Uma rosa com amor

Novamente mais um conto do extinto xana in box, a autora esta devidamente marcada em cada post do conto. Obrigada e Boa leitura.
Bjs

Uma rosa com amor

Capítulo 1: encontro
(por Brianna Pena , adicionado em 19 de Setembro de 2007)

O dia ensolarado e o calor incomum para a cidade me convidaram a caminhar. Desprezei o elevador e desci pelas escadas os 9 andares que me separavam do calçadão da Rua XV. É difícil em Curitiba, nesta época do ano um dia como este. Estava incomumente feliz. Acabei de receber os papéis do divórcio. A sensação de liberdade imprimia em meu rosto um sorriso que eu pensava não existia mais. O relacionamento foi um erro, uma prisão claustrofóbica que tiraram 5 anos de minha vida. Sou uma mulher vaidosa, gosto de me vestir bem, adoro a vida. Apesar dos meus 40 anos, ainda gosto do que vejo no espelho. Especialmente minhas pernas chamam a atenção de homens e mulheres e eu as exibo como um troféu. Tomei um lanche na Confeitaria Shaffer e desperdicei o restante da tarde olhando as vitrines das lojas do calçadão.
Voltei para casa cansada por causa do salto alto e da aventura urbana. Cabeça leve e inteiramente aberta a um recomeço.
Eram tantos planos, que me sentia ansiosa, queria que o dia amanhecesse logo. Dormi mal, não queria mais perder tempo. Aproveitaria os poucos dias de férias que restavam para por minha vida nos trilhos, embora nem soubesse por onde começar direito.
Conferi as mensagens no celular e atualizei os e-mails antes de sair de casa.
Morava no 12º andar de um prédio no Bairro Água Verde, desci pelo elevador, obviamente.
Na garagem do prédio tive minha primeira irritação no dia.
O carro não pegava de jeito nenhum. Chamei o seu Pedro, o porteiro e ele disse que tinha uma oficina alí perto que sempre atendia os moradores do prédio.
Para minha surpresa, quando o carro do socorro parou vi que era uma mulher, a mecanica.
Alice, era muito simpática e foi logo abrindo um sorriso largo, deixando a mostra os dentes brancos como a neve e perfeitamente esculpidos numa boca de lábios carnudos e sedutores. Tinha os cabelos curtíssimos e um jeito um tanto masculinizado, mas parecia próprio devido a sua profissão. Usava um macacão largo que escondia seu corpo forte e sarado. No braço direito tinha uma tatuagem que não pude perceber bem o que era.
Depois de examinar o motor, o veredito:
- É o alternador. Disse ela com sua voz forte e decidida, enquanto limpava as mãos numa 'estopa'.
Notei que Alice não tirava os olhos das minhas pernas e curiosamente gostei disso.
- Veja a senhora mesma. E se debruçou sobre o motor querendo me mostrar o estrago.
Eu me abaixei, mas não vi nada no motor. Não pude tirar os olhos dos seus seios que livres no macacão pareciam querer me desafiar.
Não se se Alice notou, mas ficamos assim, mais tempo do que o necessário e ela parecia gostar de me provocar.
Era a primeira vez que uma mulher me fazia sentir tesão. Cheguei a molhar a calcinha. Foi aí que me lembrei ou não me lembrei quando foi a última vez que tive um orgasmo verdadeiro sem ter que fingir para o marido, aliás, ex marido, agora.
Alice voltou para a oficina para buscar a peça e eu subi para o apartamento para trocar a calcinha. Ela subiria para receber, logo que terminasse o serviço.
Enquanto esperava, repassei na mente o que tinha acontecido, senti um arrepio percorrer o meu corpo e deitada no sofá da sala comecei a me tocar, seios, clitóris.... Quando dei por mim, tinha tido orgasmos multiplos e nem sei quanto tempo durou, perdi a noção do tempo e espaço.
Me assustei com Alice entrando pela porta que inadivertidamente eu deixara aberta.
Será que ela viu alguma coisa? Me ajeitei, baixando a saia e arrumando a blusa. Alice deixou escapar um sorriso maroto. Acho que ela viu! Meu Deus! Que vergonha!
- Prontinho senhora!
- Deixa disso, assim me sinto uma velha. Me chame de Lauren, que é meu nome.
- Tá bom, Lauren, tá aqui a sua nota.
- Paguei em dinheiro. Alice tinha um olhar hipnotizador. Ela olhava dentro dos meus olhos e me deixava constrangida, notadamente por que eu havia sido pega em flagrante num ato que me deixava muito envergonhada. Mas ela parecia não ligar e se mantinha segura.
Pedi que esperasse, fui até o vaso da sala, retirei uma rosa de um buquê enviado por uma amiga comemorando meu divórcio, e lhe entreguei. Alice, não mostrou nenhuma surpresa, 'rasgou' um sorriso de aprovação e me hipnotizou novamente com seu olhar. Nem me dei conta que havia ferido o dedo num dos espinhos, mas Alice pegou minha mão e docemente sugou a gotícula de sangue. Fiquei imobilizada sem reação nenhuma. Alice sorriu, beijou a rosa e foi embora, enquanto eu esperava o sangue retornar a minha cabeça.



Capítulo 2: dúvidas cruéis
(por Brianna Pena , adicionado em 20 de Setembro de 2007)

A porta do elevador se fechou e a ficha caiu. - Meu Deus! O que foi isso? Que sentimento era esse? Será que eu estava saindo do armário? Não pode ser! Nunca, nem quando criança senti nada por nenhuma mulher. Mas Alice mexeu comigo. Alice era especial. Meus dedos ainda estavam úmidos, tentei sentir seu perfume, mas senti cheiro de óleo queimado.
- Sai dessa, Lauren, isso só aconteceu, devido a sua fragilidade sentimental momentânea por causa do momento que vivia. - Tentei me enganar com esse pensamento.
Tomei um banho e tentei apagar Alice da minha mente. Desci novamente e dessa vez o carro pegou de primeira. Notei um cartão de visita preso ao meu pára-brisa. Era da oficina de Alice e dizia na parte de trás: ME LIGA.
Minha primeira reação foi de raiva. Afinal, o que ela estaria pensando de mim? Não sou sapata. Não sou. Não....Será?
Meu dia não rendeu, tinha umas papeladas pra resolver uns assuntos bancários particulares e queria dar uma passadinha no shopping, mas minha mente estava focada nela.
Parei no Habibs pra comer uma 'esfirrinha' e tomar um suco de laranja. Encontrei um grupo de amigos. Pelo menos me distraí um pouco. Todos logo foram embora, pois tinham de retornar ao trabalho. Todos, menos Laércio.
Ele sempre foi amarradão em mim e agora que soube do meu divórcio voltou a investir. Eu não queria um compromisso sério já, e deixei bem claro, mas ele é um homem muito amável e convincente. Galanteador me convenceu a sair com ele para jantarmos. Depois fiquei com raiva de mim mesma, por não ter tido a coragem de dizer não. Laércio, era um homem de meia idade, mas muito conservado, nunca se casou, famoso pelas suas conquistas, atraía as mulheres mais pelo charme do que pela beleza. Bem sucedido financeiramente, aplicava tudo que ganhava nas suas conquistas, por isso nunca teve nada, mas vivia feliz assim. Eu sempre o vi como um amigo, mas ele me via como um troféu.
Fomos jantar em Santa Felicidade, tratamos apenas de banalidades. Quando saíamos do restaurante, achei que alguém em uma moto com roupa de couro preta, capacete preto me observava. Tive a impresão de ser Alice, mas não havia como reconhecer. De repente a moto arrancou violentamente, o piloto empinou ao passar por mim e o piloto virou a cabeça como que me observando, senti a mesma sensação de hipnose que Alice me causava, depois a moto foi embora como um bólido, deixando no ar a dúvida.
No carro, Laércio finalmente avançou em busca da sua presa. Fragilizada me deixei levar, ele me beijou sofregamente, apertou meu corpo contra o seu, me tirando suspiros. Beijou minha orelha, minha nuca e me deixou arrepiada. Abri minha blusa e lhe ofereci meus seios que ele soube muito bem, como tirar proveito. Mas eu fazia tudo mecanicamente, mais para não parecer frígida ou desinteressada. Alice ainda povoava meus sentimentos.
Acordei com uma baita dor de cabeça. Completamente nua. As roupas espalhadas pelo chão de um quarto estranho. Vesti-me e tentei me lembrar o que tinha acontecido, mas em vão. A última lembrança que tinha era de estar no carro com Laércio. Algo que o 'sem vergonha' colocara em minha bebida, só podia ser isso....
Caminhei pelo apartamento desconhecido e desarrumado. Vazio. Ninguém em casa. Na mesa da sala um bilhete que dizia: "Tive que ir, você foi maravilhosa, deixe a chave na portaria, Lalá".
- Cachorro, sem vergonha....Conseguiu seu prêmio, né.
Fiquei extremamente irritada.
Fui para casa de táxi. Tomei um banho. Estava tremendamente arrependida. Fui muito fácil.
Prometi a mim mesma naquele instante que jamais seria tão fácil, outra vez.
Mexi na bolsa e vi o cartão de Alice: "Me Liga



Capítulo 3: Absinto
(por Brianna Pena , adicionado em 21 de Setembro de 2007)

Não saí de casa naquele dia. Aproveitei para arrumar umas coisinhas. A toda hora ia até a bolsa e pegava o cartão de Alice. Ligo ou não ligo? Quando o meu telefone tocava, corria animada, pensando ser ela. Lá pelas 5 da tarde a campainha toca. Olho pelo olho mágico e meu coração dispara. Era Alice. Abro a porta e procuro mostrar surpresa e indiferença.
- Que surpresa, Alice. Mas o seu olhar volta a me hipnotizar.
- Não vai me convidar para entrar?
- Desculpe, fique a vontade.
Alice não tira seus olhos dos meus. Tem aquele sorriso maroto. Ela veste calça comprida e camisa masculina. Os últimos botões propositadamente abertos deixam a mostra seus seios e me provocam ainda mais.
Depois de muita conversa banal, Alice se aproxima e pergunta:
- Gosta disso? Sua pergunta estava cheia de malicia e enquanto eu me refazia, Alice, quase encostou seus seios no meu rosto. Pude sentir seu cheiro. Um misto de perfume barato e graxa. Fiquei acuada.
- Eu, eu, bem, nunca eu pensei que.....
- Imaginei.
- Imaginou o quê?
- Que você, nunca ficou com outra mulher.
- Bem, tudo isso é mesmo novo pra mim. Você me atrai de uma forma que nunca senti por outra mulher.
- Lauren, desde que te vi, sabia que você seria a mulher da minha vida.
Senti um ar de sinceridade em suas palavras.
- Mas Alice, eu acabo de sair de um casamento, sempre me relacionei com homens, estou confusa...
Alice segurou minha mão, suas mãos eram fortes, mas não menos delicadas.
- Lauren, eu nunca corri atrás de uma mulher. Mas eu sinto que estou apaixonada por você. A Rosa que você me deu, está lá em casa num lugar privilegiado.
- Nossa Alice, você precisa entender que....
Antes que eu terminasse de falar, Alice me beijou. Seus lábios macios e sedosos me envolveram. Fechei os olhos e me entreguei aquele momento. Senti seu peito comprimir o meu. Logo Alice me 'levou à loucura', o medo do desconhecido tornava nosso momento mágico. Esqueci tudo ao redor e servi aos desejos carnais. Eu era agora sua escrava e Alice, como uma ama amorosa, me conduziu por caminhos antes nunca trilhados. A cada toque uma nova descoberta. A cada orgasmo um delírio antes desconhecido. Aprendi que fazer amor com uma mulher é o mesmo que não impor limites ao prazer. Tocar os seios de Alice com a minha língua sedenta e vê-la gemer daquele jeito, era o mesmo que provar o néctar sagrado do amor e prolongar o prazer de forma que pareça perene. Sugar seu sexo extremamente encharcado e provar o gosto de uma mulher, era como provar pela primeira vez o absinto. Eu me sentia leve, realizada, amada. Queria fazer amor como uma vadia, uma cadela no cio e Alice entendeu perfeitamente. Acho que finalmente encontrei minha alma gêmea.
Nosso momento foi único, eterno, inesquecível. Eu era a rosa que desabrochava e Alice, mais nova, mas, mais experiente me conduzia neste caminho sem volta.



