porque ela não vem conversar seriamente com você sobre o que sente?
-Não sei.Um dia ela me disse que sou uma fria.
-Fria? Como pode saber ?
-Não é disso .É fria de entrar em algo que vai dar problema .Entendeu?
-Ah ! Sim.Mas porque ela acha isso? Tem medo ? É isso?
-Começo a desconfiar.Pois me olha de um modo e age de outro.
-Medo do que? De você não corresponder ?
-E vou lá saber?Só sei que vou no meu apartamento esta noite,queira ela ou não.Vou conversar com Pablito.
-E aquela mulher? Vai responder os emails dela?
-Eu lá sou louca? Viu o que ela me escreveu? Cartas de uma apaixonada e diz que me ama.Sem ao menos me conhecer.Não quero confusão.
Na noite em que saíram as duas ficaram um bom tempo na internet.E Loren fica sabendo da mulher que perseguia Guadalupe.E leu todos os emails enviados por ela.
-Não quer também entrar em fria ? É isso?
-É isso mesmo.Se entrar de conversa com esta tal de Cindy, só vou me enroscar .É uma roubada .Ela pode me atrapalhar com Valkíria.
-Mas e se ela aparecer de repente ?
-Você acha? Porque diz isso?
-Não viu o seu nome no site do conservatório? Ali diz que vai se apresentar no concerto que vai ser transmitido pela televisão francesa.
-Como é esta apresentação?
-Bem,é uma espécie de ,vamos dizer assim,uma competição entre músicos.Os conservatórios mostram o que têm de melhor.E olha ,o mais importante é que os grandes maestros são convidados .E sempre estão de olho nos novos músicos.Virá gente de meio mundo,e nós vamos estar lá.Quem fizer bonito tem garantida fama e fortuna.
-Fama e fortuna? Se ganhar a fama já fico feliz. Sorri Guadalupe.E acho que alguém mais também.E aí ela vai ter de me dizer o que é “depois veremos”.Eu quero ver.E ela verá também.
-Valkíria? É claro que sim,mas todos os anos sai daqui um aluno que faz sucesso.Por isso todos querem estudar aqui.Mesmo já sendo músicos.É o seu caso.Não é? Já tocava em orquestras e até deu concertos.Neste dia eles terão oportunidade de conhecer o perfil,a formação individual e no seu caso sua experiência .Vai ser muito bom.
-Sim é verdade.O que eu queria era aprender a compor e pelo que vejo já sei como.
-Você aprende muito rápido Lupe.Tem uma facilidade com a música que me surpreende.Já está até compondo.
-Esta música que estou compondo já estava em minha cabeça há alguns anos ,só queria alguém que me orientasse.O professor Jean me ajudou muito.
Nos poucos dias que faltavam para o concerto ela se dedica o máximo e quando chega o dia se acha pronta e confiante.
Ao entrar no teatro não avista Valkíria em lugar algum.Queria lhe mostrar que tudo era como desejava.E que faria o sucesso tão almejado.
O nervosismo dos outros músicos vai aos poucos a contagiando.E quando ela observa a platéia por detrás das cortinas ficou nervosa de verdade.Era enorme.A maior que já tinha se apresentado.Nunca tocara para um público daquela natureza.Nas primeiras fileiras estavam vários maestros conhecidos dela.
Procura por Loren .Não a encontra nos bastidores.Volta para o camarim .Ali no meio das outras candidatas tenta se acalmar.Mas nota que não existia nenhum companheirismo entre elas.Era pura competição.Só se ouvia o que cada uma iria tocar.
Vendo que ali não se acalmaria sai e se recosta no parapeito da escadaria principal do teatro.Ali fica um bom tempo . Sente-se como que abandonada.Mas logo aparece o professor que fica um pouco conversando com ela. Ele está acompanhado por uma senhora ,alta muito bem vestida que fica só prestando atenção na conversa dos dois e escuta sua reclamação:
-Ah professor ,eu imaginei que Valkíria viria falar comigo.Mas ela sumiu .
-Ela virá sim. Não se preocupe.Vá e toque como nunca tocou na vida.Dê o melhor de si.
- Eu queria falar com Valkíria .Mas ela anda me evitando.
O professor dá uma risadinha e diz que vai para o seu lugar na platéia.
A mulher, com um sorriso , fica parada a observando.
-Não se preocupe querida,Valkíria vai estar perto de você sempre .Tenho certeza disso.
-Como sabe disso? Ela dá um sorriso meio tristonho.
-E nada de tristeza.Hoje é o seu dia da gloria.Ela me afirmou que você é uma eximia pianista.E por isso a trouxe até aqui.
-A senhora a conhece bem?
-Sim.Ah! Que cabeça a minha. Esqueci de me apresentar.Meu nome é Yulia.Sou tia de Valkíria.
-Tia? A senhora mora aqui em Paris?
-Não.Yulia ri gostando do jeito despachado de Guadalupe.Eu moro lá na fazenda.
-Lá? Como eu não a conheci?
-Bem eu não morava na casa .Cuidava do santuário dos animais.Tenho uma casa perto de uma cachoeira.Você esteve lá uma vez ,lembra-se?
-A senhora é a ....
Guadalupe não tem coragem de perguntar se ela era a bruxa que tanto falaram.
Yulia dá uma risada e completa para ela:
-A bruxa? Sou eu sim.Mas não sou bruxa.
Capítulo 56. Sucesso
[03/08/11]
Guadalupe fica sem graça mas Yulia a tira deste estado com outra risada.
-Não fique assim.Vim ver você tocar.Minha sobrinha fala tanto em você .Aliás só fala em você o tempo todo.
-Mesmo? Os olhos de Guadalupe ganham novo brilho.
-Ah! Então a mocinha gosta mesmo dela?
Guadalupe não esperava ouvir isso da tia de Valkíria e começa a tossir.
-Calma.Se for verdade eu fico muito feliz.
Neste instante elas escutam os acordes do início do concerto.
-Vamos.Vá se preparar .Logo será sua vez .Vou estar lá na platéia,torcendo por você.Depois nos falamos mais.Quero te conhecer bem,já que é a queridinha de Valkíria.
-Queridinha? Como assim?
-Depois ,depois.Vá logo.
Yulia sai e Guadalupe corre para os bastidores.Fica com o coração alvoroçado.Está feliz .Não imaginara conhecer a tia ,ou melhor a famosa bruxa.Começa a rir quando se lembra que na fazenda estava louca para ir ver a tal bruxa.
Olha pela cortina a apresentação de um dos músicos.Observa as expressões dos professores.Muitos atentos e anotando em suas cadernetas os desempenhos.Ela seria a última.Pelo que o professor Jean lhe dissera ,fora a própria Valkíria que pedira que sua apresentação fosse a última.Ele dera uma risadinha ao comentar isso e acrescentar:
-Ela é muito esperta.
Não entendera ,mas não pensa mais nisso pois ao se voltar dá de cara com Valkíria a observando:
-Valkíria?Pensei que não viesse.Seus olhos percorrem a figura magnífica à sua frente.
Vestida com um elegantíssimo Versace preto com o top bordado em swarovski ,sapatos Gucci altíssimos,Valkíria ao dar um passo em direção à Lupe deixa à mostra suas pernas perfeitas aparecerem pela fenda ousada do modelo que usava.Um leve baque tocou no coração de Guadalupe ,que dá um suspiro.Isso não passou desapercebido por Valkíria.Com um lindo sorriso ela a pega pelo braço e a leva até uma sala .Fechando a porta , acende a luz e olha demoradamente para Guadalupe,analisando-a do alto à baixo.
-Linda.Você está linda.Ou melhor dizendo você é linda.
-Valkíria?
Guadalupe não sabia o que falar.Era sempre assim,ela pensa.Valkíria a olhava ,devorando-a mas era só isso.Não passava disso .No máximo um beijo .E só.Aquilo a deixava agoniada.Pois o que realmente queria era algo mais.Esperava concretizar seus sonhos junto à uma mulher .Ou melhor com esta mulher. Mas ...
Para de pensar ao sentir os lábios nos seus.O beijo foi desta vez delicado mas firme e possessivo.Pensa em sair dele mas seu coração não deixa.Retribui com ardor.Se abraça ao corpo de Valkíria como se ele fosse uma tábua de salvação.Esta ao sentir o aperto a aperta também.Os sentidos estão alertas ,pois algo queima por dentro.
Valkíria mais experiente se afasta dela.Dá um sorriso :
-É para dar boa sorte.Quero ver hoje o seu sucesso.
-Eu sei.Você parece obcecada só por isso.Essa idéia fixa não muda nunca?
-Eu sei,parece meio estranho para você.Sei que quer mais coisas.Eu só não sei se o que quer vai te fazer feliz.Depois da apresentação poderemos conversar com calma.Concorda?
-Conversar sobre o que ?
-Depois conversamos.Vá ,está chegando sua hora. Sei que vai se sair bem. Nos encontramos depois.
Valkíria sai depois de dar um ligeiro beijo nos lábios trêmulos .Com o punho fechado, dá um leve toque no queixo de Guadalupe.O coração desta quase sai pela boca.Está cada vez mais alvoroçado.
Guadalupe ,ao entrar na sala de espera, é abordada por uma moça morena .Alta e muito bonita.
-Oi! Sabe quem sou?
-Oi ,já nos conhecemos?
-Claro linda.Sou eu, Cindy .Sua fã da internet.Não disse que um dia viria te conhecer? Pois é ,cá estou.
-Cindy? Guadalupe sentiu um leve tremor.Seu maior medo estava se concretizando.O que quer ? Eu disse que não queria te conhecer.
-Não liguei para o que falou ,minha linda pianista.Sou sua fã ardorosa.Sabe de minha paixão por tudo o que faz.Vim para te prestigiar .
-Prestigiar? Obrigada.Agora se me dá licença ,preciso me preparar.
-Certo divina.Depois da apresentação você não me escapa.Temos muito o que conversar e acertar.
-Acertar? Sobre o que?
-Sobre nós .Vim de mudança .Advinha o motivo. Você ,minha delicia.Vim para ser sua namorada.
-Minha ...o que? Você está maluca ou o que? Não preciso de uma namorada.Não quero você como minha namorada.
-Claro que precisa.Suas poesias na internet diziam o quanto está solitária.Nós vamos namorar sim.Você não me escapa.Eu amo você.
Cindy sai , jogando um beijinho para ela,com as mãos.
Guadalupe fica parada .Não acredita no que ouvira.
-Deus! Só me faltava isso.De onde ela tirou esta idéia? Droga.Vou ter trabalho com esta maluca.Imagina ? Namorada? Sei.É maluca e perigosa.
Com o coração na boca ela fica ouvindo os outros músicos .Com isso seu medo vai passando pois começa a notar erros nas execuções das músicas.
A sua programação compunha-se da Fantasia Impromptu em dó sustenido menor ,op.66 de Frédéric Chopin.
http://www.youtube.com/watch?v=qa0Z6g1XJkU
[03/08/11]
Guadalupe fica sem graça mas Yulia a tira deste estado com outra risada.
-Não fique assim.Vim ver você tocar.Minha sobrinha fala tanto em você .Aliás só fala em você o tempo todo.
-Mesmo? Os olhos de Guadalupe ganham novo brilho.
-Ah! Então a mocinha gosta mesmo dela?
Guadalupe não esperava ouvir isso da tia de Valkíria e começa a tossir.
-Calma.Se for verdade eu fico muito feliz.
Neste instante elas escutam os acordes do início do concerto.
-Vamos.Vá se preparar .Logo será sua vez .Vou estar lá na platéia,torcendo por você.Depois nos falamos mais.Quero te conhecer bem,já que é a queridinha de Valkíria.
-Queridinha? Como assim?
-Depois ,depois.Vá logo.
Yulia sai e Guadalupe corre para os bastidores.Fica com o coração alvoroçado.Está feliz .Não imaginara conhecer a tia ,ou melhor a famosa bruxa.Começa a rir quando se lembra que na fazenda estava louca para ir ver a tal bruxa.
Olha pela cortina a apresentação de um dos músicos.Observa as expressões dos professores.Muitos atentos e anotando em suas cadernetas os desempenhos.Ela seria a última.Pelo que o professor Jean lhe dissera ,fora a própria Valkíria que pedira que sua apresentação fosse a última.Ele dera uma risadinha ao comentar isso e acrescentar:
-Ela é muito esperta.
Não entendera ,mas não pensa mais nisso pois ao se voltar dá de cara com Valkíria a observando:
-Valkíria?Pensei que não viesse.Seus olhos percorrem a figura magnífica à sua frente.
Vestida com um elegantíssimo Versace preto com o top bordado em swarovski ,sapatos Gucci altíssimos,Valkíria ao dar um passo em direção à Lupe deixa à mostra suas pernas perfeitas aparecerem pela fenda ousada do modelo que usava.Um leve baque tocou no coração de Guadalupe ,que dá um suspiro.Isso não passou desapercebido por Valkíria.Com um lindo sorriso ela a pega pelo braço e a leva até uma sala .Fechando a porta , acende a luz e olha demoradamente para Guadalupe,analisando-a do alto à baixo.
-Linda.Você está linda.Ou melhor dizendo você é linda.
-Valkíria?
Guadalupe não sabia o que falar.Era sempre assim,ela pensa.Valkíria a olhava ,devorando-a mas era só isso.Não passava disso .No máximo um beijo .E só.Aquilo a deixava agoniada.Pois o que realmente queria era algo mais.Esperava concretizar seus sonhos junto à uma mulher .Ou melhor com esta mulher. Mas ...
Para de pensar ao sentir os lábios nos seus.O beijo foi desta vez delicado mas firme e possessivo.Pensa em sair dele mas seu coração não deixa.Retribui com ardor.Se abraça ao corpo de Valkíria como se ele fosse uma tábua de salvação.Esta ao sentir o aperto a aperta também.Os sentidos estão alertas ,pois algo queima por dentro.
Valkíria mais experiente se afasta dela.Dá um sorriso :
-É para dar boa sorte.Quero ver hoje o seu sucesso.
-Eu sei.Você parece obcecada só por isso.Essa idéia fixa não muda nunca?
-Eu sei,parece meio estranho para você.Sei que quer mais coisas.Eu só não sei se o que quer vai te fazer feliz.Depois da apresentação poderemos conversar com calma.Concorda?
-Conversar sobre o que ?
-Depois conversamos.Vá ,está chegando sua hora. Sei que vai se sair bem. Nos encontramos depois.
Valkíria sai depois de dar um ligeiro beijo nos lábios trêmulos .Com o punho fechado, dá um leve toque no queixo de Guadalupe.O coração desta quase sai pela boca.Está cada vez mais alvoroçado.
Guadalupe ,ao entrar na sala de espera, é abordada por uma moça morena .Alta e muito bonita.
-Oi! Sabe quem sou?
-Oi ,já nos conhecemos?
-Claro linda.Sou eu, Cindy .Sua fã da internet.Não disse que um dia viria te conhecer? Pois é ,cá estou.
-Cindy? Guadalupe sentiu um leve tremor.Seu maior medo estava se concretizando.O que quer ? Eu disse que não queria te conhecer.
-Não liguei para o que falou ,minha linda pianista.Sou sua fã ardorosa.Sabe de minha paixão por tudo o que faz.Vim para te prestigiar .
-Prestigiar? Obrigada.Agora se me dá licença ,preciso me preparar.
-Certo divina.Depois da apresentação você não me escapa.Temos muito o que conversar e acertar.
-Acertar? Sobre o que?
-Sobre nós .Vim de mudança .Advinha o motivo. Você ,minha delicia.Vim para ser sua namorada.
-Minha ...o que? Você está maluca ou o que? Não preciso de uma namorada.Não quero você como minha namorada.
-Claro que precisa.Suas poesias na internet diziam o quanto está solitária.Nós vamos namorar sim.Você não me escapa.Eu amo você.
Cindy sai , jogando um beijinho para ela,com as mãos.
Guadalupe fica parada .Não acredita no que ouvira.
-Deus! Só me faltava isso.De onde ela tirou esta idéia? Droga.Vou ter trabalho com esta maluca.Imagina ? Namorada? Sei.É maluca e perigosa.
Com o coração na boca ela fica ouvindo os outros músicos .Com isso seu medo vai passando pois começa a notar erros nas execuções das músicas.
A sua programação compunha-se da Fantasia Impromptu em dó sustenido menor ,op.66 de Frédéric Chopin.
http://www.youtube.com/watch?v=qa0Z6g1XJkU
Ao entrar no palco, vê Valkíria, sentada bem na frente.Esta lhe dá um imenso sorriso .Com um aceno de cabeça, ela agradece.
Um pouco nervosa , ela de relance capta toda a platéia.
Um pouco nervosa , ela de relance capta toda a platéia.
-“Céus....é imensa...”
Mas ao se sentar ao piano e começando a tocar vai estabelecendo uma corrente de energia positiva .Esta energia a liga à platéia repleta.É como mágica.O lugar agora para ela é outro.Seus dedos correm com agilidade e ela esquece os ouvintes.
Vive como sempre a música que executa.Sua sensibilidade e gestos mostram sua poesia também.A sonoridade calorosa invade à todos .
O público vibra com ela ,estabelecendo uma cumplicidade entre eles.
Ao término de sua apresentação, já nos últimos acordes,ouviu a maior e mais entusiástica ovação que já recebera ,em toda sua curta vida de pianista.
Se levanta para agradecer e instintivamente, seus olhos procuram os de Valkíria e se espanta ao vê-la com lágrimas nos olhos e aplaudindo-a, freneticamente.
Agradece com um sorriso .Com as mãos, indica o seu professor ,que galantemente se levanta para a platéia, agradecendo .
Não demora nada e ela tem de voltar ao palco ,como a vencedora.E para sua alegria sua amiga Loren é a segunda colocada.As duas dedicam a vitoria à todos os professores .Ela depois de agradecer a todos ,agradece também o incentivo de Valkíria e a bolsa que ganhara dela.Os aplausos agora são para o Conservatório ,que dera ao mundo, duas novas concertistas.
O publico espera ,com impaciência sua apresentação final.Sua própria composição.
Com orgulho, ela chama seu professor e os dois tocam à quatro mãos, sua composição.
O sucesso é imediato.Tão logo acabam de executar, já estão cercados pelos maestros em uma disputa acirrada por contratá-la. Fotógrafos de revistas especializadas,repórteres.Televisão.Não tem tempo para atender individualmente à nenhum deles.Pede desculpas e consegue fugir da multidão.
Mas logo é levada de volta até ao saguão da entrada do teatro.Hora de atender às centenas de fãs que estão à sua espera.Querem conhecer o mais novo fenômeno da música clássica.Durante a meia hora seguinte ,enquanto recebia cumprimentos ,Guadalupe percebia que Valkíria continuava a olhá-la e sorria,fazendo que ela perdesse de vez em quando o fio da conversa.
Muito cansada ,ela recebe uma marcação de Cindy.Esta não a larga um só momento.Fica ao seu lado e quando consegue lhe dá calorosos abraços.Isso vai irritando-a tanto que chega uma hora, em que dá uma cotovelada, na mesma.
E baixinho fala ao seu ouvido:
-Quer largar do meu pé? Some .
Mas a interpretação dada aos repórteres , que perguntam à Cindy o que ela lhe falara baixinho, a deixa possessa.Pois esta diz aos repórteres:
-Ela disse que me ama.
Pronto .Está montado o circo todo.
Guadalupe ao ouvir isso, fala bem alto.Está nervosa e muito cansada.
-Não te conheço moça.De onde tirou esta loucura?Não dêem atenção ao que ela fala.Me parece perturbada.
Valkíria só ouve e não comenta nada.Pois acompanha todos os lances.Olha demoradamente para Cindy ,resolve interferir e chegando nela:
-Moça,quer dar a vez para os outros?
A resposta de Cindy é grossa:
-Que é isso ,tia? Espera tua vez.
-Tia?Aquilo fez o entusiasmo de Valkíria esmorecer na hora.Sentiu na pele a diferença das idades.Pois Cindy era da mesma idade de Guadalupe.
Isso foi o bastante para Valkíria girar o corpo e sair do saguão desanimada.
Vive como sempre a música que executa.Sua sensibilidade e gestos mostram sua poesia também.A sonoridade calorosa invade à todos .
O público vibra com ela ,estabelecendo uma cumplicidade entre eles.
Ao término de sua apresentação, já nos últimos acordes,ouviu a maior e mais entusiástica ovação que já recebera ,em toda sua curta vida de pianista.
Se levanta para agradecer e instintivamente, seus olhos procuram os de Valkíria e se espanta ao vê-la com lágrimas nos olhos e aplaudindo-a, freneticamente.
Agradece com um sorriso .Com as mãos, indica o seu professor ,que galantemente se levanta para a platéia, agradecendo .
Não demora nada e ela tem de voltar ao palco ,como a vencedora.E para sua alegria sua amiga Loren é a segunda colocada.As duas dedicam a vitoria à todos os professores .Ela depois de agradecer a todos ,agradece também o incentivo de Valkíria e a bolsa que ganhara dela.Os aplausos agora são para o Conservatório ,que dera ao mundo, duas novas concertistas.
O publico espera ,com impaciência sua apresentação final.Sua própria composição.
Com orgulho, ela chama seu professor e os dois tocam à quatro mãos, sua composição.
O sucesso é imediato.Tão logo acabam de executar, já estão cercados pelos maestros em uma disputa acirrada por contratá-la. Fotógrafos de revistas especializadas,repórteres.Televisão.Não tem tempo para atender individualmente à nenhum deles.Pede desculpas e consegue fugir da multidão.
Mas logo é levada de volta até ao saguão da entrada do teatro.Hora de atender às centenas de fãs que estão à sua espera.Querem conhecer o mais novo fenômeno da música clássica.Durante a meia hora seguinte ,enquanto recebia cumprimentos ,Guadalupe percebia que Valkíria continuava a olhá-la e sorria,fazendo que ela perdesse de vez em quando o fio da conversa.
Muito cansada ,ela recebe uma marcação de Cindy.Esta não a larga um só momento.Fica ao seu lado e quando consegue lhe dá calorosos abraços.Isso vai irritando-a tanto que chega uma hora, em que dá uma cotovelada, na mesma.
E baixinho fala ao seu ouvido:
-Quer largar do meu pé? Some .
Mas a interpretação dada aos repórteres , que perguntam à Cindy o que ela lhe falara baixinho, a deixa possessa.Pois esta diz aos repórteres:
-Ela disse que me ama.
Pronto .Está montado o circo todo.
Guadalupe ao ouvir isso, fala bem alto.Está nervosa e muito cansada.
-Não te conheço moça.De onde tirou esta loucura?Não dêem atenção ao que ela fala.Me parece perturbada.
Valkíria só ouve e não comenta nada.Pois acompanha todos os lances.Olha demoradamente para Cindy ,resolve interferir e chegando nela:
-Moça,quer dar a vez para os outros?
A resposta de Cindy é grossa:
-Que é isso ,tia? Espera tua vez.
-Tia?Aquilo fez o entusiasmo de Valkíria esmorecer na hora.Sentiu na pele a diferença das idades.Pois Cindy era da mesma idade de Guadalupe.
Isso foi o bastante para Valkíria girar o corpo e sair do saguão desanimada.
[07/08/11]
Capítulo 57. Sonhos e pesadelos
Ela não é mais vista por Guadalupe.Esperou por ela boa parte da noite e nada. Nem Yulia soube dizer onde ela estava.
Para não deixar Guadalupe sozinha à mercê de Cindy,Yulia a leva até ao Conservatório.E ali finalmente Guadalupe passa a conhecer quem realmente era Valkíria. Yulia a tranqüiliza a respeito das incertezas sobre os sentimentos de Valkíria.
Sentadas na cama, Yulia lhe conta tudo sobre a vida de Valkíria.Início de carreira e o encontro com Marie. E o resultado final de toda uma vida glamorosa no meio musical.
-Suicídio?
Guadalupe não conseguia assimilar o fim trágico de Marie.Na época ficara sabendo da morte da pianista mas não entrara em detalhes.
-Sim e sua morte decretou o fim da vida de Valkíria também.Ela ainda não está totalmente curada.De vez em quando tem recaídas.Mas ao te conhecer me pareceu ressuscitar. Tomou gosto novamente pela música.Viu o entusiasmo dela?Tudo por sua causa.
-Eu ainda não a entendo .Tem horas que parece gostar de mim.Mas nunca fala nada.
-Você tem de entender .Ela está apaixonada por você.Este empenho todo em te lançar com sucesso é uma demonstração do amor dela.
-Ela ...será que gosta mesmo de mim? Sabe dona Yulia,eu digo este gostar ...
-Sei ...amor? É isso?
-Sim. Amor.Guadalupe fala e abaixa a cabeça.Ela até agora não tocou nesta palavra.
-Você precisa conquistar este amor.Ele existe mas está com medo.
-Medo? Como assim?
-Posso te dizer a verdade? Ela sente medo por causa da diferença de idade entre vocês duas.
-É isso? É por isso que ela foge de mim? A idade? Guadalupe começa a rir.
-É .Não notou como ela ficou lá no saguão? Aquela moça a chamou de tia e pronto,saiu dali e sumiu.
-Droga ,me arrependo de ter começado a me corresponder com Cindy.Agora me aparece aqui e já cria rolo .
-Não se preocupe com ela. É coisa passageira.Logo ela some ,só não dar muita conversa,paixão via internet é assim .Cada dia aparece uma na vida da gente e se achando a melhor do mundo.Depois some quando vê que não damos a mínima.Principalmente quando já temos alguém.Não é mesmo?
-Sim.Eu já tenho e vou conquistar este amor escondido.Idade? Vou mostrar que não vai fazer nenhuma diferença.
Yulia sente alívio ao ouvi-la falar assim e a abraça
-Sabia. Quando Valkíria te acolheu tão bem não foi a toa.Ela te amou à primeira vista.
Mas os pensamentos de Valkíria não eram assim tão felizes.Deitada em seu apartamento ela relembra tudo o que já fizera com Guadalupe.E que fizera com Marie.
-Não posso fazer com Lupe o que fazia com Marie.Ela não vai aceitar. Vai me achar uma depravada.Que eu mesma acho que sou.O que eu e Marie fazíamos na cama não é assim tão normal.Como posso falar isso para ela?Eu não sei amar de outra forma.
Com os olhos injetados, ela custa a adormecer.Tem os pensamentos cheios de dúvidas.
E estas dúvidas fazem seu subconsciente trazer à tona , sua vida com Marie.
Numa mistura de sonho e pesadelo ela se vê novamente com sua amada Marie.Estes sonhos a perseguem desde que começara a voltar ao normal.O sentimento de culpa a deixa arrasada.E com isso tudo volta em sonhos ou em suas madrugadas solitárias quando a insônia cruel domina sua mente.Ela só consegue se lembrar do que faziam juntas.O sexo entre elas era animal.Seus sonhos quando adormece são como pesadelos.Clama por Marie e quando começa a tocar em seu corpo vibra com as loucuras.Quer tocar em seu copo,acariciar seu ventre ,beijar seus seios ,saborear seu mel ,quer a fonte dos prazeres.
São pesadelos que a fazem acordar chorando.
Senta-se na cama suando .
-Eu preciso dela.Mas não posso ser como era com Marie.Ou será que posso? Tenho medo.
Será que ela toparia fazer o que fazíamos?Tenho medo.Mas eu a amo. Sim! Eu a amo!Ela me fez reviver.Ela é a luz que eu precisava.Não quero mais continuar nesta escuridão.Mas é tão criança....eu ...não sei o que pensar mais.
A noite passa e ela ali ,sentada pensando.
O toque da campainha a tira do seu torpor.
Não tem ânimo para se levantar.Mas ao escutar as vozes alegres e reconhecendo uma ,pula da cama.Lava o rosto e corre para a sala.
Uma menina de uns 10 anos olha para ela com um largo sorriso.Cabelos negros lisos,olhos também muito negros.
-Mãe! Se joga em seus braços.Mãe ,estava morrendo de saudades.Cobre Valkíria de beijos.Esta retribui também com alegria .
-Filha ,como você está linda! Deixe-me ver .Nossa ! Como cresceu!
-Mãe! Agora vamos ficar juntas? Não vai mais embora?
-Não querida,não vou mais embora.Mamãe está curada.
-Que bom! Agora sim estou feliz.Mamãe voltou para mim.
Jussara e sua mãe ficam só sorrindo vendo a ternura e o carinho entre mãe e filha.
-Agora só vou conversar um pouco com sua segunda mãe ,posso?
-Claro,mamãe Brígida é um amor. Adoro morar com ela.
-Que bom Desiré.Isso me deixa muito feliz.Agora fique um pouco com Jussara que suas duas mamães precisam ter uma conversa séria.
-Como está Brígida?
As duas vão para o escritório de Valkíria e ali ela lê as cartas e faz as comparações.Esta fica abalada com tudo o que descobre e :
-Sabe me dizer Brígida o motivo dela ter forjado esta carta de despedida de Marie? A polícia não investigou direito,foi isso?
-Não sei dizer Valkíria.Mas estou muito desconfiada de Mayka.Ela se já veio com esta carta, alguma coisa já tinha em mente.Nota que não tem data?
-Sim.Isso me dá medo.Não está assinada por Marie.Não cita o seu nome em lugar algum.Só o meu.
-Veja aqui Valkíria.Olha o que ela diz:Valkíria eu não agüento mais viver nesta solidão.Que solidão é essa? Marie nunca reclamou disso.Parece coisa de teatro.
-Uma encenação? Isso o que quer dizer?
-Sim e outra coisa,Mayka seria capaz de fazer alguma loucura só para ficar com o dinheiro da família.
-Mas será que nunca parou para pensar? Ela não tinha como ficar com este delírio.Papai e vovô tem mais herdeiros.
-Bem, desconfio que ela esteja louca.
-Só pode .E eu este tempo todo não notei nada.
-Nem poderia Valkíria.Você estava doente. Só agora estamos raciocinando direito,porque você está voltando ao que era.
-Bom,ela foi para o Brasil.Vou atrás dela.Não vai sair assim livre de tudo isso não.
-Quando vai?
-Logo que acertar as coisas com alguém.
-Guadalupe?
-Já sabe? Ri Valkíria.
-Claro e Desiré está doidinha para conhecer a mulher que fez sua mãe voltar a ser a mãezona dela de novo.
-Ela sabe?
-Sim, Jussara já contou.Achou melhor prevenir.Ela não estranhou nada,pois se lembra bem de Marie e você juntas.Eram as mães dela.
-Ela disse alguma coisa à este respeito?
-Sim,vive dizendo que tem as melhores mães do mundo,melhor que não ter nenhuma como no pouco tempo que ficou no orfanato ,até você ir lá buscá-la.
-Tenho uma filha de ouro.Agora vou arranjar uma outra mãe para ela,espero que aceite ser mãe aos 22 anos.E me aceite também ...com 38 anos.
Para não deixar Guadalupe sozinha à mercê de Cindy,Yulia a leva até ao Conservatório.E ali finalmente Guadalupe passa a conhecer quem realmente era Valkíria. Yulia a tranqüiliza a respeito das incertezas sobre os sentimentos de Valkíria.
Sentadas na cama, Yulia lhe conta tudo sobre a vida de Valkíria.Início de carreira e o encontro com Marie. E o resultado final de toda uma vida glamorosa no meio musical.
-Suicídio?
Guadalupe não conseguia assimilar o fim trágico de Marie.Na época ficara sabendo da morte da pianista mas não entrara em detalhes.
-Sim e sua morte decretou o fim da vida de Valkíria também.Ela ainda não está totalmente curada.De vez em quando tem recaídas.Mas ao te conhecer me pareceu ressuscitar. Tomou gosto novamente pela música.Viu o entusiasmo dela?Tudo por sua causa.
-Eu ainda não a entendo .Tem horas que parece gostar de mim.Mas nunca fala nada.
-Você tem de entender .Ela está apaixonada por você.Este empenho todo em te lançar com sucesso é uma demonstração do amor dela.
-Ela ...será que gosta mesmo de mim? Sabe dona Yulia,eu digo este gostar ...
-Sei ...amor? É isso?
-Sim. Amor.Guadalupe fala e abaixa a cabeça.Ela até agora não tocou nesta palavra.
-Você precisa conquistar este amor.Ele existe mas está com medo.
-Medo? Como assim?
-Posso te dizer a verdade? Ela sente medo por causa da diferença de idade entre vocês duas.
-É isso? É por isso que ela foge de mim? A idade? Guadalupe começa a rir.
-É .Não notou como ela ficou lá no saguão? Aquela moça a chamou de tia e pronto,saiu dali e sumiu.
-Droga ,me arrependo de ter começado a me corresponder com Cindy.Agora me aparece aqui e já cria rolo .
-Não se preocupe com ela. É coisa passageira.Logo ela some ,só não dar muita conversa,paixão via internet é assim .Cada dia aparece uma na vida da gente e se achando a melhor do mundo.Depois some quando vê que não damos a mínima.Principalmente quando já temos alguém.Não é mesmo?
-Sim.Eu já tenho e vou conquistar este amor escondido.Idade? Vou mostrar que não vai fazer nenhuma diferença.
Yulia sente alívio ao ouvi-la falar assim e a abraça
-Sabia. Quando Valkíria te acolheu tão bem não foi a toa.Ela te amou à primeira vista.
Mas os pensamentos de Valkíria não eram assim tão felizes.Deitada em seu apartamento ela relembra tudo o que já fizera com Guadalupe.E que fizera com Marie.
-Não posso fazer com Lupe o que fazia com Marie.Ela não vai aceitar. Vai me achar uma depravada.Que eu mesma acho que sou.O que eu e Marie fazíamos na cama não é assim tão normal.Como posso falar isso para ela?Eu não sei amar de outra forma.
Com os olhos injetados, ela custa a adormecer.Tem os pensamentos cheios de dúvidas.
E estas dúvidas fazem seu subconsciente trazer à tona , sua vida com Marie.
Numa mistura de sonho e pesadelo ela se vê novamente com sua amada Marie.Estes sonhos a perseguem desde que começara a voltar ao normal.O sentimento de culpa a deixa arrasada.E com isso tudo volta em sonhos ou em suas madrugadas solitárias quando a insônia cruel domina sua mente.Ela só consegue se lembrar do que faziam juntas.O sexo entre elas era animal.Seus sonhos quando adormece são como pesadelos.Clama por Marie e quando começa a tocar em seu corpo vibra com as loucuras.Quer tocar em seu copo,acariciar seu ventre ,beijar seus seios ,saborear seu mel ,quer a fonte dos prazeres.
São pesadelos que a fazem acordar chorando.
Senta-se na cama suando .
-Eu preciso dela.Mas não posso ser como era com Marie.Ou será que posso? Tenho medo.
Será que ela toparia fazer o que fazíamos?Tenho medo.Mas eu a amo. Sim! Eu a amo!Ela me fez reviver.Ela é a luz que eu precisava.Não quero mais continuar nesta escuridão.Mas é tão criança....eu ...não sei o que pensar mais.
A noite passa e ela ali ,sentada pensando.
O toque da campainha a tira do seu torpor.
Não tem ânimo para se levantar.Mas ao escutar as vozes alegres e reconhecendo uma ,pula da cama.Lava o rosto e corre para a sala.
Uma menina de uns 10 anos olha para ela com um largo sorriso.Cabelos negros lisos,olhos também muito negros.
-Mãe! Se joga em seus braços.Mãe ,estava morrendo de saudades.Cobre Valkíria de beijos.Esta retribui também com alegria .
-Filha ,como você está linda! Deixe-me ver .Nossa ! Como cresceu!
-Mãe! Agora vamos ficar juntas? Não vai mais embora?
-Não querida,não vou mais embora.Mamãe está curada.
-Que bom! Agora sim estou feliz.Mamãe voltou para mim.
Jussara e sua mãe ficam só sorrindo vendo a ternura e o carinho entre mãe e filha.
-Agora só vou conversar um pouco com sua segunda mãe ,posso?
-Claro,mamãe Brígida é um amor. Adoro morar com ela.
-Que bom Desiré.Isso me deixa muito feliz.Agora fique um pouco com Jussara que suas duas mamães precisam ter uma conversa séria.
-Como está Brígida?
As duas vão para o escritório de Valkíria e ali ela lê as cartas e faz as comparações.Esta fica abalada com tudo o que descobre e :
-Sabe me dizer Brígida o motivo dela ter forjado esta carta de despedida de Marie? A polícia não investigou direito,foi isso?
-Não sei dizer Valkíria.Mas estou muito desconfiada de Mayka.Ela se já veio com esta carta, alguma coisa já tinha em mente.Nota que não tem data?
-Sim.Isso me dá medo.Não está assinada por Marie.Não cita o seu nome em lugar algum.Só o meu.
-Veja aqui Valkíria.Olha o que ela diz:Valkíria eu não agüento mais viver nesta solidão.Que solidão é essa? Marie nunca reclamou disso.Parece coisa de teatro.
-Uma encenação? Isso o que quer dizer?
-Sim e outra coisa,Mayka seria capaz de fazer alguma loucura só para ficar com o dinheiro da família.
-Mas será que nunca parou para pensar? Ela não tinha como ficar com este delírio.Papai e vovô tem mais herdeiros.
-Bem, desconfio que ela esteja louca.
-Só pode .E eu este tempo todo não notei nada.
-Nem poderia Valkíria.Você estava doente. Só agora estamos raciocinando direito,porque você está voltando ao que era.
-Bom,ela foi para o Brasil.Vou atrás dela.Não vai sair assim livre de tudo isso não.
-Quando vai?
-Logo que acertar as coisas com alguém.
-Guadalupe?
-Já sabe? Ri Valkíria.
-Claro e Desiré está doidinha para conhecer a mulher que fez sua mãe voltar a ser a mãezona dela de novo.
-Ela sabe?
-Sim, Jussara já contou.Achou melhor prevenir.Ela não estranhou nada,pois se lembra bem de Marie e você juntas.Eram as mães dela.
-Ela disse alguma coisa à este respeito?
-Sim,vive dizendo que tem as melhores mães do mundo,melhor que não ter nenhuma como no pouco tempo que ficou no orfanato ,até você ir lá buscá-la.
-Tenho uma filha de ouro.Agora vou arranjar uma outra mãe para ela,espero que aceite ser mãe aos 22 anos.E me aceite também ...com 38 anos.
[07/08/11]
Capítulo 58. Sim
Um dia após se sair tão bem na apresentação,Guadalupe consegue dar uma fugida e conversa com Pablito.Vai para seu apartamento .Dorme esta noite lá.E ali na internet....
Conta como foi sua primeira apresentação .Ele feliz com o sucesso da irmã conta como estão seus novos contatos em Nova York.Fala do apartamento onde moram.Comentam sobre tudo
-E você e Valkíria? Como estão?
-Ah Pablito,mesmo ela tendo me arranjado este curso relâmpago eu não estou me sentindo realizada.Queria que tudo fosse diferente.Ainda mais agora que descobri sobre o seu passado.
-É,era isso que descobri lá na fazenda.Essa tal de Marie.Elas viviam juntas ,é isso?
-Sim e pelo que soube ela suicidou-se e Valkíria se acha culpada.
-Nossa, Lupe.Cada uma que já aconteceu e eu aqui longe sem poder te ajudar.Gostaria de estar aí ou então lá na fazenda.
-E mamãe? Ela comentou mais alguma coisa?
-Sim,vive me aborrecendo sobre isso.Ela desconfia de alguma coisa .Sabe como são as mães.
-Mas o que ela fala de concreto?
-Vive dizendo coisas,mas se eu fosse você não ligava muito não.Você está aí.Tem sua vida.E pelo que vejo já está a um passo de ter quem você quer.
-Nossa Pablito! Será que meu irmãozinho já está pensando também em alguém?
-Mais ou menos.Conheci uma menina que é uma graça.Mora aqui ao lado.É filha do embaixador da Itália. Una bella ragazza.
-Muito bem! Adorei saber disso.Me conta mais ...
Ficam a noite toda em conversa.Matam as saudades dos momentos que ficavam juntos.
Guadalupe vai dormir altas horas da madrugada.Pensa muito em sua mãe.Não sabe como falar com ela.
-Bem ,um dia ela vai ter de saber,espero que não esbraveje muito.Mas não tem volta mesmo.Uma hora Valkíria vai ser minha e eu dela.Não acha que esqueci o que disse aquela noite: depois do sucesso veremos....pois é.... está chegando a hora do veremos.....
Bem cedo ela retorna ao conservatório.
Nem bem chega e já é chamada à direção.
Margot conta-lhe sobre os telefonemas que recebera .
-Bem moça,agora é com você.Tem vários maestros querendo você.Hora de parar e pensar.
-Não sei ainda madame. Vou esperar Valkíria e ver o que ela acha .Ela entende mais e vai me ajudar.
-Hum...certo.Mas vá dando uma olhada nestas propostas.Assinalei as que são mais atrativas.Sem muita demora para responder.O mundo musical não pode parar.Sabe bem disso.