Capítulo 4: confirmação
(por Brianna Pena , adicionado em 23 de Setembro de 2007)

Uma rosa com amor


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Capítulo 1: encontro
(por Brianna Pena , adicionado em 19 de Setembro de 2007)


O dia ensolarado e o calor incomum para a cidade me convidaram a caminhar. Desprezei o elevador e desci pelas escadas os 9 andares que me separavam do calçadão da Rua XV. É difícil em Curitiba, nesta época do ano um dia como este. Estava incomumente feliz. Acabei de receber os papéis do divórcio. A sensação de liberdade imprimia em meu rosto um sorriso que eu pensava não existia mais. O relacionamento foi um erro, uma prisão claustrofóbica que tiraram 5 anos de minha vida. Sou uma mulher vaidosa, gosto de me vestir bem, adoro a vida. Apesar dos meus 40 anos, ainda gosto do que vejo no espelho. Especialmente minhas pernas chamam a atenção de homens e mulheres e eu as exibo como um troféu. Tomei um lanche na Confeitaria Shaffer e desperdicei o restante da tarde olhando as vitrines das lojas do calçadão.
Voltei para casa cansada por causa do salto alto e da aventura urbana. Cabeça leve e inteiramente aberta a um recomeço.
Eram tantos planos, que me sentia ansiosa, queria que o dia amanhecesse logo. Dormi mal, não queria mais perder tempo. Aproveitaria os poucos dias de férias que restavam para por minha vida nos trilhos, embora nem soubesse por onde começar direito.
Conferi as mensagens no celular e atualizei os e-mails antes de sair de casa.
Morava no 12º andar de um prédio no Bairro Água Verde, desci pelo elevador, obviamente.
Na garagem do prédio tive minha primeira irritação no dia.
O carro não pegava de jeito nenhum. Chamei o seu Pedro, o porteiro e ele disse que tinha uma oficina alí perto que sempre atendia os moradores do prédio.
Para minha surpresa, quando o carro do socorro parou vi que era uma mulher, a mecanica.
Alice, era muito simpática e foi logo abrindo um sorriso largo, deixando a mostra os dentes brancos como a neve e perfeitamente esculpidos numa boca de lábios carnudos e sedutores. Tinha os cabelos curtíssimos e um jeito um tanto masculinizado, mas parecia próprio devido a sua profissão. Usava um macacão largo que escondia seu corpo forte e sarado. No braço direito tinha uma tatuagem que não pude perceber bem o que era.
Depois de examinar o motor, o veredito:
- É o alternador. Disse ela com sua voz forte e decidida, enquanto limpava as mãos numa 'estopa'.
Notei que Alice não tirava os olhos das minhas pernas e curiosamente gostei disso.
- Veja a senhora mesma. E se debruçou sobre o motor querendo me mostrar o estrago.
Eu me abaixei, mas não vi nada no motor. Não pude tirar os olhos dos seus seios que livres no macacão pareciam querer me desafiar.
Não se se Alice notou, mas ficamos assim, mais tempo do que o necessário e ela parecia gostar de me provocar.
Era a primeira vez que uma mulher me fazia sentir tesão. Cheguei a molhar a calcinha. Foi aí que me lembrei ou não me lembrei quando foi a última vez que tive um orgasmo verdadeiro sem ter que fingir para o marido, aliás, ex marido, agora.
Alice voltou para a oficina para buscar a peça e eu subi para o apartamento para trocar a calcinha. Ela subiria para receber, logo que terminasse o serviço.
Enquanto esperava, repassei na mente o que tinha acontecido, senti um arrepio percorrer o meu corpo e deitada no sofá da sala comecei a me tocar, seios, clitóris.... Quando dei por mim, tinha tido orgasmos multiplos e nem sei quanto tempo durou, perdi a noção do tempo e espaço.
Me assustei com Alice entrando pela porta que inadivertidamente eu deixara aberta.
Será que ela viu alguma coisa? Me ajeitei, baixando a saia e arrumando a blusa. Alice deixou escapar um sorriso maroto. Acho que ela viu! Meu Deus! Que vergonha!
- Prontinho senhora!
- Deixa disso, assim me sinto uma velha. Me chame de Lauren, que é meu nome.
- Tá bom, Lauren, tá aqui a sua nota.
- Paguei em dinheiro. Alice tinha um olhar hipnotizador. Ela olhava dentro dos meus olhos e me deixava constrangida, notadamente por que eu havia sido pega em flagrante num ato que me deixava muito envergonhada. Mas ela parecia não ligar e se mantinha segura.
Pedi que esperasse, fui até o vaso da sala, retirei uma rosa de um buquê enviado por uma amiga comemorando meu divórcio, e lhe entreguei. Alice, não mostrou nenhuma surpresa, 'rasgou' um sorriso de aprovação e me hipnotizou novamente com seu olhar. Nem me dei conta que havia ferido o dedo num dos espinhos, mas Alice pegou minha mão e docemente sugou a gotícula de sangue. Fiquei imobilizada sem reação nenhuma. Alice sorriu, beijou a rosa e foi embora, enquanto eu esperava o sangue retornar a minha cabeça.


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Capítulo 2: dúvidas cruéis
(por Brianna Pena , adicionado em 20 de Setembro de 2007)


A porta do elevador se fechou e a ficha caiu. - Meu Deus! O que foi isso? Que sentimento era esse? Será que eu estava saindo do armário? Não pode ser! Nunca, nem quando criança senti nada por nenhuma mulher. Mas Alice mexeu comigo. Alice era especial. Meus dedos ainda estavam úmidos, tentei sentir seu perfume, mas senti cheiro de óleo queimado.
- Sai dessa, Lauren, isso só aconteceu, devido a sua fragilidade sentimental momentânea por causa do momento que vivia. - Tentei me enganar com esse pensamento.
Tomei um banho e tentei apagar Alice da minha mente. Desci novamente e dessa vez o carro pegou de primeira. Notei um cartão de visita preso ao meu pára-brisa. Era da oficina de Alice e dizia na parte de trás: ME LIGA.
Minha primeira reação foi de raiva. Afinal, o que ela estaria pensando de mim? Não sou sapata. Não sou. Não....Será?
Meu dia não rendeu, tinha umas papeladas pra resolver uns assuntos bancários particulares e queria dar uma passadinha no shopping, mas minha mente estava focada nela.
Parei no Habibs pra comer uma 'esfirrinha' e tomar um suco de laranja. Encontrei um grupo de amigos. Pelo menos me distraí um pouco. Todos logo foram embora, pois tinham de retornar ao trabalho. Todos, menos Laércio.
Ele sempre foi amarradão em mim e agora que soube do meu divórcio voltou a investir. Eu não queria um compromisso sério já, e deixei bem claro, mas ele é um homem muito amável e convincente. Galanteador me convenceu a sair com ele para jantarmos. Depois fiquei com raiva de mim mesma, por não ter tido a coragem de dizer não. Laércio, era um homem de meia idade, mas muito conservado, nunca se casou, famoso pelas suas conquistas, atraía as mulheres mais pelo charme do que pela beleza. Bem sucedido financeiramente, aplicava tudo que ganhava nas suas conquistas, por isso nunca teve nada, mas vivia feliz assim. Eu sempre o vi como um amigo, mas ele me via como um troféu.
Fomos jantar em Santa Felicidade, tratamos apenas de banalidades. Quando saíamos do restaurante, achei que alguém em uma moto com roupa de couro preta, capacete preto me observava. Tive a impresão de ser Alice, mas não havia como reconhecer. De repente a moto arrancou violentamente, o piloto empinou ao passar por mim e o piloto virou a cabeça como que me observando, senti a mesma sensação de hipnose que Alice me causava, depois a moto foi embora como um bólido, deixando no ar a dúvida.
No carro, Laércio finalmente avançou em busca da sua presa. Fragilizada me deixei levar, ele me beijou sofregamente, apertou meu corpo contra o seu, me tirando suspiros. Beijou minha orelha, minha nuca e me deixou arrepiada. Abri minha blusa e lhe ofereci meus seios que ele soube muito bem, como tirar proveito. Mas eu fazia tudo mecanicamente, mais para não parecer frígida ou desinteressada. Alice ainda povoava meus sentimentos.
Acordei com uma baita dor de cabeça. Completamente nua. As roupas espalhadas pelo chão de um quarto estranho. Vesti-me e tentei me lembrar o que tinha acontecido, mas em vão. A última lembrança que tinha era de estar no carro com Laércio. Algo que o 'sem vergonha' colocara em minha bebida, só podia ser isso....
Caminhei pelo apartamento desconhecido e desarrumado. Vazio. Ninguém em casa. Na mesa da sala um bilhete que dizia: "Tive que ir, você foi maravilhosa, deixe a chave na portaria, Lalá".
- Cachorro, sem vergonha....Conseguiu seu prêmio, né.
Fiquei extremamente irritada.
Fui para casa de táxi. Tomei um banho. Estava tremendamente arrependida. Fui muito fácil.
Prometi a mim mesma naquele instante que jamais seria tão fácil, outra vez.
Mexi na bolsa e vi o cartão de Alice: "Me Liga



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Capítulo 3: Absinto
(por Brianna Pena , adicionado em 21 de Setembro de 2007)


Não saí de casa naquele dia. Aproveitei para arrumar umas coisinhas. A toda hora ia até a bolsa e pegava o cartão de Alice. Ligo ou não ligo? Quando o meu telefone tocava, corria animada, pensando ser ela. Lá pelas 5 da tarde a campainha toca. Olho pelo olho mágico e meu coração dispara. Era Alice. Abro a porta e procuro mostrar surpresa e indiferença.
- Que surpresa, Alice. Mas o seu olhar volta a me hipnotizar.
- Não vai me convidar para entrar?
- Desculpe, fique a vontade.
Alice não tira seus olhos dos meus. Tem aquele sorriso maroto. Ela veste calça comprida e camisa masculina. Os últimos botões propositadamente abertos deixam a mostra seus seios e me provocam ainda mais.
Depois de muita conversa banal, Alice se aproxima e pergunta:
- Gosta disso? Sua pergunta estava cheia de malicia e enquanto eu me refazia, Alice, quase encostou seus seios no meu rosto. Pude sentir seu cheiro. Um misto de perfume barato e graxa. Fiquei acuada.
- Eu, eu, bem, nunca eu pensei que.....
- Imaginei.
- Imaginou o quê?
- Que você, nunca ficou com outra mulher.
- Bem, tudo isso é mesmo novo pra mim. Você me atrai de uma forma que nunca senti por outra mulher.
- Lauren, desde que te vi, sabia que você seria a mulher da minha vida.
Senti um ar de sinceridade em suas palavras.
- Mas Alice, eu acabo de sair de um casamento, sempre me relacionei com homens, estou confusa...
Alice segurou minha mão, suas mãos eram fortes, mas não menos delicadas.
- Lauren, eu nunca corri atrás de uma mulher. Mas eu sinto que estou apaixonada por você. A Rosa que você me deu, está lá em casa num lugar privilegiado.
- Nossa Alice, você precisa entender que....
Antes que eu terminasse de falar, Alice me beijou. Seus lábios macios e sedosos me envolveram. Fechei os olhos e me entreguei aquele momento. Senti seu peito comprimir o meu. Logo Alice me 'levou à loucura', o medo do desconhecido tornava nosso momento mágico. Esqueci tudo ao redor e servi aos desejos carnais. Eu era agora sua escrava e Alice, como uma ama amorosa, me conduziu por caminhos antes nunca trilhados. A cada toque uma nova descoberta. A cada orgasmo um delírio antes desconhecido. Aprendi que fazer amor com uma mulher é o mesmo que não impor limites ao prazer. Tocar os seios de Alice com a minha língua sedenta e vê-la gemer daquele jeito, era o mesmo que provar o néctar sagrado do amor e prolongar o prazer de forma que pareça perene. Sugar seu sexo extremamente encharcado e provar o gosto de uma mulher, era como provar pela primeira vez o absinto. Eu me sentia leve, realizada, amada. Queria fazer amor como uma vadia, uma cadela no cio e Alice entendeu perfeitamente. Acho que finalmente encontrei minha alma gêmea.
Nosso momento foi único, eterno, inesquecível. Eu era a rosa que desabrochava e Alice, mais nova, mas, mais experiente me conduzia neste caminho sem volta.



Capítulo 5: Amor?
(por Brianna Pena , adicionado em 9 de Outubro de 2007)

Fiz amor como nunca tinha feito. Tive múltiplos orgasmos. Aquela desconhecida tirou meu sossego. Nunca em minha existência imaginei que aquilo poderia ter acontecido. Dúvidas povoavam minha cabeça. E agora? Como vai ser minha vida? Assumo? Saio do armário? Sou bi? Foi só mais um caso, como o de Laércio?
Não, Alice era mais que um caso, disso eu tinha certeza. A forma como ela me desarmava com o olhar não era comum.
Despertamos e fomos para a cozinha preparar um café. Alice era de poucas palavras. Não tinha muita cultura, mas era muito inteligente.
Eu estava apaixonada por ela e acho que ela por mim.
A partir dali não nos separamos mais. Alice me mostrou os caminhos novos que deveria trilhar. Conheci novos amigos. Outros ambientes e é claro deixei de sentir um certo preconceito homofóbico que inconscientemente nutria.
Agora eu mesma fazia parte de um novo mundo. Mudei meu guarda-roupa, meu cabelo, em outras palavras, nasci de novo.
Experimentei na pele o preconceito das pessoas. Tínhamos que nos conter em ambientes públicos para não ofender as pessoas. Isso me incomodava muito.

Alice veio morar em meu apartamento. Assumi completamente minha nova condição. Logo eu que queria ser livre, me libertar, de repente estava amarrada novamente.
Eu amava Alice como louca. Já não conseguia imaginar minha vida sem ela.
Ela amava sua profissão, mas agora havia montado sua própria oficina, especializada em moto, sua segunda paixão.
Eu não entendia muito, mas adorava andar na sua garupa, agarradinha em sua cintura. As roupas e o capacete nos permitiam andar publicamente abraçadas.
Adorávamos descer a Serra da Graciosa de moto e ir para a praia de Caiobá. Alice pilotava divinamente e eu me sentia segura.

Assim vivemos durante maravilhosos três anos. Um dia algo aconteceu que mudaria nossas vidas para sempre.



Capítulo 6: Amor?
(por Brianna Pena , adicionado em 9 de Outubro de 2007)

Fiz amor como nunca tinha feito. Tive múltiplos orgasmos. Aquela desconhecida tirou meu sossego. Nunca em minha existência imaginei que aquilo poderia ter acontecido. Dúvidas povoavam minha cabeça. E agora? Como vai ser minha vida? Assumo? Saio do armário? Sou bi? Foi só mais um caso, como o de Laércio?
Não, Alice era mais que um caso, disso eu tinha certeza. A forma como ela me desarmava com o olhar não era comum.
Despertamos e fomos para a cozinha preparar um café. Alice era de poucas palavras. Não tinha muita cultura, mas era muito inteligente.
Eu estava apaixonada por ela e acho que ela por mim.
A partir dali não nos separamos mais. Alice me mostrou os caminhos novos que deveria trilhar. Conheci novos amigos. Outros ambientes e é claro deixei de sentir um certo preconceito homofóbico que inconscientemente nutria.
Agora eu mesma fazia parte de um novo mundo. Mudei meu guarda-roupa, meu cabelo, em outras palavras, nasci de novo.
Experimentei na pele o preconceito das pessoas. Tínhamos que nos conter em ambientes públicos para não ofender as pessoas. Isso me incomodava muito.