-Sim,é chegada a minha vez,vou escolher o que fazer.
-E olha Guadalupe.Meus parabéns, gostei de você .E ainda mais ter sido descoberta por Valkíria.Me aliviou o coração.Significa que ela voltou com tudo.Como era antes.
-Assim espero.
Guadalupe dá uma risada.Espero mesmo.
Ela ia saindo quando uma menina chega até ela.
-Oi.
Ela olha para ela e dando um sorriso responde:
-Oi.Tudo bem?
Guadalupe achando que se tratava de alguma aluna ,continua o seu caminho.Mas a menina a segura pelo braço:
-Espera um minuto . É você o remédio de mamãe?
Guadalupe não entende o significado e olha para ela :
-Não entendi .Pode repetir?
-Eu disse que queria sabe se é você a pessoa que está curando minha mãe.A Jussara me disse que é por sua causa que mamãe está voltando ao normal.E que não está mais doente.
-Jussara? Sua mãe está doente? Quem é ela?
-Desculpe,não era para falar assim.Eu nem me apresentei .Sou Desiré. Filha de Valkíria.
-Filha? Valkíria tem uma filha?
Guadalupe se encosta na parede.Aquela noticia a derruba de vez.
-Mãe? Mas.... como? Ela não....como pode ser filha dela? Ela nunca me disse nada .
- Sou sim.Ela e Marie me adotaram .Sou filha de Valkíria .Meu nome é Desiré Heranoff.Sabia que um dia vou ser uma duquesa ? Lá na Rússia?
-Duquesa? Deus do céu!
-Oi!
Guadalupe se vira e dá de cara com Valkíria.
-Já conheceu minha linda filha?
-Sim...acho que sim.Não me disse nada sobre ela.
-Não tive muito tempo .Mas agora já a conhece.
Jussara chega neste instante e a cumprimenta ,dado-lhe os parabéns.
-Jussara? fala Valkíria.Pode ir com Desiré ? Vão dar umas longas voltas pelo conservatório.Filha vá pesquisando os instrumentos , descubra por qual sente mais afinidade e queira aprender.Agora tenho de falar com Guadalupe.
-Sim,depois nos vemos.
As duas somem pelo corredor.
-Podemos conversar?
-Sim....acho que sim.Guadalupe ainda não se recuperou da noticia.Está surpresa em saber que Valkíria tinha uma filha.
Esta nota sua apatia.
-Surpresa ?
-Sim ,muito.
-Vai mudar algo?
-Mudar? Mudar o que?
O coração de Guadalupe dispara no peito.
-Ora,sobre o que vamos conversar.Podemos fazer isso em seu quarto? Não se preocupe.É só uma conversa mesmo.Preciso falar de mim para você.
-Precisa?Porque?
-Vamos. Lá dentro. Valkíria a pega pelo braço a empurrando para o quarto.Não se preocupe não vou te beijar.
-Heim?
Guadalupe a ouvindo falar assim acha divertido.
-Não vai me beijar? Nossa ! Vou ficar muito triste.Mas não se preocupe você também ,madame.Não vou querer .
-Não? Tem certeza?
Valkíria fala assim quando acaba de fechar a porta e se virando para ela dá um sorriso.
-Para com isso.O que quer comigo agora? Já me beijou bastante,já me deu o sucesso e o que quer mais de mim?
-Você quer mais alguma coisa?
-Para com isso.
-Não sabe ? Eu sei o que quero com você.Mas antes tem de me escutar.
-Escutar ? O que vai me contar que eu não sei?
-Já lhe contaram sobre Marie e eu?
A tristeza na voz de Valkíria faz com que Guadalupe se comova e diz baixinho:
-Já.Sinto muito. Não imaginei que você tivesse passado por tudo isso.
-Não se preocupe com isso.Só quero saber duas coisas de você.Seja sincera comigo.Não me esconda a verdade.Promete?
-Mas eu nem sei sobre o que vai me falar.Como posso prometer ?
-É sobre Marie e sobre mim. Eu vou contar como sou. Como era .
-Certo ,eu prometo.O que é?
-Eu posso falar de Marie com você? Contar como era minha vida com ela.O que sentia por ela e o que ainda sinto?Não vai te incomodar ouvir falando dela ...quase sempre?
-Vai ficar falando dela para mim? Quase sempre?
-Sim,eu preciso .Pode ser que um dia eu a esqueça,mas não sei quando.Preciso de sua compreensão.
-Minha compreensão? Mas ...Sim ,pode falar dela o tempo que quiser.Se é para te ajudar eu serei uma ótima ouvinte.Pode desabafar quando quiser
-E sobre mim.Me diga a verdade.Eu tenho 38 anos e você ....
-Valkíria...eu gosto de você e não vai ser a idade que vai me impedir isso.Sabe porque?
-Não.Não tenho idéia.O coração de Valkíria batia tão forte ao ouvir que Guadalupe gostava dela que começou a sentir tontura.
-Eu me apaixonei por você logo no primeiro dia. Quando eu te vi lá na fazenda.Me fazendo curativo.Lembra?Eu vi em você a mulher de meus sonhos.E foi exatamente por ser mais velha que eu.É como eu sempre quis.
-Mesmo? Nossa!
Valkíria não acreditava no que acabara de ouvir.
-Então....bem....tem também mais uma coisinha que talvez você não vá gostar...
-Não me interessa mais nada. Posso te dizer uma coisa que está aqui? Entalada em minha garganta?Ela coloca a mão no pescoço.
-Pode....pode sim...o que é?
-Eu te amo Valkíria.
-Me ama? Então a resposta para a minha próxima pergunta é ...
-Sim!
Conta como foi sua primeira apresentação .Ele feliz com o sucesso da irmã conta como estão seus novos contatos em Nova York.Fala do apartamento onde moram.Comentam sobre tudo
-E você e Valkíria? Como estão?
-Ah Pablito,mesmo ela tendo me arranjado este curso relâmpago eu não estou me sentindo realizada.Queria que tudo fosse diferente.Ainda mais agora que descobri sobre o seu passado.
-É,era isso que descobri lá na fazenda.Essa tal de Marie.Elas viviam juntas ,é isso?
-Sim e pelo que soube ela suicidou-se e Valkíria se acha culpada.
-Nossa, Lupe.Cada uma que já aconteceu e eu aqui longe sem poder te ajudar.Gostaria de estar aí ou então lá na fazenda.
-E mamãe? Ela comentou mais alguma coisa?
-Sim,vive me aborrecendo sobre isso.Ela desconfia de alguma coisa .Sabe como são as mães.
-Mas o que ela fala de concreto?
-Vive dizendo coisas,mas se eu fosse você não ligava muito não.Você está aí.Tem sua vida.E pelo que vejo já está a um passo de ter quem você quer.
-Nossa Pablito! Será que meu irmãozinho já está pensando também em alguém?
-Mais ou menos.Conheci uma menina que é uma graça.Mora aqui ao lado.É filha do embaixador da Itália. Una bella ragazza.
-Muito bem! Adorei saber disso.Me conta mais ...
Ficam a noite toda em conversa.Matam as saudades dos momentos que ficavam juntos.
Guadalupe vai dormir altas horas da madrugada.Pensa muito em sua mãe.Não sabe como falar com ela.
-Bem ,um dia ela vai ter de saber,espero que não esbraveje muito.Mas não tem volta mesmo.Uma hora Valkíria vai ser minha e eu dela.Não acha que esqueci o que disse aquela noite: depois do sucesso veremos....pois é.... está chegando a hora do veremos.....
Bem cedo ela retorna ao conservatório.
Nem bem chega e já é chamada à direção.
Margot conta-lhe sobre os telefonemas que recebera .
-Bem moça,agora é com você.Tem vários maestros querendo você.Hora de parar e pensar.
-Não sei ainda madame. Vou esperar Valkíria e ver o que ela acha .Ela entende mais e vai me ajudar.
-Hum...certo.Mas vá dando uma olhada nestas propostas.Assinalei as que são mais atrativas.Sem muita demora para responder.O mundo musical não pode parar.Sabe bem disso.
-Sim,é chegada a minha vez,vou escolher o que fazer.
-E olha Guadalupe.Meus parabéns, gostei de você .E ainda mais ter sido descoberta por Valkíria.Me aliviou o coração.Significa que ela voltou com tudo.Como era antes.
-Assim espero.
Guadalupe dá uma risada.Espero mesmo.
Ela ia saindo quando uma menina chega até ela.
-Oi.
Ela olha para ela e dando um sorriso responde:
-Oi.Tudo bem?
Guadalupe achando que se tratava de alguma aluna ,continua o seu caminho.Mas a menina a segura pelo braço:
-Espera um minuto . É você o remédio de mamãe?
Guadalupe não entende o significado e olha para ela :
-Não entendi .Pode repetir?
-Eu disse que queria sabe se é você a pessoa que está curando minha mãe.A Jussara me disse que é por sua causa que mamãe está voltando ao normal.E que não está mais doente.
-Jussara? Sua mãe está doente? Quem é ela?
-Desculpe,não era para falar assim.Eu nem me apresentei .Sou Desiré. Filha de Valkíria.
-Filha? Valkíria tem uma filha?
Guadalupe se encosta na parede.Aquela noticia a derruba de vez.
-Mãe? Mas.... como? Ela não....como pode ser filha dela? Ela nunca me disse nada .
- Sou sim.Ela e Marie me adotaram .Sou filha de Valkíria .Meu nome é Desiré Heranoff.Sabia que um dia vou ser uma duquesa ? Lá na Rússia?
-Duquesa? Deus do céu!
-Oi!
Guadalupe se vira e dá de cara com Valkíria.
-Já conheceu minha linda filha?
-Sim...acho que sim.Não me disse nada sobre ela.
-Não tive muito tempo .Mas agora já a conhece.
Jussara chega neste instante e a cumprimenta ,dado-lhe os parabéns.
-Jussara? fala Valkíria.Pode ir com Desiré ? Vão dar umas longas voltas pelo conservatório.Filha vá pesquisando os instrumentos , descubra por qual sente mais afinidade e queira aprender.Agora tenho de falar com Guadalupe.
-Sim,depois nos vemos.
As duas somem pelo corredor.
-Podemos conversar?
-Sim....acho que sim.Guadalupe ainda não se recuperou da noticia.Está surpresa em saber que Valkíria tinha uma filha.
Esta nota sua apatia.
-Surpresa ?
-Sim ,muito.
-Vai mudar algo?
-Mudar? Mudar o que?
O coração de Guadalupe dispara no peito.
-Ora,sobre o que vamos conversar.Podemos fazer isso em seu quarto? Não se preocupe.É só uma conversa mesmo.Preciso falar de mim para você.
-Precisa?Porque?
-Vamos. Lá dentro. Valkíria a pega pelo braço a empurrando para o quarto.Não se preocupe não vou te beijar.
-Heim?
Guadalupe a ouvindo falar assim acha divertido.
-Não vai me beijar? Nossa ! Vou ficar muito triste.Mas não se preocupe você também ,madame.Não vou querer .
-Não? Tem certeza?
Valkíria fala assim quando acaba de fechar a porta e se virando para ela dá um sorriso.
-Para com isso.O que quer comigo agora? Já me beijou bastante,já me deu o sucesso e o que quer mais de mim?
-Você quer mais alguma coisa?
-Para com isso.
-Não sabe ? Eu sei o que quero com você.Mas antes tem de me escutar.
-Escutar ? O que vai me contar que eu não sei?
-Já lhe contaram sobre Marie e eu?
A tristeza na voz de Valkíria faz com que Guadalupe se comova e diz baixinho:
-Já.Sinto muito. Não imaginei que você tivesse passado por tudo isso.
-Não se preocupe com isso.Só quero saber duas coisas de você.Seja sincera comigo.Não me esconda a verdade.Promete?
-Mas eu nem sei sobre o que vai me falar.Como posso prometer ?
-É sobre Marie e sobre mim. Eu vou contar como sou. Como era .
-Certo ,eu prometo.O que é?
-Eu posso falar de Marie com você? Contar como era minha vida com ela.O que sentia por ela e o que ainda sinto?Não vai te incomodar ouvir falando dela ...quase sempre?
-Vai ficar falando dela para mim? Quase sempre?
-Sim,eu preciso .Pode ser que um dia eu a esqueça,mas não sei quando.Preciso de sua compreensão.
-Minha compreensão? Mas ...Sim ,pode falar dela o tempo que quiser.Se é para te ajudar eu serei uma ótima ouvinte.Pode desabafar quando quiser
-E sobre mim.Me diga a verdade.Eu tenho 38 anos e você ....
-Valkíria...eu gosto de você e não vai ser a idade que vai me impedir isso.Sabe porque?
-Não.Não tenho idéia.O coração de Valkíria batia tão forte ao ouvir que Guadalupe gostava dela que começou a sentir tontura.
-Eu me apaixonei por você logo no primeiro dia. Quando eu te vi lá na fazenda.Me fazendo curativo.Lembra?Eu vi em você a mulher de meus sonhos.E foi exatamente por ser mais velha que eu.É como eu sempre quis.
-Mesmo? Nossa!
Valkíria não acreditava no que acabara de ouvir.
-Então....bem....tem também mais uma coisinha que talvez você não vá gostar...
-Não me interessa mais nada. Posso te dizer uma coisa que está aqui? Entalada em minha garganta?Ela coloca a mão no pescoço.
-Pode....pode sim...o que é?
-Eu te amo Valkíria.
-Me ama? Então a resposta para a minha próxima pergunta é ...
-Sim!
[07/08/11]
Capítulo 59. Aprendendo a amar
-Sim? Olha lá.Não vai se arrepender mais tarde? Você ainda não ouviu tudo sobre mim.
-Vou descobrir aos poucos.
Valkíria a pega pela cintura e puxa-a para si.
-Sinto muito.Mas eu menti agora pouco para você. Me perdoa?
-Mentiu? Mentiu em que?
-Ao dizer que não se preocupasse,que eu não ia te beijar.
A boca esfomeada cai sobre os lábios de Guadalupe.Esta se entrega ao beijo .Agora é um beijo bem mais sugado que os outros.
Segundos? Minutos? Não se sabe ,mas logo quando terminam ficam abraçadas.
-Sabe,muitas vezes eu parei para pensar.Desde que te vi senti algo dentro de mim.Agora sei o que é.Sou eu renascendo.Você fez isso comigo.Parei para pensar também...o que sinto por você?Desejo?Atração?Fascinação?No começo eu não sabia.Mas agora sei.Te desejo sim.Quero você.E este querer é mais que fascinação é mais que paixão.Lupe.Eu quero aprender a te amar.Me ensina?
-Aprender a me amar? Guadalupe a olha .Mas logo eu? Valkíria ,eu nunca estive com ninguém.Não sei se daria uma boa professora.
Valkíria ao ouvir isso a aperta mais entre seus braços.
-Deus ,obrigada.
-Porque diz isso?
-Você então não ...ou melhor nunca esteve com ninguém? Eu vou ser ...
-Sim...quero que você me ensine .Você sabe.
-Não,não sei.Vamos descobrir tudo juntas.
-O que sente por mim? Pode me dizer ?
-Eu te amo.
O beijo agora é voraz.Exigente de parte a parte.Querem se sentir sem medo.As mãos vão apalpando o corpo.Tocando de leve ,as vezes com força.O beijo da boca desce para o pescoço ,dali sobe até a orelha.As mãos agora passeiam pela nuca,pelos ombros.
O abraço é interminável.Guadalupe dá um suspiro e encosta a cabeça no ombro de Valkíria.
-Amor...como eu te amo.
-Eu também te amo,este amor despertou a emoção adormecida em mim.Eu não esperava mais o amor.Você chegou sem ser esperada.Não pediu permissão para entrar ,me invadiu.
-Ainda não.Ri feliz ,Guadalupe.
Ao ouvir isso Valkíria a olha .Seus olhos parecem luzir de felicidade com o que Guadalupe dissera.
-Você quer?
-Quero.
-Amor....ela a braça com força.Você é minha luz.Não acredita o quanto rezei para encontrar você.Eu estava perdida em meu negro oceano.Sem rumo.E aí apareceu você e me levou de volta ao porto seguro .Você iluminou meu caminho.
-E você é quem eu sempre sonhei em ter comigo.Te quero Valkíria ,você não calcula o quanto eu te quero. Quero ficar sempre assim,agarrada em você.Sentir você,sentir tuas mãos em mim,tua boca em mim.Tudo.Quero tudo de você.
-E acha que não quero tudo de você? Mais ainda agora,sabendo que vou ser a primeira a ...ter você.
-Sim,você vai ser a primeira .Não sei como é,mas não agüento de vontade de descobrir.
-Vem comigo então....Valkíria a empurra para a cama...te quero.
-Não Valkíria! Aqui não! Quero que seja em um lugar tranqüilo.Aqui não é.Logo sua filha vai nos procurar.Não quero nada corrido.Quero te sentir bem devagar,como sempre sonhei...pedacinho por pedacinho...
-É,tem razão.Aqui não vai dar .Nem lá em meu apartamento.Está cheio...
-Bem .Agora não vamos conseguir nada.Vamos deixar para amanhã?
-Para amanhã?Valkíria dá um suspiro.Está bem.Amanhã ...mas quero um aperitivo.
-Você não vai ter um aperitivo...eu é que vou ter. Guadalupe sobe a camiseta de Valkíria e olha os seus seios....deliciosos ...como imaginei.Posso?
Nem bem fala ela gruda a boca em um deles.....deixa eu descobrir como é o seu gos...to...ela suga e lambe.
Valkíria ao sentir a boca em si ,dá um gemido.A puxa com força para si.O calor sobe por suas pernas.Um calor de desejo.Seu corpo grita de desejo.Quer fazer amor.Quer fazer sexo.
-Amor....deixa eu te sentir ?
-Depois....ri Guadalupe.Eu estou agüentando .Quero você bem quente.
-Quente? Olha lá...não sabe com quem está brincando.
-Sei sim....uma mulher gostosa e que quer aprender a amar.Pois vamos ver.Quem vai ensinar quem.Eu aprendo rápido.Vai ver.
Um toque na porta e Valkíria abaixa a camiseta e se recompõe logo.
-Podemos ir mãe? A voz de Desiré é ouvida do outro lado da porta.
-Sim ,já vou.
-Até amanhã ,minha gostosura ,fala rindo Guadalupe.Amanhã você não me escapa.
-Veremos quem vai escapar .Não vá ficar com medo de mim depois.
-Medo? Já estou.Pensa que não imagino coisas?
Ela sai com a filha.No caminho Desiré volta correndo e fala com Guadalupe.
-Lupe? Posso te chamar assim?
-Claro .O que é?
-Preciso te mostrar uma coisa.Mas não quero que mamãe veja.Eu não quero que ela volte a ficar doente.Posso te mostrar amanhã?
-Claro.Venha bem cedo então ,estou curiosa para saber este mistério.Ri Guadalupe com a seriedade da menina.
-Não ria Lupe ,é muito sério.É sobre Marie.Eu descobri uma coisa e como vejo que mamãe gosta de você eu acho que você pode resolver este assunto.
-O que é ? Pode me dar uma dica?
-Sabe,eu moro com mamãe no sul da França ,me Avignon.Logo você vai conhecer .É uma casa linda.Pertinho da fábrica de perfumes.Eu vou muito na casa de Marina,a filha de Mayka.
-Marina? Não sabia disso.E o que viu por lá?
-A Mayka voltou para o Brasil.E ela esqueceu o seu diário por lá e eu ....não vá ficar brava comigo.Eu o li.
-Leu? Bem não é uma coisa muito bonita de se fazer,mas já fez mesmo.E o que tem assim de tão especial?
-Bem ela escrevia tudo nele.E fiquei com medo do que li.Acho que mamãe não vai gostar de saber .Ou vai.Fiquei em dúvidas.Por isso quero que você o leia e me diga se falo com ela ou não.
-Está bem.Me traga amanhã .Eu vejo o que você deve fazer.
E na manhã seguinte a verdade aparece no quarto de Guadalupe.Leu e releu o diário.Desiré ficava só esperando sua reação e esta vem em forma de choro.
-Vou descobrir aos poucos.
Valkíria a pega pela cintura e puxa-a para si.
-Sinto muito.Mas eu menti agora pouco para você. Me perdoa?
-Mentiu? Mentiu em que?
-Ao dizer que não se preocupasse,que eu não ia te beijar.
A boca esfomeada cai sobre os lábios de Guadalupe.Esta se entrega ao beijo .Agora é um beijo bem mais sugado que os outros.
Segundos? Minutos? Não se sabe ,mas logo quando terminam ficam abraçadas.
-Sabe,muitas vezes eu parei para pensar.Desde que te vi senti algo dentro de mim.Agora sei o que é.Sou eu renascendo.Você fez isso comigo.Parei para pensar também...o que sinto por você?Desejo?Atração?Fascinação?No começo eu não sabia.Mas agora sei.Te desejo sim.Quero você.E este querer é mais que fascinação é mais que paixão.Lupe.Eu quero aprender a te amar.Me ensina?
-Aprender a me amar? Guadalupe a olha .Mas logo eu? Valkíria ,eu nunca estive com ninguém.Não sei se daria uma boa professora.
Valkíria ao ouvir isso a aperta mais entre seus braços.
-Deus ,obrigada.
-Porque diz isso?
-Você então não ...ou melhor nunca esteve com ninguém? Eu vou ser ...
-Sim...quero que você me ensine .Você sabe.
-Não,não sei.Vamos descobrir tudo juntas.
-O que sente por mim? Pode me dizer ?
-Eu te amo.
O beijo agora é voraz.Exigente de parte a parte.Querem se sentir sem medo.As mãos vão apalpando o corpo.Tocando de leve ,as vezes com força.O beijo da boca desce para o pescoço ,dali sobe até a orelha.As mãos agora passeiam pela nuca,pelos ombros.
O abraço é interminável.Guadalupe dá um suspiro e encosta a cabeça no ombro de Valkíria.
-Amor...como eu te amo.
-Eu também te amo,este amor despertou a emoção adormecida em mim.Eu não esperava mais o amor.Você chegou sem ser esperada.Não pediu permissão para entrar ,me invadiu.
-Ainda não.Ri feliz ,Guadalupe.
Ao ouvir isso Valkíria a olha .Seus olhos parecem luzir de felicidade com o que Guadalupe dissera.
-Você quer?
-Quero.
-Amor....ela a braça com força.Você é minha luz.Não acredita o quanto rezei para encontrar você.Eu estava perdida em meu negro oceano.Sem rumo.E aí apareceu você e me levou de volta ao porto seguro .Você iluminou meu caminho.
-E você é quem eu sempre sonhei em ter comigo.Te quero Valkíria ,você não calcula o quanto eu te quero. Quero ficar sempre assim,agarrada em você.Sentir você,sentir tuas mãos em mim,tua boca em mim.Tudo.Quero tudo de você.
-E acha que não quero tudo de você? Mais ainda agora,sabendo que vou ser a primeira a ...ter você.
-Sim,você vai ser a primeira .Não sei como é,mas não agüento de vontade de descobrir.
-Vem comigo então....Valkíria a empurra para a cama...te quero.
-Não Valkíria! Aqui não! Quero que seja em um lugar tranqüilo.Aqui não é.Logo sua filha vai nos procurar.Não quero nada corrido.Quero te sentir bem devagar,como sempre sonhei...pedacinho por pedacinho...
-É,tem razão.Aqui não vai dar .Nem lá em meu apartamento.Está cheio...
-Bem .Agora não vamos conseguir nada.Vamos deixar para amanhã?
-Para amanhã?Valkíria dá um suspiro.Está bem.Amanhã ...mas quero um aperitivo.
-Você não vai ter um aperitivo...eu é que vou ter. Guadalupe sobe a camiseta de Valkíria e olha os seus seios....deliciosos ...como imaginei.Posso?
Nem bem fala ela gruda a boca em um deles.....deixa eu descobrir como é o seu gos...to...ela suga e lambe.
Valkíria ao sentir a boca em si ,dá um gemido.A puxa com força para si.O calor sobe por suas pernas.Um calor de desejo.Seu corpo grita de desejo.Quer fazer amor.Quer fazer sexo.
-Amor....deixa eu te sentir ?
-Depois....ri Guadalupe.Eu estou agüentando .Quero você bem quente.
-Quente? Olha lá...não sabe com quem está brincando.
-Sei sim....uma mulher gostosa e que quer aprender a amar.Pois vamos ver.Quem vai ensinar quem.Eu aprendo rápido.Vai ver.
Um toque na porta e Valkíria abaixa a camiseta e se recompõe logo.
-Podemos ir mãe? A voz de Desiré é ouvida do outro lado da porta.
-Sim ,já vou.
-Até amanhã ,minha gostosura ,fala rindo Guadalupe.Amanhã você não me escapa.
-Veremos quem vai escapar .Não vá ficar com medo de mim depois.
-Medo? Já estou.Pensa que não imagino coisas?
Ela sai com a filha.No caminho Desiré volta correndo e fala com Guadalupe.
-Lupe? Posso te chamar assim?
-Claro .O que é?
-Preciso te mostrar uma coisa.Mas não quero que mamãe veja.Eu não quero que ela volte a ficar doente.Posso te mostrar amanhã?
-Claro.Venha bem cedo então ,estou curiosa para saber este mistério.Ri Guadalupe com a seriedade da menina.
-Não ria Lupe ,é muito sério.É sobre Marie.Eu descobri uma coisa e como vejo que mamãe gosta de você eu acho que você pode resolver este assunto.
-O que é ? Pode me dar uma dica?
-Sabe,eu moro com mamãe no sul da França ,me Avignon.Logo você vai conhecer .É uma casa linda.Pertinho da fábrica de perfumes.Eu vou muito na casa de Marina,a filha de Mayka.
-Marina? Não sabia disso.E o que viu por lá?
-A Mayka voltou para o Brasil.E ela esqueceu o seu diário por lá e eu ....não vá ficar brava comigo.Eu o li.
-Leu? Bem não é uma coisa muito bonita de se fazer,mas já fez mesmo.E o que tem assim de tão especial?
-Bem ela escrevia tudo nele.E fiquei com medo do que li.Acho que mamãe não vai gostar de saber .Ou vai.Fiquei em dúvidas.Por isso quero que você o leia e me diga se falo com ela ou não.
-Está bem.Me traga amanhã .Eu vejo o que você deve fazer.
E na manhã seguinte a verdade aparece no quarto de Guadalupe.Leu e releu o diário.Desiré ficava só esperando sua reação e esta vem em forma de choro.
[07/08/11]
Capítulo 60. Alívio
-Não ! Isso não pode ser verdade.Esta Mayka é uma louca!Completamente louca.Tudo que li até agora é coisa de uma psicopata. Quer transformar isso em um livro?É o que ela fala logo no início dele.
-Viu? Não disse? Acha que devo mostrar isso para mamãe?
-Acho? Claro .Nós vamos mostrar para ela e para a polícia.Mayka não pode ficar impune.O que fez é crime.E tem de pagar.Guadalupe enxugas as lágrimas.
-Olha aqui nesta página.Diz que quer voltar para a Rússia como a futura Czarina.É possível isso?
-Na cabeça dela é.Muito perigosa.
-Jussara me disse que andava desconfiada e por isso não desgrudava de Valkíria.Mas como não tinha provas nada podia fazer.
-Para sua idade você é bem esperta Desiré.Há quanto tempo está com Valkíria?
-Ela me adotou quando eu tinha cinco anos.
-E onde ela te achou? A curiosidade de Guadalupe era enorme.
-Minha mãe de verdade,trabalhava aqui no conservatório. Ela cuidava dos pianos.Era a afinadora .Mas um dia ela ficou doente e não mais ficou boa .Morreu quando eu tinha quatro anos.E foi aí que as duas me adotaram.Marie e Valkíria. Mas aconteceu a morte de Marie e Valkíria ficou doente por causa disso e eu fiquei morando com Brígida .Mas agora mamãe está bem e não quero mais que fique doente.
-Não.Pelo que sei é capaz de se curar de vez.Chama Jussara.Ela leu?
-Não.Eu fiquei com medo dela ficar brava comigo.
-Não vai ficar ,muito pelo contrário.Ela vai nos ajudar.
Jussara após ler o diário começa a chorar também e fica muito revoltada. .
É raiva misturada com alívio.
-Valkíria não merecia isso.Olha quantos anos sofrendo.Ela ficou quase louca por causa disso.E tudo culpa de Mayka? Guadalupe? Como pode existir uma pessoa assim?
-Loucura ,somente isso Jussara.Mayka precisa ser internada.É muito perigosa.
-E como é.Este tempo todo se passando por amiga de Valkíria e tramando tudo isso.
-Como falaremos para Valkíria?Não sei nem como começar.
-Eu falo.Quando ela vier hoje aqui eu falo com ela.Dona Yulia já sabe disso?
-Não. É melhor colocá-la a par disso.Sabe-se lá o que Valkíria possa fazer.Vou chamá-la.
Yulia é convocada para ir ao Conservatório.
Mas quando recebe o aviso Valkíria escuta parte da conversa e desconfiada como é :
-Tia? O que acontece?
-Nada Valkíria.
-Nada ? Como nada? Jussara sai cedo com a Desiré sem dizer onde ia e agora chamam do Conservatório.O que é?
-Logo você vai saber filha.
-Tudo bem eu vou junto com você.
-Não precisa ,sei o caminho.Yulia fora instruída por Jussara para não deixar Valkíria ir cedo ao Conservatório.
Por mais que tentasse, não consegue.Sabe o quanto ela é teimosa e suspirando resignada a leva junto.
A apreensão é nítida nas fisionomias das duas quando ela chega junto .
Mas Guadalupe faz com que Desiré leve sua mãe para mostrar um instrumento que queria aprender a tocar.
Com má vontade e super desconfiada Valkíria cede e sai com a menina.
E Yulia consegue ler o diário com calma.Depois de lido ela respira fundo e dá um sorriso triste:
-Bem ,com isso Valkíria vai voltar ao normal.O complexo de culpa vai abandoná-la para sempre.Mas sei que vai bater muita tristeza em seu coração.Você sabe ,Jussara ,o quanto ela amava Marie.Esta nova noticia vai mexer com ela de novo.E você Guadalupe vai ser a chave principal.Vai ajudá-la a superar mais isso.
-Não se preocupe dona Yulia.Vou sim.Eu gosto dela e ela de mim.
-Bem filha,ela abraça Guadalupe,seja forte .Ela ainda vai dar trabalho,mas logo você vai conhecer a verdadeira Valkíria .Ela é uma pessoa muito alegre.Faça-a voltar ao que era antes da morte de Marie.Não vou agüentar se ela cair novamente.
-Pode contar comigo .Guadalupe sorri .Dizem que o amor é um santo remédio.Quero provar que é.
-Bem,vamos lá.Vamos mostrar à ela. Jussara você leve a Desiré .Prefiro que a menina não veja a sua reação.Ela já sofreu muito também.Não há necessidade de mais .Leve-a para passear ou de volta para casa.
-Sim senhora.Mas me mantenha a par da reação de Valkíria.
Valkíria recebe o diário de Mayka.
-Um diário?Ela tem um?
-Leia querida e recomece a viver de verdade ,fala Yulia.
-Tia? Acha que devo fazer isso?
Valkíria olha interessada para Guadalupe.Esta lhe dá um sorriso.Mas ela nota que o sorriso é medroso .
-O que é Lupe? Você sabe?
-Sim.Eu li e você deve ler sim.É para o seu próprio bem.
-Já que é assim.
Sentada na cama Valkíria vai lendo .À principio acha graça nas loucuras de sua governanta.Mas sua fisionomia vai ficando carregada ao ler sobre Marie.Ela olha para a tia.De seus olhos descem lágrimas.
-Tia....ela....ela ....ela fez isso com minha Marie?Tia? Marie....ela matou a minha Marie?
Valkíria lê o que a própria Mayka escrevera,se vanglória dizendo como atiçara o cão naquela noite fatídica:
----“ Eu conversei com Marie.Ela debochou de mim dizendo que sabia que eu queria o dinheiro de Valkíria.E ainda me disse outras besteiras...como se houvesse mais herdeiros .Eu sou a única .Eu lhe disse isso.Ela riu de mim.E eu aticei Trovão sobre ela.Sabia de seu medo por cães.Trovão era bobão. Gostava dela.Eu não agüentei e a empurrei.Foi fácil.A poderosa Marie estava sentada ali,no beiral.Não teve como se segurar e eu fiquei livre dela.E o idiota do Trovão ainda foi lá tentar ajudá-la.Idiota,detesto animal assim.Por isso tive de matá-lo também.Imagina,ficou lá lambendo .Foi fácil colocar a carta de suicido em suas mãos.Eu sempre ganho.Sempre ganhei.Sou esperta .Sempre fui.Vou voltar a ser a czarina ....”
-Então...Marie não se suicidou? Mayka a matou?
Valkíria lê e relê.Fecha o diário .Não fala mais nada.As lágrimas agora já não descem mais.Por sua cabeça passa tudo o que sentiu nestes anos todos.Fecha os punhos.
Raiva,ódio .Não sabe o que sente nesta hora.
Com o maxilar fechado. Seu rosto parecia esculpido em pedra.Se levanta e sai do quarto.
Guadalupe faz menção de segui-la mas Yulia a impede:
-Deixe-a .Deixe-a pensar no que descobriu.Precisa assimilar tudo.
-Mas ela vai ficar bem?
-Vai sim.Só dar tempo ao tempo.Vamos esperar sua volta.
-Viu? Não disse? Acha que devo mostrar isso para mamãe?
-Acho? Claro .Nós vamos mostrar para ela e para a polícia.Mayka não pode ficar impune.O que fez é crime.E tem de pagar.Guadalupe enxugas as lágrimas.
-Olha aqui nesta página.Diz que quer voltar para a Rússia como a futura Czarina.É possível isso?
-Na cabeça dela é.Muito perigosa.
-Jussara me disse que andava desconfiada e por isso não desgrudava de Valkíria.Mas como não tinha provas nada podia fazer.
-Para sua idade você é bem esperta Desiré.Há quanto tempo está com Valkíria?
-Ela me adotou quando eu tinha cinco anos.
-E onde ela te achou? A curiosidade de Guadalupe era enorme.
-Minha mãe de verdade,trabalhava aqui no conservatório. Ela cuidava dos pianos.Era a afinadora .Mas um dia ela ficou doente e não mais ficou boa .Morreu quando eu tinha quatro anos.E foi aí que as duas me adotaram.Marie e Valkíria. Mas aconteceu a morte de Marie e Valkíria ficou doente por causa disso e eu fiquei morando com Brígida .Mas agora mamãe está bem e não quero mais que fique doente.
-Não.Pelo que sei é capaz de se curar de vez.Chama Jussara.Ela leu?
-Não.Eu fiquei com medo dela ficar brava comigo.
-Não vai ficar ,muito pelo contrário.Ela vai nos ajudar.
Jussara após ler o diário começa a chorar também e fica muito revoltada. .
É raiva misturada com alívio.
-Valkíria não merecia isso.Olha quantos anos sofrendo.Ela ficou quase louca por causa disso.E tudo culpa de Mayka? Guadalupe? Como pode existir uma pessoa assim?
-Loucura ,somente isso Jussara.Mayka precisa ser internada.É muito perigosa.
-E como é.Este tempo todo se passando por amiga de Valkíria e tramando tudo isso.
-Como falaremos para Valkíria?Não sei nem como começar.
-Eu falo.Quando ela vier hoje aqui eu falo com ela.Dona Yulia já sabe disso?
-Não. É melhor colocá-la a par disso.Sabe-se lá o que Valkíria possa fazer.Vou chamá-la.
Yulia é convocada para ir ao Conservatório.
Mas quando recebe o aviso Valkíria escuta parte da conversa e desconfiada como é :
-Tia? O que acontece?
-Nada Valkíria.
-Nada ? Como nada? Jussara sai cedo com a Desiré sem dizer onde ia e agora chamam do Conservatório.O que é?
-Logo você vai saber filha.
-Tudo bem eu vou junto com você.
-Não precisa ,sei o caminho.Yulia fora instruída por Jussara para não deixar Valkíria ir cedo ao Conservatório.
Por mais que tentasse, não consegue.Sabe o quanto ela é teimosa e suspirando resignada a leva junto.
A apreensão é nítida nas fisionomias das duas quando ela chega junto .
Mas Guadalupe faz com que Desiré leve sua mãe para mostrar um instrumento que queria aprender a tocar.
Com má vontade e super desconfiada Valkíria cede e sai com a menina.
E Yulia consegue ler o diário com calma.Depois de lido ela respira fundo e dá um sorriso triste:
-Bem ,com isso Valkíria vai voltar ao normal.O complexo de culpa vai abandoná-la para sempre.Mas sei que vai bater muita tristeza em seu coração.Você sabe ,Jussara ,o quanto ela amava Marie.Esta nova noticia vai mexer com ela de novo.E você Guadalupe vai ser a chave principal.Vai ajudá-la a superar mais isso.
-Não se preocupe dona Yulia.Vou sim.Eu gosto dela e ela de mim.
-Bem filha,ela abraça Guadalupe,seja forte .Ela ainda vai dar trabalho,mas logo você vai conhecer a verdadeira Valkíria .Ela é uma pessoa muito alegre.Faça-a voltar ao que era antes da morte de Marie.Não vou agüentar se ela cair novamente.
-Pode contar comigo .Guadalupe sorri .Dizem que o amor é um santo remédio.Quero provar que é.
-Bem,vamos lá.Vamos mostrar à ela. Jussara você leve a Desiré .Prefiro que a menina não veja a sua reação.Ela já sofreu muito também.Não há necessidade de mais .Leve-a para passear ou de volta para casa.
-Sim senhora.Mas me mantenha a par da reação de Valkíria.
Valkíria recebe o diário de Mayka.
-Um diário?Ela tem um?
-Leia querida e recomece a viver de verdade ,fala Yulia.
-Tia? Acha que devo fazer isso?
Valkíria olha interessada para Guadalupe.Esta lhe dá um sorriso.Mas ela nota que o sorriso é medroso .
-O que é Lupe? Você sabe?
-Sim.Eu li e você deve ler sim.É para o seu próprio bem.
-Já que é assim.
Sentada na cama Valkíria vai lendo .À principio acha graça nas loucuras de sua governanta.Mas sua fisionomia vai ficando carregada ao ler sobre Marie.Ela olha para a tia.De seus olhos descem lágrimas.
-Tia....ela....ela ....ela fez isso com minha Marie?Tia? Marie....ela matou a minha Marie?
Valkíria lê o que a própria Mayka escrevera,se vanglória dizendo como atiçara o cão naquela noite fatídica:
----“ Eu conversei com Marie.Ela debochou de mim dizendo que sabia que eu queria o dinheiro de Valkíria.E ainda me disse outras besteiras...como se houvesse mais herdeiros .Eu sou a única .Eu lhe disse isso.Ela riu de mim.E eu aticei Trovão sobre ela.Sabia de seu medo por cães.Trovão era bobão. Gostava dela.Eu não agüentei e a empurrei.Foi fácil.A poderosa Marie estava sentada ali,no beiral.Não teve como se segurar e eu fiquei livre dela.E o idiota do Trovão ainda foi lá tentar ajudá-la.Idiota,detesto animal assim.Por isso tive de matá-lo também.Imagina,ficou lá lambendo .Foi fácil colocar a carta de suicido em suas mãos.Eu sempre ganho.Sempre ganhei.Sou esperta .Sempre fui.Vou voltar a ser a czarina ....”
-Então...Marie não se suicidou? Mayka a matou?
Valkíria lê e relê.Fecha o diário .Não fala mais nada.As lágrimas agora já não descem mais.Por sua cabeça passa tudo o que sentiu nestes anos todos.Fecha os punhos.
Raiva,ódio .Não sabe o que sente nesta hora.
Com o maxilar fechado. Seu rosto parecia esculpido em pedra.Se levanta e sai do quarto.
Guadalupe faz menção de segui-la mas Yulia a impede:
-Deixe-a .Deixe-a pensar no que descobriu.Precisa assimilar tudo.
-Mas ela vai ficar bem?
-Vai sim.Só dar tempo ao tempo.Vamos esperar sua volta.
Mas as horas passam e nada de Valkíria.
Yulia vendo que os acontecimentos não seguiam seu raciocínio ,começa a ficar preocupada.
Ninguém soube dizer para onde Valkíria fora.
Procuram pelo conservatório e nada. No apartamento também não voltara.
-Vamos esperar mais. Yulia resolve voltar para o apartamento. Leva Jussara e Desiré com ela.
-Qualquer coisa eu te aviso Lupe.Vá dormir e não fique preocupada. Ela agora está mais aliviada.Vai voltar logo para casa.
-Certo,vou para o meu apartamento.Não consigo ficar aqui .Me avisem quando ela voltar.Após tomar banho ela pega suas coisas e sai para o seu apartamento.