Alice veio morar em meu apartamento. Assumi completamente minha nova condição. Logo eu que queria ser livre, me libertar, de repente estava amarrada novamente.
Eu amava Alice como louca. Já não conseguia imaginar minha vida sem ela.
Ela amava sua profissão, mas agora havia montado sua própria oficina, especializada em moto, sua segunda paixão.
Eu não entendia muito, mas adorava andar na sua garupa, agarradinha em sua cintura. As roupas e o capacete nos permitiam andar publicamente abraçadas.
Adorávamos descer a Serra da Graciosa de moto e ir para a praia de Caiobá. Alice pilotava divinamente e eu me sentia segura.

Assim vivemos durante maravilhosos três anos. Um dia algo aconteceu que mudaria nossas vidas para sempre.



Capítulo 7: Frieza
(por Brianna Pena , adicionado em 10 de Outubro de 2007)

Como toda relação entre duas pessoas, tínhamos nossos desgastes. Aprendi a entender Alice, mas acho que ela não era tão compreensiva comigo. Nossos papéis nessa relação sempre foram muito claros. Dividíamos tudo, alegrias, tristezas e o mais importante, nosso amor.
Mas com o passar dos dias, percebi que Alice já não se satisfazia mais plenamente como antes, digo, no sexo.
Embora ela nunca tenha reclamado, uma mulher sente estas coisas. E eu estava certa. Tentei várias vezes falar sobre isso com ela, mas Alice, como já disse era de poucas palavras e não abria a retaguarda.
Um dia, assistíamos ao filme JADED em casa, onde três mulheres fazem amor na praia, sendo que uma delas quase estupra a outra com uma garrafa. Alice ficou excitadíssima com a cena. Percebendo sua excitação, mas sem querer dar muito na cara, comecei a fazer carinho em suas coxas e pernas.
Alice estava molhadinha. Fiquei uma tanto perturbada, mas não perdi tempo e naquela noite fizemos amor como ha muito não fazíamos.
Sussurrei então em seu ouvido, enquanto acariciava seu clitóris encharcado:
- Você gosta disso? - Eu me referia a cena na tv e ela entendeu.
- Sim, sim....Ela sussurrou quase inaudivelmente e se ofereceu inteira a mim.
Depois Alice tomou uma postura inesperada e assustadora para mim.
Com a garrafa Long Neck de cerveja que acabara de sorver, ela começou a me tocar.
Primeiro nos biquinhos dos seios. A fricção suave daquela garrafa gelada era deliciosa. Ela me fez chupar a boca da garrafa como se fosse seu pênis. Aos poucos foi me envolvendo com sua magia sensual. Quando me dei conta ela me 'comia' com aquela garrafa. Preciso confessar, apesar de assustador para uma mulher pudica como eu era, foi maravilhoso. Tinha medo de confessar temendo o que viria a seguir. Mas eu nem precisa falar nada, meu corpo me denunciava e Alice percebeu. A partir daquele momento nossas relações ganharam um toque mais apimentado. Eu estava adorando tudo isso. Até que um dia fomos longe demais.



Capítulo 8: Surpresa
(por Brianna Pena , adicionado em 10 de Outubro de 2007)

O telefone toca.
- Oi.
- Lauren, sou eu. O barulho ao fundo não deixava dúvidas. Alice me ligava da oficina.
- Oi amor, que surpresa.
- Lauren, hoje vou te fazer uma surpresa. - Eu adorava surpresas.
- Vou chegar as sete em ponto. Esteja pronta pra mim, você sabe como!
- Claro que sei, mas o que tem em mente, amor?
- Se eu falar estrago a surpresa. Tchau, beijão. - Ela nem esperou minha resposta e desligou. Só de pensar no que viria por aí, fiquei excitada. Tomei uma ducha e me depilei caprichadamente. Passei um creme pelo corpo pra ficar bem cheirosa, pra minha Alice. Tive que me masturbar enquanto tirava os pelos púbicos, não agüentei.
Coloquei aquela calcinha fio dental vermelhinha, tão pequenininha que mal dava pra reconhecer a cor, que ela adorava e deixava a mostra meu bum bum, que, aliás, não é de se jogar fora. Por cima uma camisolinha curtíssima e transparente. Sentei-me no sofá e aguardei pacientemente.
A espera era realmente insuportável. Enfim ouço barulho de chave na porta da sala. A sala quase escura, apenas à luz de velas. Um frio percorreu minha espinha. A porta finalmente se abre. Alice entra, de macacão sujo de graxa e óleo. Olha-me fundo, hipnotizando-me mais uma vez e me desarmando completamente. Mas ela não está sozinha. Logo em seguida vem mais alguém. Sem demonstrar a mínima timidez, ela ocupa seu espaço na sala. Roupa vulgar, e maquiagem forte, parecia uma prostituta. Um short curtíssimo, realçava as pregas da sua bunda. Uma bota que em nada combinava com o restante de sua raríssima vestimenta. O cabelo louro, pintado com certeza. Após o susto e reparando melhor naquela figura, percebi o quanto era linda. Rosto fino que não merecia aquela maquiagem exagerada nem seu corpo merecia aquelas roupas estilo 'prost'.
Fiquei boquiaberta. Sem ação. Não sei se apreciava sua beleza, ou cobrava uma explicação de Alice.
Antes que eu conseguisse me pronunciar, Alice foi logo dizendo:
- Eis sua surpresa! Gostou?
- Alice, o que é isso. Agora você foi longe demais. Ainda tentei argumentar forçando uma falsa moralidade.
- Lauren, te apresento Rebeca. Rebeca Lauren.
Rebeca! Dito assim nestas condições soava como nome falso, claro.
- Mas, mas...o que...
- Calma, Lauren, disse Rebeca. Aproximou-se do sofá, sentou-se ao meu lado roçando suas coxas fortes em mim. Sua voz era grave. Presença marcante e assim próximo como estava sua beleza era ainda mais notada.
Completamente atordoada e sem entender até onde Alice queria chegar, resolvi entrar no jogo.
Alice foi até a cozinha apanhou uma cerveja e jogou-se na poltrona em frente. Rebeca estava quase grudada em mim. Ela tentou me beijar, eu não deixei e virei o rosto olhando para Alice que fez um aceno com a cabeça como que permitindo.
Ah é assim, quero ver até onde ela vai. Na segunda investida beijei aquele mulherão. Nossa que sensação incrível. Saber que Alice me observava tocar outra mulher me deixava louca de tesão. Rebeca era uma delicia e começou a me lamber inteira, me levando à loucura. Olhei de relance e Alice com a mão enfiada na calça se masturbava como louca. Não sabia que ela tinha essa tara. Nem eu sabia que gostaria disso, mas adorei.
Tudo foi muito rápido, sem tempo para reflexões existencialistas e preconceituosas. O bicho pegou mesmo, quando Rebeca se despiu.



Capítulo 9: Surpresa
(por Brianna Pena , adicionado em 10 de Outubro de 2007)

O telefone toca.
- Oi.
- Lauren, sou eu. O barulho ao fundo não deixava dúvidas. Alice me ligava da oficina.
- Oi amor, que surpresa.
- Lauren, hoje vou te fazer uma surpresa. - Eu adorava surpresas.
- Vou chegar as sete em ponto. Esteja pronta pra mim, você sabe como!
- Claro que sei, mas o que tem em mente, amor?
- Se eu falar estrago a surpresa. Tchau, beijão. - Ela nem esperou minha resposta e desligou. Só de pensar no que viria por aí, fiquei excitada. Tomei uma ducha e me depilei caprichadamente. Passei um creme pelo corpo pra ficar bem cheirosa, pra minha Alice. Tive que me masturbar enquanto tirava os pelos púbicos, não agüentei.
Coloquei aquela calcinha fio dental vermelhinha, tão pequenininha que mal dava pra reconhecer a cor, que ela adorava e deixava a mostra meu bum bum, que, aliás, não é de se jogar fora. Por cima uma camisolinha curtíssima e transparente. Sentei-me no sofá e aguardei pacientemente.
A espera era realmente insuportável. Enfim ouço barulho de chave na porta da sala. A sala quase escura, apenas à luz de velas. Um frio percorreu minha espinha. A porta finalmente se abre. Alice entra, de macacão sujo de graxa e óleo. Olha-me fundo, hipnotizando-me mais uma vez e me desarmando completamente. Mas ela não está sozinha. Logo em seguida vem mais alguém. Sem demonstrar a mínima timidez, ela ocupa seu espaço na sala. Roupa vulgar, e maquiagem forte, parecia uma prostituta. Um short curtíssimo, realçava as pregas da sua bunda. Uma bota que em nada combinava com o restante de sua raríssima vestimenta. O cabelo louro, pintado com certeza. Após o susto e reparando melhor naquela figura, percebi o quanto era linda. Rosto fino que não merecia aquela maquiagem exagerada nem seu corpo merecia aquelas roupas estilo 'prost'.
Fiquei boquiaberta. Sem ação. Não sei se apreciava sua beleza, ou cobrava uma explicação de Alice.
Antes que eu conseguisse me pronunciar, Alice foi logo dizendo:
- Eis sua surpresa! Gostou?
- Alice, o que é isso. Agora você foi longe demais. Ainda tentei argumentar forçando uma falsa moralidade.
- Lauren, te apresento Rebeca. Rebeca Lauren.
Rebeca! Dito assim nestas condições soava como nome falso, claro.
- Mas, mas...o que...
- Calma, Lauren, disse Rebeca. Aproximou-se do sofá, sentou-se ao meu lado roçando suas coxas fortes em mim. Sua voz era grave. Presença marcante e assim próximo como estava sua beleza era ainda mais notada.
Completamente atordoada e sem entender até onde Alice queria chegar, resolvi entrar no jogo.
Alice foi até a cozinha apanhou uma cerveja e jogou-se na poltrona em frente. Rebeca estava quase grudada em mim. Ela tentou me beijar, eu não deixei e virei o rosto olhando para Alice que fez um aceno com a cabeça como que permitindo.
Ah é assim, quero ver até onde ela vai. Na segunda investida beijei aquele mulherão. Nossa que sensação incrível. Saber que Alice me observava tocar outra mulher me deixava louca de tesão. Rebeca era uma delicia e começou a me lamber inteira, me levando à loucura. Olhei de relance e Alice com a mão enfiada na calça se masturbava como louca. Não sabia que ela tinha essa tara. Nem eu sabia que gostaria disso, mas adorei.
Tudo foi muito rápido, sem tempo para reflexões existencialistas e preconceituosas. O bicho pegou mesmo, quando Rebeca se despiu.



Capítulo 10: add
(por Brianna Pena , adicionado em 10 de Outubro de 2007)

Naum tenham medo de me add e interagir comigo. Sou muito só e necessito de vcs.
bjus
Bri



Capítulo 11: add
(por Brianna Pena , adicionado em 10 de Outubro de 2007)

Naum tenham medo de me add e interagir comigo. Sou muito só e necessito de vcs.
bjus
Bri



Capítulo 12: estranho prazer
(por Brianna Pena , adicionado em 11 de Outubro de 2007)

Que prazer poderia sentir Alice com tudo isso? E por que eu mesma outrora puritana aceitava e até curtia a situação?
Rebeca estava sendo paga, e como artista fez seu papel direitinho, não existia amor, apenas prazer carnal.
Alice se deliciava apenas observando e quanto mais eu gemia, mais prazer lhe proporcionava.Eu e Rebeca representamos bem nosso papel. Se o objetivo era dar prazer a Alice, fizemos isso dignamente. Trocamos longos beijos. Rebeca chupava minha língua como ninguém. Seu toque era macio. Sua sensibilidade acima da média.
Tudo ia relativamente bem. Eu ainda estava confusa, apenas aproveitava o prazer físico e me esquecia de conceitos e pré-conceitos.
Mas aconteceu algo interessante, surpreendente e ao mesmo tempo assustador.
Rebeca era um travesti. Não, Rebeca era o travesti mais lindo e perfeito que eu jamais tinha visto. Só acreditei depois que vi com meus próprios olhos.
Quando da revelação, Alice, a esta altura só de calcinha e após muito 'gozar', ficou ainda mais excitada. Olhava-me com um misto de curiosidade e desejo. Minha reação poderia por fim a esta cena bizarra. Ou não!
Confesso que por longos segundos, fiquei sem chão. O ar me faltava. O primeiro pensamento que me surgiu foi parar com tudo, correr para o quarto e exigir uma explicação de Alice. Olhei para ela e vi que ela temia esta reação da minha parte. Nos conhecíamos muito bem. Às vezes só de trocarmos olhares sabíamos o pensamento da outra.
Mas agora a situação era extrema. Tínhamos ido longe demais. Eu sentia uma ponta de remorso por ter permitido tudo isso.
Eu amava Alice e ela me amava. Tínhamos ciúme uma da outra. Agora eu entendia por que neste caso ela não sentia ciúme. Alice sabia o que eu pensava dos homens. O que ela queria era apimentar nossa relação e conseguiu.
Rebeca continuava se despindo, sem perceber nossa comunicação visual. Quando Alice percebeu que eu desistiria, levantou-se e veio em minha direção, pegou-me pela mão e me levantou do sofá. Estávamos nuas. Ela me beijou. Nossos corpos colaram. Rebeca também queria participar e agarrou Alice por trás, encostando seu membro por entre suas coxas e fazendo um sanduíche. Alice sentindo a presença de Rebeca soltou um gemido que me desarmou. O prazer que ela sentia foi suficiente para que eu escondesse o ciúme que sentia.
Rebeca era superbem dotada. Nunca vira um homem com um pênis tão grande. Pude senti-lo mesmo com Alice entre nós.
Sem perceber o dilema que se passava entre eu e Alice, Rebeca mais uma vez investiu, agora em nós duas e nos proporcionou gozos múltiplos.
Nossa orgia durou horas. Deixei-me levar por elas. Bebemos muito whisky e misturamos com uns comprimidos que eu não sei o que eram, mas me fizeram viajar de verdade. Sentia-me feliz, de repente estava péssima e imediatamente pra cima de novo. Perdi a noção de tempo e espaço e embarquei numa viagem que me traria sérias conseqüências no futuro.