Guadalupe ao chegar,o porteiro:
-Dona Guadalupe.Sua amiga veio te procurar.
-Amiga? O coração de Guadalupe pula no peito.Onde ela está?
O porteiro indica com o dedo.
Guadalupe não acredita no que vê.
Yulia vendo que os acontecimentos não seguiam seu raciocínio ,começa a ficar preocupada.
Ninguém soube dizer para onde Valkíria fora.
Procuram pelo conservatório e nada. No apartamento também não voltara.
-Vamos esperar mais. Yulia resolve voltar para o apartamento. Leva Jussara e Desiré com ela.
-Qualquer coisa eu te aviso Lupe.Vá dormir e não fique preocupada. Ela agora está mais aliviada.Vai voltar logo para casa.
-Certo,vou para o meu apartamento.Não consigo ficar aqui .Me avisem quando ela voltar.Após tomar banho ela pega suas coisas e sai para o seu apartamento.
Guadalupe ao chegar,o porteiro:
-Dona Guadalupe.Sua amiga veio te procurar.
-Amiga? O coração de Guadalupe pula no peito.Onde ela está?
O porteiro indica com o dedo.
Guadalupe não acredita no que vê.
[08/08/11]
Capítulo 61. Me ame
Capítulo 61. Me ame
Sentada na calçada com a cabeça baixa, lá estava Valkíria.
Guadalupe guarda o seu carro e vai até ela.
Senta-se ao seu lado na calçada:
-Oi .Como você está?
Valkíria levantando a cabeça a olha fixamente.
-Bem,agora bem.
-Bem mesmo?
-Sim, não se preocupe comigo.Estou bem.
-Mas o que faz aqui sentada na calçada?
-Te esperando.
-Na calçada? Cadê o seu carro?Porque não ficou nele?
-Ele ficou lá.Ela mostra o carro estacionado bem distante.Da última vez o porteiro ficou incomodado comigo.Preferi ficar sem o carro.
-Valkíria? Deus meu ! Você é terrível! Imagina só.Nunca me passaria pela cabeça isso.Venha! Venha comigo.
Guadalupe se levanta puxando-a pelo braço.
-Onde me leva? O sorriso de Valkíria é amplo.
-Sorrindo? Ora sua....sabe bem para onde .Venha logo ou deixo você aqui fora .
-Porque está assim tão brava?Fiz algo de errado?
-Não.Só deixou à todos quase loucos te procurando.Onde foi?
-Dei umas voltas pela cidade.Pensei e muito.Agora estou bem.
-Bem mesmo? O que achou de tudo?
-Senti um peso sair de cima de mim.
-A culpa? É isso?
-Sim,mas não vamos falar disso agora.Estou com fome.
-Venha.Agora é minha vez de te ajudar.Vou te dar comida e abrigo.Como fez comigo e meu irmão.
-Vai mesmo? E o que mais?
-Mais?
As duas já estavam saindo do elevador e chegando em frente à porta do apartamento de Guadalupe.
Abre a porta e empurra Valkíria para dentro.
Esta a agarra com força e vai dar um beijo quando Guadalupe a afasta com força:
-O que foi? Mudou de idéia?
-Não mudei .Só que Valkíria ....você passou o dia todo na rua e ...e ...
-Ah! Entendi .Estou fedendo? É isso?
-Desculpe ...mas é isso mesmo.
-Posso....?
-Sim , venha .
Valkíria toma um banho e se sente outra.Olha para o banheiro .Vasculha tudo ao redor.Cheira tudo.
Finalmente se olha no espelho.Os olhos brilham,dá um sorriso para sua imagem:
-Fim.Agora sou outra.Você Marie não me deixou.Não me abandonou.Vou te amar para sempre.Mesmo com todo o seu ciúme.E se estiver me ouvindo é bom fechar os olhos,os ouvidos .Pois se ver o que vai acontecer de hoje em diante ficará verde de ciúmes.E com motivos.
Sai do banheiro vestida com o roupão branco de Guadalupe.
Não a encontra na sala.Sai procurando por ela.O apartamento é grande.Mas encontra uma porta fechada.Uma porta diferente das outras.
-Hum....é isolada.Já sei porque.
Abre a porta e fica encantada com o que vê.Uma sala preparada para um piano.Toda isolada.O som não saia .Era um apartamento.
-Esperta, é uma pianista mesmo.Tem até sua sala particular.
Chega em Guadalupe que ao piano executa uma música de sua autoria:
A abraçando por trás:
-Como conseguiu esta partitura?
-Com a Jussara ,ela me trouxe todos os seus trabalhos.Ficou brava?
-Brava? Não.Muito feliz.Elas são suas agora.Já que você vai ser minha.
Nem bem acaba de falar assim e Valkíria pega Guadalupe pelos braços a tirando do piano.Agora chega de música.
Fecha o piano e pegando Guadalupe pela cintura a coloca sentada nele.
O beijo que trocam diz tudo o que se passa por dentro das duas.
-Amor.... fala Valkíria no meio de seus lábios...eu te quero....meu coração dói de tanto que te quer.
Guadalupe agarra o pescoço de Valkíria e fala bem baixinho ao seu ouvido.
-Mais que eu te quero? Duvido.
-Amor... eu quero você mas tenho medo..
-Medo? Medo do que ?
-De não saber te amar como você gostaria de ser amada.
-Você diz sobre como quer me amar? É isso? Valkíria eu amo você ,eu sonho com você,eu quero você.Por favor ,não me deixe nesta angustia....eu quero descobrir o seu amor.
-Então acenda o estopim ...me dizendo que me ama.
-Preciso te acender? Lá vai....eu te amo Valkíria e quero ser sua.Me toma para você.
Mal Guadalupe acaba de pronunciar estas palavras sua boca é tomada por uma voraz e esfomeada boca.
As mãos de Valkíria,muito ligeiras, retiram sua camiseta com muita ansiedade.Retira o sutiã e sua boca desce aos seios intumescidos.Depois de os beijar intensamente, ela olha para Guadalupe.Seus olhos brilham febris:
-Eu te amo, Lupe,muito mesmo.É um querer diferente.Não é como eu e Marie...me perdoe em falar nela.Não é comparação.É só para dizer que o que sinto por você é bem maior. Você disse uma frase que nunca ouvi Marie me dizer....e por isso eu sei que o que sinto é amor de verdade..
-O que foi que eu disse?
-Que me ama....ela nunca disse isso.Para ela o que interessava era o que faríamos juntas na cama.Por isso eu sei que com você eu vou aprender o que é o amor de verdade.
-Para de falar Valkíria... Guadalupe com as pernas atraca seu corpo deixando-a entre suas pernas...eu quero você ....faça amor comigo.
A boca de Valkíria volta para os seios.Guadalupe com as mãos em sua cabeça a segurava com força.O toque em seus seios a estava deixando louca de desejos.Estava sentindo tudo latejando.De sua boca começou a sair frases sem nexo tanto era sua excitação.
As mãos experientes de Valkíria abrem o fecho de sua calça e entra com uma delas .Acaricia o clitóris de Guadalupe por cima da calcinha.Esta geme ao toque e abre mais as pernas para sentir mais.
-Ai....Val...mais ...
A sensação de calor que apareceu entre suas pernas e sexo a deixava entregue.Queria sentir mais e mais.O toque era muito prazeroso.Com isso instintivamente começa a se remexer em cima do piano.Suas mão entram por dentro do roupão e sentindo a pele quente .Não agüenta e arranca-o.O roupão vai caindo lentamente .O calor agora é feroz.
Os seios tão desejados estão em suas mãos.São como duas taças de vinho transbordando.Beija a pele deles, suavemente.Abocanha o mamilo e suga-o arrancando um som da garganta de Valkíria. São gemidos como de um felino no cio.Uma puma pronta para devorar.
Com as mãos embaixo dos braços de Guadalupe ela a pega tirando-a de cima do piano e a deita no tapete que cobria boa parte do chão.
-Ai Val....que delicadeza ...ri Guadalupe já sentido os beijos em sua barriga.Sente-se ser devorada pela boca quente que vai submetendo seu corpo aos seus caprichos.Sua calça é arrancada .Mãos nervosas retiram sua calcinha ,já muito molhada.
Valkíria sentada em cima de suas pernas se afasta um pouco.Percorre o corpo com olhos de gula.Geme ao imaginar o prazer que vai sentir.Muito lentamente passa as mãos pelo abdome firme de Guadalupe.Vai subindo por ele .Seus olhos brilham ao se depararem com os biquinhos eriçados e duros dos seios deliciosos que gulosamente abocanha.Com a língua contorna cada um dos mamilos salientes.
-Delicia,diz entre dentes tendo um deles preso em sua boca.
Sobe mais e se senta tornando o contato mais quente pois Guadalupe sente o seu calor entre suas pernas.
A mão escorrega e vai tocando suas coxas.
-Por favor....geme Guadalupe....
Ouvindo isso é que Valkíria cai em si.
Chega em seu ouvido :
-É sua primeira vez. Vou bem devagar ,se sentir algum desconforto você me diz que eu paro. Amor...não quero te machucar,só quero ver você feliz.Como eu estou agora .
-Eu quero você dentro de mim Val.....
Guadalupe guarda o seu carro e vai até ela.
Senta-se ao seu lado na calçada:
-Oi .Como você está?
Valkíria levantando a cabeça a olha fixamente.
-Bem,agora bem.
-Bem mesmo?
-Sim, não se preocupe comigo.Estou bem.
-Mas o que faz aqui sentada na calçada?
-Te esperando.
-Na calçada? Cadê o seu carro?Porque não ficou nele?
-Ele ficou lá.Ela mostra o carro estacionado bem distante.Da última vez o porteiro ficou incomodado comigo.Preferi ficar sem o carro.
-Valkíria? Deus meu ! Você é terrível! Imagina só.Nunca me passaria pela cabeça isso.Venha! Venha comigo.
Guadalupe se levanta puxando-a pelo braço.
-Onde me leva? O sorriso de Valkíria é amplo.
-Sorrindo? Ora sua....sabe bem para onde .Venha logo ou deixo você aqui fora .
-Porque está assim tão brava?Fiz algo de errado?
-Não.Só deixou à todos quase loucos te procurando.Onde foi?
-Dei umas voltas pela cidade.Pensei e muito.Agora estou bem.
-Bem mesmo? O que achou de tudo?
-Senti um peso sair de cima de mim.
-A culpa? É isso?
-Sim,mas não vamos falar disso agora.Estou com fome.
-Venha.Agora é minha vez de te ajudar.Vou te dar comida e abrigo.Como fez comigo e meu irmão.
-Vai mesmo? E o que mais?
-Mais?
As duas já estavam saindo do elevador e chegando em frente à porta do apartamento de Guadalupe.
Abre a porta e empurra Valkíria para dentro.
Esta a agarra com força e vai dar um beijo quando Guadalupe a afasta com força:
-O que foi? Mudou de idéia?
-Não mudei .Só que Valkíria ....você passou o dia todo na rua e ...e ...
-Ah! Entendi .Estou fedendo? É isso?
-Desculpe ...mas é isso mesmo.
-Posso....?
-Sim , venha .
Valkíria toma um banho e se sente outra.Olha para o banheiro .Vasculha tudo ao redor.Cheira tudo.
Finalmente se olha no espelho.Os olhos brilham,dá um sorriso para sua imagem:
-Fim.Agora sou outra.Você Marie não me deixou.Não me abandonou.Vou te amar para sempre.Mesmo com todo o seu ciúme.E se estiver me ouvindo é bom fechar os olhos,os ouvidos .Pois se ver o que vai acontecer de hoje em diante ficará verde de ciúmes.E com motivos.
Sai do banheiro vestida com o roupão branco de Guadalupe.
Não a encontra na sala.Sai procurando por ela.O apartamento é grande.Mas encontra uma porta fechada.Uma porta diferente das outras.
-Hum....é isolada.Já sei porque.
Abre a porta e fica encantada com o que vê.Uma sala preparada para um piano.Toda isolada.O som não saia .Era um apartamento.
-Esperta, é uma pianista mesmo.Tem até sua sala particular.
Chega em Guadalupe que ao piano executa uma música de sua autoria:
A abraçando por trás:
-Como conseguiu esta partitura?
-Com a Jussara ,ela me trouxe todos os seus trabalhos.Ficou brava?
-Brava? Não.Muito feliz.Elas são suas agora.Já que você vai ser minha.
Nem bem acaba de falar assim e Valkíria pega Guadalupe pelos braços a tirando do piano.Agora chega de música.
Fecha o piano e pegando Guadalupe pela cintura a coloca sentada nele.
O beijo que trocam diz tudo o que se passa por dentro das duas.
-Amor.... fala Valkíria no meio de seus lábios...eu te quero....meu coração dói de tanto que te quer.
Guadalupe agarra o pescoço de Valkíria e fala bem baixinho ao seu ouvido.
-Mais que eu te quero? Duvido.
-Amor... eu quero você mas tenho medo..
-Medo? Medo do que ?
-De não saber te amar como você gostaria de ser amada.
-Você diz sobre como quer me amar? É isso? Valkíria eu amo você ,eu sonho com você,eu quero você.Por favor ,não me deixe nesta angustia....eu quero descobrir o seu amor.
-Então acenda o estopim ...me dizendo que me ama.
-Preciso te acender? Lá vai....eu te amo Valkíria e quero ser sua.Me toma para você.
Mal Guadalupe acaba de pronunciar estas palavras sua boca é tomada por uma voraz e esfomeada boca.
As mãos de Valkíria,muito ligeiras, retiram sua camiseta com muita ansiedade.Retira o sutiã e sua boca desce aos seios intumescidos.Depois de os beijar intensamente, ela olha para Guadalupe.Seus olhos brilham febris:
-Eu te amo, Lupe,muito mesmo.É um querer diferente.Não é como eu e Marie...me perdoe em falar nela.Não é comparação.É só para dizer que o que sinto por você é bem maior. Você disse uma frase que nunca ouvi Marie me dizer....e por isso eu sei que o que sinto é amor de verdade..
-O que foi que eu disse?
-Que me ama....ela nunca disse isso.Para ela o que interessava era o que faríamos juntas na cama.Por isso eu sei que com você eu vou aprender o que é o amor de verdade.
-Para de falar Valkíria... Guadalupe com as pernas atraca seu corpo deixando-a entre suas pernas...eu quero você ....faça amor comigo.
A boca de Valkíria volta para os seios.Guadalupe com as mãos em sua cabeça a segurava com força.O toque em seus seios a estava deixando louca de desejos.Estava sentindo tudo latejando.De sua boca começou a sair frases sem nexo tanto era sua excitação.
As mãos experientes de Valkíria abrem o fecho de sua calça e entra com uma delas .Acaricia o clitóris de Guadalupe por cima da calcinha.Esta geme ao toque e abre mais as pernas para sentir mais.
-Ai....Val...mais ...
A sensação de calor que apareceu entre suas pernas e sexo a deixava entregue.Queria sentir mais e mais.O toque era muito prazeroso.Com isso instintivamente começa a se remexer em cima do piano.Suas mão entram por dentro do roupão e sentindo a pele quente .Não agüenta e arranca-o.O roupão vai caindo lentamente .O calor agora é feroz.
Os seios tão desejados estão em suas mãos.São como duas taças de vinho transbordando.Beija a pele deles, suavemente.Abocanha o mamilo e suga-o arrancando um som da garganta de Valkíria. São gemidos como de um felino no cio.Uma puma pronta para devorar.
Com as mãos embaixo dos braços de Guadalupe ela a pega tirando-a de cima do piano e a deita no tapete que cobria boa parte do chão.
-Ai Val....que delicadeza ...ri Guadalupe já sentido os beijos em sua barriga.Sente-se ser devorada pela boca quente que vai submetendo seu corpo aos seus caprichos.Sua calça é arrancada .Mãos nervosas retiram sua calcinha ,já muito molhada.
Valkíria sentada em cima de suas pernas se afasta um pouco.Percorre o corpo com olhos de gula.Geme ao imaginar o prazer que vai sentir.Muito lentamente passa as mãos pelo abdome firme de Guadalupe.Vai subindo por ele .Seus olhos brilham ao se depararem com os biquinhos eriçados e duros dos seios deliciosos que gulosamente abocanha.Com a língua contorna cada um dos mamilos salientes.
-Delicia,diz entre dentes tendo um deles preso em sua boca.
Sobe mais e se senta tornando o contato mais quente pois Guadalupe sente o seu calor entre suas pernas.
A mão escorrega e vai tocando suas coxas.
-Por favor....geme Guadalupe....
Ouvindo isso é que Valkíria cai em si.
Chega em seu ouvido :
-É sua primeira vez. Vou bem devagar ,se sentir algum desconforto você me diz que eu paro. Amor...não quero te machucar,só quero ver você feliz.Como eu estou agora .
-Eu quero você dentro de mim Val.....
[09/08/11]
Capítulo 62 .Insaciável
Capítulo 62 .Insaciável
Sussurro ,calor e suor.As línguas que atravessavam uma boca a outra.Os toques as carícias.
Sentindo que Guadalupe estava mais que excitada já mostrando impaciência,Valkíria ,com a ponta do dedo indicador faz uma caricia mais forte no clitóris. Massageia com vontade e nota o quanto se dilata.Seus dedos começam sentir a umidade que escore e ela desliza um dedo até a fenda umedecida.Enquanto isso sua boca sobe e beija os lábios trêmulos e saborosos que a chamavam sem parar.
É prontamente correspondida com ardor. Os braços de Guadalupe seguram seu pescoço .
Um beijo mais forte ,mais sugado,as línguas se enroscam ,ela aproveita o momento e entra com vigor em Guadalupe.Esta sente .Dá como um pulo ,mas Valkíria a segura firme e a beija com mais intensidade.Mantém o dedo dentro dela e fala em seu ouvido:
-Você é minha.Fiz de você o meu amor.Está gostando?
-Sim é a única coisa que Guadalupe consegue dizer pois o que sente a está deixando completamente fora de si.
-Vai melhorar agora. Me acompanha.Rebola um pouquinho ... o dedo recebe a companhia de outro e começam uma dança que faz o sangue ferver.
Guadalupe sente a cabeça se perder e com um grito se atraca com as mãos nas costas de Valkíria.Enfiando as unhas nela.
Fica em seus braços, tentando achar oxigênio.Valkíria vendo-a assim retira os dedos e a abraça com força .Beijando-a no rosto:
-Minha...só minha .Você é minha mulher.
Espera um tempo até que Guadalupe se recupere .
Esta depois de um esforço a olha.De seus olhos brilhantes Valkíria descobre o quanto é amada.
-Te amo,sussurra Guadalupe.Você me deu o que sempre desejei.O amor.
-Gostou? Não sentiu dor?
-Não amor.... você me fez muito feliz.Amei como me amou.Nunca pensei que fosse tão gostoso.Me senti no céu.
-Ainda bem,pensei que eu não saberia te dar o que queria.Mas acertei então?
-Sim.
Guadalupe fecha os olhos.Valkíria a olha amorosamente:
-Descanse .Não vamos exagerar .
-Só me dá uns minutos...estou realmente cansada.Não imaginei que fazer amor exigisse tanto.
-Sim dorme um pouco.Eu fico te vigiando.
Guadalupe dorme um sono tranqüilo.Vendo que pegara mesmo no sono ,Valkíria se levanta e abre a porta da sala de música.Procura descobrir onde era o quarto .Descobrindo,volta e pega Guadalupe no colo .
Esta acorda e vendo que está sendo carregada ,se aninha nos braços e beija um dos seios de Valkíria.
-Te amo
-Quietinha,continue a dormir.Vamos para seu quarto.Durma.Fecha os olhos ,amor.
No quarto, deposita sua preciosa carga.Se deita ao seu lado .E puxando um lençol fica agarradinha em suas costas.Fecha os olhos e fica sentindo o cheiro e o calor que vinham do corpo que a levara ao auge .Colocara a luz do abajur no mínimo,deixando o quarto em meio à penumbra.
-“ Eu a amo.Tanto que a amo que consegui fazer um amor com carinho.Não a machuquei.Fiz dela minha mulher.A partir de hoje só vou fazer amor assim.Delicado e muito gostoso.Com amor.Agora só espero ela acordar e ver como vai fazer comigo.Estou louca para senti-la em mim.Quero ser dela.Tomara que não custe muito para acordar.Ou não vou agüentar .”
A espera não é longa, Guadalupe logo abre os olhos.
Se vira para uma Valkíria ansiosa.
-Oi .Não dormiu?
-Dormir? Como poderia? Meus pensamentos não me deixaram.
-E posso saber o que tanto pensava?