Acordei primeiro que ambas. Estávamos as três na cama. Roupas espalhadas pelo chão e um cheiro forte no ar. Agora Rebeca não me parecia tão bela quanto na noite de ontem.
Minha cabeça doía demais. Fui tomar um banho.
Ao voltar Alice se deliciava com o 'pau' de Rebeca. Ali a ficha caiu. Senti nojo e voltei correndo para o banheiro.

Vomitar me fez bem. A mistura da bebida com qualquer que tenha sido a droga que me deram me deixava ainda com um mal estar geral.

Comecei a pensar em tudo que havia acontecido. Como pude ter sido tão ingênua. Nenhum prazer pode pagar um preço tão alto.
Nem meu grande amor por Alice pode ser tão baixo a ponto de me sujeitar aos seus caprichos.
Ouvi os gritos de prazer de Alice. Espiei pela porta. Ela estava de quatro e Rebeca lhe 'comia o cú', enquanto ela gritava como louca. Elas ainda estavam sob o efeito da droga.
Essa foi à gota d'água.
Deixei as duas e fui tomar meu café na rua, ou almoçar, pois já passava da uma da tarde.
Sentia-me péssima. No fundo do poço. A pior das mulheres, imunda.
Sempre imaginei ter uma vidinha pacata com minha companheira. Achei que havia encontrado em Alice minha alma gêmea e por mim viveria com ela para sempre. Não conhecia esse lado dela.
Não aceitava relacionamentos paralelos, mas agora tive que aceitar algo radicalmente contra meus princípios.
O pior era perceber que tal coisa fazia parte da personalidade de Alice. Como ficaríamos doravante?
Será que ela voltaria a ser a amorosa e querida parceira de antes? Será que essa aventura teria sido suficiente?
Precisava urgentemente encontrá-la, mas evidentemente sem Rebeca por perto.
Liguei para o seu celular. Caiu na caixa postal. Liguei para o nosso fixo. Ninguém atendeu.

Comecei a me desesperar.
Ai! Que dor de cabeça!



Capítulo 13: mudança de personalidade
(por Brianna Pena , adicionado em 12 de Outubro de 2007)

Do balcão onde estava na confeitaria Shaffer, pude ver Rebeca passar pela rua. Apressada, cabelo desalinhado, ajeitando a roupa. De dia parecia uma prostituta. Em meio a meus devaneios, não pude deixar de admirá-la. Como um homem poderia ter se transformado numa mulher tão bela, notadamente de corpo?
Foi a última vez que a vi. Estava irada com Alice. O ciúme me corroia. Estava decidida a terminar tudo. Ela teria que deixar o apartamento.
Ouvi o ronco familiar de sua moto. Ela parou em frente à confeitaria e veio em minha direção. Afinal como me encontrou?
- Sabia que estaria aqui. O café ta bom? - Disse ela, como se nada tivesse acontecido.
- Você me magoou muito Alice.
- EEEuuuuu! - Ela parecia mesmo surpresa. - Não parecia isso quando você gemia a pouco nos braços da Rebeca.
- Aquilo foi um erro. Me arrependo de tudo.
- Rá rá rá! Até parece. Você gozou como uma vadia. Agora me vem com falsos conceitos.
Odiava quando ela usava essa linguagem chula.
- Alice, eu sei que deixei a coisa rolar, mas estou arrependida e não quero que isso se repita. Aliás, acho melhor a gente dar um tempo.
Ela, parou o gole de café roubado da minha xícara e me lançou aquele olhar hipnotizador:
- Vem comigo, precisamos conversar.
- Não. Não quero.
Ela me puxou fortemente pela mão e quase me obrigou a subir na garupa da moto.
Contrariada obedeci.
Foi meu segundo erro.



Capítulo 14: parque barigui
(por Brianna Pena , adicionado em 12 de Outubro de 2007)

A tarde estava quente, o sol brilhava forte. Não havia nuvens no céu. Alice me levou ao Parque Barigui, muito freqüentado em Curitiba. Paramos numa das churrasqueiras vazias à sombra das árvores. Alice não se desculpou em momento algum, antes só se justificou.
- Você precisa entender Lauren, eu tenho minhas taras. Até agora eu as havia reprimido, mas...
- Alice, foi um erro. Se essas são tuas taras, não podemos.... - Não terminei as palavras, Alice quase subindo em cima de mim, agarrou-me e beijou-me, já enfiando a mão por baixo da blusa não se importando com as pessoas que passavam próximo.
Tentei me separar dela, mas não consegui. Aos poucos fui cedendo e deixando Alice tomar conta da situação.
A imagem dela de quatro com Rebeca na nossa cama não me saia da mente.
- Quero que você me coma. - Disse Alice.
- O quê?
- Isso que você ouviu. Você vai me comer.
- Mas....
- Vem comigo. - Ela me pegou no colo e colocou na moto. Antes de irmos para o apartamento, ela disse que tinha que pegar algumas coisinhas na oficina.
No caminho fiquei ainda mais confusa. Minha mente não conseguia organizar as idéias. Alice não deixava. Ela não permitia que eu raciocinasse tamanha rapidez com que fazia as coisas.
Na oficina Alice pegou uma sacola com uma caixa de papelão pouco maior que uma caixa de sapatos, me entregou e disse:
- Só abra no apartamento, ta. - Novamente seu olhar me hipnotizou.
Logo que entramos eu queria algumas explicações, mas ela mais uma vez não me deixou abrir a boca, pelo menos para falar, pois sua língua ocupava todos os espaços disponíveis.
- Alice, não...não....pára....ai....hu... assim, mais, mais....
- Agora abra a caixa!
Depois de me excitar com suas carícias, ela pegou um cinto com um pênis e disse:
- É assim que você vai me comer.
- Eu nunca fiz isso, Alice.
- Foda-se. Cala a boca, vagabunda, veste esta porra e me foda com vontade.
Suas palavras soaram muito mal. Alice parecia possuída. Ela me segurou com força e machucou o meu braço que ficou roxo.
- Alice, você tá louca, me solta.
- Se não me foder agora eu fodo você, sua vaca....
- Pare com isso, não gosto de você assim...
Alice me esbofeteou, cai chorando ao chão.
Ela abriu um saquinho tirou um pó branco espalhou sobre a mesa de vidro e inspirou com um canudinho.
Era o que eu temia: cocaína.
Depois fez uma carreirinha pra mim e segurando minha cabeça fortemente, usou de sua força maior e me forçou a cheirar também.
Apaguei. Acordei nem sei quantas horas depois, com várias escoriações pelo corpo, com aquele cinto me machucando, o lençol sujo, a casa desarrumada e nada de Alice pelo quarto. Fui até a sala e lá estava ela com algumas garotas fazendo sua festinha particular. Fiquei horrorizada, mas não tinha forças para tomar uma atitude enérgica.
Ao me ver Alice foi logo dizendo:
- Aí está minha vaquinha. Tragam ela para cá. As garotas umas três ou quatro, nem sei ao certo, todas nuas e falando muita besteira me agarraram e levaram para perto de Alice.
- Me chupa vagabunda.
- Alice...pára.... - nem pude falar, umas das garotas que até parecia um homem, pelo seu corpo e rosto com traços grosseiros e muitas tatuagens me agarrou por trás e abusando da minha pouca força, me abaixou e enfiou minha cabeça e me fez chupar Alice enquanto abusava de mim por trás. Eu ainda estava tonta e minha cabeça doía muito. Deu-me cocaína de novo e todas sem exceção abusaram de mim. Ou pelo menos acho que abusaram, pois acordei dolorida, suja, e ainda mais machucada.
A dor física nem se comparava com a dor que sentia por dentro.
Alice me fez sua escrava, um brinquedinho. Viciou-me em cocaína e usou isso contra mim doravante.



Capítulo 15: fundo do poço
(por Brianna Pena , adicionado em 17 de Outubro de 2007)

Minha vida despencou. A partir daquele momento, Alice começou a me dominar ainda mais. Meu apartamento virou um antro de depravação, sexo e drogas. Eu não resistia ao seu olhar hipnótico, tornei-me sua escrava em todos os sentidos. Virei sua 'putinha', ela usava o vicio para me fazer implorar pela droga. As vezes quando raramente estávamos sozinhas, ela lembrava a velha Alice, carinhosa. Eu comecei uma nova fase em minha vida. Passava a maior parte do tempo 'viajando'. Comecei a ter delírios. Perdi o emprego e os amigos. Eu vivia exclusivamente em função dela, por ela e para ela.
Emagreci, meu cabelo ficou descuidado, olhava no espelho e não me reconhecia.
Eu implorava a Alice para voltarmos a nossa vidinha de antigamente. Ela ria desdenhando. Não sei por que motivo eu não reagia. Talvez o fato novo era a dependencia química. Era algo novo para mim, não planejado. Entrei neste mundo de drogas e bebida de maneira forçada, mas acabei caindo de cabeça, literalmente despencando.
Alice continuou na oficina e passou a custear as despesas da casa. Mas eu odiava quando ela trazia suas 'amiguinhas', embora não fizesse nada para mudar. Quando ela me obrigava a fazer sexo com elas, eu fingia orgasmo, só assim ela me deixava 'cheirar'.
Eu morria de ciúmes quando elas transavam.
Nos poucos momentos de lucidez, eu até pensava em buscar ajuda de alguem para acabar com isso. Mas quem poderia me ajudar a esta altura do campeonato?
Me peguei várias vezes orando a Deus, mas ele não poderia ouvir os pedidos de uma 'pecadora' como eu.



Capítulo 16: fundo do poço
(por Brianna Pena , adicionado em 17 de Outubro de 2007)

Minha vida despencou. A partir daquele momento, Alice começou a me dominar ainda mais. Meu apartamento virou um antro de depravação, sexo e drogas. Eu não resistia ao seu olhar hipnótico, tornei-me sua escrava em todos os sentidos. Virei sua 'putinha', ela usava o vicio para me fazer implorar pela droga. As vezes quando raramente estávamos sozinhas, ela lembrava a velha Alice, carinhosa. Eu comecei uma nova fase em minha vida. Passava a maior parte do tempo 'viajando'. Comecei a ter delírios. Perdi o emprego e os amigos. Eu vivia exclusivamente em função dela, por ela e para ela.
Emagreci, meu cabelo ficou descuidado, olhava no espelho e não me reconhecia.
Eu implorava a Alice para voltarmos a nossa vidinha de antigamente. Ela ria desdenhando. Não sei por que motivo eu não reagia. Talvez o fato novo era a dependencia química. Era algo novo para mim, não planejado. Entrei neste mundo de drogas e bebida de maneira forçada, mas acabei caindo de cabeça, literalmente despencando.
Alice continuou na oficina e passou a custear as despesas da casa. Mas eu odiava quando ela trazia suas 'amiguinhas', embora não fizesse nada para mudar. Quando ela me obrigava a fazer sexo com elas, eu fingia orgasmo, só assim ela me deixava 'cheirar'.
Eu morria de ciúmes quando elas transavam.
Nos poucos momentos de lucidez, eu até pensava em buscar ajuda de alguem para acabar com isso. Mas quem poderia me ajudar a esta altura do campeonato?
Me peguei várias vezes orando a Deus, mas ele não poderia ouvir os pedidos de uma 'pecadora' como eu.



Capítulo 17: fundo do poço
(por Brianna Pena , adicionado em 17 de Outubro de 2007)

Minha vida despencou. A partir daquele momento, Alice começou a me dominar ainda mais. Meu apartamento virou um antro de depravação, sexo e drogas. Eu não resistia ao seu olhar hipnótico, tornei-me sua escrava em todos os sentidos. Virei sua 'putinha', ela usava o vicio para me fazer implorar pela droga. As vezes quando raramente estávamos sozinhas, ela lembrava a velha Alice, carinhosa. Eu comecei uma nova fase em minha vida. Passava a maior parte do tempo 'viajando'. Comecei a ter delírios. Perdi o emprego e os amigos. Eu vivia exclusivamente em função dela, por ela e para ela.
Emagreci, meu cabelo ficou descuidado, olhava no espelho e não me reconhecia.
Eu implorava a Alice para voltarmos a nossa vidinha de antigamente. Ela ria desdenhando. Não sei por que motivo eu não reagia. Talvez o fato novo era a dependencia química. Era algo novo para mim, não planejado. Entrei neste mundo de drogas e bebida de maneira forçada, mas acabei caindo de cabeça, literalmente despencando.
Alice continuou na oficina e passou a custear as despesas da casa. Mas eu odiava quando ela trazia suas 'amiguinhas', embora não fizesse nada para mudar. Quando ela me obrigava a fazer sexo com elas, eu fingia orgasmo, só assim ela me deixava 'cheirar'.
Eu morria de ciúmes quando elas transavam.
Nos poucos momentos de lucidez, eu até pensava em buscar ajuda de alguem para acabar com isso. Mas quem poderia me ajudar a esta altura do campeonato?
Me peguei várias vezes orando a Deus, mas ele não poderia ouvir os pedidos de uma 'pecadora' como eu.