Dando um sorriso sacana ,Valkíria pega em sua mão e diz:
-Não imagina? Leva a mão de Guadalupe para entre suas pernas.
Olha como estou.
Com um sorriso de felicidade estampado no rosto,Guadalupe afasta o lençol de cima de Valkíria.Se ajoelha ao seu lado e fica olhando o corpo de sua amada.Era um sonho se realizando.Estar ao lado de uma mulher .E esta mulher sendo a que sempre sonhou.Tudo era igual.Cabelos,boca,olhos....
Passa a mão muito lentamente pelo seu rosto em uma caricia suave.Com os dedos entra em seus cabelos e vai até a nuca.Valkíria fecha os olhos.Esta leve caricia a leva ao mais alto de seus anseios.Treme e se arrepia.
A mão desce pelo pescoço e contorna os ombros.O olhar delirante de Guadalupe percorre o corpo .Que também está delirando de tesão.Arde.O fogo está aceso.
Continua com seu passeio pelas curvas e em sua mente vai desenhando as mais loucas fantasias sexuais.
-Posso navegar por você?
Valkíria geme ao sentir sua mão entre suas coxas.Ali no lugar primitivo dos desejos ela para .Chega bem devagar o nariz e cheira.Puxa o ar com força ,se deliciando.
-Ai....meu sonho.
Sente um alucinante desejo após sentir o cheiro da fêmea à sua espera.Leva a boca até o vulcão e o acaricia com a língua.Ao fazer isso vai às raias da loucura e do prazer.Mergulha no emaranhado de pelos e chega à tão sonhada gruta.Seu maior objetivo.Entrar e sentir o seu sabor.Quando ela faz isso,Valkíria geme de prazer.A caricia a eleva e sai em um vôo delirante.É algo que não sabe explicar.Só sentir.Delicioso.
-Ahhh ! Mais amor....mais....
Seu corpo não resiste mais.Suas pernas fecham ao redor da cabeça de Guadalupe.Apertando-a para mais perto de si.Com esse movimento começa uma dança com os quadris.Com olhos fechados se entrega totalmente aos lábios famintos que a sugam com avidez.Fica neste movimento até que um líquido viscoso adocicado ,acre e muito saboroso inunda o seu sexo.E pela primeira vez em sua vida Guadalupe consegue sentir o gosto de uma mulher.Lambe e deixa que lubrifique sua alma.
Sobe lambendo tudo até os seios e ali fica mamando e desfrutando aquela delicia .
Levara à loucura sua parceira .Que quando se recupera se vira para cima dela .Entrando em contato, os sexos agora passam a ser um.E desta vez chegam juntas ao prazer.
Suor,cansaço ,corpos desnudos ,entrelaçados.Respiração ofegante.Coração acelerado.
Um sorriso...Guadalupe sorri.Sente ao seu lado o corpo que se recompõe com ternura dando pequenos beijinhos em seu braço.
-Te amo minha linda Lupe.
-Consegui te fazer feliz? Sussurra nos ouvidos de Valkíria.Estava com medo de fazer tudo errado.
-Sim.Você foi perfeita.Me senti no sétimo céu.Como você é deliciosa.O seu modo de amar me deixa loucamente alucinada.Com este teu jeitinho meigo me levou ao engano.Pensei que ficaria sem jeito.
-Eu? Sem jeito? Você me deu a maior alegria de minha vida.Finalmente realizei meu sonho Fazer amor.E com a mulher de meus sonhos.E acha que agora vou me conter?Nem pensar.
Guadalupe se atira sobre o corpo de Valkíria que só tem tempo de dar uma risada.
Luxuria,fúria,pulsão.
Sua gula é deliciosa.Deixando o coração de Valkíria com a maior sensação de prazer que já tivera.Seus seios são sugados gota à gota.Os seus gemidos são sufocados por beijos molhados.A adrenalina sobe .Sente como um brinquedo nas mãos de Guadalupe,que a explora todinha levando-a a loucura em profundos gemidos que vão arrancando de seu ser gozos de prazer.
Até que finalmente caem desfalecidas após a noite alucinante de prazer.O sono bate forte e adormecem.
A primeira a acordar é Valkíria que olha para a mulher encolhida ao seu lado.O rosto de Guadalupe está suave ....
-Nossa! Não imaginei em momento algum que seria assim.Delicioso.Que fúria.Me levou a loucura.
Acaricia levemente o rosto com a ponta do dedo.Passa-o delicadamente pelos lábios tentadores.
Guadalupe abre os olhos .Estes brilham quando vêem de onde parte a caricia.
-Amor? Já acordou?
-Sim minha delicia.Só agora me lembrei de titia.Preciso contar para ela onde estou.
-Certo,mas depois venha para cá.Eu te quero .
-Lupe? Quer fazer o que agora ?
-Vai descobrir .O sorriso prometia coisas ,fazendo com que o coração de Valkíria dispare no peito.
-Me espere, é rapidinho.Posso usar seu telefone? Deixei meu celular no carro.
-Sim amor.Mas está demorando muito.
Após sossegar a tia ,da qual recebe uma gargalhada quando conta onde está e um :
-Desconfiava disso.
Volta para o quarto e só vão sair dali quando a fome as alerta .
Vão tomar o café em uma padaria que ficava perto.
-Amor,fala Guadalupe.Como está se sentindo agora?
-Muito feliz e você?
-Muito também mas eu quero saber a respeito de Marie.O que sente agora que soube a verdade.
-Que eu vou atrás de Mayka.Vou usar a lei de talião para com ela.
Sentindo que Guadalupe estava mais que excitada já mostrando impaciência,Valkíria ,com a ponta do dedo indicador faz uma caricia mais forte no clitóris. Massageia com vontade e nota o quanto se dilata.Seus dedos começam sentir a umidade que escore e ela desliza um dedo até a fenda umedecida.Enquanto isso sua boca sobe e beija os lábios trêmulos e saborosos que a chamavam sem parar.
É prontamente correspondida com ardor. Os braços de Guadalupe seguram seu pescoço .
Um beijo mais forte ,mais sugado,as línguas se enroscam ,ela aproveita o momento e entra com vigor em Guadalupe.Esta sente .Dá como um pulo ,mas Valkíria a segura firme e a beija com mais intensidade.Mantém o dedo dentro dela e fala em seu ouvido:
-Você é minha.Fiz de você o meu amor.Está gostando?
-Sim é a única coisa que Guadalupe consegue dizer pois o que sente a está deixando completamente fora de si.
-Vai melhorar agora. Me acompanha.Rebola um pouquinho ... o dedo recebe a companhia de outro e começam uma dança que faz o sangue ferver.
Guadalupe sente a cabeça se perder e com um grito se atraca com as mãos nas costas de Valkíria.Enfiando as unhas nela.
Fica em seus braços, tentando achar oxigênio.Valkíria vendo-a assim retira os dedos e a abraça com força .Beijando-a no rosto:
-Minha...só minha .Você é minha mulher.
Espera um tempo até que Guadalupe se recupere .
Esta depois de um esforço a olha.De seus olhos brilhantes Valkíria descobre o quanto é amada.
-Te amo,sussurra Guadalupe.Você me deu o que sempre desejei.O amor.
-Gostou? Não sentiu dor?
-Não amor.... você me fez muito feliz.Amei como me amou.Nunca pensei que fosse tão gostoso.Me senti no céu.
-Ainda bem,pensei que eu não saberia te dar o que queria.Mas acertei então?
-Sim.
Guadalupe fecha os olhos.Valkíria a olha amorosamente:
-Descanse .Não vamos exagerar .
-Só me dá uns minutos...estou realmente cansada.Não imaginei que fazer amor exigisse tanto.
-Sim dorme um pouco.Eu fico te vigiando.
Guadalupe dorme um sono tranqüilo.Vendo que pegara mesmo no sono ,Valkíria se levanta e abre a porta da sala de música.Procura descobrir onde era o quarto .Descobrindo,volta e pega Guadalupe no colo .
Esta acorda e vendo que está sendo carregada ,se aninha nos braços e beija um dos seios de Valkíria.
-Te amo
-Quietinha,continue a dormir.Vamos para seu quarto.Durma.Fecha os olhos ,amor.
No quarto, deposita sua preciosa carga.Se deita ao seu lado .E puxando um lençol fica agarradinha em suas costas.Fecha os olhos e fica sentindo o cheiro e o calor que vinham do corpo que a levara ao auge .Colocara a luz do abajur no mínimo,deixando o quarto em meio à penumbra.
-“ Eu a amo.Tanto que a amo que consegui fazer um amor com carinho.Não a machuquei.Fiz dela minha mulher.A partir de hoje só vou fazer amor assim.Delicado e muito gostoso.Com amor.Agora só espero ela acordar e ver como vai fazer comigo.Estou louca para senti-la em mim.Quero ser dela.Tomara que não custe muito para acordar.Ou não vou agüentar .”
A espera não é longa, Guadalupe logo abre os olhos.
Se vira para uma Valkíria ansiosa.
-Oi .Não dormiu?
-Dormir? Como poderia? Meus pensamentos não me deixaram.
-E posso saber o que tanto pensava?
Dando um sorriso sacana ,Valkíria pega em sua mão e diz:
-Não imagina? Leva a mão de Guadalupe para entre suas pernas.
Olha como estou.
Com um sorriso de felicidade estampado no rosto,Guadalupe afasta o lençol de cima de Valkíria.Se ajoelha ao seu lado e fica olhando o corpo de sua amada.Era um sonho se realizando.Estar ao lado de uma mulher .E esta mulher sendo a que sempre sonhou.Tudo era igual.Cabelos,boca,olhos....
Passa a mão muito lentamente pelo seu rosto em uma caricia suave.Com os dedos entra em seus cabelos e vai até a nuca.Valkíria fecha os olhos.Esta leve caricia a leva ao mais alto de seus anseios.Treme e se arrepia.
A mão desce pelo pescoço e contorna os ombros.O olhar delirante de Guadalupe percorre o corpo .Que também está delirando de tesão.Arde.O fogo está aceso.
Continua com seu passeio pelas curvas e em sua mente vai desenhando as mais loucas fantasias sexuais.
-Posso navegar por você?
Valkíria geme ao sentir sua mão entre suas coxas.Ali no lugar primitivo dos desejos ela para .Chega bem devagar o nariz e cheira.Puxa o ar com força ,se deliciando.
-Ai....meu sonho.
Sente um alucinante desejo após sentir o cheiro da fêmea à sua espera.Leva a boca até o vulcão e o acaricia com a língua.Ao fazer isso vai às raias da loucura e do prazer.Mergulha no emaranhado de pelos e chega à tão sonhada gruta.Seu maior objetivo.Entrar e sentir o seu sabor.Quando ela faz isso,Valkíria geme de prazer.A caricia a eleva e sai em um vôo delirante.É algo que não sabe explicar.Só sentir.Delicioso.
-Ahhh ! Mais amor....mais....
Seu corpo não resiste mais.Suas pernas fecham ao redor da cabeça de Guadalupe.Apertando-a para mais perto de si.Com esse movimento começa uma dança com os quadris.Com olhos fechados se entrega totalmente aos lábios famintos que a sugam com avidez.Fica neste movimento até que um líquido viscoso adocicado ,acre e muito saboroso inunda o seu sexo.E pela primeira vez em sua vida Guadalupe consegue sentir o gosto de uma mulher.Lambe e deixa que lubrifique sua alma.
Sobe lambendo tudo até os seios e ali fica mamando e desfrutando aquela delicia .
Levara à loucura sua parceira .Que quando se recupera se vira para cima dela .Entrando em contato, os sexos agora passam a ser um.E desta vez chegam juntas ao prazer.
Suor,cansaço ,corpos desnudos ,entrelaçados.Respiração ofegante.Coração acelerado.
Um sorriso...Guadalupe sorri.Sente ao seu lado o corpo que se recompõe com ternura dando pequenos beijinhos em seu braço.
-Te amo minha linda Lupe.
-Consegui te fazer feliz? Sussurra nos ouvidos de Valkíria.Estava com medo de fazer tudo errado.
-Sim.Você foi perfeita.Me senti no sétimo céu.Como você é deliciosa.O seu modo de amar me deixa loucamente alucinada.Com este teu jeitinho meigo me levou ao engano.Pensei que ficaria sem jeito.
-Eu? Sem jeito? Você me deu a maior alegria de minha vida.Finalmente realizei meu sonho Fazer amor.E com a mulher de meus sonhos.E acha que agora vou me conter?Nem pensar.
Guadalupe se atira sobre o corpo de Valkíria que só tem tempo de dar uma risada.
Luxuria,fúria,pulsão.
Sua gula é deliciosa.Deixando o coração de Valkíria com a maior sensação de prazer que já tivera.Seus seios são sugados gota à gota.Os seus gemidos são sufocados por beijos molhados.A adrenalina sobe .Sente como um brinquedo nas mãos de Guadalupe,que a explora todinha levando-a a loucura em profundos gemidos que vão arrancando de seu ser gozos de prazer.
Até que finalmente caem desfalecidas após a noite alucinante de prazer.O sono bate forte e adormecem.
A primeira a acordar é Valkíria que olha para a mulher encolhida ao seu lado.O rosto de Guadalupe está suave ....
-Nossa! Não imaginei em momento algum que seria assim.Delicioso.Que fúria.Me levou a loucura.
Acaricia levemente o rosto com a ponta do dedo.Passa-o delicadamente pelos lábios tentadores.
Guadalupe abre os olhos .Estes brilham quando vêem de onde parte a caricia.
-Amor? Já acordou?
-Sim minha delicia.Só agora me lembrei de titia.Preciso contar para ela onde estou.
-Certo,mas depois venha para cá.Eu te quero .
-Lupe? Quer fazer o que agora ?
-Vai descobrir .O sorriso prometia coisas ,fazendo com que o coração de Valkíria dispare no peito.
-Me espere, é rapidinho.Posso usar seu telefone? Deixei meu celular no carro.
-Sim amor.Mas está demorando muito.
Após sossegar a tia ,da qual recebe uma gargalhada quando conta onde está e um :
-Desconfiava disso.
Volta para o quarto e só vão sair dali quando a fome as alerta .
Vão tomar o café em uma padaria que ficava perto.
-Amor,fala Guadalupe.Como está se sentindo agora?
-Muito feliz e você?
-Muito também mas eu quero saber a respeito de Marie.O que sente agora que soube a verdade.
-Que eu vou atrás de Mayka.Vou usar a lei de talião para com ela.
[10/08/11]
Capítulo 63. Para sempre
Capítulo 63. Para sempre
Guadalupe ficou surpresa com o que Valkíria disse:
-Lei de Talião....você está me dizendo tipo...dente por dente ...olho por olho?É isso mesmo?
-Sim não é o certo?Ela tirou uma vida só por vaidade.Só para ser uma mulher rica,leu o que ela escreveu? Imagina só....ser a nova czarina.
-Valkíria! Não deu para entender o que ela é?
-Claro amor.É uma louca.Uma psicopata .
-Psicopata.Uma mulher.Raro ouvir falar em uma.
-A mulher é mais sutil que o homem.Ela por exemplo.Quantos anos ao meu lado ....preparando sua volta para a Rússia...
-Val..... ela é muito perigosa...o que vai fazer com ela?
-Repete..... Valkíria a pega pelos braços dando um abraço....repete.
-Ora ...eu perguntei o que vai fazer com ela.
-Não.....repete como me chamou....
Guadalupe pensa um segundo e sorrindo...
-Val? É isso?
-Sim....quando você me chama assim eu fico com as pernas bambas....
-Pernas bambas? Como assim?
-Me dá uma coisa ...um calor....e eu fico imaginando você no meio delas....
-Valkíria!
-Não! Só Val....é mais gostoso.
-Gostoso? Mas se vai ficar pensando isso toda vez que eu te chamar assim...
-O que vai fazer ? Heim? Heim?
-Eu vou ficar também imaginando a mesma coisa e serão duas com as pernas bambas...acho que vai ser perigoso.Já imaginou? Nós duas rolando em qualquer lugar?
-Rolando? Assim....tipo...se...
-Para Val....kíria.....Quem escutar esta conversa vai achar que somos ninfomaníacas....duas taradas por sexo.
-Eu não sei.... esta madrugada você com aqueles olhos gulosos parecia uma ...
-Uma o que?
-Uma tarada ....
-Valkíria?
-Que foi? Não gostou? Eu adorei.E quero repetir.Já tomou o seu café?
-Porque?
-Não sabe?
-Saber eu sei...mas não me respondeu a minha pergunta.
-Sobre ?
-Mayka .O que vai fazer?
-Bem.Agora Valkíria se recompõe e tomando um gole do café.Ela já é muito idosa.Tive tempo de pensar em sua idade.Ela era mais velha que papai.Eu a conheço desde pequena.
-Quantos anos ela deve ter?
-Somando tudo.Sua filha Marina deve de ter mais de cinqüenta.E eu já com 38 anos....virgem ...ela deve estar com uns 90 ...por aí.
-Mas ...então ela mentiu ...quando diz no diário que foi babá de uma das filhas do czar.É impossível.
-Sim isso é mentira dela.Sempre soubemos.Nunca falei nada para não deixá-la chateada.
-Mas se é mentira ...o que ela foi realmente?
-Pelo que papai me contava escondido dela e titia também ,ela era uma simples empregada na fazenda de vovô.Lá na Rússia.Ela não ,a mãe dela.
-Nossa.É doida faz um bom tempo.
-Sim,mas não imaginei que tinha este sonho.Isso ela nunca comentou com ninguém.De ser czarina.
-Mas tinha de matar Marie ?
-Pelo que entendi ela comentou algo sobre isso com Marie .E ficou com medo que todos ficassem sabendo.
-Mas porque ela escreveu tudo no diário?
-Ela escreveu para um dia ser famosa.Queria editar o diário .
-Preciso reler tudo .
-Mas agora eu vou dar um pulo na fazenda do Brasil.Ela precisa saber que seus planos não deram certo.
-E o crime? Não vai denunciá-la?
-Não acho que seja preciso.Ela vai sofrer sozinha.Vou deixá-la de castigo lá com o Enzo.Vai ser o mesmo que uma prisão para ela.Detesta aquele lugar.
-Com todo aquele conforto?
-Não .Eu vou fazer ela morar lá na cabana de titia.No meio do mato ,vai ficar cuidando dos bichos e da fonte.A casa é de titia.Sempre foi.Só saiu quando Mayka apareceu ...não se davam bem.
-Quando você for eu vou junto.Passei dias deliciosos por lá.
-Desiré vai também.Está louca para conhecer a fazenda .Nunca a levamos .
-Posso chamar o Pablito? Ele ficou doido por tudo .
-Pode .... e sua família? O que vai falar para eles?
-Nada.Se um dia quiserem me visitar vão me encontrar com você ao meu lado.
-Hum....só quero ver .E estarei ao seu lado...sei que vão sair faíscas.
-Lei de Talião....você está me dizendo tipo...dente por dente ...olho por olho?É isso mesmo?
-Sim não é o certo?Ela tirou uma vida só por vaidade.Só para ser uma mulher rica,leu o que ela escreveu? Imagina só....ser a nova czarina.
-Valkíria! Não deu para entender o que ela é?
-Claro amor.É uma louca.Uma psicopata .
-Psicopata.Uma mulher.Raro ouvir falar em uma.
-A mulher é mais sutil que o homem.Ela por exemplo.Quantos anos ao meu lado ....preparando sua volta para a Rússia...
-Val..... ela é muito perigosa...o que vai fazer com ela?
-Repete..... Valkíria a pega pelos braços dando um abraço....repete.
-Ora ...eu perguntei o que vai fazer com ela.
-Não.....repete como me chamou....
Guadalupe pensa um segundo e sorrindo...
-Val? É isso?
-Sim....quando você me chama assim eu fico com as pernas bambas....
-Pernas bambas? Como assim?
-Me dá uma coisa ...um calor....e eu fico imaginando você no meio delas....
-Valkíria!
-Não! Só Val....é mais gostoso.
-Gostoso? Mas se vai ficar pensando isso toda vez que eu te chamar assim...
-O que vai fazer ? Heim? Heim?
-Eu vou ficar também imaginando a mesma coisa e serão duas com as pernas bambas...acho que vai ser perigoso.Já imaginou? Nós duas rolando em qualquer lugar?
-Rolando? Assim....tipo...se...
-Para Val....kíria.....Quem escutar esta conversa vai achar que somos ninfomaníacas....duas taradas por sexo.
-Eu não sei.... esta madrugada você com aqueles olhos gulosos parecia uma ...
-Uma o que?
-Uma tarada ....
-Valkíria?