Capítulo 18: a situação piora
(por Brianna Pena , adicionado em 18 de Outubro de 2007)

8 da manhã. A campainha é insistente. Acordo, com a boca seca, a cabeça doendo. Ninguém em casa. Montes de louça na cozinha. Roupas espalhadas por todos os cantos. Um cheiro de comida azeda pelo ar. Ar que parece contaminado, depois de mais uma noite de orgia das 'meninas'. Alice já havia saído para trabalhar. Como ela podia manter sua rotina e eu não?
Abro a porta, de camisola, seminua, parecendo uma bruxa velha, descabelada, com 'bafo' horrível e parecendo ainda meio zonza.
- Sra. Lauren?
- Sou eu.
- Oficial de Justiça. Assine aqui, por favor.
- Mas, o que é isso?
- É uma notificação judicial. A senhora vai ter que abrir o envelope para saber.
Era uma cobrança das prestações atrasadas do apartamento. Na verdade, era uma notificação de despejo, dando um prazo para quitação do débito, sob pena de despejo.
Meu Deus, eu nem imaginava que a situação tivesse chegado a esse ponto. Liguei para a Alice:
- Alice, é a Lauren, você deixou atrasar a prestação do apartamento, agora ta vindo cobrança judicial.
- O apartamento é seu queridinha. Se vira.
- Mas Alice, você sabe que eu perdi o emprego. Onde estão as cobranças?
- Sei lá...essa papelada ia chegando aí, você tava sempre aérea, acho que joguei fora.
- Meu Deus Alice, que irresponsabilidade!
- Quer saber, tô ocupada.....e você vem me enchendo com essa porra....
Alice bateu o telefone.
Vasculhei a cozinha atrás de uma bebida. Enchi a cara e covardemente decidi pensar nisso mais tarde.
As atitudes de Alice, já não me feriam mais. Estava desprovida de sentimento. Corroída pelo vício, era um mero vegetal. Um corpo usado para o prazer de Alice e suas amigas. Vendida em troca de satisfazer a dependência química.
Assim os dias foram passando. Não tocamos mais no assunto. Numa tarde, quando eu 'descansava' sozinha, a mesma campainha tocou insistentemente. Desta vez eu estava com a 'boca na botija', drogada.
O oficial de justiça e os policiais vieram executar o despejo. Mas como encontraram droga, fui presa. A quantidade que eles encontraram era suficiente para me enquadrar como traficante.
Cheguei no fundo do poço. Mais baixo que isso impossível.
Tive que ser internada numa clinica de desintoxicação, pois não estava gozando do meu perfeito juízo. Começava aqui mais uma reviravolta em minha vida.




Capítulo 19: sem noção
(por Brianna Pena , adicionado em 19 de Outubro de 2007)

Perdi o sentido de tempo e espaço. Abruptamente impedida de me drogar ou beber, passei a ter alucinações. Ficava a maior parte do tempo amarrada a uma cama, num quarto escuro. Fui tratada como animal. Aliás, eu era um animal, na aparência e nas atitudes. Sozinha, não tinha quem me apoiasse. Enquanto isso, não sei ao certo, mas corria contra mim o processo de despejo que havia sido executado e de tráfico de drogas. A juíza que cuidou do caso, soube mais tarde, parece ter tido compaixão de mim e entendido minha situação. Na sua visão eu era mais vítima que bandida. Perdi o contato com Alice e as 'meninas'. Não cumpriria pena, mas teria que terminar o tratamento para me desintoxicar. Sendo uma clínica mantida pela saúde pública, as condições de higiene eram muito precárias. Faltavam medicamentos e pessoal especializado. Não me pergunte quanto tempo fiquei ali, pois não saberia dizer. Um dia, um ano, um mês, não sei. Ficava alucinada. Meu organismo demorou para se acostumar à nova situação e minha mente ficou com seqüelas devido à alta dosagem que eu consumi neste período.
Só quem passou por uma experiência dessas, sabe como é interromper o consumo de drogas e bebidas assim.
Mas, talvez pela benignidade imerecida que só Deus possui, aos poucos fui me sentindo melhor. Ganhei uma enxaqueca permanente, náusea era comum e ainda me alimentava muito mal. Mais tarde quando meu raciocínio começou a voltar soube que até um aborto eu sofri. Absurdo, um aborto! Não procurei por respostas. Não tinha forças para isso.
Poderia ter sido até mesmo algum funcionário da clínica ou do tempo de Alice.
Ah Alice. Não sei o que sentia por ela neste momento. Numa tarde quando finalmente começava a montar o quebra-cabeça e juntar os fatos e acontecimentos raciocinando com lógica, entra a enfermeira que eu apelidara de Brutus:
- Visita para você.
- Visita? Quem será?
Brutus me agarrou pelo braço, como se eu não pudesse andar e me arrastou para uma sala vigiada, sentei-me à mesa e aguardei.
Alice entrou. Ela estava linda. Meu coração disparou. Naquela fração de segundos o filme da minha vida passou pela minha cabeça. Minha mente a desprezava, mas meu coração ainda batia forte por ela. A razão perdeu a luta para o coração. Ao vê-la uma lágrima rolou pelo meu rosto. Ah que saudade daquela desgraçada. Como eu poderia ainda ter algum carinho pela mulher que acabou com a minha vida?
Naquele momento descobri que ainda a amava. Amava loucamente.
Alice sorriu para mim e seu olhar me hipnotizou novamente. Sentou-se de frente para mim. Segurou minha mão, me provocando um arrepio pelo corpo todo. Aquele gesto era o único carinho que eu recebia há muito tempo.
Baixei os olhos. Não podia encará-la. Passava por um conflito interior. Eu queria me livrar dela, mas não podia.
Aproveitando um descuido de Brutus, Alice se aproximou, como se fosse falar algo em meu ouvido. Senti seu perfume, senti sua respiração. Meu primeiro impulso era de querer agarrá-la e beijá-la como antes. Sua voz sussurrada e rouca interrompeu meus devaneios:
- Se você me denunciar eu te mato. Tome segura um presentinho. Acho que deve estar sentindo falta.
Alice colocou em minhas mãos um pacotinho de cocaína.



Capítulo 20: recaída?
(por Brianna Pena , adicionado em 19 de Outubro de 2007)

Antes que eu pudesse me dar conta, Alice se levantou e foi embora. À porta, Brutus deu-lhe um tapinha na bunda, mostrando que já se conheciam. Talvez por isso tenha facilitado a entrada da droga.
De repente, aquilo por que tanto lutei estava ali em minhas mãos. Um tempo atrás eu daria a vida por aquele pacotinho.
Agora Alice me criava um novo problema. Como ela poderia ser tão má? Quando eu precisei de verdade, onde ela estava? Agora que eu me recuperava, ela provocaria novamente minha queda? Seria de propósito?
Sua preocupação era que eu não a entregasse para a polícia. Por falar em polícia, no dia seguinte eu teria uma audiência com a juíza e uma junta médica.
Aquele pacote queimava em minha mão. Para se ter uma idéia, é como estar sedento num deserto e de repente encontrar um copo de água fresquinho.
Mas o gesto de Alice me provou duas coisas e me fez cair na real. Primeiro, ela não me amava (quão tarde fui descobrir isso) e, segundo, chegou a hora de virar o jogo.
Passei a noite em claro, olhando aquele pacotinho. Ele era muito atraente. Era um convite, uma passagem só de ida. Tinha consciência que se houvesse uma recaída, não haveria volta. Foi muito difícil, mas eu resisti. Foi a decisão mais difícil da minha vida. Tomei um banho pela manhã e me arrumei o melhor que pude. Esperei ser chamada.
Ao entrar na sala eu estava sozinha deste lado e do lado de lá, uma junta de autoridades para me avaliar.
A juíza, Dra Lídia, uma nissei muito bonita e simpática começou falando de todas as acusações que pesavam sobre mim, sobre as atenuantes por ser ré primária, etc, etc,etc.
Os advogados foram duros comigo. Pareciam ser meus inimigos. Mas acho que queriam provas de que eu estava curada. Depois de muito discussão, eles tomariam uma decisão sobre eu ser liberada ou não.
Tudo se encaminhava para uma resposta negativa. Ou seja eu teria que continuar em tratamento. Então, pedi a palavra e me foi concedida:
- Meritíssima, senhores advogados...médicos e demais autoridades. Quando eu cheguei aqui estava morta. Estava entregue a minha própria sorte. Se perguntassem meu nome, é provável que não saberia dizer. Meu passado recente, não me recomenda, mas se examinarem minha vida, verão que fui forçada. Contrário ao que possa parecer nem tenho idéia de como se vende ou distribui essa droga. Eu apenas usava, e usava por que me obrigaram e como sabem o vicio nos torna escravos. Fui fraca, não reagi e cai no fundo do poço, por isso estou aqui. Mas eu peço aos senhores e senhoras, uma nova chance, hoje eu posso dizer que estou curada e quero retomar minha vida. Muito obrigado.
As pessoas ficaram caladas por alguns segundos. Então, Brutus, esbravejou:
- Mentira! Ontem mesmo essa mulher, cheirou cocaína.
- Como à senhora sabe, enfermeira? - Perguntou-lhe a Dra. lídia.
- É que ...bem...eu vi....
- A senhora viu, sua paciente com droga aqui nesta instituição que deveria recuperar os drogados e não denunciou?
- Bem eu.....é que não deu tempo....e então...
- Enfermeira, a senhora tem alguma coisa a ver com isso? A senhora facilitou a entrada de droga nesta clínica?
- Claro que não. Mas essazinha aí, nunca se curou.
- A senhora pode provar isso?
- Claro, coloquem ela diante da droga e vejam por si.
- Isso é impossível, enfermeira. O propósito nosso aqui não é...
- Meritíssima. - Disse eu. - Eu posso provar que estou curada.
- Como?
Enfiei a mão no bolso e retirei o pacote intacto de cocaína.
- A enfermeira Brutus tem razão. - Risos na sala. - Foi aí que me dei conta do que a chamei.
- Ora sua. - Brutus partiu para cima de mim, mas foi contida por dois policiais que estavam na sala.
- Desculpe.
- Prossiga, Lauren. - Disse a juíza, não escondendo o riso, ao comparar a enfermeira com o personagem do desenho do POPEYE.
- Ela tem razão ao dizer que a droga caiu em minhas mãos ontem. Aqui está, intacta. Desde ontem comigo e resisti. - Coloquei o pacotinho na mesa e imediatamente os médicos foram cheirá-lo.
- Parece que é cocaína mesmo!
A partir daí, fizemos um acordo, eu contaria tudo que sabia e estaria livre. Então, não poupei ninguém, desde Alice até Brutus e a maneira como ela facilitou a entrada do produto na clínica.
Alice foi investigada e com ela encontraram uma grande quantidade. Alice era traficante. Por meio dela prenderam também as 'meninas', Brutus também não escapou e teve que responder a um inquérito policial e administrativo.
Fui posta em liberdade, a Dra. lídia foi muito legal comigo e me apoiou o tempo todo. Para minha surpresa, recebi uma boa noticia. Meu apartamento havia sido leiloado e eu tinha cerca de R$ 20.000,00 para receber após terem quitado todas as despesas. Minhas roupas, alguns móveis e meu carro estavam guardados na polícia e tudo seria devolvido. Recebi alta.
Pronto estava livre. Mas sem saber para onde ir. Era como se eu tivesse nascido de novo.
Minha consciência ainda me acusava por ter delatado Alice, mas me sentia bem por isso.



Capítulo 21: recaída?
(por Brianna Pena , adicionado em 19 de Outubro de 2007)

Antes que eu pudesse me dar conta, Alice se levantou e foi embora. À porta, Brutus deu-lhe um tapinha na bunda, mostrando que já se conheciam. Talvez por isso tenha facilitado a entrada da droga.
De repente, aquilo por que tanto lutei estava ali em minhas mãos. Um tempo atrás eu daria a vida por aquele pacotinho.
Agora Alice me criava um novo problema. Como ela poderia ser tão má? Quando eu precisei de verdade, onde ela estava? Agora que eu me recuperava, ela provocaria novamente minha queda? Seria de propósito?
Sua preocupação era que eu não a entregasse para a polícia. Por falar em polícia, no dia seguinte eu teria uma audiência com a juíza e uma junta médica.
Aquele pacote queimava em minha mão. Para se ter uma idéia, é como estar sedento num deserto e de repente encontrar um copo de água fresquinho.
Mas o gesto de Alice me provou duas coisas e me fez cair na real. Primeiro, ela não me amava (quão tarde fui descobrir isso) e, segundo, chegou a hora de virar o jogo.
Passei a noite em claro, olhando aquele pacotinho. Ele era muito atraente. Era um convite, uma passagem só de ida. Tinha consciência que se houvesse uma recaída, não haveria volta. Foi muito difícil, mas eu resisti. Foi a decisão mais difícil da minha vida. Tomei um banho pela manhã e me arrumei o melhor que pude. Esperei ser chamada.
Ao entrar na sala eu estava sozinha deste lado e do lado de lá, uma junta de autoridades para me avaliar.
A juíza, Dra Lídia, uma nissei muito bonita e simpática começou falando de todas as acusações que pesavam sobre mim, sobre as atenuantes por ser ré primária, etc, etc,etc.
Os advogados foram duros comigo. Pareciam ser meus inimigos. Mas acho que queriam provas de que eu estava curada. Depois de muito discussão, eles tomariam uma decisão sobre eu ser liberada ou não.
Tudo se encaminhava para uma resposta negativa. Ou seja eu teria que continuar em tratamento. Então, pedi a palavra e me foi concedida:
- Meritíssima, senhores advogados...médicos e demais autoridades. Quando eu cheguei aqui estava morta. Estava entregue a minha própria sorte. Se perguntassem meu nome, é provável que não saberia dizer. Meu passado recente, não me recomenda, mas se examinarem minha vida, verão que fui forçada. Contrário ao que possa parecer nem tenho idéia de como se vende ou distribui essa droga. Eu apenas usava, e usava por que me obrigaram e como sabem o vicio nos torna escravos. Fui fraca, não reagi e cai no fundo do poço, por isso estou aqui. Mas eu peço aos senhores e senhoras, uma nova chance, hoje eu posso dizer que estou curada e quero retomar minha vida. Muito obrigado.
As pessoas ficaram caladas por alguns segundos. Então, Brutus, esbravejou:
- Mentira! Ontem mesmo essa mulher, cheirou cocaína.
- Como à senhora sabe, enfermeira? - Perguntou-lhe a Dra. lídia.
- É que ...bem...eu vi....
- A senhora viu, sua paciente com droga aqui nesta instituição que deveria recuperar os drogados e não denunciou?
- Bem eu.....é que não deu tempo....e então...
- Enfermeira, a senhora tem alguma coisa a ver com isso? A senhora facilitou a entrada de droga nesta clínica?
- Claro que não. Mas essazinha aí, nunca se curou.
- A senhora pode provar isso?
- Claro, coloquem ela diante da droga e vejam por si.
- Isso é impossível, enfermeira. O propósito nosso aqui não é...
- Meritíssima. - Disse eu. - Eu posso provar que estou curada.
- Como?
Enfiei a mão no bolso e retirei o pacote intacto de cocaína.
- A enfermeira Brutus tem razão. - Risos na sala. - Foi aí que me dei conta do que a chamei.
- Ora sua. - Brutus partiu para cima de mim, mas foi contida por dois policiais que estavam na sala.
- Desculpe.
- Prossiga, Lauren. - Disse a juíza, não escondendo o riso, ao comparar a enfermeira com o personagem do desenho do POPEYE.
- Ela tem razão ao dizer que a droga caiu em minhas mãos ontem. Aqui está, intacta. Desde ontem comigo e resisti. - Coloquei o pacotinho na mesa e imediatamente os médicos foram cheirá-lo.
- Parece que é cocaína mesmo!
A partir daí, fizemos um acordo, eu contaria tudo que sabia e estaria livre. Então, não poupei ninguém, desde Alice até Brutus e a maneira como ela facilitou a entrada do produto na clínica.
Alice foi investigada e com ela encontraram uma grande quantidade. Alice era traficante. Por meio dela prenderam também as 'meninas', Brutus também não escapou e teve que responder a um inquérito policial e administrativo.
Fui posta em liberdade, a Dra. lídia foi muito legal comigo e me apoiou o tempo todo. Para minha surpresa, recebi uma boa noticia. Meu apartamento havia sido leiloado e eu tinha cerca de R$ 20.000,00 para receber após terem quitado todas as despesas. Minhas roupas, alguns móveis e meu carro estavam guardados na polícia e tudo seria devolvido. Recebi alta.
Pronto estava livre. Mas sem saber para onde ir. Era como se eu tivesse nascido de novo.
Minha consciência ainda me acusava por ter delatado Alice, mas me sentia bem por isso.