-Que foi? Não gostou? Eu adorei.E quero repetir.Já tomou o seu café?
-Porque?
-Não sabe?
-Saber eu sei...mas não me respondeu a minha pergunta.
-Sobre ?
-Mayka .O que vai fazer?
-Bem.Agora Valkíria se recompõe e tomando um gole do café.Ela já é muito idosa.Tive tempo de pensar em sua idade.Ela era mais velha que papai.Eu a conheço desde pequena.
-Quantos anos ela deve ter?
-Somando tudo.Sua filha Marina deve de ter mais de cinqüenta.E eu já com 38 anos....virgem ...ela deve estar com uns 90 ...por aí.
-Mas ...então ela mentiu ...quando diz no diário que foi babá de uma das filhas do czar.É impossível.
-Sim isso é mentira dela.Sempre soubemos.Nunca falei nada para não deixá-la chateada.
-Mas se é mentira ...o que ela foi realmente?
-Pelo que papai me contava escondido dela e titia também ,ela era uma simples empregada na fazenda de vovô.Lá na Rússia.Ela não ,a mãe dela.
-Nossa.É doida faz um bom tempo.
-Sim,mas não imaginei que tinha este sonho.Isso ela nunca comentou com ninguém.De ser czarina.
-Mas tinha de matar Marie ?
-Pelo que entendi ela comentou algo sobre isso com Marie .E ficou com medo que todos ficassem sabendo.
-Mas porque ela escreveu tudo no diário?
-Ela escreveu para um dia ser famosa.Queria editar o diário .
-Preciso reler tudo .
-Mas agora eu vou dar um pulo na fazenda do Brasil.Ela precisa saber que seus planos não deram certo.
-E o crime? Não vai denunciá-la?
-Não acho que seja preciso.Ela vai sofrer sozinha.Vou deixá-la de castigo lá com o Enzo.Vai ser o mesmo que uma prisão para ela.Detesta aquele lugar.
-Com todo aquele conforto?
-Não .Eu vou fazer ela morar lá na cabana de titia.No meio do mato ,vai ficar cuidando dos bichos e da fonte.A casa é de titia.Sempre foi.Só saiu quando Mayka apareceu ...não se davam bem.
-Quando você for eu vou junto.Passei dias deliciosos por lá.
-Desiré vai também.Está louca para conhecer a fazenda .Nunca a levamos .
-Posso chamar o Pablito? Ele ficou doido por tudo .
-Pode .... e sua família? O que vai falar para eles?
-Nada.Se um dia quiserem me visitar vão me encontrar com você ao meu lado.
-Hum....só quero ver .E estarei ao seu lado...sei que vão sair faíscas.
E Valkíria sossegou de vez.
A partir daquele dia ela foi outra mulher.Novos programas para o conservatório.Novos convites para outros alunos.Tudo corria de vento em popa.
Guadalupe começou a se apresentar em várias cidades.Valkíria sempre ao seu lado.Com isso espantou a apaixonada por ela.Jussara leva sua mãe para o sul do país.Marina a contrata como secretária.
Guadalupe se apaixona pela casa da família de Valkíria que ficava em Avignon e tanto falou que se mudam para lá.Deixam a capital e o conservatório.Uma vez por mês elas vão de trem até Paris.Só à passeio e fazer compras.
Seis meses depois ,com tudo bem estruturado ,ela resolve que está na hora de fazer uma visita para Mayka.Aproveita a volta de Yulia e vai com ela.Traz consigo ,sua linda mulher ,sua filha e algumas moças que já trabalharam com ela.De férias elas queriam conhecer o Brasil.
No aeroporto ,enquanto esperam pelo jatinho que as levaria até a fazenda elas se encontram com Pablito e Sara.
-Mãe? O susto de Guadalupe faz Sara ficar com um ponto de interrogação e uma confirmação:
-Filha,eu resolvi vir com Pablo.Ando meio em dúvidas sobre uma coisa.Mas agora acho que não preciso pergunta mais nada.
Sara indica o braço de Valkíria passado pela sua cintura...Você e ela...?
-Sim mãe.Eu e Val estamos juntas
Pablito ao ouvir isso, cai na risada.
-Finalmente!
-Você sabia de tudo não, Pablo?
-Sim mãe.Desde aquele dia em que fomos seqüestrados. Ela me disse que estava apaixonada pela Valkíria.
-Mãe?
-Não sei o que falar.Não foi nenhuma surpresa.Já desconfiava disso.Nunca tinha visto você tão entusiasmada com alguém.
-E agora?
-Não vou fazer nada.Já vi muita coisa nesta minha vida,estava faltando isso. Sara dá uma risada.Mas bem que podia ter confiado em mim ,filha.
-Desculpe mãe.Mas achava a senhora tão durona e pensei que fosse te envergonhar diante de suas amigas.
-Minhas amigas? O que têm elas?
-Sei lá.
-Bom deixa para lá ,elas não comandam minha vida e muito menos a sua.
-Então ? Quem fala é Valkíria, que o tempo todo, não tirou o braço da cintura de Guadalupe.
-Então ,o que ? Sara olha para ela.Não vá pensar que vai me chamar de sogra na frente de ninguém ou vai se ver comigo.
-Não é isso ,ri Valkíria.Quero saber se preciso te chamar de ...senhora.
-Que se atreva! Não sou assim tão velha.
-Certo ,certo.Então vamos Sara. O avião já chegou.
-O que vai fazer com a Mayka ? A Lupe me contou tudo.
-Não sei.Primeiro quero que saiba que tudo agora já é conhecido.
-Se quiser eu ajudo a dar uma coça nela.
-Pablito! Grita Sara .O que pensa estar fazendo e falando?
-Nada mãe.Só gosto de ajudar as pessoas que eu gosto.
-Nada de violência com ela Pablito. Ri Valkíria.Mas bem que podemos mandar o Pong dar uma mordida nela.
-Quem?
-O ....não é Pong? Como se chama o cachorro mesmo? Tang. Não...era ... ...era...
-Zag ,ri Pablito.Esqueceu mesmo.E olha que foi você quem colocou o nome nele.
-É isso ,Zag.Que acha da minha idéia?
-Podem parar os dois.Fala uma zangada Guadalupe.Imagina fazer isso com a “pobre velhinha”.O castigo imaginado antes era bem melhor Val.
-Qual? Pablito pergunta e quando escuta, cai na risada.
-Então vai ser de verdade agora,na mata vai existir uma bruxa.Má e velha.Podemos colocar uma tabuleta avisando sobre ela e suas maldades.
O vôo é tranqüilo e depois de algumas horas o avião pousa na fazenda.
Valkíria fez questão de não avisar de sua volta.
Enzo que estava no pasto com alguns vaqueiros ,cuidando de seu novo hobby, vendo o avião chegar corre até a casa :
-Mayka ! Mayka!
Meire sai da cozinha ; estava conversando com Mayka.Se assusta com o pulo que esta dá ao ouvir os gritos de Enzo:
-O que foi ? Para com esta gritaria.Já não disse que aqui em casa não gosto de barulho?
-Mayka? É Valkíria!
-Droga.O que tem ela, homem?
-Ela caba de chegar de avião. E trás um monte de gente com ela.Dona Yulia voltou também.
-Yulia? Voltou?
A fisionomia de Mayka se fecha.
Meire toda feliz chama as outras duas empregadas:
-Nilza ,Yara .Dona Valkíria chegou. Dona Yulia voltou.
Da lavanderia vem a resposta:
-Graças a Deus ela voltou! A casa vai voltar ao seu normal.
Todos correm para a frente e ficam na varanda esperando por eles.
Abraços e beijos:
-Onde está Mayka? Foi a primeira coisa que Valkíria perguntou para Enzo.
-Mayka? Ora ,ela estava aqui agora à pouco.Meire? Onde está Mayka?
-Não sei seu Enzo.Ela passou por mim falando um monte de coisas .Não vi para onde foi.
-Quando a virem digam que quero falar com ela.
A recepção é grande.
Todos ficam sabendo que Desiré é filha de Valkíria.
-Agora entendo o que você queria dizer ,Jussara.Você cuidava dela .Era isso ?pergunta Nilza.
Após estarem já acomodados Valkíria convoca uma pequena reunião com todos os seus empregados .
E com poucas palavras ,sem entrar em detalhes ela conta tudo.De sua filha,de seu relacionamento com Guadalupe .Quando ela fala sobre isso ,as empregadas correm até Guadalupe e a cercam de carinho , fazendo uma festa.
Valkíria com um sorriso deixa as manifestações acabarem e chama a atenção novamente:
-Bem ,agora prestem atenção ao que vou lhes contar.Enzo isso é importante.É sobre Mayka.
-Mayka? Enzo se levanta .O que ela fez?
-Muita coisa ruim Enzo.E ela está muito doente.
-Doente? Meira olha espantada para as duas outras empregadas.Como pode estar? Não larga do nosso pé. Cada dia inventa uma coisa diferente.Ainda bem que a senhora voltou dona Yulia.Eu já estava para pedir as contas.Não dá para trabalhar com ela aqui.A Regina já foi de volta para sua casa ,pediu as contas.
-É sobre isso que quero falar também.Mayka a partir de hoje não manda em nada mais.E vou transferir seu domicilio para a cabana de titia ,lá no santuário dos animais.Ela está proibida de voltar para esta casa .
-O que ela fez? Enzo estava assustado com tudo que Valkíria falava.
-Eu vou te contar Enzo.Ela está completamente louca.
-Louca? A pergunta é feita por todos os empregados.
-Sim.E Enzo ,vejo que ficou chateado com a minha resolução de mandá-la para o santuário.É para o bem dela.
-Bem dela ? Acha que ela vai agüentar morar lá Valkíria? Por que isso? Ela sempre foi sua amiga.
-Bem ,como disse estou pensando no bem dela.Mas se ela quiser eu posso mandá-la para uma cela de prisão.
-Mayka? Fala de uma vez .O que aconteceu? O que Mayka fez assim de tão ruim?
-Ela ? Ela matou Marie ,Enzo.Está tudo aqui em seu diário.Leia.
-Matou Marie?Mas ela se suicidou .Todo mundo sabe disso.
-Não é verdade.Mas leia e vai entender.
Enzo meio zonzo pega o diário :
-Mas é o diário de Mayka. Como o conseguiu?
-Sabia dele?
-Sim,ela vive escrevendo nele.Mas nunca me deixou ler nem uma linha.
Dizia que estava escrevedor um livro.
-Leia e depois volte a conversar comigo.
Neste meio de tempo,Guadalupe e Desiré saem passeando pela casa. Guadalupe mostra tudo para a menina.
No meio do caminho ,já perto do jardim das roseiras elas encontram com Zag.O animal reconhece Guadalupe e vem abanando a cauda.
Ele as segue até o jardim e ali ficam admirando as rosas.
Guadalupe mostra as rosas vermelhas que mais gostava.
-Veja Desiré.Estas são as mais bonitas.Olha só a cor delas.
-Posso apanhar uma?
-Claro que pode .Não se esqueça que é filha de Valkíria .É dona de tudo por aqui também.
A partir daquele dia ela foi outra mulher.Novos programas para o conservatório.Novos convites para outros alunos.Tudo corria de vento em popa.
Guadalupe começou a se apresentar em várias cidades.Valkíria sempre ao seu lado.Com isso espantou a apaixonada por ela.Jussara leva sua mãe para o sul do país.Marina a contrata como secretária.
Guadalupe se apaixona pela casa da família de Valkíria que ficava em Avignon e tanto falou que se mudam para lá.Deixam a capital e o conservatório.Uma vez por mês elas vão de trem até Paris.Só à passeio e fazer compras.
Seis meses depois ,com tudo bem estruturado ,ela resolve que está na hora de fazer uma visita para Mayka.Aproveita a volta de Yulia e vai com ela.Traz consigo ,sua linda mulher ,sua filha e algumas moças que já trabalharam com ela.De férias elas queriam conhecer o Brasil.
No aeroporto ,enquanto esperam pelo jatinho que as levaria até a fazenda elas se encontram com Pablito e Sara.
-Mãe? O susto de Guadalupe faz Sara ficar com um ponto de interrogação e uma confirmação:
-Filha,eu resolvi vir com Pablo.Ando meio em dúvidas sobre uma coisa.Mas agora acho que não preciso pergunta mais nada.
Sara indica o braço de Valkíria passado pela sua cintura...Você e ela...?
-Sim mãe.Eu e Val estamos juntas
Pablito ao ouvir isso, cai na risada.
-Finalmente!
-Você sabia de tudo não, Pablo?
-Sim mãe.Desde aquele dia em que fomos seqüestrados. Ela me disse que estava apaixonada pela Valkíria.
-Mãe?
-Não sei o que falar.Não foi nenhuma surpresa.Já desconfiava disso.Nunca tinha visto você tão entusiasmada com alguém.
-E agora?
-Não vou fazer nada.Já vi muita coisa nesta minha vida,estava faltando isso. Sara dá uma risada.Mas bem que podia ter confiado em mim ,filha.
-Desculpe mãe.Mas achava a senhora tão durona e pensei que fosse te envergonhar diante de suas amigas.
-Minhas amigas? O que têm elas?
-Sei lá.
-Bom deixa para lá ,elas não comandam minha vida e muito menos a sua.
-Então ? Quem fala é Valkíria, que o tempo todo, não tirou o braço da cintura de Guadalupe.
-Então ,o que ? Sara olha para ela.Não vá pensar que vai me chamar de sogra na frente de ninguém ou vai se ver comigo.
-Não é isso ,ri Valkíria.Quero saber se preciso te chamar de ...senhora.
-Que se atreva! Não sou assim tão velha.
-Certo ,certo.Então vamos Sara. O avião já chegou.
-O que vai fazer com a Mayka ? A Lupe me contou tudo.
-Não sei.Primeiro quero que saiba que tudo agora já é conhecido.
-Se quiser eu ajudo a dar uma coça nela.
-Pablito! Grita Sara .O que pensa estar fazendo e falando?
-Nada mãe.Só gosto de ajudar as pessoas que eu gosto.
-Nada de violência com ela Pablito. Ri Valkíria.Mas bem que podemos mandar o Pong dar uma mordida nela.
-Quem?
-O ....não é Pong? Como se chama o cachorro mesmo? Tang. Não...era ... ...era...
-Zag ,ri Pablito.Esqueceu mesmo.E olha que foi você quem colocou o nome nele.
-É isso ,Zag.Que acha da minha idéia?
-Podem parar os dois.Fala uma zangada Guadalupe.Imagina fazer isso com a “pobre velhinha”.O castigo imaginado antes era bem melhor Val.
-Qual? Pablito pergunta e quando escuta, cai na risada.
-Então vai ser de verdade agora,na mata vai existir uma bruxa.Má e velha.Podemos colocar uma tabuleta avisando sobre ela e suas maldades.
O vôo é tranqüilo e depois de algumas horas o avião pousa na fazenda.
Valkíria fez questão de não avisar de sua volta.
Enzo que estava no pasto com alguns vaqueiros ,cuidando de seu novo hobby, vendo o avião chegar corre até a casa :
-Mayka ! Mayka!
Meire sai da cozinha ; estava conversando com Mayka.Se assusta com o pulo que esta dá ao ouvir os gritos de Enzo:
-O que foi ? Para com esta gritaria.Já não disse que aqui em casa não gosto de barulho?
-Mayka? É Valkíria!
-Droga.O que tem ela, homem?
-Ela caba de chegar de avião. E trás um monte de gente com ela.Dona Yulia voltou também.
-Yulia? Voltou?
A fisionomia de Mayka se fecha.
Meire toda feliz chama as outras duas empregadas:
-Nilza ,Yara .Dona Valkíria chegou. Dona Yulia voltou.
Da lavanderia vem a resposta:
-Graças a Deus ela voltou! A casa vai voltar ao seu normal.
Todos correm para a frente e ficam na varanda esperando por eles.
Abraços e beijos:
-Onde está Mayka? Foi a primeira coisa que Valkíria perguntou para Enzo.
-Mayka? Ora ,ela estava aqui agora à pouco.Meire? Onde está Mayka?
-Não sei seu Enzo.Ela passou por mim falando um monte de coisas .Não vi para onde foi.
-Quando a virem digam que quero falar com ela.
A recepção é grande.
Todos ficam sabendo que Desiré é filha de Valkíria.
-Agora entendo o que você queria dizer ,Jussara.Você cuidava dela .Era isso ?pergunta Nilza.
Após estarem já acomodados Valkíria convoca uma pequena reunião com todos os seus empregados .
E com poucas palavras ,sem entrar em detalhes ela conta tudo.De sua filha,de seu relacionamento com Guadalupe .Quando ela fala sobre isso ,as empregadas correm até Guadalupe e a cercam de carinho , fazendo uma festa.
Valkíria com um sorriso deixa as manifestações acabarem e chama a atenção novamente:
-Bem ,agora prestem atenção ao que vou lhes contar.Enzo isso é importante.É sobre Mayka.
-Mayka? Enzo se levanta .O que ela fez?
-Muita coisa ruim Enzo.E ela está muito doente.
-Doente? Meira olha espantada para as duas outras empregadas.Como pode estar? Não larga do nosso pé. Cada dia inventa uma coisa diferente.Ainda bem que a senhora voltou dona Yulia.Eu já estava para pedir as contas.Não dá para trabalhar com ela aqui.A Regina já foi de volta para sua casa ,pediu as contas.
-É sobre isso que quero falar também.Mayka a partir de hoje não manda em nada mais.E vou transferir seu domicilio para a cabana de titia ,lá no santuário dos animais.Ela está proibida de voltar para esta casa .
-O que ela fez? Enzo estava assustado com tudo que Valkíria falava.
-Eu vou te contar Enzo.Ela está completamente louca.
-Louca? A pergunta é feita por todos os empregados.
-Sim.E Enzo ,vejo que ficou chateado com a minha resolução de mandá-la para o santuário.É para o bem dela.
-Bem dela ? Acha que ela vai agüentar morar lá Valkíria? Por que isso? Ela sempre foi sua amiga.
-Bem ,como disse estou pensando no bem dela.Mas se ela quiser eu posso mandá-la para uma cela de prisão.
-Mayka? Fala de uma vez .O que aconteceu? O que Mayka fez assim de tão ruim?
-Ela ? Ela matou Marie ,Enzo.Está tudo aqui em seu diário.Leia.
-Matou Marie?Mas ela se suicidou .Todo mundo sabe disso.
-Não é verdade.Mas leia e vai entender.
Enzo meio zonzo pega o diário :
-Mas é o diário de Mayka. Como o conseguiu?
-Sabia dele?
-Sim,ela vive escrevendo nele.Mas nunca me deixou ler nem uma linha.
Dizia que estava escrevedor um livro.
-Leia e depois volte a conversar comigo.
Neste meio de tempo,Guadalupe e Desiré saem passeando pela casa. Guadalupe mostra tudo para a menina.
No meio do caminho ,já perto do jardim das roseiras elas encontram com Zag.O animal reconhece Guadalupe e vem abanando a cauda.
Ele as segue até o jardim e ali ficam admirando as rosas.
Guadalupe mostra as rosas vermelhas que mais gostava.
-Veja Desiré.Estas são as mais bonitas.Olha só a cor delas.
-Posso apanhar uma?
-Claro que pode .Não se esqueça que é filha de Valkíria .É dona de tudo por aqui também.
Mal ela fala assim e ouvem um barulho.Era como um rugido.Parecia vir de uma fera acuada.
Mayka ,que estava escondida no jardim ,ao escutar que a menina que acompanhava Guadalupe, era filha de Valkíria,perde completamente a razão.
-Não vai ficar com nada meu.É tudo meu.
Pega uma corda que amarrava uma das trepadeiras e vai para cima das duas.
-Mayka?
-Vou ficar livre de vocês .....suas .Você sua pervertida.Não vai ficar com Valkíria e você sua...sua ...aproveitadora vai morrer.Ninguém pode falar nada sobre mim.Eu sou a czarina.Eu sou a dona de tudo.Nada de filha e nem de outra mulher.Só eu!
-Para Mayka.grita Guadalupe se colocando na frente de Desiré e recebendo a pancada da corda no braço.
-Não! Você não vai ficar com nada.Vou acabar com as duas
Zag vendo o movimento da corda e vendo Guadalupe gritar de dor, se atira para cima de Mayka.Mordendo sua mão.
Ela sangrando sai correndo do jardim.Os gritos atraem todos ao jardim.
Procuram por Mayka que foge do cachorro .Este, vendo –a correr não tem dúvidas ,vai atrás latindo muito.Mayka não tendo como se defender e não tendo forças cai nas escadarias da entrada da casa.Bate a cabeça e desmaia.
Quando se recupera , já está em sua cama.
Enzo ao seu lado .
-Enzo? O que aconteceu?
-Nada Mayka.Não aconteceu nada ,por enquanto.Ele levanta o diário que tinha nas mãos.Pode me dizer se isso tudo é verdade?
-Meu diário! O que faz com ele?Você o leu?
-Sim e Valkíria também.É verdade? Você matou Marie?
Mayka não diz nada.Fica olhando para Valkíria que entrara neste instante, no quarto.
Por sua cabeça passa tudo o que já fizera .
-Eu fiz tudo isso.Enzo era para nós dois.Eu só queria o nosso bem...não compreende? Fiz só por amor...
-Amor? Enzo grita com ela.Você é louca isso sim.Prefiro ver você na cadeia.Nunca mais quero ver tua cara em minha vida.
-Enzo?Eu não vou agüentar a cadeia.....sabe disso ...
Mas quem não agüentou tudo foi o coração de Mayka.Ao dizer a frase, ela para .O susto de ir para a cadeia era demais para seu orgulho.Seu coração para.
Mayka ,que estava escondida no jardim ,ao escutar que a menina que acompanhava Guadalupe, era filha de Valkíria,perde completamente a razão.
-Não vai ficar com nada meu.É tudo meu.
Pega uma corda que amarrava uma das trepadeiras e vai para cima das duas.
-Mayka?
-Vou ficar livre de vocês .....suas .Você sua pervertida.Não vai ficar com Valkíria e você sua...sua ...aproveitadora vai morrer.Ninguém pode falar nada sobre mim.Eu sou a czarina.Eu sou a dona de tudo.Nada de filha e nem de outra mulher.Só eu!
-Para Mayka.grita Guadalupe se colocando na frente de Desiré e recebendo a pancada da corda no braço.
-Não! Você não vai ficar com nada.Vou acabar com as duas
Zag vendo o movimento da corda e vendo Guadalupe gritar de dor, se atira para cima de Mayka.Mordendo sua mão.
Ela sangrando sai correndo do jardim.Os gritos atraem todos ao jardim.
Procuram por Mayka que foge do cachorro .Este, vendo –a correr não tem dúvidas ,vai atrás latindo muito.Mayka não tendo como se defender e não tendo forças cai nas escadarias da entrada da casa.Bate a cabeça e desmaia.
Quando se recupera , já está em sua cama.
Enzo ao seu lado .
-Enzo? O que aconteceu?
-Nada Mayka.Não aconteceu nada ,por enquanto.Ele levanta o diário que tinha nas mãos.Pode me dizer se isso tudo é verdade?
-Meu diário! O que faz com ele?Você o leu?
-Sim e Valkíria também.É verdade? Você matou Marie?
Mayka não diz nada.Fica olhando para Valkíria que entrara neste instante, no quarto.
Por sua cabeça passa tudo o que já fizera .
-Eu fiz tudo isso.Enzo era para nós dois.Eu só queria o nosso bem...não compreende? Fiz só por amor...
-Amor? Enzo grita com ela.Você é louca isso sim.Prefiro ver você na cadeia.Nunca mais quero ver tua cara em minha vida.
-Enzo?Eu não vou agüentar a cadeia.....sabe disso ...
Mas quem não agüentou tudo foi o coração de Mayka.Ao dizer a frase, ela para .O susto de ir para a cadeia era demais para seu orgulho.Seu coração para.
[12/08/11]
Capítulo 64 .Melodia imortal
Capítulo 64 .Melodia imortal
Tudo fora esquecido.Não mais se falava em morte na casa.A única pessoa que destoava estava morta.Morreu como viveu.Orgulhosa.
Enzo não mais voltou para a França.Se tornou um fazendeiro.Yulia transformou a casa em um imenso laboratório. Ali fazia seus florais e testava as novas plantas.
Guadalupe e Valkíria sempre juntas em todos os concertos .Nunca se separam.....
Valkíria agora mais animada e com o coração carregado de amor se dedica a compor uma nova melodia.
Passa as noites acordada olhando as estrelas e sentindo o perfume das flores . Sente falta do carinho de Guadalupe.
Acorda muito cedo e vai caminhar por entre as oliveiras.
-Quando ela volta? Me disse que era por pouco tempo.
Valkíria senta-se e continua a passar a musica que compôs.Acabando ,olha a pauta.Dá um sorriso feliz.
Se levanta e olha para fora.Anda em círculos.Nervosa.
Jussara entra , deixando a porta aberta e da sala uma suave música chega ao seus ouvidos.
Enzo não mais voltou para a França.Se tornou um fazendeiro.Yulia transformou a casa em um imenso laboratório. Ali fazia seus florais e testava as novas plantas.
Guadalupe e Valkíria sempre juntas em todos os concertos .Nunca se separam.....
Valkíria agora mais animada e com o coração carregado de amor se dedica a compor uma nova melodia.
Passa as noites acordada olhando as estrelas e sentindo o perfume das flores . Sente falta do carinho de Guadalupe.
Acorda muito cedo e vai caminhar por entre as oliveiras.
-Quando ela volta? Me disse que era por pouco tempo.
Valkíria senta-se e continua a passar a musica que compôs.Acabando ,olha a pauta.Dá um sorriso feliz.
Se levanta e olha para fora.Anda em círculos.Nervosa.
Jussara entra , deixando a porta aberta e da sala uma suave música chega ao seus ouvidos.
“....Le temps qui court comme un fou
Aujourd'hui voilà qu'il s'arrête sur nous
Tu me regardes et. qui sait si tu me vois
Mais moi je ne vois que toi
Aujourd'hui voilà qu'il s'arrête sur nous
Tu me regardes et. qui sait si tu me vois
Mais moi je ne vois que toi
Je n'ai plus qu'une question
Tes yeux mes yeux
Et je chante ton nom
Tes yeux mes yeux
Et je chante ton nom
Si quelqu'un d'autre venait
Je l'éloignerais et. je me défendrais
Je l'éloignerais et. je me défendrais
Refrain:
Je suis une femme amoureuse
Et je brûle d'envie de dresser autour de toi
Les murs de ma vie
C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Par dessus tout
Et je brûle d'envie de dresser autour de toi
Les murs de ma vie
C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Par dessus tout
Hier aujourd'hui demain
Comptent un seul jour quand tu prends ma main
C'est comme un plan fabuleux tracé là-haut
Pour l'amour de nous deux
Comptent un seul jour quand tu prends ma main
C'est comme un plan fabuleux tracé là-haut
Pour l'amour de nous deux
Qu'on soit ensemble longtemps
Ou séparés par des océans
Si un danger survenait
Je l'éloignerais et. je me défendrais
Ou séparés par des océans
Si un danger survenait
Je l'éloignerais et. je me défendrais
Refrain:
Je suis une femme amoureuse
Et je te parle clair, et tu dois savoir
Ce qu'une femme peut faire
C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Et je te parle clair, et tu dois savoir
Ce qu'une femme peut faire
C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Je suis une femme amoureuse
Et je brûle d'envie de dresser autour de toi
Les murs de ma vie C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Et de vouloir te garder....”(2)
Et je brûle d'envie de dresser autour de toi
Les murs de ma vie C'est mon droit de t'aimer
Et de vouloir te garder
Et de vouloir te garder....”(2)
http://www.youtube.com/watch?v=RWRrcjrJLWM
-Eu aqui apaixonada e ela não aparece.
-Eu aqui apaixonada e ela não aparece.
-Calma Valkíria.Ela chega hoje.
-Mas está demorando muito.Me disse que era pouco tempo...eu não vou mais permitir isso.Ela não vai mais viajar sozinha.
-E porque não foi com ela?
-Ela me pediu. Sabe como é.Seu pai ainda não me aceita .Por isso ela achou melhor ir vê-lo sozinha.Mas está demorando muito,será que aconteceu alguma coisa?
-O que poderia acontecer?
-Sei lá.Ele a prender por lá.
-Nem guerrilheiros a prenderam , quem dirá o seu pai.Jussara começa a rir ,se divertindo com o nervosismo da amiga e patroa. E olha Valkíria, ele está doente.Não pode se esquecer disso.
-É mesmo,me esqueci disso.Foi bom me lembrar disso.Minha cabeça anda meio alvoroçada com tantas novidades.
Um táxi para na entrada da casa.
Jussara espia pela janela e sorridente diz baixinho:
-É ela .
O coração de Valkíria dispara no peito.Jussara sai ,rindo de seu nervosismo.
Guadalupe entra na casa ,jogando a mala no chão, corre ao seu encontro.
-Amor.Se joga em seus braços .Quanta saudade!
Beija os lábios de uma Valkíria, sem reação.
-O que você tem Val? Não parece contente em me ver.
-Estou bem.Como foi de viagem?A voz de Valkíria ainda está tremula.
-Tudo bem,papai está bem melhor e acho que teve tempo para pensar.Já quer você junto de mim em minha próxima visita.
-Finalmente agora você vai ter paz.
-Sim é verdade.Amor ? Compôs algo enquanto estiver fora?Guadalupe tira o casaco e joga os sapatos longe.
-Sim.Acabei agorinha mesmo.Fiz em tua homenagem.Valkíria a aperta em seu braços.
-Para mim? Posso ver?
-Depois.Lupe....senti saudades....fiquei com medo.Valkíria enterra a cabeça entre seus cabelos.Aperta os braços com mais força ao seu redor,puxando-a para si.
-Medo? Medo do que ?
-De perder você.De seu pai não deixar você voltar para mim.
-Bobinha. Guadalupe coloca o indicador nos lábios de Valkíria e dá um sorriso.Ninguém vai me impedir de ficar ao seu lado.Sabe o quanto te amo e quanto estou feliz.
-Mas senti medo.O apertão que Valkíria lhe dá agora, a faz rir:
-Val.... sei o que quer fazer.Guadalupe já conhece a mulher com quem partilha sua vida.Só me dá um tempinho para um banho?
-Tempinho? Vou com você.Sei lá se resolve desaparecer no banheiro e me deixa aqui sozinha.
-Val? Tá carente ? É isso?
- Senti tua falta.Quase fiquei doente...
-Já voltei .Vamos.Preciso dar um jeito nesta tua carência.Minha garotinha está dodói...Com muita carência,vem vou cuidar da sua carência...
-Sei....só minha?
E depois de um banho fervente,elas matam a carência.Foram “dois longos dias “sem se amarem.Por isso têm de descontar .E nada como uma casa tranqüila,uma noite sem barulho.E as duas na cama.
Barulho? Silencio? Guadalupe se encarrega de suprir tudo isso.Para ela ,na cama não pode ter silêncio.
Não permite que Valkíria a tome primeiro.Ela tem de se sempre a primeira.E Valkíria não admite ser a segunda.Lutam.Na cama ,no tapete.Rolam .Procuram posições para se satisfazerem.São procuras frenéticas,loucas.Risos ,pequenos tapas nas nádegas .Cócegas...
A posição do amor ,entre quatro paredes.Mas não ficam só nisso.Sobre os lençóis brancos de cetim se amam como dois animais.As paredes são testemunhas e escondem suas fantasias.
Guadalupe nestas horas se transforma.De meiga e cheia de pudores vira uma fera.É uma fera na hora de amar.Valkíria se rende a sua sedução.Pois tudo que fazem é motivo de riso para Guadalupe.E é este riso que deixa Valkíria cada dia mais encantada com mulher que tem.Por isso não se importa com as constantes mudanças de posições .Cada experiência é um novo alento.Uma nova delicia.Guadalupe quer experimentar de todos os jeitos.Sentir ... degustar...sorver...
Os corpos suados,quentes se enroscam,se acariciam,sugam os poros.Os gritos são selvagens.Valkíria se entrega totalmente nas mãos de sua amada.Pois é nessa hora onde impera a lascívia que Guadalupe se torna maliciosa e sedenta de amor.Mostra a mulher ardente que é.Ataca sua amada com muita fome e muito desejo.
Começa sempre beijando seu umbigo,as coxas ,seios e todo o resto.Suga-a como se fosse uma fruta.Levando-a a uma intensa sensação de prazer,que se inicia em contrações dos quadris ,aceleração dos batimentos cardíacos,respiração fica difícil e finalmente vem a explosão corporal .... relaxa nos braços de sua amada.
Que logo está exigindo sua ação. Não tem um momento de descanso.Nem quer.Seu desejo pelo corpo de Lupe é intenso e só vai parar quando esta pede ....
-Chega Val... não agüento mais.
-Como não? Já?O ataque se transforma em caricias suaves e carinho pelo corpo suado e cansado.Pequenas fungadas por debaixo dos cabelos,visando a nuca.
Risos são ouvidos .A felicidade de se amarem como bem entendem,sem pudores exagerados.Dão e tomam.Livres para amar.
E depois, adormecem.A grande janela aberta mostra a noite maravilhosa.
O corpo cansado exige tempo.Ficam deitadas sob o manto azul do céu forrado de estrelas.A brisa suave vem aliviar o calor que delas emanam.Abraçadas ,entrelaçadas....adormecem.
Amanhece.
Valkíria sentando-se ao lado da cama ,acorda sua amada, com um beijo gostoso na boca.
-Vamos amor.Quero te mostrar algo que fiz.
Ao ouvir isso o sono passa e os olhos de Guadalupe agora são lampejos de amor .
Segue Valkíria até ao piano.
Olha atentamente para a partitura colocada em cima dele.
“Melodia Imortal” Amor eterno amor.
-Toque.Valkíria pede para ela.Fiz para você.Valkíria fica em suas costas ouvindo-a tocar.
A música solta-se pela sala.Espalha pela casa.
O coração de Valkíria bate forte. É a primeira música que compõe para o seu novo amor.
Uma lágrima escorre por seus olhos.Mesmo não querendo , se lembra de Marie.Dá um sorriso,abanando a cabeça , e beija a nuca de Guadalupe.
-Você é meu eterno amor.Minha luz .
Fim
Créditos musicais:
-Mas está demorando muito.Me disse que era pouco tempo...eu não vou mais permitir isso.Ela não vai mais viajar sozinha.
-E porque não foi com ela?
-Ela me pediu. Sabe como é.Seu pai ainda não me aceita .Por isso ela achou melhor ir vê-lo sozinha.Mas está demorando muito,será que aconteceu alguma coisa?
-O que poderia acontecer?
-Sei lá.Ele a prender por lá.
-Nem guerrilheiros a prenderam , quem dirá o seu pai.Jussara começa a rir ,se divertindo com o nervosismo da amiga e patroa. E olha Valkíria, ele está doente.Não pode se esquecer disso.
-É mesmo,me esqueci disso.Foi bom me lembrar disso.Minha cabeça anda meio alvoroçada com tantas novidades.
Um táxi para na entrada da casa.
Jussara espia pela janela e sorridente diz baixinho:
-É ela .
O coração de Valkíria dispara no peito.Jussara sai ,rindo de seu nervosismo.
Guadalupe entra na casa ,jogando a mala no chão, corre ao seu encontro.
-Amor.Se joga em seus braços .Quanta saudade!
Beija os lábios de uma Valkíria, sem reação.
-O que você tem Val? Não parece contente em me ver.
-Estou bem.Como foi de viagem?A voz de Valkíria ainda está tremula.
-Tudo bem,papai está bem melhor e acho que teve tempo para pensar.Já quer você junto de mim em minha próxima visita.
-Finalmente agora você vai ter paz.
-Sim é verdade.Amor ? Compôs algo enquanto estiver fora?Guadalupe tira o casaco e joga os sapatos longe.
-Sim.Acabei agorinha mesmo.Fiz em tua homenagem.Valkíria a aperta em seu braços.
-Para mim? Posso ver?
-Depois.Lupe....senti saudades....fiquei com medo.Valkíria enterra a cabeça entre seus cabelos.Aperta os braços com mais força ao seu redor,puxando-a para si.
-Medo? Medo do que ?
-De perder você.De seu pai não deixar você voltar para mim.
-Bobinha. Guadalupe coloca o indicador nos lábios de Valkíria e dá um sorriso.Ninguém vai me impedir de ficar ao seu lado.Sabe o quanto te amo e quanto estou feliz.
-Mas senti medo.O apertão que Valkíria lhe dá agora, a faz rir:
-Val.... sei o que quer fazer.Guadalupe já conhece a mulher com quem partilha sua vida.Só me dá um tempinho para um banho?
-Tempinho? Vou com você.Sei lá se resolve desaparecer no banheiro e me deixa aqui sozinha.
-Val? Tá carente ? É isso?
- Senti tua falta.Quase fiquei doente...
-Já voltei .Vamos.Preciso dar um jeito nesta tua carência.Minha garotinha está dodói...Com muita carência,vem vou cuidar da sua carência...
-Sei....só minha?
E depois de um banho fervente,elas matam a carência.Foram “dois longos dias “sem se amarem.Por isso têm de descontar .E nada como uma casa tranqüila,uma noite sem barulho.E as duas na cama.
Barulho? Silencio? Guadalupe se encarrega de suprir tudo isso.Para ela ,na cama não pode ter silêncio.
Não permite que Valkíria a tome primeiro.Ela tem de se sempre a primeira.E Valkíria não admite ser a segunda.Lutam.Na cama ,no tapete.Rolam .Procuram posições para se satisfazerem.São procuras frenéticas,loucas.Risos ,pequenos tapas nas nádegas .Cócegas...
A posição do amor ,entre quatro paredes.Mas não ficam só nisso.Sobre os lençóis brancos de cetim se amam como dois animais.As paredes são testemunhas e escondem suas fantasias.
Guadalupe nestas horas se transforma.De meiga e cheia de pudores vira uma fera.É uma fera na hora de amar.Valkíria se rende a sua sedução.Pois tudo que fazem é motivo de riso para Guadalupe.E é este riso que deixa Valkíria cada dia mais encantada com mulher que tem.Por isso não se importa com as constantes mudanças de posições .Cada experiência é um novo alento.Uma nova delicia.Guadalupe quer experimentar de todos os jeitos.Sentir ... degustar...sorver...
Os corpos suados,quentes se enroscam,se acariciam,sugam os poros.Os gritos são selvagens.Valkíria se entrega totalmente nas mãos de sua amada.Pois é nessa hora onde impera a lascívia que Guadalupe se torna maliciosa e sedenta de amor.Mostra a mulher ardente que é.Ataca sua amada com muita fome e muito desejo.
Começa sempre beijando seu umbigo,as coxas ,seios e todo o resto.Suga-a como se fosse uma fruta.Levando-a a uma intensa sensação de prazer,que se inicia em contrações dos quadris ,aceleração dos batimentos cardíacos,respiração fica difícil e finalmente vem a explosão corporal .... relaxa nos braços de sua amada.
Que logo está exigindo sua ação. Não tem um momento de descanso.Nem quer.Seu desejo pelo corpo de Lupe é intenso e só vai parar quando esta pede ....
-Chega Val... não agüento mais.
-Como não? Já?O ataque se transforma em caricias suaves e carinho pelo corpo suado e cansado.Pequenas fungadas por debaixo dos cabelos,visando a nuca.
Risos são ouvidos .A felicidade de se amarem como bem entendem,sem pudores exagerados.Dão e tomam.Livres para amar.
E depois, adormecem.A grande janela aberta mostra a noite maravilhosa.
O corpo cansado exige tempo.Ficam deitadas sob o manto azul do céu forrado de estrelas.A brisa suave vem aliviar o calor que delas emanam.Abraçadas ,entrelaçadas....adormecem.
Amanhece.
Valkíria sentando-se ao lado da cama ,acorda sua amada, com um beijo gostoso na boca.
-Vamos amor.Quero te mostrar algo que fiz.
Ao ouvir isso o sono passa e os olhos de Guadalupe agora são lampejos de amor .
Segue Valkíria até ao piano.
Olha atentamente para a partitura colocada em cima dele.
“Melodia Imortal” Amor eterno amor.
-Toque.Valkíria pede para ela.Fiz para você.Valkíria fica em suas costas ouvindo-a tocar.
A música solta-se pela sala.Espalha pela casa.
O coração de Valkíria bate forte. É a primeira música que compõe para o seu novo amor.
Uma lágrima escorre por seus olhos.Mesmo não querendo , se lembra de Marie.Dá um sorriso,abanando a cabeça , e beija a nuca de Guadalupe.
-Você é meu eterno amor.Minha luz .
Fim
Créditos musicais:
1. (1)Amor eterno. Rocio Durcal
2. (2)Fantasie Impromptu.Chopin.Valentine Igoshina
3. (3)Une femme amoureuse. Mireille Mathieu
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