Capítulo 22: Litoral
(por Brianna Pena , adicionado em 22 de Outubro de 2007)

Eu estava com uma aparência péssima e precisaria me recuperar. Muito magra, olhos fundos, cabelos desdenhados e sem nenhum cuidado. Como disse fiquei com seqüelas. Meu raciocínio era mais lento e às vezes sentia uma imensa vontade de recorrer a um drink ou as drogas, mas logo passava.
Decidi mudar de cidade, largar o passado para trás e recomeçar. Seria difícil esquecer, teria que conviver com o passado, mas queria minimizar as conseqüências.
Peguei o dinheiro, reabri a conta no banco, fui a um salão de beleza. Nestes dias fiquei num hotel, enquanto preparava a mudança.
Mas, para onde iria?

Decidi ir para uma cidade não muito grande e de preferência no litoral. Eu estava completamente sozinha e a vida me ensinou a ser previdente, estava desconfiada de todos. Até certo ponto de forma exagerada. Afastava qualquer um que se aproximasse. Perdi o interesse sexual. Tornei-me frígida. Não me interessava mais por mulheres e muito menos por homens. Nem me masturbava mais, o que fazia diariamente antes de me envolver com Alice. Eu ainda sonhava com ela. Mas aos poucos fui me curando dela.
Encontrei um anuncio no jornal sobre uma oportunidade de emprego em Paranaguá, litoral paranaense. Acabei conseguindo uma vaga no Porto de Paranaguá e me mudei para lá. Lá não tem praia, mas é bem próximo. É uma cidade histórica e pequena, sossegada. Bem o que eu precisava. O emprego é ótimo, acima das minhas expectativas.
Foi um recomeço difícil, notadamente pela solidão. Eu continuava repelindo as pessoas o que me valeu uma fama de antipática.
Ali no trabalho eu conheci Patrícia. Por algum motivo ela se apegou a mim, mais do que eu a ela. Ela vivia me convidando para programas com seu namorado, mas eu vivia recusando.
Numa noite houve um coquetel para a imprensa sobre o lançamento de um terminal público de álcool e não tive como fugir.
Meio deslocada acabei na mesa de Patrícia e seu namorado que era diretor do Porto.
Eles bebiam whisky e eu água. Ninguém sabia do meu passado e isso os deixava intrigados. Eu tinha que desviar das perguntas, algumas capciosas.
Patrícia era uma mulher de meia idade, mas muito linda. Chamava atenção por onde passava. Mas eu só fui notar isso mais tarde, pois como disse minha libido estava baixa. Naquela mesma noite eu tive uma grande surpresa que deu um novo rumo em minha vida.



Capítulo 23: despertar
(por Brianna Pena , adicionado em 22 de Outubro de 2007)

O coquetel estava muito chato, depois de discursos intermináveis, os homens mais alegres por causa da bebida e as 'peruas' se exibindo como cadelas no cio. Patrícia me convidou para esticar a noite com ela e o namorado. Eles eram pessoas cultas e de cabeça bem descoladas. Bem diferente das pessoas com quem convivi ultimamente. Me estranhei quando aceitei o convite. Uma ponta de arrependimento me bateu, mas já havia aceitado. Pedro, o namorado, era legal. Era um diretor de futuro promissor no Porto, mas não permitia que falássemos sobre trabalho. De certa forma isto era constrangedor pois às vezes eles forçavam a barra para saber minhas origens, parentes, amigos, coisas normais, mas que me incomodavam.
Paranaguá, é uma cidade pequena, não tem muitas opções na noite, mas encontramos um barzinho discreto, estava quase vazio. Ao chegarmos Patrícia e Pedro, já estavam sob efeito da bebida, não estavam bêbados, mas um pouco 'alegrinhos'.
Patrícia me convidou para ir ao banheiro com ela. O banheiro era um pouco apertado e patrícia, escorregou ou perdeu o equilíbrio, sei lá, só sei é que ela caiu nos meus braços, me encostando na parede e no interruptor, apagando a luz. Ao senti-la assim tão perto fiquei imóvel. Patrícia não sei porque também não se moveu. Passaram-se intermináveis segundos ou minutos, sei lá. Pude sentir o seu perfume e seu corpo colado ao meu me trouxe numa fração de segundos intermináveis lembranças. Era como seu um fogo queimasse minha alma, despertando o desejo adormecido em meu corpo. Senti sua respiração e o calor que seu corpo emanava uniu-se ao meu criando uma brasa viva de desejo incontido.
De repente senti um desejo fortíssimo de agarrá-la e beijá-la. Patrícia não fez nada para se afastar e isso me deixou feliz.
Mas alguém bateu à porta. Foi como se se quebrasse o encanto. Nos recompomos e voltamos à mesa, sem trocar uma palavra sequer.
Pedro, estava feliz e nem percebeu, mas no restante do tempo que permanecemos no barzinho eu e Patrícia, trocamos muitos olhares. Notei detalhes que antes passaram despercebidos, como seus belos seios, seu sorriso maravilhoso, sua simpatia e amabilidade. Patrícia era uma bela mulher. Alguém que qualquer um amaria facilmente, não só pelo seu corpo e rosto perfeitos, mas também pela sua inteligência e simpatia. Ao sairmos do barzinho, ganhei uma carona. Em frente do meu apartamento, patrícia fez questão de descer do carro e me deu um selinho. Eu a abracei e ela retribuiu me apertando ainda mais. Depois ela sussurrou em meu ouvido.
- Daqui a 15 minutos me liga.
Sussurrado assim desta forma, nestas condições me arrepiei inteira. A 'velha' Lauren aos poucos estava voltando.



Capítulo 24: fênix
(por Brianna Pena , adicionado em 23 de Outubro de 2007)

A fênix é um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Eu era a própria personificação deste pássaro. Meu período de hibernação acabara. Um simples contato físico com Patrícia, gerou a combustão que necessitava para ressurgir das cinzas. Foi como se tirasse a venda dos olhos, Patrícia de repente se tornou muito atraente. Passei a partir deste instante a sentir uma forte atração por ela. Mas teria sido nosso 'acidente' casual? Como ela estava encarando? Ela sempre teve namorados, será que de repente eu podia despertar algum tipo de atração naquela mulher tão maravilhosa?
Essas perguntas me enchiam a cabeça, enquanto eu contava os minutos passarem para ligar pra ela. Mas de repente o interfone toca. Foi como se eu acordasse de um transe. Quem seria a essa hora?
Assustada e com o coração em taquicardia, atendi:
- Pois não.
- Desce que eu to te esperando no carro.
Sua voz parecia perturbada. Será que ela queria se desculpar ou me culpar pela situação. Tive medo que ela estivesse arrependida e talvez quisesse esclarecer as coisas. Meu coração acelerou ainda mais e desci correndo.
Entrei no seu carro e ela partiu. Ficamos caladas. O silêncio era comprometedor. Patrícia dirigiu por uns 10 minutos que pareceram uma eternidade e finalmente parou. Estávamos no bairro do Rocio, de frente para o mar, um lugar solitário, mas muito romântico. As luzes refletiam como espelhos sobre o mar criando raios que se prolongavam por toda a baía.
- Lauren, precisamos conversar!
- Estou ouvindo, Patrícia, olha me desculpe pelo que aconteceu. - Eu tentava antecipar os fatos e temia pelo pior. Não querendo perder sua amizade achei que me antecipando seria mais fácil.
- Fecha essa matraca Lauren.....vamos terminar o que começamos....
Patrícia pulou no meu colo e me beijou como nunca fui beijada. Seu gosto era ímpar, uma princesa, jóia rara, delicada. Eu não estava acostumada a ser tratada assim, com tanto carinho.
Amanhecemos fazendo amor. Vimos o brilho das estrelas aos poucos se apagar e o sol surgir imponente e forte. Era hora de voltar ao trabalho. Mas patrícia disse que não iríamos trabalhar hoje.
Ela me levou por um passeio pelo litoral paranaense. Até esse momento falamos muito pouco.
Passamos em casa para trocar de roupa e ela também passou em sua casa.
Tomamos um barco e fomos para a Ilha do Mel. Ha muito tempo que eu queria conhece-la.
O dia estava maravilhoso. O céu estava totalmente azul e nenhuma nuvem, o mar verde contrastando como em degradê com a mata das ilhas.
Uma hora depois aportamos. Nessa época do ano, a ilha não tinha muito turistas, o que era bom, pois teríamos mais liberdade.
Caminhamos um pouco pela areia quente, estávamos cansadas, pois passamos a noite em claro. Resolvemos almoçar e depois procurar uma pousada para descansar um pouco. Ambas tínhamos dúvidas sobre se conseguiríamos mesmo descansar....
O restaurante tinha poucos fregueses e ficamos numa mesa bem de frente para o mar. Podíamos ver o movimento das embarcações pra lá e pra cá e dos barquinhos de pescadores.
patrícia então segurou minha mão, olhou nos meus olhos e disse:
- Lauren, desde o primeiro momento que te vi senti algo estranho dentro de mim. Sentia uma atração que me confundia e me metia medo. Eu nunca tinha sentido isso por mulher nenhuma. Mas quando te conheci melhor, percebi uma mulher carente, dependente e frágil. Você tem jeitinho de alguém que a gente coloca no colinho e faz carinho feito neném.
Não pude segurar um sorriso.
- Tá vendo, você ri pouco, às vezes me parece amargurada, revoltada com a vida. Se um dia quiser quero ouvir tudo que você guarda ai dentro ha sete chaves.
- patrícia, meu passado, recente é negro. Se você não se importa, não estou preparada para falar dele agora.
- Claro, claro, eu entendo.
- Mas quero que saiba que eu embora já tenha tido relacionamento com homens e mulheres, nunca encontrei ninguém igual a você.
- Lau, pra mim (adorei ela me chamar assim) isso é novidade. Já te disse eu nunca imaginei que poderia sentir por uma mulher o que sinto por você. O que fez comigo me enfeitiçou?
Rimos bastante.
Nesse momento eu percebi que poderia amar essa mulher. Percebi que poderia voltar a viver. Percebi que era mesmo a fênix ressurgindo das cinzas.




Capítulo 25: fênix
(por Brianna Pena , adicionado em 23 de Outubro de 2007)

A fênix é um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Eu era a própria personificação deste pássaro. Meu período de hibernação acabara. Um simples contato físico com Patrícia, gerou a combustão que necessitava para ressurgir das cinzas. Foi como se tirasse a venda dos olhos, Patrícia de repente se tornou muito atraente. Passei a partir deste instante a sentir uma forte atração por ela. Mas teria sido nosso 'acidente' casual? Como ela estava encarando? Ela sempre teve namorados, será que de repente eu podia despertar algum tipo de atração naquela mulher tão maravilhosa?
Essas perguntas me enchiam a cabeça, enquanto eu contava os minutos passarem para ligar pra ela. Mas de repente o interfone toca. Foi como se eu acordasse de um transe. Quem seria a essa hora?
Assustada e com o coração em taquicardia, atendi:
- Pois não.
- Desce que eu to te esperando no carro.
Sua voz parecia perturbada. Será que ela queria se desculpar ou me culpar pela situação. Tive medo que ela estivesse arrependida e talvez quisesse esclarecer as coisas. Meu coração acelerou ainda mais e desci correndo.
Entrei no seu carro e ela partiu. Ficamos caladas. O silêncio era comprometedor. Patrícia dirigiu por uns 10 minutos que pareceram uma eternidade e finalmente parou. Estávamos no bairro do Rocio, de frente para o mar, um lugar solitário, mas muito romântico. As luzes refletiam como espelhos sobre o mar criando raios que se prolongavam por toda a baía.
- Lauren, precisamos conversar!
- Estou ouvindo, Patrícia, olha me desculpe pelo que aconteceu. - Eu tentava antecipar os fatos e temia pelo pior. Não querendo perder sua amizade achei que me antecipando seria mais fácil.
- Fecha essa matraca Lauren.....vamos terminar o que começamos....
Patrícia pulou no meu colo e me beijou como nunca fui beijada. Seu gosto era ímpar, uma princesa, jóia rara, delicada. Eu não estava acostumada a ser tratada assim, com tanto carinho.
Amanhecemos fazendo amor. Vimos o brilho das estrelas aos poucos se apagar e o sol surgir imponente e forte. Era hora de voltar ao trabalho. Mas patrícia disse que não iríamos trabalhar hoje.
Ela me levou por um passeio pelo litoral paranaense. Até esse momento falamos muito pouco.
Passamos em casa para trocar de roupa e ela também passou em sua casa.
Tomamos um barco e fomos para a Ilha do Mel. Ha muito tempo que eu queria conhece-la.
O dia estava maravilhoso. O céu estava totalmente azul e nenhuma nuvem, o mar verde contrastando como em degradê com a mata das ilhas.
Uma hora depois aportamos. Nessa época do ano, a ilha não tinha muito turistas, o que era bom, pois teríamos mais liberdade.
Caminhamos um pouco pela areia quente, estávamos cansadas, pois passamos a noite em claro. Resolvemos almoçar e depois procurar uma pousada para descansar um pouco. Ambas tínhamos dúvidas sobre se conseguiríamos mesmo descansar....
O restaurante tinha poucos fregueses e ficamos numa mesa bem de frente para o mar. Podíamos ver o movimento das embarcações pra lá e pra cá e dos barquinhos de pescadores.
patrícia então segurou minha mão, olhou nos meus olhos e disse:
- Lauren, desde o primeiro momento que te vi senti algo estranho dentro de mim. Sentia uma atração que me confundia e me metia medo. Eu nunca tinha sentido isso por mulher nenhuma. Mas quando te conheci melhor, percebi uma mulher carente, dependente e frágil. Você tem jeitinho de alguém que a gente coloca no colinho e faz carinho feito neném.
Não pude segurar um sorriso.
- Tá vendo, você ri pouco, às vezes me parece amargurada, revoltada com a vida. Se um dia quiser quero ouvir tudo que você guarda ai dentro ha sete chaves.
- patrícia, meu passado, recente é negro. Se você não se importa, não estou preparada para falar dele agora.
- Claro, claro, eu entendo.
- Mas quero que saiba que eu embora já tenha tido relacionamento com homens e mulheres, nunca encontrei ninguém igual a você.
- Lau, pra mim (adorei ela me chamar assim) isso é novidade. Já te disse eu nunca imaginei que poderia sentir por uma mulher o que sinto por você. O que fez comigo me enfeitiçou?
Rimos bastante.
Nesse momento eu percebi que poderia amar essa mulher. Percebi que poderia voltar a viver. Percebi que era mesmo a fênix ressurgindo das cinzas.




Capítulo 26: a rosa
(por Brianna Pena , adicionado em 24 de Outubro de 2007)

Nunca comi um prato de frutos do mar mais deliciosa na minha vida. O clima, a companhia e tudo o mais favoreciam. Achamos uma pousada bem legal e resolvemos descansar um pouco à tarde. Deixamos de lado a natureza e partimos para satisfazer nossos sentidos que estavam à flor da pele. Quanto mais eu conversava com Patrícia mais a admirava. Ela era tão carinhosa comigo que às vezes me sentia incomodada. Patrícia estava ainda assustada com este novo sentimento que passou a nutrir por pessoas do mesmo sexo, notadamente por mim. Tínhamos muita coisa a resolver, principalmente ela, como o namorado, por exemplo, mas sozinhas pela primeira vez num quarto confortável, numa ilha paradisíaca esquecemos de tudo e nos entregamos ao prazer. Pela primeira vez o fantasma do meu passado me deixou em paz. Tive que tomar as iniciativas, pois patrícia era 'novata' nesta prática, mas não menos intensa.
Logo que entramos no quarto ela se debruçou sobre a janela observando a riqueza do cartaz da ilha. Não resisti e me encostei por trás debruçando-me sobre ela. Tirei-lhe um suspiro e ela abriu mão do visual para fechar os olhos e se entregar ao prazer.
Enquanto levemente beijava-lhe a nuca e o pescoço, minhas mãos percorriam seu corpo maravilhoso. Aos poucos nos despimos e grudamos pele com pele. Éramos só carinhos e delírios. Dar-lhe prazer me satisfazia, mas patrícia não se contentava ela retribuía a tudo. Nunca, nunca na minha vida me senti tão amada, tão mimada. Parece que o papai lá em cima finalmente olhou para esta pecadora aqui em baixo e me estendeu sua benevolência.
Adormecemos abraçadinhas. Nosso cheiro, o gosto e o amor eram um só. Éramos um só corpo uma só carne um só pensamento. Lá fora as ondas do mar produziam um som repousante. O vento balançava as os galhos das árvores e encenavam um cenário perfeito para o amor.

Era hora de voltar a realidade. Mas as coisas não seriam tão fáceis como imaginávamos.

No dia seguinte, ao chegar à minha mesa de trabalho, havia uma rosa com um bilhete. Era de Patrícia.



Capítulo 27: a rosa
(por Brianna Pena , adicionado em 24 de Outubro de 2007)

Nunca comi um prato de frutos do mar mais deliciosa na minha vida. O clima, a companhia e tudo o mais favoreciam. Achamos uma pousada bem legal e resolvemos descansar um pouco à tarde. Deixamos de lado a natureza e partimos para satisfazer nossos sentidos que estavam à flor da pele. Quanto mais eu conversava com Patrícia mais a admirava. Ela era tão carinhosa comigo que às vezes me sentia incomodada. Patrícia estava ainda assustada com este novo sentimento que passou a nutrir por pessoas do mesmo sexo, notadamente por mim. Tínhamos muita coisa a resolver, principalmente ela, como o namorado, por exemplo, mas sozinhas pela primeira vez num quarto confortável, numa ilha paradisíaca esquecemos de tudo e nos entregamos ao prazer. Pela primeira vez o fantasma do meu passado me deixou em paz. Tive que tomar as iniciativas, pois patrícia era 'novata' nesta prática, mas não menos intensa.
Logo que entramos no quarto ela se debruçou sobre a janela observando a riqueza do cartaz da ilha. Não resisti e me encostei por trás debruçando-me sobre ela. Tirei-lhe um suspiro e ela abriu mão do visual para fechar os olhos e se entregar ao prazer.
Enquanto levemente beijava-lhe a nuca e o pescoço, minhas mãos percorriam seu corpo maravilhoso. Aos poucos nos despimos e grudamos pele com pele. Éramos só carinhos e delírios. Dar-lhe prazer me satisfazia, mas Patrícia não se contentava ela retribuía a tudo. Nunca, nunca na minha vida me senti tão amada, tão mimada. Parece que o papai lá em cima finalmente olhou para esta pecadora aqui em baixo e me estendeu sua benevolência.
Adormecemos abraçadinhas. Nosso cheiro, o gosto e o amor eram um só. Éramos um só corpo uma só carne um só pensamento. Lá fora as ondas do mar produziam um som repousante. O vento balançava as os galhos das árvores e encenavam um cenário perfeito para o amor.

Era hora de voltar a realidade. Mas as coisas não seriam tão fáceis como imaginávamos.

No dia seguinte, ao chegar à minha mesa de trabalho, havia uma rosa com um bilhete. Era de Patrícia.



Capítulo 28: revelações
(por Brianna Pena , adicionado em 25 de Outubro de 2007)

No bilhete, um carimbo dos lábios de Patrícia com batom e a frase "Uma rosa com amor".
Patrícia passou pela sala, estava linda de conjuntinho preto. Ar jovial. Seu rosto irradiava uma luz que contagiava o ambiente. Todos notaram, principalmente eu.
Ela piscou para mim, e mordiscou a ponta da língua no canto da boca. Super sensual. Mas prometemos ser discretas. Ainda não era o momento de nos revelarmos. Patrícia tinha primeiro que resolver seu assunto com o namorado. Por falar no diabo. Ele entrou na sala e a segurou pela cintura, beijando-lhe o rosto, quase morri de ciúmes.
Desviei o olhar e procurei me concentrar no meu trabalho, tinha muitos e-mails para ler e responder, o trabalho estava atrasado, por causa da folga de ontem.
Pedro chegou por trás de mim, sem que eu percebesse e cochichou baixinho:
- Pretendo levar minhas duas gatinhas pra almoçar hoje, não suma Lauren. Vou te apresentar um amigo meu.
Quando me virei já pensando numa desculpa ele saiu correndo e na passagem deu um tapinha na bundinha de Patrícia, aproveitando que estávamos somente os três neste momento na sala. Pedro era um homem muito agradável e charmoso.
Pedro foi para sua sala eu e Patrícia trocamos olhares sem nada dizer. Percebi uma ruga de preocupação em sua testa. Sem dúvida essa era uma barreira a ser vencida, mas somente Patrícia poderia resolve-lo. Eu daria todo apoio, pois comecei a amar aquela mulher e não pretendia perdê-la por nada neste mundo.
Até a hora do almoço, fiquei tensa. Teria que enfrentar uma situação muito constrangedora. Almoçar com eles, tudo bem, mas levar um 'homem' para me apresentar era um absurdo. Criei coragem e fui sem avisar Patrícia até a sala de Pedro. Ela estranhou quando me viu entrar, mas ficou calada.
- Seu Pedro...
- Lauren, Lauren, deixa disso, sem frescuras comigo, entre nós não deve haver formalidades, você já deveria saber isso.
- Certo, Pedro, preciso te falar uma coisa muito importante.
- Pois bem, sou todo ouvidos.
Pedro estava sempre sorrindo e fazia piada de tudo, ele parecia não me levar muito a sério.
- Eu não posso almoçar com vocês.
- Puxa, quanta formalidade para recusar um convite. Já sei tem algum gatinho na parada? Hum vejamos, ahh o Anselmo do departamento pessoal? Pensa que eu não percebi o jeito que ele olha para suas pernas. Aliás, belas pernas. Se não fosse meu amor por Patrícia eu bem que já teria te dado uma cantada.....
Pedro desandou a falar e não me dava uma brecha. Fui obrigada a interrompê-lo, antes que a conversa tomasse um rumo que eu não queria. Quase chorando falei:
- Pedro, você quer me apresentar um amigo, pois eu não posso aceitar o convite, por que não é bem um amigo (frisei bem o 'amigo') que eu quero?
- Não? Certo, um namorado, mas primeiro tem que conhecer, sua apressadinha! Ha ha ha...
- Pedro, vou ser mais clara, eu não gosto de homens, eu gosto de meninas......entendeu agora?
O silêncio tomou conta do ambiente, cortado apenas pelo apito de um navio que ancorava no porto.
Depois de um tempo, que parecia interminável, Pedro muito gentilmente sorriu, mas para meu alívio, falou com a seriedade, que a situação exigia.
- Lauren. Eu não sabia. Desculpe. Sou muito cabeça pra estas coisas e nada vai mudar, quer dizer, vou desconvidar meu amigo.....quem sabe uma amiga? - Pedro voltou a brincar com a situação.
- Pedro. Preciso te falar outra coisa.
- Epa...Lá vem mais bomba. Manda querida....
É sobre meu passado. Fiz um breve relato da minha vida, omitindo logicamente as partes mais explícitas.
Pedro ouviu atentamente. Cancelou todas as ligações e não permitiu que nada interferisse na nossa conversa.
- Menina, nunca imaginaria que uma moça, bonita e inteligente como você já tivesse passado por tantas coisas na vida.
Neste momento, Patrícia que já não se agüentava de curiosidade do lado de fora, arrumou uma desculpa para entrar na sala.
- Patrícia foi bom você ter chegado. Estou contando ao Pedro, coisas que nem você sabe.
Pedro que não era bobo nem nada, percebeu alguma coisa no ar.
- Por que você está dando satisfações a Pat? Existe alguma coisa entre vocês?
Neste momento Patrícia me deu ainda mais motivos para amá-la. O que ela fez a seguir, me assegurou, caso eu tivesse alguma dúvida, que fiz a escolha certa, quando decidi que esta era a mulher da minha vida.






Capítulo 29: revelações
(por Brianna Pena , adicionado em 25 de Outubro de 2007)

No bilhete, um carimbo dos lábios de Patrícia com batom e a frase "Uma rosa com amor".
Patrícia passou pela sala, estava linda de conjuntinho preto. Ar jovial. Seu rosto irradiava uma luz que contagiava o ambiente. Todos notaram, principalmente eu.
Ela piscou para mim, e mordiscou a ponta da língua no canto da boca. Super sensual. Mas prometemos ser discretas. Ainda não era o momento de nos revelarmos. Patrícia tinha primeiro que resolver seu assunto com o namorado. Por falar no diabo. Ele entrou na sala e a segurou pela cintura, beijando-lhe o rosto, quase morri de ciúmes.
Desviei o olhar e procurei me concentrar no meu trabalho, tinha muitos e-mails para ler e responder, o trabalho estava atrasado, por causa da folga de ontem.
Pedro chegou por trás de mim, sem que eu percebesse e cochichou baixinho:
- Pretendo levar minhas duas gatinhas pra almoçar hoje, não suma Lauren. Vou te apresentar um amigo meu.
Quando me virei já pensando numa desculpa ele saiu correndo e na passagem deu um tapinha na bundinha de Patrícia, aproveitando que estávamos somente os três neste momento na sala. Pedro era um homem muito agradável e charmoso.
Pedro foi para sua sala eu e Patrícia trocamos olhares sem nada dizer. Percebi uma ruga de preocupação em sua testa. Sem dúvida essa era uma barreira a ser vencida, mas somente Patrícia poderia resolve-lo. Eu daria todo apoio, pois comecei a amar aquela mulher e não pretendia perdê-la por nada neste mundo.
Até a hora do almoço, fiquei tensa. Teria que enfrentar uma situação muito constrangedora. Almoçar com eles, tudo bem, mas levar um 'homem' para me apresentar era um absurdo. Criei coragem e fui sem avisar Patrícia até a sala de Pedro. Ela estranhou quando me viu entrar, mas ficou calada.
- Seu Pedro...
- Lauren, Lauren, deixa disso, sem frescuras comigo, entre nós não deve haver formalidades, você já deveria saber isso.
- Certo, Pedro, preciso te falar uma coisa muito importante.
- Pois bem, sou todo ouvidos.
Pedro estava sempre sorrindo e fazia piada de tudo, ele parecia não me levar muito a sério.
- Eu não posso almoçar com vocês.
- Puxa, quanta formalidade para recusar um convite. Já sei tem algum gatinho na parada? Hum vejamos, ahh o Anselmo do departamento pessoal? Pensa que eu não percebi o jeito que ele olha para suas pernas. Aliás, belas pernas. Se não fosse meu amor por Patrícia eu bem que já teria te dado uma cantada.....
Pedro desandou a falar e não me dava uma brecha. Fui obrigada a interrompê-lo, antes que a conversa tomasse um rumo que eu não queria. Quase chorando falei:
- Pedro, você quer me apresentar um amigo, pois eu não posso aceitar o convite, por que não é bem um amigo (frisei bem o 'amigo') que eu quero?
- Não? Certo, um namorado, mas primeiro tem que conhecer, sua apressadinha! Ha ha ha...
- Pedro, vou ser mais clara, eu não gosto de homens, eu gosto de meninas......entendeu agora?
O silêncio tomou conta do ambiente, cortado apenas pelo apito de um navio que ancorava no porto.
Depois de um tempo, que parecia interminável, Pedro muito gentilmente sorriu, mas para meu alívio, falou com a seriedade, que a situação exigia.
- Lauren. Eu não sabia. Desculpe. Sou muito cabeça pra estas coisas e nada vai mudar, quer dizer, vou desconvidar meu amigo.....quem sabe uma amiga? - Pedro voltou a brincar com a situação.
- Pedro. Preciso te falar outra coisa.
- Epa...Lá vem mais bomba. Manda querida....
É sobre meu passado. Fiz um breve relato da minha vida, omitindo logicamente as partes mais explícitas.
Pedro ouviu atentamente. Cancelou todas as ligações e não permitiu que nada interferisse na nossa conversa.
- Menina, nunca imaginaria que uma moça, bonita e inteligente como você já tivesse passado por tantas coisas na vida.
Neste momento, Patrícia que já não se agüentava de curiosidade do lado de fora, arrumou uma desculpa para entrar na sala.
- Patrícia foi bom você ter chegado. Estou contando ao Pedro, coisas que nem você sabe.
Pedro que não era bobo nem nada, percebeu alguma coisa no ar.
- Por que você está dando satisfações a Pat? Existe alguma coisa entre vocês?
Neste momento Patrícia me deu ainda mais motivos para amá-la. O que ela fez a seguir, me assegurou, caso eu tivesse alguma dúvida, que fiz a escolha certa, quando decidi que esta era a mulher da minha vida.






Capítulo 30: um homem de valor
(por Brianna Pena , adicionado em 25 de Outubro de 2007)

A seguir eu teria a maior prova de amor que alguem poderia demonstrar por mim. Patrícia percebendo que o papo era sério sentou-se ao meu lado, segurou minha mão e olhou seriamente para Pedro e disse:
- Pedro, você é um homem maravilhoso, tivemos momentos inesquecíveis, eu me dei a você como ninguém. Qualquer mulher faria tudo para ter um marido como você, mas....
- Mas, você não estava completamente feliz ao meu lado. Pensa que eu não percebia? Eu ia mesmo conversar com você. Eu adoro você Patrícia, mas estava meio estranho nosso relacionamento. Vamos fazer o seguinte. Não precisa me dizer nada. Vendo vocês duas assim, (estávamos de mãos dadas e nos debulhando em lágrimas, Pedro andava pela sala) entendo que não poderei competir. Assim o negócio é comemorar.
Abriu o frigobar, pegou gelo e serviu uma dose de whisky para Patrícia e para ele mesmo.
- E para você, Lauren, água.
- Você, não bebe, Lauren? - perguntou Patrícia.
- Não, eu sou alcoolista. Mas tem muito mais da minha vida que você precisa saber, Patrícia.
- Agora não, por favor, meninas. Enxuguem as lágrimas. Quero que me considerem seu melhor amigo. Amo vocês duas e farei tudo para dar certo.
Brindamos. Pedro estava se esforçando, mas não conseguia esconder totalmente seus sentimentos. Ele amava tanto Patrícia que preferia perdê-la e vê-la feliz, do que lutar por ela e quem sabe criar um clima insustentável que romperia definitivamente a ligação entre eles.
- Obrigada Pedro, pela compreensão.
Patrícia estava muito emocionada.
- Você é um homem maravilhoso. Disse-lhe eu.

Quando saímos da sala de Pedro, ele fechou a porta e chorou amargamente.



Capítulo 31: um homem de valor
(por Brianna Pena , adicionado em 25 de Outubro de 2007)

A seguir eu teria a maior prova de amor que alguem poderia demonstrar por mim. Patrícia percebendo que o papo era sério sentou-se ao meu lado, segurou minha mão e olhou seriamente para Pedro e disse:
- Pedro, você é um homem maravilhoso, tivemos momentos inesquecíveis, eu me dei a você como ninguém. Qualquer mulher faria tudo para ter um marido como você, mas....
- Mas, você não estava completamente feliz ao meu lado. Pensa que eu não percebia? Eu ia mesmo conversar com você. Eu adoro você Patrícia, mas estava meio estranho nosso relacionamento. Vamos fazer o seguinte. Não precisa me dizer nada. Vendo vocês duas assim, (estávamos de mãos dadas e nos debulhando em lágrimas, Pedro andava pela sala) entendo que não poderei competir. Assim o negócio é comemorar.
Abriu o frigobar, pegou gelo e serviu uma dose de whisky para Patrícia e para ele mesmo.
- E para você, Lauren, água.
- Você, não bebe, Lauren? - perguntou Patrícia.
- Não, eu sou alcoolista. Mas tem muito mais da minha vida que você precisa saber, Patrícia.
- Agora não, por favor, meninas. Enxuguem as lágrimas. Quero que me considerem seu melhor amigo. Amo vocês duas e farei tudo para dar certo.
Brindamos. Pedro estava se esforçando, mas não conseguia esconder totalmente seus sentimentos. Ele amava tanto Patrícia que preferia perdê-la e vê-la feliz, do que lutar por ela e quem sabe criar um clima insustentável que romperia definitivamente a ligação entre eles.
- Obrigada Pedro, pela compreensão.
Patrícia estava muito emocionada.
- Você é um homem maravilhoso. Disse-lhe eu.

Quando saímos da sala de Pedro, ele fechou a porta e chorou amargamente.



Capítulo 32: epílogo
(por Brianna Pena , adicionado em 26 de Outubro de 2007)

- Você tem muita coisa pra me contar mocinha!
Consenti com a cabeça e marcamos de almoçar juntas. Mas agora era hora de voltar ao trabalho.
Minha mente só se concentrava nos acontecimentos passados à pouco. A reação de Pedro.... Como Patrícia teve coragem de assumir nosso relacionamento. Tudo isso inevitavelmente me fazia traçar um paralelo com meu passado. Agora eu era amada e respeitada de verdade. A diferença era tão brusca que às vezes me perguntava se não era um sonho.

Fomos no carro de Patrícia ao Restaurante Danúbio Azul, às margens do rio Itiberê. Sentamos próximas a janela. Podíamos ver os turistas embarcando para passeios às ilhas e à baia que era muito bonita. Do outro lado do rio, a ilha de Valadares.
É uma ilha com cerca de 2,8 km², à margem direita do Rio Itiberê. É habitada por praieiros e pescadores que se dedicam à pesca artesanal e cultuam tradições como a de ser o palco do fandango paranaense, única dança típica litorânea. Na ilha, também se prepara o barreado, comida típica do litoral e pratica-se o artesanato. O visual era lindo.

Comemos frutos do mar. O salmão e o camarão 'no bafo', estavam divinos. Contei a Patrícia toda minha vida. Só era interrompia pelas lágrimas. Patrícia ouviu atentamente e pouco comentou. Pagamos a conta e saímos para um jardim ao lado do restaurante. Ela pegou uma pedra que mal cabia na sua mão e fez algo muito significativo.
Com o salto da sua sandália, fez uns buraquinhos na terra:
- Isto representa o seu passado.
Então ela pegou a pesada pedra e jogou em cima:
- Enterrado e esquecido. A partir de agora, você vai viver.
Enquanto eu enxugava as lágrimas, Pat me abraçou, depois olhou fixamente para mim, segurando com as mãos o meus ombros. Não tinha o olhar hipnótico de Alice, mas um olhar sincero e maduro:
- Lauren, o que sinto é um misto de loucura, fascinação, fantasia, é algo inquietante e misterioso. É uma sensação diferente, pois eu nunca me interessei por mulheres. Eu só me interesso em você e em tudo que te diz respeito. Eu nunca experimentei me entregar a um relacionamento como pretendo me entregar a você. Lauren, o que quero dizer é que E U T E A M O.
- Pat, eu também te amo.
Eu não conseguia falar por causa da emoção. Eu só soluçava em seus braços. Não se tratava apenas de desejo ou de amor platônico, ou de uma paixão passageira, uma aventura. O que sentíamos ali era amor verdadeiro. Abraçadas éramos gigantes, fortes, decididas.
- Pat preciso te dizer que vamos enfrentar uma sociedade que não nos compreende, que não nos tolera. Seremos expulsas de lugares públicos. Ridicularizadas na rua. Perseguidas no trabalho. Sofreremos pela homofobia do povo. Precisamos ser fortes.
- Lau, o que me interessa é estar com você.
Nos beijamos apaixonadamente ali mesmo na praça. Não sei qual foi à reação das pessoas, pois estava de olhos fechados. Pra ser sincera, eu nem estava na praça. Minha imaginação me levou para algum lugar longe, muito longe.....Eu então vi uma flor com um bilhete escrito à mão: - uma rosa com amor, com paixão Pat.

F I M



Capítulo 33: epílogo
(por Brianna Pena , adicionado em 26 de Outubro de 2007)

- Você tem muita coisa pra me contar mocinha!
Consenti com a cabeça e marcamos de almoçar juntas. Mas agora era hora de voltar ao trabalho.
Minha mente só se concentrava nos acontecimentos passados à pouco. A reação de Pedro.... Como Patrícia teve coragem de assumir nosso relacionamento. Tudo isso inevitavelmente me fazia traçar um paralelo com meu passado. Agora eu era amada e respeitada de verdade. A diferença era tão brusca que às vezes me perguntava se não era um sonho.

Fomos no carro de Patrícia ao Restaurante Danúbio Azul, às margens do rio Itiberê. Sentamos próximas a janela. Podíamos ver os turistas embarcando para passeios às ilhas e à baia que era muito bonita. Do outro lado do rio, a ilha de Valadares.
É uma ilha com cerca de 2,8 km², à margem direita do Rio Itiberê. É habitada por praieiros e pescadores que se dedicam à pesca artesanal e cultuam tradições como a de ser o palco do fandango paranaense, única dança típica litorânea. Na ilha, também se prepara o barreado, comida típica do litoral e pratica-se o artesanato. O visual era lindo.

Comemos frutos do mar. O salmão e o camarão 'no bafo', estavam divinos. Contei a Patrícia toda minha vida. Só era interrompia pelas lágrimas. Patrícia ouviu atentamente e pouco comentou. Pagamos a conta e saímos para um jardim ao lado do restaurante. Ela pegou uma pedra que mal cabia na sua mão e fez algo muito significativo.
Com o salto da sua sandália, fez uns buraquinhos na terra:
- Isto representa o seu passado.
Então ela pegou a pesada pedra e jogou em cima:
- Enterrado e esquecido. A partir de agora, você vai viver.
Enquanto eu enxugava as lágrimas, Pat me abraçou, depois olhou fixamente para mim, segurando com as mãos o meus ombros. Não tinha o olhar hipnótico de Alice, mas um olhar sincero e maduro:
- Lauren, o que sinto é um misto de loucura, fascinação, fantasia, é algo inquietante e misterioso. É uma sensação diferente, pois eu nunca me interessei por mulheres. Eu só me interesso em você e em tudo que te diz respeito. Eu nunca experimentei me entregar a um relacionamento como pretendo me entregar a você. Lauren, o que quero dizer é que E U T E A M O.
- Pat, eu também te amo.
Eu não conseguia falar por causa da emoção. Eu só soluçava em seus braços. Não se tratava apenas de desejo ou de amor platônico, ou de uma paixão passageira, uma aventura. O que sentíamos ali era amor verdadeiro. Abraçadas éramos gigantes, fortes, decididas.
- Pat preciso te dizer que vamos enfrentar uma sociedade que não nos compreende, que não nos tolera. Seremos expulsas de lugares públicos. Ridicularizadas na rua. Perseguidas no trabalho. Sofreremos pela homofobia do povo. Precisamos ser fortes.
- Lau, o que me interessa é estar com você.
Nos beijamos apaixonadamente ali mesmo na praça. Não sei qual foi à reação das pessoas, pois estava de olhos fechados. Pra ser sincera, eu nem estava na praça. Minha imaginação me levou para algum lugar longe, muito longe.....Eu então vi uma flor com um bilhete escrito à mão: - uma rosa com amor, com paixão Pat.

F I M

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